Alegações Finais Reginaldo

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TJBA

PJe - Processo Judicial Eletrônico

11/04/2023

Número: 0378316-19.2012.8.05.0001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE SALVADOR
Última distribuição : 06/09/2012
Valor da causa: R$ 100,00
Processo referência: 03783161920128050001
Assuntos: Reconhecimento / Dissolução, Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
CARINA DE JESUS SANTOS (INTERESSADO)
Reginaldo Santos Almeida (INTERESSADO) JUSSARA BRASIL RIBEIRO (ADVOGADO)
MAGNOLIA PEREIRA DOS SANTOS (TERCEIRO JUSSARA BRASIL RIBEIRO (ADVOGADO)
INTERESSADO)
Ministério Público do Estado da Bahia (CUSTOS LEGIS)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
35962 01/02/2023 17:30 Alegações Finais Alegações Finais
6682
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 05ª VARA DE FAMÍLIA
DA COMARCA DE SALVADOR/BA.

PREJUDICIAL - IMPOSSIBIIDADE DA PARTILHA DE BENS IMÓVEIS DO EX CASAL


SEM OITIVA DO EMBARGANTE E MANIFESTAÇÃO DO MP

AUTOS N°: 0378316-19.2012.8.05.0001 E 0337841-16.2015.8.05.0001

REGINALDO SANTOS ALMEIDA, já devidamente qualificado nos autos do processo


em epígrafe, através de sua procuradora que a esta subscreve, vem respeitosamente à
presença de V. Exa., apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS,
pelas razões de Fatos e de Direito a seguir apontadas:

URGENTE!!
DESCUMPRIMENTO DE OFÍCIO
AUSÊNCIA DE REMESSA DA APELAÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO AO TJBA

Primordialmente cabe destacar o latente descumprimento de ofício por parte


deste D. Juízo, conforme se verifica do ofício n° 1636/2022, ora anexo, vez que até
o momento os presentes autos não foram remetidos a instância superior, tendo em
vista que a interposição do recurso por fatos novos do requerido remontou ao dia
01/03/2018.

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Número do documento: 23020117304598200000350161456
Assim, face a longa espera da remessa dos presentes autos para a instância
superior, a fim de que seja julgado o recurso de apelação interposto pela parte
requerida, bem como levando em consideração o ofício da I. Desa., requer a pronta
remessa dos autos para o Tribunal de Justiça.

I - BREVE SÍNTESE PROCESSUAL

É importante trazer à baila que no dia 10 de novembro de 2015 foi prolatada


sentença, constante em ID 196849716, tendo como parte dispositivo: JULGO
PROCEDENTE o pedido da inicial da Ação de Reconhecimento e Dissolução da União
Estável c/c Partilha de bens nº 0378316-19.2012.805.0001, para declarar que entre
CARINA DE JESUS SANTOS e REGINALDO SANTOS ALMEIDA houve a UNIÃO ESTÁVEL
nos moldes preceituados pelo art. 226, parágrafo 3º da Constituição Federal, disciplinada
pelo art. 1723 e seguintes do CC, com início no ano de 2004, e DECLARO EXTINTA a
referida UNIÃO em razão da separação de fato do casal, que tomo como ocorrida em agosto
de 2012, data do início desta ação, porque outra data não consta registro nos autos. Em
consequência, fica reconhecido à Requerente o direito à meação dos bens que arrolou na
inicial, porque foram adquiridos no período da união. Remeto às partes ao procedimento
ordinário próprio para apuração e partilha dos bens”, senão veja-se:

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Nesse sentido, no dia 30/11/2015, a parte Requerida REGINALDO SANTOS
ALMEIDA interpôs Recurso de Apelação, conforme ID 196849726. Assim, foi juntado,
posteriormente, petição Embargos de terceiro constante em ID 196849767, com pedido
liminar de Imissão na posse c/c pedido de Antecipação de Tutela, cuja data do protocolo
encontra-se ilegível e foi protocolada por Magnólia dos Santos Almeida. No dia 01/02/2016
foi proferido Despacho em ID 196849802, que recebeu a apelação interposta em ambos os
efeitos, de acordo com o art. 520 do CPC e determinou a intimação da parte apelada, para
apresentar contrarrazões, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça
deste Estado.

Nesse passo, no dia 11/05/2016 a parte Apelada apresentou suas contrarrazões ao


Recurso de Apelação em ID 196849809, de modo que no dia 20/09/2016 a parte Apelante
Reginaldo Santos Almeida, ofereceu tréplica às contrarrazões de Apelação em ID
196849824.

Remetidos os autos ao Tribunal de Justiça, os autos foram distribuídos no dia


27/10/2016, sendo proferido Despacho pelo Relator, no dia 10/02/2017, determinando o
retorno dos autos ao Juízo de origem, para apreciação do pedido de Embargos de Terceiro
(ID 196849836).

Ademais, no dia 01/03/2018 foi protocolado Recurso de Apelação por fatos


novos, interposto pela parte REGINALDO SANTOS ALMEIDA (ID 196849840), todavia
até o presente momento o aludido recurso não fora remetido ao Tribunal de Justiça,
razão pela qual se faz necessário a apresentação da presente manifestação.

II – DO DIREITO
II.I – DA LATENTE EXISTÊNCIA DE VÍCIO NA SENTENÇA QUANTO AO
RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL

Conforme extraído da sentença, o douto Juízo de primeiro grau reconheceu a UNIÃO


ESTÁVEL entre a requerente o requerido, com início no ano de 2004, e declarou extinta a
referida união em razão da separação de fato do casal, em agosto de 2012.

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Ocorre, Nobre Julgadores, que o Requerido era casado com a Sra. MAGNÓLIA DOS
SANTOS ALMEIDA, desde 1993, concebendo uma prole de 3 (três filhos), fruto do
casamento, conforme se verifica das certidões de nascimento, ora anexas, de modo que
resolveram pôr fim no casamento em agosto de 2006, conforme se verifica da sentença
anexada.

Dito isto, no dia 27 de maio de 2008 nasceu o


menor Thallison, conforme se verifica da primeira certidão de nascimento anexa à
presente, presumindo-se, assim, a união entre Sr. REGINALDO SANTOS ALMEIDA e
a Sra. MAGNOLIA DOS SANTOS ALMEIDA, motivo pelo qual inexiste razões para que
o reconhecimento da união estável entre o requerido e a requerente, Sra. CARINA DE
JESUS SANTOS, inicie em 2004 e finde em 2012, conforme reconhecido na sentença
de piso, isto porque em 2004 o requerido ainda estava casado com sua ex esposa,
Sra. MAGNÓLIA DOS SANTOS ALMEIDA, conforme restou cabalmente provado nos
presentes autos.

II.II – DA MEAÇÃO INDEVIDA

Nessa conjectura, cabe destacar que ainda em sede de sentença, o D. Juízo de


primeiro grau, reconheceu erroneamente, d.v, o direito à Requerente à meação dos bens
que arrolou na inicial, sob argumento de que os mesmos foram adquiridos no período da
união entre a requerente e o requerido, sem ao menos comprovar aonde moravam.

Ocorre, Exa., que o único imóvel do requerido foi adquirido na constância do


casamento com sua ex esposa, Sra. MAGNOLIA DOS SANTOS ALMEIDA, ou seja, o
referido imóvel fora adquirido antes mesmo do início da união estável com a requerente,
Sra. CARINA DE JESUS SANTOS.

Nesse passo, conforme se verifica dos recibos de pagamento anexos, datados em 17


de agosto/2004 e 22 de setembro/2004, constata-se efetivamente que a compra do único
imóvel do requerido, ocorreu ANTES da união estável do mesmo com a requerente, senão
veja-se:

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O art. 1.725. do CC dispõe que “na união estável,
salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que
couber, o regime da comunhão parcial de bens”.

Outrossim, conforme inteligência da Súmula 377 do STF, no regime de separação


legal, comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento desde que
comprovado o esforço comum para sua aquisição, conforme documentos acostados.
Assim, a súmula 197 do STJ prevê que “o divórcio direto pode ser concedido sem que
haja prévia partilha dos bens”.

O artigo 1.581 do Código Civil diz que: “O divórcio pode ser concedido sem
que haja prévia partilha de bens.

Nesse sentido, é cediço de que os bens do requerido só poderão ser partilhados caso
os mesmos tivessem sido adquiridos na constância da união estável, com a respectiva
comprovação do esforço comum para sua aquisição, fato este que não ocorreu no caso sub
judice, sendo fundamental que seja determinado efetivamente o período correto do início
e fim da duração da união estável entre a requerente e o requerido.

Sendo assim, resta cristalino a existência de vício na sentença prolatada, ao ter


reconhecido o início da união estável com a requerente no ano de 2004, sendo inclusive,
já noticiado nos autos tais fatos, conforme se verifica do recurso de apelação por fatos
novos interposto, no ID 196849840.

III – DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

a) que seja recebida a presente ALEGAÇÕES FINAIS, a fim de:

a.1) os presentes autos sejam remetidos ao Tribunal de Justiça para processar e julgar
o recurso de Apelação e Embargos de Terceiros interposto pela requerida, conforme
ID 196849840, face ao latente descumprimento de ofício por parte deste D. Juízo;

a.2) após a remessa dos autos para a instância superior que seja reformada a sentença de
primeiro grau para excluir o reconhecimento da união estável entre a requerente e o

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requerido com início em 2004, vez que a época o requerido estava casado e convivia
civilmente, com sua ex esposa, Sra MAGNOLIA DOS SANTOS ALMEIDA;

a.3) após a remessa dos autos para a instância superior seja determinado a reforma da
sentença de primeiro grau para determinar a exclusão do único imóvel do requerido da
meação, vez que o aludido imóvel fora adquirido em 2004, antes do Divórcio do casal e
antes da união estável com a requerente. Ademais, os direitos dos filhos menores do antigo
casamento não foram resguardados pelo Ministério Público. A Embargante não teve o
direito de apresentar suas testemunhas e sua versão sobre os fatos.

Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.

Salvador/Ba, 01 de fevereiro de 2023.

JUSSARA BRASIL RIBEIRO


OAB/BA 32.800

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