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Período/turno: 7º - noturno
Professor: Andreza Lage Raimundo
Alunas: Franciele Marques da Silva e Luciene Sousa de Araújo
Processo nº _____________
O autor requer a retratação judicial, nos termos do art. 331 do Código de Processo Civil,
para que o juiz prossiga com o feito por não se tratar de indeferimento. Caso Vossa
Excelência não entenda desta forma, requer a intimação da parte contrária para
querendo, apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15(quinze) dias.
Requer, ainda, a remessa dos autos para o Egrério Tribunal de justiça, para sua
admissão, processamento e julgamento.
Por fim, requer a juntada das custas de preparo, devidamente quitadas, que a esta
seguem anexas.
Termos em que,
Pede deferimento.
Advogada
OAB XXXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
APELANTE: XXXXXXX
APELADA: XXXXXXX
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmera.
I - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO
O ora Apelante foi intimado da sentença no dia 06/11/2019, tendo início o prazo para
interposição deste recurso no primeiro dia útil subsequente, conforme Art. 1003 caput e
§ 5º do CPC.
II – RAZÕES RECURSAIS
A Lei 9.099/95 delimitou, em seu artigo 3º, a competência dos Juizados Especiais cíveis
em razão da matéria e do valor da causa, veja-se:
Art. 3º. O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e
julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso
I deste artigo.
Conforme se infere do dispositivo supra, a competência dos Juizados Especiais seria em
partes absoluta, em razão da matéria e em outras, relativa, em razão do valor. Em razão
desse conflito, o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento que a competência
dos Juizados é relativa e que cabe ao autor a opção pelo processamento, eis a ementa que
seja:
Ainda neste sentido, o FONAJE – Fórum Nacional dos Juizados Especiais também se
pronunciou, em seu Enunciado 1, a respeito da facultatividade do ajuizamento nos
Juizados.
Enunciado 1 - O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é facultativo para
o autor.
Desta forma, não poderia o Juiz Monocrático ter indeferido a petição inicial e extinto o
processo sem resolução do mérito sob o argumento de competência absoluta dos
Juizados, posto que, o ajuizamento em tal juízo é facultativo.
Ainda que não houvesse a referida facultatividade, as ações de despejo por falta de
pagamento, com possibilidade de purgação da mora, não são compatíveis com o rito dos
Juizados Especiais. As hipóteses previstas no art. 3º da Lei 9.099/95 são taxativas,
apenas se admite no juízo especial a tramitação das ações de despejo para uso próprio, ou
seja, intenção do Locador é de reaver o seu imóvel, e não de cobrar do Locatário
aluguéis não pagos. Uma vez que a Apelante ajuizou ação de despejo por falta de
pagamento, o juízo competente para julgar a demanda é o comum.
Nesse sentido é o entendimento dos Tribunais.
Desta forma, conclui-se que não assiste razão ao MM. Magistrado ao indeferir a petição
inicial, acarretando a exclusão do processo sem resolução do mérito, uma vez que o
Juízo Comum é o competente para julgar a ação de despejo por atraso de pagamento.
IV – DOS PEDIDOS
c) Ao final seja dado provimento para o fim de que a sentença proferida pelo MM,
Juízo a quo seja anulada, julgando procedente o pedido inicial, com a inversão do
ônus sucumbencial;
Termos em que,
Pede deferimento
Ituiutaba, 12 de novembro de 2019
Advogada
OAB XXXXX