Mat 2016 Mayara M Lunardi
Mat 2016 Mayara M Lunardi
Mat 2016 Mayara M Lunardi
CAMPUS ITAQUI-RS
CURSO DE MATEMÁTICA - LICENCIATURA
ITAQUI-RS
2016
MAYARA MARQUES LUNARDI
ITAQUI-RS
2016
MAYARA MARQUES LUNARDI
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Prof. Me. Leugim Corteze Romio (orientador)
UNIPAMPA – Itaqui-RS
___________________________________________________________
Prof. Dr. Ângela Maria Hartmann
UNIPAMPA – Caçapava do Sul-RS
___________________________________________________________
Prof. Me. Gabriel dos Santos Kehler
UNIPAMPA – Itaqui-RS
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus...
Por me guiar e me iluminar nos momentos difíceis.
A minha família...
Pela compreensão nos momentos em que estive ausente.
Em especial, aos meus pais, por me apoiar incondicionalmente e demonstrar o quanto
acreditam no meu potencial.
As minhas colegas...
Dienifer, Mariane e Veronica, pelo incentivo e ajuda.
RESUMO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem como questão orientadora
“Como a operação de potenciação é apresentada na proposta de uma coleção de livros
didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no livro do 1º Ano do Ensino Médio?”.
Com base na questão foram elaborados os objetivos: analisar como a operação de potenciação
é apresentada numa coleção de livros didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no
livro didático do 1º Ano do Ensino Médio, bem como se a operação de potenciação é
abordada no estudo das funções exponencial e logarítmica. Procurando responder a questão de
pesquisa e atingir os objetivos elaborados, analisou-se uma coleção dos Anos Finais do
Ensino Fundamental e o Volume do 1° Ano do Ensino Médio, escolhidos pelos professores de
uma escola da rede estadual do município de Itaqui/RS, utilizando como aporte teórico as
pesquisas sobre Campo Conceitual e Registros de Representação Semiótica, no que tange a
aprendizagem da matemática, assim como outras leituras relacionadas a este tema. Após a
análise da coleção dos Anos Finais no Ensino Fundamental evidenciam-se limitações na
abordagem da operação de potenciação, pois as situações propostas, na maioria das vezes,
requerem a mobilização dos mesmos invariantes (propriedades) e representações semióticas.
Ao analisar o volume do 1º Ano do Ensino Médio, verifica-se a retomada da operação de
potenciação ao tratar da função exponencial. As atividades propostas, nesta retomada,
assemelham-se as propostas na coleção de livros didáticos dos Anos Finais do Ensino
Fundamental. Destaca-se que há sentidos diferentes nas conversões, em relação à coleção do
Ensino Fundamental, em especial, no que se refere ao registro gráfico. Diante do exposto,
acredita-se que esta pesquisa apresenta dados relevantes para o processo de ensino e
aprendizagem da Matemática, principalmente, da operação de potenciação, visto que há
poucas pesquisas que investigaram esta operação.
PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................... 10
Os PCN (BRASIL, 1998) recomendam que para trabalhar com um número elevado a
um expoente zero seria pertinente o professor explorar as regularidades de uma sequência. O
exemplo apresentado na Figura 2 pode contribuir para que o estudante identifique
propriedades da potenciação e, dessa forma, compreenda a potência de expoente 1 e expoente
zero e não apenas decore regras.
exceção do tipo “vale para tudo menos para ...”, ou do tipo “convenciona-se que ...”, ou ainda
como “casos particulares”.
Os PCN (1998) salientam que o conceito de potenciação com números naturais
[...] pode ser trabalhado por meio de situações que envolvam multiplicações
sucessivas de fatores iguais, que são frequentes, por exemplo, nos problemas de
contagem. Ao desenvolver esse conceito, o professor pode conduzir o trabalho de
modo a que os alunos observem a presença da potenciação no Sistema de
Numeração Decimal. (BRASIL, 1998, p.112)
Contudo, quando os expoentes não pertencem ao conjunto dos números naturais esta
orientação não contribui para o trabalho pedagógico dos professores. De acordo com Damazio
e Amorim (2004, p. 3) “nos livros didáticos a potenciação é tratada unicamente como uma
multiplicação de fatores iguais. No entanto, sua apresentação e definição ocorrem de duas
maneiras: a partir da análise de uma multiplicação e relacionada a teoria dos conjuntos”. Para
estes autores o conceito matemático de potenciação relaciona-se com: contagem (números
naturais); operações matemáticas (em especial, multiplicação) e primeiras noções de função
exponencial e logarítmica.
Estas primeiras noções de funções exponenciais e logarítmicas são desenvolvidas nos
Anos Finais do Ensino Fundamental a partir da operação de potenciação com expoente
irracional. Dantas (2014) destaca a pouca ênfase que é dada, à operação de potenciação, pelos
livros didáticos, mesmo sabendo que posteriormente seu domínio será de extrema importância
para o trabalho com números irracionais.
Nesta perspectiva, entender o conceito de potenciação é fundamental para a
compreensão de outros conceitos matemáticos. No Ensino Médio, as noções de operação
ampliam-se no estudo de funções (funções afins, polinomiais, exponenciais e logarítmicas)
contribuindo para o desenvolvimento da ideia de variação, relevante para descrever e
compreender fenômenos mais complexos, o que requer o domínio das técnicas operatórias
elementares para a compreensão das operações na álgebra, bem como, no estudo de
combinatória (BRASIL, 2014).
Diante desse contexto, optou-se por desenvolver uma análise de como a operação de
potenciação é apresentada em livros didáticos. Deste modo, destaca-se a afirmação de Paias
(2009) que o livro didático é considerado um importante recurso, que o professor possui, para
o trabalho em sala de aula. Por este motivo, torna-se relevante sua análise, possibilitando uma
avaliação sobre a abordagem teórico-metodológica, bem como os princípios abordados pela
coleção para a apropriação do conhecimento. De modo que, a análise deste material
13
possibilita observar a forma como o objeto potenciação está exposto, bem como, as diferentes
atividades apresentadas relacionadas a operação de potenciação.
A escolha do tema de pesquisa justifica-se em função das vivências e experiências
produzidas durante as atividades realizadas no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência) e na prática realizada em Estagio Curricular Supervisionado em Ensino
de Matemática I e, nas leituras realizadas no grupo de pesquisa matE² (Educação e Educação
Matemática)1. No momento, as pesquisas realizadas no âmbito do matE² tem se dedicado a
analisar como diferentes conceitos/conteúdos matemáticos são apresentados nos livros
didáticos aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
A questão de pesquisa que orienta este trabalho é: Como a operação de potenciação é
apresentada na proposta de uma coleção de livros didáticos dos Anos Finais do Ensino
Fundamental e no livro do 1º Ano do Ensino Médio? Para responder a questão de pesquisa
elaborou-se os seguintes objetivos: Analisar como a operação de potenciação é apresentada
numa coleção de livros didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no livro didático
do 1º Ano do Ensino Médio e, verificar se há relações entre as funções exponencial e
logarítmica.
Para tanto, optou-se por uma pesquisa qualitativa. Martins (1989) menciona que “na
pesquisa qualitativa, uma questão metodológica importante é a que se refere ao fato de que
não se pode insistir em procedimentos sistemáticos que possam ser previstos, em passos ou
sucessões como uma escada em direção à generalização”. (apud GARNICA, 2001, p.39)
Ou seja, na pesquisa qualitativa os procedimentos são produzidos ao longo do
processo. Em relação a estes procedimentos, Borba (2004) afirma que são
[..] descritivos à medida em que sua visão de conhecimento explicitamente admite a
interferência subjetiva, o conhecimento como compreensão que é sempre
contingente, negociada e não é verdade rígida. O que é considerado "verdadeiro",
dentro desta concepção, é sempre dinâmico e passível de ser mudado. Isso não quer
dizer que se deva ignorar qualquer dado do tipo quantitativo ou mesmo qualquer
pesquisa que seja feita baseada em outra noção de conhecimento. (p. 2)
A citação acima evidencia que o pesquisador não é entendido como um sujeito neutro
no processo da pesquisa qualitativa, ou seja, há interferências subjetivas na organização e
análise dos dados. Além disso, os dados quantitativos podem ser utilizados desde que a
intenção seja de contribuir na interpretação dos dados.
Há várias formas de conduzir uma pesquisa qualitativa, dentre elas destaca-se a
Análise Documental, que conforme Marconi e Lakatos (2003), está restrita a documentos,
1
Este grupo tem por objetivo problematizar questões relacionadas a (trans)formação de professores, currículo,
políticas públicas, processo de ensino e aprendizagem de matemática.
14
2
“Consiste em estabelecer contatos com os documentos a serem analisados e conhecer os textos e as mensagens
nelas contidas” (PUGLISI, M. L. FRANCO, B. 2005, p.48)
15
Livros didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Volume do 1° Ano do Ensino
Médio, em específico, no livro do 1º Ano do Ensino Médio.
CAPÍTULO 1
Quadro 1: Pesquisas publicadas em revistas e em banco de teses e dissertações dos últimos 10 anos
Revistas/ teses e dissertações Pesquisas encontradas Ano Descritores
Exponencial e/ou logarítmica (5)
PUC/SP 6 1999-2015
Operação de potenciação (1)
REVEMAT 1 2012 Exponencial e/ou logarítmica (1)
UFRGS 1 2012 Exponencial e/ou logarítmica (1)
UFMS/ MS 1 2014 Exponencial e/ou logarítmica (1)
RPEM 1 2015 Exponencial e/ou logarítmica (1)
Quadro 2: Classificações das pesquisas publicadas em revistas e banco de teses e dissertações dos últimos 10
anos.
Revistas/
teses e Objetivos Questão de pesquisa Participantes Fonte de dados
dissertações
Estudar se a
introdução do
conceito de logaritmo
a partir de problemas
Investigar se uma sequência desafiadores e
didática significativa para o significativos nos
Alunos da 1ª série Sequência
ensino do logaritmo, aliada ao quais o mesmo
do Ensino Médio didática
uso da calculadora, favoreceria assume o papel de
a formação deste conceito. ferramenta de
resolução de uma
equação exponencial,
favorece a formação
PUC/SP de seu conceito.
Em que medida a
utilização de um
software como
ferramenta didática
no estudo de
Conceber para alunos do ensino conteúdos
Alunos da 1ª série Sequência
médio um software educacional matemáticos
do Ensino Médio didática
de matemática. relacionados com as
funções exponenciais
e logarítmicas
contribui na
aprendizagem do
aluno?
18
Como o autor de
livros didáticos
Investigar a abordagem aborda o processo de
conferida a provas e prova em relação ao
demonstrações do objeto tema "logaritmo" na
matemático logaritmo, numa sua coleção? Os
coleção de livros didáticos para alunos leitores são
o ensino médio, bem como estimulados a realizar Alunos da 1ª série Sequência
conceber e aplicar uma em atividades do Ensino Médio didática
sequência didática para propostas? Quais as
introduzir o aluno da primeira dificuldades os
serie do ensino médio ao alunos da primeira
pensamento matemático série do ensino médio
dedutivo. apresentam durante
um processo de
produção de provas?
Realizar um estudo e um Quais erros os alunos Alunos da 8ª série Sequência
diagnóstico a respeito da cometem em relação do Ensino didática
operação potenciação com á operação Fundamental e
alunos da 8ª série do Ensino potenciação e que 1ª série do Ensino
Fundamental da 1ª série do possíveis fatores Médio
Ensino Médio de uma escola conduzem a esses
pública da rede estadual de erros?
ensino do Estado de São Paulo.
A modelagem na sala
de aula, em uma
escola pública, pode
levar o aluno a
participar de seu Uma atividade
aprendizado? de modelagem
Analisar os efeitos da Alunos do 1º ano
A utilização da para o ensino de
modelagem no ensino. do ensino médio
modelagem como função
metodologia de exponencial
ensino pressupõe que
o aluno apresente a
situação a ser
modelada.
Investigar o comportamento
dos estudantes de um curso de Como organizações
Licenciatura em Matemática de didáticas interferem
uma universidade estadual na na construção de
Estudantes do
Bahia no sentido de perceber conhecimento/saberes
Curso de Sequência
como esses sujeitos mobilizam de estagiários de
Licenciatura em didática
seus saberes matemáticos e Licenciatura em
Matemática
didáticos construídos durante a Matemática sobre o
graduação e durante o processo conceito de função
de experimentação a respeito da exponencial?
função exponencial.
Apresentar o desenvolvimento
de uma pesquisa em nível de
mestrado, envolvendo funções,
REVEMAT Sequência
funções exponenciais e
didática
logarítmicas, através do uso de
situações problema em sala de
aula.
Apresentar o conceito
Criar situações possíveis para a de função, a partir da Diretrizes
UFRGS aprendizagem do conceito de análise de fenômenos Nacionais e
função. e tabelas, envolvendo Livros Didáticos
relações entre
19
grandezas, contribui
na compreensão e
aprendizagem de
funções logarítmicas
e exponenciais?
Fazer um estudo sobre funções
exponenciais e logarítmicas,
UFMS sendo que, uma parte dele foi
dedicada ao estudo de cálculo
dessas funções.
Relatar a experiência de duas
alunas do 4º ano do curso de
Licenciatura em Matemática da
Universidade Estadual de
Londrina (UEL), do ano de
2014, ao utilizarem a Resolução
utilizarem a Resolução de Acadêmicas do
RPEM Problemas, na perspectiva de curso de
ensinar através da resolução de Licenciatura em
problemas, para iniciarem o Matemática
trabalho com função
exponencial com alunos do 1º
ano do Ensino Médio de uma
escola pública de Londrina - PR
durante uma oficina do estágio
supervisionado.
expoente. Salientando também alguns fatores que agravam estes erros, como por exemplo,
potências que envolvem números inteiros negativos e fracionários, potência com expoente
zero e um, assim como a não compreensão por parte dos estudantes com relação a conversão
de registros e a confusão com relação a expoente e base. Por fim, a autora conclui
evidenciando a importância da produção do estudante, mesmo ela estando correta ou não e
que este seja o ponto de partida para que se possa rever e propor um ensino e aprendizado de
Matemática com melhor qualidade.
Com relação as demais pesquisas observou-se os resumos das pesquisas, que estão
disponíveis online, na qual ficou explicito que dentre as dez pesquisas três tem por objetivo
investigar, a partir de uma sequência didática, se o uso de um software favorece a formação
do conceito e sete pesquisas objetivam realizar um estudo e um diagnóstico, a partir da
resolução de problemas. Tendo como fonte de dados: sequencias didáticas, diretrizes
curriculares nacionais e livros didáticos. Para tanto participaram destas pesquisas alunos do 9°
Ano do Ensino Fundamental, 1° Ano do Ensino Médio e estudantes do curso de Licenciatura
em Matemática.
O mapeamento contribuiu para compreender alguns aspectos relacionados ao processo
de ensino e aprendizagem da operação de potenciação, bem como para verificar que há
poucos estudos acerca da potenciação.
expoentes fracionários, Caraça (1951, p 46) define a potenciação como: “Seja a operação a
definir. Qualquer que seja o valor que , venha a ter (...) deve ser, portanto, em
Estes erros são atribuídos, na maioria das vezes, a falta de domínio pleno da definição
de potenciação, pois multiplicam a base pelo expoente. Mas, para que os estudantes dominem
a definição de potenciação é relevante que esse conceito seja apresentado em diferentes
situações que exijam transformações de registros de representações semióticas. Caso
contrário, a compreensão do conceito fica restrita apenas a algumas situações e representações
(em especial as numéricas).
Em relação aos demais erros, constata-se que os estudantes desconsideram os sinais e
erram em somas e produtos. Nas convenções matemáticas, as dificuldades se concentram nas
situações que possuem zero como algum dos dados do problema. Há um grande índice de
erros nas situações cujo expoente é negativo, pois o estudante realiza o produto base-expoente
e desconsidera o sinal do expoente, calculando a potência sem invertê-la. Muitas das
dificuldades encontram-se, também, na maneira incorreta de efetuar os cálculos com a
operação de multiplicação, efetuando a soma no lugar da multiplicação (RODRIGUES,
VITELLI, VOGADO, 2013). Assim, as resoluções errôneas estão, na perspectiva dos
pesquisadores, ligadas ao fato de que não há uma compreensão do próprio conceito de
potenciação ou há uma confusão quanto a seus elementos e propriedades.
A análise dos erros relacionados à potenciação não se limita ao Ensino Fundamental,
visto que no Ensino Médio os estudantes precisam mobilizar este conceito na resolução de
situações envolvendo exponencial, logaritmo, volume, etc. Feltes (2007) salienta que no 1º
24
Com isso, pode-se estabelecer relações com a geometria, neste caso, o expoente está
relacionado com a dimensão dos elementos geométricos. Sendo assim, quando o expoente de
3 é zero, pode-se se compreender que .
Após foi proposto a construção de um segmento de reta com três cubinhos (Figura 3).
Logo, “dim (reta) = 1, comprimento, 3 X 1 = 1+1+1 = 3”, ou seja,
Este capítulo apresenta a análise dos dados apoiada pelo referencial teórico descrito no
capítulo anterior. Para a realização da análise foram formuladas categorias, a saber: Operação
de potenciação na estrutura multiplicativa; Diferenças e aproximações da potenciação com a
operação de multiplicação; Contribuições da compreensão de potenciação na aprendizagem
de exponencial e logaritmo (rupturas e filiações); e, Transformações cognitivas abordadas
(tratamento e conversão, perspectiva de Duval (2011, 2013)).
O PNLD (BRASIL, 2014) salienta que a coleção utiliza como metodologia um modelo
usual, em que os conteúdos são abordados a partir de uma explanação teórica e acompanhado
de exercícios de aplicação. Destaca, também, que as seções são compostas por atividades que
visam articular conhecimentos prévios e novos, porém são raras as atividades que
proporcionem ao estudante investigar e conjecturar. Os números e operações são abordados
de forma a propiciar informações teóricas e emprego de procedimentos exploratórios e de
algoritmos. As atividades propostas são consideradas adequadas, pois evidenciam situações
que mobilizam diversos recursos didáticos, como por exemplo, o uso da calculadora.
Para realização da análise desta coleção foram categorizadas atividades dos capítulos
que envolviam o conceito de potência e a operação de potenciação, conforme exemplos
apresentados a seguir.
28
Algumas das atividades destes capítulos não foram categorizadas, sendo estas contidas
nas seções: conversando sobre o assunto, refletindo sobre o capítulo, acessando tecnologias e
explorando o tema e algumas atividades envolvendo a leitura de potências, devido a coleção
sugerir resolução de cunho pessoal ou somente sugerir leituras adicionais relacionadas a
algum tema, conforme pode ser verificado nas Figuras 9 e 10.
Quadro 4: Total de Atividades dos Anos Finais do Ensino Fundamental Relacionadas a Operação de Potenciação
T. Ativ. T. Ativ. Transf11
Vol.3 Cap.4 Potência 7
Potenciação 8
Ambas 9
Padrão10
T12 C13
Cap.5 Cat.6
6º IV 142 121 63 41 17 9 98 23
I 283 68 41 23 4 0 68 0
7º II 261 25 12 9 4 0 22 3
IV 484 103 98 5 0 0 100 3
II 278 262 152 110 0 3 219 43
8º
V 467 27 27 0 0 0 24 3
9º I 244 232 47 185 0 0 212 20
3
Volume da coleção dos livros didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
4
Capítulo do Volume da coleção do livro didático dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
5
Total de atividades do Capítulo do livro didático dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
6
Total de atividades categorizadas do Capítulo do livro didático dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
7
Total de atividades que abordam somente o conceito de potência.
8
Total de atividades que abordam somente o conceito de potenciação.
9
Total de atividades que abordam o conceito de potências e potenciação.
10
Total de atividades que utilizam um padrão.
11
Transformações utilizadas nas atividades categorizadas.
12
Tratamentos utilizados nas atividades categorizadas.
13
Conversões utilizadas nas atividades categorizadas.
31
Com relação a conversão do registro figural para o numérico (Figura 16), salienta-se
que a relação da operação de potenciação com os conceitos geométricos de ponto, segmento,
área e volume, apontados conforme as ideias de Onuchic e Allevato (2009) no Capítulo 1 (p.
24 deste TCC), contribuem para a aquisição do conceito de potência e da operação de
potenciação. Assim, entende-se que deveriam ser propostas mais atividades como a
apresentada na Figura 16, principalmente, no início da sistematização da operação de
potenciação.
33
científica, raízes exatas e aproximadas de um número. Somente duas atividades exigem uma
resolução a partir de um padrão, uma destas atividades aborda o conceito de potência e utiliza
a conversão da língua natural para o numérico e a outra aborda o conceito de potenciação e
utiliza a conversão do figural para o numérico.
No Capítulo V - “Monômios e polinômios, produtos notáveis e fatoração”, ainda no
volume do 8º Ano, totalizam-se 467 atividades, das quais 27 foram categorizadas. Todas
abordando, somente, o conceito de potência (Figura 30) e nenhuma propondo a resolução a
partir da análise de um padrão. Das transformações, 52% utilizam do tratamento algébrico
(Figura 30), 37% o tratamento numérico (Figura 31) e 11% recorrem a conversão, sendo da
figural para a algébrica (Figura 32), a principal conversão.
Dos 9% das atividades que envolvem conversões, salienta-se que estas são da língua
natural para a numérica (Figura 35), da figural para numérica (Figura 36) e numérica para
algébrica (Figura 37), as principais conversões.
A ênfase é dada as propriedades tanto do conceito de potência quanto da potenciação.
O capítulo propõe atividades que envolvem, também, os conceitos de perímetro, área e
volume de figuras planas (Figuras 35 e 36), abordando, a partir destes, a potenciação.
Na análise deste volume, foram categorizadas atividades dos capítulos que envolviam
o conceito de função exponencial (considerando que esta tem conceito de potência na sua
origem) e o conceito de função logarítmica (considerando que esta, também, tem a
potenciação em sua origem) de duas formas: atividades que envolvem o conceito potência e
atividades que abordam a operação de potenciação. É importante destacar que algumas
atividades podem envolver ambos os conceitos (Figura 38). Analisou-se, também, atividades
que abordam resoluções a partir da análise de padrões (Figura 39), bem como que envolvem
transformações: tratamento (Figura 38) e conversão (Figura 39).
(Figura 44), da figural para a numérica (Figura 39), da língua natural para a gráfica (Figura
45), da gráfica para a numérica (Figura 46) e da numérica para a gráfica (Figural 47).
48) e 98% abordam somente potenciação (Figura 49). Apenas 2% apresentam padrões para
serem analisados (Figura 50). Nas transformações, 74% utilizam do tratamento numérico
(Figura 48) ou algébrico (Figura 51) e 26 % recorrem a conversão, sendo as principais
conversões da língua natural para a numérica (Figura 52), da numérica para a gráfica (Figura
53) e da gráfica para a numérica (Figura 54).
Vale ressaltar que das 363 atividades categorizadas neste volume, 75% utilizam o
tratamento numérico e 25% recorrem a conversão de um registro para outro, destaca-se,
também, que estas conversões são feitas entre diferentes registros. Diferentemente da coleção
do Ensino Fundamental, a conversão entre diferentes registros contribui para a compreensão
do conceito em estudo, conforme aponta Duval (2013). Destaca-se, também, que as atividades
propostas no Ensino Fundamental não apresentam muitas diferenças em relação às atividades
propostas no Ensino Médio. Talvez porque um dos autores da coleção do Ensino Fundamental
é o também o autor da coleção do Ensino Médio.
CAPÍTULO 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudantes. As conversões utilizadas são em grande maioria do registro da língua natural para
a numérica. Percebe-se, apenas no volume do 9º Ano diferentes sentidos das conversões,
devido a operação de potenciação ser abordada a partir da relação de área e perímetro de
figuras planas.
Sendo assim, pode-se afirmar que a coleção de livros didáticos do Ensino
Fundamental apresenta limitações ao abordar a operação de potenciação, pois as situações
propostas na maioria das vezes requer a mobilização dos mesmos invariantes (propriedades) e
representações semióticas. Este fato pode contribuir para que os erros cometidos por
estudantes em relação a esta operação, mapeados nas pesquisas, mantenham-se, bem como, as
dificuldades na aprendizagem de outros conceitos que tem na sua base a potenciação.
No volume do 1º Ano do Ensino Médio, observa-se a relação estabelecida entre a
operação de potenciação e as funções exponenciais e logarítmicas, pois o autor opta por antes
do desenvolvimento do conceito de função exponencial rever a operação de potenciação, na
qual evidencia a relação que há entre estes conceitos. Contudo, nesta revisão, utiliza apenas
tratamentos numéricos, o que pode não ser um procedimento eficaz para amenizar as
dificuldades que são apresentadas na resolução das atividades que envolvem estes conceitos
porque o conceito é retomado, mas não há ampliações. Entende-se por ampliação a
proposição de situações que requerem a mobilização de diferentes invariantes e
representações semióticas, bem como, contextos diversificados (práticas sociais, outras páreas
do conhecimento, própria matemática).
Ao desenvolver o conceito de função exponencial e logarítmica, o autor aborda uma
situação de análise, como mencionado, entende-se que este é um processo positivo para
aquisição do conceito. Porém, as demais situações, exemplos e atividades resolvidas
enfatizam resoluções mecânicas. Este volume apresenta conversões de diversos registros, em
relação a coleção do Ensino Fundamental, em especial, explora o registro gráfico. Acredita-se
que o registro gráfico para situações que são modeladas por podem ser abordadas no
Ensino Fundamental, principalmente, quando são propostos padrões a serem analisados.
Destaca-se a ideia de padrão porque a Matemática é uma ciência de Padrões e Ordens e por
meio da análise destes pode-se resolver uma variedade de situações de outras áreas do
conhecimento, da própria matemática e das práticas sociais, pois a potenciação é um padrão
que modela diversas situações, por exemplo, crescimento populacional, decaimento
radioativo, meia vida de fármacos, entre outros.
Intenta-se com esta pesquisa ter apresentado dados relevantes para o processo de
ensino e aprendizagem da Matemática, principalmente, da operação de potenciação, visto que
54
REFERÊNCIAS
______ Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Brasília: MEC/SEB, 2014.