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Exame Clínico Obstétrico

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Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Exame Clínico Obstétrico


Anamnese Ginecológica
Identificação: Nome, idade, estado conjugal, cor, religião, escolaridade, profissão, endereço, cidade,
estado, procedência (lugar de origem) e telefone.
OBS.: IDADE DE RISCO > 16 ou > 35 anos (aborto e pré-eclampsia) – maior de hiperêmese (vômitos
incontroláveis durante a gestação) nas mais jovens e de más formações estruturais no feto nas mais
velhas.
PROFISSÃO: atenção para trabalhos em ambientes insalubres – exposição à irradiação, gases voláteis e
intoxicação por fósforo, chumbo, arsênico, nicotina, mercúrio e agrotóxicos/ gestante em posição
ortostática por muito tempo, sem descanso ou pausa para se alimentar.
NÍVEL DE ESCOLARIDADE: o baixo nível de escolaridade é frequentemente associado a um menor número
de consultas pré-natais, prole numerosa com falta de planejamento familiar, gestação indesejada, uniões
instáveis e necessidade de manter atividades de trabalho até períodos próximos do parto.
NATURALIDADE/ETNIA: investiga quanto a doenças da região: malária, doenças de chagas e talassemias.
As características étnicas interferem na estrutura corporal: baixa estatura e pelve pequena das mulheres
orientais.
ESTADO CONJUGAL: questionar sobre casamento ou união estável
O estado conjugal interfere na espera socioeconômica, emocional e sexual, podendo comprometer a
evolução de uma gestação saudável, principalmente as que não tem parceiro fixo.
OBS.: Infecções genitais, práticas abortivas, eclampsia/pré-eclampsia e morbidade puerperal aumentam
com a maior variedade de parceiros

Antecedentes familiares:
Hipertensão arterial sistêmica: há maior prevalência de síndromes hipertensivas em gestantes que
apresentam histórico familiar de 1° grau.
Diabetes mellitus: tem maior prevalência quando presente na linhagem materna.
Gemelidade: gestantes filhas de mulheres que tiveram gêmeos têm altas chances de gemelaridade.
Câncer: mama e trato genital de parentes maternos da grávida
Malformações: pode indicar distúrbios cromossomais, devendo orientar a gestante à realização de
estudo genético quando presentes na família do casal.
Outras: colagenoses, doenças hematológicas e antecedentes obstétricos ruins de parentes maternos da
gestante.

Antecedentes pessoais:
Hipertensão arterial: a hipertensão crônica nas gestantes tende a cair no início da gestação e aumentar
no terceiro trimestre para níveis um pouco acima do início da gravidez.
Os desfechos adversos dependem em grande parte do desenvolvimento de pré-eclâmpsia
Cardiopatia: doenças cardiovasculares variam na severidade e são responsáveis por complicar de 1%
das gestações e contribuir significantemente para o aumento da morbimortalidade materna.
Diabetes mellitus: uma complicação gestacional comum.
As mulheres podem ser divididas naquelas que já tinham o diagnóstico antes da gestação (pré-
gestacional) e nas que são diagnosticadas durante a gravidez (gestacional).

- Diabetes pré-gestacional: relacionada a maiores índices de anomalias fetais e risco de morte fetal,
devendo os níveis de glicemia pós- pandrial serem muito bem controlados.

- Diabete gestacional: há altas chances de o feto ter tamanho excessivo (macrossomia), caracterizado
com peso ao nascer maior que 4.000 g. Crianças macrossômicas são associadas à parto laborioso (parto
difícil e demorado) e trauma ao nascimento (distócia do ombro normalmente).
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG
Infecção urinária: é a infecção mais comum durante a gravidez – a bacteriúria assintomática é a mais
comum, mas podem acontecer infecções sintomáticas, como cistite e pielonefrite.
O tratamento é de grande importância uma vez que mesmo a infecção assintomática se não tratada,
pode evoluir para infecção sintomática em algum momento da gravidez
Associadas ao aumento do risco do nascimento de crianças com: baixo peso ao nascer, prematuro,
gestação associada à hipertensão e anemia.
Cirurgia em geral/cirurgia pélvica: Cesário pregressa e miomectomia (retirada de mioma): aumentam
chances de rotura uterina (ruptura uterina)
Corretoras de distopias genitais e fístulas vésico-vaginais: contraindicam parto transvaginal
Outras realizadas sobre o colo uterino e as curetagens repetidas: favorecerem a incompetência istmo-
cervical.
Operações mamárias: dependendo da técnica podem dificultar a amamentação.
Alergias: a fatores ambientais e medicamentos ou outros recursos que poderão ser utilizados durante a
gestação, parto ou puerpério (ex.: iodo, sulfas, dipirona, penicilina, ácido acetilsalicílico).
Medicações em uso: Atentar-se para droga, posologia e duração de uso.

Antecedentes obstétricos: como abordado na anamnese ginecológico.


questionar sobre: G (gestação) – não importa o número de conceptos ou o término da gestação, sendo
considerada gesta 1 mesmo no caso de abortamento ou no nascimento de gêmeo.
P (Partos) – Todo parto que ocorreu após 22 semanas de gestação, não importando se foi parto
prematuro de um feto morto.
Qual tipo de parto? Se cesáreo, qual a indicação para ele?
Se o parto ocorreu via vaginal, mas em situação transpélvica? – questionar a evolução de vácuo-
extração.
Confirmar a época gestacional no qual ocorreram, se pré-termo, à termo ou pós-termo.
A (Abortos) - se houve gestações interrompidas até a 22° semana de gravidez.
Necessidade de serem caracterizados: número?
Em qual intervalo de tempo e idade gestacional?
Se forem completos, incompletos ou infectados?
Se foram espontâneos ou provocados?
Se necessitaram de curetagem ou aspiração uterina?
Se existiram complicações após o abortamento?
Ex.: G3, PN2, PC1, A0 (3 gestações, 2 de parto natural, 1 de cesárea e nenhum abortamento).
Partos gemelares?
Gravidez ectópica?
Questionar sobre óbitos na 1° semana de vida (óbito neonatal precoce) ou após a 1° semana até 28
dias de nascido (óbito neonatal tardio).
Intervalo de tempo entre a última gestação e gestação atual: Intervalos menores que 2 anos entre as
gestações é prejudicial para a mulher, tempo necessário para a mulher restabeleça suas reservas
nutricionais e recupere estados orgânicos modificados pela gestação.
Pacientes com mais de 10 anos é como se nunca tivesse parido.
Questionar peso do recém-nascido e que nasceu com o maior peso
Se teve o puerpério normal ou patológico
Se amamentou? Quanto tempo? (Média de amamentação: soma do total de tempo que essa
gestante amamentou durante a vida dividido pelo número de filhos).
Como se passou o puerpério?
Houveram infecções, hemorragias, abcessos, deiscências de suturas?
O período de internação foi prolongado? Motivo?
Houve administração de imunoglobulina anti-Rh para mães Rh- com filho Rh+?
Paciente teve baby blues? (alteração de humor transitória que surge logo após o nascimento do bebê
– no 3° ao 5° dia – desaparecendo com poucos dias)
Depressão pós-parto?
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Gestação Atual
Fazer o cálculo da DUM (data da última menstruação) e DPP (data provável do parto).
Confirmar triagem sanguínea e fator Rh
Questionar os hábitos da gestante:
Tabagista?
Uso de bebidas alcoólicas?
Alimentação da gestante?
Se houve intercorrências até o momento da primeira consulta?
Se a gestante tem apresentado êmese ou hiperêmese?
- Êmese: sintoma de náusea e vômitos gravidade variável que começam entre o 1º e o 2º período
menstrual perdido até 12 a 16 semanas de gestação, lembrando que embora os sintomas sejam piores
durante a manhã, eles tendem a continuar durante o decorrer do dia.
Mesmo com tratamento, dificilmente a gestante ficará totalmente livre dos sintomas completamente,
embora o desconforto consiga ser minimizado.
- Hiperêmese: nesse caso a mulher apresenta náusea excessiva e persistente e vômitos em demasia,
presentes em praticamente todos os dias, sendo pouco, ou nada, responsíveis à modificação simples
da dieta ou ao uso de antieméticos.
Os sintomas podem ser muito intensos e levar à perda de peso, desidratação, alcalose por perda de
ácido clorídrico, hipocalemia e cetose, em alguns casos ocorre disfunção hepática transitória.

Exames complementares: são os exames priorizados a cada semestre da gestação.

1° Trimestre
Hemograma
Tipagem sanguínea e fator Rh
Coombs indireto
Glicemia em jejum
Teste rápido de triagem para sífilis ou VDRL
Teste rápido para diagnóstico anti-HIV ou sorologia HIV I e II
Sorologia ara hepatite B (HbsAg)
Toxoplasmose IgM e IgG
Citopatológico de colo de útero
Bacterioscopia de secreção vaginal
Urina tipo I
Urocultura e antibiograma
Parasitológico de fezes

2° Trimestre
Teste de tolerância para glicose
Coombs indireto

3° Trimestre

Hemograma
Coombs indireto
Glicemia em jejum
Teste rápido de triagem para sífilis ou VDRL
Teste rápido para diagnóstico anti-HIV ou sorologia HIV I e II
Sorologia para hebatite B (HbsAg)
Toxoplasmose IgM e IgG
Bacterioscopia de secreção vaginal
Urina tipo I
Urocultura e antibiograma
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Imunizações: vacinas priorizadas para gestante

Intercorrências: descrição de possíveis intercorrências ao curso da gestação, registrar data junto com
a conduta abordada em cada situação.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Exame Físico
- O exame físico da gestante deve ser geral e completo, iniciando-se na primeira consulta de pré-natal,
com ênfase nos aspectos ginecológicos e obstétricos.

- As pacientes devem ser examinadas em busca de alterações no estado geral, no peso, na pressão
arterial, no volume da glândula tireoide, na ausculta cardíaca e pulmonar, na inspeção da pele e na
palpação do abdome.

- De acordo com o Ministério da Saúde (2006), a mulher deve realizar, no mínimo, seis consultas de pré-
natal durante a gestação.

Inspeção Geral
• Avaliar: estado emocional, condições nutricionais

- Sinais Vitais, altura e peso.

- Temperatura: em média 0,5°C maior do que a basal

- Respiração: Atenção, principalmente, para o último trimestre de gestação, pois o crescimento uterino
eleva o diafragma, o que pode levar a um quadro de dispneia.

- Pulso

- Pressão arterial (PA): Deve ser verificada em todas as consultas de pré-natal devido ao risco de quadros
hipertensivos, como hipertensão gestacional, hipertensão crônica e pré-eclâmpsia.

A PA, idealmente, deve estar abaixo de 140/90mmHg.

Caso a PA seja conhecida, a sistólica não pode ultrapassar 30mmHg do normal e a diastólica, 15mmHg.

Hipertensão gestacional: pressão Arterial Sistólica (PAS) ≥ 140 e Pressão Arterial Diastólica
(PAD) ≥ 90 – Surgimento após a 20° semana de gestação e sem proteinúria

Pré-eclâmpsia: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90. Surgimento após a 20ª semana de gestação e COM
PROTEINÚRIA. Além da proteinúria e hipertensão, há edema.

- A eclâmpsia apresenta as mesmas características da pré-eclâmpsia, porém com o


acréscimo de convulsão.

Hipertensão crônica: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 antes da gravidez, anterior a 20ª semana de
gestação e após a 12ª semana de pós-parto.

- Peso e altura: determinar o IMC

Segundo o Ministério da Saúde, o ganho de peso adequado para uma paciente fica no intervalo de 11,5
kg e 16 kg.

OBS.: No primeiro trimestre, por conta de náuseas e vômitos, a grávida pode apresentar uma perda de até
5% do peso – se menor que esse valor, suspeitar de hiperêmese.

No segundo e terceiro trimestre, há ganho de 300-400g por semana.

- Circunferência abdominal: mede aproximadamente 90-92 cm em gestantes a termo e não obesas.


Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

- Face: presença de Cloasma Gravídico


ou Melasma

Pigmentação escura (difusa ou circunscrita) nas


regiões mais expostas ao sol – nariz, região
frontal e zigomática

- Olhos: observação coloração das conjuntivas

A gestante possui uma tendência à anemia,


quadro de hemodiluição por aumento do volume
plasmático conhecido como anemia fisiológica
da gestação, devido à queda do hematócrito e da hemoglobina.

- Boca: avaliar gengivas e dentes

Infecções dentária podem levar à prematuridade e a baixo peso ao nascimento.

- Tireoide: se espera um discreto aumento simétrico da glândula devido a efeitos hormonais (mais evidente
a partir da 20° semana de gestação) - Sempre inspecionar e palpar tireoide.

- Tórax e pulmões: A partir dos aumentos crescentes de progesterona, há um aumento do volume corrente
e da ventilação minuto alveolar, o que pode levar à dispneia e à alcalose respiratória.

Investigar sinais, como tosse e desconforto respiratório para diagnóstico precoce de asma ou embolia
pulmonar.

Exame das mamas


O exame físico das mamas deve seguir a seguinte ordem:

1. Inspeção estática e dinâmica


2. Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares
3. Palpação mamária
4. Expressão papilar

• Inspeção estática
É realizada com o paciente sentado, com os membros superiores dispostos paralelamente ao longo do
tronco, usando avental tipo camisola com abertura na frente.

É observado nessa inspeção: Pele, Forma, Volume, Simetria glandular, Pigmentação da aréola, Aspecto da
papila, Presença de abaulamentos ou de retrações, Circulação Venosa e Presença de sinais flogísticos –
proveniente de uma resposta imunológica (edema e rubor)

A aréola deve ser cuidadosamente examinada, pesquisando eczema (inflamação na pele), dermatite de
contato e doença de Paget, que é um tipo de câncer de mama.

Possíveis achados! O carcinoma inflamatório pode cursar


com edema do tecido subcutâneo, descrito
classicamente como pele de casa de laranja.

A retração da papila, quando recente, é sinal de alerta


para câncer.

Na pele, eventualmente, pode-se observar lesões


vesiculares típicas de infecção viral por herpes-zóster.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

• Inspeção dinâmica
Solicita-se à paciente que eleve os braços acima da cabeça ou que pressione as asas dos ossos ilíacos,
colocando as mãos na cintura e fazendo compressão. – Essas manobras ajudam a visualizar melhor as
retrações e assimetrias, além de possibilitar a avaliação do comprometimento muscula pela neoplasia.

As mamas podem ter variações fisiológicas e patológicas, tendo assimetrias fisiológicas


frequentemente na puberdade, sem significado clínico.

As hipertrofias mamárias podem provocar sintomatologia dolorosa relacionada com modificações


posturais.

• Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares


Os linfonodos são melhor examinados com a paciente sentada de frente para o examinador.

Com a mão espalmada (a mão direita examina o lado esquerdo da paciente e vice-versa), faz-se a
palpação deslizante do oco axilar e de suas proximidades.

As fossas supras e infraclavicular e as axilas são palpadas com as pontas dos dedos.

A presença de linfonodos palpáveis móveis e fibroelásticos não representa sinal de suspeição.

Já linfonodos axilares aumentados, endurecidos, fixo ao plano profundo e coalescentes são indicativos de
metástase de carcinoma de mama, linfomas ou outros tipos de neoplasia malignas.

Palpação dos linfonodos


axilares. A. Paciente
sentada de frente para o
examinado que usa mão
direita para levantar o
braço direito da paciente.
Com a mão esquerda
espalmada, faz-se
palpação deslizante do oco
axilar e nas proximidades

Palpação dos linfonodos


supraclaviculares (A) e
infraclaviculares (B). A
palpação é feita com a
ponta dos dedos.

Palpação Mam
ária
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

• Palpação Mamária
A palpação pode ser executada por meio de duas técnicas: Velpeaux e Boodgood.
A de Velpeaux é realizada utilizando a região palmar dos dedos e a de bloodgood é realizada por meio
das falanges distais, semelhante a tocar piano.
Realiza a palpação com o paciente em decúbito dorsal com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os
braços bem abertos.
A palpação deve ser feita delicadamente, partindo-se da região subareolar e se estendendo até as
regiões paraesternais, infraclaviculares e axilares (prolongamento axilar da mama).
Em um primeiro momento, a palpação deve ser executada como uma leve pressão, a fim de permitir a
detecção de nódulos superficiais, depois com mais vigor para procurar nódulos profundos.
Na presença de nódulo palpável, definir localização, tamanho, consistência (fibroelástica, cística ou
endurecida), superfície (regular, lobulada ou irregular) e aderência a planos superficiais mais profundos.

• Expressão Papilar
Faz-se uma delicada pressão no nível da aréola e da papila, identificando as características da secreção:

Coloração (sero-hemática, citrina, serosa, láctea, esverdeada ou acastanhada).


Ducto único ou múltiplo
Espontânea ou provocada

Pesquisa do ponto de gatilho: digitopressão realizada de forma circular ao redor da aréola, pode auxiliar
na identificação do ducto comprometido.

Geralmente os derrames papilares contendo sangue sero-hemáticos ou cristalinos em água de rocha


levantam a suspeita de neoplasia (papiloma ou carcinoma) e deve ser investigado com biopsia excisional.

A – Expressão papilar
Delicada pressão no nível da
aréola e da papila.

B – Pesquisa do ponto do
gatilho
Digitopressão realizada de
forma circular ao redor da
aréola. Pode auxiliar na
identificação de ducto
comprometido.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Na gravidez, as mamas apresentam inúmeras modificações:

- Proliferação das glândulas

- Aumento do volume

- Edema

- Vasodilatação (rede venosa de Haller)

- Aumento da pigmentação da aréola primária – Sinal de Hunter

- Aparecimento da aréola secundária

- Hipertrofia das glândulas sebáceas do


mamilo (tubérculos de Montgomery)

PROFISSIONAL DEVE INVESTIGAR:

- Mamilos invertidos *cuidados


para amamentação
- Cicatrizes

► Com 8 semanas de gestação:

- Congestão mamária: hipertrofia


- Aréola primária: aréola hiperpigmentada.
- Tubérculos de Montgomery: 12-15 glândulas
mamárias acessórias ou sebáceas hipertrofiadas.

► Com 16 semanas de gestação:

- Colostro: líquido que sai da mama e precede o


leite materno. É possível verificar com a expressão.

- Rede venosa de Haller: aumento da circulação


venosa formando uma rede visível sob a pele
transparente das mamas.

► Com 20 semanas de gestação:

Gestante com mais de 20 semanas de - Sinal de Hunter: desenvolvimento da aréola


gestação: presença de aréola primária, secundária, escurecimento das mamas.
tubérculos de Montgomery, rede
venosa de Haller e Sinal de Hunter.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

Exame Obstétrico
- Gestante em decúbito horizontal

- Sequência do exame: Inspeção


Palpação
Altura uterina (Manobras de Leopold – Zweifel)
Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF)

• Inspeção

- Verificar o formato do abdome: plano, abaulado, ovoide ou globoide.


- Atentar para modificações na pele, como:
Cicatrizes (investigar cirurgia de cesárea anterior)
Melasma ou cloasma
Estrias (rupturas de fibras elásticas, vermelhas quando recentes
e brancas quando tardias).
Linha nigra: escurecimento da linha alba
Edema
Aumento exagerado do volume abdominal (pode indicar:
polidrâmnio, gemelaridade e obesidade)

• Palpação

Na palpação, destacamos os 4 tempos das monobras de Leopold-Zweifel:

1° TEMPO: exploração do fundo uterino – delimitando-o e caracterizando onde os segmentos fetais se


encontram.
Orienta quanto à: situação e apresentação fetal

Palpa-se com as bordas cubitais de ambas as mãos no fundo uterino, delimitando, sem pressionar muito, e
sentindo com a face palmar qual o polo presente no fundo uterino (pélvico ou cefálico).
- Polo pélvico: mais volumoso, esferoide, irregular, mas redutível e sem rechaço.
- Polo cefálico: menor, regular, resistente e irredutível

Pode-se também ver nesse tempo o rechaço, dependendo da quantidade de líquido amniótico (rechaço
é muito mais nítido com o polo cefálico).
Rechaço simples: desloca o polo fetal e ele deixa de ser palpável
Rechaço duplo: desloca o polo fetal e depois ele volta para posição inicial, voltando a ser palpável.

Observação: o feto pode estar em


situação longitudinal (mais comum) ou
transversa.

A situação transversa reduz a medida de


altura uterina, podendo falsear sua
relação com a idade gestacional.

As apresentações, quando o feto está em


situação longitudinal, são a cefálica e a
pélvica.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

2° TEMPO: Exploração do dorso fetal (coluna do feto) para determinar a posição fetal.
Reconhecer com as mãos o lado ocupado pelo dorso do feto (SEGMENTO ENDURECIDO, LISA, REGULAR,
CONVEXO E CONTÍNUA) e o lado onde estão os membros fetais.

A palpação é feita ao deslizar as mãos do fundo uterino em direção ao polo inferior:


PRIMEIRA POSIÇÃO: o feto está em posição esquerda, ou seja, seu dorso está no lado esquerdo materno.
SEGUNDA POSIÇÃO: o dorso fetal está do lado direito materno.
Pode ajudar a identificar o melhor foco de ausculta dos batimentos cardíacos do feto

3° TEMPO: Exploração da mobilidade do polo fetal inferior (altura da apresentação) em relação ao estreito
superior da bacia materna, determinando su apresentação fetal.
Procura-se apreender o polo entre o polegar e o dedo médio, imprimindo-lhe movimentos de lateralidade
que indicam o grau de penetração na bacia.
Quando insinuado, o polo se apresenta fixo, quando móvel, este se encontra alto.

A apresentação fetal pode ser classificada quanto ao polo inferior em cefálica, quando o polo inferior é o
polo cefálico, pélvica, quando o polo inferior é o polo pélvico, e córmica, quando o feto encontra-se em
situação transversal.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

4° TEMPO: Exploração da escava (confirma situação, apresentação e altura)


O examinador de costas para a cabeça da paciente, espalma as mãos sobre as fossas ilíacas e as
desloca e direção ao hipogástrio, paralelamente à arcada crural;
Com as pontas dos dedos, procura penetrar na pelve para averiguar o grau de penetração do polo
apresentado no estreito superior da bacia.

Por meio dessa manobra, pode-se reconhecer a cabeça fetal: ocupa completamente a escava e é um
corpo volumoso, de superfície regular, resistente e irredutível.
Ou perceber o polo pélvico: ocupa parcialmente a escava, é corpo mais volumoso, esferoide, de
superfície irregular, resistente, mas redutível.
Se a escava estiver vazia, sugere a apresentação córmica (transversa).
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

• Medida da altura uterina

Com a mão direita, fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda
superior da sínfise púbica, passando-a entre os dedos indicador e médio da mão esquerda ou pela borda
cubital esquerda, continuar a leitura até que a borda cubital da mão atingir o fundo uterino.

A fita métrica vai medir o arco uterino, que possibilitar calcular a idade da gravidez e acompanhar o
crescimento fetal, assim como suspeitar de gemelidade e do excesso de líquido amniótico (LA), chamado
de polidrâmnio.

1cm = 1 semana, a partir da 20°.

OBS: Quando se tem o fundo uterino abaixo da IG (idade gestacional) – suspeitar primeiro de erro de data
(cálculo da idade gestacional errado), oligodrâmnio ou crescimento intrauterino restrito.

Quando se tem fundo uterino grande para a IG: erro de data ou polidrâmnio ou diabete gestacional (feto
grande para idade gestacional – GIG).

Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos, pode-se usar a altura uterina para
estimar idade gestacional.

12° semana Útero enche a pelve de modo que é


palpável na borda superior da sínfise
púbica; útero se torna abdominal
16° semana ( 3 – 4° mês) O fundo uterino se
encontra entre a sínfise púbica e a
cicatriz umbilical
20° semana O fundo do útero se encontra na
altura da cicatriz umbilical
> 20° semana Existe relação direta entre as
semanas de gestação e a medida
da altura uterina. Esse parâmetro se
torna menos fiel a partir da 30°
semana de IG.
40° semana O útero se encontra ao nível do
apêndice xifoide.

A medida da altura é registrada em um gráfico de


acordo com a idade gestacional.

Valor acima do percentil 90 é anormal – analisar IG


(erros), polidrâmnio, macrossomia fetal, Gemelaridade,
mola hidatiforme, miomatose ou obesidade.
Gabrielle Nogueira – Med 4° período UniFG

• Ausculta Fetal

Os batimentos cardíacos fetais (BCF) podem ser percebidos pela ultrassonografia a partir da 7° e 8° semana
de gestação (se for ultrassom transvaginal pode se verificar até 6 semanas), pelo Sonar-doppler entre 10 e
12 semanas e pelo estetoscópio Pinard por volta da 20° semana.

A frequência cardíaca fetal normal oscila entre 120 e 160 bpm.

A partir da 28 semana, para utilizar o Sonar-Doppler, realizar as manobras de Leopold, principalmente a de


segundo tempo, para que se consiga identificar o dorso fetal.
Diagnóstico de apresentação pela ausculta: o foco máximo de ausculta está mais próximo do polo cefálico.
- Apresentação cefálica: foco máximo de ausculta nos quadrantes inferiores do abdome.
- Apresentação pélvica: foco máximo nos quadrantes superiores
- Apresentação córmica: foco máximo na linha média, junto a cicatriz umbilical.

OBS: escuta na gravidez gemelar: nota-se dois focos, que não são sincrônicos e
possui diferentes características, como frequência.

Ausência de batimentos fetais: indicativo de morte fetal, deve ser confirmada com uso de
Sanar-Doppler ou ultrassonografia – em mulheres obesas é mais difícil se encontrar.

• Exame Urogenital

Durante a inspeção estática do exame ginecológico, a paciente deve estar em posição ginecológica e o
mais confortável possível, respeitando sempre o pudor da gestante.

Sinais que se destacam ao exame do colo uterino: Sinal de Chadwick (EUA) ou Sinal de Jacquemier (Europa):
mucosa hiperpigmentada e tumefeita, de rosada para cianótica, devido à mudança hormonal e
mecânica.

Fora o sinal descrito, deve-se inspecionar o ânus, pesquisando hemorroidas, as quais podem levar à dor e
sangramento.

• Toque Obstétrico

Importante para o diagnóstico da gestação no primeiro trimestre e para determinar a vigência do trabalho
de parto e a amplitude da pelve.

É possível identificar: O apagamento e a dilatação cervical.


A presença ou não da bolsa amniótica, a sua integridade e, eventualmente, a sua ruptura.
A altura da apresentação.
O exame da pelve óssea com a determinação dos diâmetros conjugados.
A confirmação da apresentação.
Diagnóstico da variedade de posição

• Extremidades
Pesquisa de varizes e inspeção de mãos e pernas, pesquisando edema.

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