Ponto de Equilíbrio No Supermercado

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA
CURSO SUPERIOR DE TÉCNOLOGIA EM LOGÍSTICA

DIEGO GUSTAVO MATEUS DOS SANTOS

MARCEL DE BARROS

PONTO DE EQUILÌBRIO DE ESTOQUE EM UM


SUPERMERCADO

LINS/SP
1ºSEMESTRE/2013
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA
CURSO SUPERIOR DE TÉCNOLOGIA EM LOGÍSTICA

DIEGO GUSTAVO MATEUS DOS SANTOS

MARCEL DE BARROS

PONTO DE EQUILÌBRIO DE ESTOQUE EM UM


SUPERMERCADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Tecnologia de Lins para obtenção
do Título de Tecnólogo em Logística.

Orientador: Prof. Me. Euclides Reame Junior.

LINS/SP
1ºSEMESTRE/2013
DIEGO GUSTAVO MATEUS DOS SANTOS
MARCEL DE BARROS

PONTO DE EQUILÍBRIO DE ESTOQUE EM UM SUPERMERCADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Tecnologia de Lins, Prof. Antônio
Seabra como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do título de Tecnólogo em
Logística, sob a orientação do Prof. Me. Euclides
Reame Junior.

_________________________________________
Orientador Prof°. Me. Euclides Reame Junior

_________________________________________
Examinador1

_________________________________________
Examinador2
AGRADECIMENTOS

Nesta oportunidade em que é alcançada uma meta importante na minha vida


profissional, quero expressar meus sinceros agradecimentos a todos que
contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
A Deus por me dar forças para enfrentar os momentos difíceis.
Aos meus pais Carlos e Maria Aparecida, minha avó Maria Aparecida e as
minhas irmãs Emilene e Greice.
A minha esposa Marcela Cristina por me incentivar e estar ao meu lado em
todos os momentos.
Ao professor Me. Euclides Reame Junior pelo apoio e ajuda tão necessária ao
desenvolvimento e realização desse trabalho.
Ao meu parceiro Marcel de Barros e a todos os amigos que fizeram parte
desta trajetória. Aos professores do curso de Logística por me apoiarem agregando
valores e transmitindo conhecimento.

Diego Gustavo Mateus dos Santos

Aproveito o ensejo para agradecer a Deus por me abençoar em mais essa


grandiosa realização.
Aos meus pais Jair de Barros e Célia Regina, os verdadeiros responsáveis
pelo que sou e pelos frutos que colho.
Aos meus irmãos Eduardo Carlos e Diego Bruno, pelo companheirismo e
amizade, exemplos de perseverança e responsabilidade.
A Tatiane Tomikawa Queiroz, Letícia Queiroz Buranello e Carolina Queiroz
Buranello, minhas fontes inspiradoras.
Ao professor Me. Euclides Reame Junior pela paciência, confiança e
dedicação depositada em nós.
E em especial ao meu companheiro de trabalho Diego Gustavo Mateus dos
Santos.
Marcel de Barros
RESUMO

O setor varejista brasileiro a partir do final do século XX vem sofrendo


mudanças em seu perfil geral. O avanço das grandes redes (Makro, Wal Mart, Extra
e Carrefour) rumo ao interior do país tem trazido novos desafios e forçado os micro e
pequenos empresários a desenvolverem estratégias que possibilitem a melhora de
seu desempenho junto aos consumidores. Tais estratégias estão relacionadas com
o fortalecimento dos controles internos como: custos, financeiro e estoque. Outro
elemento que contribui é a logística, se bem incorporada, oferece diferenciais
competitivos, visto que suas funções estão diretamente relacionadas à eficiência das
operações e aos serviços ofertados aos clientes. Neste aspecto percebe-se que as
falhas ocasionadas por falta de conhecimento, informação e ingerência estão entre
as maiores dificuldades enfrentadas pelos micros e pequenos varejistas. Equilibrar e
alocar os custos corretamente, definir a margem de contribuição e gerenciar o
volume de produtos no estoque, são tarefas, embora importantes, inexistentes em
algumas empresas. Diante desta problemática descrita, apresenta-se este trabalho
de pesquisa que é justificado pelo interesse dos autores em compreender a
abrangência do assunto e entender na prática o cálculo do ponto de equilíbrio em
um supermercado. O estudo de caso do ponto de equilíbrio de estoque em um
supermercado será no setor de bebidas fermentadas (cervejas, independente da
marca). O objetivo geral do trabalho é pesquisar a visão atual relacionada ao tema,
descrever e compreender a aplicação eficiente do cálculo do ponto de equilíbrio de
estoque, demonstrar suas vantagens e apresentar os resultados, bem como futuras
sugestões de um modelo eficiente de mensuração. No decorrer da pesquisa, foi
constatada uma dificuldade significativa para aplicação prática do ponto de equilíbrio
por parte da empresa estudada. A gestão de estoque é bastante empírica e apoiada
principalmente na experiência do gestor de compras, desta forma o equilíbrio entre
oferta e demanda não determina a simetria entre despesa e receita.

Palavras-chave: ponto de equilíbrio do estoque, varejista, logística.


ABSTRACT
The Brazilian retail sector from the late twentieth century has undergone changes in
its overall profile. The advancement of large networks (Makro, Wal Mart, Carrefour
and Extra) toward the interior of the country has brought new challenges and forced
the micro and small entrepreneurs to develop strategies that enable the improvement
of their performance with consumers. Such strategies are related to the
strengthening of internal controls such as costs, financial and stock. Another
contributing factor is the logistics, well built, offers competitive advantages, since
their functions are directly related to the efficiency of operations and the services
offered to customers. In this respect it is clear that failures caused by lack of
knowledge, information and interference are among the major difficulties faced by
micro and small retailers. Balance and allocate costs correctly define the contribution
margin and manage the volume of products in stock, are tasks, while important,
nonexistent in some companies. Faced with this problem described presents this
research that is justified in the interest of the authors in understanding the scope of
the subject and understand the practical calculation of the equilibrium point in a
supermarket. The study of the equilibrium point will be the industry of fermented
beverages (beers, regardless of brand). The general objective of the study is to
research the current view related to the topic, describe and understand the efficient
calculation of the equilibrium point of stock, demonstrating its advantages and
present the results as well as further suggestions of an efficient model of
measurement. During the research, we observed a significant difficulty for practical
application of the equilibrium point for the company studied. The inventory
management is quite empirical and supported mainly on the experience of
purchasing manager, so the balance between supply and demand do not determine
the symmetry between expenditure and revenue.

Keywords: break-even stock, retail, logistics.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1: Mini mercado ................................................................................ 22


Figura 2.2: Loja de conveniência .................................................................... 22
Figura 2.3: Supermercado compacto .............................................................. 23
Figura 2.4: Supermercado convencional ........................................................ 23
Figura 2.5: Super loja...................................................................................... 24
Figura 2.6: Hipermercado ............................................................................... 24
Figura 2.7:Representação gráfica do Ponto de Equilíbrio............................... 28
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Ranking ABRAS do ano de 2011. ........................................................ 25


Tabela 3.1 – Planilha de Avaliação de Estoque da Cerveja A, na Empresa estudada.
(PEPS) maio/x1 ......................................................................................................... 33
Tabela 3.2 – Despesas de Aquisição de Mercadorias .............................................. 34
Tabela 3.3 – Despesas de Comissão Sobre Vendas ................................................ 34
Tabela 3.4 – Consumo de Energia Elétrica ............................................................... 34
Tabela 3.5 – Despesa com Aluguel do Prédio .......................................................... 34
Tabela 3.6 – Rateio do Consumo de Energia Elétrica para cerveja A por m² ........... 35
Tabela 3.7 – Rateio de Aluguel do Prédio para Cerveja A por m² ............................. 35
Tabela 3.8 – DRE Considerando o Ponto de Equilíbrio .......................................... 356
LISTAS DE QUADROS

Quadro 1.1: Percepção da importância da logística para criação de vantagem


competitiva. ............................................................................................................... 18
Quadro 2.1: Tipos de Varejistas ................................................................................ 21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados


AMA - American Marketing Association
ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil
APAS - Associação Paulista de Supermercado
ASLOG - Associação Brasileira de Logística
CF- Custo Fixo
CHECK OUT - Caixa de supermercado
CNT – Confederação Nacional de Trasporte
CV- Custos Variáveis
DF- Despesa Fixa
DV-Despesas Variáveis
ICMS – Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual
IMAM - Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Avançada
MC - Margem de Contribuição
PE – Ponto de Equilíbrio
PEPS - Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair
VB- Vendas Brutas
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
LISTA DE SIMBOLOS

M²-Metro quadrado
M³-Metro cúbico
%-Porcentagem
R$-Reais
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
1 CONTEXTUALIZAÇÕES SOBRE A LOGÍSTICA ................................................. 14
1.1. Historico e evolução.......................................................................................... 14
1.2. Objetivo ............................................................................................................. 15
1.3. Surgimento e o panorama atual no brasil ......................................................... 16
1.4. Papel estratégico da logistica ........................................................................... 18
2 VAREJO ................................................................................................................ 19
2.1. Conceito ............................................................................................................ 19
2.2. A função ............................................................................................................ 19
2.3. Tipos institucionais............................................................................................ 20
2.4. Tipos supermercadistas ................................................................................... 20
2.5. A importancia do varejo supermercadista para economia brasileira ................. 25
2.6. Gestão de estoques para o varejo supermercadista......................................... 26
2.7. Ponto de equilibrio ............................................................................................ 27
3. ESTUDO DE CASO EM UM SUPERMERCADO.................................................. 30
3.1. Caracterização da empresa .............................................................................. 30
3.2. Estrutura organizacional ................................................................................... 30
3.3. Departamentos ................................................................................................. 31
3.4. Gestão estratégica ............................................................................................ 31
3.5. Tecnologia ........................................................................................................ 31
3.6. Politica de estoque............................................................................................ 32
3.7. Calculo do ponto de equilibrio ........................................................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38
12

INTRODUÇÃO

O setor varejista brasileiro é um dos balizadores da economia. A partir do final


do século XX, ele vem sofrendo mudanças em seu perfil geral. O avanço das
grandes redes (Makro, Wal Mart, Extra e Carrefour) rumo ao interior do país tem
trazido novos desafios e forçado os micro e pequenos empresários a desenvolverem
estratégias que possibilitem a melhora de seu desempenho junto aos consumidores.
Tais estratégias estão relacionadas com o fortalecimento dos controles
internos como: custos, financeiro e estoque, por exemplo. Aspectos como esse são
importantes para geração de informação e embasamento da tomada de decisão. Se
bem aplicadas e gerenciadas ao longo do ciclo operacional, elas contribuem para
um resultado financeiro adequado, permeando assim o equilíbrio entre as receitas e
despesas. Outro elemento que contribui para o fortalecimento do segmento dos
micro e pequenos empresários é a logística. Se bem incorporada, oferece
diferenciais competitivos, visto que, suas funções estão diretamente relacionadas à
eficiência das operações e aos serviços ofertados aos clientes. “Para otimizar o
resultado econômico com ações tomadas em logística é imprescindível um nível de
serviços que ajude a potencializar as receitas [...]”. (Faria; Costa, 2007, p.45).
Porém, é percebido nesse segmento que as falhas ocasionadas por falta de
conhecimento, informação e ingerência estão entre as maiores dificuldades
enfrentadas pelos micros e pequenos varejistas. Diante disso, equilibrar e alocar os
custos corretamente, definir a margem de contribuição e gerenciar o volume de
produtos no estoque, são tarefas, embora importantes, inexistentes nessas
empresas.
Apresenta-se este trabalho de pesquisa com o propósito de compreender a
abrangência do assunto e entender na prática o cálculo do ponto de equilíbrio em
um supermercado. De forma mais objetiva, o estudo do ponto de equilíbrio será no
setor de bebidas fermentadas (cervejas, independente da marca)
O objetivo geral é pesquisar a visão atual relacionada ao tema dentro do
segmento de varejo com foco nos supermercados.
O objetivo específico é descrever e compreender a aplicação eficiente do
cálculo do ponto de equilíbrio de estoque em um supermercado. Demonstrar suas
13

vantagens e apresentar os resultados, bem como futuras sugestões de um modelo


eficiente de mensuração.
A metodologia deste trabalho é um estudo de caso único, utilizando a revisão
bibliográfica para elucidar o conceito através da visão dos principais autores da área
como: Ballou, Parente entre outros.
As fontes da pesquisa basicamente são formadas por livros e artigos
publicados em sítios eletrônicos além de revistas especializadas de forma a
completar assuntos pontuais. No decorrer da pesquisa, os autores constataram uma
dificuldade significativa para aplicação prática do ponto de equilíbrio por parte da
empresa estudada.
O trabalho está estruturado em 3 capítulos e considerações finais. O capítulo
1 descreve logística empresarial. O capítulo 2 descreve a contextualização do
varejo. O capítulo 3 apresenta o estudo de caso. Por fim são feitas as considerações
finais.
14

1 CONTEXTUALIZAÇÕES SOBRE A LOGÍSTICA

Este capítulo descreve o ciclo evolutivo da logística em nível mundial bem


como, seu objetivo e surgimento e o panorama atual no Brasil

1.1. HISTORICO E EVOLUÇÃO

Segundo CHRISTOPHER, (2009) as primeiras experiências relacionadas à


logística são oriundas das guerras. Na história militar existem inúmeras experiências
que podem ser associadas às forças e capacidades da logística, ou pela falta delas.
De acordo com Faria e Costa (2007), na construção das pirâmides e outras obras
majestosas foram realizadas, também muitas atividades relacionadas à logística.
“No âmbito corporativo, tradicionalmente, a logística sempre foi vista como um
conjunto de atividades operacionais, gerenciadas de forma fragmentada por
gerentes de baixo nível hierárquico”. (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2009, p. 49)
Com o desenvolvimento das atividades comerciais e industriais o ambiente da
logística foi ganhando projeção dentro do universo corporativo. Nesta nova
disposição, os autores Figueiredo, Fleury e Wanke (2009) compreenderam que a
disponibilização dos produtos, ao menor custo possível, no momento e no local
adequado de forma que seus clientes possam consumir seus produtos satisfazendo,
assim, suas necessidades e desejos passou a compor a estratégia da empresa e
frequentar a alta administração executiva. Seguindo a mesma linha de pensamento
dos autores citados anteriormente, CHRISTOPHER (2009) reforça que a partir das
últimas décadas (1.990/2.000 e 2.001/2.010), as organizações começaram a
observar o impacto que o gerenciamento logístico pode causar na obtenção de
vantagem competitiva perante aos concorrentes dentro do comércio internacional.
O crescimento do comércio internacional é um fator pontual para que assim a
logística empresarial tenha um papel fundamental. Pois é essa área que vai
abastecer toda a movimentação e transporte de produtos entre outras atividades.
Neste contexto, este trabalho descreve a partir da seção 1.2 o objetivo da logística.
15

1.2. OBJETIVO

Segundo BALLOU (2002) a logística empresarial trata da movimentação e


armazenamento de produtos desde sua aquisição até o destino final, com o
propósito de prover serviços adequados aos clientes com menor custo.

A logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-


relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem.
Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a
movimentação e o transporte de um modo geral, a estocagem em trânsito e
todo o transporte necessário, a recepção, o acondicionamento e a
manipulação final, isto é, até o local de utilização do produto pelo cliente.
(MOURA, 1998, p.51):

Na ótica de Martins e, ALT, (2010, p.326): “[...] A logística é responsável pelo


planejamento, operação e controle de todo fluxo de mercadorias e informação,
desde a fonte fornecedora até o consumidor [...]”.
Martins e, Alt, (2010, p.326) também define: “[...] A gestão do fluxo de
materiais, serviços e informações, desde o fornecedor inicial até o consumidor final,
constitui a essência da logística [...]”.
Tanto o desenvolvimento acadêmico quanto o profissional da logística
alcançam projeções concretas, onde novos projetos e processos estão sendo
desenvolvidos em quase todos os países do mundo. O Brasil apresenta um enorme
potencial para o desenvolvimento de todas as atividades logísticas. A sua dimensão
territorial continental proporciona vários desafios. A próxima seção descreve um
panorama sobre a logística no Brasil.
16

1.3. SURGIMENTO E O PANORAMA ATUAL NO BRASIL

Martins e Alt, (2010, p.325) menciona: “[...] No Brasil, a logística apareceu nos
anos 1970, por meio de seus aspectos: a distribuição física, tanto interna quanto
externa [...]”.
O conceito de logística como forma de obtenção de vantagem competitiva se
difundiu e se transformou a partir da década de 80 com a fundação de associações
como: a ASLOG (Associação Brasileira de Logística) e o IMAM (Instituto de
Movimentação e Armazenagem de Materiais). (SANTOS, 2007)

Nos últimos anos, a logística no Brasil passou por profundas


transformações em direção a maior sofisticação. Essas transformações são
evidenciadas em diferentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura
organizacional, às atividades operacionais, ao relacionamento com os
clientes, ou ás questões financeiras. (FIGUEIREDO, FLEURY, WALKE,
2009, p. 48)

O estágio atual iniciado no inicio dos anos 80 perdurando até os diais atuais,
caracterizou a logística pela importante função da integração dos diferentes elos da
cadeia de suprimentos. A um grande esforço para que a logística gere sinergia entre
as áreas da empresa e conduza a um objetivo comum, visando ocupar posição de
destaque perante o mercado. (FARIA; COSTA, 2007)
A logística brasileira avança em todas as áreas e um grande exemplo desse
crescimento é o desenvolvimento expressivo dos modais, que são os modos
existentes para-se transportar mercadorias: modal ferroviário, rodoviário, hidroviário,
aeroviário e o dutoviário.
No Brasil, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT
,(2011) o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de
grandes tonelagens de produtos homogêneos como: o minério de ferro, carvão
mineral, derivados de petróleo e cereais em grão. Atualmente, o Sistema Ferroviário
Brasileiro totaliza 30.051 km de extensão, distribuído pelas regiões Sul, Sudeste e
Nordeste, atendendo parte do Centro-Oeste e Norte do país.
17

O modal rodoviário é o mais representativo no Brasil, atingindo praticamente


todos os pontos do território nacional. O modal rodoviário possibilita a integração do
transporte e adequação aos tempos pedidos, assim como frequência e
disponibilidade dos serviços. É o principal meio de escoamento da produção e
deslocamento de pessoas no Brasil. Confederação Nacional do Transporte – CNT,
(2012)
Segundo o MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E
COMÉRCIO EXTERIOR, (2013) o modal hidroviário é utilizado para o transporte de
granéis como: areia, carvão, cereais e bens de alto valor em contêineres. A
capacidade de transportar mercadoria volumosa e pesada e o fato dos custos de
perdas e danos a serem considerados baixos comparados com outros modais fazem
o hidroviário ser o modal que apresenta o melhor custo benefício. Atualmente o
transporte hidroviário no cenário interno brasileiro é pequeno mesmo com seu
potencial imenso diante da grande quantidade de rios navegáveis no país. Em
contrapartida o modal responde por mais de 90% do transporte internacional.
O modal aeroviário caracteriza-se pela agilidade e segurança na entrega, por
isso é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto custo e perecíveis.
Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC (2013), o Brasil tem
mais de 4.000 aeroportos e aeródromos, que são locais de pouso e decolagem sem
terminais de passageiros, sendo, que 2.532 são mistos, ou seja, para transporte de
cargas e pessoas, desses 720 públicos e 1.812 particulares. Comparando com os
registros da Organização Internacional da Aviação Civil, isso significa o segundo
maior número de aeroportos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm
16.507 locais para pouso e decolagem de aeronaves.
O modal dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão
mecânica, através de dutos para o transporte. É uma forma de transporte menos
poluente, constante e relativamente com baixo custo.
De acordo com o IPEA, (2013) no Brasil o transporte feito através do modal
dutoviário é especificamente o de líquidos, gases e minérios transportados em
enormes quantidades volumétricas. A movimentação via dutos é bastante lenta,
sendo contra balanceada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete
dias por semana. Seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra
de grande importância e é, portanto, o segundo modal com mais baixo custo, ficando
18

atrás apenas do modo de transporte hidroviário que tem menor custo de


implementação.

1.4. PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGISTICA

De fato as empresas brasileiras evoluíram e amadureceram a ideia de


logística em sua posição estratégica. Existe uma clara percepção nas empresas de
que a logística representa um papel estratégico [...] e sustentabilidade.
(FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE ,2009, p. 54).
A difusão da logística como parte integrante de estratégia de uma empresa é
evidenciada no quadro 1.1. Nele pode ser evidenciado que um bom gerenciamento e
estrutura das atividades logísticas em uma organização proporcional vantagem
competitiva e valor agregado. Percebe-se que as organizações de bens de consumo
duráveis e semiduráveis são as que demonstram maior percentual de concordância.

Quadro 1.1: Percepção da importância da logística para criação de vantagem


competitiva.

Percentual das respostas


Concordo Concordo Discordo
parcialmente
Bens de consumo duráveis 97% 3% 0%
e semiduráveis
Bens de consumo não 96% 4% 0%
duráveis
Insumos industriais e 92% 5% 3%
produtos intermediários
Fonte: FIGUEIREDO; FLEURY, WANKE, 2009, p. 54

O capítulo seguinte descreve os conceitos e características do varejo e sua


posição dentro do cenário logístico brasileiro.
19

2 VAREJO

Este capítulo descreve o conceito, a evolução, e os tipos do varejo brasileiro

2.1. CONCEITO

“A American Marketing Association ‘define varejo como uma unidade de


negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores
e vende diretamente a consumidores finais’ [...]”. (LAS CASAS apud AMA 2010,
p.320)
No Brasil os primeiros varejistas de que se tem conhecimento foram os
1
tropeiros, considerados o “peddler” nacional. Portanto, caracterizando o tropeiro
como uma figura mercantilista, há evidências [...]. (LAS CASAS, 2010, p. 320)

2.2. A FUNÇÃO

Cabe ao varejista manter o estoque dos produtos que comercializa,


oferecendo variedade aos seus consumidores. Ao mesmo tempo, ele presta um
serviço aos fabricantes, ao distribuir os seus produtos. As grandes redes de
hipermercados (Carrefour, Extra etc.) chegam a trabalhar com uma parcela
expressiva de itens diferentes. Outras lojas podem ser reconhecidas pelos
consumidores pela especialização em uma determinada variedade de produtos
(lojas com linha de produtos infantis, calçados masculinos, femininos etc).
Além de vender pequenas quantidades ao consumidor final, o varejista
agrega valor ao produto ou serviço que comercializa. Isto pode ser verificado em um

1
A palavra peddler tem como significado; Vendedor ambulante geralmente viajou a pé, carregando
suas mercadorias, ou por meio de uma pessoa ou animal- carrinho ou carroça(fazendo o mascate
um vendedor ambulante).
20

atendimento diferenciado, orientando e esclarecendo os clientes sobre as


funcionalidades de determinado tipo de produto que será escolhido para a compra.
Além da forma de exposição das mercadorias em gôndolas ou araras.
O varejista também pode exercer a importante função de coletar informações
sobre o mercado consumidor. Essas informações são úteis para orientar decisões
do próprio varejista e de seus fornecedores.

2.3. TIPOS INSTITUCIONAIS

Conforme Dias (2003) os tipos de varejo institucionais, ou seja, independente


de sua área de atuação, apresentam-se com a seguinte classificação:
Varejo com loja: alimentos, mercadorias em geral e serviços.
Varejo sem loja: convencional (televendas, máquinas de venda, vendas pela
televisão, mala direta, catálogo) e eletrônico (internet).
Especificamente, para este trabalho de pesquisa, o objeto de estudo é o
varejo com loja, considerando o setor supermercadista em geral e que engloba os
minimercados, mercados, supermercados, hipermercados, as superlojas e de
conveniências, que podem ser incluídos nas categorias de alimentos e mercadorias
em geral.

2.4. TIPOS SUPERMERCADISTAS

De acordo com Parente (2000), o quadro 2.1 descreve os principais tipos do


comércio varejista no Brasil.
21

Quadro 2.1: Tipos de Varejistas.


Tipos Característica

Esse tipo de varejo está localizado nos bairros, atinge


principalmente a classe baixa. Apresentam uma linha de
Minimercado produtos de mercearia e com apenas um check out, esse tipo de
varejo chega a representar mais de 10% dos gastos em varejo
de alimento no Brasil.

As lojas de conveniência, muitas vezes localizados em postos de


Lojas de gasolina, enfrentam dois fortes concorrentes que limitam sua
expansão: de um lado, os super e hipermercados que passam
conveniência há funcionar 24 horas e, do outro, uma maior variedade de
padarias cada vez mais bem equipadas.

Supermercados Sistema de autosserviço, as mercadorias ficam em lugares


acessíveis ao cliente e suas vendas são registradas nos caixas
compactos na saída da loja, geralmente entre dois a seis caixas.

Supermercados Porte médio são lojas de alimentos com variedade de produtos


diversificada. Normalmente os supermercados administram um
convencionais grande número de lojas.
Com áreas com cerca de 4 mil m² e 30 checkouts, são lojas
composta por perecíveis, alimentos e não alimentos, têxteis e
Superlojas eletrônicos. O Brasil conta com cerca de 400 superlojas de
alimentos, que representam 14% das vendas do varejo de
alimentos.

Possui um sistema de autosserviço com áreas de cerca de 10


mil m², com um mix de 50 mil itens de alimentos e não alimentos.
Oferecem uma variedade muito grande de produtos que vão
desde os alimentos até produtos eletrônicos, o que facilita a vida
do cliente que faz suas compras em um mesmo lugar. O que
Hipermercados diferencia o Super do Hiper é a grande variedade de produtos e
uma área física bem mais ampla. Com mais de 100 lojas no
Brasil e com participação de 14% das vendas do varejo de
alimento, o mesmo se destaca na grande São Paulo que
representa em (1998 e 1999) 39% das vendas. Por outro lado no
interior de São Paulo e na região do Nordeste a participação dos
Hiper cai para 6%.

Fonte: Elaborado pelos autores (2013), adaptado de Parente, 2000, p.34.

“Os hipermercados são os preferidos para muitos consumidores, e as grandes


redes passaram a atuar em várias cidades brasileiras. Muitas delas resolveram
procurar cidades menores para abertura de supermercados [...]”. (LAS CASAS, p.
321)
22

Figura 2.1: Mini mercado


Fonte: Cidade Rio de janeiro, 2012.

Figura 2.2: Loja de conveniência


Fonte: Toth, 2012.
23

Figura 2.3: Supermercado compacto


Fonte: Yuki Matsumoto, 2009.

Figura 2.4: Supermercado convencional


Fonte: Toth, 2013.
24

Figura 2.5: Super loja


Fonte: www.uol.com.br, 2009.

Figura 2.6: Hipermercado


Fonte: Jornale, 2009.
25

2.5. A IMPORTÂNCIA DO VAREJO SUPERMERCADISTA PARA ECONOMIA


BRASILEIRA

A Associação Brasileira de Supermercados-ABRAS, (2011) entidade


constituída por lideranças nacionais e regionais do setor, publica periodicamente um
estudo sobre a evolução do setor supermercadista brasileiro.
Nesta publicação, importantes redes declararam seus números pela primeira
vez, o que dá ainda mais subsídios para a compreensão da representatividade do
setor para o país.
De acordo com a publicação mais recente – ABRAS, (2011), referente ao ano
de 2010 (tabela 2.1), as 500 maiores empresas apresentaram seu faturamento
aproximado de R$ 150 bilhões e 613.000 pessoas empregadas diretamente. Sendo
que as 20 maiores apresentaram um faturamento bruto aproximado de R$ 116
bilhões.

Tabela 2.1–Ranking ABRAS do ano de 2011.


Faturamento bruto em Var. %
Razão – Social Sede
2010 (R$) (2010/2009)
Companhia brasileira de distribuição SP 36.144.367.885 37,83
Carrefour com e ind. Ltda SP 29.000.238.060 13,18
Wal-mart Brasil ltda SP 22.334.035. 926 13,22
GBARBOSA Comercial ltda** SE 3.501.144.537 40,54
Companhia Zaffari comércio e indústria RS 2.490.000.000 18,01
Total das 5 maiores 93.469.786.408 22,71
Prezunic comercial ltda RJ 2.449.062.240 16,52
DMA distribuição s/a MG 1.930.324.594 7,45
Irmãos Mulffato& Cia ltda PR 1.926.056.000 12,48
A Angelioniltda SC 1.813.045.218 19,30
Condor super Center ltda PR 1.728.699.479 20,20
Total das 10 maiores 103.316.973.939 20,97
Sonda supermerc. Export. E import. SP 1.577.366.074 19,55
Supermercado BH com de alim. ltda MG 1.542.204.078 31,51
Coop – cooperativa de consumo SP 1.522.238.568 11,80
Y. Yamada s/a – Comércio e Industria PA 1.508.436.252 14,62
SDB Comércio de Alimentos ltda*** SP 1.345.140.000
Líder Supermercados e Magazine ltda PA 1.289.628.432 10,09
Savegnago- Supermercados Ltda SP 993.094.717 11,97
Supermercado Zona sul s/a RJ 965.550.024 13,12
Carvalho e Fernandes ltda PI 949.108.002 3,96
Giassi& Cia. Ltda SC 789.281.447 19,51
Total 20 maiores 115.799.021.533 20,01
Fonte: Adaptado de ABRAS/NIELSEN, (2011).
26

Um dos fatores que contribuem ao setor supermercadista ter um desempenho


financeiro estável é uma boa gestão dos estoques. A próxima seção aborda esse
aspecto.

2.6. GESTÃO DE ESTOQUES PARA O VAREJO SUPERMERCADISTA

Os varejistas supermercadistas precisam considerar o nível de estoque a ser


mantido e quando se devem fazer novos pedidos para evitar que falte mercadoria. A
má administração pode causar muitos problemas. Se o estoque é baixo para atender
a determinada demanda, há uma perda de oportunidade de venda. Por outro lado,
se há excesso de estoques, a empresa aumenta seus custos. Por esse motivo, é
necessário fazer uma boa administração de estoques, para que reflita uma
quantidade adequada e mantenha o equilíbrio entre produção e demanda.

Os estoques têm a função de reguladores do fluxo de negócios. Como a


velocidade que as mercadorias são recebidas – unidades recebidas por
unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade com
que são utilizadas – unidades consumidas por unidade de tempo ou saídas
-, há a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor.
(MARTINS; ALT, 2010, p.168).

A função da gestão de estoques vai além da manutenção e abastecimento


dos estoques de produtos para comercialização, pois é necessário equilibrar o
capital investido em estoque com a demanda de mercadorias, já que, o custo para
mantê-lo aumenta continuamente principalmente pela pressão dos custos
financeiros.
É preciso, portanto, estabelecer uma diretriz oficial sobre a gestão de
estoques; isto é determinar os níveis desejados de estoques de segurança (mínimos
e máximos); dos níveis de reposição dos estoques ou dos intervalos das reposições.
Esses parâmetros são determinados pelo prazo de entrega do fornecedor e da
natureza da mercadoria. Valer-se de indicadores de desempenho, como o ponto de
equilíbrio são aspectos fundamentais para o bom ciclo operacional dos negócios.
27

BALLOU (2002, p. 61) ressalta que: “a boa administração de materiais


significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências da
operação”.
Aperfeiçoar a previsão de demanda, utilizando sistematicamente um conjunto
de métodos: regressão, correlação e sondagens de mercado. Multiplicar os controles
de estoque e os inventários físicos. Realizar inventários aleatórios.
Neste trabalho é descrito o ponto de equilíbrio para um supermercado.

2.7. PONTO DE EQUILIBRIO

O ponto de equilíbrio visa determinar a quantidade mínima de produtos que


devem ser produzidas e vendidas para que o resultado da empresa seja nulo, ou
seja, sem lucro ou prejuízo.

O ponto de equilíbrio determina a quantidade de produtos que deve ser


vendida para gerar lucro, pois define um número mínimo; a partir dali a
empresa terá lucro; abaixo desse valor a empresa terá prejuízo. Os
profissionais de marketing devem calcular o ponto de equilíbrio para
diferentes preços. Além do ponto de equilíbrio, a empresa deve estar atenta
aos preços dos concorrentes, pois alguma alteração no preço pode causar
redução nas vendas dos produtos. As empresas, de maneira geral, devem
evitar entrar na “guerra de preços”, pois ela tende a corroer margens
importantes do lucro das empresas. Para isso é importante que a empresa
trabalhe, visando agregar valor ao seu produto. Os produtos com valor
agregado têm mais fidelidade dos seus consumidores que não compram
apenas pelo preço, mas principalmente pelo valor agregado que eles
oferecem. (Las Casas, 2010, p.372)

A figura 2.7 demonstra graficamente o ponto de equilíbrio em relação as


despesas, receitas, volume de atividade e custos.
28

Figura 2.7:Representação gráfica do Ponto de Equilíbrio


Fonte: MARTINS, 2006, p. 258.

Para se calcular o ponto de equilíbrio de um produto é necessário saber o


valor dos custos e despesas fixas, bem como a margem de contribuição.

Custo fixo é o dispêndio vinculado diretamente ao produto que persiste


independente da quantidade vendida, exemplo: mão-de-obra.
Despesa fixa é o dispêndio não vinculado diretamente ao produto que persiste
independente da quantidade vendida, exemplo: aluguel.
Margem de contribuição compreende a parcela que cada produto vendido
contribui para cobrir os gastos fixos da empresa. Para se chegar a esse valor é
preciso aplicar a formula:
29

Vendas brutas é o valor da soma de todas as vendas de um produto,


incluindo impostos, devoluções e demais descontos.
Custo variável é o inverso do custo fixo, ou seja, o dispêndio vinculado
diretamente ao produto, mas que varia conforme volume produzido.
A margem de contribuição é utilizada pela administração como parâmetro
para priorização de seus esforços.
Despesa variável é semelhante à despesa fixa, não está diretamente ligada
ao produto, mas diferentemente da despesa fixa, varia proporcionalmente a venda
dos produtos, pois geralmente incidem percentualmente sobre o preço dos produtos.
30

3. ESTUDO DE CASO EM UM SUPERMERCADO

Neste capítulo será apresentado o estudo de caso em si, a características da


empresa e do produto escolhido para aplicação dos cálculos do ponto de equilíbrio.
Ressalta-se a enorme dificuldade na mensuração e alocação das despesas fixas
como energia elétrica e mão-de-obra indireta, por exemplo, pela dificuldade em se
estabelecer parâmetros de consumo, já que a empresa dispõe de limitados controles
desses gastos.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa estudada tem como atividade principal o varejo supermercadista.


Está localizada no interior de São Paulo, mais precisamente na região noroeste do
estado. Atualmente possui 320 m² de área de vendas, três chekouts, 16
colaboradores e mais de 7000 itens disponíveis aos clientes.

3.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A delimitação dos cargos é de extrema importância para todas as empresas


para que haja um bom funcionamento da organização, entendimento dos
colaboradores, definir responsabilidades, possibilita melhorar a tomada de decisões
estratégicas para crescimento e manutenção da organização e define a hierarquia
dentro da empresa.
A EMPRESA ESTUDADA possui uma estrutura organizacional defina
conforme a descrição dos cargos a seguir:
31

Figura 3.1: Organograma Funcional


Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.

3.3. DEPARTAMENTOS

A empresa estudada apresenta um mix de produtos variados com mais de


7.000 itens. Para administrá-los e ofertar os melhores produtos e serviços aos
clientes.

3.4. GESTÃO ESTRATÉGICA

A gestão estratégica da empresa, na busca da fidelização dos clientes, está


no contínuo aperfeiçoamento da prestação de serviços. Este aperfeiçoamento é
verificado através de sua política agressiva de treinamentos, investimento em
tecnologia e parcerias.
Em relação às parcerias a empresa mantém vínculo com a Associação
Paulista de Supermercados APAS. A associação fornece assessoria jurídico-
contábil, palestras e seminários com profissionais gabaritados no setor varejista.

3.5. TECNOLOGIA

A empresa estudada acompanha os avanços dessa área no setor varejista. Seu


32

ultimo investimento foi o licenciamento de softwares operacionais que permitem um


melhor desempenho das operações da loja como: registro de vendas e emissão de
documentos fiscais, e dos controles administrativos como: controle de estoques,
ajustes de preço e contas a pagar e receber.

3.6. POLITICA DE ESTOQUE

Segundo DIAS (2009, p. 10) “A definição dessas políticas é muito importante


para o bom funcionamento da administração de estoques”.
A empresa estudada trabalha com diversos fornecedores, que apresentam
prazos de entrega diferentes o que dificulta o planejamento e acomodação dos
produtos. A política de estoque obedece ao critério da curva ABC onde os itens de
prioridade A e B são os de maior volume nos estoques.
Atualmente a forma de reposição adotada é a de estoque mínimo de
unidades, igual à venda média mensal. O consumo das mercadorias pela área de
venda segue o conceito do método Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair – PEPS (em
inglês FIFO, first in, first out)

3.7. CALCULO DO PONTO DE EQUILIBRIO

Em seu portfólio de negócios, a Empresa estudada tem como destaque o


comércio de cervejas populares. Por ser uma operação de destaque na referida
empresa, esse item foi selecionado para ser estudado e sua avaliação de estoque
no modelo Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair – PEPS (em inglês FIFO, first in, first
out), será demonstrada a seguir neste breve estudo de caso.
Aqui será observado o estudo de uma das diversas marcas de cervejas
comercializadas no estabelecimento. Ela será denominada neste capítulo por
Cerveja A.
33

Figura 3.2: Estoque de cerveja


Fonte: PDV ativo, 2013.

Ao longo do período, maio/x1, a Empresa estudada apresentou as seguintes


movimentações de estoque que foram demonstrados através da tabela 3.1 abaixo:

Tabela 3.1–Planilha de Avaliação de Estoque da Cerveja A, na Empresa estudada.


(PEPS) maio/x1
Planilha de Avaliação de Estoque
Entrada Saída Saldo
Data Volume Valor Total Volume Valor Total Volume Valor Total
Unit. Unit. Unit.
06/05 500 2,00 1.000,00 500 2,00 1.000,00
15/05 420 2,00 840,00 80 2,00 160,00
17/05 300 2,20 660,00 80 2,00 850,00
300 2,20 660,00
24/05 80 2,00 160,00 100 2,20 220,00
200 2,20 440,00
27/05 500 2,00 1.000,00 100 2,20 220,00
500 2,00 1.000,00
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

As vendas brutas da empresa estudada no período maio/x1 somou700


unidades da cerveja (A) a um valor unitário de R$ 2,15 totalizando R$ 1505,00.
A Empresa estudada apresentou as seguintes despesas variáveis
demonstradas pela tabela 3.2:
34

Tabela 3.2 – Despesas de Aquisição de Mercadorias


Compras de Mercadorias
VENDAS EM UNI 700
AQUISIÇÃO AQUISIÇÃO POR UNI VENDIDA R$ 2,05
TOTAL DE ICMS R$ 1435,00

Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

Tabela 3.3 – Despesas de Comissão Sobre Vendas


Comissões Sobre Vendas
VENDAS R$ 1.505,00
COMISSÕES % COMISSÃO SOBRE VENDAS 2%
TOTAL EM COMISSÕES R$ 30,10
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

A Empresa estudada apresentou ainda os seguintes valores de despesas


fixas demonstradas na planilha de rateio abaixo:

Tabela 3.4 – Consumo de Energia Elétrica


Despesa Fixa CONS EM R$ AREA TOTAL DO ESTOQUE
R$ 360,00
ENERGIA ELETRICA 100m²
R$ 360,00
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

Tabela 3.5 – Despesa com Aluguel do Prédio


Despesa Fixa VLR AREA EM R$ AREA TOTAL DO ESTOQUE
R$ 500,00
ALUGUEL DO PRÉDIO 100m²
R$ 500,00
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
35

Tabela 3.6 – Rateio do Consumo de Energia Elétrica para cerveja A por m²


DESPESA FIXA – ENERGIA ELÉTRICA
CONS EM R$ R$ 360,00
AREA TOTAL DO ESTOQUE 100m²
CONS EM R$ POR m² R$ 3,60
ENERGIA
ELETRICA
CONS EM R$ POR m² R$ 3,60
OCUPAÇÃO ESTOQUE CERVEJA A 10m²
CONS EM R$ DO ESTOQUE DE CERVEJA A R$ 36,00
Fonte: elaborada pelos autores, 2013.

Tabela 3.7 – Rateio de Aluguel do Prédio para Cerveja A por m²


DESPESA FIXA – ALUGUEL DO PRÉDIO
VALOR AREA EM R$ R$ 500,00
AREA TOTAL DO ESTOQUE 100m²
VALOR AREA R$ POR m² R$ 5,00
ALUGUEL DO
PRÉDIO VALOR AREA R$ POR m² R$ 5,00
OCUPAÇÃO ESTOQUE CERVEJA A 10m²
VALOR AREA EM R$ DO ESTOQUE
CERVEJA A R$ 50,00
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

Aplicando a fórmula da margem de contribuição, temos:

Após calculado a margem de contribuição é possível se estabelecer o ponto de


equilíbrio da cerveja A, através do calculo:
36

Considerando que o ponto de equilíbrio demarca o limite entre receita e


despesa a empresa estudada deverá comercializar 1.509 unidades de cerveja A
para obter o resultado zero, ou seja, sem lucro ou prejuízo. A Tabela 3.8 demonstra
como seria o resultado do exercício considerando as vendas exatamente a
quantidade de ponto de equilíbrio.

Tabela 3.8 – DRE Considerando o Ponto de Equilíbrio

Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.


37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi apoiado na revisão da literatura e estudo de caso em uma


empresa supermercadista localizada a noroeste do estado de São Paulo. No
processo de revisão literária foram utilizadas diversas fontes de pesquisas como:
livros, periódicos, pesquisas e documentos oficiais impressos ou disponibilizados em
sites eletrônicos.
Na empresa estudada, existem lideres de setor que direcionam e coordenam
as atividades de cada colaborador, com objetivo de bem executa-las e mantê-las em
um nível ótimo de serviços ofertado. Porém, especificamente, a gestão de estoque é
bastante empírica e apoiada principalmente na experiência do gestor de compras.
Desta forma, alguns aspectos importantes podem não ser considerados e o
equilíbrio entre oferta e demanda não determina a simetria entre despesa e receita.
Por intermédio dessa pesquisa compreendeu-se que em uma atividade tão
dinâmica e exigente como a varejista, a alocação correta das despesas é
fundamental para se alcançar o resultado esperado e a analise do ponto de
equilíbrio, proporciona uma visão analítica da quantidade necessária de produtos
para se obter ganho com sua comercialização.
Devido à importância do tema faz-se necessário às contínuas pesquisas por
outros acadêmicos e pesquisadores, que apontem outros aspectos relevantes ao
tema.
38

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40

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Disponível em: http://visualpostos.wordpress.com/. Acesso em: 16 maio 2013.
41

APÊNDICE A – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

I. IDENTIFICAÇÃO

Escolaridade:.......................................................................................................
Atuação:..............................................................................................................
Tempo de Atuação na Area:................................................................................
Residência / Cidade: ..........................................................................................

II. PERGUNTAS

1 Qual a quantidade que a empresa precisa vender para ter um


equilíbrio, nem lucro ou prejuízo?

2 Qual a quantidade mínima do estoque de cervejas do tipo A?

3 Como é determinado o prazo de compras das cervejas do tipo A?

4 A análise do estoque de cervejas é feita através de qual método?

5 O intervalo dos pedidos é feito mensal ou semanal?

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