Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadêmico Do Agreste Núcleo de Formação Docente Curso de Licenciatura em Física

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE FORMAÇÃO DOCENTE
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA

MARIA PATRÍCIA DA SILVA DIAS

Uma revisão sistemática entre 2017 e 2021 sobre a presença das mulheres na
Física

CARUARU
2022
MARIA PATRÍCIA DA SILVA DIAS

Uma revisão sistemática entre 2017 e 2021 sobre a presença das mulheres na
Física

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Física da Universidade Federal de
Pernambuco, como requisito parcial para
a obtenção do título de Licenciado em
Física.

Área de concentração: Ensino de Física

Orientador: Profª. Drª. Tassiana Fernanda Genzini de Carvalho.

CARUARU
2022
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do programa de geração automática do SIB/UFPE

Dias , Maria Patrícia da Silva .


Uma revisão sistemática entre 2017 e 2021 sobre a presença das mulheres na
Física / Maria Patrícia da Silva Dias . - Caruaru, 2022.
39

Orientador(a): Tassiana Fernanda Genzini de Carvalho


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal de
Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Física - Licenciatura, 2022.

1. Gênero. 2. Mulheres. 3. Mulheres na física. I. Carvalho, Tassiana


Fernanda Genzini de . (Orientação). II. Título.

530 CDD (22.ed.)


MARIA PATRÍCIA DA SILVA DIAS

Uma revisão sistemática entre 2017 e 2021 sobre a presença das mulheres na
Física

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Física da Universidade Federal de
Pernambuco, como requisito parcial para
a obtenção do título de Licenciado em
Física.

Aprovada em: 02/06/2022.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________
Profª. Dr. Tassiana Fernanda Genzini de Carvalho (Orientadora)
Universidade Federal de Pernambuco

_____________________________________________________
Profº. Dr. Kátia Calligaris Rodrigues (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco

_____________________________________________________
Profº. Dr. Diana Patrícia Gomes de Almeida (Examinador Externo)
Universidade Federal do Recôncavo Baiano
Dedico este trabalho a minha mãe Maria das Neves da Silva, e minha avó Carmelita
Maria da Silva que com aquela cartilha do ABC vinte e um anos atrás me fizeram
alcançar o que alcanço hoje.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram para meu sucesso e meu crescimento, em


especial:
Ao senhor Deus que nos momentos difíceis sempre me deu forças para
alcançar os objetivos, sendo meu companheiro e orientador nos momentos mais
difíceis.
Aos meus familiares que me deram todo o suporte necessário para concluir
essa jornada acadêmica.
Aos amigos: Thaís Maria da Silva, Márcia Christyne de Lima Araújo, Mateus
José da Silva, José Boniex da Silva Santos, Kétyllen Layanne da Silva Nascimento e
Rosy Marry Mayara dos Santos Alves por sempre me incentivarem e acreditarem em
mim quando eu mesma não o fazia.
A algumas pessoas que entre nós não se encontram mais, mas que estiveram
comigo no início dessa jornada.
Aos meus professores que partilharam seus conhecimentos, me fazendo
seguir a mais nobre de todas as profissões, com reconhecimento especial a minha
orientadora Tassiana Fernanda Genzini de Carvalho por ter a paciência de me
orientar em cada parte da escrita desse trabalho.
A Universidade Federal de Pernambuco e a alguns futuros colegas de
profissão por enriquecer essa jornada na qual tive a honra de participar.
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento das produções que
tratam a questão da mulher na física, utilizando como base de dados os Simpósios
Nacionais de Ensino de Física (SNEF) dos anos 2017, 2019, 2021 e em algumas
revistas nacionais de ensino de física como: Revista Brasileira de Ensino de Física
(RBEF) e Caderno Brasileiro de ensino de Física (CBEF). Após uma categorização,
considerando a finalidade de cada trabalho selecionado foi possível analisar como
as discussões acerca da mulher na física tem se dado nos últimos anos. Assim,
neste trabalho as categorias criadas foram: levantamento de concepções;
levantamento de dados; análise/revisão; personalidade da física e projeto/proposta.
Portanto, é possível percerber uma crescente no número de trabalhos de
análise/revisão e projeto/proposta que envolvem as mulheres na Física nas regiões
Sul e Sudeste, principalmente no SNEF, evento que coaduna um grande contigente
de cientistas de todo o Brasil.

Palavras-chave: Gênero, Mulheres, mulheres na física.


ABSTRACT

The present work aims to survey the productions that deal with the issue of
women in physics, using as database: the Simpósio Nacional de Ensino de Física
(SNEF) in the years of 2017, 2019, 2021 and in some national journals for teaching
physics such as: Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF) and Caderno
Brasileiro de Ensino de Física (CBEF). Thereafter a categorization had been done,
considering the purpose of each selected work, it was possible to analyze how
discussions about women in physics have been taking place in the past years and
then. In addition, the categories created were: survey of conceptions; data survey;
analysis/review; physics personality and project/proposal. Therefore, it is possible to
notice an increasement in the number of analysis/review and project/proposal works
involving women in physics in the South and Southeast regions, mainly at SNEF, an
event that combines a large contingent of scientists from all Brazil.

Keywords: Gender, Women, “women in physics”


LISTA DE SIGLAS

CBEF CADERNO BRASILEIRO DE ENSINO DE FÍSCA


CBPF CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS
CEA COMMISSARIAT À L’ÉNERGIE ATOMIQUE ET AUX
ÉNERGIES ALTERNATIVES
CEFET CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CNPq CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO
E TECNOLOGICO
FNFi FACULDADE NACIONAL DE FILOSOFIA
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IFRJ INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
IFRS INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
IFSP INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO
ITA INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA
IUPAP INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED PHYSICS
RBEF REVISTA BRASILEIRA DE ENSINO DE FÍSICA
SBF SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA
SISU SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADO
SNEF SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA
UERJ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
UFCG UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
UFMS UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
UFPR UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
UFRGS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
UFRJ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
UFRRJ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
UFSC UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
UFSCAR UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
UFTM UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
UNB UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
UNICENTRO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
UNIFEI UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJAÚBA
UNIFESP UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
UNIPAMPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
UNIVATES UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI
USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................11
1.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................12
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................12
2 HISTÓRIA DA MULHER NO INGRESSO AO ENSINO SUPERIOR........14
2.1 A PRESENÇA DA MULHER NO CURSO DE FÍSICA NO BRASIL...........15
3 METODOLOGIA.........................................................................................19
4 RESULTADOS OBTIDOS..........................................................................23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................32
REFERÊNCIAS..........................................................................................34
11

1 INTRODUÇÃO

Durante o ensino médio, o indivíduo tem que fazer algumas escolhas, dentre
elas, em alguns casos, deve escolher a graduação que almeja cursar. Assim que
começam a ser divulgadas as listas dos aprovados nas universidades, observamos
uma grande quantidade de estudantes classificados, e pouco tempo depois, é
possível ver salas de aulas serem lotadas. Logo, observando as últimas listas do
Sistema de Seleção Unificado (SISU), é possível perceber que o mesmo
comportamento acontece no curso de Licenciatura em Física.
O número de mulheres ingressantes no ensino superior já é maior que o
número de homens, conforme apontam os dados publicados pela revista Valor
Econômico1. Segundo dados divulgados pelo IBGE:
Na população com 25 anos ou mais, 19,4% das mulheres e 15,1% dos
homens tinham nível superior completo em 2019. A parcela da população
com instrução vem avançando, mas as mulheres se mantêm nos últimos
anos com maior grau de instrução. Em 2012, eram 14% das mulheres com
ensino superior e 10,9% dos homens. A única faixa etária em que há mais
homens que mulheres com ensino superior é aquela acima dos 65 anos ou
mais, o que mostra as restrições do acesso à educação em décadas
passadas, aponta o IBGE. (IBGE, 2019, apud CARNEIRO; SARAIVA, 2021,
p. 1)
Ao analisar os dados citados acima, podemos perceber que as mulheres vêm
ganhando cada vez mais espaço onde, em algum momento, foi um lugar de acesso
restrito aos homens. A sociedade brasileira vem evoluindo em relação a essa
problemática. No âmbito da física, entretanto, ainda se encontra um cenário muito
desafiador, com a baixa representatividade da mulher no meio acadêmico, como
afirma Agrello & Garg (2009). Contudo, a presença que há, não deve ser
desconsiderada, visto os motivos que impelem essas mulheres a ingressarem e
finalizarem o curso de Física no Brasil ainda existem e precisam ser considerados.
É preciso continuar a enfrentar as muitas formas de desestímulo das
mulheres em seu interesse pela física. A sociedade mais se beneficia
quando é capaz de aproveitar ao máximo todo o talento disponível. É hora
de se construir uma conscientização ampla que permita as mulheres e a
outros grupos sub-representados avançar sobre as barreiras históricas a
sua atuação na física, nas ciências e na engenharia em geral. A física tem
um papel chave na compreensão do mundo em que vivemos. (AGRELLO;
GARG, 2009, p.5)
Esses motivos, geralmente, são vários e de diferentes origens, indo desde
incentivos docentes; curiosidade pela compreensão dos fenômenos da natureza;
inspiração por outras profissionais da área, e até a vontade de ingressar no meio

1 https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/03/04/ibge-mulheres-tem-mais-acesso-ao-ensino-
superior-mas-ainda-sao-minoria-em-areas-como-engenharia-e-ti.ghtml
12

científico, assim como também pelo interesse sobre a tecnologia, conforme descreve
Márcia Barbosa (2019, p. 1), doutora em física e presidente da Academia Brasileira
de Ciências: “as mulheres precisam da tecnologia e devem ser incentivadas a
praticá-la. Os problemas ligados ao universo feminino são pouco estudados,
principalmente quando não há mulheres na área”.
Dessa forma, no ambiente acadêmico dos últimos anos, tem havido pesquisas
que refletem e pensam os motivos e os porquês de as mulheres estudarem física e
suas áreas adjacentes no meio acadêmico do ensino superior no Brasil, semelhante
ao que acontece no trabalho “Mulheres na física: um estudo sobre os ingressos e
egressos de mulheres na UFSCAR” (SOUZA; SOUZA, 2017), inclusive trazendo
proposições para aumentar a participação feminina.

1.1 OBJETIVO GERAL

Assim sendo, essa monografia consiste em uma pesquisa bibliográfica dos


trabalhos expostos nos últimos anos sobre o tema supracitado com a finalidade de
discutir as produções científicas que tratam da questão da mulher na física dentro da
Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF), do Caderno Brasileiro de ensino de
Física (CBEF) e dos Simpósios Nacionais de Ensino de Física (SNEF) entre os anos
de 2017 e 2021.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Fazer um levantamento das produções que tratam a questão da mulher na


física nos SNEF’s, na RBEF e CBEF entre 2017 e 2021.
 Entender como ocorre as distribuição dos trabalhos que objetivam uma maior
inclusão feminina na Física.
 Discutir as dificuldades que a mulher enfrenta ao cursar a graduação em
Física.
13

Por fim, o leitor, nos próximos capítulos, encontrará um breve histórico sobre a
questão das mulheres na física, e, no capítulo posterior as definições da metodologia
da pesquisa, caracterizando está como pesquisa descritiva e bibliográfica. Seguido
dos resultados obtidos e as análises finais acerca do trabalho e as considerações
finais.
14

2 HISTÓRIA DA MULHER NO INGRESSO AO ENSINO SUPERIOR

Vários países ainda hoje não permitem o ensino básico ou superior para
mulheres. Segundo matéria publicada no site “Conexão Planeta”2:
Nos países da África e Ásia que a educação ainda é negada para meninas,
devido a razões culturais, sociais ou simplesmente, por falta de acesso. Na
Somália por exemplo, estima-se que 95% das garotas entre 7 e 16 anos,
nas comunidades mais pobres, nunca tenham ido para a escola. Na Nigéria,
há mais de 5 milhões de estudantes do sexo feminino fora da sala de aula.
(CAMARGO, 2017, p.1)
Percebe-se que, segundo os dados publicados no site, o acesso das
mulheres à escola é um assunto bastante delicado em vários países. No Brasil,
durante o período colonial, a economia brasileira foi fundada por mão de obra
escrava, o que não deu muita atenção para a educação formal masculina e
nenhuma atenção para a feminina. (BELTRÃO; ALVES, 2009)
A presença da mulher na escola foi muito atrasada, durante anos, as
mulheres lutaram para conseguir o direito ao ensino, mas foi somente em meados
do século XIX, que as mulheres conseguiram o direito de frequentar o ensino
primário no Brasil. No entanto, os primeiros legisladores do Império haviam
estabelecido que o ensino primário era dever do estado e deveria ser ministrado por
professoras:
Porém, devido à falta de professoras qualificadas e sem conseguir despertar
maior interesse dos pais, o ensino não chegou a abranger uma
percentagem significativa de alunas. (UNICEF, 1982 apud BELTRÃO;
ALVES, 2009, p. 128)
No entanto, esse ensino era voltado para conhecimentos de cuidados e
administração do lar, para que essa mulher pudesse cuidar da casa, dos filhos e do
marido. Como confirmam em seus estudos Aragão e Kreutz (2010, p. 05): “desde o
período Colonial, a educação feminina era restrita ao lar e para o lar, ou seja,
aprendiam atividades que possibilitassem o bom governo da casa e dos filhos”.
Por muito tempo, a educação para a mulher não era algo de extrema
necessidade. Isso porque a tradição que veio de Portugal para a colônia brasileira
cultivava a ideia de que a mulher não deveria ler ou escrever. (RIBEIRO, 2000 apud
PEREIRA; FAVORO, 2017). Na Europa, a mulher também ocupava um lugar inferior
na sociedade. Ela era considerada como o sexo frágil e, por isso, foi designada ao
trabalho privado, ou seja, ao trabalho doméstico com base em ser gentil e afetiva
(PEREIRA; FAVORO, 2017).
2 https://conexaoplaneta.com.br/blog/mais-de-60-milhoes-de-meninas-nao-tem-acesso-educacao-
no-mundo/
15

Foi somente em meados do século XIX, que um decreto no Brasil deu


abertura das escolas para as mulheres. Pouco tempo depois, nesse mesmo século,
foi aberta a primeira escola para meninas no Brasil, localizada em Niterói, no Rio de
Janeiro, que, na época, era a capital do país. Para aquela sociedade, era estranho
ver mulheres frequentando escolas. Tal entrada nas escolas ocorreu de maneira
gradativa, resultado de muitas mudanças que nossa sociedade vinha passando.
Inúmeros foram os fatores que contribuíram para essas mudanças, dentre elas, a
grande necessidade que o país tinha de professores para ensinar os alunos
pequenos, que se encontravam nas escolas. (ARAGÃO et al, 2011)
Segundo Freitas (2002, apud ARAGÃO et al, 2011), a presença das mulheres
no magistério era de interesse econômico de todos, pois essas mulheres receberiam
um salário inferior ao dos homens. Desta maneira, ingressar as mulheres no
magistério seria muito vantajoso, pois diminuiriam os gastos e supriria as
necessidades da falta de professores, teria então uma dupla eficácia. Além disso, a
mulher por ser a cuidadora do lar e dos filhos teria certa facilidade em desenvolver
essa profissão, de acordo com as perspectivas da época.
Foi somente em 1882 que a primeira mulher brasileira conquistou um diploma
de ensino superior. No entanto, Maria Augusta Generosa Estrela, apesar de ser
brasileira, somente conseguiu graduar-se em Medicina nos Estados Unidos. Sendo
assim, apenas em 1887, a primeira mulher a ter um diploma de nível superior
cursado integralmente no Brasil foi Rita Lobato Velho Lopes, formada pela faculdade
de medicina da Bahia (MOTTA, 2014).

2.1 A PRESENÇA DA MULHER NO CURSO DE FÍSICA NO BRASIL

Percebe-se que a presença da mulher no ensino superior ocorreu somente no


final do século XIX, no entanto os cursos mais procurados eram os cursos de Direito
e Medicina. Foi somente em 1919 que Edwiges Maria Becker se graduou em
Engenharia, na escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em 1926, se forma Carmen
Portinho, também em Engenharia. Ela ficou reconhecida como uma militante no
movimento dos direitos civis e de reconhecimento profissional das mulheres.
(QUEIROZ; LIMA, 2013, apud BARBOSA, 2001).
16

A atuação das mulheres no curso de Física ocorreu mais de uma década


depois das primeiras mulheres engenheiras. Essa participação das mulheres no
curso de Física ocorreu com a abertura do curso na Universidade de São Paulo
(USP). A primeira mulher a se formar em física no Brasil foi Yolande Monteux, que se
graduou no ano de 1937, e foi uma das pioneiras dos estudos de raios cósmicos.
(YANNOULAS, 2013).
Já na faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
(USP), no período de 1937 a 1944, outras cinco mulheres vieram a se formar em
Física: Zillah Barreto de Mesquita, Maria Heloisa Fagundes Gomes, Maria Izabel
Fagundes Gomes, Sonja Ashauer e Elza Furtado Gomide (BEZERRA; BARBOSA,
2016).
Entre essas cinco mulheres que se formaram, Sonja Ashauer, que se formou
em 1943 teve um grande destaque, e após sua formatura foi contratada para ser
assistente de Wataghin, onde atuou na pesquisa de núcleos e partículas
elementares em temperaturas muito elevadas. No ano de 1945, Sonja conseguiu
uma bolsa do conselho britânico e foi para a Inglaterra para fazer seu doutorado com
o físico britânico Paul Dirac3, que era conhecido por ser um orientador muito difícil.
Logo após dois anos, em 1947, Sonja se tornou a primeira física brasileira com
doutorado. Infelizmente, em 1948 veio a falecer devido a uma crise de pneumonia.
(BEZERRA; BARBOSA, 2016)
Além dela, outra física que se destaca no Rio de Janeiro, em 1944, é Elisa
Frota-Pessôa, que logo após sua formatura no curso de Física, tornou-se docente na
Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), que hoje é conhecida como a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Elisa também foi uma das fundadoras do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e é reconhecida como uma das pioneiras da
Física experimental no Brasil (SAITOVICH et al., 2015). No ano de 1991, quando
completou 70 anos, foi aposentada compulsoriamente como Pesquisadora Titular do
CBPF e, em seguida, recebeu o título de pesquisadora emérita da CBPF, o que lhe
permitiu continuar pesquisando até o ano de 1995 (SAITOVICH et al., 2015).
Ademais Elisa Frota-Pessôa faleceu em 2018, ainda no Rio de Janeiro, vítima de um
quadro de pneumonia.
Atualmente existem algumas mulheres físicas que se destacam no Brasil.
Segundo o Porvir inovações na educação 4 são elas: Débora Peres Menezes e
Márcia Cristina Bernardes Barbosa. (D’MASCHIO; SILVA, 2022)
3 https://www3.unicentro.br/petfisica/2015/12/22/paul-adrien-maurice-dirac-1902-1984/
4 https://porvir.org/23-cientistas-brasileiras-que-todos-precisam-conhecer/
17

Débora Menezes é bacharel (1983), licenciada (1984) e mestra (1986) em


Física pela Universidade Federal de São Paulo, doutora (1989) pela University of
Oxford, Inglaterra, e pós-doutora (1998) pela Universidade de Coimbra, Portugal.
Professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina desde 1992 (LATTES,
2022). Débora se tornou a primeira mulher a presidir a Sociedade Brasileira de
Física (SBF) no ano de 2021. (FERNANDES, 2021)
Já a Márcia Barbosa, física brasileira também de destaque nos dias atuais, é
professora titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), cuja atuação está dividida entre atividades de pesquisa, ensino e
extensão. Pesquisadora 1B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), tem atuado na busca pelo reconhecimento e espaço das
mulheres nas ciências, especialmente na Física. (KLANOVICZ; MACHADO, 2020).
Atualmente Márcia é:
Uma das diretoras da Academia Brasileira de Ciências (ABC), integra a
Sociedade Americana de Física, a Sociedade Brasileira de Física e a União
Internacional de Física Pura e Aplicada e já foi agraciada com o Prêmio
L’Oréal-Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas (2013), Prêmio Cláudia
em Ciência (2013), Prêmio Anísio Teixeira (Capes, 2016), Medalha
Nicholson da American Physical Society e Medalha da Ordem ao Mérito
Científico Nacional do Brasil (2018) (KLANOVICZ; MACHADO, p.298, 2020).
Além de Débora Menezes e Márcia Barbosa, tem a professora Carolina Brito
Carvalho dos Santos, graduada (2000), mestre (2003) e doutora em Física, pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007), com sanduíche no Commissariat
à l’énergie atomique et aux énergies alternatives (CEA, França), com dois pós-
doutorados, sendo o primeiro (2008) na mesma instituição onde concluiu seu
doutorado sanduíche (CEA, França), e o segundo (2009) Universidade de Leiden.
Suas principais áreas de atuação são sistemas complexos e as propriedades de
molhabilidade de superfícies hidrofóbicas. Fez parte do Grupo de Trabalho sobre
Questões de Gênero, ligado à Sociedade Brasileira de Física, entre 2016 e 2020. No
ano 2018, foi nomeada membro da Comissão de Física Estatística (C3) da
International Union of Pure and Applied Physics (IUPAP) de 2018 até 2020.
Atualmente, coordena os programas de Extensão "Meninas na Ciência" e "Lugar de
Mulher" e é editora Chefe do Journal Paper in Physics. (LATTES, 2022).
Ao trazer grandes representatividades femininas na área de física, não
poderíamos deixar de falar de Sônia Guimarães. Nascida em 1957, em Brotas no
interior de São Paulo, filha de um tapeceiro e uma comerciante, sempre teve muito
gosto pelos estudos. Estudante de escolas públicas, tinha um bom desempenho em
matemática, e chegou a prestou vestibular para Engenharia Civil, porém foi
18

aprovada em Física, na Universidade Federal de São Carlos. Concluiu sua


graduação no ano de 1979, e já ingressou em um mestrado em física aplicada na
Universidade de São Paulo. No ano de 1986, iniciou seu doutorado em materiais
eletrônicos, na University of Manchester Institute of Science and Technology na
Inglaterra. Após ter concluído seu doutorado, Sônia tornou-se a primeira mulher
negra com doutorado. No ano de 1993, ela passou a fazer parte do corpo docente
do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde permanece até os dias atuais
como professora-adjunta (SCIULO, 2018).
Outro grande nome da atualidade é Katemari Diogo Rosa nascida em 1979,
desde muito nova já demonstrava o interesse pela área de física. Formada em física
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra em Ensino de
História e Filosofia da Ciência pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora
em Science Education pela Columbia University. Atualmente ela é professora adjunta
da UFBA, onde realiza pesquisas sobre ensino de física e formação de professoras
e professores de física (FAUSTINO, 2020).
Felizmente, nos dias de hoje, existem muitas outras mulheres físicas que
poderiam ser destacadas aqui, com carreiras bem-sucedidas e que estão ocupando
diversos espaços. Este trabalho não fez um levantamento de todas elas, porque não
era nosso objetivo. Com essas representantes, gostaríamos de demonstrar que o
acesso ao curso de Física hoje pelas mulheres é possível. Mas, o mais importante, é
ter consciência de que esses exemplos de sucesso não podem ser tomados como a
regra, e muitas mulheres, atualmente nos cursos de Física, ainda enfrentam muitos
desafios, pois o ambiente foi historicamente dominado pelos homens e pelo
pensamento machista e ainda guarda resquícios disso.
19

3 METODOLOGIA

Este trabalho optou por fazer uma revisão sistemática da literatura, cuja
abordagem será de cunho qualitativo descritivo. Para Silva e Menezes (2005) a
pesquisa qualitativa é definida como:
[…] considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de
pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas
(SILVA; MENEZES, 2005, p. 20).
Outros autores como Martins (2004) tratam a pesquisa qualitativa como:
Aquela que privilegia a análise de microprocessos, através do estudo das
ações sociais individuais e grupais, realizando um exame intensivo dos
dados, e caracterizada pela heterodoxia no momento da análise (MARTINS,
2004, p. 289).
Em seguida, depois de se ter conhecido um pouco da pesquisa qualitativa,
conhecer-se-á a pesquisa descritiva, que, conforme Gil (2008), é uma pesquisa que
descreve determinados casos, acontecimentos ou a relação entre as variáveis. Gil
afirma que a pesquisa descritiva tem por objetivo:
Estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, nível de renda, estado de saúde física e
mental etc. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem estudar o
nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as
condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí
se registra etc (GIL, 2008, p.28).
A pesquisa qualitativa é muito relevante para que possamos estudar as
relações sociais devido à pluralização das esferas de vida. E também possui alguns
aspectos que são considerados essenciais como: a escolha de métodos e certas
teorias apropriadamente; no reconhecimento e nos diagnósticos de diferentes
visões; nas considerações do pesquisador em relação a sua própria indagação
fazendo parte do procedimento da construção da concepção do conhecimento e, por
fim, na diversidade de questionamentos e formas. (FLICK, 2004).
Quanto ao procedimento metodológico, a pesquisa é caracterizada como
bibliográfica, cujo objetivo é o aprimoramento e o melhoramento do conhecimento
por meio de averiguação de obras científicas já publicadas (SOUSA; OLIVEIRA;
ALVES, 2021). Andrade (2010 apud SOUSA; OLIVEIRA; ALVES, 2021) define a
pesquisa bibliográfica como sendo:
A pesquisa bibliográfica é a habilidade fundamental nos cursos de
graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades
acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica,
necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários, painéis,
debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a pesquisa
20

bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação


do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas
citações, na apresentação das conclusões. Portanto, se é verdade que nem
todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é
menos verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos
trabalhos solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas
(ANDRADE, 2010, p. 25 apud SOUSA; OLIVEIRA; ALVES, 2021, p. 65).
Portanto, este trabalho se constrói sobre um viés da pesquisa descritiva como
abordado anteriormente. Logo, tem como intuito a descrição e catalogação dos
dados (artigos científicos) referentes ao tema “mulheres na física”, que foram
apresentados ao longo de um período de 5 anos (2017-2021) no Simpósio Nacional
do Ensino de Física (SNEF), e nos periódicos Caderno Brasileiro de Ensino de
Física (CBEF) e Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF).
Para encontrar os trabalhos, foram usadas as seguintes palavras-chaves:
“mulher”, “gênero”, “mulheres na física”, ressalva para o termo “Mulheres na física”
onde foi obtido mais de 690 trabalhos no SNEF, tal comportamento se deve ao fato
do buscador separar os termos pesquisados, pesquisando por “mulheres” ou “física”,
então não faria sentido utilizar essa palavra-chave. A análise deste trabalho
fundamenta-se numa perspectiva qualitativa, que visa a análise intrínseca dos
resumos catalogados e ordenados, em virtude da identificação de possíveis
problemáticas em torno do cerne da pesquisa.
De posse desses artigos, estabelecemos categorias para facilitar a análise do
material, tomando como base o próprio conteúdo encontrado. Considerando a
finalidade das publicações foi possível estabelecer cinco categorias: “Levantamento
de concepções” – LC; “Levantamento de dados” – LD; “Análise/Revisões da área” –
AR; “Personalidades da Física” - PF e “Projetos/Propostas de intervenção” - PP.
A categoria Levantamento de concepções (LC) consistem de pesquisas que
procuram saber a opinião de outras pessoas sobre as mulheres na Física, seja de
licenciandos, estudantes ou até mesmo professores. Um exemplar dessa categoria
seria o trabalho intitulado “Investigando a compreensão conceitual em física de
alunos do ensino médio e o surgimento da lacuna de gênero” (DETONI, 2021).
A título de exemplo do grupo LD podemos tomar o trabalho “A física da UFSC
em números: evasão e gênero” (MENEZES et al, 2017) que basicamente se debruça
em dados relativos aos números de ingressantes e concluintes dos cursos de
licenciatura, bacharelado, mestrado e doutorado em física da UFSC, entre 1988 e
2017.
No grupo de Análise/Revisões estão os artigos que fazem revisões
bibliográficas, análises de outros trabalhos ou dissertam sobre alguma temática
21

dentro das questões de gênero e mulheres na Física, sendo uma boa amostra dessa
categoria o artigo “A invisibilidade das mulheres enquanto trabalhadoras nas
questões de física do enem 2015” (VICENTE; KILNER, 2019).
Dentro da categoria das “Personalidades da Física” são encontrados
trabalhos que visam dar uma maior visibilidade a importantes mulheres que atuaram
ou ainda atuam na Física e suas contribuições, como no artigo “A trajetória de Chien
Shiung Wu e a sua contribuição à Física” (MAIA FILHO; SILVA, 2019) que trata das
contribuições da sino-estadunidense para a física experimental, sendo considerada
uma das maiores cientistas do Século XX.
Finalmente, na categoria de “Projetos/Propostas de intervenção” (PP) estão
aqueles trabalhos que visam evidenciar projetos que já existam, ou até mesmo
trazer novas propostas de projetos que incentivem mulheres a seguir carreiras
ligadas as ciências, principalmente a Física, tal qual o “Projeto de inclusão de
mulheres na ciência: Gurias do pampa nas exatas”, projetado e discutido pela Vitória
Magalhães e sua equipe (MAGALHÃES et al, 2019).
Uma vez realizada a separação dentro dessas categorias, foi-se necessário
montar um quadro comparativo para visualização dos dados obtidos e como os
trabalhos se distribuem dentro das categorias, facilitando a interpretação desses
dados e como eles podem se relacionar com o contexto a ser analisado.
Após a categorização de cada artigo foi criado quadros contendo título do
trabalho, autores, instituição, ano e categoria para o SNEF, CDBF e RBEF (Quadros
1, 2 e 3). Logo em seguida foi possível realizar algumas análises importantes:
quantidade de trabalhos publicados ao decorrer dos anos; trabalhos publicados de
acordo com as categorias definidas; distribuição dos trabalhos publicados de acordo
com a região do país e a distribuição de trabalhos de acordo com as categorias
definidas e veículos estudados. Essas análises foram expostas em formas de
gráficos, que serviram de ponto de partida para análises mais profundas explicadas
na próxima seção.
22

4 RESULTADOS OBTIDOS

No primeiro momento apresenta-se os dados encontrados por evento ou


periódico. Nos quadros são apresentados o título do trabalho, os autores, o ano da
publicação, categoria e Instituição dos autores dos trabalhos. No Quadro 1
encontram-se dados referentes aos artigos encontrados no Caderno Brasileiro de
Ensino de Física:

Quadro 1 – Resultados do levantamento bibliográfico no Caderno Brasileiro de


Ensino de Física
Título Autores Instituição Ano Categoria
Mulheres na Física: a realidade em Débora
1 UFSC 2017 LC
dados Menezes
Débora
A física da UFSC em números:
2 Menezes et UFSC 2018 LD
evasão e gênero
al.
Mulheres na Física: um pouco de Marinês
3 UFRGS 2017 AR
história Cordeiro
Angevaldo
A trajetória de Chien Shiung Wu e a Filho,
4 UFBA 2019 PF
sua contribuição à Física Indianara
Silva
Larissa
Maria Goeppert-Mayer e o modelo
Pires, Israel
nuclear de camadas: contribuições
5 Santos, UFSC 2021 PF
de uma mulher cientista e
Felipe
implicações para o ensino de Física
Damasio
Katemari
Rosa, Alan
Pós-verdade para quem? Fatos
6 Brito, UFBA 2020 AR
produzidos por uma ciência racista
Bárbara
Pinheiro
Fonte: Autor.

No Quadro 2 se encontram os resultados do levantamento realizado na


Revista Brasileira de Ensino de Física:
23

Quadro 2 – Resultados do levantamento bibliográfico na Revista Brasileira de Ensino


de Física
Título Autores Instituição Ano Categoria
Investigando a compreensão
conceitual em física de alunos do
1 Hugo Detoni IFRJ 2021 LC
ensino médio e o surgimento da
“lacuna de gênero”
Tem Menina no Circuito: dados e
Gabriella
2 resultados após cinco anos de UFRJ 2020 PP
Silva et al.
funcionamento
Roberta
Areas,
Teorema de Emmy Nöther, 100
Marcia
3 anos: Alegoria da Misoginia em UFRGS 2019 PF
Barbosa,
Ciência
Ademir
Santana
Patrese
Vieira,
O papel de Cecilia Payne na
4 Neusa IFRS 2021 PF
determinação da composição estelar
Massoni,
Alan Brito
O professor de Física na escola
pública estadual brasileira: Matheus
5 UFRGS 2020 LD
desigualdades reveladas pelo Censo Nascimento
escolar de 2018
Angevaldo
O experimento WS de 1950 e as
Filho,
6 suas implicações para a segunda UFBA 2019 PF
Indianara
revolução da mecânica quântica
Silva
Fonte: Autor.

No caso do Simpósio Nacional de Ensino de Física, os resultados foram


agrupados por ano: 2017, 2019 e 2021:
24

Quadro 3 – Resultados do levantamento bibliográfico no SNEF 2017


Título Autores Instituição Categoria
Natasha
Análise da dinâmica identitária acerca Aguero,
1 das questões de sexo, gênero e LGBT Thandryus USP LD
em dois Institutos de Ciências Exatas Denardo, Dimy
Nanclares
Lise Meitner e a Fissão Nuclear: gênero,
Isabelle Priscila
2 Nobel e História da Ciência para as UFBA PF
et al.
aulas de Física
O que penso sobre a disciplina física e a Milena de
3 escolha da carreira profissional: recorte Souza, UFSCAR LC
de gênero e étnico-racial Carolina Souza
Meninas experimentando a física: uma Paula Orofino
4 UFMS AR
abordagem de conceitos físicos et al.
Daniel Silva,
Participação de mulheres na ciência:
Andreia LC
5 explorando opiniões de docentes CEFET
Guerra,
universitários de física do Rio de Janeiro
Cristiano Moura
Uma revisão sistemática da literatura Maria Gomes,
6 UFCG AR
sobre análise de livros didáticos Katemari Rosa
Mulheres na física: um estudo sobre os
Renan Souza,
7 ingressos e egressos de mulheres na UFSCAR LD
Carolina Souza
UFSCAR
Fonte: Autor.

Quadro 4 – Resultados do levantamento bibliográfico no SNEF 2019


Título Autores Instituição Categoria
A invisibilidade das mulheres enquanto Viviana IFSP AR
1 trabalhadoras nas questões de física do Vicente,
enem 2015 Gustavo Killner
Tem menina no circuito Gabriella Silva UFRJ PP
2
et al
Mulheres cientistas em filmes de ficção: Gabriella Lima, UNB AR
implicações para o ingresso de meninas Anne
3 nas carreiras científicas Quiangala,
Vanessa
Carvalho
Ciência é coisa de menina? Uma Paula UERJ AR
4 análise sobre trajetória acadêmica e Pessanha et al.
gênero
25

Gurias do pampa nas exatas: unicórnio Andressa UNIPAMPA PP


vs. Gato, ação na casa de acolhimento Rodrigues,
5 para meninas Vitória
Magalhães,
Camila Silva.
Projeto de inclusão das mulheres na Vitória UNIPAMPA PP
6 ciência: gurias do pampa nas exatas Magalhães et
al.
Gênero e ensino de física: uma Vivian Ferreira, USP AR
abordagem utilizando a história da Beatriz
7
radioatividade Oliveira, Valéria
Dias
Mulheres na física na perspectiva de Rúbia UNIFESP LC
licenciandos e docentes em física do Fernandes,
8 Brasil: um olhar sobre a exclusão Leonardo
horizontal Testoni,
Flaviston Pires
Contribuições femininas no Raquel IFSP AR
desenvolvimento da física: uma Carvalho,
9
pesquisa em periódicos da área de André Silva,
ensino Tairine Cabral
Fonte: Autor.

Quadro 5 – Resultados do levantamento bibliográfico no SNEF 2021


Título Autores Instituição Categoria
Ensino De Física Como Projeto De Letícia UNIFESP PP
1 Vida Para Meninas Em Um Curso De Carvalho, José
Extensão Silva
Inclusão De Meninas Em Áreas Stem: Alice Weide, UNIVATES PP
Motivações E Expectativas De Sônia Gonzatti,
2
Participantes Do Grupo “Meninas Do Cristine
Guara” Brauwers
Análise Da Distribuição E Formação Bruna Ramos, UFF LD
De Professores E Professoras De Adriana Ibaldo,
3
Física Na Educação Básica Com Base Jorge Martins
No Censo Escolar De 2019
Imagem Do Cientista E Gênero Na Maria Santos, UNIFEI LC
Ciência: Concepções De Licenciandos Mariana
4
Em Física De Uma Universidade Cavalari
Federal
Percepção De Professoras E Camila Amara UFRJ LC
Professores Que Ensinam Física
5
Sobre A Diferença De Gênero Que
Observam Em Suas Aulas
Mulheres Na Ciência: Narrativas Dindara Galvão USP PP
6
Imersivas Em Vídeos 360 et al.
26

Meninas Do Radium: Um Relato De Viviane Neves UFRRJ PP


Experiência Do Uso Das Mídias et al.
Digitais Como Instrumento Para
7
Divulgação Científica E Inclusão De
Gênero Nas Ciências Exatas Na
Pandemia De Covid - 19
Experiências De Vida E Superação De Juliana UFRJ AR
Obstáculos De Uma Docente Negra Coutinho,
8 Nas Ciências Exatas Viviane
Morcelle,
Antonio Fontes
Estereótipos De Gênero No Campo Da João Moraes, UFSCAR AR
Ciências E Tecnológica: O Que As Carolina Souza
9
Infâncias Podem Contribuir A Esse
Debate.
Grete Hermann E O Ensino De Física Sarah UFSC PF
10 Orthmann, Luiz
Peduzzi
Ensino De Física E Representações Jaqueline UFPR LC
Da Ciência: Percepções De Borsatto,
11
Estudantes Do 1º Ano Do Ensino Alisson Martins
Médio
Mulheres na ciência: análise de uma Yasmin UFTM AR
coleção de livros didáticos de Física Oliveira,
do Ensino Médio Milleny
12
Oliveira,
Sabrina Alves,
Danielle Leite
Mulheres da física nuclear: um Karine Gagno, UFRRJ AR
13 processo de “desinvibilização” através Viviane
do lúdico Morcelle
A ciência tem gênero? Lugar de Cíntia Picalho UERJ AR
14 mulher é na ciência: uma proposta et al.
contrahegemônica no ensino de física
Jocelyn bell burnell e os pulsares: Larissa Pires, UFSC PF
15 trajetória e contribuições para a Luiz Peduzzi
astronomia moderna
Um estudo sobre a (in) visibilidade das Fernanda Lara, UNICENT LD
mulheres na física nas escolas da rede Fernanda RO
16 básica de ensino Ribeiro,
Andresa
Ribeiro
Encontro com a cientista: uma Jessica Costa, UFSCAR PP
iniciativa independente de divulgação Raquel Bueno,
17
científica e incentivo de meninas na Thaís Pansani
ciência
Fonte: Autor.
27

Um ponto importante de ressaltar é o seguinte: alguns destes trabalhos a


primeiro momento poderiam ser classificados em outras categorias como por
exemplo “A ciência tem gênero? Lugar de mulher é na ciência: uma proposta
contrahegemônica no ensino de física” (PICALHO et al, 2021), que a primeiro
momento poderia ser categorizada como Projeto/Proposta, mas se trata de uma
análise de um Projeto já existente, classificando-se então como Análise/Revisão.
Com base nos dados obtidos, podem ser realizadas algumas análises
importantes, sendo a primeira delas a quantidade total de trabalhos – considerando
SNEF, RBEF e CBEF de 2017 a 2021 - publicados ao decorrer dos anos (Gráfico 1):

Gráfico 1 - Trabalhos publicados ao decorrer dos anos


25

20

15
Trabalhos

10

0
2017 2018 2019 2020 2021

Neste gráfico pode-se observar um número significativo de trabalhos


publicados nos anos de 2017, 2019 e 2021. Uma possível explicação para esse fato
é que esses foram os anos em que ocorreram os Simpósios Nacionais de Ensino de
Física. De toda forma, é possível perceber uma tendência ascendente de trabalhos
publicados sobre a temática. Outra análise pertinente, consiste em verificar a
distribuição de trabalhos entre as categorias propostas – Gráfico 2:
28

Gráfico 2 - Trabalhos publicados de acordo com as categorias


definidas
LC - Levantamento de concepções; LD - Levantamento de dados; AR -
Análise/Revisões da área; PF - Personalidades da Física; PP - Projetos/
Propostas de Intervenção
14
12
10
8
6
4
2
0
LC LD AR PF PP

Como podemos ver a partir do Gráfico 2, a categoria que se encontra em alta


é a de Análise/Revisão. Tal resultado é compreensível, uma vez que as discussões
sobre gênero tem se tornado populares, entretanto é plausível dizer que a media que
as discussões amadurecem, novas propostas e projetos tendem a surgir, portanto é
de se esperar que com o passar dos anos, o número de trabalhos de categoria
Análise/Revisão diminuam, enquanto os trabalhos de categoria Projeto/Proposta
aumentem. Normalmente antes de se pensar em fazer projetos para promover maior
inclusão das mulheres no meio acadêmico primeiro existem vários debates, desses
debates surgem propostas, que finalmente são executadas em forma de projetos,
que justamente é o segundo maior gráfico.
Ainda permanecendo na análise da totalidade de trabalhos, é pertinente
entender como os trabalhos estão distribuídos por região do Brasil – Gráfico 3:
29

Gráfico 3 - Distribuição dos trabalhos publicados de acordo com a


região do país
25

20

15 Trabalhos

10

0
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Ao observar esse gráfico, nota-se que a região onde se concentra o maior


número de trabalhos publicados é a região Sul/Sudeste, que contam com nomes
como: Débora P. Menezes, Márcia Barbosa, Carolina Brito e Sônia Guimarães
mulheres de alta representatividade na física contemporânea.
Ainda cabe outra análise válida: a distribuição das categorias de acordo com a
revista/evento estudado – Gráfico 4:

Gráfico 4 - Distribuição de trabalhos de acordo com as categorias


definidas e veículos estudados
LC - Levantamento de concepções; LD - Levantamento de dados; AR -
Análise/Revisões da área; PF - Personalidades da Física; PP - Projetos/
Propostas de Intervenção
12
SNEF
10
RBEF
8 CBEF

0
LC LD AR PF PP
30

Verificando esse quarto gráfico algumas informações são evidentes, dentre


elas: o número de trabalhos de análise/revisão é maior nos Simpósios Nacionais de
Ensino de Física, seguindo o mesmo padrão observado no gráfico 2; os simpósios
também contam com várias propostas de projeto, isso se dá pelo fato da RBEF e do
CBEF não possuírem muitos espaços, logo é concebível que trabalhos que tenham
esse cunho de Projeto/Proposta não sejam publicados com frequência. De uma
maneira geral nos simpósios são publicados uma quantidade maior que trabalhos, o
que consequentemente leva a um aumento do número de publicações sobre
mulheres na Física. Munida de todos os dados pertinentes, abre-se espaço para as
conclusões desse estudo que se iniciam na próxima seção.
31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 2021 foi visto uma tendência que mostra uma crescente no número de
trabalhos que envolvem as mulheres na Física, seja enaltecendo mulheres
importantes nessa trajetória, buscando entender melhor o contexto de uma
localidade ou propondo projetos, as mulheres vem conquistando seus espaços nas
ciências exatas, em especial a Física.
Infere-se que a maioria das discussões acerca das mulheres na Física se dão
em simpósios como o SNEF, onde o espaço para essas discussões é claramente
maior do que em veículos como o RBEF e CBEF, muito por causa do espaço
reduzido que esses últimos possuem.
Dada a evolução das discussões, a maioria dos trabalhos tem cunho de
análise ou revisão, seja ele de conceitos, outros trabalhos ou projetos que
atualmente vem sendo implementados. Isso indica que os campos das idéias acerca
dessa temática estão fervorosos, e provavelmente o número de trabalhos que
propõem algum projeto concreto tendem a aumentar com o tempo.
Historicamente brilham as estrelas de personalidades como Yolande Monteux
– primeira mulher a se graduar em Física, e pioneira no estudo de raios cósmicos;
Sonja Ashauer – atuou em pesquisas de núcleo e partículas elementares em
temperaturas muito elevadas, também foi a primeira física brasileira a se tornar
doutora, orientada do físico Paul Dirac, e Elisa Frota Pessôa – uma das fundadoras
do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e reconhecida como uma das pioneiras da
Física experimental no Brasil. Igualmente importante, insta ressaltar a presença
factível de grandes mulheres na Física nos trabalhos mais recentes do Brasil, do
mesmo jeito que Emmy Nöther, Chien Shiung Wu e Maria Goeppert-Mayer,
conhecidas por seus trabalhos nos campos da física teórica e física nuclear.
De maneira resumida, acreditamos que há muito a ser percorrido para as
mulheres conquistarem seu espaço na Física. À vista disso, é notável que a maioria
dos trabalhos produzidos no ramo acadêmico sobre a presença da mulher na física
concentravam-se no Sul e no Sudeste, salientando a discrepância entre Norte-
Nordeste e Sul-Sudeste. Dessa forma, depreende-se uma dificuldade maior no
Norte-Nordeste com respeito a inserção da mulher no meio científico (Física), assim
como o ingresso neste curso superior – a razão para esse fato pode ser dado por
vários vieses, como o fator histórico-cultural, por exemplo.
32

Muita coisa vem sendo feita e discutida, ficando evidente a propensão nos
próximos anos que a participação de mulheres nos cursos superiores aumente. Em
comparação com as lutas de Yolande Monteux e Sonja Ashauer atualmente é mais
simples para uma mulher percorrer a graduação.
Personalidades atuais como Débora Menezes – primeira mulher a presidir a
sociedade brasileira de Física; Carolina Brito – editora chefe do Journal Paper in
Physics e coordenadora dos programas de extensão meninas na ciência e lugar de
mulher; Márcia Barbosa – uma das diretoras da Academia Brasileira de Ciência,
integrante da Sociedade Americana de Física, da Sociedade Brasileira de Física e
da União Internacional de Física Pura e Aplicada, ganhadora dos Prêmios L’Oréal-
Unesco de mulheres na ciências físicas, Cláudia em Ciência e Anísio Teixeira e
Sônia Guimarães – primeira mulher negra com doutorado no Brasil e professora
adjunta no Instituto Tecnológio de Aeronáutica (ITA) contribuem para que novas
mulheres consigam seus respectivos espaços dentro deste campo que apesar de
fascinante tem sido dominado pela presença masculina em níveis desproporcionais.
33

REFERÊNCIAS

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