Livro - LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
Livro - LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
Livro - LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA
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APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, aluno(a)!
É com grande satisfação e honra que apresento a você o livro que fará parte da disciplina
de Legislação Trabalhista e Previdenciária. Desenvolvi este material com muito carinho
e muita atenção, procurando apresentar os melhores e mais atualizados conteúdos para
esta disciplina. Durante nossa caminhada, estudaremos a Legislação Trabalhista e as Re-
lações Sindicais brasileiras.
Inicialmente, na Unidade I, abordaremos toda a evolução do Direito do Trabalho e por
que recebe esta denominação hoje. Você poderá ver, por exemplo, que o termo Direito
do Trabalho possui toda uma história, ele não apareceu “do nada”. Ainda analisaremos as
fontes e os princípios do Direito do Trabalho.
Visto isso, na Unidade II, estudaremos o empregado e suas características, analisaremos
as modalidades de empregado e trabalhador, como o doméstico, em domicílio, o apren-
diz entre outros. Entenderemos quem é o empregador e quais os poderes que ele tem
sobre o empregado, como ele pode agir, se pode fiscalizar nossos e-mails, ou não. Pros-
seguindo, na Unidade III, passaremos a estudar a jornada de trabalho, como ela funcio-
na, qual a teoria adotada pelo Direito brasileiro. Veremos os intervalos para descanso e
o repouso semanal remunerado.
Na penúltima unidade, falaremos sobre a partir de qual momento o empregado tem
direito a férias. Veremos que, em algumas situações, o obreiro poderá perder o direito a
férias por ter faltas injustificadas. Veremos em quais situações aplicam-se a suspensão
e a interrupção do contrato de trabalho, como em situações em que a mulher sofre um
aborto, quando o trabalhador sofre um acidente entre outras. Após isso, analisaremos
a parte mais temida do contrato de trabalho: a rescisão contratual. Verificaremos como
o empregado e o empregador podem terminar um contrato de trabalho, quando a re-
lação já não é mais interessante para nenhuma das partes. Essa é a parte mais proble-
mática e mais tumultuada do Direito do Trabalho, pois o término dessa relação sempre
é complexo.
Por fim, trataremos sobre a Legislação Previdenciária, em que abordaremos como sur-
giu o Direito Previdenciário bem como as demais normas que tratam a respeito deste
assunto.
Bons estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
16 A Legislação Trabalhista
18 Denominação
36 Considerações Finais
43 Referências
45 Gabarito
UNIDADE II
49 Introdução
61 Empregado
69 Empregador
74 Remuneração
80 Jornada de Trabalho
95 Considerações Finais
105 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
109 Introdução
110 Férias
127 FGTS
137 Referências
138 Gabarito
UNIDADE IV
141 Introdução
151 Sindicato
155 Greve
165 Referências
167 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
171 Introdução
198 Referências
199 Gabarito
200 Conclusão
Professora Me. Mariane Helena Lopes
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
I
UNIDADE
E PRINCÍPIOS
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender a evolução e a hierarquia das normas no Direito do
Trabalho.
■ Compreender por que o Direito do Trabalho recebe esta
denominação.
■ Conhecer as fontes do Direito do Trabalho e sua importância.
■ Entender por qual razão o Direito do Trabalho é autônomo.
■ Analisar os princípios mais importantes para o Direito do Trabalho.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A Legislação Trabalhista
■ Denominação
■ Conceito de Direito do Trabalho
■ Autonomia do Direito do Trabalho
■ Princípios do Direito do Trabalho
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
EVOLUÇÃO NO BRASIL
A Legislação Trabalhista
18 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DENOMINAÇÃO
Inicialmente, deve-se estudar a denominação dada à matéria para que possa ser pos-
sível sua compreensão e abrangência. A denominação direito do trabalho, como
conhecemos hoje, sofreu diversas transformações ao longo de sua existência, por-
tando em si um histórico próprio para que chegássemos a essa denominação atual.
Pode-se mencionar várias denominações que foram utilizadas para designar a dis-
ciplina objeto do estudo, tais como: Legislação do Trabalhador, Direito Operário,
Direito Corporativo, Direito Social, Direito Individual entre outras.
Para sua melhor compreensão, a seguir, faço um breve resgate de cada
denominação:
■ Legislação do Trabalhador: este foi o primeiro nome dado à disciplina
estudada. Existiam várias leis que tratavam do assunto, mas não eram
organizadas em um sistema, não sendo possível a autonomia da matéria.
A matéria a ser estudada não é apenas a contida na legislação, são estu-
dados os princípios do Direito do Trabalho, seus institutos e, também,
as convenções e os acordos coletivos e o contrato de trabalho. Isso revela
que a denominação empregada não é a adequada.
Denominação
20 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
■ Direito Sindical: o uso desta expressão não serve para justificar sua deno-
minação, pois diz respeito apenas ao sindicato, estando restrito a um dos
segmentos do Direito do Trabalho, e tal ramo abrange muito mais do que
a organização e o funcionamento do sindicato, ele abrange as pessoas que
fazem parte desta organização – empregado e empregador.
contém princípios que são proposições genéricas das quais derivam as demais
normas. Com o conhecimento dos princípios do Direito do Trabalho, notamos
um tratamento científico dado à disciplina, justificando, também, sua autonomia.
O Direito do Trabalho tem inúmeras regras que versam sobre a matéria, a
maioria delas está contida na CLT (BRASIL, 1943). No Direito do Trabalho não
existem apenas conjuntos de princípios e regras, mas também de instituições, de
entidades que criam e aplicam o referido ramo do Direito. O Estado é o maior cria-
dor de normas de Direito do Trabalho, já o Ministério do Trabalho edita portarias,
resoluções, instruções normativas etc., e a Justiça do Trabalho julga as questões
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
trabalhistas. O objeto do Direito do Trabalho é o estudo do trabalho subordinado,
por isso, o emprego de duas teorias para conceituar a matéria em estudo: a sub-
jetiva e a objetiva.
A teoria subjetiva toma por base os tipos de trabalhadores aos quais se aplica
o Direito do Trabalho. Não se pode conceber, porém, que qualquer trabalha-
dor será amparado pelo Direito do Trabalho, como ocorre com o funcionário
público e o trabalhador autônomo, que são espécies do gênero trabalhador, não
sendo assistidos por nossa matéria. O Direito do Trabalho estudará uma espécie
de trabalhador: o empregado, que é o trabalhador subordinado ao empregador,
que não tem autonomia em seu mister.
As teorias objetivistas partem do ângulo da matéria a ser analisada, e não
de pessoas. O Direito do Trabalho estuda não o trabalho autônomo, mas sim o
trabalho subordinado. Com o emprego da expressão “situações análogas”, pre-
tendemos tratar das situações que têm semelhança com o trabalho subordinado,
mas que, necessariamente, não são iguais a ele. O trabalhador temporário e o
empregado doméstico não deixam de ser subordinados. O trabalhador avulso
não é subordinado, mas será estudado pelo Direito do Trabalho.
Assim, o Direito do Trabalho tem por fundamento melhorar as condições
de trabalho dos obreiros e também suas situações sociais, assegurando que o
trabalhador possa prestar seus serviços em um ambiente salubre, podendo, por
meio de seu salário, ter uma vida digna para que possa desempenhar seu papel
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESENVOLVIMENTO LEGAL
AUTONOMIA JURISDICIONAL
O Direito do Trabalho - por ser amplo, tentando abranger e proteger toda a vida
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
balhadores entre outros, previstos nos Artigos. 197 a 207 (BRASIL, 1940).
■ Direito da Seguridade Social: o Direito do Trabalho relaciona-se com a
Seguridade Social no que diz respeito à previdência social, quando visa
à proteção à maternidade, especialmente à gestante, além da assistência
social, quando menciona o amparo à infância e à adolescência.
■ Direito Administrativo: as normas referentes à medicina e à segurança
do trabalho e de fiscalização do trabalho podem ser consideradas atinen-
tes à Administração do Estado, sendo feitas por intermédio das Delegacias
Regionais do Trabalho, órgãos vinculados ao Ministério do Trabalho. Além
disso, o próprio Estado realiza a contratação de servidores sob o regime da CLT.
■ Direito Tributário: as contribuições do FGTS e do PIS-Pasep realçam a
relação com o Direito Tributário, pois o primeiro incide sobre uma série
de verbas trabalhistas, e o segundo paga pela empresa; dá, posteriormente,
certos direitos aos empregados que ganham baixos salários.
■ Direito Econômico: o Direito Econômico tem por objetivo disciplinar,
juridicamente, as atividades desenvolvidas nos mercados, buscando uma
forma de organização do sistema e também visando ao interesse social. A
relação com o Direito do Trabalho acontece quando se verifica a obtenção
de uma política de pleno emprego e a valorização do trabalho humano, que
são, entre outros, os objetivos a serem assegurados pela ordem econômica.
■ Direito Processual do Trabalho: o Direito Processual do Trabalho vem
a ser a forma de se assegurar o cumprimento dos direitos materiais do
empregado, sendo que as controvérsias surgidas sobre a aplicação da legis-
lação trabalhista serão dirimidas pela Justiça do Trabalho.
As fontes no Direito são de suma importância, pois são elas que fornecerão, ao
aplicador do Direito bem como às partes envolvidas os direitos e deveres de cada
um, em uma relação de trabalho.
CONSTITUIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LEIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gratificação de Natal; Lei n. 5.859, de 11 de dezembro de 1972, dispondo sobre
o emprego doméstico; Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973, estatuindo normas
sobre o trabalho rural; Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, sobre o trabalho tem-
porário; Lei n. 7.783, de 28 de junho de 1989, sobre o direito de greve; e Lei n.
8.036, de 11 de maio de 1990, sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
SENTENÇA NORMATIVA
res. A sentença normativa terá efeito erga omnes, valendo para todas as pessoas
integrantes da categoria econômica e profissional envolvidas no dissídio coletivo.
JURISPRUDÊNCIA
REGULAMENTOS DE EMPRESA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vinculará não só os empregados atuais da empresa, como também aqueles que
forem sendo admitidos nos seus quadros. É, por conseguinte, uma fonte formal
de elaboração de normas trabalhistas, uma forma de como se manifestam as nor-
mas jurídicas, de origem extra estatal, autônoma, visto que não são impostas por
agente externo, mas são organizadas pelos próprios interessados.
Geralmente, o regulamento de empresa é preparado, unilateralmente, pelo
empregador, mas é possível a participação do empregado na sua elaboração.
Moraes Filho (1991) ensina que, pelo fato de serem estabelecidas condições de
trabalho no regulamento, este vem a ser uma fonte normativa do Direito do
Trabalho, pois as suas cláusulas aderem ao contrato de trabalho, normalmente,
utilizado nas empresas como Manual do Colaborador ou Código de Ética.
DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS
USOS E COSTUMES
(BRASIL, 1962).
O próprio contrato de trabalho não precisa ser, necessariamente, feito por
escrito, pode ser regido por aquelas regras do costume, ou seja, do que foi acor-
dado, tacitamente, pelas partes (Art. 443 da CLT)(BRASIL, 1943).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tre outros fatores.
A palavra princípio traduz a ideia de começo, início, é, nessa linha, o primeiro ins-
tante do existir de algo ou de alguma ação, algum processo (DELGADO, 2011).
Sendo assim, a palavra carrega consigo a força do significado de proposição fun-
damental. Por esta razão, princípio traduz a noção de proposições fundamentais
que se formam na consciência das pessoas e grupos sociais, a partir de certa reali-
dade, e que, após formadas, direcionam-se à compreensão, reprodução ou recriação
dessa realidade. A seguir, apresento os princípios do Direito do Trabalho:
■ Princípio de proteção: o Direito do Trabalho estrutura, em seu interior,
uma teia de proteção à parte, hipossuficiente na relação empregatícia –
empregado – visando atenuar, no plano jurídico, o desequilíbrio inerente
ao plano fático do contrato de trabalho. Esse princípio é o “cardeal” do
Direito do Trabalho, influindo em toda a estrutura e nas características
próprias deste ramo jurídico especializado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o operador do Direito deve optar pela regra mais favorável ao empregado.
Deve-se buscar a norma mais favorável, enfocando globalmente, o con-
junto de regras componentes do sistema.
■ Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas: tal princípio
informa que prevalece o domínio de regras jurídicas obrigatórias em
detrimento de regras apenas dispositivas. As regras trabalhistas são, essen-
cialmente, imperativas, não podendo, de maneira geral, ter sua regência
contratual afastada pela simples manifestação de vontade das partes. Aqui
prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em
contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condi-
ções contratuais.
■ Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas: os direitos tra-
balhistas são irrenunciáveis pelo empregado. Por exemplo, não se admite
que o empregado renuncie a suas férias. Se tal fato ocorrer, não terá vali-
dade o ato do operário, podendo o empregado reclamá-las na Justiça do
Trabalho. Contudo o trabalhador poderá renunciar a seus direitos se esti-
ver em juízo, diante do juiz do trabalho, pois, neste caso, não se pode dizer
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, vimos alguns tópicos do Direito do Trabalho que são de suma
importância para a compreensão do ramo estudado. Inicialmente, tratamos do
surgimento do Direito do Trabalho e vimos que o intuito era melhorar a relação
entre empregado e empregador, visando a melhores condições para a parte mais
fraca. Isso porque o empregado era tratado como simples objeto dessa relação.
Na sequência, vimos as denominações recebidas pelo Direito do Trabalho.
Dentre elas, podemos citar: Direito Sindical, Direito das Organizações, Direito
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Corporativo, Direito Social, Legislação do Trabalho, dentre outros. Contudo
nenhuma delas abrange tantas relações como Direito do Trabalho que, além de
tratar dos empregados, também traz espécies de trabalhadores, os quais estuda-
remos mais adiante.
Analisamos por qual razão o Direito do Trabalho é um ramo totalmente
autônomo dos demais. Quando ele surgiu, dependia de outras áreas do Direito,
como o Direito Civil e o Processo Civil para que pudesse ser aplicado. Com o
passar do tempo, ele foi tendo princípios próprios, regras próprias e doutrinas
próprias, não tendo mais ligação com os outros ramos. Como tudo no Direito,
submete-se somente ao Direito Constitucional, que é o ramo máximo do Direito
Brasileiro. Mesmo o Direito do Trabalho sendo um ramo autônomo, ele conti-
nua tendo ligações com os demais ramos do Direito, mas, agora, com o objetivo
de complementar as áreas em questão, e não em uma situação de dependência.
Ao final, vimos os princípios do Direito do Trabalho, que servem para ins-
pirar, orientar e regulamentar as normas existentes. Contudo os princípios não
têm nenhum tipo de punição quando ocorre o seu descumprimento. Em ver-
dade, eles ajudam, principalmente os aplicadores do Direito, na melhor forma
de solucionar os conflitos existentes no caso concreto.
Assim, percebemos que o Direito do Trabalho, desde o seu surgimento até
os dias atuais, sofreu expressiva transformação e muitas melhorias com relação
à sua regulamentação, acompanhando a sociedade e as relações de trabalho para
que os empregados sintam-se sempre protegidos pelo Direito.
CONTRATO DE TRABALHO
II
UNIDADE
E FORMALIZAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Diferenciar as diversas formas de empregado previstas na
Consolidação das Leis do Trabalho.
■ Conceituar um contrato de trabalho.
■ Conceituar empregado, e a remuneração.
■ Analisar as formas de contrato de trabalho: prazo determinado e
prazo indeterminado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Direito Individual do Trabalho
■ Contrato de trabalho pela Consolidação das Leis do Trabalho
■ Empregado
■ Empregador
■ Remuneração
■ Jornada de Trabalho
49
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta segunda Unidade, analisaremos quem pode ser empre-
gado e quem pode ser empregador para a Consolidação das Leis do Trabalho. Para
tanto, inicialmente, devemos entender quais são os requisitos para que a pessoa
seja considerada um empregado. Como veremos, alguns requisitos são essen-
ciais, enquanto outros são considerados não essenciais. Na sequência, veremos
as características do contrato necessárias para que ele tenha validade, como no
caso de menor de idade, como funcionará o contrato de trabalho, quando existir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
CONCEITO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mesmo no regime em que a legislação estabelece cotas para admissão do empre-
gado, como de deficientes e de aprendizes, o empregado só trabalhará na empresa
se assim o desejar, indicando, também, o ajuste de vontades entre as partes.
OBJETO
REQUISITOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
empregado recebe salário pelos serviços prestados ao empregador. O
empregado tem o dever de prestar serviços, e o empregador, em contra-
partida, deve pagar salários pelos serviços prestados.
Aqueles religiosos que levam seu lenitivo aos pacientes de um hospital
não são empregados da igreja, porque os serviços por eles prestados são
gratuitos. O parágrafo único, do Art. 1º da Lei n. 9.608, de 18 de fevereiro
de 1998, estabelece que o serviço voluntário não gera vínculo empregatí-
cio, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. O Art.
1º dispõe que serviço voluntário é a atividade não remunerada (BRASIL,
1998). O contrato de trabalho é oneroso, se não há remuneração, inexiste
vínculo de emprego.
d. Pessoalidade: o contrato de trabalho é intuitu personae, ou seja, realizado
com certa e determinada pessoa. O empregado não pode fazer-se substi-
tuir por outra pessoa, sob pena de o vínculo formar-se com a última. O
empregado somente poderá ser pessoa física, pois não existe contrato de
trabalho em que o trabalhador seja pessoa jurídica, podendo ocorrer, no
caso, locação de serviços, empreitada etc.
e. Alteridade: o empregado presta serviços por conta alheia (alteridade).
Alteridade vem de alteritas, de alter, outro. É um trabalho sem assun-
ção de qualquer risco pelo trabalhador. O empregado pode participar
dos lucros da empresa, mas não dos prejuízos. Quando está prestando
um serviço para si ou por conta própria, não será empregado, podendo
ocorrer apenas a realização de um trabalho ou a configuração do traba-
lho autônomo. É requisito do contrato de trabalho o empregado prestar
serviços por conta alheia, e não por conta própria.
serviços pelo empregado não o desnatura. Caso o trabalhador não cumpra tal
disposição contratual, dará apenas justo motivo para o empregador rescindir o
pacto laboral. Não é essencial, para a existência do contrato de trabalho, o fato
de o trabalhador não ser profissional, ou não ter grau de escolaridade.
Duração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por prazo determinado cair em feriado, domingo ou dia não útil, não o prorro-
gará para o dia seguinte.
O contrato de trabalho por tempo determinado só é válido quando se tratar
de: a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo, b) atividades empresariais de caráter transitório e c) contrato de experi-
ência (§ 2º, do Art. 443 da CLT).
Serviço de natureza transitória é o que é breve, efêmero, temporário. Fala-se,
aqui, em serviço transitório, e não de atividade empresarial de caráter transitó-
rio. São considerados por tempo determinado os seguintes contratos:
ESPÉCIE DE CONTRATO TEMPO FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Art. 443, § 2º, a e b, da CLT,
Por prazo determinado Dois anos
c/c Art. 455 da CLT.
Trabalho temporário Máximo 270 dias Art. 10 da Lei n. 6.019/74.
Art. 443, § 2º, c, c/c Art. 445,
De experiência Noventa dias
parágrafo único, da CLT.
Decreto-Lei n. 691/69 c/c
Técnico estrangeiro Dois anos Art. 25, V, do Decreto n.
86.715/81.
De safra Dois anos Art. 14 da Lei n. 5.889/73.
Artista Dois anos Art. 9º da Lei n. 6.533/78.
Por obra certa Dois anos Lei n. 2.959/56.
Dois anos, salvo a pes-
Aprendizagem Art. 428, § 3º da CLT.
soa com deficiência
Treinador profissional de
Dois anos Art. 6º, I, da Lei n. 8.650/93.
futebol
Estímulo a novos empre- Lei n. 9.601/98 c/c Art. 3º
Dois anos
gos do Decreto n. 2.490/98.
Art. 2º, II da Lei n.
Peão de rodeio Dois anos
10.220/01.
Em certos casos três
Trabalho no exterior Art. 16 da Lei n. 7.064/82.
anos
Art. 29, caput, da Lei n.
Atleta profissional Cinco anos
9.615/98.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mesmo que o contrato de trabalho seja prorrogado, não pode exceder o prazo
de dois anos, devendo se observar o Art. 451 da CLT (BRASIL, 1943). A pror-
rogação nada mais é do que a continuação do contrato anterior, e não um novo
contrato. Logo, não poderia haver a prorrogação do contrato de trabalho por
tempo determinado, fixado em dois anos por igual período, ou seja, por mais
dois anos. Neste caso, teremos um contrato de trabalho por prazo indeterminado.
Contrato de Experiência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
temporário. No primeiro, o prazo máximo é de 90 dias; já, no segundo, o prazo
é de três meses. O primeiro compreende a verificação da aptidão do empregado;
o segundo diz respeito à necessidade transitória de substituição regular e per-
manente do pessoal da tomadora ou ao acréscimo extraordinário de serviços.
O contrato de experiência não deixa de ser um contrato de trabalho por tempo
determinado. Há necessidade de anotação na CTPS do empregado do referido
pacto, que dará ao trabalhador todos os direitos e as obrigações pertinentes ao
acordo realizado. Contudo, para a validade desse contrato, a anotação na CTPS
não é requisito essencial, visto que o pacto laboral pode ser celebrado verbal-
mente e provado por qualquer meio de prova (Art. 456 da CLT)(BRASIL, 1943).
O prazo máximo dessa modalidade de contrato é de 90 dias (parágrafo único
do Art. 445 da CLT)(BRASIL, 1943). Caso o prazo exceda por mais tempo, o
contrato vigorará como se fosse contrato por tempo indeterminado. Esse con-
trato pode ser prorrogado uma única vez (Art. 451 da CLT)(BRASIL, 1943). Em
hipótese alguma poderá exceder o prazo de 90 dias, seja na prorrogação, seja
por uma única contratação. Não é possível prorrogar um contrato de trabalho
de 90 dias por mais 90 dias, pois o prazo máximo de 90 dias, contido no pará-
grafo único do Art. 445 da CLT, foi excedido.
Caso o empregado cumpra a experiência e saia da empresa, não pode, o
empregador, ao recontratá-lo para a mesma função, exigir novamente a experi-
ência, pois o trabalhador já foi testado (Art. 452 da CLT)(BRASIL, 1943).
Essa forma de contrato deve ser celebrada por escrito e deverá garantir ao empre-
gado o valor da hora de serviço nunca inferior ao salário mínimo ou àquele devido
aos demais empregados do estabelecimento. Essa formalização do contrato é essen-
cial para que ele tenha validade jurídica. Caso o empregado tenha sido contratado
oralmente ou de forma tácita para trabalhar nesse modelo, não será regido pelo
contrato intermitente, e o seu tempo à disposição será contado na forma do Art.
4º da CLT, devendo ser aplicada as demais regras previstas na mesma.
Nas palavras de Cassar,
Esta nova modalidade de contrato gera extrema insegurança ao tra-
balhador, que não tem nenhuma garantia da quantidade mínima de
trabalho por mês ou de quantos meses irá trabalhar no ano e, apesar
de ficar a disposição dos chamados do patrão, este período não é com-
putado como tempo de serviço, não se lhe aplicando pelo período de
inatividade o disposto no caput do art. 4º da CLT, podendo, inclusive,
trabalhar para outros empregadores (CASSAR, 2017, p. 508).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Outro ponto que deve ser questionado é a época do pagamento do salário.
Pode um empregado receber seu salário com periodicidade maior que a men-
sal, desrespeitando o disposto no Art. 459 da CLT? O Art. 452-A, § 6º da CLT
determina que ao final de cada período de trabalho o empregado receberá o paga-
mento imediato da remuneração, do repouso, além das férias e trezeno (décimo
terceiro salário) proporcional. A questão aqui é quanto ao “final de cada perí-
odo de trabalho”, que não ficou claro.
O Art. 452-A, § 8º da CLT prevê a obrigatoriedade do empregador em for-
necer ao empregado intermitente o comprovante do recolhimento do FGTS e da
Previdência Social. O empregador também não poderá convocar o empregado
intermitente para trabalhar no período concessivo das férias, mas a lei fica omissa
de como será computado o período aquisitivo das férias. Os direitos previstos
para o empregado no Art. 452-A, § 6º, incisos I a V da CLT, também devem ser
estendidos ao intermitente, ainda que não sejam mencionados. Deve entender
que os incisos são exemplificativos, e não taxativos.
Quando se fala na criação de mais uma espécie de contrato de trabalho sob
a denominação “contrato intermitente”, visa autorizar a jornada móvel variada
e o trabalho variável (bico), ou seja, a imprevisibilidade da prestação de ser-
viços, ferindo os princípios da segurança jurídica e a proteção ao trabalhador
(CASSAR, 2017). Por esta modalidade, nota-se que tanto o Art. 443 quanto o
Art. 452-A pretendem repassar ao empregado os riscos inerentes ao empreen-
dimento, visto a imprevisibilidade dos ganhos mensais que terá. Com relação à
pedida formal. Além disso não conseguirá aplicar ao empregador a justa causa
por falta de trabalho (Art. 483, g da CLT).
Nota-se, assim, que muitos são os questionamentos a serem respondidos por
essa inovação na legislação, mas que necessitamos aguardar para saber o dire-
cionamento dos tribunais.
EMPREGADO
Empregado
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EMPREGADO EM DOMICÍLIO
É aquele que trabalha na própria residência. Não pode ser considerado empre-
gado em domicílio aquele que trabalha em uma organização empresarial, a não
ser que esta também seja desenvolvida no âmbito familiar.
O Art. 83 da CLT (BRASIL, 1943), além de assegurar ao empregado em domi-
cílio o salário mínimo, define tal trabalho como aquele “executado na habitação do
empregado ou em oficina de família, por conta de empregador que o remunere”.
Para ser empregado, o trabalho precisa ser por conta do empregador, ou seja,
de forma não autônoma, com subordinação e onerosidade. Conforme o Art. 6º
da CLT (BRASIL, 1943): “não se distingue entre o trabalho realizado no estabe-
lecimento do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que
esteja caracterizada a relação de emprego”.
No caso do empregado em domicílio, o direito a horas extras apresenta maior
dificuldade de se caracterizar como devido, justamente em razão do labor na
EMPREGADO DOMÉSTICO
Empregado
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dorme na residência, no que diz respeito a esse tipo de empregado. Por essa
razão, o Ministério do Trabalho fez uma cartilha para esclarecer melhor cada
um dos temas e questionamentos que podem vir a surgir nesta relação de
emprego. Para saber mais acesse o link a seguir e tenha acesso ao Manual do
Doméstico com todas as alterações que já foram implantadas e que ainda es-
tão em discussão.
Para saber mais, acesse link disponível em: <http://portal.mte.gov.br/trab_do-
mestico/trabalho-domestico.htm>.
Fonte: a autora.
EMPREGADO RURAL
EMPREGADO APRENDIZ
Empregado
66 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ência”, conforme o Art. 428, § 3º da CLT (BRASIL, 1943).
Além da necessidade de ser ajustada por escrito, a validade do contrato de
aprendizagem pressupõe a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social;
matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não tenha concluído o Ensino
Médio e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação
de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica (§ 1º, do
Art. 428 da CLT) (BRASIL, 1943). Nas localidades onde não houver a oferta de
Ensino Médio para o cumprimento do citado anteriormente, “a contratação do
aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha con-
cluído o Ensino Fundamental” (§ 7º, do Art. 428 da CLT) (BRASIL, 1943).
A formação técnico-profissional citada caracteriza-se por atividades teóricas
e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva
desenvolvidas no ambiente de trabalho (§ 4º, do Art. 428 da CLT) (BRASIL, 1943).
A duração do trabalho do aprendiz não excederá seis horas diárias, sendo
vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. Contudo tal limite pode ser
de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o Ensino
Fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teó-
rica (Art. 432 da CLT) (BRASIL, 1943). Quanto à remuneração, salvo condição mais
favorável, será garantido o salário mínimo hora (§ 2º, do Art. 428 da CLT), ou seja,
o empregado aprendiz faz jus ao salário mínimo proporcional às horas trabalhadas.
Por fim, em razão do contrato de aprendizagem ser um contrato a prazo
certo, ele se extingue no seu termo, ou quando o aprendiz completar 24 anos,
ressalvada a hipótese dos aprendizes portadores de deficiência (Art. 433 da CLT)
(BRASIL, 1943).
ou seja, aquele que trabalha “fora dos portos, no meio urbano ou rural,
quando a sua contratação se faz pelo sindicato da categoria profissional,
para tomadores dos seus serviços, que são aqueles que se beneficiam e o
remuneram” (NASCIMENTO, 2011a, p. 186). As empresas tomadoras do
trabalho avulso respondem, solidariamente, pela efetiva remuneração do
trabalho contratado e são responsáveis pelo reconhecimento dos encargos
fiscais e sociais, bem como das contribuições ou de outras importâncias
devidas à Seguridade Social, no limite do uso que fizerem do trabalho
avulso intermediado pelo sindicato (Art. 8º da Lei n. 12.023/2009). Além
disso, também são responsáveis pelo fornecimento dos Equipamentos de
Proteção Individual e por zelar pelo cumprimento das normas de segu-
rança do trabalho (Art. 9º da Lei n. 12.023/2009). Embora não tenha
vínculo empregatício, a Constituição Federal de 1988 assegura a igualdade
de direitos entre o trabalhador avulso e o empregado (art. 7º, XXXIV).
■ Trabalhador Autônomo: trabalhador autônomo “é aquele que não
transfere para terceiro o poder de organização de sua atividade”
(NASCIMENTO, 2011b, p. 243), ou seja, é aquele que trabalhará por
conta própria. Diferencia-se da relação de emprego pela ausência da subor-
dinação jurídica inerente ao contrato de trabalho. O trabalho autônomo
pode ser dividido em trabalho autônomo propriamente dito e empreitada.
■ Trabalhador Eventual: o trabalhador eventual não pode ser confun-
dido com o empregado, não sendo regido pelo Direito do Trabalho, não
fazendo jus aos diversos direitos trabalhistas.
■ Estagiário: o estágio é, atualmente, regulado pela Lei n. 11.788/2008. Por
essa definição, o estágio representa um ato educativo escolar supervisio-
nado pela instituição de ensino, realizado no ambiente de trabalho, tendo
Empregado
68 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado vistos em rela-
tórios, devendo ser aprovados (art. 7º da Lei n. 11.788)(BRASIL, 2008).
Ainda, o parágrafo único desse dispositivo explicita que o referido serviço “não
gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenci-
ária ou afim” (BRASIL, 1998). Mesmo não havendo onerosidade nessa forma
de trabalho, podem surgir conflitos decorrentes da relação de trabalho dotada
de gratuidade. A referida Lei n. 9.608/1998, no Art. 3º, prevê a possibilidade de
ressarcimento de despesas que o prestador do serviço voluntário, comprovada-
mente, realizar no desempenho de suas atividades (devendo estar as despesas
expressamente autorizadas pela entidade a qual for prestado o serviço voluntário).
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EMPREGADOR
Empregador
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SUCESSÃO TRABALHISTA
O poder de direção, que tem como fundamento o Art. 2º da CLT, pode ser concei-
tuado como aquele que autoriza o empregador a organizar, controlar e disciplinar
a prestação de serviços pelo empregado, que ocorre de forma subordinada. O
abuso no exercício do poder de direção não deve ser aceito, o que faz com que o
empregado possa a ele se opor, fazendo jus à reparação ou prevenção da decor-
rente lesão, na esfera material e moral.
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Empregador
72 UNIDADE II
Com relação ao tema, entende-se que, caso o e-mail seja privativo (particular) do
empregado, encontra-se coberto pela garantia de proibição de violação do sigilo
das comunicações e de dados. No caso do e-mail corporativo, que é disponibili-
zado pelo empregador, as polêmicas aumentam, pois alguns autores entendem que,
mesmo assim, a mencionada vedação da violação do sigilo incide normalmente.
Por se tratar de uma ferramenta de trabalho e tendo o empregador avisado
previamente, pode-se entender que quanto à possibilidade de seu controle, de
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forma impessoal, na esfera da empresa, e estando em jogo algum valor de ordem
fundamental, pode-se autorizar a verificação pela empresa, no seu equipamento
de informática, resguardando a sua eventual responsabilidade, o que não pode
ser confundido com interceptação da mensagem quando em seu caminho de
destino (GARCIA, 2017).
REGULAMENTO DE EMPRESA
REVISTAS PESSOAIS
O Art. 373-A, inciso VI da CLT (BRASIL, 1943) proíbe as “revistas íntimas nas
empregadas ou funcionárias”. Contudo, considerando o princípio da igualdade, o
artigo citado é totalmente aplicável também aos empregadores do sexo masculino.
A revista íntima é aquela que apresenta invasão à intimidade do(a) emprega-
do(a), violando a sua integridade física, psíquica e moral. Já na revista pessoal,
com a intenção de evitar lesões ao patrimônio empresarial, dependendo da ati-
vidade desempenhada pelo empregador, este teria o direito de realizar revistas
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nos empregados, desde que de forma não abusiva e sem caracterizar afronta à
sua intimidade, não podendo ser em forma de perseguição ou discriminação
contra certos trabalhadores.
Sendo assim, a revista deveria ser feita de forma aleatória, moderada, res-
peitosa, por pessoa do mesmo sexo, sem exposição desnecessária ou abusiva
do empregado revistado. Caso haja conflito entre o direito de propriedade (do
empregador) e os direitos à intimidade e à privacidade (do empregado), devem
prevalecer os últimos, pois são ligados ao preceito magno de dignidade da pes-
soa humana, conforme ponderação dos valores em confronto.
Quanto aos objetos, bens e locais reservados ao empregado, estão abrangi-
dos no conceito constitucional de domicílio, só podendo “sofrer revista no caso
de flagrante delito ou por determinação judicial” (Art. 5º, inciso XI da CF/1988).
Empregador
74 UNIDADE II
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REMUNERAÇÃO
maior. Esse tempo atua não apenas como critério para o cálculo, mas tam-
bém para a entrega do dinheiro. Sendo assim, o mensalista é aquele que
recebe o salário uma vez por mês, o quinzenalista é aquele que recebe a
cada quinzena, e o semanalista é o que ganha o salário toda semana.
Quanto ao horista, não há o mesmo critério. O tempo, nesse caso, fun-
ciona apenas como unidade de cálculo, recebendo os salários por mês,
por quinzena, entre outros. Contudo tal forma de pagamento apresenta
alguns problemas. São eles: I) é impreciso, porque remunera da mesma
forma qualquer classe e quantidade de trabalho tanto o trabalhador mais
ativo, hábil, como o incapaz, ambos recebendo a mesma coisa; II) é injusto,
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Remuneração
76 UNIDADE II
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exterior, não será vedado o pagamento do salário em moeda estrangeira.
A conversão deverá ser feita tomando por base a taxa de câmbio vigente
na data da contratação, aplicando-se, daí em diante, os reajustes legais ou
convencionais.
e. Salário em utilidades
Essa forma de pagamento decorrerá do contrato ou do costume. O Art. 458
da CLT permite o pagamento em utilidades, ou seja, além do pagamento
em dinheiro, o empregador poderá fornecer utilidades ao empregado,
como alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura.
Para configuração da utilidade, dois critérios básicos são necessários: I)
habitualidade, que inclusive será indicada no Art. 458 da CLT - se a uti-
lidade for fornecida uma vez ou outra, eventualmente, provisoriamente,
não será considerada salário in natura; II) gratuidade - o salário-utili-
dade é uma prestação fornecida gratuitamente ao empregado. A utilidade
não deixa de ter um aspecto de compensação econômica pelo trabalho
prestado, ainda que seja fornecida gratuitamente. Havendo cobrança da
utilidade pelo empregador, a prestação fornecida ao empregado deixará
de ter natureza salarial.
Se a utilidade não fosse fornecida, o empregado teria que comprá-la ou des-
pender numerário próprio para adquiri-la, mostrando que se trata realmente
de um pagamento ou de um ganho para o trabalhador, uma vantagem eco-
nômica. Contudo o salário-utilidade deve ser fornecido gratuitamente ao
empregado, pois, se a utilidade for cobrada, não deverá falar-se em salário.
Não representa salário-utilidade o fornecimento de bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas (Art. 458, parte final da CLT) (BRASIL, 1943).
Remuneração
78 UNIDADE II
Abonos
Adicionais
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Adicional significa algo que se acrescenta. No sentido jurídico, adicional é um
acréscimo salarial que tem como causa o trabalho em condições mais gravosas
para quem o presta. Pode ser dividido em adicional de horas extras, noturno, de
insalubridade, de periculosidade ou de transferência.
a. Adicional de horas extras
Esse adicional é devido pelo trabalho extraordinário à razão de, pelo
menos, 50% sobre a hora normal (Art. 7º, XVI da Constituição Federal)
(BRASIL, 1988). Se as horas extras são pagas com habitualidade, inte-
gram o cálculo de outras verbas, como indenização, 13º salário, FGTS,
aviso prévio indenizado, gratificações semestrais, férias e descanso sema-
nal remunerado.
A lei trabalhista não define o que é habitualidade para efeito de reflexos
de horas extras. Pode-se entender que é habitual o que foi pago na maior
parte do contrato de trabalho. Se o contrato de trabalho teve duração de
seis meses, por exemplo, e as horas extras foram pagas por quatro meses,
houve habitualidade. Também pode ser considerado habitual o que foi
pago por mais de seis meses, correspondendo à maior parte do ano.
b. Adicional noturno
Essa forma de adicional é devida ao empregado urbano que trabalhar no
período entre 22 horas e 5 horas. O trabalhador rural terá direito no perí-
odo de 21 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte, na lavoura; entre
as 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte, na pecuária. O adicio-
nal será de 20% sobre a hora diurna para o empregado urbano (Art. 73
Remuneração
80 UNIDADE II
Comissões
Gratificações
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Gratificações são liberalidades do empregador que pretende gratificar o empregado
por ocasião das festas de fim de ano. A gratificação pode ter várias finalidades:
I) retributiva, de modo a remunerar o empregado pelo serviço prestado, seja de
maneira expressa ou tácita; II) premial, ou de recompensa, pelos serviços extras
prestados; e III) estimulante, de modo a fazer com o que o empregado produza
mais ou melhore sua produção (MARTINS, 2013).
JORNADA DE TRABALHO
Costumam ser atribuídos três nomes diferentes para a matéria: jornada de tra-
balho, duração do trabalho e horário de trabalho. Jornada de trabalho são as
horas de um dia de trabalho; o horário de trabalho é o espaço de tempo em que
o empregado presta serviços ao empregador, não se computando o tempo de
intervalo (MARTINS, 2013).
Na realidade, são computados, na jornada de trabalho, não só o tempo efe-
tivamente trabalhado, mas também o tempo à disposição do empregador. Para
se compreender o conceito de jornada de trabalho, devem ser analisadas três
teorias diferentes: o tempo efetivamente trabalhado, o tempo à disposição do
empregador e o tempo in itinere.
Jornada de Trabalho
82 UNIDADE II
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inferior ao referido módulo. Recentemente foi aprovada a reforma traba-
lhista, a qual alterou a jornada de trabalho, dispondo que a jornada diária
poderá ser de 12 horas com 36 horas de descanso, respeitando o limite de
44 horas semanais ou 48 horas, contando as horas extraordinárias e 220
horas mensais (BRASIL, 2017).
■ Extraordinária: são as horas de trabalho acima do horário normal.
O Art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal de 1988 dispõe que a duração do
trabalho normal não pode ser superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
horas semanais, facultadas a compensação de horário e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Havendo trabalho acima de
algum dos referidos limites, verifica-se o trabalho em horas extras.
Existe, ainda, o trabalho parcial, em que a CLT prevê jornada máxima de 25
horas por semana, sendo proibidas as horas extras. Nesse caso, o trabalhador tem
direito a férias proporcionais de, no máximo, 18 dias e não pode vender dias de férias.
Com a reforma trabalhista, o trabalho parcial foi alterado. Agora, a duração
pode ser de até 30 horas semanais, sem possibilidade de horas extras semanais,
ou de 26 horas semanais ou menos, com até 6 horas extras, pagas com acréscimo
de 50%. Nesse caso, um terço do período de férias pode ser pago em dinheiro
(BRASIL, 2017).
Jornada de Trabalho
84 UNIDADE II
HORAS EXTRAS
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Acordo de prorrogação de horas
É um ajuste de vontade feito pelas partes para que a jornada de trabalho possa
ser estendida além do limite legal, mediante o pagamento de adicional de horas
extras. Tal acordo pode ser feito por prazo determinado ou indeterminado.
Pelo Art. 59 da CLT, o limite da prorrogação de horas extras é de mais de duas
horas por dia, totalizando 10 horas por semana. Pode ser que o empregado acabe
prestando mais de duas horas extras por dia. Se isso acontecer, terá direito de
recebê-las, pois geraria enriquecimento ilícito do empregador. Entretanto deve-se
lembrar que trabalhar mais de 10 horas por dia diminui a concentração do traba-
lhador, podendo causar inclusive acidentes de trabalho. Entretanto com relação
ao menor, o Art. 413 da CLT veda a prorrogação do horário de trabalho deste,
salvo em se tratando de acordo de compensação ou na hipótese de força maior.
O adicional de horas extras é de 50% (Art. 7º, XVI da Constituição Federal).
A jurisprudência considera como trabalho extraordinário os minutos que ante-
cedem e sucedem a jornada de trabalho, o que também poderia ser chamado de
período residual. Em muitos casos, é impossível que os empregados se com-
portem de forma homogênea, ordenada, para a marcação do ponto, sendo
impraticável que todos marquem o ponto no mesmo horário. Dessa forma, deve
haver um limite de tolerância para que o empregado faça a marcação do cartão
de ponto, sendo o limite de cinco minutos, e o que exceder esse limite será con-
siderado como minutos extras.
Como visto anteriormente, a Constituição Federal estabelece que a dura-
ção do trabalho é de oito horas diárias e 44 horas semanais. O que excede esse
gador não poderá descontar os cinco minutos que o empregado entrar mais
tarde, por ter chegado atrasado, ou sair mais cedo, sempre se lembrando do
limite máximo de 10 minutos por dia.
O Art. 59, § 2º da CLT teve nova redação determinada pelo Decreto-lei n. 5.452/43,
passando a dispor:
Art. 59. [...]
§ 2º. Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acor-
do ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de manei-
ra que não exceda, no período máximo de cento e vinte dias, à soma
das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas extras (BRASIL, 1943).
Jornada de Trabalho
86 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
utilização do banco de horas são: evitar dispensa de trabalhadores em épocas de
crise; adequar a produção; evitar ociosidade do trabalhador; reduzir horas extras
e seu custo, compensar o sábado, compensar dias no final do ano etc. Contudo
não se pode confundir a compensação da jornada de trabalho com a chamada
semana inglesa, pois, nesta, o empregado trabalha oito horas diárias e 40 semanais.
O adicional de horas extras é de, pelo menos, 50% (Art. 7º, XVI da CF). Com
isso, estão revogados os preceitos da CLT ou da legislação ordinária que falem
em adicional de 20% ou 25%. Entretanto nada impede que a legislação ordinária
ou as normas coletivas estabeleçam porcentual superior, o que normalmente é
feito. A natureza do adicional de horas extras é de salário, e não de indenização,
já que representa um trabalho desenvolvido pelo empregado (MARTINS, 2013).
As horas extras prestadas com habitualidade integram a indenização por
antiguidade (Súmula 24 do TST), o 13º salário (Súmula 45 do TST), o FGTS
(Súmula 63 do TST), o aviso prévio indenizado (Art. 487, § 5º da CLT), as gra-
tificações semestrais (Súmula 115 do TST), as férias (Art. 142, § 5º da CLT) e o
DSR (Súmula 172 e Art. 7º, a e b, da Lei n. 605/49).
Trabalho noturno
São períodos de descanso que têm como objetivo fazer com que o empregado
possa se recompor, evitando o cansaço excessivo, que pode causar prejuízos à
sua saúde, bem-estar e segurança.
O intervalo para descanso pode ser conceituado como o período de ausên-
cia de trabalho, destinado ao repouso e à alimentação do empregado, podendo
ocorrer no curso da jornada de trabalho ou entre uma jornada de trabalho e outra
(GARCIA, 2017). A finalidade dos intervalos é possibilitar que o empregado
recomponha as suas forças, possa descansar e se alimentar, possibilitando que
prossiga com o seu trabalho, durante a jornada de trabalho ou em dia seguinte.
Intervalo intrajornada
Jornada de Trabalho
88 UNIDADE II
Quando o empregado trabalha menos de quatro horas diárias, não será obri-
gatória a concessão de nenhum intervalo. Se o empregado presta serviços entre
quatro até seis horas diárias, será obrigatório um intervalo de 15 minutos. Se a
duração do trabalho exceder seis horas, será obrigatório o intervalo intrajornada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de, no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas. Tal limite máximo pode ser
ultrapassado mediante acordo escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
O intervalo não pode ser concedido no início da jornada, já que não repre-
senta pausa para o repouso, e o trabalho sequer começou. Ainda não pode
ser fracionado em várias vezes durante o dia. Deve corresponder a um perí-
odo mínimo de 15 minutos ou uma hora, de forma contínua, e deve ser de, no
mínimo, uma hora, podendo ser superior a esse horário até duas horas. Dessa
forma, caberá ao empregador escolher como concederá o intervalo, podendo ser,
por exemplo, de 1 hora e 40 minutos, 1 hora e 55 minutos. Entretanto, para que
o intervalo seja superior a duas horas, há a necessidade de acordo escrito com
o empregado, seja por intermédio de cláusula do contrato de trabalho ou termo
separado ou de contrato coletivo.
Com a aprovação da reforma trabalhista, o intervalo dentro da jornada poderá
ser negociado, desde que tenha pelo menos 30 minutos. Além disso, caso o empre-
gador não conceda intervalo mínimo para almoço, ou concede parcialmente, a
indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho, apenas sobre o
tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido (BRASIL,
2017). Para os empregados que trabalham das 22h às 5h, o intervalo é de uma
hora, e não de 52min30s, pois o Art. 71 da CLT não faz qualquer distinção com
relação ao tempo que se deve computar para equivaler a uma hora de trabalho.
Intervalo Interjornada
É aquele que ocorre entre uma jornada e outra de trabalho. O Art. 66 da CLT
esclarece que entre duas jornadas de trabalho deve haver um intervalo mínimo
de 11 horas consecutivas para descanso. Tal intervalo não é computado como
tempo de serviço; o respectivo período não é remunerado, sendo hipótese de
suspensão do contrato de trabalho.
A não observância da integralidade do intervalo interjornada de 11 horas acar-
reta o direito ao recebimento do tempo de intervalo não usufruído como se fosse
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
hora extra, por equiparação, uma vez que o empregado deveria estar descansando,
mas prestou serviços em favor do empregador, em prejuízo de sua segurança e saúde.
O período de intervalo interjornada inicia-se quando o empregado cessa
o trabalho. Deve-se computar também o repouso semanal remunerado de 24
horas. As 11 horas devem ser consecutivas, não podendo ser interrompidas.
Caso haja a interrupção, deve-se considerar novo período de 11 horas a contar
do término do trabalho.
Jornada de Trabalho
90 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O repouso semanal remunerado não deixa de ter natureza salarial. Em verdade,
o Estado tem interesse de que o empregado goze efetivamente do descanso. O
repouso semanal remunerado é o direito de se abster de trabalhar, percebendo
remuneração. O empregador estará obrigado a não exigir trabalho, tendo a obri-
gação de pagar o salário correspondente.
Art. 6º. Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do co-
mércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art.
30, inciso I, da Constituição.
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo
menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo,
respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem
estipuladas em negociação coletiva (NR)(BRASIL, 2007).
Assim, pode-se concluir que a Lei n. 10.101/2000 autoriza o trabalho aos domin-
gos, no comércio em geral, observado o Art. 30, inciso I da Constituição, de acordo
com o qual compete aos Municípios “legislar sobre assuntos de interesse local”
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Jornada de Trabalho
92 UNIDADE II
bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe
a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração”.
Se existir labor no dia de descanso semanal remunerado, sem folga com-
pensatória, segundo entendimento jurisprudencial e doutrinário, o empregado
também faz jus à remuneração em dobro, “sem prejuízo da remuneração rela-
tiva ao repouso semanal” (Súmula 146 do TST) (BRASIL, 2003).
A remuneração em dobro não possui natureza jurídica de horas extras, mas
sim de penalidade pela ausência de concessão do descanso, com trabalho realizado
em dia de repouso. Essa compensação de dia de descanso trabalhado não se con-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
funde com a compensação de horas por se referir ao dia de repouso não gozado,
não sendo exigido “acordo ou convenção coletiva de trabalho”, bastando a conces-
são de folga em outro dia durante a semana (GARCIA, 2011; MARTINS, 2006).
desde que presentes dois requisitos previstos no Art. 6º da Lei n. 605/1949, que são:
1° Assiduidade durante a semana anterior ao dia de repouso semanal: ou
seja, ausência de faltas injustificadas.
2° Pontualidade durante a semana anterior ao dia de repouso semanal:
observância dos horários de entrada, saída e intervalos do empregado.
Dessa forma, percebe-se que passou a existir a permissão para o labor em feria-
dos nas “atividades do comércio em geral”, desde que presente a autorização em
“convenção coletiva de trabalho”, a qual é uma modalidade de instrumento nor-
mativo decorrente de negociação coletiva, firmado normalmente entre sindicatos
das categorias profissional e econômica. Trata-se de uma exceção à regra que
veda o trabalho nos feriados (GARCIA, 2011).
Jornada de Trabalho
94 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
diversos, não estando incluídos os serviços de utilidade pública, como hospi-
tais e farmácias.
O direito à remuneração quanto aos dias de feriados também depende dos requi-
sitos citados anteriormente, com relação aos domingos trabalhados, que são: 1º)
assiduidade e 2º) pontualidade. O valor da remuneração do feriado é calculado
em conformidade com o Art. 7º da Lei n. 605/1949 (BRASIL, 1949).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
96
diante salário” (BRASIL, 1943). Toda pessoa que esteja nessas condições possui um emprego.
E o termo emprego designa um ofício, durante muitos anos, o trabalho predominante
era o escravo, ou seja, trabalhava-se apenas porque era de uma raça considerada inferior
ou porque perderam em batalhas virando escravos dos rivais, essa relação não era de
emprego, e sim uma forma de propriedade, o escravo nada mais era que uma moeda de
troca, podendo ser vendido ou trocado quando seu ‘’dono’’ assim quisesse.
Somente a partir da revolução industrial que o mundo passou a determinar as relações
de trabalho, visto que surgiram grandes indústrias, fábricas, precisando de pessoas para
exercer o trabalho. Nesse período, as mudanças começaram a ocorrer, com criação de
sindicalismo e, até mesmo, da democracia.
Atualmente, a forma mais comum de emprego é o assalariado, como definido pelo ar-
tigo 3 da CLT. Há, nesse caso, um contrato com uma pessoa física ou jurídica, em que se
estabelecem o valor do salário, que nada mais é que a venda da força de trabalho, defi-
nem-se também as condições do serviço prestado. O salário ou remuneração pode ser
pago de forma semanal, quinzenal, mensal ou, até mesmo, diariamente.
Délio Maranhão (2002, p. 236) define contrato de trabalho da seguinte forma:
Contrato de trabalho ‘stricto sensu’ é o negócio jurídico pelo qual uma pes-
soa física (empregado) se obriga, mediante o pagamento de uma contra-
prestação (salário), a prestar trabalho não eventual em proveito de pessoa
física ou jurídica (empregador), a quem fica juridicamente subordinado.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências On-Line
1
Em: <http://raquelminuci.jusbrasil.com.br/artigos/141292161/especies-de-traba-
lhadores-e-o-vinculo-empregaticio>. Acesso em: 10 ago. 2018.
105
GABARITO
FÉRIAS E CESSAÇÃO DE
III
UNIDADE
CONTRATO
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender como funciona o período aquisitivo das férias.
■ Compreender a diferença entre suspensão e interrupção do contrato
de trabalho.
■ Compreender e analisar como funciona a rescisão contratual.
■ Verificar qual o direito do empregado de acordo com a forma de
rescisão contratual.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Férias
■ Suspensão e interrupção do Contrato de Trabalho
■ Formas de Rescisão de Contrato de Trabalho e Direitos do Empregado
■ FGTS
109
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, trataremos das férias. Veremos que, em algu-
mas situações, o empregado poderá perder seu direito a férias, como quando
falta mais de 32 vezes sem justificativa. Deve-se considerar, ainda, o período de
aquisição das férias para que possamos ter direito a tirá-las.
Após, passaremos a estudar a diferença entre suspensão e interrupção do
contrato de trabalho, verificando em quais casos o empregado ficará sob manu-
tenção da empresa e em quais casos ele ficará sob proteção da Previdência Social,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por exemplo.
Trataremos, ainda, de um dos momentos mais conflitantes da questão tra-
balhista, ou seja, o fim do contrato, que é a rescisão do contrato de trabalho, em
que a maioria dos empregados diz “quero os meus direitos”. Contudo quais são
esses direitos? O que pagar? E quando pagar?
A relação de emprego, no Direito e para alguns estudiosos, é como um casa-
mento. Enquanto está bom para ambas as partes, ele é mantido. A partir do
momento em que aparecem problemas, começa uma turbulência nessa relação,
que pode levar ao divórcio, igualado à rescisão do contrato. Por essa razão, fala-
-se que a rescisão ou término do contrato é a fase mais tumultuada da relação.
Aqui, estudaremos as possibilidades de rescisão de contrato e os direitos em
cada tipo de rescisão, o que permitirá entender as particularidades e diferenças
entre uma causa de rescisão e outra. Não trataremos sobre cálculos especifica-
mente, mas poderemos ver os proventos legais obrigatórios.
Perceberemos que a rescisão do contrato de trabalho pode acontecer de várias
formas, seja pela vontade do empregado, seja pela vontade do empregador, seja
pela vontade de ambos. Dependendo do que acontece na relação de emprego,
a cessação da relação de trabalho será de uma forma diferente, e o empregado
terá direitos diferentes.
Introdução
110 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FÉRIAS
Quando falamos em férias, precisamos ter em mente que elas possuem o objetivo
de proporcionar um período mais extenso de descanso ao empregado, de modo a
evitar problemas de saúde decorrentes do cansaço excessivo. Elas podem ser con-
ceituadas como “o período mais prolongado de descanso, em que o empregado não
presta serviços, mas tem direito de receber a remuneração” (GARCIA, 2017, p. 439).
PERÍODO AQUISITIVO
Seria correto dizer que o empregador, uma vez que concederá as férias tem
direito a cancelá-las, após já ter avisado o empregado?
14 (quatorze) faltas;
III. 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23
(vinte e três) faltas;
IV. 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro)
a 32 (trinta e duas) faltas.
Férias
112 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VI. oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a
cinco horas.
Caso o empregado contratado sob o regime parcial tenha mais de sete faltas
injustificadas, ao longo do período aquisitivo, terá o seu período de férias redu-
zido à metade (Art. 130-A, parágrafo único da CLT) (BRASIL, 1943). Buscando
sistematizar a questão, pode-se fazer o seguinte quadro:
a) Até sete faltas injustificadas:
NÚMERO DE HORAS PERÍODO DE FÉRIAS
Acima de 22-25 horas na semana 18 dias de férias
Acima de 20-22 horas na semana 16 dias de férias
Acima de 15-20 horas na semana 14 dias de férias
Acima de 10-15 horas na semana 12 dias de férias
Acima de 05-10 horas na semana 10 dias de férias
Até 05 horas na semana 08 dias de férias
Quadro 2 - Jornada diária X Período de férias
Fonte: Garcia (2017).
Art. 131. Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo
anterior, a ausência do empregado:
I. nos casos referidos no art. 473;
II. durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo
de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percep-
ção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
III. por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, excetuada a hipótese
do inciso IV do art. 133;
IV. justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver
determinado o desconto do correspondente salário;
V. durante a suspensão preventiva para responder a inquérito admi-
nistrativo ou de prisão preventiva, quanto for impronunciado ou
absolvido; e
VI. nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do
inciso III do art. 133.
Ainda, o Art. 473 da CLT (BRASIL, 1943) também traz possibilidades em que o
empregado não será prejudicado pela ausência no trabalho.
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem
prejuízo do salário:
I. até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependên-
cia econômica;
II. até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III. por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da pri-
meira semana;
Férias
114 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a juízo;
IX. pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de re-
presentante de entidade sindical, estiver participando de reunião
oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
Para que a falta seja considerada justificada, o empregado deve sempre apre-
sentar um documento oficial. Contudo, em muitas cidades, muitos emprega-
dos acabam comprando atestados médicos, utilizando-se de má-fé para não
trabalhar e ainda assim receber como dia trabalhado. Nesses casos, pode e
deve o empregador sempre conferir os atestados, entrar em contato com o
médico que os assinou e confirmar os dados apresentados.
Fonte: a autora.
Art. 133. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do perí-
odo aquisitivo:
I. deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subsequentes à sua saída;
II. permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por
mais de 30 (trinta) dias;
III. deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos servi-
ços da empresa; e
IV. tiver percebido pela Previdência Social prestações de acidente de
trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
descontínuos.
PERÍODO CONCESSIVO
Após a aquisição do direito às férias, estas devem ser concedidas pelo empregador,
respeitando o período concessivo, que é de 12 (doze) meses seguintes ao término
do período aquisitivo. A época da concessão das férias será a que melhor satis-
faça aos interesses do empregador, desde que observado o período concessivo.
As férias podem ser concedidas de forma fracionada, em dois períodos. Tais fra-
cionamentos ocorrem apenas em “casos excepcionais” (Art. 134, § 1º da CLT).
Com a reforma trabalhista, as férias sofreram alterações. Agora, elas poderão
ser fracionadas em até três períodos, mediante negociação, contanto que um
dos períodos seja de pelo menos 14 dias corridos (BRASIL, 2017). Os membros
de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão
direito a gozar de férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disso não
resultar prejuízo para o serviço (Art. 136, § 1º, da CLT).
Férias
116 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS
ABORTO
De acordo com o Art. 395 da CLT (BRASIL, 1943), ocorrendo o aborto não
criminoso, comprovado por atestado médico, a mulher terá um repouso remu-
nerado de duas semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função
que ocupava antes de seu afastamento. Por se tratar de um período sem presta-
ção de trabalho, mas devidamente remunerado, tem-se a hipótese de interrupção
do contrato de trabalho.
No caso de aborto criminoso, a mulher não tem direito a salários referentes
ao eventual período de faltas no trabalho. Assim, eventual ausência de prestação
de serviço pode configurar mera suspensão do contrato de trabalho.
AUXÍLIO-DOENÇA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do 16º dia, verifica-se a suspensão do contrato de trabalho.
No que diz respeito ao auxílio-doença, vem sendo discutido, no Congresso
Federal, e aguarda a sanção do Presidente da República que, no caso da solicitação
do auxílio-doença, este terá um período diferente do que vem sendo realizado. Se
for sancionada a lei, passará a ser de responsabilidade do empregador até o 30º
dia do atestado. A partir do 31º, será de responsabilidade da Previdência Social
arcar com o valor que deve ser recebido pelo empregado.Por enquanto continua
valendo o que já vem sendo aplicado e citado anteriormente.
Você acha que a mudança citada no auxílio-doença, no que diz respeito à sus-
pensão e interrupção do contrato de trabalho, é uma medida que poderá tra-
zer benefícios para a Previdência Social?
AVISO PRÉVIO
Pelo Art. 488 da CLT (BRASIL, 1943), o horário normal de trabalho do empre-
gado durante o período de cumprimento do aviso prévio, nos casos em que o
empregador decidiu pela rescisão contratual, será reduzido em duas horas diá-
rias, sem prejuízo do salário integral. O prazo em que o empregado não presta
serviços, durante o aviso prévio, é uma hipótese de interrupção do contrato de
trabalho, pois o salário é devido integralmente.
Segundo o Art. 475 da CLT (BRASIL, 1943), o empregado aposentado por inva-
lidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis
de previdência social para a efetivação do benefício. Nesse caso, então, fala-se
em uma suspensão do contrato de trabalho.
FÉRIAS
GREVE
LICENÇA-MATERNIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
§2º. No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 1 (um)
ano até 4 (quatro) anos de idade, o período de licença será de 60 (ses-
senta) dias. (REVOGADO)
§3º. No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 4 (qua-
tro) anos até 8 (oito) anos de idade, o período de licença será de 30
(trinta) dias. (REVOGADO)
§4º. A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação
do termo judicial de guarda à adotante ou guardiã.
Com isso, a empregada que adotar criança ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção terá direito à licença-maternidade, prevista no artigo apresentado. Para
a concessão da licença-maternidade, é necessária a apresentação do termo judi-
cial de guarda. Dessa forma, seja no caso de adoção ou guarda judicial para fins
de adoção ou pelo nascimento de um filho, como a empregada não presta ser-
viço no período de licença-maternidade, mas recebe a respectiva remuneração,
ainda que sob a forma do mencionado benefício previdenciário, entende-se tra-
tar de hipótese de interrupção do contrato de trabalho.
LOCKOUT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nesta, causando prejuízos ao patrimônio do empregador.
Até mesmo o assédio sexual praticado pelo empregado contra outro carac-
teriza, em tese, a incontinência de conduta, autorizando a dispensa por justa
causa daquele que assedia.
Fonte: a autora.
14° Ato lesivo da honra ou boa fama contra o empregador: nesse caso, é
específico contra o empregador ou superiores hierárquicos, podendo
ocorrer não só em serviço, mas em qualquer lugar, justamente em razão
da condição da pessoa ofendida.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
16° Prática constante de jogos de azar: havendo a prática constante de
jogos de azar pelo empregado, de forma reiterada, de modo a acarre-
tar prejuízo (direto ou indireto) ao trabalho, haverá a presença de justa
causa, autorizando a rescisão de seu contrato de trabalho.
c. Culpa recíproca
Caso o empregador pessoa física faleça, mas não haja o encerramento das
atividades da empresa, há autorização para o empregado pedir demis-
são, sem precisar conceder aviso prévio. As verbas rescisórias, às quais o
empregado tem direito, são: saldo salarial, férias vencidas e proporcio-
nais, décimo terceiro salários vencidos e proporcionais. Para que possa
ser sacado o saldo em conta vinculada do FGTS, o falecimento do empre-
gador individual deverá implicar rescisão do contrato de trabalho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gatício, com previsão da respectiva baixa da CTPS (Carteira de Trabalho
e Previdência Social), bem como do pagamento de verbas rescisórias, que
serão pactuadas no termo judicial.
j. Cessação do contrato de trabalho por força maior
Antes da Reforma não se falava em um valor máximo e, por conta das altas inde-
nizações pagas, o Poder Legislativo optou por fixar um teto máximo. Caso exista
uma ação de indenização por danos morais, o valor máximo para o recebimento
do valor será de até 50 vezes o salário recebido pelo assediado.
O segundo ponto está relacionado ao ingresso de uma ação judicial do empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FGTS
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) teve como objetivo para sua
criação a proteção do trabalhador demitido sem justa causa, possuindo, assim,
uma conta vinculada ao seu contrato de trabalho. Ele foi criado pela Lei n. 5.107,
de 1966 (BRASIL, 1966), para proteger o trabalhador demitido sem justa causa.
O depósito da parcela deve ser feito no início de cada mês, em contas abertas
na Caixa, em nome dos empregados, sendo o valor correspondente a 8% do salá-
rio de cada empregado. Assim, “o FGTS é constituído pelo total desses depósitos
mensais, e os valores pertencem aos empregados que, em determinadas situações,
necessitarão dispor dele” (BRASIL, 2018, on-line)1. Com o valor depositado no
FGTS o trabalhador tem a oportunidade de constituir um patrimônio, que pode
ser sacado em momentos especiais, como no caso da aquisição da casa própria.
FGTS
128 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dessa forma o FGTS tornou-se uma das mais importantes fontes de financia-
mento habitacional, beneficiando o cidadão, principalmente aquele de menor
renda. Quem tem direito ao FGTS são todos os trabalhadores regidos pela
CLT, que firmaram contrato de trabalho a partir de 05 de outubro de 1988. Isso
porque, antes dessa data, ele era facultativo. Também têm direito ao FGTS os tra-
balhadores rurais, os temporários, os intermitentes, os avulsos, os safreiros e os
atletas profissionais. No caso do diretor não-empregado, poderá ser equiparado
aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. No caso do empregado
doméstico, era facultativo o recolhimento até 30 de setembro de 2015. A partir
de 1º de outubro de 2015, passou a ser obrigatório.
Cabe, aqui, ressaltar que o FGTS não é descontado do salário do trabalhador,
pois quem deve depositar é o empregador. O depósito equivale a 8% do valor do
salário pago ou devido ao trabalhador, no contrato regido pela CLT. No caso de
contratos de menores aprendizes, o percentual é de 2% do valor do salário pago
ou devido ao trabalhador no contrato regido pela CLT.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
130
após 12 anos de trabalho na capital paulista. Para o TST, não houve rescisão indireta, pois
o contrato de emprego previa a transferência de local de prestação de serviços.
Frustrada também foi a tentativa de duas empregadas demitidas por justa causa por aban-
dono de emprego porque deixaram de comparecer ao serviço após terem descoberto
que, no banheiro que utilizavam, havia um buraco pelo qual os colegas homens as espio-
navam. Segundo contaram em juízo, depois de reclamarem a seus superiores e nada ter
sido feito, elas registraram boletim de ocorrência e não mais retornaram ao trabalho.
Após a demissão, elas ajuizaram a reclamação para converter a demissão pelo abando-
no de emprego em rescisão indireta, mas perderam a causa. Pelas provas produzidas
nos autos, suas alegações não convenceram, pois o buraco era tão pequeno que apenas
vultos podiam ser vistos através dele. Na sentença, o juiz reconheceu a rescisão por justa
causa. A decisão foi mantida em todas as instâncias da Justiça do Trabalho.
Outro demitido por abandono de emprego e que não conseguiu reverter a justa causa em
rescisão indireta foi um anestesista que alegou assédio moral do hospital em que trabalha-
va. Ele foi transferido do setor de cirurgias cardíacas para o de cirurgias geral e plástica, o
que lhe causou redução salarial. Segundo o médico, a mudança ocorreu por perseguição
por parte da chefia, que teria passado a tratá-lo com extremo rigor após a publicação de
uma entrevista na qual criticou o mercado de trabalho para os anestesistas.
Ele emitiu um comunicado à empresa e parou de trabalhar, ajuizando ação com o pedi-
do de reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho e indenização por
danos morais. O juízo de primeira instância indeferiu as duas pretensões e entendeu que
o comunicado do médico tinha valor de pedido de demissão. A decisão foi mantida até
a Oitava Turma do TST.
Por fim, em situações que lembram investigações de detetives, a Justiça do Trabalho
desvendou conluios entre as partes, cujo pedido ou falta de pedido de rescisão indi-
reta foi o que desencadeou a descoberta da fraude. Em uma delas, houve fraude de
fazendeiro com uma trabalhadora rural que lhe prestava serviços gerais e ajuizou ação
pedindo a rescisão indireta. O empregador, sem advogado na audiência, nem sequer
questionou o valor de R$ 154 mil pretendido pela empregada, o que motivou a descon-
fiança do juiz. O pedido foi negado.
Mais um caso de fraude que chegou até à SDI-1 foi de um chefe da Associação Hospi-
talar e Maternidade de São Paulo. Ele ajuizou várias reclamações e disse fazer parte da
diretoria, recebendo mais de R$ 7 mil de salário. Quem comparecia às audiências eram
outros diretores da associação, que não questionavam os valores e faziam acordos frau-
dulentos, se revezando com ele em outras ações. Como ele alegava que estava há anos
sem receber salários, chamou a atenção a ausência do pedido de rescisão indireta. Com
os acordos fraudulentos, ele receberia mais de 1,2 milhão.
(...)
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho (2013, on-line)2.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber como fazer os cálculos necessários no caso de rescisão de contrato, assista
ao vídeo Cálculos Rescisórios Contrato de Trabalho, disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=lxG0vUKOUGs>. Acesso em: 13 ago. 2017.
Para saber um pouco mais sobre o Direito do Trabalho, assista à entrevista com Sérgio
Pinto Martins, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=4hHiEoXLkx0>.
Acesso em: 10 ago. 2017.
137
REFERÊNCIAS
Referência On-Line
1
Em: <http://www.fgts.gov.br/Pages/sou-trabalhador/o-que.aspx>. Acesso em: 13
ago. 2018.
2
Em: <http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/rescisao-in-
direta-e-um-trunfo-do-empregado-contra-o-mau-empregador>. Acesso em: 13
ago. 2017.
GABARITO
DIREITO COLETIVO DO
IV
UNIDADE
TRABALHO
Objetivos de Aprendizagem
■ Definir o que é o direito coletivo do trabalho.
■ Compreender a liberdade sindical.
■ Analisar a contribuição sindical obrigatória.
■ Diferenciar a contribuição sindical obrigatória das demais
contribuições.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Direito coletivo do trabalho
■ Liberdade sindical
■ Sindicato
■ Greve
141
INTRODUÇÃO
pio da liberdade sindical. Este princípio permite que o sindicato seja criado da
forma que for melhor para representar a sua categoria e os seus interesses, sem
interferência do Estado. Contudo sobre tal princípio, existe muita contradição
no que diz respeito à sua aplicação e à sua realidade.
Conforme estudaremos nesta unidade, a liberdade sindical tem como objetivo
proporcionar que o sindicato seja criado de acordo com o interesse de cada cate-
goria. Entretanto o Estado, de alguma forma, interferirá no sindicato, no que diz
respeito à sua organização, proteção dos empregados e empregadores e atuação.
Tal princípio possui limitações, como no caso do princípio da unicidade sindi-
cal, onde fala que só poderá ser criado um sindicato desde que seja respeitada
a base territorial mínima para a sua criação. Por razões como essas, acredita-
-se que, em muitos casos, a liberdade sindical não é cumprida integralmente.
Analisaremos o funcionamento dos sindicatos, como funciona a cobrança de
taxas por eles e qual a finalidade de cada uma das taxas cobradas. Neste tópico,
analisaremos as taxas existentes, as alíquotas dessas taxas e quanto cada um
pagará ao sindicato.
Por fim, falaremos de um direito de todos os trabalhadores: a greve. Tal ação
é permitida aos trabalhadores para que eles possam lutar por aquilo que acham
melhor para a sua categoria.
Introdução
142 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
regulação pela lei. Tais disposições, no que diz respeito ao sindicato, foram manti-
das pela Emenda Constitucional 1/1969, em seu Art. 166 (BRASIL, 1969).
Em 1985, a Portaria 3.100, do Ministério do Trabalho, revogou a Portaria
3.337/1978, que proibia a existência das centrais sindicais. Iniciou-se a criação
de centrais sindicais pelos trabalhadores, embora sem previsão legal expressa.
Deve-se fazer menção ao movimento de sindicalização reivindicativa e de greves
na região do chamado “ABC” paulista, englobando as cidades de Santo André,
São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer o Estado Democrático de Direito,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
passou a adotar o princípio da liberdade sindical. O Art. 8º, inciso I, da Constituição
Federal de 1988 prevê que: “a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fun-
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical” (BRASIL, 1988). Tal
proibição foi a grande modificação, tornando incompatível diversas regras da CLT,
fundadas em regras constitucionais anteriores à atual Constituição.
LIBERDADE SINDICAL
b. Na individual: que assegura a cada pessoa o direito de fazer parte, ou não, dos
sindicatos, que analisaremos com mais profundidade ainda nesta unidade.
liberdade de filiação sindical pode ser tanto positiva (como assegurar a associa-
ção ao ente sindical) quanto negativa (garantindo o direito de não se filiar ou de
deixar o quadro de associados do sindicato). Ainda, a liberdade de filiação sin-
dical pode ser tanto individual (o trabalhador e o empregador têm o direito de
ingressar como filiado do sindicato) quanto coletiva (em que o próprio ente sin-
dical decide se filiar a outro ente sindical superior).
Não se deve confundir a filiação ao sindicato com o fato de pertencer a
determinada categoria profissional ou econômica. A primeira depende da livre
manifestação de vontade do trabalhador ou do empregador, diferentemente da
segunda, que não depende da livre manifestação de vontade, bastando prestar
serviços ao empregador, em que a atividade preponderante insere-se em deter-
minado setor da atividade econômica (GARCIA, 2017).
Diferentemente, a filiação ao sindicato faz-se necessária à manifestação
de vontade do empregado ou do empregador. Contudo, mesmo sem a filiação,
empregados e empregadores que integram as respectivas categorias profissio-
nais e econômicas têm direito ao que for posto nos instrumentos normativos a
elas aplicáveis.
Liberdade Sindical
146 UNIDADE IV
Tal liberdade é prevista na Constituição Federal em seu Art. 8º, inciso I. Dessa
forma, garante-se aos membros da sociedade o direito de se reunirem, consti-
tuindo grupos, com o objetivo de defesa dos interesses profissionais e econômicos.
A fundação do ente sindical não depende de autorização do Estado, apenas neces-
sita de um registro do sindicato, no órgão competente.
Para que o sindicato adquira a personalidade sindical, não basta a inscrição no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Deve ser feito o registro junto ao Ministério
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do Trabalho, para que, assim, se adquira a citada personalidade.
Tal liberdade significa a autonomia do ente sindical quanto à escolha dos meios de
alcançar os fins a que se propõe, tendo previsão no art. 8º, inciso I da Constituição
Federal. O sindicato encontra-se organizado conforme o previsto em seu esta-
tuto, estabelecendo os diversos órgãos que integram o ente sindical, bem como
as atribuições de cada um deles. Contudo tal liberdade não é ilimitada, devendo
o sindicato respeitar as normas jurídicas de ordem pública.
Pode-se dizer que a atitude dos sindicatos de várias categorias, em fazer para-
lisação total em determinados serviços, faz parte dessa liberdade de atuação?
Unicidade Sindical
A Unicidade Sindical é o sistema no qual a lei exige que apenas um ente sin-
dical seja representativo de determinada categoria, em certo espaço territorial.
Ela não deve ser confundida com a unidade sindical, pois, nessa segunda, o sin-
dicato único não decorre de imposição legal, mas sim de livre decisão tomada
pelos próprios interessados. A unicidade sindical é obrigatória, no Brasil, tendo
previsão constitucional.
A Constituição Federal de 1988 exige que seja observada a base territorial
mínima do sindicato, não podendo ser inferior à área de um Município (Art. 8º,
inciso II, da Constituição Federal)(BRASIL, 1988), cabendo aos trabalhadores e
empregadores estabelecerem a base territorial do sindicato.
Liberdade Sindical
148 UNIDADE IV
O sindicato tem como função proteger as categorias de empregados por ele re-
presentadas de acordo com a sua representação. Para tanto, o Estado não pode,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de forma alguma, interferir no funcionamento do sindicato, visto que, dessa for-
ma, poderia existir uma manipulação da atividade sindical, e os principais inte-
ressados não seriam de fato protegidos pela entidade.
Fonte: a autora.
Contribuição Sindical
Ou seja, a contribuição era devida por todos que fazem parte da categoria pro-
fissional ou econômica. A primeira é aquela em que as pessoas são representadas
pelo mesmo sindicato de acordo com a atividade que realizam, enquanto a
segunda é aquela em que as pessoas são representadas pelo sindicato de acordo
com a atividade econômica que predomina na organização empresarial em que
trabalham. Com a reforma trabalhista, tivemos uma alteração em que, agora, a
contribuição sindical será opcional (BRASIL, 2017). Ou seja, não pode mais vir
descontada da folha de pagamento do empregado, a não ser que este manifeste
sua vontade em querer fazê-la.
■ Valor da contribuição
De acordo com o Art. 580 da CLT (BRASIL, 1943), a contribuição sindical será
recolhida uma única vez, anualmente, e consistirá:
a. Na importância correspondente à remuneração de um dia de tra-
balho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
remuneração.
Liberdade Sindical
150 UNIDADE IV
PARCELA A ADICIONAR À C.
CAPITAL SOCIAL ALÍQUOTA (%)
SINDICAL CALCULADA
Contribuição
1. De R$ 0,01 a R$ 1.425,62 R$ 11,40
Mínima
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. De R$ 2.851.245,01 a R$
0,02 R$ 2.326,62
15.206.240,00
6. De R$ 15.206.240,01 em Contribuição
R$ 5.367,95
diante Máxima
Tabela 2 - Valor de contribuição em moeda corrente
Fonte: Martins (2013).
SINDICATO
Sindicato
152 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Sindicatos horizontais: verificado quando as pessoas que se reúnem realizam
determinada atividade profissional (categorias profissionais diferenciadas).
2. Sindicatos verticais: abrangem todos os empregados da empresa, em
razão da atividade econômica.
Federações
As federações são formadas por número não inferior a cinco sindicatos, sendo
constituídas por Estados (Art. 534, CLT)(BRASIL, 1943). Facultam-se aos
Sindicatos, quando em número não inferior a cinco, desde que representem a
maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares
ou conexas, organizarem-se em federação.
Caso já exista federação no grupo de atividades ou profissões em que deva
ser constituída a nova entidade, a criação desta não poderá reduzir a menos de
cinco o número de sindicatos que àquela devam continuar filiados (Art. 534, § 1º
Confederações
Centrais Sindicais
Sindicato
154 UNIDADE IV
Receitas do Sindicato
Contribuição Sindical
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A contribuição sindical compulsória já foi mencionada anteriormente. Seu paga-
mento é obrigatório para todos os que pertencem à categoria.
Contribuição Confederativa
Contribuição Assistencial
Mensalidade Sindical
Ela é devida apenas pelos filiados do sindicato, tendo natureza nitidamente pri-
vada, com fundamento no Art. 548, b da CLT.
GREVE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Greve
156 UNIDADE IV
Em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho previa, em seu Art. 723, penas
de suspensão ou dispensa do emprego, perda do cargo de representante profis-
sional daquele em exercício de mandato sindical, suspensão de dois a cinco anos
do direito de ser eleito representante sindical, nos casos de suspensão coletiva
de trabalho, sem autorização do tribunal do trabalho.
A Constituição de 1946 passa a reconhecer o direito de greve, que seria regu-
lamentado por lei. Na Constituição de 1967, era garantido o direito de greve aos
trabalhadores, não se permitindo a greve nos serviços públicos e em atividades
essenciais a serem definidas em lei. Tal determinação foi mantida na Emenda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Constitucional 1/1969.
A Constituição Federal de 1988 assegura o direito de greve, devendo os tra-
balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os interesses que
devem ser defendidos. O direito de greve é de titularidade dos trabalhadores,
mas o seu exercício é feito de forma coletiva. A greve é uma forma de solução
de conflito coletivo de trabalho, ou seja, por meio da autodefesa, por ser uma
reação contra a resistência do empregador diante da reivindicação de melhores
condições de trabalho (MARTINS, 2013).
Pode-se conceituar a greve como a suspensão coletiva, temporária e pací-
fica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços ao empregador (Art. 2º da
Lei n. 7.783)(BRASIL,1989). Essa paralisação deve ser do grupo de emprega-
dos, ou seja, coletiva. Não pode ser considerada greve a paralisação individual.
A suspensão deve ser temporária, e não definitiva, não se confundindo com
abandono de emprego. Ainda, deve ser pacífica, sendo vedada a utilização de
violência a pessoas e bens.
A titularidade do direito de greve é dos trabalhadores, pois a eles cabe deci-
dir sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os interesses que devam por meio
dela defender (Art. 9º da Constituição Federal). Já a legitimidade para a ins-
tauração da greve é da organização sindical dos trabalhadores, tratando-se de
direito de natureza coletiva.
A Constituição Federal não proíbe a greve em atividades essenciais, determi-
nando apenas que a lei definirá tais hipóteses, o que, de fato, encontra-se regulado
na Lei n. 7.783, em seu art. 10 (BRASIL, 1989), que assim declina:
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
Greve
158 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sentam e qual o objetivo principal deles.
Como pudemos perceber, o sindicato tem como principal objetivo garan-
tir às categorias que representam uma melhor relação entre as partes melhores
condições para a realização da atividade, seja por parte do empregado, seja por
parte do empregador.
Passada a evolução histórica do sindicalismo no Brasil, estudamos o que
é o sindicato, como ele funciona, quais são as contribuições sindicais que ele
pode cobrar dos seus filiados e para que serve cada uma delas. A contribuição
sindical é obrigatória e todos devem pagar uma vez ao ano, sendo recolhida
em março e abril, respectivamente, empregados e empregadores. Além dessa
contribuição, existe também a mensalidade sindical, a reversão salarial e a con-
tribuição assistencial.
Na sequência, vimos os demais órgãos que fazem parte do direito coletivo.
São eles: federação, confederação e central sindical, compreendendo a hierar-
quia que existe entre cada uma dessas entidades. A central sindical, apesar de
não ser reconhecida legalmente, existe na prática e é considerada um órgão
máximo, em que pode encontrar empregados, empregadores, sindicatos, fede-
rações e confederações.
Por fim, analisamos a greve, que, a partir da Constituição Federal de 1988,
passou a ser um direito do trabalhador, podendo realizá-la desde que, coletiva
e pacificamente, de forma temporária, para ter seus direitos e interesses atendi-
dos pelo empregador.
a) A unicidade sindical é o sistema no qual a lei não exige apenas um ente sin-
dical representativo de cada categoria, em certo espaço territorial.
b) A Constituição Federal de 1988 não exige que seja observada a base territo-
rial mínima do sindicato, podendo ser inferior à área de um Município.
c) A unicidade sindical não deve ser confundida com a unidade sindical, pois,
nessa segunda, o sindicato único não decorre de imposição legal, mas sim
de livre decisão tomada pelos próprios interessados.
d) A base territorial de um sindicato será estabelecida pelo próprio Estado, que
decidirá quais trabalhadores e empregadores ele atingirá.
e) A liberdade sindical existe de fato, mas as pessoas ainda não estão acostu-
madas com a prática.
5. A contribuição sindical era obrigatória revelando séria e evidente restrição à liber-
dade sindical. Sobre a contribuição sindical, analise as afirmativas que seguem.
I. A contribuição sindical, antes da reforma, conforme o Art. 579 da CLT, era de-
vida por todos que participarem de uma determinada categoria econômica
ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato represen-
tativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformida-
de do disposto no Art. 591 da CLT.
II. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de
seus empregados, relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sin-
dical por estes devida aos respectivos sindicatos.
III. O valor da contribuição sindical era o equivalente a uma jornada normal de
trabalho, ou seja, um dia de trabalho, se o pagamento ao empregado for
feito por unidade de tempo.
IV. No caso de agentes ou trabalhadores autônomos e dos profissionais liberais,
organizados em firma ou empresa, com capital social registrado, eles devem
recolher a contribuição sindical de acordo com o Art. 580, § 4º da CLT.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
162
Para a formação dos sindicatos no Brasil, cabe demonstrar a forte influência dos estrangei-
ros, que, após o fim da escravidão, em 1888, foram trazidos para o Brasil com a promessa
de melhores condições de trabalho e, ao chegarem, encontraram um sistema quase es-
cravo de trabalho. Indignados e trazendo preceitos do anarquismo e do socialismo, come-
çam as lutas pela formação de sindicatos sem cunho político, com objetivo de melhores
condições de trabalho e que lutasse por direitos do trabalhador, como o direito de greve.
A ideologia, apesar de não ter conseguido formar um sindicato forte, acabou sendo
difundida perante os trabalhadores e influenciou uma sequência de greves no Brasil,
ocorridas entre 1900 e 1920.
Os sindicatos são legalizados no Brasil, com o Decreto nº 979, de 1903, que permite os sindi-
catos de trabalhadores rurais – nessa época, era o trabalho rural predominante no país que
começava a se industrializar – podendo haver sindicatos para empregadores e empregados
e havendo liberdade de escolha quanto à forma de representação. Para ser registrado, deve-
ria haver, no mínimo, sete sócios, havendo liberdade para cada indivíduo quanto ao ingresso
e à saída dos sindicatos. Esses primeiros sindicatos têm clara função assistencial.
[...]
Sindicatos no governo de GV
Ao assumir o poder, após um golpe de estado, Getúlio Vargas encontra um país com gran-
des agitações políticas, com uma economia que tinha como base a exportação de café, já
decadente naquela época, e uma grande insatisfação dos trabalhadores, que, incomoda-
dos com o fato de não conseguirem efetivas mudanças, faziam greves, influenciados, prin-
cipalmente, pelos estrangeiros, que trouxeram consigo a ideologia anarco-sindicalista.
Uma das primeiras medidas de Getúlio Vargas, que implanta um governo intervencio-
nista, é a de permitir que apenas um terço dos trabalhadores participantes dos sindica-
tos fosse estrangeiro, uma vez que entendia que eles tinham, nas manifestações traba-
lhistas, motivo para expor suas convicções políticas, tentando, dessa forma, controlar
as greves que ocorriam com frequência e que prejudicavam as produções brasileiras a
alcançarem certa estabilidade política.
O Estado resolve delimitar categorias e, assim, controlar a formação de sindicatos, que
passam a ser colaboradores do Poder Público, tendo uma forma de controlar as ações
dos sindicatos. Há, em 1930, a criação do Ministério do Trabalho, que tem como uma de
suas funções organizar o proletariado como força de cooperação ao Estado.
Em 1931, o decreto nº 19.770 entra em vigor e traz José Carlos Arouca, em “O sindica-
to em um mundo globalizado”, trecho da exposição de motivos do ministro do traba-
lho Collor em sua exposição de motivos, que esclarece a visão do que seria o decreto
promulgado: “... Os sindicatos ou associações de classe serão os pára-choques dessas
tendências antagônicas. Os salários mínimos, os regimes e as horas de trabalho serão
assuntos de sua prerrogativa imediata, sob as vistas do cauteloso Estado. A solução dos
conflitos de trabalho será também de sua alçada com a assistência de pessoas alheias
à competição de classe e com recurso a tribunal superior. Além disso e de uma classe
ou profissão, encontrará no respectivo sindicato o porta-voz autorizado e competente”
163
Para saber mais sobre a liberdade sindical, leia o texto intitulado “Liberdade Sindical”,
de Weverson Viegas, no site Jus Navigandi, disponível em: <http://jus.com.br/revista/
texto/4063/liberdade-sindical>.
165
REFERÊNCIAS
Referência On-Line
1
Em: <https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/29473/sindicatos-
-no-brasil-formacao-e-constitucionalismo-sindical>. Acesso em: 14 ago. 2018.
167
GABARITO
LEGISLAÇÃO
V
UNIDADE
PREVIDENCIÁRIA
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer como surgiu a legislação previdenciária.
■ Analisar os planos de benefícios da previdência social.
■ Diferenciar previdência privada e pública.
■ Demonstrar as normas previdenciárias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Contexto histórico da legislação previdenciária
■ Planos de benefícios da previdência social
■ Previdência pública e privada
■ Normas previdenciárias
171
INTRODUÇÃO
Introdução
172 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONTEXTO HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
173
ASSISTÊNCIA PÚBLICA
Ela foi fundada na caridade, conduzida pela Igreja e, mais tarde, por institui-
ções públicas. O indivíduo, em situações de necessidade, por exemplo, no caso
de desemprego, doença e invalidez, socorria-se da caridade dos demais mem-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bros da comunidade.
Nessa fase, não havia direito subjetivo do necessitado à proteção social, mas
mera expectativa de direito, uma vez que o auxílio da comunidade ficava condi-
cionado à existência de recursos destinados à caridade. A desvinculação entre
o auxílio ao necessitado e a caridade começou na Inglaterra, em 1601, quando
Isabel I editou Act of Relief of the Poor – Lei dos Pobres. Tal lei reconheceu que
cabia ao Estado amparar os comprovadamente necessitados. A partir disso, sur-
giu a chamada assistência pública ou assistência social.
Cabia à Igreja a administração de um fundo, formado com a arrecadação de
uma taxa obrigatória. A preocupação com o bem-estar de seus membros levou
algumas categorias profissionais a constituírem caixas de auxílio, com caráter
mutualista, que davam direito a prestações em caso de doença ou morte. Havia
semelhanças com os seguros de vida.
A assistência pública, no Brasil, foi prevista pela Constituição de 1824 cujo
Art. 179 previa a garantia aos socorros públicos (BRASIL, 1824). As desigualda-
des sociais marcantes, denunciadas pela Revolução Francesa, levaram à criação
de outros mecanismos de proteção social contra os abusos e injustiças decor-
rentes do liberalismo.
O SEGURO SOCIAL
Não bastava a caridade para o socorro dos necessitados, era necessário criar
outros mecanismos de proteção que não se baseassem na generosidade e que
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
175
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Bureau International Du Travail (BIT) – Repartição do Trabalho – que realizou a
1ª Conferência Internacional do Trabalho, à qual se atribui o desenvolvimento da
previdência social e sua implantação em todas as nações do mundo civilizado. Desta
resultou a primeira Recomendação para o seguro-desemprego. A 3ª Conferência,
de 1921, recomendou a extensão do seguro social aos trabalhadores da agricultura.
A 10ª Conferência, de 1927, estendeu às demais Convenções e Recomendações
o seguro-doença aos trabalhadores da indústria, do comércio e da agricultura.
O BIT teve papel importante na expansão da previdência social pelo mundo.
O seguro social era uma espécie do gênero seguro que, embora com caracte-
rísticas próprias, ainda tinha muito do seguro privado. Assim como no seguro
privado, o seguro social seleciona os riscos que terão cobertura pelo fundo. A
amplitude e a natureza obrigatória do seguro social o diferenciam do seguro pri-
vado, de natureza eminentemente facultativa.
A SEGURIDADE SOCIAL
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
177
O citado autor ainda destacou o papel do Estado, por meio de políticas públi-
cas que garantissem a proteção social em situações de necessidade. Influenciou
muito a legislação social que se seguiu na Europa e na América, influência que,
atualmente, ainda se faz presente nos sistemas de seguridade social.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um sistema de seguridade social. Posteriormente, em 1952, a 35ª Conferência
Internacional do Trabalho, da OIT, aprovou a Convenção n. 102, que recebeu o
nome de “Norma Mínima em Matéria de Seguridade Social”.
A Convenção n. 102 é o resultado de estudos de especialistas da OIT,
que, de início, tiveram a incumbência de elaborar um convênio que
tivesse duas secções: uma que estabelecesse uma norma mínima, um
standard de seguridade social; e outra, uma norma superior, que desse
proteção a todas as necessidades. O objetivo do estabelecimento desses
dois tipos de normas era viabilizar a participação de um grande núme-
ro de Estados, que ficariam comprometidos em implantar os padrões
mínimos de seguridade social, sem, contudo, descuidarem-se de seguir
o exemplo de países mais avançados no implemento de modernas téc-
nicas de proteção social. Entretanto, a norma superior foi separada e
sua aprovação ficou sem definição de prazo, restando aprovada a nor-
ma mínima pela Convenção n. 102 (SANTOS, 2004, p. 156).
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
179
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(2012), prestações de seguridade social são o gênero do qual benefícios e servi-
ços são espécies. Os benefícios são as prestações pagas em dinheiro.
Estando a seguridade social assentada no tripé Previdência Social, Assistência
Social e direito à saúde, ela engloba três tipos diferentes de relações jurídicas: relação
jurídica de previdência social, relação jurídica de assistência social e relação jurídica
de assistência à saúde. São sujeitos da relação jurídica de seguridade social: a) sujeito
ativo: quem dela necessitar; b) sujeito passivo: os poderes públicos (União, Estados e
Municípios) e a sociedade. Quanto ao objeto da relação jurídica de seguridade social,
ele não é o risco, mas sim a contingência que gera a consequência-necessidade, objeto
da proteção. O que realmente importa é a consequência que o fato produz: a relação
jurídica de seguridade social nasce após a ocorrência da contingência, para, então,
reparar a consequência-necessidade decorrente (SANTOS, 2012).
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
181
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
anterior custeia os benefícios previdenciários da seguinte.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
183
Foi instituído pela Lei n. 9.477 de 1997, com a intenção de formar uma
reserva em dinheiro para o trabalhador no momento de sua aposenta-
doria. Ele tem a ideia de um condomínio, ou seja, é a somatória de todos
os participantes que reside a força do fundo em relação aos rendimen-
tos que podem ser obtidos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesta Lei, foi prevista também a possibilidade de o empregador fazer contri-
buições para o funcionário, por meio do Plano de Incentivo à Aposentadoria
Programada Individual. Os recursos do FAPI podem ser aplicados em papéis
de renda fixa ou variável, porém o administrador do fundo deve, por força
de lei, oferecer todas as informações relacionadas à política de aplicação da
carteira do fundo. Todo o rendimento obtido na carteira do fundo é repas-
sado aos participantes, ou condôminos. A vantagem desse fundo é que
ele pode proporcionar a renda complementar desejada, de acordo com o
volume de recursos que o trabalhador depositou e será tanto maior quanto
mais recursos tenham sido depositados no Fundo.
De acordo com Lamberti e Pardo (2017), será possível, nesse caso, abater
de sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física até 12% da renda
bruta anual tributável, a título de depósitos no FAPI. O imposto de renda
será cobrado de duas formas:
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
185
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
benefícios, o Imposto de Renda a ser cobrado incidirá somente nos ren-
dimentos, como acontece em qualquer outra aplicação financeira.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
187
3) Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido: é uma renda paga
vitaliciamente ao participante, a partir da data da concessão do benefício.
4) Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: é uma
renda paga vitaliciamente ao participante, a partir da data de concessão
do benefício escolhida.
Para facilitar o seu estudo, veja o quadro a seguir, onde há um comparativo entre
as espécies de renda contratadas:
RENDA
TEMPO DECORRIDO APÓS O INÍCIO DO PAGAMENTO
CONTRATADA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NORMAS PREVIDENCIÁRIAS
As normas previdenciárias são de suma importância, pois elas trazem cada uma das
normas que protegem os empregados na relação de emprego, seja por motivo de
doença, por idade, dentre outras. O regime previdenciário, previsto na Constituição
Federal, é de caráter obrigatório para os segurados da iniciativa privada, ou seja, que
não estejam submetidos à disciplina legal de servidores públicos civis e militares.
O conceito é previsto no Art. 201 da Constituição Federal, que dispõe: “a
previdência social será organizada sob forma de regime geral, de caráter contri-
butivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial” (BRASIL, 1988). No que diz respeito às normas previden-
ciárias, para facilitar sua compreensão e a diferenciação sobre cada uma delas,
explanaremos sobre as formas de aposentadoria e benefícios no formato de um
quadro com o intuito de comparar as principais formas de aposentadoria.
CONTINGÊNCIA INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE
Carência • 12 meses (regra).
• Dispensada em casos de acidente de qualquer natureza ou
causa, doença profissional ou do trabalho e doenças previstas
por lei.
Sujeito ativo Segurado.
Sujeito passivo INSS.
Quadro 2 - Aposentadoria por Invalidez
Fonte: Santos (2013).
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
189
Normas Previdenciárias
190 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
atividade.
Carência 180 contribuições mensais
• Empregado.
• Trabalhador avulso.
Sujeito ativo
• Contribuinte individual filiado à cooperativa de trabalho ou
de produção.
Sujeito passivo INSS.
Quadro 5 - Aposentadoria especial
Fonte: Santos (2013).
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
191
Sujeito ativo
• Segurada contribuinte individual.
• Segurada especial.
• Facultativa.
• Desempregada, durante o período de graça.
Sujeito passivo INSS (onerado).
Quadro 7- Salário-maternidade
Fonte: Santos (2013).
A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 7º, XVIII, garante a licença à ges-
tante, sem prejuízo do empregado ou do salário, com a duração de 120 dias.
Contingência Redução da capacidade para o trabalho habitualmente exer-
cido, resultante da consolidação das lesões decorrentes de
acidente de qualquer natureza, inclusive, acidente do trabalho.
Carência Independente de carência.
Sujeito ativo Segurado empregado.
Trabalhador avulso.
Segurado especial.
Segurado desempregado, se o acidente ocorrer no período de
graça.
Sujeito passivo INSS.
Quadro 8 - Auxílio-acidente
Fonte: Santos (2013).
Normas Previdenciárias
192 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Atualmente, existe uma discussão no Congresso Nacional sobre as mudanças
em relação à pensão por morte. Isso porque várias pessoas vêm se beneficiando
de um relacionamento que, para o Direito, não durou tempo considerado sufi-
ciente a fim de que pudessem receber tal benefício. Assim, no que diz respeito à
pensão por morte, devemos nos atentar para as possíveis mudanças que pode-
rão ser aprovadas, tais como: comprovação de relacionamento; período em que
a pessoa poderá receber a pensão, pois, em alguns casos, deixará de ser vitalícia,
dentre outras que ainda estão em análise.
Fonte: a autora.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
193
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, vimos um pouco sobre o Direito Previdenciário. Para tanto, ana-
lisamos, inicialmente, sua evolução histórica. Por meio dela, pudemos observar
que a seguridade social foi dividida em três aspectos: assistência social, seguro
social e seguridade social. A proteção dada a cada uma delas tem sua importância
e passou por uma evolução de acordo com as mudanças ocorridas na sociedade.
Hoje, aqueles que não contribuem para a previdência social podem por ela ser
protegidos, sendo, assim, assistidos pela seguridade social.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
194
Material Complementar
REFERÊNCIAS