IgleyceKellyAlvesDaSilva Dissert
IgleyceKellyAlvesDaSilva Dissert
IgleyceKellyAlvesDaSilva Dissert
João Pessoa
Dezembro de 2019
Igleyce Kelly Alves da Silva
João Pessoa – PB
2019
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
UFPB/BC
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha família e meu esposo por todo apoio, incentivo, paciência e
compreensão.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, aos meus pais, Maria do Socorro Alves da Silva e João Pedro da
Silva, à minha irmã Ingrid Kelly Alves da Silva, ao meu cunhado José Henrique Rocha de Luna,
à minha sobrinha Isadora Melina Alves de Luna, ao meu esposo, Lijecson Souza dos Santos,
por todo o apoio e incentivo.
Aos meus professores Yuri Percy Molina Rodriguez e Clivaldo Silva Araújo, por todo
o incentivo e apoio que me foi dado ao longo do mestrado, por acreditar no meu potencial e
cooperar de forma decisiva para a conclusão desta atividade.
Ao professor avaliador Rogério Gaspar de Almeida por aceitar o convite para participar
da banca examinadora e pelos ensinamentos que sempre passou como educador e como pessoa.
Ao professor Nady Rocha por sua colaboração no desenvolvimento deste trabalho e por
ter aceitado o convite de participar da banca examinadora.
Aos colegas de curso Vanessa, Frank, Louise, Marcos, Luiz, Rafael, por tornarem os
dias cansativos mais leves e à todas as pessoas que contribuíram de forma direta ou indireta
para a conclusão deste curso ou tornaram a caminhada até aqui mais agradável.
Resumo
Palavras-chave: Inversor tipo fonte de tensão. Filtro LCL. Geração distribuída. Controle.
DIgSILENT. PLL (Phase-Locked Loop). Microrrede.
Abstract
This work presents the inverter control modeling in DIgSILENT PowerFactory® to analyze the
effects of distributed generation sources (DG) in the network. The modeling of this inverter was
designed considering the "Composite Model" block, which consists of slots, to which
controllers or predefined elements can be assigned ('Common Models'), within a dynamic
system. Thus, the use of this tool allows a very detailed analysis of the dynamic behavior of the
system, allowing the control of its variables. To apply to a large system, the design of controllers
for a grid was entirely carried out, and then it was implemented in a 9-bus system. Short circuit
and load switching analyzes were performed and the numerical results are presented and
discussed to demonstrate the applicability of the proposed inverter control modeling in large
systems.
Keywords: Inverter type voltage source. LCL filter. Distributed generation. DIgSILENT.
Control. PLL (Phase-Locked Loop). Microgrid.
Lista de ilustrações
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
ESD Energy Storage Devices
GD Geração Distribuída
MPPT Maximum Power Point Tracking
PAC Ponto de Acoplamento Comum
PI Proporcional-Integral
PLL Phase-Locked Loop
PWM Pulse Width Modulation
SPWM Sinusoidal Pulse Width Modulation
VSI Voltage Source Inverters
Lista de símbolos
A Matriz de estados
abc Referencial natural das coordenadas
B Matriz de entrada
CB Capacitância de base
Cf Capacitor do filtro
d Componente de eixo direto
dq Referencial síncrono das coordenadas sem a componente zero
f Frequência
fg Frequência da rede
fres Frequência de ressonância
fsw Frequência de chaveamento
ic Corrente no capacitor do filtro
id Componente de eixo direto da corrente medida na rede
id_ref Corrente do eixo direto de referência
ig Corrente da rede
ii Componente imaginária da corrente medida na rede
iq Componente de eixo em quadratura da corrente medida na rede
iq_ref Corrente do eixo de quadratura de referência
ir Componente real da corrente medida na rede
ka Fator de atenuação
ki Ganho integral do controlador PI
kp Ganho proporcional do controlador PI
L Indutor
L1 Indutância do lado do inversor
L2 Indutância do lado da rede
LC Indutor-capacitor
LCL Indutor-capacitor-indutor
m Fator de modulação do inversor
odq Referencial síncrono das coordenadas
P Potência ativa
P* Potência ativa de referência
PB Potência de base
Pmi Parte imaginária do sinal de modulação
Pmr Parte real do sinal de modulação
Pn Potência ativa nominal
q Componente de eixo em quadratura
Q Potência reativa
Q* Potência reativa de referência
r Razão entre o indutor do lado do inversor e a do lado da rede
R1 Resistência do indutor L1
R2 Resistência do indutor L2
Rf Resistor de amortecimento
Tsw Período de chaveamento
u Vetor de entradas
uCAi Componente imaginária da tensão CA medida na rede
uCAr Componente real da tensão CA medida na rede
ui Componente imaginária da tensão medida na rede
ur Componente real da tensão medida na rede
V Tensão
Vc Tensão no capacitor do filtro
VCC Tensão contínua do inversor
Vg Tensão de saída do sistema
Vgd Componente de eixo direto da tensão medida da rede
Vgq Componente de eixo em quadratura da tensão medida da rede
Vi Tensão do inversor
VLL Tensão RMS linha-linha na saída do inversor
Vph Tensão de fase na saída do inversor
x Variação máxima do fator de potência visto pela rede
X Vetor de estados
ZB Impedância de base
αβ Referencial estacionário das coordenadas
ΔILmax Ondulação máxima da corrente na saída do inversor
ζ Razão de amortecimento
ωb Largura de banda do controlador
ωc Frequência de cruzamento
ωco Frequência de controle
ωg Frequência angular da rede
ωres Frequência angular de ressonância
ωsw Frequência angular de chaveamento
Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................ 17
1.1. Estado da arte ............................................................................................................. 19
1.2. Justificativa e motivação ............................................................................................ 20
1.3. Objetivos .................................................................................................................... 20
1.3.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 20
1.3.2. Objetivos específicos .......................................................................................... 20
1.4. Desenvolvimento do trabalho .................................................................................... 21
2. Modelo do controle do inversor ..................................................................................... 21
2.1. Modelo de inversor CC/CA trifásico ......................................................................... 21
2.2. Controle VSI .............................................................................................................. 25
2.3. PLL (Phase-Locked Loop) ......................................................................................... 29
2.4. Filtros ......................................................................................................................... 30
2.4.1. Modelagem equivalente por fase de um filtro LCL ........................................... 32
2.4.1.1. Capacitores conectados em estrela .............................................................. 32
2.4.1.2. Capacitores conectados em delta................................................................. 33
2.4.1.3. Resposta em frequência do filtro LCL ........................................................ 34
2.4.2. Procedimento de projeto do filtro ....................................................................... 36
2.4.3. Exemplo de projeto do filtro LCL ...................................................................... 40
3. Aplicação de inversores em sistemas de energia .......................................................... 42
3.1. Descrição geral do controle do VSI ........................................................................... 43
3.1.1. Transformação de Park ....................................................................................... 44
3.1.2. Bloco “Corrente xy para dq”............................................................................... 44
3.1.3. Bloco “PLL” ....................................................................................................... 45
3.1.3.1. Projeto do controlador PI do PLL ............................................................... 45
3.1.4. Bloco “Controle de corrente” ............................................................................. 46
3.1.4.1. Projeto dos controladores PI ....................................................................... 47
3.1.5. Bloco “Potência” ................................................................................................ 48
3.1.6. Bloco “Transformação inversa” ......................................................................... 48
3.2. Aplicação do inversor com controle em uma microrrede .......................................... 50
3.2.1. Resultados de simulação ..................................................................................... 51
3.2.1.1. Especificações ............................................................................................. 51
3.2.1.2. Correntes do grid ......................................................................................... 52
3.2.1.3. Potência injetada ......................................................................................... 55
3.3. Aplicação do inversor com controle em sistemas de grande porte ............................ 57
3.3.1. Resultados de simulação ..................................................................................... 60
3.2.1.1. Especificações .................................................................................................. 60
3.2.1.2. Resultados sem a aplicação de eventos ............................................................ 62
3.2.1.3. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Grid” ............ 65
3.2.1.4. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Bus 7” .......... 69
3.2.1.5. Resultados quando há chaveamento de carga................................................... 73
4. Conclusão ......................................................................................................................... 75
4.1. Trabalhos futuros ........................................................................................................... 76
5. Referências ....................................................................................................................... 77
17
1. Introdução
Muitos trabalhos relacionados à geração de energia elétrica por meio da energia solar
vêm sendo desenvolvidos, bem como trabalhos nos quais são realizadas análises da operação
desse tipo de geração quando acoplados ao sistema elétrico de potência. Para a correta operação
do sistema elétrico quando estes são compostos por sistemas fotovoltaicos é necessária a correta
modelagem dos inversores aplicados, bem como dos filtros utilizados e do controle
implementado para a operação dos inversores. Dessa forma, algumas referências podem ser
citadas, conforme mostrado a seguir.
Diante da importância do controle de equipamentos de eletrônica de potência, principalmente,
em sistemas de geração baseados em energia solar e eólica, em [3] é proposta uma melhoria do
controle de sistemas fotovoltaicos trifásicos conectados à rede por meio de um conversor, i.e.,
um estágio de conversão.
O artigo [6] fornece uma visão geral das estruturas do sistema de geração distribuída de energia
com base em células de combustível, turbinas fotovoltaicas e eólicas. Além disso, são
apresentadas estruturas de controle do conversor, e também é discutida a possibilidade de
compensação de harmônicos de baixa ordem. São também tratadas estratégias de controle ao
executar falhas na rede. Por fim, o trabalho apresenta uma visão geral dos métodos de
sincronização e uma discussão sobre sua importância no controle.
Em [7] é apresentada uma síntese das topologias de inversores amplamente usadas em redes
elétricas CA. Além disso, também descreve as arquiteturas dos inversores e principais
estratégias de controle.
O artigo [8] traz uma visão geral sobre estruturas de microrredes e técnicas de controle em
diferentes níveis hierárquicos. No nível do conversor de energia, é feita uma análise detalhada
dos principais modos de operação e estruturas de controle para conversores de potência
pertencentes a microrredes, com foco principalmente nas configurações de formação,
alimentação e suporte de rede.
O trabalho [20] concentra-se no projeto, controle e implementação de um filtro de potência
ativa baseado em filtro LCL, que pode efetivamente compensar as correntes harmônicas
produzidas por cargas não lineares em um sistema de energia trifásico. Com um filtro LCL
adicionado à sua saída, o filtro proposto oferece supressão harmônica de comutação superior
usando elementos de filtragem passiva muito reduzidos.
20
Em relação ao controle PI, este já demonstrou ser uma solução adequada também para filtros
LCL, mas existem limitações. Em [31] estes controles são investigados. A estabilidade do
sistema é analisada em relação a diferentes proporções de ressonância de filtro LCL e
frequências de controle. O controle da corrente de linha e do conversor é analisado.
1.3. Objetivos
1.3.1.Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo geral modelar o controle de um inversor aplicado a um
sistema de potência de grande porte.
1.3.2.Objetivos específicos
Para o cumprimento do objetivo geral o trabalho terá os seguintes objetivos específicos:
• Projetar os controladores para o sistema de grande porte;
• Realizar a representação do modelo do inversor para sistemas de grande porte;
21
Dessa forma, os inversores conectados à rede podem ser classificados como inversores de
formação de rede, alimentação de rede e suporte de rede.
O inversor formador de rede pode ser representado por uma fonte de tensão controlada
em série com uma baixa impedância, como pode ser visto na Figura 1. Este tipo de inversor é
associado ao dispositivo de armazenamento de energia (ESD – Energy Storage Devices) e
possui objetivos distintos, que dependem do modo de operação do inversor, se este está
conectado à rede ou em operação ilhada.
qual ele deve seguir. Logo, este tipo de inversor pode ser representado como uma fonte de
corrente controlada em paralelo com uma alta impedância, pois o inversor injeta corrente na
rede seguindo a tensão da rede. Este comportamento é o mesmo, tanto para operação conectado
à rede quanto isolado da rede, logo, apenas uma estratégia de controle é suficiente [7].
PAC
potência ativa e reativa definidos e determina as tensões de saída necessárias com base nas
medições de tensão e corrente na rede.
Para a implementação do controle é necessária a transformação das variáveis do inversor
em um referencial síncrono odq usando a transformação abc para odq. Essa transformação é
realizada quando é considerado que o sistema de tensão de alimentação é trifásico simétrico, o
que usualmente é válido quando se trata de alimentação por inversores. Através dessa
transformação os parâmetros que variam com o tempo são expressos em relação a eixos
ortogonais, ou mutuamente desacoplados, denominados direto (d) e em quadratura (q) [10]. A
equação (1) mostra a matriz de transformação abc-odq (1).
√2 √2 √2
2 2 2 𝑖𝑎
2 2𝜋 2𝜋
𝑖0𝑑𝑞 = √3 cos(𝜃) cos (𝜃 − ) cos (𝜃 +
) [𝑖𝑏 ] (1)
3 3
2𝜋 2𝜋 𝑖𝑐
[−sin(𝜃) − sin (𝜃 − 3 ) −sin (𝜃 + 3 )]
Numa microrrede podem estar interligadas diferentes topologias de GD, que são
baseadas em diferentes recursos primários (petróleo, gás, vento, sol, água, etc.) e com uma
ampla variedade de objetivos e funções (alimentação em rede, formação de rede,
armazenamento de energia, etc.). Dessa forma, as microrredes demandam um conjunto de
controladores estruturados para garantir uma operação ou manuseio de falhas de rede.
Controladores de tensão e corrente de baixo nível são responsáveis por regular localmente as
variáveis de saída do inversor de potência. Esses controladores devem ter uma alta largura de
banda e alto desempenho para garantir uma resposta rápida em condições genéricas de
operação. Em um nível de controle mais alto, os controladores primários cuidam da estabilidade
26
Observando a Figura 5 é possível notar que o sistema pode ser definido usando a
seguinte equação:
𝑑𝑖(𝑡)
𝑣(𝑡) = 𝑣𝑔 (𝑡) + 𝑅𝑖(𝑡) + 𝐿 (2)
𝑑𝑡
𝑑𝑖𝑑 (𝑡)
𝑣𝑑 (𝑡) = 𝑣𝑔𝑑 (𝑡) + 𝑅𝑖𝑑 (𝑡) + 𝐿 − 𝜔𝐿𝑖𝑞 (𝑡) (3)
𝑑𝑡
𝑑𝑖𝑞 (𝑡)
𝑣𝑞 (𝑡) = 𝑅𝑖𝑞 (𝑡) + 𝐿 + 𝜔𝐿𝑖𝑑 (𝑡) (4)
𝑑𝑡
É possível observar que a tensão de rede só está presente na equação (3), pois a estrutura
rotativa foi escolhida dessa forma. Além disso, há um acoplamento cruzado entre o componente
direto e de quadratura da corrente que flui pela indutância, que é devida ao referencial de rotação
escolhido. Os componentes instantâneos de potência ativa e reativa são calculados por:
onde P* e Q* são a potência ativa e reativa que se deseja injetar na rede, vgd e vgq são os
componentes de eixo direto e em quadratura da tensão medida da rede, respectivamente, da
mesma forma id e iq são os componentes de eixo direto e em quadratura da corrente medida da
rede, respectivamente.
É possível, a partir das equações (5) e (6), calcular os componentes dq da corrente de
referência, que serão necessárias para o fluxo de potência. O componente de quadratura da
tensão da rede é igual a zero e, portanto, os componentes podem ser calculados de forma
simples, basta dividir os componentes de potência pela componente de tensão direta da rede,
conforme as equações:
𝑃∗
𝑖𝑑_𝑟𝑒𝑓 = (7)
𝑣𝑔𝑑
𝑄∗
𝑖𝑞_𝑟𝑒𝑓 = − (8)
𝑣𝑔𝑑
Para que o fluxo de potência desejado seja obtido, a corrente que flui através do indutor
precisa ser regulada de maneira a ser igual à corrente de referência calculada. Isto pode ser
conseguido por um controlador proporcional-integral (PI). O controle funciona de forma que
enquanto a corrente que flui através do indutor não corresponder ao valor de referência, haverá
um valor de entrada para o controlador PI que é proporcional à diferença entre essas duas
29
corrente de referência do sistema que seja correspondente a este ângulo. A estrutura básica dos
controladores PLL apresenta alguns componentes em comum, que são a detecção de fase, o
filtro de laço e o oscilador interno. Com base nessa estrutura elementar, podem ser utilizadas
diferentes técnicas para implementar e adaptar cada um desses blocos que constituem o sistema
controlado PLL [18].
As tensões e correntes físicas são sempre medidas no referencial estacionário abc. Como
a estrutura de controle é baseada no eixo síncrono dq, essas grandezas devem ser transformadas
em componentes CC usando a transformação de Park abc-dq antes de serem usadas nos cálculos
do circuito de controle, e isso requer conhecimento contínuo do ângulo de referência do eixo
síncrono. Isso é medido usando um loop de bloqueio de fase como mostrado na Figura 6, que é
necessário para sincronizar o eixo de referência rotativo com a frequência fundamental da rede
elétrica. A posição angular do eixo de referência dq é controlada através de uma realimentação
que leva o componente vgq a zero usando um controlador PI padrão para processar o erro. A
saída do regulador PI é a frequência angular da tensão da rede que precisa ser integrada para
determinar o ângulo da estrutura rotativa em comparação com a tensão da rede no referencial
estacionário. O ângulo calculado é usado posteriormente para as transformações de Park e
inversa de Park [5].
2.4. Filtros
nas quais o VSI opera com uma frequência de comutação relativamente alta, pois para baixas
frequências de comutação torna-se necessária a utilização de uma grande indutância, o que torna
o filtro mais caro e produz uma alta queda de tensão. Além disso, para aplicações acima de
vários quilowatts, torna-se bastante caro implementar indutores de maior valor agregado.
Ademais, a resposta dinâmica do sistema pode se tornar mais pobre [19].
Além do filtro L, os filtros LC e LCL podem ser aplicados através da conexão de
indutores e capacitores adicionais. Os filtros LC são compostos por indutâncias e capacitâncias
em derivação e a conexão de um inversor à rede elétrica com este tipo de filtro pode causar
ressonância entre a impedância do filtro e a impedância da rede, além disso, evitar essa
ressonância é uma tarefa difícil, visto que a frequência de ressonância depende da impedância
da rede que varia ao longo do tempo.
Uma solução interessante para esses problemas é usar um filtro LCL, conforme
mostrado na Figura 7, que fornece um melhor desacoplamento entre o filtro e a impedância da
rede e tem menor ondulação de corrente através do indutor da rede.
Os filtros LCL têm sido usados em inversores conectados à rede e retificadores ativos
modulados por largura de pulso (PWM) devido à sua capacidade de minimizar a quantidade de
distorção de corrente injetada na rede elétrica [20]. Com o uso do filtro LCL melhores
resultados podem ser obtidos na faixa de potência de até centenas de kilovoltamperes, com o
uso de pequenos valores de indutores e capacitores. Além disso, a maior atenuação de
harmônico do filtro LCL permite o uso de frequências de chaveamentos mais baixas para
atender às restrições harmônicas. No entanto, para projetar um filtro LCL eficaz é necessário
ter um modelo matemático apropriado do filtro [21].
32
𝑑𝑣𝑐 𝑖𝑖 − 𝑖𝑔
=
𝑑𝑡 𝐶𝑓
𝑑𝑖𝑖 1
= (𝑣𝑖 − 𝑣𝑐 − 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) (9)
𝑑𝑡 𝐿1
𝑑𝑖𝑔 1
=
{ 𝑑𝑡 𝐿2 (𝑣𝑐 + 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) − 𝑣𝑔 )
As equações (9) não mostram termos de acoplamento cruzado, conforme indicado pela
expressão matricial em (10)
33
𝑑𝑖𝑖 𝑅𝑓 𝑅𝑓 1
− − 1
𝑑𝑡 𝐿1 𝐿1 𝐿1 0
𝑅 𝑅𝑓 1 𝑖𝑖 𝐿1 𝑣𝑖
𝑑𝑖𝑔 𝑓
= − [𝑖 ] + 1 [𝑣 ] (10)
𝑑𝑡 𝐿2 𝐿2 𝐿2 𝑣𝑔 0 − 𝑔
𝑑𝑣𝑐 1 1 𝑐 𝐿2
− 0 [0 0 ]
[ 𝑑𝑡 ] [ 𝐶𝑓 𝐶𝑓 ]
𝑥̇ = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢 (11)
Para o filtro LCL com capacitores conectados em delta pode ser analisado na estrutura
estacionária abc usando o circuito da Figura 9, onde R1 e R2 são as resistências dos indutores
L1 e L2, respectivamente. As tensões e correntes podem ser formuladas como dadas pelas
equações (12) e (13)
𝑑𝑉𝐴𝐵 1 1
= 𝑖𝑖𝐴𝐵 − 𝑖 (13)
𝑑𝑡 3𝐶𝑓 3𝐶𝑓 𝑔𝐴𝐵
A equação (12) indica que as tensões linha-linha somam zero, enquanto as equações do
lado da carga são dadas por (14) e (15) com a formulação final em (16). Portanto,
34
onde 𝑣𝑐 = [𝑉𝐴𝐵 𝑉𝐵𝐶 𝑉𝐶𝐴 ]𝑇 , 𝑖𝑖 = [𝑖𝑖𝐴𝐵 𝑖𝑖𝐵𝐶 𝑖𝑖𝐶𝐴 ]𝑇 , 𝑣𝑖 = [𝑉𝑖𝐴𝐵 𝑉𝑖𝐵𝐶 𝑉𝑖𝐶𝐴 ]𝑇 e 𝑖𝑔 =
[𝑖𝑔𝐴𝐵 𝑖𝑔𝐵𝐶 𝑖𝑔𝐶𝐴 ]𝑇 .
O modelo usado como uma planta de espaço de estado contínuo é dado pelas matrizes
A, B, u e X abaixo, onde
1 1
03×3 𝐼 − 𝐼
3𝐶𝑓 3×3 3𝐶𝑓 3×3
1 𝑅1 + 𝑅𝑓 𝑅𝑓
𝐴= − 𝐼 − 𝐼3×3 𝐼
𝐿1 3×3 𝐿1 𝐿1 3×3
1 𝑅
𝐼 03×3 − 𝐼3×3
[ 𝐿2 3×3 𝐿2 ]9×9,
03×3
1 𝑉𝑐
𝐼3×3 𝑉𝑖
𝐵 = 𝐿1 𝑢 = [𝑉 ] 𝑋 = [ 𝐼𝑖 ] .
𝑔 9×1,
1 𝐼𝑔
− 𝐼3×3 9×1
[ 𝐿2 ]9×3,
1
𝐻𝐿𝐶𝐿 (𝑠) = (17)
𝐿1 𝐶𝑓 𝐿2 𝑠 3 + (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠
𝐶𝑓 𝑅𝑓 𝑠 + 1
𝐻𝑑𝐿𝐶𝐿 (𝑠) = (18)
𝐿1 𝐶𝑓 𝐿2 𝑠 3 + 𝐶𝑓 𝑅𝑓 (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠 2 + (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠
Os gráficos Bode do filtro LCL sem e com amortecimento são mostrados na Figura 10.
A inserção de uma resistência em série com o capacitor elimina o pico de ganho, que ocorre na
frequência de ressonância, suavizando a resposta geral e a fase para −180° para alta frequência,
em vez de −270°.
36
Para realizar o projeto do filtro são necessários os parâmetros: VLL, que é a tensão RMS
linha-linha na saída do inversor; Vph, tensão de fase na saída do inversor; Pn, potência ativa
38
nominal; VCC, tensão de ligação CC; fg, frequência da rede; fsw, frequência de chaveamento; e
fres, frequência de ressonância.
Para dar início ao projeto do filtro, calcula-se primeiramente a impedância de base e a
capacitância base, definidas pelas equações (19) e (20).
2
𝑉𝐿𝐿
𝑍𝐵 = (19)
𝑃𝑛
1
𝐶𝐵 = (20)
𝜔𝑔 𝑍𝐵
2𝑉𝐶𝐶
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = (1 − 𝑚)𝑚𝑇𝑠𝑤 (21)
3𝐿1
onde m é o fator de modulação do inversor (para um inversor SPWM - Sinusoidal Pulse Width
Modultion - típico).
A partir da equação (21) tem-se que a ondulação máxima pico a pico acontece em m =
0,5, então
𝑉𝐶𝐶
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = (22)
6𝑓𝑠𝑤 𝐿1
onde L1 é o indutor do lado do inversor. Uma ondulação de 10% da corrente nominal para os
parâmetros do projeto é dada por
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = 0,1𝐼𝑚𝑎𝑥 (23)
onde
𝑃𝑛 √2
𝐼𝑚𝑎𝑥 = (24)
3𝑉𝑝ℎ
O valor do indutor L1 pode ser então obtido a partir da equação (22), considerando para
tanto as equações (23) e (24), tal que:
𝑉𝐶𝐶
𝐿1 = (25)
6𝑓𝑠𝑤 ∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥
39
Para o projeto realizado neste trabalho o filtro LCL deve reduzir a ondulação da corrente
esperada para 11% [20], [24]. Para calcular a redução da ondulação, o circuito equivalente do
filtro LCL é inicialmente analisado considerando o inversor como uma fonte de corrente para
cada frequência harmônica de acordo com a Figura 8. As equações (26) e (28) relacionam a
corrente harmônica gerada pelo inversor com a corrente injetada na rede, ou seja,
𝑖𝑔 (ℎ) 1
= 2 𝑥]|
= 𝑘𝑎 (26)
𝑖𝑖 (ℎ) |1 + 𝑟[1 − 𝐿1 𝐶𝐵 𝜔𝑠𝑤
𝐿2 = 𝑟𝐿1 (27)
Tem-se então que o indutor L2 pode ser calculado pela seguinte equação
1
+1
𝑘𝑎
𝐿2 = 2
(28)
𝐶𝑓 𝜔𝑠𝑤
1
𝑅𝑓 = (29)
𝜔𝑟𝑒𝑠 𝐶𝑓
onde ωres é a frequência angular de ressonância, que é calculada pela equação (30) e deve
satisfazer à condição estabelecida em (31).
40
𝐿1 + 𝐿2
𝜔𝑟𝑒𝑠 = √ (30)
𝐿1 𝐿2 𝐶𝑓
Nesta seção é mostrado um procedimento passo a passo usado para projetar um filtro
LCL com o capacitor conectado em estrela. Para o projeto do filtro foram adotadas as
especificações dadas na tabela 1.
8. A condição dada pela equação (31) é checada e observa-se que esta é satisfeita pois
600Hz < fres < 2500Hz;
9. Finalmente, calcula-se o valor da resistência de amortecimento usando a equação (29),
e o valor encontrado é Rf = 0,015Ω.
Concluído o projeto do filtro este pode ser implementado no sistema com o inversor,
conforme será mostrado no próximo capítulo.
42
𝑖𝑑 = 𝑖𝑟 cos(𝜃) + 𝑖𝑖 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
(32)
𝑖𝑞 = 𝑖𝑖 cos(𝜃) − 𝑖𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑢𝑑 = 𝑢𝑟 cos(𝜃) + 𝑢𝑖 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
(33)
𝑢𝑞 = 𝑢𝑖 cos(𝜃) − 𝑢𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
onde θ é o ângulo instantâneo entre a tensão da rede e o referencial rotatório calculado pelo
PLL. A componente zero da transformação de Park é desprezada, já que nem os pontos em
estrela dos capacitores nem a rede externa estão conectados à terra e, portanto, as correntes das
três fases somam-se sempre a zero.
𝑘𝑖 + 𝑘𝑝 𝑠 1
𝐹𝑇𝑀𝐴𝑃𝐿𝐿 (𝑠) = (34)
𝑠 𝑠
𝑘𝑖 + 𝑗𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
| |=1 (35)
(𝑗𝜔𝑐𝑟 )2
𝑘𝑖 + 𝑗𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
∠( ) = −(180° − 𝑀𝐹) (36)
(𝑗𝜔𝑐𝑟 )2
46
𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
= tan(𝑀𝐹) (38)
𝑘𝑖
𝜔𝑏2 𝐿
𝑘𝑖 = (40)
2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 + 1
Este método de controle pode ser utilizado tanto para o controle do inversor conectado
à rede com filtro L, quanto com filtro LCL, quando a largura de banda for similar para ambos
os casos [30]. Para o caso do filtro LCL as equações utilizadas são (41) e (42).
2𝜁𝜔𝑏 (𝐿1 + 𝐿2 )
𝑘𝑝 = (41)
√2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 +1
𝜔𝑏2 (𝐿1 + 𝐿2 )
𝑘𝑖 = (42)
2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 + 1
𝜔𝑐𝑜
𝜔𝑏 = (43)
5
Adotando o máximo valor possível para ωco, calcula-se então o valor da largura de
banda.
A largura de banda de controle obtida com um filtro L pode ser calculada em 1657 Hz.
Nesta faixa de frequência, as funções de transferência dos diferentes filtros na Fig. 10 mostram
quase o mesmo comportamento. A aproximação do filtro LCL como um filtro L é justificada
neste caso [31].
𝑃∗
𝑖𝑑_𝑟𝑒𝑓 = (45)
𝑣𝑔𝑑
𝑄∗
𝑖𝑞_𝑟𝑒𝑓 =− (46)
𝑣𝑔𝑑
A tensão de saída do VSI na frequência fundamental é igual a (47) de acordo com [32].
√3𝑃𝑚𝑟 𝑈𝐶𝐶
𝑢𝐶𝐴𝑟 =
2√2
(47)
√3𝑃𝑚𝑖 𝑈𝐶𝐶
𝑢𝐶𝐴𝑖 =
2√2
Com essas equações é possível calcular os valores de Pmr e Pmi. Esses valores são então
aplicados nos parâmetros do inversor.
50
Nesta seção são apresentados os resultados de simulação para os casos com o filtro L e
o filtro LCL.
3.2.1.1. Especificações
No caso em análise, o VSI está injetando na rede inicialmente uma potência ativa no
valor de 6 kW e potência reativa nula. No instante de tempo igual a 20ms, o nível da injeção de
energia é aumentado para 8 kW. Além disso, 30ms depois, a injeção de energia reativa é
ajustada para 2 kVAr, conforme será mostrado nos resultados adiante.
52
A Fig. 21 mostra uma resposta muito boa às mudanças feitas à medida que a magnitude
da corrente aumenta rapidamente, apresentando um overshoot quase zero. É importante
salientar que uma regulação eficiente é muito importante para reduzir a injeção harmônico na
rede.
55
Figura 23 - Potência ativa e reativa injetada na rede com filtro LCL (direita).
Gerador 1 2 3
Potência nominal (MW) 247,5 192,0 128,0
Tensão nominal (kV) 16,5 18,0 13,8
Fator de potência 1,0 0,85 0,85
O fluxo de carga do sistema completo é mostrado na Figura 24 com a aplicação dos três
geradores descritos na tabela anterior.
58
Para implementar o VSI neste sistema de grande porte o gerador 3 foi retirado e
substituído pelo modelo mostrado na Figura 18, do qual foi suprimido o equipamento “Grid
externo” para que, neste ponto, fosse realizada a conexão entre o VSI e o sistema.
É possível observar na Figura 24 que o gerador 3 injeta 85 MW de potência ativa, e
consome 10,9 MVAr de potência reativa do sistema. Dessa forma, quando o gerador 3 for
substituído pelo modelo do VSI este deve ser capaz de fornecer esta mesma potência ao sistema.
A Figura 25 mostra o sistema de grande porte após a implementação do VSI. Na figura
são mostrados os valores da potência ativa, potência reativa e da corrente, respectivamente. Nos
barramentos são mostrados os valores das tensões em Volts, p.u. e do ângulo da tensão, em
graus, respectivamente.
59
É possível notar que os valores das potências fornecidas são muito próximos daqueles
exibidos na Figura 24, o que demonstra um bom funcionamento do sistema fotovoltaico
equivalente quando substituímos o gerador por este.
Nesta seção são apresentados os resultados de simulação e análise para o caso onde o
VSI é implementado no sistema de grande porte, com a aplicação do controle. São analisados
os resultados para os casos nos quais o sistema opera sem a ocorrência de eventos e com
ocorrência de curto-circuito e chaveamento de carga.
3.2.1.1. Especificações
Para que o VSI apresente como valor nominal a mesma potência que o gerador 3,
128MVA, é necessário utilizar trinta e quatro inversores em paralelo, dado que a potência ativa
nominal do inversor adotado é de 2,5MW. O ponto de operação da potência ativa corresponde
ao valor que o grupo de inversores deve ser capaz de fornecer no ponto escolhido, que no caso
em questão é o barramento 3 da Figura 24, onde está o gerador 3 e onde é conectado o filtro
LCL e o VSI.
O filtro utilizado neste sistema foi calculado com base na seção 2.4.3 e seus valores são
apresentados na Tabela 5.
61
Evento 2: curto-
circuito no Bus 7 Evento 1: curto-
circuito no Grid
Evento 3: chaveamento
de carga
85MW
-10,9MVAr
29,31kA
27,44kA
Na Figura 29 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2, onde pode-
se notar que há um ripple maior do que aquele apresentado para o caso em que o VSI foi
implementado em uma microrrede. Isso ocorre porque no sistema de grande porte os níveis de
potência, bem como de tensão são bem mais elevados, dessa forma, os valores de ondulação de
corrente serão maiores, já que esses são calculados a partir dos valores nominais. Podemos notar
que a ondulação corresponde a um ΔI no valor de 1,87kA, satisfazendo ao valor de projeto de
3,02kA. Esse valor corresponde a 6,2% da corrente máxima de projeto, apresentando um valor
menor que aquele adotado no projeto (10%). Dessa forma, nota-se que os resultados
apresentados para o sistema de grande porte são satisfatórios e atendem aos valores
estabelecidos durante a elaboração do projeto do filtro LCL.
A Figura 30 exibe as potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. Nela é possível
notar que os valores de potência são os mesmos que aqueles exibidos nas Figuras 24 e 25,
confirmando então o adequado funcionamento do sistema de grande porte com o controle
implementado, visto que em regime permanente os valores das potências geradas não são
alterados.
65
163MW
71,6MW
Da mesma forma que acontece para a potência, a corrente do controlador apresenta uma
oscilação após a ocorrência do curto-circuito, porém atinge o valor de referência em poucos
milissegundos, o que demonstra o funcionamento adequado do controlador projetado.
Na Figura 33 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2. A corrente
apresenta uma oscilação de curta duração de tempo, além disso sua forma de onda estabiliza
logo após alguns milissegundos.
68
71,4MW
Da mesma forma que acontece para a potência, a corrente do controlador apresenta uma
oscilação após a ocorrência do curto-circuito, porém atinge o valor de referência em poucos
milissegundos, o que demonstra o funcionamento adequado do controlador projetado.
Na Figura 37 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2. A corrente
apresenta uma oscilação de curta duração de tempo, além disso sua forma de onda estabiliza
logo após alguns milissegundos.
72
Para realizar a simulação com chaveamento de carga foi adicionada uma carga ao
barramento 6, com valores correspondentes a 10% da carga “Load B”, localizada no mesmo
barramento. A carga está acoplada ao sistema quando, no tempo t = 4s ela é retirada do sistema
por um período de 1s, posteriormente esta carga retorna ao sistema, representando em uma
situação real a queda de energia em determinada área, retirando a carga do sistema, e o posterior
retorno do abastecimento, implementando a carga novamente.
Na Figura 39 é mostrado o comportamento das potências ativas nos geradores 1 e 2
quando ocorre esta variação de carga.
74
t = 4s t = 5s
Nota-se na Figura 39 que as potências ativas fornecidas pelos geradores sofrem uma
pequena variação quando as cargas saem do sistema. Quando a carga retorna ao sistema as
potências oscilam novamente e estabilizam após um pequeno intervalo de tempo. É possível
observar também que a potência requerida pela carga adicionada é suprida pelo gerador 1. Tal
comportamento já é esperado visto que este gerador é de referência.
75
4. Conclusão
Neste trabalho foi apresentada uma estratégia de controle VSI do tipo alimentação de
rede e sua implementação no programa de simulação DIgSILENT PowerFactory®, bem como
foi fornecida uma visão geral sobre os recursos dos filtros L e LCL. O modelo combina o
processo fundamental de modulação de inversor com um regulador de corrente de ponta e
controladores de potência real e reativa de nível mais alto, para criar uma representação
detalhada que descreva completamente o estado estacionário do inversor e respostas transitórias
a eventos de conexão de rede. O VSI foi implementado também em um sistema de grande porte,
utilizando o modelo do inversor PWM e analisando o comportamento desse modelo no sistema.
Foram mostrados também os procedimentos para a realização do projeto do filtro LCL e
também para a realização do projeto dos controladores implementados no sistema de alta
potência.
Os resultados da simulação mostram que o modelo opera com precisão suficiente nos
modos transitório e estado estacionário e, portanto, é adequado para analisar os efeitos do VSI
na rede. O modelo pode ser mais desenvolvido considerando as perdas de comutação e um
modelo mais detalhado da rede externa. O modelo de controle foi criado de maneira que pudesse
ser facilmente desenvolvido em um VSI de suporte de rede, com o qual os problemas de
estabilidade em microrredes também poderiam ser analisados.
Para o sistema de grande porte foi possível observar que o filtro projetado opera de
forma satisfatória, reduzindo o ripple da corrente do sistema para valores menores que aqueles
definidos em projeto. Com a implementação do controle do VSI foi possível realizar uma
análise dinâmica da operação do sistema de alta potência quando este opera com um sistema de
geração fotovoltaica. Através da criação de eventos de simulação foi possível analisar o
comportamento do controle, do VSI e do sistema completo quando ocorrem curtos-circuitos em
um barramento próximo ao VSI e distante do VSI, respectivamente. Também foi analisada a
situação de ocorrência de variação de carga, simulando as situações em que uma carga sai do
sistema e posteriormente retorna. Com essas situações foi possível analisar o comportamento
adequado do VSI, bem como da operação satisfatória do controle implementado, visto que em
todas as situações o sistema atinge seus valores de regime permanente em um pequeno intervalo
de tempo, mesmo com a aplicação dos eventos descritos.
76
5. Referências
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79