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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Modelagem de controle do inversor para Geração


Distribuída em DIgSILENT PowerFactory® para análise
de redes elétricas

Igleyce Kelly Alves da Silva

João Pessoa
Dezembro de 2019
Igleyce Kelly Alves da Silva

Modelagem de controle do inversor para Geração


Distribuída em DIgSILENT PowerFactory® para
análise de redes elétricas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Engenharia Elétrica - PPGEE, da Universidade
Federal da Paraíba - UFPB, como requisito parcial para
a obtenção do título de Mestre em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Yuri Percy Molina Rodriguez

João Pessoa – PB
2019
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação

S586m Silva, Igleyce Kelly Alves da.


Modelagem de controle do inversor para Geração
Distribuída em DIgSILENT PowerFactory® para análise de
redes elétricas / Igleyce Kelly Alves da Silva. - João
Pessoa, 2019.
80 f.

Dissertação (Mestrado) - UFPB/CEAR.

1. Inversor tipo fonte de tensão. 2. Filtro LCL. 3.


Geração distribuída. 4. Controle. 5. DIgSILENT. 6. PLL
(Phase-Locked Loop). 7. Microrrede. I. Título

UFPB/BC
Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família e meu esposo por todo apoio, incentivo, paciência e
compreensão.
Agradecimentos

Agradeço a Deus, aos meus pais, Maria do Socorro Alves da Silva e João Pedro da
Silva, à minha irmã Ingrid Kelly Alves da Silva, ao meu cunhado José Henrique Rocha de Luna,
à minha sobrinha Isadora Melina Alves de Luna, ao meu esposo, Lijecson Souza dos Santos,
por todo o apoio e incentivo.
Aos meus professores Yuri Percy Molina Rodriguez e Clivaldo Silva Araújo, por todo
o incentivo e apoio que me foi dado ao longo do mestrado, por acreditar no meu potencial e
cooperar de forma decisiva para a conclusão desta atividade.
Ao professor avaliador Rogério Gaspar de Almeida por aceitar o convite para participar
da banca examinadora e pelos ensinamentos que sempre passou como educador e como pessoa.
Ao professor Nady Rocha por sua colaboração no desenvolvimento deste trabalho e por
ter aceitado o convite de participar da banca examinadora.
Aos colegas de curso Vanessa, Frank, Louise, Marcos, Luiz, Rafael, por tornarem os
dias cansativos mais leves e à todas as pessoas que contribuíram de forma direta ou indireta
para a conclusão deste curso ou tornaram a caminhada até aqui mais agradável.
Resumo

Este trabalho apresenta a modelagem de controle do inversor no DIgSILENT PowerFactory®


para analisar os efeitos de fontes de geração distribuída (DG). A modelagem deste inversor foi
projetada considerando o bloco "Composite Model", que consiste em slots, aos quais
controladores ou elementos predefinidos podem ser atribuídos (‘Common Models’), dentro de
um sistema dinâmico. Assim, o uso desta ferramenta permite uma análise muito detalhada do
comportamento dinâmico do sistema, permitindo o controle de suas variáveis. Para aplicar em
um grande sistema, foi inteiramente realizado o projeto de controladores para uma rede e, em
seguida, foi implementado em um sistema de 9 barramentos. Análises de comutação de curto-
circuito e de carga foram realizadas, e os resultados numéricos são apresentados e discutidos
para demonstrar a aplicabilidade da modelagem de controle do inversor proposta em grandes
sistemas.

Palavras-chave: Inversor tipo fonte de tensão. Filtro LCL. Geração distribuída. Controle.
DIgSILENT. PLL (Phase-Locked Loop). Microrrede.
Abstract

This work presents the inverter control modeling in DIgSILENT PowerFactory® to analyze the
effects of distributed generation sources (DG) in the network. The modeling of this inverter was
designed considering the "Composite Model" block, which consists of slots, to which
controllers or predefined elements can be assigned ('Common Models'), within a dynamic
system. Thus, the use of this tool allows a very detailed analysis of the dynamic behavior of the
system, allowing the control of its variables. To apply to a large system, the design of controllers
for a grid was entirely carried out, and then it was implemented in a 9-bus system. Short circuit
and load switching analyzes were performed and the numerical results are presented and
discussed to demonstrate the applicability of the proposed inverter control modeling in large
systems.

Keywords: Inverter type voltage source. LCL filter. Distributed generation. DIgSILENT.
Control. PLL (Phase-Locked Loop). Microgrid.
Lista de ilustrações

Figura 1 - Inversor formador de rede........................................................................................ 22


Figura 2 - Inversor seguidor de rede. ........................................................................................ 23
Figura 3 - Inversor de suporte de rede. ..................................................................................... 23
Figura 4 - Estrutura de um inversor tipo fonte de tensão trifásico. .......................................... 24
Figura 5 - Estrutura de controle de um VSI de alimentação de rede. ....................................... 27
Figura 6 – Laço fechado por fase. ............................................................................................ 30
Figura 7 - Representação monofásica de um filtro LCL. ......................................................... 31
Figura 8 – Modelo por fase do filtro LCL. ............................................................................... 32
Figura 9 - Filtro LCL com capacitores conectados em delta. ................................................... 33
Figura 10 - Diagrama de Bode para os casos amortecido e não amortecido. ........................... 35
Figura 11 - Algoritmo para o projeto do filtro LCL. ................................................................ 37
Figura 12 - Esquema da estrutura geral de controle do VSI em DIgSILENT. ......................... 43
Figura 13 - Bloco "Corrente xy para dq" mostrado internamente. ........................................... 44
Figura 14 - Representação do PLL do DIgSILENT. ................................................................ 45
Figura 15 - Implementação do controle de corrente no DIgSILENT. ...................................... 46
Figura 16 - Bloco "Potência" em detalhes. ............................................................................... 48
Figura 17 - Detalhes do bloco "Transformação inversa". ........................................................ 49
Figura 18 - Modelo DIgSILENT de um VSI conectado à rede. ............................................... 50
Figura 19 - Corrente na fase A no indutor L medida no lado do grid. ..................................... 52
Figura 20 - Corrente na fase A no indutor LCL medida no lado do grid. ................................ 53
Figura 21 - Operação do controlador de corrente. .................................................................... 54
Figura 22 - Potência ativa e reativa injetada na rede com filtro L............................................ 55
Figura 23 - Potência ativa e reativa injetada na rede com filtro LCL (direita)......................... 56
Figura 24 - Diagrama completo do sistema de nove barras. .................................................... 58
Figura 25 - Sistema de grande porte com o VSI implementado. .............................................. 59
Figura 26 - Sistema com localização dos eventos aplicados. ................................................... 61
Figura 27 - Potências ativa e reativa injetadas na rede. ............................................................ 62
Figura 28 - Operação do controlador de corrente. .................................................................... 63
Figura 29 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid. ......................................... 64
Figura 30 - Potências ativas dos geradores 1 e 2. ..................................................................... 65
Figura 31 - Potências ativa e reativa injetadas na rede. ............................................................ 66
Figura 32 - Operação do controlador de corrente. .................................................................... 67
Figura 33 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid. ......................................... 68
Figura 34 – Potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. ................................................ 69
Figura 35 - Potências ativa e reativa injetadas na rede. ............................................................ 70
Figura 36 - Operação do controlador de corrente. .................................................................... 71
Figura 37 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid. ......................................... 72
Figura 38 - Potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. ................................................ 73
Figura 39 - Potências ativas dos geradores 1 e 2. ..................................................................... 74
Lista de tabelas

Tabela 1 - Parâmetros para o projeto do filtro LCL. ................................................................ 40


Tabela 2 - Parâmetros do filtro LCL. ....................................................................................... 51
Tabela 3 - Dados do gerador..................................................................................................... 57
Tabela 4 - Especificações do grupo de inversores. ................................................................... 60
Tabela 5 - Parâmetros do filtro LCL para o sistema de grande porte. ...................................... 61
Lista de abreviaturas e siglas

CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
ESD Energy Storage Devices
GD Geração Distribuída
MPPT Maximum Power Point Tracking
PAC Ponto de Acoplamento Comum
PI Proporcional-Integral
PLL Phase-Locked Loop
PWM Pulse Width Modulation
SPWM Sinusoidal Pulse Width Modulation
VSI Voltage Source Inverters
Lista de símbolos

A Matriz de estados
abc Referencial natural das coordenadas
B Matriz de entrada
CB Capacitância de base
Cf Capacitor do filtro
d Componente de eixo direto
dq Referencial síncrono das coordenadas sem a componente zero
f Frequência
fg Frequência da rede
fres Frequência de ressonância
fsw Frequência de chaveamento
ic Corrente no capacitor do filtro
id Componente de eixo direto da corrente medida na rede
id_ref Corrente do eixo direto de referência
ig Corrente da rede
ii Componente imaginária da corrente medida na rede
iq Componente de eixo em quadratura da corrente medida na rede
iq_ref Corrente do eixo de quadratura de referência
ir Componente real da corrente medida na rede
ka Fator de atenuação
ki Ganho integral do controlador PI
kp Ganho proporcional do controlador PI
L Indutor
L1 Indutância do lado do inversor
L2 Indutância do lado da rede
LC Indutor-capacitor
LCL Indutor-capacitor-indutor
m Fator de modulação do inversor
odq Referencial síncrono das coordenadas
P Potência ativa
P* Potência ativa de referência
PB Potência de base
Pmi Parte imaginária do sinal de modulação
Pmr Parte real do sinal de modulação
Pn Potência ativa nominal
q Componente de eixo em quadratura
Q Potência reativa
Q* Potência reativa de referência
r Razão entre o indutor do lado do inversor e a do lado da rede
R1 Resistência do indutor L1
R2 Resistência do indutor L2
Rf Resistor de amortecimento
Tsw Período de chaveamento
u Vetor de entradas
uCAi Componente imaginária da tensão CA medida na rede
uCAr Componente real da tensão CA medida na rede
ui Componente imaginária da tensão medida na rede
ur Componente real da tensão medida na rede
V Tensão
Vc Tensão no capacitor do filtro
VCC Tensão contínua do inversor
Vg Tensão de saída do sistema
Vgd Componente de eixo direto da tensão medida da rede
Vgq Componente de eixo em quadratura da tensão medida da rede
Vi Tensão do inversor
VLL Tensão RMS linha-linha na saída do inversor
Vph Tensão de fase na saída do inversor
x Variação máxima do fator de potência visto pela rede
X Vetor de estados
ZB Impedância de base
αβ Referencial estacionário das coordenadas
ΔILmax Ondulação máxima da corrente na saída do inversor
ζ Razão de amortecimento
ωb Largura de banda do controlador
ωc Frequência de cruzamento
ωco Frequência de controle
ωg Frequência angular da rede
ωres Frequência angular de ressonância
ωsw Frequência angular de chaveamento
Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................ 17
1.1. Estado da arte ............................................................................................................. 19
1.2. Justificativa e motivação ............................................................................................ 20
1.3. Objetivos .................................................................................................................... 20
1.3.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 20
1.3.2. Objetivos específicos .......................................................................................... 20
1.4. Desenvolvimento do trabalho .................................................................................... 21
2. Modelo do controle do inversor ..................................................................................... 21
2.1. Modelo de inversor CC/CA trifásico ......................................................................... 21
2.2. Controle VSI .............................................................................................................. 25
2.3. PLL (Phase-Locked Loop) ......................................................................................... 29
2.4. Filtros ......................................................................................................................... 30
2.4.1. Modelagem equivalente por fase de um filtro LCL ........................................... 32
2.4.1.1. Capacitores conectados em estrela .............................................................. 32
2.4.1.2. Capacitores conectados em delta................................................................. 33
2.4.1.3. Resposta em frequência do filtro LCL ........................................................ 34
2.4.2. Procedimento de projeto do filtro ....................................................................... 36
2.4.3. Exemplo de projeto do filtro LCL ...................................................................... 40
3. Aplicação de inversores em sistemas de energia .......................................................... 42
3.1. Descrição geral do controle do VSI ........................................................................... 43
3.1.1. Transformação de Park ....................................................................................... 44
3.1.2. Bloco “Corrente xy para dq”............................................................................... 44
3.1.3. Bloco “PLL” ....................................................................................................... 45
3.1.3.1. Projeto do controlador PI do PLL ............................................................... 45
3.1.4. Bloco “Controle de corrente” ............................................................................. 46
3.1.4.1. Projeto dos controladores PI ....................................................................... 47
3.1.5. Bloco “Potência” ................................................................................................ 48
3.1.6. Bloco “Transformação inversa” ......................................................................... 48
3.2. Aplicação do inversor com controle em uma microrrede .......................................... 50
3.2.1. Resultados de simulação ..................................................................................... 51
3.2.1.1. Especificações ............................................................................................. 51
3.2.1.2. Correntes do grid ......................................................................................... 52
3.2.1.3. Potência injetada ......................................................................................... 55
3.3. Aplicação do inversor com controle em sistemas de grande porte ............................ 57
3.3.1. Resultados de simulação ..................................................................................... 60
3.2.1.1. Especificações .................................................................................................. 60
3.2.1.2. Resultados sem a aplicação de eventos ............................................................ 62
3.2.1.3. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Grid” ............ 65
3.2.1.4. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Bus 7” .......... 69
3.2.1.5. Resultados quando há chaveamento de carga................................................... 73
4. Conclusão ......................................................................................................................... 75
4.1. Trabalhos futuros ........................................................................................................... 76
5. Referências ....................................................................................................................... 77
17

1. Introdução

O avanço tecnológico possibilitou a inclusão de fontes de energia renováveis na geração


de energia elétrica, o que tem provocado nos últimos anos mudanças importantes nas
características dos sistemas elétricos de potência, mantendo uma tendência de transformação
dos sistemas de geração centralizada em geração distribuída (GD). Nesse sentido, surge o
conceito de microrrede, que consiste basicamente em um agrupamento de unidades de geração
distribuída e cargas que estão conectadas à rede elétrica principal em um único ponto [1]. A
implementação desse tipo de geração tem como objetivos principais reduzir a dependência
energética das fontes convencionais, aumentar a capacidade dos sistemas de potência, reduzir
as perdas em linhas de transmissão, alcançar uma maior confiabilidade do sistema e proteger o
meio ambiente [2].
Em se tratando de energia solar fotovoltaica a sua participação na matriz energética
brasileira ainda é pequena apesar dos elevados índices de irradiação solar no território
brasileiro. Essa participação representava - no ano de 2018 - 0,54% da matriz energética
brasileira. Isso se deve, principalmente, ao elevado custo de instalação justificado pela ausência
de tecnologia nacional para a fabricação de painéis fotovoltaicos [3], [4].
A rápida expansão das unidades de geração distribuída ocasiona a aparição de alguns
efeitos prejudiciais, que têm um impacto crescente na qualidade de energia do sistema de
distribuição e que devem ser considerados, tais como mudanças nos perfis de tensão, aumento
das correntes de curto-circuito, perda da coordenação das proteções, problemas de estabilidade,
entre outros. Dessa forma, é de grande importância a análise do comportamento desses sistemas.
As fontes de energia renováveis são normalmente conectadas à rede através de
inversores tipo fonte de tensão (VSI – Voltage Source Inverters) com modulação por largura de
pulso (PWM - pulse width modulation). Os inversores conectados ao sistema de distribuição
são classificados de acordo com as técnicas de controle (por exemplo, controle de tensão, etc.).
Dessa forma, os inversores vinculados à rede podem ser classificados como inversores de
formação de rede, alimentação de rede e suporte de rede. A utilização destes inversores ligados
à rede possui muitas vantagens, porém a forma de onda da tensão gerada por estes foge de um
sistema senoidal convencional para uma forma de onda de três ou mais níveis, introduzindo na
rede um elevado conteúdo de distorção harmônica de alta ordem que deterioram a qualidade da
energia e podem causar ressonância harmônica entre a impedância de saída do inversor e a
impedância da rede. Além disso, a utilização dos inversores ligados à rede pode perturbar outros
18

equipamentos sensíveis na rede e podem produzir perdas. Portanto, torna-se necessária a


instalação de filtros apropriados entre o inversor de energia e a rede. São utilizados filtros
passivos LCL e filtros ativos para filtrar os harmônicos de alta frequência. Dessa forma, para
modelar com precisão os efeitos em relação à estabilidade da rede e à qualidade da energia que
esses equipamentos podem provocar na rede, são necessários modelos apropriados dos
inversores [5].
Tratando-se dos sistemas de geração de energia distribuída solar, estes apresentam como
desvantagem sua baixa eficiência, visto sua baixa capacidade de converter energia solar em
energia elétrica, além da grande dificuldade em controlar esses sistemas. Desse modo a sua
conexão com a rede da concessionária pode levar à instabilidade do sistema ou até mesmo ao
colapso, caso esses sistemas não sejam controlados adequadamente. Portanto, nota-se a
importância do papel do controle em sistemas de geração distribuída [6].
A modelagem do controle do inversor é realizada através da implementação de blocos
de controle de corrente, ou tensão, do PLL (Phase-Locked Loop) e do filtro, e sua utilização de
forma correta propicia o funcionamento mais adequado dos sistemas de geração distribuída.
Neste trabalho é realizada a implementação de um modelo detalhado do inversor em um
sistema de potência de nove barras, utilizando o software de simulação DIgSILENT
PowerFactory®, que é capaz de simular o comportamento dinâmico de sistemas e modelar a
rede elétrica em detalhes. Dessa forma, neste trabalho foi realizado o projeto do controlador de
corrente do sistema para um sistema de grande porte, bem como é analisado o comportamento
do sistema e a atuação do controle quando submetido a curtos-circuitos e ao chaveamento de
carga. Nesse sentido, as principais contribuições dadas por esse trabalho são:
• A implementação de um sistema fotovoltaico de grande porte capaz de gerar uma alta
potência;
• Utilização de um modelo detalhado do conversor CC/CA, por meio da realização dos
projetos do filtro LCL utilizado, bem como dos controladores responsáveis por manter
a operação adequada do conversor no sistema empregado;
• Implementação de todos estes sistemas em um sistema de grande porte, e análise do
comportamento do controlador e do sistema como um todo quando este opera sem a
aplicação de eventos e quando há ocorrência de curto-circuito e variação de cargas;
• Aplicação e análise de um sistema de grande porte com geração de energia fotovoltaica,
bem como implementação de controladores do inversor utilizado na geração
fotovoltaica, utilizando o ambiente computacional DIgSILENT PowerFactory®.
19

1.1. Estado da arte

Muitos trabalhos relacionados à geração de energia elétrica por meio da energia solar
vêm sendo desenvolvidos, bem como trabalhos nos quais são realizadas análises da operação
desse tipo de geração quando acoplados ao sistema elétrico de potência. Para a correta operação
do sistema elétrico quando estes são compostos por sistemas fotovoltaicos é necessária a correta
modelagem dos inversores aplicados, bem como dos filtros utilizados e do controle
implementado para a operação dos inversores. Dessa forma, algumas referências podem ser
citadas, conforme mostrado a seguir.
Diante da importância do controle de equipamentos de eletrônica de potência, principalmente,
em sistemas de geração baseados em energia solar e eólica, em [3] é proposta uma melhoria do
controle de sistemas fotovoltaicos trifásicos conectados à rede por meio de um conversor, i.e.,
um estágio de conversão.
O artigo [6] fornece uma visão geral das estruturas do sistema de geração distribuída de energia
com base em células de combustível, turbinas fotovoltaicas e eólicas. Além disso, são
apresentadas estruturas de controle do conversor, e também é discutida a possibilidade de
compensação de harmônicos de baixa ordem. São também tratadas estratégias de controle ao
executar falhas na rede. Por fim, o trabalho apresenta uma visão geral dos métodos de
sincronização e uma discussão sobre sua importância no controle.
Em [7] é apresentada uma síntese das topologias de inversores amplamente usadas em redes
elétricas CA. Além disso, também descreve as arquiteturas dos inversores e principais
estratégias de controle.
O artigo [8] traz uma visão geral sobre estruturas de microrredes e técnicas de controle em
diferentes níveis hierárquicos. No nível do conversor de energia, é feita uma análise detalhada
dos principais modos de operação e estruturas de controle para conversores de potência
pertencentes a microrredes, com foco principalmente nas configurações de formação,
alimentação e suporte de rede.
O trabalho [20] concentra-se no projeto, controle e implementação de um filtro de potência
ativa baseado em filtro LCL, que pode efetivamente compensar as correntes harmônicas
produzidas por cargas não lineares em um sistema de energia trifásico. Com um filtro LCL
adicionado à sua saída, o filtro proposto oferece supressão harmônica de comutação superior
usando elementos de filtragem passiva muito reduzidos.
20

Em relação ao controle PI, este já demonstrou ser uma solução adequada também para filtros
LCL, mas existem limitações. Em [31] estes controles são investigados. A estabilidade do
sistema é analisada em relação a diferentes proporções de ressonância de filtro LCL e
frequências de controle. O controle da corrente de linha e do conversor é analisado.

1.2. Justificativa e motivação

As várias injeções harmônicas de alta frequência na rede provocadas pela


implementação de unidades de geração distribuída tornam necessário o estudo dos efeitos de
possíveis interações entre as unidades GD e a rede. A maioria dos inversores GD são modelados
apenas por uma fonte de tensão média equivalente atrás de uma reatância.
Diante dos problemas provocados pela utilização de inversores em sistemas de geração
distribuída, mais especificamente, em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, torna-se
indispensável uma análise precisa desses efeitos. Para tanto é necessário um modelo do inversor
suficientemente detalhado que leve em conta os efeitos de segunda ordem [5].
Sendo assim, o desenvolvimento deste trabalho foi motivado pela necessidade de
implementação de um inversor mais robusto em sistemas de grande porte, bem como da
realização do projeto dos controladores deste sistema e sua análise dinâmica, apresentando a
análise do comportamento deste sistema em situações que ocorrem distúrbios.

1.3. Objetivos

1.3.1.Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral modelar o controle de um inversor aplicado a um
sistema de potência de grande porte.

1.3.2.Objetivos específicos
Para o cumprimento do objetivo geral o trabalho terá os seguintes objetivos específicos:
• Projetar os controladores para o sistema de grande porte;
• Realizar a representação do modelo do inversor para sistemas de grande porte;
21

• Implementar o inversor com controle em um sistema de grande porte;


• Analisar o comportamento dinâmico do sistema de grande porte com controle
implementado.

1.4. Desenvolvimento do trabalho

O texto foi organizado em quatro capítulos, conforme descritos abaixo.


• Capítulo 2: É apresentado o modelo do inversor CC/CA trifásico, bem como o
detalhamento do modelo do controle do inversor, abordando o controle VSI, o PLL e o
projeto do filtro LCL.
• Capítulo 3: Neste capítulo são apresentados os procedimentos de projeto dos
controladores para implementação do modelo do inversor no sistema de grande porte.
São apresentadas as implementações e resultados de simulação para os casos do inversor
com controle em uma microgrid, bem como do inversor com controle em um sistema
de grande porte.
• Capítulo 4: Por fim, são feitas as conclusões finais do trabalho, bem como sugestões
para a realização de trabalhos futuros.

2. Modelo do controle do inversor

Neste capítulo é apresentado o detalhamento do modelo do controle do inversor,


descrevendo a estrutura geral do inversor tipo fonte de tensão trifásico. O controle do VSI é
detalhado onde se define o controle de corrente de malha fechada e o método de sincronização.
Depois disso, são apresentadas as etapas para o projeto do filtro.

2.1. Modelo de inversor CC/CA trifásico


Conforme mencionado anteriormente, a interligação das fontes de energia renováveis é
feita geralmente por meio da utilização de inversores tipo fonte de tensão. Para realizar o
controle desses inversores conectados ao sistema de distribuição podem ser utilizadas diferentes
técnicas, dependendo do seu uso, podendo ser controlados por tensão ou corrente, por exemplo.
22

Dessa forma, os inversores conectados à rede podem ser classificados como inversores de
formação de rede, alimentação de rede e suporte de rede.
O inversor formador de rede pode ser representado por uma fonte de tensão controlada
em série com uma baixa impedância, como pode ser visto na Figura 1. Este tipo de inversor é
associado ao dispositivo de armazenamento de energia (ESD – Energy Storage Devices) e
possui objetivos distintos, que dependem do modo de operação do inversor, se este está
conectado à rede ou em operação ilhada.

Figura 1 - Inversor formador de rede.


Fonte: [7], editada.

Quando estão operando conectados à rede, os inversores formadores de rede regulam a


energia ativa e a energia reativa no barramento CA para manter o estado de carga do ESD e,
em alguns casos, melhorar a qualidade da energia [7]. Já durante a operação ilhada os inversores
formadores de rede são responsáveis por formarem ou gerarem a tensão senoidal e a frequência
de referência no barramento da área ilhada em caso de falha. Esse tipo de inversor geralmente
possui controle de queda para regular a frequência e a magnitude da tensão de saída,
modificando as potências ativa e reativa, respectivamente, por isso esse tipo de controle é
também denominado controle de queda P-f / Q-V e emula o controle de geradores tradicionais.
Durante a operação ilhada, as referências f e V são fixas e o controle de queda modifica P e Q
para manter f e V dentro dos limites exigidos pelos padrões de qualidade de energia. E operando
conectado à rede, as P e Q injetadas ou consumidas pelo inversor formador de rede são definidos
pelo controle microrrede [8].
O inversor de alimentação de rede mostrado na Figura 2, também chamado inversor
seguidor de rede, recebe energia CC de um inversor CC/CC. Este, por sua vez, executa o MPPT
(Maximum Power Point Tracking) modificando a corrente ou tensão do ponto de operação da
geração. Para injetar esta energia na rede, o inversor mede a tensão da rede para identificar seus
picos e frequência, com o objetivo de sincronizar a tensão de saída do inversor com a rede e
assim injetar uma corrente sinusoidal em fase com a tensão da rede obtendo, dessa forma, um
fator de potência unitário. Este inversor requer uma referência de tensão no barramento CA o
23

qual ele deve seguir. Logo, este tipo de inversor pode ser representado como uma fonte de
corrente controlada em paralelo com uma alta impedância, pois o inversor injeta corrente na
rede seguindo a tensão da rede. Este comportamento é o mesmo, tanto para operação conectado
à rede quanto isolado da rede, logo, apenas uma estratégia de controle é suficiente [7].

Figura 2 - Inversor seguidor de rede.


Fonte: [7], editada.

O inversor de suporte de rede, mostrado na Figura 3, é utilizado em aplicações nas quais


o inversor formador de rede opera em ilhamento, pois este tipo de inversor pode não ser capaz
de manter a frequência e a tensão do barramento CA dentro dos limites desejados, devido à
quantidade limitada de energia que pode ser absorvida ou fornecida pelo ESD. Dessa forma,
são utilizados geradores e/ou ESDs adicionais para ajudar ou apoiar inversores de formação de
rede em operação de ilhamento. Os inversores de suporte de rede são então conectados a esses
geradores ou ESDs adicionais com o objetivo de manter a qualidade de energia no barramento
CA por meio de controladores de queda que fornecem as potências ativa e reativa P e Q [8],
[9]. No modo ilhado, o controle de inversores de suporte de rede é ajustado para operar como
fonte de tensão controlada, no entanto, podem ser controlados para injetar uma determinada
quantidade de corrente para ajudar os inversores de formação de rede. Quando operam
conectados à rede estes inversores podem ser usados para melhorar a qualidade de energia do
barramento CA [7].

Figura 3 - Inversor de suporte de rede.


Fonte: [7], editada.
24

Os inversores podem ser monofásicos ou trifásicos, dependendo do nível de potência na


aplicação. E dentre esses dois tipos de inversores, os sistemas fotovoltaicos conectados à rede
podem apresentar um ou dois estágios de conversão. Nos inversores de dois estágios o
conversor CC/CC é responsável por elevar o nível de tensão CC, oferecendo assim uma maior
flexibilidade para a extração da máxima potência dos paineis fotovoltaicos. O segundo estágio
de conversão (CC/CA) realiza a conexão com a rede. Uma das vantagens dessa topologia é que
utilizando-se os conversores CC/CC isolados é possível obter isolação elétrica entre os paineis
e a rede elétrica. Os inversores de um estágio apresentam uma menor complexidade e um
número menor de componentes do sistema o que, consequentemente, aumenta a eficiência
devido a minimização das perdas por chaveamento [3]. Uma estrutura geral de um inversor
bipolar tipo fonte de tensão trifásico acionado por um barramento CC é mostrada na Figura 4.

PAC

Figura 4 - Estrutura de um inversor tipo fonte de tensão trifásico.


Fonte: [5]

A estrutura do inversor é utilizada para conectar um sistema de geração distribuída à


rede elétrica. Esta consiste em uma fonte de tensão CC que abastece um inversor em ponte
trifásica chaveado. O inversor é ligado à rede da concessionária no ponto de acoplamento
comum (PAC) por meio de um filtro que pode ser um filtro L, LC ou LCL. A suposição de uma
tensão CC constante só é razoável se a capacitância CC for suficientemente grande.
O controlador calcula as tensões de referência para o modulador PWM para que o
comando de comutação necessário seja gerado. A operação do controlador depende muito de
como o VSI é usado. No caso de um inversor de alimentação de rede, o objetivo é injetar uma
quantidade pré-definida de energia na rede, dessa forma o inversor é controlado por um
algoritmo de controle PQ que calcula a corrente de referência necessária para injetar níveis de
25

potência ativa e reativa definidos e determina as tensões de saída necessárias com base nas
medições de tensão e corrente na rede.
Para a implementação do controle é necessária a transformação das variáveis do inversor
em um referencial síncrono odq usando a transformação abc para odq. Essa transformação é
realizada quando é considerado que o sistema de tensão de alimentação é trifásico simétrico, o
que usualmente é válido quando se trata de alimentação por inversores. Através dessa
transformação os parâmetros que variam com o tempo são expressos em relação a eixos
ortogonais, ou mutuamente desacoplados, denominados direto (d) e em quadratura (q) [10]. A
equação (1) mostra a matriz de transformação abc-odq (1).

√2 √2 √2
2 2 2 𝑖𝑎
2 2𝜋 2𝜋
𝑖0𝑑𝑞 = √3 cos(𝜃) cos (𝜃 − ) cos (𝜃 +
) [𝑖𝑏 ] (1)
3 3
2𝜋 2𝜋 𝑖𝑐
[−sin(𝜃) − sin (𝜃 − 3 ) −sin (𝜃 + 3 )]

onde 𝑖0𝑑𝑞 são os elementos de corrente nos eixos 0, d e q.


Essa transformação permite que estruturas PI simples sejam usadas nos controladores
de corrente e potência, uma vez que operam nas variáveis do inversor e, portanto, podem atingir
erro de estado estacionário nulo devido ao ganho CC infinito do controlador PI. Além disso,
são necessárias apenas duas estruturas de regulador para os eixos d e q, pois a conexão neutra
flutuante da rede significa que a soma das três correntes de fase deve ser sempre zero, portanto,
não há corrente fundamental de sequência zero fluindo através do sistema do inversor [11].

2.2. Controle VSI

Numa microrrede podem estar interligadas diferentes topologias de GD, que são
baseadas em diferentes recursos primários (petróleo, gás, vento, sol, água, etc.) e com uma
ampla variedade de objetivos e funções (alimentação em rede, formação de rede,
armazenamento de energia, etc.). Dessa forma, as microrredes demandam um conjunto de
controladores estruturados para garantir uma operação ou manuseio de falhas de rede.
Controladores de tensão e corrente de baixo nível são responsáveis por regular localmente as
variáveis de saída do inversor de potência. Esses controladores devem ter uma alta largura de
banda e alto desempenho para garantir uma resposta rápida em condições genéricas de
operação. Em um nível de controle mais alto, os controladores primários cuidam da estabilidade
26

da microrrede. Esses controladores gerenciam o compartilhamento de energia entre as GDs em


uma microrrede através de equações do controlador e, opcionalmente, emulando impedâncias
virtuais na saída dos inversores de energia. Os controladores primários não requerem nenhuma
comunicação entre os inversores de energia da microrrede [8].
Os inversores tipo fonte de tensão apresentam duas estratégias de controle, podendo ser
controlados por corrente ou controlados por tensão. O VSI controlado por tensão baseia-se no
controle do ângulo entre a tensão de saída do inversor e a tensão da rede com o objetivo de
administrar o fluxo de potência. No inversor controlado por corrente, as componentes ativa e
reativa da corrente injetada na rede são controladas utilizando a técnica de modulação PWM.
O controlador de corrente é menos sensível a defasagens de tensão e a distorções nas
tensões da rede, além de possuir uma resposta mais rápida. No entanto, o controle por tensão é
sensível a pequenos erros de fase, sendo assim, podem ocorrer elevadas correntes harmônicas
se a tensão da rede estiver distorcida. Dessa forma, no controle de inversores conectados à rede
elétrica é recomendado o controle por corrente [3].
O controlador interno dos inversores de energia do tipo alimentação em rede se baseia
em malhas de controle de corrente rápidas que regulam a corrente injetada na rede [6]. A
corrente de referência para regular a potência fornecida à rede é definida por um outro
controlador externo [12], [13]. Esta corrente de referência é normalmente fornecida como um
sinal de avanço calculado em função das potências de referência, P* e Q* [14], [15]. Para
implementar controladores de correntes lineares em sistemas trifásicos as soluções mais
amplamente utilizadas são aquelas baseadas em controladores PI regulares trabalhando em
eixos de referência síncronos dq, ou aquelas baseadas na implementação de controladores
ressonantes trabalhando em um referencial estacionário αβ [6]. Além dessas propostas, outras
baseadas em estruturas de controle não-lineares, como aquelas baseadas em histerese,
deslizamento ou controladores preditivos, também podem ser usadas para rastrear correntes
senoidais de referência de maneira rápida e robusta [15].
A implementação de controladores de corrente baseados no referencial síncrono dq tem
sido amplamente utilizada no controle de correntes CA em sistemas trifásicos. Por meio da
transformação de Park, as correntes sinusoidais sob controle podem ser representadas como
valores CC em eixos ortogonais dq, girando sincronamente na frequência fundamental da rede
detectada. Neste referencial, duas alças de controle independentes são responsáveis pela
regulagem dos componentes de corrente direta e de quadratura. No caso de inversores de
alimentação de rede, as correntes de referência (id_ref, iq_ref) são normalmente fornecidas por um
controlador de potência que regula a potência ativa e reativa fornecidas à rede [8].
27

A Figura 5 mostra a estrutura básica de controle de um VSI trifásico, com controle da


corrente síncrona baseado em dq, incluindo a alimentação de tensão da rede e um filtro L básico.
A principal tarefa do controlador é regular a energia ativa e reativa injetada na rede usando um
controlador de corrente de malha fechada.

Figura 5 - Estrutura de controle de um VSI de alimentação de rede.


Fonte: [5].

Observando a Figura 5 é possível notar que o sistema pode ser definido usando a
seguinte equação:
𝑑𝑖(𝑡)
𝑣(𝑡) = 𝑣𝑔 (𝑡) + 𝑅𝑖(𝑡) + 𝐿 (2)
𝑑𝑡

As tensões na rede e as correntes que fluem através do indutor são medidas e


transformadas no referencial síncrono dq usando as transformações de Clarke e Park
consecutivamente. Dessa maneira, a tensão e corrente alternadas são convertidas em
CC, dessa forma, os controladores PI podem atingir erro de estado estacionário zero.
O PLL (Phase-Locked Loop) é utilizado para calcular a frequência angular e o ângulo
do referencial rotativo. A frequência angular é utilizada como a frequência angular da rede
elétrica e o ângulo é definido para eliminar o componente de quadratura da tensão da rede
elétrica [5].
As componentes direta e em quadratura da tensão de saída do VSI podem ser escritos
28

através de duas equações de tensão:

𝑑𝑖𝑑 (𝑡)
𝑣𝑑 (𝑡) = 𝑣𝑔𝑑 (𝑡) + 𝑅𝑖𝑑 (𝑡) + 𝐿 − 𝜔𝐿𝑖𝑞 (𝑡) (3)
𝑑𝑡
𝑑𝑖𝑞 (𝑡)
𝑣𝑞 (𝑡) = 𝑅𝑖𝑞 (𝑡) + 𝐿 + 𝜔𝐿𝑖𝑑 (𝑡) (4)
𝑑𝑡

É possível observar que a tensão de rede só está presente na equação (3), pois a estrutura
rotativa foi escolhida dessa forma. Além disso, há um acoplamento cruzado entre o componente
direto e de quadratura da corrente que flui pela indutância, que é devida ao referencial de rotação
escolhido. Os componentes instantâneos de potência ativa e reativa são calculados por:

𝑃 ∗ = 𝑣𝑔𝑑 𝑖𝑑 + 𝑣𝑔𝑞 𝑖𝑞 (5)


𝑄 ∗ = 𝑣𝑔𝑞 𝑖𝑑 − 𝑣𝑔𝑑 𝑖𝑞 (6)

onde P* e Q* são a potência ativa e reativa que se deseja injetar na rede, vgd e vgq são os
componentes de eixo direto e em quadratura da tensão medida da rede, respectivamente, da
mesma forma id e iq são os componentes de eixo direto e em quadratura da corrente medida da
rede, respectivamente.
É possível, a partir das equações (5) e (6), calcular os componentes dq da corrente de
referência, que serão necessárias para o fluxo de potência. O componente de quadratura da
tensão da rede é igual a zero e, portanto, os componentes podem ser calculados de forma
simples, basta dividir os componentes de potência pela componente de tensão direta da rede,
conforme as equações:
𝑃∗
𝑖𝑑_𝑟𝑒𝑓 = (7)
𝑣𝑔𝑑
𝑄∗
𝑖𝑞_𝑟𝑒𝑓 = − (8)
𝑣𝑔𝑑

Para que o fluxo de potência desejado seja obtido, a corrente que flui através do indutor
precisa ser regulada de maneira a ser igual à corrente de referência calculada. Isto pode ser
conseguido por um controlador proporcional-integral (PI). O controle funciona de forma que
enquanto a corrente que flui através do indutor não corresponder ao valor de referência, haverá
um valor de entrada para o controlador PI que é proporcional à diferença entre essas duas
29

correntes. Devido ao laço de realimentação negativo, a saída do controlador PI será alterada de


forma a diminuir esse desvio [5].
A regulação das componentes d e q da corrente que flui através da indutância pode ser
assegurada com o uso de dois controladores PI separados. Após a regulação, a soma é requerida
de acordo com as equações (3) e (4) e a unidade da saída será Volts, devido à natureza do
controlador PI.
Após uma transformação inversa dos componentes de tensão resultantes, estes
controlam o modulador PWM para gerar as tensões que devem controlar as correntes na direção
desejada.

2.3. PLL (Phase-Locked Loop)

A corrente de referência do inversor deve ser sincronizada com a tensão da rede,


portanto, é dependente da variação de tensão em função da carga. Dessa forma, o inversor busca
fornecer ou consumir corrente reativa com magnitude suficiente para suprir essa variação de
tensão. Porém, essa corrente suprida deve ter um fator de fase puramente capacitivo (+90°) ou
puramente indutivo (-90°) em relação à tensão da rede. Por isso, o sincronismo da corrente com
esse fator de fase tem um papel fundamental na geração da referência [16].
O algoritmo de sincronização tem o objetivo de extrair o ângulo de fase da tensão da
rede. Através desse ângulo extraído da rede, as variáveis de realimentação podem ser
convertidas em um eixo de referência adequado. Dessa forma, a detecção do ângulo da rede
desempenha um papel imprescindível no controle do inversor conectado à rede. Os algoritmos
de sincronização devem responder rapidamente às mudanças na rede da concessionária. Além
disso, eles devem ter a capacidade de rejeitar o ruído e as harmônicas de ordem superior. Muitos
algoritmos de sincronização foram propostos para extrair o ângulo de fase da tensão de rede,
como detecção de cruzamento de zero e laço fechado por fase (PLL) [17].
A detecção de cruzamento de zero é o algoritmo de sincronização mais simples, no
entanto, apresenta muitas desvantagens, como baixa dinâmica. Além disso, é afetado pelo ruído
e pelas harmônicas de ordem superior na rede de distribuição. Portanto, esse método não é
adequado para aplicações que exigem detecção de ângulo de fase consistente e precisa.
Atualmente, o algoritmo de sincronização mais comum para extrair o ângulo de fase das
tensões de rede é o PLL que pode detectar com sucesso o ângulo de fase da tensão da rede,
mesmo na presença de ruído ou harmônicas de ordem superior na rede [17].
A atribuição do PLL no sistema é rastrear o ângulo da rede e gerar um sinal para a
30

corrente de referência do sistema que seja correspondente a este ângulo. A estrutura básica dos
controladores PLL apresenta alguns componentes em comum, que são a detecção de fase, o
filtro de laço e o oscilador interno. Com base nessa estrutura elementar, podem ser utilizadas
diferentes técnicas para implementar e adaptar cada um desses blocos que constituem o sistema
controlado PLL [18].
As tensões e correntes físicas são sempre medidas no referencial estacionário abc. Como
a estrutura de controle é baseada no eixo síncrono dq, essas grandezas devem ser transformadas
em componentes CC usando a transformação de Park abc-dq antes de serem usadas nos cálculos
do circuito de controle, e isso requer conhecimento contínuo do ângulo de referência do eixo
síncrono. Isso é medido usando um loop de bloqueio de fase como mostrado na Figura 6, que é
necessário para sincronizar o eixo de referência rotativo com a frequência fundamental da rede
elétrica. A posição angular do eixo de referência dq é controlada através de uma realimentação
que leva o componente vgq a zero usando um controlador PI padrão para processar o erro. A
saída do regulador PI é a frequência angular da tensão da rede que precisa ser integrada para
determinar o ângulo da estrutura rotativa em comparação com a tensão da rede no referencial
estacionário. O ângulo calculado é usado posteriormente para as transformações de Park e
inversa de Park [5].

Figura 6 – Laço fechado por fase.


Fonte: [5]

2.4. Filtros

As frequências típicas de comutação de dispositivos de potência podem causar


harmônicos de ordem elevada, e este conteúdo harmônico pode perturbar outras cargas e/ou
equipamentos sensíveis conectados à rede e podem produzir perdas. Para reduzir os harmônicos
de corrente em torno da frequência de chaveamento, um valor alto de indutância de entrada
deve ser usado, dessa forma, torna-se possível obter uma corrente sinusoidal na saída. De forma
geral, o filtro passivo é composto por indutores, que é o filtro mais simples e consiste em um
indutor conectado em série em cada fase. Este tipo de filtro é utilizado apenas em aplicações
31

nas quais o VSI opera com uma frequência de comutação relativamente alta, pois para baixas
frequências de comutação torna-se necessária a utilização de uma grande indutância, o que torna
o filtro mais caro e produz uma alta queda de tensão. Além disso, para aplicações acima de
vários quilowatts, torna-se bastante caro implementar indutores de maior valor agregado.
Ademais, a resposta dinâmica do sistema pode se tornar mais pobre [19].
Além do filtro L, os filtros LC e LCL podem ser aplicados através da conexão de
indutores e capacitores adicionais. Os filtros LC são compostos por indutâncias e capacitâncias
em derivação e a conexão de um inversor à rede elétrica com este tipo de filtro pode causar
ressonância entre a impedância do filtro e a impedância da rede, além disso, evitar essa
ressonância é uma tarefa difícil, visto que a frequência de ressonância depende da impedância
da rede que varia ao longo do tempo.
Uma solução interessante para esses problemas é usar um filtro LCL, conforme
mostrado na Figura 7, que fornece um melhor desacoplamento entre o filtro e a impedância da
rede e tem menor ondulação de corrente através do indutor da rede.

Figura 7 - Representação monofásica de um filtro LCL.


Fonte: [5]

Os filtros LCL têm sido usados em inversores conectados à rede e retificadores ativos
modulados por largura de pulso (PWM) devido à sua capacidade de minimizar a quantidade de
distorção de corrente injetada na rede elétrica [20]. Com o uso do filtro LCL melhores
resultados podem ser obtidos na faixa de potência de até centenas de kilovoltamperes, com o
uso de pequenos valores de indutores e capacitores. Além disso, a maior atenuação de
harmônico do filtro LCL permite o uso de frequências de chaveamentos mais baixas para
atender às restrições harmônicas. No entanto, para projetar um filtro LCL eficaz é necessário
ter um modelo matemático apropriado do filtro [21].
32

2.4.1. Modelagem equivalente por fase de um filtro LCL

Os filtros LCL podem ser conectados em delta e em estrela, e é possível realizar as


modelagens matemáticas em espaço de estados de cada uma dessas configurações. A Figura 8
apresenta o modelo do filtro LCL, onde L1 é o indutor do lado do inversor, L2 é o indutor do
lado da rede, Cf é um capacitor com um resistor de amortecimento série Rf e as tensões Vi e Vg
são as tensões de entrada e de saída (tensão do inversor e tensão de saída do sistema). As
correntes ii, ic e ig são a corrente de saída do inversor, a corrente do capacitor e a corrente da
rede, respectivamente, como mostrado na Figura 8.

2.4.1.1. Capacitores conectados em estrela

O modelo do filtro apresentado na Figura 8 é a configuração com capacitores conectados


em estrela.

Figura 8 – Modelo por fase do filtro LCL.


Fonte: [21], editada.

O modelo de espaço de estados do filtro LCL com capacitores conectados em estrela é


derivado do modelo por fase mostrado na Figura 8, ou seja, de acordo com [21]:

𝑑𝑣𝑐 𝑖𝑖 − 𝑖𝑔
=
𝑑𝑡 𝐶𝑓
𝑑𝑖𝑖 1
= (𝑣𝑖 − 𝑣𝑐 − 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) (9)
𝑑𝑡 𝐿1
𝑑𝑖𝑔 1
=
{ 𝑑𝑡 𝐿2 (𝑣𝑐 + 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) − 𝑣𝑔 )

As equações (9) não mostram termos de acoplamento cruzado, conforme indicado pela
expressão matricial em (10)
33

𝑑𝑖𝑖 𝑅𝑓 𝑅𝑓 1
− − 1
𝑑𝑡 𝐿1 𝐿1 𝐿1 0
𝑅 𝑅𝑓 1 𝑖𝑖 𝐿1 𝑣𝑖
𝑑𝑖𝑔 𝑓
= − [𝑖 ] + 1 [𝑣 ] (10)
𝑑𝑡 𝐿2 𝐿2 𝐿2 𝑣𝑔 0 − 𝑔
𝑑𝑣𝑐 1 1 𝑐 𝐿2
− 0 [0 0 ]
[ 𝑑𝑡 ] [ 𝐶𝑓 𝐶𝑓 ]

𝑥̇ = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢 (11)

2.4.1.2. Capacitores conectados em delta

Para o filtro LCL com capacitores conectados em delta pode ser analisado na estrutura
estacionária abc usando o circuito da Figura 9, onde R1 e R2 são as resistências dos indutores
L1 e L2, respectivamente. As tensões e correntes podem ser formuladas como dadas pelas
equações (12) e (13)

𝑣𝐴𝐵 + 𝑣𝐵𝐶 + 𝑣𝐶𝐴 = 0 (12)

𝑑𝑉𝐴𝐵 1 1
= 𝑖𝑖𝐴𝐵 − 𝑖 (13)
𝑑𝑡 3𝐶𝑓 3𝐶𝑓 𝑔𝐴𝐵

onde 𝑖𝑖𝐴𝐵 = 𝑖𝑖𝐴 − 𝑖𝑖𝐵 , e 𝑖𝑔𝐴𝐵 = 𝑖𝑔𝐴 − 𝑖𝑔𝐵 .

Figura 9 - Filtro LCL com capacitores conectados em delta.


Fonte: [21]

A equação (12) indica que as tensões linha-linha somam zero, enquanto as equações do
lado da carga são dadas por (14) e (15) com a formulação final em (16). Portanto,
34

𝑑𝑖𝑖𝐴𝐵 𝑉𝐴𝐵 𝑉𝑖𝐴𝐵 𝑖𝑖𝐴𝐵 𝑅1


=− + − (14)
𝑑𝑡 𝐿1 𝐿1 𝐿1
𝑑𝑖𝑔𝐴𝐵 𝑅2 1 1
= − 𝑖𝑔𝐴𝐵 + 𝑉𝐴𝐵 − 𝑉𝑔𝐴𝐵 (15)
𝑑𝑡 𝐿2 𝐿2 𝐿2
𝑑𝑣𝑐 1 1
= 𝑖𝑖 − 𝑖
𝑑𝑡 3𝐶𝑓 3𝐶𝑓 𝑔
𝑑𝑖𝑖 1
= (16)
𝑑𝑡 𝐿1 (𝑣𝑖 − 𝑣𝑐 − 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) − 𝑅1 𝑖𝑖
𝑑𝑖𝑔 1
=
{ 𝑑𝑡 𝐿2 (𝑣𝑐 + 𝑅𝑓 (𝑖𝑖 − 𝑖𝑔 ) − 𝑣𝑔 − 𝑅2 𝑖𝑔 )

onde 𝑣𝑐 = [𝑉𝐴𝐵 𝑉𝐵𝐶 𝑉𝐶𝐴 ]𝑇 , 𝑖𝑖 = [𝑖𝑖𝐴𝐵 𝑖𝑖𝐵𝐶 𝑖𝑖𝐶𝐴 ]𝑇 , 𝑣𝑖 = [𝑉𝑖𝐴𝐵 𝑉𝑖𝐵𝐶 𝑉𝑖𝐶𝐴 ]𝑇 e 𝑖𝑔 =
[𝑖𝑔𝐴𝐵 𝑖𝑔𝐵𝐶 𝑖𝑔𝐶𝐴 ]𝑇 .
O modelo usado como uma planta de espaço de estado contínuo é dado pelas matrizes
A, B, u e X abaixo, onde
1 1
03×3 𝐼 − 𝐼
3𝐶𝑓 3×3 3𝐶𝑓 3×3
1 𝑅1 + 𝑅𝑓 𝑅𝑓
𝐴= − 𝐼 − 𝐼3×3 𝐼
𝐿1 3×3 𝐿1 𝐿1 3×3
1 𝑅
𝐼 03×3 − 𝐼3×3
[ 𝐿2 3×3 𝐿2 ]9×9,
03×3
1 𝑉𝑐
𝐼3×3 𝑉𝑖
𝐵 = 𝐿1 𝑢 = [𝑉 ] 𝑋 = [ 𝐼𝑖 ] .
𝑔 9×1,
1 𝐼𝑔
− 𝐼3×3 9×1
[ 𝐿2 ]9×3,

2.4.1.3. Resposta em frequência do filtro LCL

Uma importante função de transferência, para a configuração do filtro em estrela, é


𝐻𝐿𝐶𝐿 = 𝑖𝑔 ⁄𝑣𝑖 , onde a tensão da rede é considerada uma fonte de tensão ideal capaz de
descarregar todas as frequências harmônicas. Definindo 𝑣𝑔 = 0, ou seja, condições para
inversores controlados por corrente, a função de transferência de malha fechada do filtro LCL
(negligenciando o amortecimento) é
35

1
𝐻𝐿𝐶𝐿 (𝑠) = (17)
𝐿1 𝐶𝑓 𝐿2 𝑠 3 + (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠

e com algumas manipulações algébricas simples, a função de transferência de malha fechada


com resistência de amortecimento torna-se

𝐶𝑓 𝑅𝑓 𝑠 + 1
𝐻𝑑𝐿𝐶𝐿 (𝑠) = (18)
𝐿1 𝐶𝑓 𝐿2 𝑠 3 + 𝐶𝑓 𝑅𝑓 (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠 2 + (𝐿1 + 𝐿2 )𝑠

Figura 10 - Diagrama de Bode para os casos amortecido e não amortecido.

Os gráficos Bode do filtro LCL sem e com amortecimento são mostrados na Figura 10.
A inserção de uma resistência em série com o capacitor elimina o pico de ganho, que ocorre na
frequência de ressonância, suavizando a resposta geral e a fase para −180° para alta frequência,
em vez de −270°.
36

2.4.2. Procedimento de projeto do filtro

O projeto de um filtro LCL eficiente requer uma modelagem matemática adequada do


filtro. Para esse projeto, várias características devem ser consideradas, como ondulação atual,
tamanho do filtro e atenuação de ondulação de chaveamento. Os requisitos de energia reativa
podem causar uma ressonância do capacitor interagindo com a rede. Portanto, o amortecimento
ativo ou passivo deve ser adicionado pela inclusão de um resistor em série com o capacitor [21].
Neste trabalho foi adotado o amortecimento passivo, mas vale ressaltar que os resistores de
amortecimento causam perdas adicionais no filtro, por isso existem soluções ativas, como o
método de resistor virtual desenvolvido em [22].
Na Figura 11 é apresentado o algoritmo para projetar o filtro LCL, onde são descritos
em detalhes os passos do projeto do filtro.
37

Figura 11 - Algoritmo para o projeto do filtro LCL.

Para realizar o projeto do filtro são necessários os parâmetros: VLL, que é a tensão RMS
linha-linha na saída do inversor; Vph, tensão de fase na saída do inversor; Pn, potência ativa
38

nominal; VCC, tensão de ligação CC; fg, frequência da rede; fsw, frequência de chaveamento; e
fres, frequência de ressonância.
Para dar início ao projeto do filtro, calcula-se primeiramente a impedância de base e a
capacitância base, definidas pelas equações (19) e (20).

2
𝑉𝐿𝐿
𝑍𝐵 = (19)
𝑃𝑛
1
𝐶𝐵 = (20)
𝜔𝑔 𝑍𝐵

Para o projeto da capacitância do filtro, considera-se que a variação máxima do fator de


potência vista pela rede é de 5%, indicando que a impedância de base do sistema é ajustada da
seguinte forma: Cf = 0,05CB. Quando é necessário compensar a reatância indutiva do filtro pode
ser usado um fator de projeto maior que 5% [21]. O ripple de corrente máxima na saída do
inversor CC / CA é dado por [23]:

2𝑉𝐶𝐶
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = (1 − 𝑚)𝑚𝑇𝑠𝑤 (21)
3𝐿1
onde m é o fator de modulação do inversor (para um inversor SPWM - Sinusoidal Pulse Width
Modultion - típico).
A partir da equação (21) tem-se que a ondulação máxima pico a pico acontece em m =
0,5, então
𝑉𝐶𝐶
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = (22)
6𝑓𝑠𝑤 𝐿1

onde L1 é o indutor do lado do inversor. Uma ondulação de 10% da corrente nominal para os
parâmetros do projeto é dada por
∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = 0,1𝐼𝑚𝑎𝑥 (23)
onde
𝑃𝑛 √2
𝐼𝑚𝑎𝑥 = (24)
3𝑉𝑝ℎ
O valor do indutor L1 pode ser então obtido a partir da equação (22), considerando para
tanto as equações (23) e (24), tal que:
𝑉𝐶𝐶
𝐿1 = (25)
6𝑓𝑠𝑤 ∆𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥
39

Para o projeto realizado neste trabalho o filtro LCL deve reduzir a ondulação da corrente
esperada para 11% [20], [24]. Para calcular a redução da ondulação, o circuito equivalente do
filtro LCL é inicialmente analisado considerando o inversor como uma fonte de corrente para
cada frequência harmônica de acordo com a Figura 8. As equações (26) e (28) relacionam a
corrente harmônica gerada pelo inversor com a corrente injetada na rede, ou seja,

𝑖𝑔 (ℎ) 1
= 2 𝑥]|
= 𝑘𝑎 (26)
𝑖𝑖 (ℎ) |1 + 𝑟[1 − 𝐿1 𝐶𝐵 𝜔𝑠𝑤

Onde ka é a atenuação desejada e x é a variação máxima do fator de potência visto pela


rede.
Pode-se escrever a relação dada pela equação (27), onde a constante r é a razão entre a
indutância no lado do inversor e a do lado da rede.

𝐿2 = 𝑟𝐿1 (27)

Tem-se então que o indutor L2 pode ser calculado pela seguinte equação

1
+1
𝑘𝑎
𝐿2 = 2
(28)
𝐶𝑓 𝜔𝑠𝑤

Plotar os resultados para vários valores de r ajuda a avaliar a função de transferência do


filtro em uma determinada frequência de ressonância, dependendo da impedância nominal da
rede [20].
O resistor Rf conectado em série com o capacitor é responsável por evitar a ressonância,
através da atenuação de parte da ondulação na frequência de chaveamento. O valor deste
resistor deve ser um terço da impedância do capacitor de filtro na frequência de ressonância
[25], e o resistor em série com a capacitância do filtro é dado por (29),

1
𝑅𝑓 = (29)
𝜔𝑟𝑒𝑠 𝐶𝑓

onde ωres é a frequência angular de ressonância, que é calculada pela equação (30) e deve
satisfazer à condição estabelecida em (31).
40

𝐿1 + 𝐿2
𝜔𝑟𝑒𝑠 = √ (30)
𝐿1 𝐿2 𝐶𝑓

10𝑓𝑔 < 𝑓𝑟𝑒𝑠 < 0,5𝑓𝑠𝑤 (31)

2.4.3.Exemplo de projeto do filtro LCL

Nesta seção é mostrado um procedimento passo a passo usado para projetar um filtro
LCL com o capacitor conectado em estrela. Para o projeto do filtro foram adotadas as
especificações dadas na tabela 1.

Tabela 1 - Parâmetros para o projeto do filtro LCL.

VLL Tensão RMS linha-linha na saída do inversor 2300V


Vph Tensão de fase na saída do inversor 2300/√3V
Pn Potência ativa nominal 128MW
VCC Tensão do lado CC do inversor 4000V
ωg Frequência angular da rede 2π60rad/s
fsw Frequência de chaveamento em Hz 5kHz
x Máxima variação do fator de potência visto pela rede 0,05
ka Fator de atenuação 0,11 (11%)

Utilizando as equações apresentadas na seção anterior, as etapas descritas a seguir são


executadas para o cálculo dos parâmetros do filtro LCL.
1. Usando os valores da tabela 1 obtém-se o valor da impedância de base ZB = 62,2mΩ;
2. A partir do valor de ZB e da frequência angular da rede tem-se CB = 42,6mF;
3. A corrente máxima será Imax = 30,2kA;
4. Adotando 10% de ripple, resulta em L1 = 44,2µH;
5. O capacitor terá o valor de Cf = 2,13mF para a configuração em estrela, considerando
Cf = 5%CB.
6. Com o valor de Cf agora é possível calcular o valor de L2 usando a equação (28), que
resulta no valor L2 = 4,8µH;
7. A frequência de ressonância, calculada usando os valores de L1, L2 e Cf, terá o valor ωres
= 10413 rad/s, que equivale a fres = 1657Hz;
41

8. A condição dada pela equação (31) é checada e observa-se que esta é satisfeita pois
600Hz < fres < 2500Hz;
9. Finalmente, calcula-se o valor da resistência de amortecimento usando a equação (29),
e o valor encontrado é Rf = 0,015Ω.
Concluído o projeto do filtro este pode ser implementado no sistema com o inversor,
conforme será mostrado no próximo capítulo.
42

3. Aplicação de inversores em sistemas de energia

As grandes centrais elétricas apresentam limites operacionais em sua capacidade de


produção, dessa forma, uma alternativa interessante para complementar o quadro geral de
produção de energia de baixa e média escala é a produção de energia elétrica através de fontes
renováveis.
No entanto, a produção de energia por essas fontes varia de acordo com as condições
climáticas e muitas vezes, não apresentam alto grau de previsibilidade, o que dificulta a
utilização deste tipo de geração em termos de disponibilidade de energia [26].
Considerando a inconstância na geração e na dificuldade em prever o comportamento
das fontes renováveis, são investigadas formas de tornar esse tipo de geração mais confiável,
apresentando uma disponibilidade mínima durante a sua operação e que sua capacidade não
seja dependente de condições climáticas, tornando-se assim, uma fonte confiável e disponível.
Outro problema relacionado à natureza variável e “aleatória” são as oscilações de
potência, que causam variações na tensão da rede, bem como fluxo reverso em transformadores
de distribuição. Consequentemente essas oscilações causam problemas na qualidade de energia,
chaveamento de taps e reguladores de tensão, portanto, uma estrutura que elimine ou suavize
oscilações bruscas de potência na rede de distribuição possui grande impacto na qualidade de
energia elétrica [27].
Para se obter um funcionamento otimizado dos sistemas de geração distribuída, tanto a
diversificação das fontes de energia quanto a utilização de armazenadores são necessárias,
fazendo com que os componentes desta microrrede se complementem. Dessa forma, a utilização
de inversores é de grande importância, visto que algumas fontes renováveis de energia, como a
energia gerada por painéis fotovoltaicos, fornecem energia elétrica na forma contínua e para
que essa energia possa ser utilizada pela maioria dos aparelhos elétricos é necessário que seja
feita uma conversão para corrente alternada.
A aplicação dos inversores é imprescindível para que haja um melhor aproveitamento
da energia produzida pelos módulos geradores, além desses dispositivos representarem o elo
mais frágil no que se refere a determinação da confiabilidade do sistema e da qualidade do
fornecimento de energia [28]. Portanto, para garantir uma maior autonomia e confiabilidade, é
incluso o VSI para a conexão com a rede elétrica, de forma a manter os índices de qualidade de
energia no ponto de acoplamento comum entre os limites estabelecidos por normas nacionais e
43

internacionais. E, para conseguir a harmonia entre os armazenadores e as fontes, devem ser


projetados os algoritmos de gerenciamento e controle para se obter o resultado esperado.

3.1. Descrição geral do controle do VSI

O esquema geral de controle do VSI é mostrado na Figura 12. O esquema é chamado


“Composite Frame” no programa de simulação e seu funcionamento ocorre de forma que dois
slots de medição são utilizados. Um desses blocos está medindo a corrente de fase que flui
através do indutor do lado da rede (L2) e as transforma instantaneamente em quantidades de
quadratura de duas fases, que são frequentemente chamadas de eixo de referência αβ ou xy. Em
DIgSILENT, o componente α ou x é denotado por r, referindo-se a um valor real, e o
componente β ou y é chamado de componente i, referindo-se a ele como um valor imaginário
[5]. Através do bloco “Corrente xy para dq”, as componentes ir e ii das correntes medidas no
indutor L2 são transformadas em componentes de corrente de eixo direto e quadratura, para
posteriormente serem utilizadas no controle de corrente.

Figura 12 - Esquema da estrutura geral de controle do VSI em DIgSILENT.

A tensão é medida no barramento chamado “Grid” e transformada instantaneamente no


eixo xy (isto é, ri). Essas quantidades são então convertidas no referencial rotativo dq através
de um bloco interno ao slot “PLL”. "PLL" sincroniza o eixo de referência com a tensão da rede,
enquanto o slot "Potência" calcula as correntes id e iq de referência para o fluxo de potência
ativo e reativo desejado. Finalmente, o controlador de corrente produz as tensões requeridas, e
os índices de modulação para o slot “Inversor” são obtidos pela transformação inversa de Park.
Esses índices de modulação controlam os chaveamentos no VSI [5].
44

3.1.1. Transformação de Park

Para simplificar os cálculos no interior do controlador e conseguir uma regulação PI


com erro de estado estacionário zero, os componentes ri são convertidos na estrutura de
referência rotativa dq usando a transformação estacionária que é descrita por (32) para
correntes. A mesma transformação é aplicada também para tensões, como mostrado em (33).

𝑖𝑑 = 𝑖𝑟 cos(𝜃) + 𝑖𝑖 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
(32)
𝑖𝑞 = 𝑖𝑖 cos(𝜃) − 𝑖𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑢𝑑 = 𝑢𝑟 cos(𝜃) + 𝑢𝑖 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
(33)
𝑢𝑞 = 𝑢𝑖 cos(𝜃) − 𝑢𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

onde θ é o ângulo instantâneo entre a tensão da rede e o referencial rotatório calculado pelo
PLL. A componente zero da transformação de Park é desprezada, já que nem os pontos em
estrela dos capacitores nem a rede externa estão conectados à terra e, portanto, as correntes das
três fases somam-se sempre a zero.

3.1.2. Bloco “Corrente xy para dq”

Na Figura 13 é apresentado o bloco que realiza a transformação das componentes ir e ii


da corrente nas componentes id e iq, por meio da utilização das equações da transformação de
Park dentro deste bloco de controle. A Figura 13 mostra como esse bloco é apresentado
internamente.

Figura 13 - Bloco "Corrente xy para dq" mostrado internamente.

Dentro do bloco de referência “Transformação dq da corrente” é possível adicionar as


equações com as quais o bloco opera, neste caso foram utilizadas as equações de transformação
de corrente (32).
45

3.1.3. Bloco “PLL”

A operação e a função do PLL foram descritas no capítulo anterior e sua implementação


no DIgSILENT pode ser vista na Figura 14. Para a obtenção do ângulo que será utilizado na
transformação de Park e sua inversa, são utilizados os blocos de controle “PI”, que leva a tensão
vq à zero e cuja saída é a frequência angular, que é posteriormente integrada para obter o ângulo.

Figura 14 - Representação do PLL do DIgSILENT.

3.1.3.1. Projeto do controlador PI do PLL

Conforme o projeto do controlador descrito em [29], tem-se que a função de


transferência de malha aberta do sistema PLL são descritas pela equação (34).

𝑘𝑖 + 𝑘𝑝 𝑠 1
𝐹𝑇𝑀𝐴𝑃𝐿𝐿 (𝑠) = (34)
𝑠 𝑠

As equações (35) e (36) mostram o cálculo do módulo e da fase da FTMAPLL(s),


respectivamente, para ω igual a ωcr (frequência de cruzamento).

𝑘𝑖 + 𝑗𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
| |=1 (35)
(𝑗𝜔𝑐𝑟 )2

𝑘𝑖 + 𝑗𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
∠( ) = −(180° − 𝑀𝐹) (36)
(𝑗𝜔𝑐𝑟 )2
46

Onde MF é a margem de fase desejada. Resolvendo as equações (35) e (36) obtêm-se as


expressões (37) e (38).
4
𝜔𝑐𝑟 − 𝑘𝑝2 𝜔𝑐𝑟
2
− 𝑘𝑖2 = 0 (37)

𝑘𝑝 𝜔𝑐𝑟
= tan(𝑀𝐹) (38)
𝑘𝑖

Os valores para a frequência de corte e para a margem de fase foram arbitrados em


valores próximos aos valores correspondentes destas variáveis para o filtro LCL. Dessa forma,
utilizando estes valores obtêm-se os ganhos kp e ki.

3.1.4. Bloco “Controle de corrente”

A implementação do controlador de corrente no DIgSILENT pode ser vista na Figura


15. As correntes de referência são calculadas pelo slot “Potência”, de acordo com as equações
(7) e (8) na seção 2.2. A Figura 15 mostra claramente o acoplamento cruzado obtido de (3) e
(4). Após o somatório, os componentes dq das tensões que devem ser produzidas são
preparados.

Figura 15 - Implementação do controle de corrente no DIgSILENT.


47

3.1.4.1. Projeto dos controladores PI

Os ganhos do controlador PI podem ser calculados definindo-se a largura de banda do


controlador ωb e a razão de amortecimento do sistema ζ utilizando-se das equações (39) e (40)
[30].
2𝜁𝜔𝑏 𝐿
𝑘𝑝 = (39)
√2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 + 1

𝜔𝑏2 𝐿
𝑘𝑖 = (40)
2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 + 1

Este método de controle pode ser utilizado tanto para o controle do inversor conectado
à rede com filtro L, quanto com filtro LCL, quando a largura de banda for similar para ambos
os casos [30]. Para o caso do filtro LCL as equações utilizadas são (41) e (42).

2𝜁𝜔𝑏 (𝐿1 + 𝐿2 )
𝑘𝑝 = (41)
√2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 +1

𝜔𝑏2 (𝐿1 + 𝐿2 )
𝑘𝑖 = (42)
2𝜁 2 + 1 + √(1 + 2𝜁 2 )2 + 1

Para o cálculo da largura de banda do controlador foram utilizados os critérios


estabelecidos em [31], que define que a largura de banda é calculada pela equação (43):

𝜔𝑐𝑜
𝜔𝑏 = (43)
5

Esse valor é considerado o máximo atingível para cada frequência de controle do


sistema de filtro de L [31]. Sabendo que a frequência de controle deve variar de acordo com a
equação (44):

2 ∗ 𝜔𝑟𝑒𝑠 < 𝜔𝑐𝑜 < 4 ∗ 𝜔𝑟𝑒𝑠 (44)


48

Adotando o máximo valor possível para ωco, calcula-se então o valor da largura de
banda.
A largura de banda de controle obtida com um filtro L pode ser calculada em 1657 Hz.
Nesta faixa de frequência, as funções de transferência dos diferentes filtros na Fig. 10 mostram
quase o mesmo comportamento. A aproximação do filtro LCL como um filtro L é justificada
neste caso [31].

3.1.5. Bloco “Potência”

A Figura 16 mostra o detalhamento do bloco “Potência”. Nele são calculadas as


componentes direta e em quadratura da corrente de referência. Essas correntes são calculadas
através das equações (45) e (46), já descritas anteriormente na seção 2.2.

Figura 16 - Bloco "Potência" em detalhes.

𝑃∗
𝑖𝑑_𝑟𝑒𝑓 = (45)
𝑣𝑔𝑑
𝑄∗
𝑖𝑞_𝑟𝑒𝑓 =− (46)
𝑣𝑔𝑑

Sendo P* e Q* são as potências ativa e reativa de referência, respectivamente.

3.1.6. Bloco “Transformação inversa”

A Figura 17 apresenta o bloco “Transformação inversa”. Nele as tensões do eixo rotativo


dq que são produzidas pelo controlador de corrente são convertidas de volta ao eixo estacionário
ri e assim os sinais de modulação Pmr e Pmi para o “Inversor” estão prontos.
49

Figura 17 - Detalhes do bloco "Transformação inversa".

A tensão de saída do VSI na frequência fundamental é igual a (47) de acordo com [32].

√3𝑃𝑚𝑟 𝑈𝐶𝐶
𝑢𝐶𝐴𝑟 =
2√2
(47)
√3𝑃𝑚𝑖 𝑈𝐶𝐶
𝑢𝐶𝐴𝑖 =
2√2

Com essas equações é possível calcular os valores de Pmr e Pmi. Esses valores são então
aplicados nos parâmetros do inversor.
50

3.2. Aplicação do inversor com controle em uma microrrede

Com a popularização dos sistemas de geração distribuída surgiu um novo conceito


chamado microrrede. O conceito de microrrede vem da utilização de geração distribuída para
suprir cargas localmente, adaptando a geração às necessidades da carga [33].
Nesse sentido, o modelo do controle descrito no capítulo anterior foi testado em um
sistema simples e implementado no DIgSILENT Power Factory, de acordo com [5] e toda esta
seção foi baseada no modelo implementado por esta referência cujo sistema utilizado está
mostrado na Figura 18.

Figura 18 - Modelo DIgSILENT de um VSI conectado à rede.

O modelo foca no inversor CA / CC de fonte de tensão que é chamado de “PWM


Converter” com duas conexões CC. As conexões CC são conectadas a uma fonte de tensão CC
que representa a fonte primária de energia. O VSI é conectado à rede externa (com ponto estrela
flutuante) através de um filtro LCL. As indutâncias são implementadas utilizando-se dois
“Series Reactor” trifásicos em DIgSILENT. Para o capacitor, um elemento “Shunt/Filter RLC”
é usado e é conectado entre as duas indutâncias e ajustado para a tecnologia “3PH-Y” (trifásico
conectado em estrela), internamente a esse elemento é adicionado um resistor de
amortecimento, que é conectado em série com o capacitor.
51

3.2.1. Resultados de simulação

Nesta seção são apresentados os resultados de simulação para os casos com o filtro L e
o filtro LCL.

3.2.1.1. Especificações

A tensão nominal da rede externa é de 400V com potência de curto-circuito quase


infinita. A potência nominal do VSI é de 10 kVA e a frequência de comutação é de 20 kHz. Por
simplicidade, as perdas de comutação são negligenciadas e foi adotada uma fonte de tensão
constante de 750VCC para o VSI. Os parâmetros dos filtros são calculados conforme descrito
na seção 2.4.2 com a suposição de 10% de ondulação de corrente permitida: a indutância do
filtro L é escolhida para ser 3mH. O resistor de amortecimento e a frequência de ressonância
para o filtro LCL são calculados usando (29) e (30), respectivamente. A Tabela 2 mostra os
valores correspondentes dos componentes do filtro LCL.

Tabela 2 - Parâmetros do filtro LCL.

L1 Indutância do lado do inversor 3,06mH


L2 Indutância do lado do grid 0,064mH
C Capacitor 10µF
fres Frequência de ressonância 6376Hz
Rd Resistor de amortecimento 0,837Ω

No caso em análise, o VSI está injetando na rede inicialmente uma potência ativa no
valor de 6 kW e potência reativa nula. No instante de tempo igual a 20ms, o nível da injeção de
energia é aumentado para 8 kW. Além disso, 30ms depois, a injeção de energia reativa é
ajustada para 2 kVAr, conforme será mostrado nos resultados adiante.
52

3.2.1.2. Correntes do grid

As Figuras 19 e 20 mostram a corrente na fase A para o filtro L e a corrente medida na


fase A do indutor do lado da rede para o filtro LCL, respectivamente. Na Figura 21 são
mostradas as correntes id e id de referência.

Figura 19 - Corrente na fase A no indutor L medida no lado do grid.

O sistema opera normalmente e após 20ms, a injeção de potência ativa aumenta de um


valor inicial de 6 kW para o valor de 8 kW. Esse aumento na potência injetada resulta no
aumento também da magnitude da corrente de fase nos mesmos instantes de tempo no qual
ocorre a injeção de potência. No tempo igual a 50 ms, a potência reativa aumenta de zero para
2 kVAr, o que desloca a fase da corrente devido à mudança no fator de potência e aumenta
ainda mais sua magnitude.
A maior atenuação do filtro LCL, em comparação ao filtro, resulta em menor ondulação
de corrente que é claramente visível na Fig. 20.
53

Figura 20 - Corrente na fase A no indutor LCL medida no lado do grid.

A operação do controlador de corrente no momento da mudança na potência ativa pode


ser vista na Fig. 21 para o filtro LCL. A mudança na potência ativa causa apenas uma alteração
no componente d da corrente do controlador, enquanto o componente q permanece zero.
54

Figura 21 - Operação do controlador de corrente.

A Fig. 21 mostra uma resposta muito boa às mudanças feitas à medida que a magnitude
da corrente aumenta rapidamente, apresentando um overshoot quase zero. É importante
salientar que uma regulação eficiente é muito importante para reduzir a injeção harmônico na
rede.
55

3.2.1.3. Potência injetada

As Figuras 22 e 23 mostram as potências ativa e reativa injetadas na rede. Devido à


menor atenuação do filtro L, a magnitude da potência injetada não é tão suave quanto no caso
do filtro LCL.

Figura 22 - Potência ativa e reativa injetada na rede com filtro L.

Uma alteração em um dos componentes de potência (ativo ou reativo) afeta o outro


devido ao acoplamento cruzado mencionado anteriormente (ver (3) e (4)). No entanto, o efeito
é apenas temporário e o componente afetado retorna ao seu estado original em alguns
milissegundos.
56

Figura 23 - Potência ativa e reativa injetada na rede com filtro LCL (direita).

Na próxima seção o VSI é implementado em um sistema de grande porte que consiste


inicialmente em nove barras, neste trabalho um dos barramentos foi substituído pelo VSI
implementado nesta seção, os resultados dessa aplicação são então analisados.
57

3.3. Aplicação do inversor com controle em sistemas de grande


porte
Tendo em vista a crescente implementação de sistemas de geração distribuída, nesta
seção é apresentada a realização do VSI em um sistema de grande porte, bem como é
implementado o controle no sistema, conforme aplicado no sistema pequeno apresentado na
seção anterior. O sistema incialmente é formado por três geradores e nove barras, baseado no
sistema de nove barras descrito em [34], cujos dados dos geradores são mostrados na Tabela 3.

Tabela 3 - Dados do gerador.

Gerador 1 2 3
Potência nominal (MW) 247,5 192,0 128,0
Tensão nominal (kV) 16,5 18,0 13,8
Fator de potência 1,0 0,85 0,85

O fluxo de carga do sistema completo é mostrado na Figura 24 com a aplicação dos três
geradores descritos na tabela anterior.
58

Figura 2424 - Diagrama completo do sistema de nove barras.


Fonte: [34]

Para implementar o VSI neste sistema de grande porte o gerador 3 foi retirado e
substituído pelo modelo mostrado na Figura 18, do qual foi suprimido o equipamento “Grid
externo” para que, neste ponto, fosse realizada a conexão entre o VSI e o sistema.
É possível observar na Figura 24 que o gerador 3 injeta 85 MW de potência ativa, e
consome 10,9 MVAr de potência reativa do sistema. Dessa forma, quando o gerador 3 for
substituído pelo modelo do VSI este deve ser capaz de fornecer esta mesma potência ao sistema.
A Figura 25 mostra o sistema de grande porte após a implementação do VSI. Na figura
são mostrados os valores da potência ativa, potência reativa e da corrente, respectivamente. Nos
barramentos são mostrados os valores das tensões em Volts, p.u. e do ângulo da tensão, em
graus, respectivamente.
59

Figura 25 - Sistema de grande porte com o VSI implementado.


60

É possível notar que os valores das potências fornecidas são muito próximos daqueles
exibidos na Figura 24, o que demonstra um bom funcionamento do sistema fotovoltaico
equivalente quando substituímos o gerador por este.

3.3.1. Resultados de simulação

Nesta seção são apresentados os resultados de simulação e análise para o caso onde o
VSI é implementado no sistema de grande porte, com a aplicação do controle. São analisados
os resultados para os casos nos quais o sistema opera sem a ocorrência de eventos e com
ocorrência de curto-circuito e chaveamento de carga.

3.2.1.1. Especificações

O sistema implementado teve seus valores nominais baseados em especificações reais


de inversores de grande porte, esses valores são mostrados na Tabela 4.

Tabela 4 - Especificações do grupo de inversores.

VCA (V) 2300


VCC (V) 4000
Potência nominal do grupo de inversores (MVA) 128
Potência nominal de cada inversor (MW) 2,5
Número de inversores 34
Ponto de operação da potência ativa (MW) 85

Para que o VSI apresente como valor nominal a mesma potência que o gerador 3,
128MVA, é necessário utilizar trinta e quatro inversores em paralelo, dado que a potência ativa
nominal do inversor adotado é de 2,5MW. O ponto de operação da potência ativa corresponde
ao valor que o grupo de inversores deve ser capaz de fornecer no ponto escolhido, que no caso
em questão é o barramento 3 da Figura 24, onde está o gerador 3 e onde é conectado o filtro
LCL e o VSI.
O filtro utilizado neste sistema foi calculado com base na seção 2.4.3 e seus valores são
apresentados na Tabela 5.
61

Tabela 5 - Parâmetros do filtro LCL para o sistema de grande porte.

L1 Indutância do lado do inversor 44,2µH


L2 Indutância do lado do grid 4,8µH
C Capacitor 2,13mF
fres Frequência de ressonância 1657Hz
Rd Resistor de amortecimento 0,015Ω

Na Figura 26 é mostrado o sistema e cada um dos eventos aplicados é especificado. São


mostrados os barramentos onde são realizados os curtos-circuitos e o chaveamento de carga.

Evento 2: curto-
circuito no Bus 7 Evento 1: curto-
circuito no Grid

Evento 3: chaveamento
de carga

Figura 26 - Sistema com localização dos eventos aplicados.


62

3.2.1.2. Resultados sem a aplicação de eventos

A Figura 27 mostra as potências ativa e reativa fornecidas pelo VSI ao sistema.

85MW

-10,9MVAr

Figura 27 - Potências ativa e reativa injetadas na rede.

A simulação foi realizada durante um intervalo de tempo de quatro segundos e na Figura


27 é possível observar que, em regime permanente, a potência que está sendo gerada pelo
sistema equivalente fotovoltaico e fornecida ao sistema é equivalente a potência fornecida pelo
gerador 3 do sistema de nove barras original. Conclui-se então que o sistema simulado está
operando da maneira correta, pois a substituição do gerador pelo equivalente fotovoltaico não
altera os valores das principais grandezas elétricas do sistema, além de manter a potência
fornecida por cada um dos geradores inalterada quando o gerador é substituído por um conjunto
equivalente que representa um sistema fotovoltaico.
A Figura 28 mostra as correntes id e id_ref, que são a corrente de eixo direto,
proveniente do controle, e a corrente de referência que a corrente id deve seguir,
respectivamente.
63

Figura 28 - Operação do controlador de corrente.

É possível notar o bom funcionamento do controle, pois a corrente id assume o mesmo


valor da corrente id de referência, mostrando a eficiência no projeto e implementação do
controle no sistema. Os valores das correntes id e id_ref mostrados na Figura 28 são dados em
p.u..
64

29,31kA

27,44kA

Figura 29 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid.

Na Figura 29 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2, onde pode-
se notar que há um ripple maior do que aquele apresentado para o caso em que o VSI foi
implementado em uma microrrede. Isso ocorre porque no sistema de grande porte os níveis de
potência, bem como de tensão são bem mais elevados, dessa forma, os valores de ondulação de
corrente serão maiores, já que esses são calculados a partir dos valores nominais. Podemos notar
que a ondulação corresponde a um ΔI no valor de 1,87kA, satisfazendo ao valor de projeto de
3,02kA. Esse valor corresponde a 6,2% da corrente máxima de projeto, apresentando um valor
menor que aquele adotado no projeto (10%). Dessa forma, nota-se que os resultados
apresentados para o sistema de grande porte são satisfatórios e atendem aos valores
estabelecidos durante a elaboração do projeto do filtro LCL.
A Figura 30 exibe as potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. Nela é possível
notar que os valores de potência são os mesmos que aqueles exibidos nas Figuras 24 e 25,
confirmando então o adequado funcionamento do sistema de grande porte com o controle
implementado, visto que em regime permanente os valores das potências geradas não são
alterados.
65

163MW

71,6MW

Figura 30 - Potências ativas dos geradores 1 e 2.

3.2.1.3. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Grid”

Um curto-circuito trifásico é aplicado no barramento “Grid”, dessa forma é possível


observar o comportamento do sistema quando ocorre um curto-circuito próximo ao VSI. O
curto-circuito foi aplicado no regime estacionário, no tempo t = 3s e foi retirado no tempo t =
3,005s. O comportamento da potência no indutor L2, ou seja, a potência fornecida pelo VSI é
mostrada na Figura 31.
66

Figura 31 - Potências ativa e reativa injetadas na rede.

É possível observar que ocorre um pico de potência no instante em que é aplicado o


curto-circuito e no instante em que é retirado o curto-circuito a potência passa a ter uma menor
oscilação e em seguida o sistema consegue estabilizar apesar da ocorrência da falta, atingindo
o regime permanente em um intervalo de tempo curto. Portanto, o sistema está operando da
maneira correta, bem como os controladores implementados.
A Figura 32 mostra as correntes id e id_ref, que são a corrente de eixo direto,
proveniente do controle, e a corrente de referência que a corrente id deve seguir,
respectivamente.
67

Figura 32 - Operação do controlador de corrente.

Da mesma forma que acontece para a potência, a corrente do controlador apresenta uma
oscilação após a ocorrência do curto-circuito, porém atinge o valor de referência em poucos
milissegundos, o que demonstra o funcionamento adequado do controlador projetado.
Na Figura 33 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2. A corrente
apresenta uma oscilação de curta duração de tempo, além disso sua forma de onda estabiliza
logo após alguns milissegundos.
68

Figura 33 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid.

A Figura 34 exibe as potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. É possível


observar que as potências apresentam picos em seus valores, especialmente a potência do
gerador 2, mas que os valores de regime permanente são atingidos normalmente, além da
oscilação de potência durar um pequeno intervalo de tempo.
69

71,4MW

Figura 34 – Potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2.

3.2.1.4. Resultados quando aplicado um curto-circuito no barramento “Bus 7”

Um segundo curto-circuito trifásico foi aplicado no barramento “Bus 7”, possibilitando


a análise do comportamento do sistema quando aplicado um curto-circuito em um barramento
distante do VSI. O curto-circuito foi aplicado após o sistema ter atingido o regime estacionário,
no tempo t = 3s e foi retirado no tempo t = 3,005s. O funcionamento do sistema quando aplicado
esse evento são mostrados a seguir. O comportamento da potência no indutor L2, ou seja, a
potência fornecida pelo VSI é mostrada na Figura 35.
70

Figura 35 - Potências ativa e reativa injetadas na rede.

É possível observar que ocorre um pico de potência no instante em que é aplicado o


curto-circuito e no instante em que é retirado o curto-circuito a potência passa a ter uma menor
oscilação e em seguida o sistema consegue estabilizar apesar da ocorrência da falta, atingindo
o regime permanente em um intervalo de tempo curto. Portanto, o sistema está operando da
maneira correta, bem como os controladores implementados.
A Figura 36 mostra as correntes id e id_ref, que são a corrente de eixo direto,
proveniente do controle, e a corrente de referência que a corrente id deve seguir,
respectivamente.
71

Figura 36 - Operação do controlador de corrente.

Da mesma forma que acontece para a potência, a corrente do controlador apresenta uma
oscilação após a ocorrência do curto-circuito, porém atinge o valor de referência em poucos
milissegundos, o que demonstra o funcionamento adequado do controlador projetado.
Na Figura 37 é mostrado o gráfico da corrente que circula pelo indutor L2. A corrente
apresenta uma oscilação de curta duração de tempo, além disso sua forma de onda estabiliza
logo após alguns milissegundos.
72

Figura 37 - Corrente na fase A no indutor medida no lado do grid.

A Figura 38 exibe as potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2. É possível


observar que as potências apresentam picos em seus valores, especialmente a potência do
gerador 2, mas que os valores de regime permanente são atingidos normalmente, além da
oscilação de potência durar um pequeno intervalo de tempo.
73

Figura 38 - Potências ativas fornecidas pelos geradores 1 e 2.

3.2.1.5. Resultados quando há chaveamento de carga

Para realizar a simulação com chaveamento de carga foi adicionada uma carga ao
barramento 6, com valores correspondentes a 10% da carga “Load B”, localizada no mesmo
barramento. A carga está acoplada ao sistema quando, no tempo t = 4s ela é retirada do sistema
por um período de 1s, posteriormente esta carga retorna ao sistema, representando em uma
situação real a queda de energia em determinada área, retirando a carga do sistema, e o posterior
retorno do abastecimento, implementando a carga novamente.
Na Figura 39 é mostrado o comportamento das potências ativas nos geradores 1 e 2
quando ocorre esta variação de carga.
74

t = 4s t = 5s

Figura 39 - Potências ativas dos geradores 1 e 2.

Nota-se na Figura 39 que as potências ativas fornecidas pelos geradores sofrem uma
pequena variação quando as cargas saem do sistema. Quando a carga retorna ao sistema as
potências oscilam novamente e estabilizam após um pequeno intervalo de tempo. É possível
observar também que a potência requerida pela carga adicionada é suprida pelo gerador 1. Tal
comportamento já é esperado visto que este gerador é de referência.
75

4. Conclusão
Neste trabalho foi apresentada uma estratégia de controle VSI do tipo alimentação de
rede e sua implementação no programa de simulação DIgSILENT PowerFactory®, bem como
foi fornecida uma visão geral sobre os recursos dos filtros L e LCL. O modelo combina o
processo fundamental de modulação de inversor com um regulador de corrente de ponta e
controladores de potência real e reativa de nível mais alto, para criar uma representação
detalhada que descreva completamente o estado estacionário do inversor e respostas transitórias
a eventos de conexão de rede. O VSI foi implementado também em um sistema de grande porte,
utilizando o modelo do inversor PWM e analisando o comportamento desse modelo no sistema.
Foram mostrados também os procedimentos para a realização do projeto do filtro LCL e
também para a realização do projeto dos controladores implementados no sistema de alta
potência.
Os resultados da simulação mostram que o modelo opera com precisão suficiente nos
modos transitório e estado estacionário e, portanto, é adequado para analisar os efeitos do VSI
na rede. O modelo pode ser mais desenvolvido considerando as perdas de comutação e um
modelo mais detalhado da rede externa. O modelo de controle foi criado de maneira que pudesse
ser facilmente desenvolvido em um VSI de suporte de rede, com o qual os problemas de
estabilidade em microrredes também poderiam ser analisados.
Para o sistema de grande porte foi possível observar que o filtro projetado opera de
forma satisfatória, reduzindo o ripple da corrente do sistema para valores menores que aqueles
definidos em projeto. Com a implementação do controle do VSI foi possível realizar uma
análise dinâmica da operação do sistema de alta potência quando este opera com um sistema de
geração fotovoltaica. Através da criação de eventos de simulação foi possível analisar o
comportamento do controle, do VSI e do sistema completo quando ocorrem curtos-circuitos em
um barramento próximo ao VSI e distante do VSI, respectivamente. Também foi analisada a
situação de ocorrência de variação de carga, simulando as situações em que uma carga sai do
sistema e posteriormente retorna. Com essas situações foi possível analisar o comportamento
adequado do VSI, bem como da operação satisfatória do controle implementado, visto que em
todas as situações o sistema atinge seus valores de regime permanente em um pequeno intervalo
de tempo, mesmo com a aplicação dos eventos descritos.
76

4.1. Trabalhos futuros

O presente trabalho pode ser aprimorado em trabalhos futuros através da utilização de


meteorística para obtenção dos parâmetros dos controladores implementados. Outra
possibilidade de desenvolvimento seria substituir a modelagem da geração distribuída (painéis
fotovoltaicos) por um sistema mais completo e detalhado, por meio da substituição da fonte CC
por painéis fotovoltaicos, implementando a modelagem utilizando capacitor estático, visto que
este desempenha no gerador síncrono estático, o mesmo papel que o rotor desempenha no
gerador síncrono rotativo, no processo de conversão de energia.
77

5. Referências

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