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A antologia "Espíritos Quânticos" reúne 31 histórias de ficção especulativa escritas por autores de 6 países africanos. A ideia é proporcionar histórias africanas de gêneros como ficção científica e afrofuturismo. Apesar de ser um gênero pouco explorado na literatura dos países africanos de língua portuguesa, a antologia contou com a participação de autores renomados como Mia Couto e Zukiswa Wanner.

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A antologia "Espíritos Quânticos" reúne 31 histórias de ficção especulativa escritas por autores de 6 países africanos. A ideia é proporcionar histórias africanas de gêneros como ficção científica e afrofuturismo. Apesar de ser um gênero pouco explorado na literatura dos países africanos de língua portuguesa, a antologia contou com a participação de autores renomados como Mia Couto e Zukiswa Wanner.

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Numa iniciativa inédita do blog Diário de uma Qawwi, da escritora moçambicana Virgília Ferrão, a

antologia “Espíritos Quânticos – Uma jornada por entre histórias de África em Ficção Especulativa”
reúne trinta e uma histórias escritas por igual número de autores de seis países africanos.

A ideia anunciada em Julho de 2021, por via de uma chamada para submissão de textos pretende
proporcionar aos leitores histórias africanas, no género de ficção especulativa, utopias ou distopias, o
afrofuturismo ou o mundo mágico africano.

Uma viagem que desafia escritores moçambicanos ou da maioria de países africanos de língua
portuguesa onde o género é quase inexistente. Hoje os resultados desse desafio estão em um livro cuja
participação de nomes como Mia Couto, Suleiman Cassamo, Marcelo Panguana, de Moçambique ou
José Luís Mendonça, de Angola, Vera Duarte Pina, de Cabo Verde e Zukiswa Wanner, da África do Sul,
cujos créditos da sua literatura são de conhecimento público, conferem não só a seriedade que um
projecto experimental precisa, mas dão uma densidade à obra.

Da nova vaga de escritores nacionais, para além da organizadora da antologia, incluem-se os escritores
como Mélio Tinga, Bento Baloi, Agnaldo Bata, Álvaro Taruma e Léo Cote, todos proeminentes autores da
literatura moçambicana feita na actualidade.

A organizadora da antologia destaca o compromisso dos autores, uns em experimentar uma nova
realidade de escrita e de imaginação e outros, por cederem textos já publicados em suas obras para
constarem do livro.

“Alguns autores diziam que seria um desafio, que é um tema novo. Mas acho que grande parte acabou
estando numa zona de conforto e foi pelo género fantástico que mais trabalhamos, resgatar histórias do
nosso patrimónios, histórias de curandeiros, feiticeiros, antepassados que regressam, acho que houve
mais histórias na vertente que estamos mais familiarizados.”

Dado a influência de muitos autores, sobretudo dos PALOP, grande parte das histórias ficaram-se pelo
fantástico, mas sempre a roçar o caminho especulativo ou mesmo da ficção científica.

“É um campo ainda por desbravar. Muitos textos são do género fantástico, embora tenhamos alguns
textos de ficção científica ou futurista. Há muitos textos inéditos, mas também textos que já haviam sido
publicados por escritores mais experientes neste género, principalmente de expressão em língua
inglesa. Mas, no geral acho que é um bom pontapé de saída, como uma nova experiência.”

Virgília Ferrão que é romancista, com três obras publicadas e editora do blog Diário de uma Qawi, fala
de outros desafios no processo de edição da antologia. Isto porque a mesma junta autores de países de
línguas diferentes, entre os que escrevem em língua portuguesa e a língua inglesa, por exemplo.

“Efectuar a tradução dos textos escritos em língua inglesa e contextualizar as histórias para que reflitam
também um pouco a realidade dos leitores foi um processo interessante. Foi interessante e
enriquecedor em termos de experiência. Acho que uma das mais-valias vai ser trazer para os nossos
leitores novos autores que pela dificuldade ou barreira da língua é um pouco mais complicado termos
acesso. Este é um contributo que podemos trazer com esta antologia.”

Apesar da participação de autores que escrevem em línguas diferentes, para a antologia “Espíritos
Quânticos” não conta com tradução. Está apenas disponível em português e à venda em Moçambique.
Mas será um gesto a assinalar o esforço para que outros autores, de países africanos de língua inglesa
seja lidos no país onde claramente o desconhecimento de nomes, sobretudo actuais da literatura feita
em África é grande.

“Acho que precisamos explorar mais as nossas literaturas, nos lermos dentro de África, entre a África
lusófona, francófona e anglófona. Acho que precisamos de mais intercâmbios e de conhecer mais o
trabalho uns dos outros.”, afirma Virgília Ferrão.

Eduardo Quive

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