Revista Amazônica, Lapesam/Gmpeppe/Ufam/Cnpq: As Reações Cognitivas E Suas Influências Nas Ações Do Comportamento Humano
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RESUMO
Falar sobre desenvolvimento cognitivo e comportamento, implica antes de
tudo, falar sobre o que são e onde se interligam. Ao analisar as influências
cognitivas na alteração do comportamento humano, percebe-se que a cognição
é definida por um conjunto de habilidades cerebrais e mentais, necessárias
para a obtenção de conhecimento sobre o mundo. A partir dessas informações
benéficas da junção de congnição e comportamento, a Terapia Cognitiva
Comportamental (TCC) se beneficia para trabalhar terapeuticamente na
clínica ou em outros ambientes. O objetivo do presente estudo é portanto,
avaliar as correlações entre as reações cognitivas e as ações comportamentais
e, explicitar como se pode usar essa irterligação para o benefício do indivíduo
na mudança do seu comportamento. A ênfase está na proposição de que a
responsabilidade é do indivíduo, quando premissas racional orienta seu
comportamento, nesse caso, é a análise da interação dos processos cognitivos
do indivíduo com os eventos do meio que permite a compreensão de muitos
comportamentos emitidos pelo mesmo. A concepção da relação entre homem
e mundo é a própria compreensão dos principais conjuntos funcionais que
ajudam diretamente a compreender a formação da pessoa enquanto ser
humano e o por que de tantas variedades no seu comportamento.
Palavras-chave: Afetividade. Comportamento. Reações cognitivas. Terapia
Cognitiva Comportamental.
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rational assumptions guide his behavior, in this case, it is the analysis of the
interaction of the individual's cognitive processes with the events of the
environment that allows the understanding of many behaviors emitted by
the same. The conception of the relationship between man and the world is
the very understanding of the main functional sets that directly help to
understand the formation of the person as a human being and why there are
so many varieties in their behavior.
Introdução
Ao analisar as influências cognitivas na alteração do comportamento
humano, percebe-se que a cognição é definida por um conjunto de habilidades
cerebrais e mentais necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o
mundo. Nessas habilidades estão envolvidas pensamentos, raciocínio,
abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, entre outras. Portanto,
as habilidades cerebrais, uma vez repetidas ou amadurecidas não permanecem
ímpares depois de suas reações, e sim, elas se concretizarão resultando em
comportamentos; haja vista que o comportamento e o cérebro não agem
separadamente na vida do indivíduo.
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adquirindo mudanças de bons comportamentos para o bem - estar do
indivíduo.
DESENVOLVIMENTO
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Não se pode esquecer que no desenvolvimento do behaviorismo nasce o
behaviorismo radical de Skinner, apontando que seus avanços resultam em grande
medida do retorno ao selecionismo no final do século XX. A abordagem inaugurada
por Skinner (1931), estende-se em muitas direções, configurando a análise do
comportamento como um sistema multidimensional, enfatizando as contribuições
fisiologistas na mudança do comportamento do organismo vivo (TOURINHO, 2011).
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depressão, em uma tentativa de provar a teoria freudiana de depressão como
hostilidade retrofletida reprimida. Ao invés de hostilidade e raiva, a pesquisa
sobre os sonhos dos pacientes deprimidos mostrou um senso de derrota e
pensamentos de ruina, fracasso e perda. Os temas de pacientes deprimidos, ao
dormirem, eram consistentes com seus temas em vigília; sonhos poderiam ser
simplesmente um reflexo dos pensamentos do indivíduo.
Baseado em pesquisa sistemática e observações clínicas, Beck propôs que os
sintomas de depressão poderiam ser explicados em termos cognitivos como
interpretações tendenciosas das situações, atribuídas à ativação de
representações negativas de si mesmo, do mundo pessoal e do futuro à tríade
cognitiva (KNAPP; BECK, 2008).
As terapias cognitivas comportamentais em geral, e a terapia cognitiva
beckiana, em especial, apresentam um fundamento teórico e um conjunto de
técnicas cuja eficácia baseada em evidências foi demonstrada no tratamento de
diversos quadros mentais e físicos.
Além disso, as diversas TCCs compartilham em vários países uma série de
pontos em comum que não são centrais do ponto de vista teórico, primeiro em
contraste com outras abordagens, como por exemplo a terapia psicanalítica de
longo prazo.
A maioria das TCCs tem limite de tempo de tratamento, muitos manuais de
tratamentos recomendam 12 a 21 sessões para depressão leve em casos de
ansiedade não complicadas, já para os casos de transtornos de personalidade e
outros transtornos crônicos levam mais tempo, cerca de 1 a 2 anos de
tratamento(KNAPP; BECK, 2008).
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A pesquisa e a prática clínica mostraram que a TC é efetiva na
redução de sintomas e taxas de recorrência, com ou sem
medicação, em uma ampla variedade de transtornos psiquiátricos.
Beck aplicou sistematicamente o conjunto de princípios teóricos e
terapêuticos da TC a uma série de transtornos, começando por
depressão, suicídio, transtornos de ansiedade e fobias, síndrome do
pânico, transtornos da personalidade e abuso de
substâncias. Problemas interpessoais e raiva, hostilidade e
violência13 também foram estudados. Além disso, trabalhos mais
recentes usando esta abordagem mostraram um efeito adicional
sobre o tratamento medicamentoso de doenças psiquiátricas
graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar. Adaptações em
andamento de protocolos cognitivo-comportamentais para uma
gama cada vez maior de transtornos médicos e psicológicos foram
testados para dor crônica, relação conjugal conflituosa, transtornos
somáticos na infância, bem como para bulimia e problemas de
comer compulsivo. Hoje há mais de 330 artigos de resultados de
intervenções cognitivo-comportamentais, e a produção de
pesquisas continua. Alguns estudos de resultado usando
neuroimagem recentemente confirmaram o que já se previa: as TC
produzem mudanças fisiológicas e funcionais em muitas áreas
cerebrais (KNAPP; BECK, 2008).
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movimento, uma volta a métodos mais tradicionais de terapia, como a análise
da atitude do indivíduo.
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funcionais que ajudam diretamente a compreender a formação da pessoa
enquanto ser humano.
Ferreira e Régnier (2010) fazem uma síntese das ideias de Henri Wallon
em relação à afetividade, que concorda com a teoria freudiana e com os
teóricos do desenvolvimento da criança de que o recém-nascido, em
decorrência de sua indiferenciação somato-psíquica, expressa a afetividade de
forma sincrética a partir das experiências de bem-estar ou mal-estar propiciadas
pelas relações do organismo com o meio interno e externo.
Ao decorrer do desenvolvimento, a afetividade vai alternando com o conjunto
que funciona cognitivamente em um movimento dialético, ora centrípeto, ora
centrífugo, incluindo também o conjunto motor, como base de sustentação da
expressão.
Burin, (2019) afirma que, segundo Wallon, podemos compreender a
afetividade de forma abrangente, como um conjunto funcional que emerge do
orgânico e adquire uma forma social na relação com o outro e que é uma
dimensão fundante na formação integral do indivíduo.
Visto que o homem não tem a capacidade pelo seu consciente de ver o todo e
tudo ao mesmo tempo, desenvolveu o sentimento, que pode ser a ação expressa
resultante do sentir como um dispositivo. Para Vygotsky, as funções
psicológicas superiores do homem são construídas a partir de suas relações
com o meio externo. Sendo assim, o conhecimento do mundo, como também o
conhecimento de si mesmo, que cada indivíduo elabora ao longo da vida, tem
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características peculiares, formando a sua subjetividade, sua individualidade e
sua identidade (LOOS; SANT’ANA, 2007).
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Os impactos de uma abordagem funcional para o comportamento
verbal estendem-se, ainda, a todo um vasto espectro de problemas
dos quais a Psicologia tem tradicionalmente se ocupado, incluindo
aqueles relativos a cognições e emoções. Infelizmente, porém,
novos avanços nesse terreno não aconteceram até a década de 80,
quando o cognitivismo, tendo se ocupado desses temas por duas
décadas, inclusive apoiado em modelos de investigação e
intervenção originalmente comportamentais, já se tornara
dominante no cenário acadêmico e profissional da Psicologia
norte-americana (TOURINHO, 2011).
CONCLUSÃO
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necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o mundo.
REFERÊNCIAS
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40602007000200011&lng=en&nrm=iso.Acesso em: 13 Jun. 2020.
https://doi.org/10.1590/S0104-40602007000200011.
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Recebido: 21/6/2021.
Aceito: 27/12/2021.
Autora
Maria do Socorro de Oliveira Ramos
Psicóloga Clínica, Bacharel em Psicologia - CRP 20/09776
Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e Neuropsicologia
E-mail: [email protected]
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