A REPARAÇÃO Cicatrizacao

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Índice

Introdução ............................................................................................................................................... 3
A REPARAÇÃO .................................................................................................................................... 4
REGENERAÇÃO ................................................................................................................................... 4
CICATRIZAÇÃO ................................................................................................................................... 6
FACTORES QUE ALTERAM REPARAÇÃO ..................................................................................... 8
FACTORES LOCAIS ............................................................................................................................. 8
FACTORES GERAIS ............................................................................................................................. 9
Conclusão:: ........................................................................................................................................... 10
Referência Bibliográfica: ...................................................................................................................... 11
Introdução
O presente trabalho de patologia visa abordar sobre Reparação, Cicatrização e Regeneração:

A reparação pode ser entendida como: "Processo de reposição do tecido destruído observado
após a extinção dos agentes flogísticos". Assim como a . Cicatrização: substituição do tecido
perdido por tecido conjuntivo fibroso. E A regeneração promove a restituição da integridade
anatómica e funcional do tecido.

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A REPARAÇÃO
A reparação pode ser entendida como: "Processo de reposição do tecido destruído observado
após a extinção dos agentes flogísticos".

Como o conceito enfatiza, o processo de reparação só consegue se estabilizar e atingir o seu


mais alto grau quando da eliminação do agente inflamatório. O tecido inflamado e que foi
destruído vem sendo reposto durante toda a inflamação, traduzido pela fase produtivo-
reparativa. Diz-se que há reparação completa quando houver restituição da morfostase e
homeostase tecidual, iniciado já na fase irritativa da inflamação.

A reparação pode acontecer sob dois tipos, dependendo do estado de destruição do tecido e
dos graus de transformação sofridos por este durante a flogose. São eles:

1. Regeneração: reposição de tecido idêntico ao perdido.

2. Cicatrização: substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo fibroso.

A contracção (ou morfalaxia) dos tecidos, um fenómeno muito comum em animais inferiores,
também constitui uma forma de reparação. As células se adaptam mecanicamente à nova
situação do tecido após a agressão. No homem, a contracção é vista somente em nível
microscópico.

Qualquer que seja a forma de cura das inflamações, é importante que se tenha conhecimento
de como se processa cada tipo de reparação, com o intuito de estimular e/ou corrigir esses
processos.

REGENERAÇÃO
"Organização tecidual com substituição das células mortas ou lesadas por novas células,
idênticas às originais".

A regeneração promove a restituição da integridade anatómica e funcional do tecido. Todo o


procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde existem células lábeis ou estáveis, isto
é, células que detêm a capacidade de se regenerar através de toda a vida extra-uterina (por
exemplo, células epiteliais, do tecido hematopoiético etc.); por intermédio da multiplicação e
organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao original. Além dessa condição, a
restituição completa só ocorre se existir um suporte, um tecido de sustentação (como
parênquima, derma da pele etc.) subjacente ao local comprometido. Esse tecido é o

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responsável pela manutenção da irrigação e nutrição do local, factores essenciais para o
desenvolvimento da regeneração dentro dos padrões normais.

É normal no organismo a reposição de células, tipo de regeneração classificado como


fisiológica, ou seja, a proliferação celular é contínua para manter a estrutura e o
funcionamento dos órgãos. Um exemplo é a mucosa bucal (e as demais mucosas), em que o
epitélio prolifera continuadamente para a renovação das camadas epiteliais. Há ainda a
regeneração compensadora, observada nos órgãos pares (por exemplo, pulmão, rins etc.);
quando um dos órgãos é destruído, o outro assume processos regenerativos mais intensos
para compensar a destruição do seu par. Por fim, diz-se que há regeneração patológica
quando houver destruição tecidual e perda da homeostase e da morfostase.

As fases da regeneração incluem um momento em que há demolição das células lesadas e


inflamação, seguido por intensa proliferação (respectivamente, fases de demolição e
progressão). Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para explicar o processo regenerativo,
envolvendo, dentre outros, elementos humorais, circulatórios etc. Actualmente sabe-se que
algumas proteínas da matriz extracelular estimulam a proliferação celular, bem como existem
alguns genes responsáveis pela mitose celular. As experiências nesse campo hoje em dia são
bem actuantes.

Um conceito importante a ser considerado nos processos de regeneração é a diferenciação


celular, transformações que a célula desenvolve durante seu ciclo de vida pelas quais vai
adquirindo especializações; assim, uma célula embrionária, para atingir o "status" de célula
epitelial, passa por estágios de transformação (principalmente de suas organelas e de seu
metabolismo) até assumir um comportamento de célula epitelial.

Nos processos regenerativos, em geral, quanto mais diferenciada for uma célula (isto é, mais
especializada), menor é seu grau de multiplicação e regeneração. Contudo, esse princípio não
pode ser generalizado para todos os tipos celulares, pois a localização e a capacidade da
célula de sofrer agressões influenciam em seu comportamento regenerativo. Por exemplo, as
células da mucosa bucal (células lábeis) são mais facilmente regeneradas do que as de pele
(também lábeis); já as células da medula óssea (novamente lábeis) têm regeneração completa.

As células estáveis (com menor poder mitótico em relação às lábeis e bem diferenciadas)
possuem capacidade de regeneração bem variável de órgão para órgão. O fígado, por
exemplo, regenera-se completamente, inclusive sua estrutura estromática, ou seja, vasos

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sanguíneos, sistema de ductos, arcabouço conjuntivo etc. Já no rim, o glomérulo não se refaz
após destruição completa, mas o epitélio tubular pode se regenerar completamente. A
cartilagem, por outro lado, não se refaz, assim como os ácinos das glândulas salivares. O
tecido ósseo tem regeneração mais complexa, mas também pode adquirir sua estrutura
original.

Para as células permanentes (ou perenes) (com baixíssimo poder mitótico e alta
especialização), a regeneração praticamente inexiste. As células nervosas, por exemplo, não
se proliferam, portanto, não se regeneram. O tecido nervoso periférico, quando agredido (por
exemplo, rompimento da fibra), pode se restituir não por proliferação da célula, mas pelo
prolongamento do axônio mais próximo, juntamente com a acção de células satélites ao feixe
vascular (as células de Schwann). Portanto, é um processo reparativo, mas não uma
regeneração. Processo semelhante é visto nas células musculares, cuja reparação advém
principalmente do sarcoplasma.

CICATRIZAÇÃO
Diante de grandes destruições teciduais, que ultrapassam os limites da regeneração, ou
perante a destruição de células perenes, a reposição tecidual é feita às custas da proliferação
de células menos diferenciadas, como é o caso das pertencentes ao tecido conjuntivo. Dá-se
início, então, ao processo de cicatrização.

"Reposição de tecido destruído por conjuntivo neoformado não especializado".

A cicatrização é a forma mais comum de cura dos tecidos inflamados. Nela se tem uma
reposição tecidual, porém a anatomia e a função do local comprometido não são restituídas,
uma vez que se forma a cicatriz, tecido conjuntivo fibroso mais primitivo que substitui o
parênquima destruído.

Para que possa haver cicatrização completa, são necessárias eliminação do agente agressor,
irrigação, nutrição e oxigenação. Esses factores são os que determinam o equilíbrio de
eventos que compõem a cicatrização, eventos esses divididos didacticamente em três fases:

1. Fase de demolição: após 24h da ocorrência da lesão há predomínio de mononucleares,


principalmente os macrófagos, no local. Estes promovem a digestão do tecido morto, do
agente agressor e do coágulo - formado a partir do extravasamento de sangue no local -,
elementos que levam ao desencadeamento das fases inflamatórias. Formações como

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fibrina, crosta composta de soro e hemáceas, impedem que o tecido se resseque,
mantendo um ambiente favorável à reparação.

2. Fase de crescimento do tecido de granulação: proliferação de fibroblastos e de células


endoteliais dos capilares vizinhos à zona agredida. Essas células formam pequenos brotos
endoteliais que crescem e penetram na zona agredida, onde se canalizam, anastomosam-
se a outros brotos, constituindo alças capilares. Este sistema vascular neoformado
apresenta aumento de permeabilidade nas suas novas junções capilares, com grande saída
de elementos sanguíneos, água, electrólitos e proteínas. Fibroblastos acompanham o
tecido endotelial, migrando para essa nova matriz tecidual e secretando fibras colágenas.

3 Fase de maturação ou fibroplasia: ocorre proliferação de fibroblastos e deposição de


colágeno, que comprime os capilares neoformados, diminuindo a vascularização
(desvascularização). A pressão contínua do colágeno e sua retracção conduzem à
contracção da cicatriz fibrosa. Na pele, por exemplo, a regeneração do epitélio principia
por volta do segundo e terceiro dias e, no conjuntivo, observa-se proliferação fibroblástica
preenchendo o defeito do tecido. Ao final, tem-se, com a colagenização, uma cicatriz
acelular relativamente clara, que pode atenuar ou mesmo desaparecer clinicamente.

O tecido de granulação é formado principalmente nas inflamações exsudativas, tanto


supurativas quanto fibrinosas, nas inflamações crónicas em geral, em processos de
trombose, quando há reorganização do trombo, em neoplasias e em ferimentos com
grande perda tecidual. Nas extracções dentárias, por exemplo, a perfeita reparação do
alvéolo dental depende fundamentalmente da permanência do tecido de granulação dentro
do alvéolo, originado a partir da hemorragia provocada pela extracção.

Clinicamente, observa-se, no local da lesão, grânulos avermelhados e brilhantes, os quais


correspondem aos brotos vasculares, mergulhados em um material gelatinoso, translúcido
e frouxo. Daí o nome "tecido de granulação. O tecido de granulação é, assim, constituído
por brotos capilares em diferentes formas de organização, estroma essencialmente
proteico, leucócitos e hemácias. Dele partem as repostas da terceira e última fase da
cicatrização.

As cicatrizes promovem contracção do tecido adjacente pois as fibras colágenas, ao


amadurecerem, diminuem de tamanho e perdem a elasticidade. Essa perda de elasticidade,
por sua vez, faz com que a cicatriz seja pouco resistente ao estiramento. Em alguns, casos,

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por exemplo, a reparação pode se complicar. Essas complicações incluem infecções durante o
processo reparativo (retardando este por se iniciar novamente uma inflamação aguda no
local), alterações pigmentares (pode haver, por exemplo, depósito de hemossiderina) e dor
(principalmente quando está envolvida a cicatrização de fibras nervosas).

O quelóide, cicatriz tumoriformes, mais comuns nos indivíduos de raça negra, também
consiste uma complicação da reparação, em que forma um tecido liso e brilhante, com
superfície elevada, devido ao fenómeno de hialinização de fibras colágenas.

FACTORES QUE ALTERAM REPARAÇÃO


As fases da cicatrização referem-se às cicatrizações de primeira intenção, ou seja, que se
desenvolveram dentro dos limites normais de intensidade e duração. Esses itens, se alterados,
determinam o desenvolvimento da cicatriz por segunda intenção, cujas fases acontecem mais
lentamente e cujo tecido de granulação é hipermétrico. Acontece em tecidos com perdas
muito grandes, exsudado abundante e feridas com margens traumatizadas. Os factores que
alteram a reparação, tornando-a patológica, podem ser locais ou gerais. Até certo ponto, esses
factores coincidem com os interferentes no processo inflamatório.

FACTORES LOCAIS
1. Tipo de agente: nesse factor, devem ser considerados os mesmos aspectos envolvidos
nas inflamações. De modo geral, agentes agressores de curta duração, de baixa
patogenicidade, etc., permitem que se desenvolva um processo regenerativo ou uma
cicatrização por primeira intenção. Assim, incisões cirúrgicas realizadas com técnica e
instrumental adequados provocam um processo reparativo ideal; o contrário, por outro
lado, também é verdadeiro. Os mesmos princípios são aplicados para os demais agentes
agressores.

2. Contaminação: as contaminações constituem um factor de retardo da reparação. Em


geral, as feridas não expostas ao meio externo não possuem resistência alguma às
infecções nas primeiras seis horas, havendo acréscimo da resistência com o passar do
tempo; já as feridas expostas são mais resistentes. Deve-se abordar também a origem da
infecção; as infecções de origem externa devem ser consideradas com cuidado nos actos
operatórios, dada a sua alta probabilidade de ocorrência; as endógenas (de origem
interna), por sua vez, podem ser de difícil resolução, pois são resultado de bacteremias
transitórias (grande quantidade de bactérias circulantes no sangue), a qual tem grande

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afinidade pela colecção proteica local (necrose, hematomas, tecido de granulação)
propiciada pelos processos reparativos.

3. Características da ferida: feridas maiores demoram mais tempo para cicatrizar do que
feridas menores, estando susceptíveis às infecções. O local da ferida também constitui um
factor interferente; as diferenças de tensividade que existem entre os tecidos pode ser um
factor complicador, pois, faz parte do processo de cicatrização a contracção do tecido
fibroso; em tecidos com alta tensividade, essa contracção fica dificultada. Além disso, a
cicatriz final não consegue adquirir o mesmo grau de elasticidade inicial.

4. Outros factores: a manutenção da irrigação sanguínea é fundamental para a reparação;


tecidos pouco vascularizados ou com isquemia tendem a ter reparação mais lenta. As
bordas dos tecidos submetido a acto cirúrgico devem ser mantidas imóveis, para o bom
andamento da reparação.

Por fim, traumas na região com processo reparativo praticamente não interferem neste; ao
contrário, em algumas situações, facilitam a reparação, pois praticamente se elimina a
fase de demolição.

FACTORES GERAIS
Incluem o estado fisiológico (principalmente idade) e estado nutricional do paciente,
temperatura do local e terapêutica com medicamentos. Pacientes com mais idade têm uma
tendência a reparar mais lentamente, devido às deficiências de circulação. A ausência de
vitamina C (denominada "escorbuto") e a deficiência de proteínas também impedem a
cicatrização. Hormônios em excesso, como os corticosteróides da adrenal, também podem
prejudicar a cicatrização. Por fim, a utilização de medicamentos contendo zinco facilita o
processo reparativo; já drogas antineoplásicas, ao contrário, são contra-indicadas em
pacientes com cicatrizações em andamento.

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Conclusão::
O grupo concluiu que as cicatrizes promovem contracção do tecido adjacente pois as fibras
colágenas, ao amadurecerem, diminuem de tamanho e perdem a elasticidade. Essa perda de
elasticidade, por sua vez, faz com que a cicatriz seja pouco resistente ao estiramento.

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Referência Bibliográfica:
Patologia Geral
Universidade de São Paulo.
http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/patoartecir.htm

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