Diagnóstico Dos Viveiros Municipais No Estado de Minas Gerais E Avaliação Da Qualidade de Mudas Destinadas À Arborização Urbana
Diagnóstico Dos Viveiros Municipais No Estado de Minas Gerais E Avaliação Da Qualidade de Mudas Destinadas À Arborização Urbana
Diagnóstico Dos Viveiros Municipais No Estado de Minas Gerais E Avaliação Da Qualidade de Mudas Destinadas À Arborização Urbana
Tese apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Ciência Florestal, para obtenção do
título de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2002
ELZIMAR DE OLIVEIRA GONÇALVES
Tese apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Ciência Florestal, para obtenção do
título de Magister Scientiae.
___________________________ __________________________
Prof. Wantuelfer Gonçalves Prof. Laércio A. G. Jacovine
(Conselheiro) (Conselheiro)
___________________________ __________________________
Doutor Edinilson dos Santos Doutor Celso Trindade
_________________________________
Prof. Haroldo Nogueira de Paiva
Orientador
A Deus.
Ao Tinho.
A minha família.
À Tia Edite.
À Dona Edite.
À Dona Odete.
ii
AGRADECIMENTO
iii
BIOGRAFIA
iv
CONTEÚDO
RESUMO......................................................................................................... viii
ABSTRACT...................................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 1
2 . REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 4
2.1 . A arborização urbana............................................................................ 4
2.1.2 . Benefícios da arborização urbana................................................... 5
2.1.3 . Efeito do meio urbano na arborização............................................ 7
2.2 . Instalação e infra-estrutura de viveiros para produção de mudas........ 7
2.3 . Situação da produção de mudas para arborização urbana no Estado
de Minas Gerais............................................................................................ 8
2.3.1. O processo de produção de mudas para arborização
urbana........................................................................................................ 9
2.3.1.1 . Transplante............................................................................. 9
2.3.1.2 . Tutoramento............................................................................ 10
2.3.1.3 . Limpeza.................................................................................. 11
2.3.1.4 . Poda de condução.................................................................. 11
2.3.1.5 . Poda de formação................................................................... 12
2.3.1.6 . Preparo para o plantio definitivo............................................. 12
2.3.2 . Requisitos desejáveis em mudas destinadas à arborização
urbana..................................................................................................... 13
v
2.4 . Definição de qualidade......................................................................... 15
2.4.1. Procedimentos estatísticos utilizados no controle de
qualidade................................................................................................. 15
2.4.2 . Estatística usualmente utilizada no controle de qualidade........ 16
3 . MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 18
3.1 . Área de estudo...................................................................................... 18
3.2 . Diagnóstico dos viveiros públicos municipais....................................... 18
3.3 . Avaliação da qualidade das mudas...................................................... 18
3.3.1 . Amostragem.................................................................................... 19
3.3.2 . Avaliações....................................................................................... 19
3.3.2.1 . Avaliação por variáveis........................................................... 19
3.3.2.2 . Avaliação por atributos........................................................... 20
3.3.3 . Análise estatística........................................................................... 21
4 . RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 22
4.1 . Diagnóstico dos viveiros municipais no Estado de Minas Gerais......... 22
4.1.1 . Análise do porte dos viveiros.......................................................... 24
4.1.1.1 . Tamanho................................................................................. 24
4.1.1.2 . Quantidade de mudas produzidas.......................................... 24
4.1.1.3 . Número de funcionários.......................................................... 25
4.1.2 . Análise da produção de mudas....................................................... 26
4.1.2.1 . Finalidade das mudas produzidas.......................................... 26
4.1.2.2 . Destino das mudas produzidas............................................... 27
4.1.2.3 . Propagação das plantas......................................................... 28
4.1.3 . Infra-estrutura dos viveiros.............................................................. 29
4.1.4 . Qualidade da água e irrigação........................................................ 30
4.1.5 . Recipientes utilizados..................................................................... 31
4.1.6 . Presença e qualificação de responsável técnico............................ 32
4.1.7 . Perfil dos funcionários..................................................................... 33
4.1.7.1 . Treinamento............................................................................ 34
4.1.7.2 . Grau de escolaridade.............................................................. 34
4.1.7.3 . Tempo de exercício na atividade............................................ 35
4.1.7.4 . Média de idade ...................................................................... 35
vi
4.1.8 . Critérios considerados importantes na expedição de mudas
utilizadas na arborização urbana............................................................... 35
4.2 . Avaliação da qualidade das mudas destinadas à arborização
urbana........................................................................................................... 37
4.2.1 . Raízes expostas.............................................................................. 37
4.2.2 . Perpendicularidade......................................................................... 39
4.2.3 . Tortuosidade................................................................................... 39
4.2.4 . Poda de condução.......................................................................... 40
4.2.5 . Poda de formação........................................................................... 41
4.2.6 . Injúrias mecânicas........................................................................... 41
4.2.7 . Plantas daninhas............................................................................. 42
4.2.8 . Altura mínima para inserção do primeiro galho............................... 43
4.2.9 . Doenças, pragas e deficiência nutricional....................................... 44
4.2.10 . Diâmetro mínimo à altura do peito................................................ 45
4.2.11 . Sistema radicular........................................................................... 46
4.2.12 – Análise de pareto......................................................................... 47
4.2.12.1 . Situação geral dos viveiros visitados.................................... 47
4.2.12.2 . Situação dos viveiros particulares........................................ 48
4.2.12 . Situação dos viveiros públicos................................................ 49
5 . RESUMO E CONCLUSÕES...................................................................... 51
5.1 . Diagnóstico dos viveiros....................................................................... 51
5.2 . Qualidade das mudas.......................................................................... 52
6 . RECOMENDAÇÕES.................................................................................. 54
7 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 56
ANEXOS............................... .......................................................................... 61
vii
RESUMO
viii
destinadas principalmente para doação. As plantas são propagadas
basicamente por sementes e estacas, não sendo utilizadas técnicas de
propagação como miniestaquia nem mesmo em viveiros que produzem mudas
de eucaliptos. A porcentagem de municípios que oferecem treinamento aos
seus funcionários poderia ser maior, uma vez que eles são em grande parte,
fixos, embora com baixa escolaridade. Na maioria dos municípios parece não
haver conhecimento acerca dos tratos culturais necessários à produção de
mudas com características desejáveis à arborização urbana. No que diz
respeito à qualidade das mudas destinadas à arborização urbana no Estado de
Minas Gerais, o trabalho mostra que alguns aspectos precisam ser
melhorados. De maneira geral, observou-se que não há preocupação com a
qualidade das mudas, o que foi verificado pelas altas porcentagens de mudas
fora do padrão. Os tratos culturais que devem ser feitos para a formação
adequada da muda para arborização não são realizados em sua totalidade ou
porque eles desconhecem totalmente essas técnicas, ou não são tidos como
importantes pelos responsáveis técnicos ou, ainda, devido ao maior gasto de
mão-de-obra, pois muitos responsáveis reclamaram da falta de pessoal.
Verificou-se que as mudas produzidas em viveiros de instituições pública são
de melhor qualidade que as produzidas em viveiros de particulares. O trabalho
mostra também que as mudas precisam ser produzidas de forma mais técnica,
pois elas vão para o meio urbano, onde continuam agregando valor, não
podendo, portanto, ser feita de forma amadora.
ix
ABSTRACT
The present study was carried out in nurseries located in many cities of
the sate of Minas Gerais. The goals of this work were to diagnose the city public
nurseries in the state of Minas Gerais and evaluate the quality of the seedlings
destined to urban arborization. The city public nurseries were diagnosed by
means of a questionnaire sent to all of the 853 cities in the state. The quality of
the seedlings was evaluated through a research in twelve nurseries, located in
different areas of the state, six of which belonging to government institutions,
and the other six, to private organizations. The diagnosis of the nurseries
demonstrated that great part of the studied cities in the state of Minas Gerais
has no nurseries for seedling production and it can be inferred that either they
are achieved from others or there is no arborization in the streets. The
infrastructure found is inadequate. Great part of the cities does not use safe
water and, in almost a third of those cities, the irrigation system is rudimentary
and uses hoses and watering pot. Many of the seedlings produced in the city
nurseries are used for urban arborization and the rest oration of degraded areas
and riparian forests and are especially destined to be donated. The seedlings
x
are basically spread through seeds and cuttings. Propagation techniques such
as minicuttings are not used, not even in nurseries producing eucalyptus
seedlings. The percentage of cities offering training to their employees could be
higher, since most of them, although having a low education level, remain in the
same the job. It seems that, in most cities, there is no knowledge about the
silviculture treatments necessary to the production of seedlings with the
desirable characteristics for urban arborization. As to the quality of the
seedlings destined to the urban arborization in the state of Minas Gerais, the
study demonstrates that there should be an increase in some aspects. In
general, it was observed that there is no concern with the quality of the
seedlings. The high percentage of seedlings under the desired pattern showed
it. The silviculture treatments, which must be performed for the adequate
formation of the seedlings to be used for arborization, are not carried out in full,
either because the people do not know the techniques very well or because
they are not regarded as important by the technicians. It could be, yet, due to a
higher expenditure with employees, since there was much complaining because
of the lack of workers. It was verified that the seedlings produced in nurseries in
public organizations present a better quality than those produced in private
nurseries. This work also shows that the seedlings should have a more
technical production, since they are destined to a urban environment, where
their value is increased. Such work, thus, cannot be performed in an amateur
way.
xi
1. INTRODUÇÃO
1
microclimática e, por conseguinte, o conforto térmico; reduzem a poluição
sonora; valorizam espaços; e servem de abrigo e de alimento para pássaros.
Levando-se em consideração os incontáveis benefícios que a
arborização urbana pode proporcionar, o assunto passou a ser motivo de
estudos, objetivando a definição de parâmetros indicativos de qualidade de
vida de uma cidade (REZENDE, 1997).
Segundo MOTTA (1998), a arborização torna-se mais importante no
contexto urbano à medida que as cidades crescem verticalmente ou se
expandem horizontalmente. Nos dois casos, a artificialização do meio urbano e
suas conseqüências na qualidade ambiental são percebidas facilmente pela
população que vem sofrendo seus efeitos e, a cada dia, torna-se mais
consciente dessa situação. Portanto, a esterilidade da vida urbana, fixada nas
comodidades do concreto, precisa ser atenuada, uma vez que uma paisagem
mais bonita torna saudável o ambiente e desperta influências psicológicas
positivas, tendo como conseqüência a melhoria da qualidade de vida.
De modo geral, a arborização das cidades brasileiras não tem um
planejamento prévio, daí a ocorrência de sérios problemas de manejo.
Arborizar é uma atividade onerosa e, portanto, requer o planejamento
adequado para evitar correções futuras. Em razão disso, o plantio de árvores
no espaço urbano já não pode ser realizado de forma amadorística, pois as
necessidades urbanas a serem atendidas envolvem avaliação estética,
ecológica, psicológica, social, econômica e política. Mesmo as cidades que
tiveram a sua arborização planejada podem necessitar de correções futuras
GONÇALVES (1999).
Há um consenso geral de que a qualidade das mudas é responsável por
grande parte do sucesso do projeto de arborização. Então, elas precisam ser
produzidas com qualidade, em quantidade adequada e ter custo compatível
(MONTEIRO JUNIOR, 2000).
O objetivo desse trabalho consistiu em diagnosticar os viveiros públicos
municipais do Estado de Minas Gerais e avaliar a qualidade de mudas
destinadas à arborização urbana.
2
Especificamente, pretendeu-se fazer:
§ um diagnóstico dos viveiros no Estado de Minas Gerais, avaliando
sua infra-estrutura, tamanho, existência de responsável técnico,
qualificação e treinamento de viveiristas, técnicas utilizadas na
propagação das plantas, sistema de irrigação, dentre outros
aspectos; e
§ uma avaliação da qualidade de mudas destinadas à arborização
urbana, aferida mediante parâmetros pré-selecionados.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
4
espaços arborizados, também as potencialidades dos espaços arborizáveis da
cidade são diferentes.
A qualidade da arborização urbana será tanto melhor quanto mais
detalhadamente forem considerados os fatores de planejamento, incluindo
entre eles a qualidade das mudas a serem plantadas (Miranda, 1970; Wyman,
1972; Souza 1973; Balmer e Zambrana , 1977; Schubert, 1979, citados por
TEIXEIRA, 1999).
5
As árvores na cidade, ainda pelas suas características, proporcionam
dois outros benefícios básicos: absorvem gases poluentes e servem de local de
deposição de partículas, melhorando a qualidade do ar e reduzindo problemas
de saúde na população (MILLER,1997).
Para Reethof e Heisler (1976), citados por MILANO (1992), em
determinados locais, as árvores junto a residências e estabelecimentos
comerciais podem apresentar aspectos positivos na diminuição de ruídos, na
melhoria do aspecto visual e na proteção contra luzes noturnas incômodas,
além de valorizar as propriedades e melhorar a convivência da população com
as estruturas típicas urbanas.
As árvores minimizam a ação dos ventos e reduzem a evaporação da
umidade do solo. Também têm importância no ciclo hidrológico, pois
interceptam a precipitação, tornando mais suave a queda da água na superfície
do solo, o que aumenta a sua infiltração da, diminuindo as enxurradas e a
erosão (GREY e DENEKE, 1992).
Estudos realizados por Kratzer (1956), citado por SATTLER (1992),
comprovaram que as áreas desprovidas de vegetação tornam-se muito
quentes por volta do meio dia e frias à noite; já as densamente vegetadas
apresentam temperatura com menores variações diurnas, sendo
consideravelmente mais frescas que as anteriores.
A arborização urbana tem importância ainda na preservação da fauna
urbana, fornecendo, através de seus frutos, flores e sementes, alimentos para
insetos, aves e pequenos mamíferos (SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO
AMBIENTE, 1992).
Os benefícios da arborização somente são alcançados quando levadas
em consideração as características locais inerentes à espécie a ser utilizada, o
planejamento do plantio e, ainda, a manutenção e o monitoramento das
árvores (MILANO, 1992).
6
2.1.2. Efeito do meio urbano na arborização
7
viveiro bem planejado deve destinar de 50 a 60% da área total à parte
produtiva que são os canteiros, e o restante do espaço deve ser destinado à
infra-estrutura.
Uma infra-estrutura básica para suporte da produção, deve conter:
escritório; banheiros (feminino e masculino); cozinha ou cantina; almoxarifado e
área coberta em cima e dos lados para o trabalho em dias chuvosos; cômodo
para guardar ferramentas; galpão para armazenamento de recipientes e
adubos; e galpão para armazenamento de agrotóxico. E, ainda, dependendo
do porte, do grau de sofisticação e da especificidade do viveiro, poderá ter
estufas de enraizamento de estacas; casa de sombra para semeadura e
posterior repicagem, ou aclimatação de espécies; pequeno laboratório para
quebra de dormência em sementes, pesagem de adubos e defensivos e
preparo de hormônios; laboratório para micropropagação; sementeiras, caixas
de enraizamento; e sistema de irrigação (IEF, 2000).
As mudas a serem plantadas têm de ser de boa qualidade para que não
precisem ser substituídas posteriormente em razão de desenvolvimento
inadequado. Não basta apenas plantar, é preciso saber como e o que plantar, e
plantar o que há de melhor (GOMES, 1999).
As mudas utilizadas na arborização são, em sua maioria, produzidas por
métodos sexuados, ou seja, através da semente. O inconveniente desse
método é o longo tempo gasto para a produção das mudas. Além disso,
raramente existe algum critério de seleção fenotípica, com vistas a um
melhoramento das espécies no que diz respeito a resistência a pragas, a
poluição, a solos compactados, a deficiência hídrica e ao vandalismo,
problemas que as mudas estarão sujeitas quando plantadas no ambiente
urbano.
Pesquisas sobre a produção de mudas por via assexuada vêm sendo
desenvolvidas com o objetivo de propiciar mudas num menor espaço de tempo
e com características apropriadas à finalidade almejada. A utilização de mudas
8
produzidas por sementes tem grande variabilidade, o que confere a paisagem
um efeito mais dinâmico (GOMES, 1999).
2.3.1.1. Transplante
9
completem seu desenvolvimento. Esse transplantio pode ser realizado em dois
locais distintos: um recipiente maior ou diretamente no solo, o que constitui o
denominado viveiro de espera.
Recipientes maiores: vários são os tipos de recipiente encontrados no
mercado, mas os sacos plásticos têm sido os mais usados, em razão de sua
maior disponibilidade e do menor preço, mas outros como vasos plásticos e
latas (com capacidade de 18 L), também têm sido empregados (PAIVA e
GONÇALVES, 2001).
Viveiros de espera: as mudas são transplantadas diretamente para o
solo, já previamente preparado, onde ficarão até atingir o tamanho adequado
para serem plantadas nas ruas.
Há casos em que as mudas, mesmo sendo produzidas em recipientes,
são colocadas em valas por um determinado tempo, ocasião em que as raízes
ultrapassam tais recipientes e penetram no solo. Tal procedimento facilita a
retirada da muda com um bloco de terra agregado a seu sistema radicular, pois
se faz necessária apenas uma poda das raízes laterais que tenham
ultrapassado o recipiente, bem como o corte da raiz pivotante (PAIVA e
GONÇALVES, 2001).
2.3.1.2. Tutoramento
10
materiais que se deteriorem com o tempo, como a corda de sisal ou de
bananeira, cuidando-se para que não ocorra anelamento. Atenção especial
deve ser dada às raízes na colocação das estacas, que devem ser
preferencialmente postas no momento do transplantio, antes de se colocar a
muda. Quando isso não for possível (no caso de substituição de estacas), usar
o mesmo orifício da estaca anterior (DOMINGUES, 1987).
2.3.1.3. Limpeza
11
A poda de condução permite a “moldagem” da muda até que esta atinja
a altura mínima desejada para início da formação da copa, que. no caso da
arborização de rua, deverá ser entre 1,80 m e 2,10 m e, mesmo depois dessa
fase, a poda de condução deve ser feita sempre que surgirem brotações
laterais.
A poda é realizada na base dos ramos, usando-se um instrumento
cortante e bem afiado. Segundo PAIVA e GONÇALVES (2001), a poda não
deve ser feita com os dedos ou as unhas, pois poderá lascar o tronco das
mudas. Os instrumentos mais utilizados são a tesoura e os serrotes de poda.
12
quando se trata daquelas que serão plantadas na rua e que sofrerão com a
deficiência de água, nutrientes, com a poluição e outros problemas.
As mudas devem, portanto, num período anterior à saída do viveiro
sofrer um condicionamento. Por exemplo, a irrigação no viveiro deve ser
diminuída e, às vezes, eliminada. As mudas que estão em abrigos devem ser
retiradas para se acostumarem ao sol (DOMINGUES, 1987).
As mudas de viveiros de espera devem ser retiradas com um torrão de
terra para proteger o sistema radicular. Para evitar que esta porção de terra se
desintegre, coloque sacos de aninhagem ou estopa. A muda, uma vez retirada
do viveiro de espera, deve ser plantada o mais rápido possível. É bom atentar
para o fato de que o transplante de mudas de viveiro de espera para o local
definitivo deve ser realizado durante o período de repouso vegetativo, sendo
este um dos fatores limitantes desse processo de formação de mudas (PAIVA
e GONÇALVES, 2001).
13
como tiririca, trevos e carrapichos; embalagem adequada, podendo ser de
sacos plásticos, latas de 20 L, balaio, caixotes de madeira etc.
Na Figura 1, tem-se uma muda com as características ideais para o
meio urbano.
Pernadas definidas
1,80 a 2,10 m
Perpendicular ao solo
90°
A altura mínima que a muda deverá ter para ser plantada é bastante
variável, segundo diversas literaturas. Para alguns autores, a altura da muda
deverá estar entre 1,50 m e 2,00 m (CEMIG, 1996), para outros, a altura ideal é
de 2,30 m (ELETROPAULO, 1995) e, ainda, para GOMES (1999), a muda para
arborização urbana deverá ter altura superior a 2,50 m, sendo recomendável
um mínimo de 2,10 m para a altura da primeira bifurcação, uma vez que essa é
14
a medida-padrão para altura das portas nas construções civis, permitindo a
passagem normal das pessoas.
15
problemas com materiais e embalagens. Este tipo de inspeção é rápida, não
necessita de registros detalhados, além do custo baixo e da fácil administração
(TRINDADE et al., 2000).
16
A variação descrita pela distribuição estatística de uma característica de
qualidade tem muitas causas distintas. De acordo com o princípio de Pareto,
algumas dessas causas terão efeito maior na variação total. Outras terão efeito
de alguma forma menor, e a maioria terá um efeito muito pequeno (JURAN e
GRYNA,1991). A aplicação desse conceito na resolução de problemas permite
a identificação dos principais problemas encontrados em determinado produto
que, uma vez sanados, trazem consideráveis ganhos de qualidade no processo
produtivo (TRINDADE et al., 2000).
As etapas para construção do gráfico de pareto são:
§ seleção dos problemas a serem comparados;
§ seleção de um padrão de comparação como unidade de medida;
§ seleção de um período para a análise;
§ coleta dos dados necessários a cada categoria;
§ comparação da freqüência ou o custo de cada categoria com os de
todas as outras categorias; e
§ listagem das categorias de maior importância, da esquerda para a
direita.
17
3. MATERIAL E MÉTODOS
18
2001 e janeiro de 2002, sendo seis viveiros de instituições públicas (PU) e seis
de particulares (PA).
3.3.1. Amostragem
3.3.2. Avaliações
Essa avaliação foi feita para características que podem ser mensuradas.
Para proceder a essa avaliação, foi seguida a orientação: a característica a ser
avaliada foi medida e anotada em formulários próprios.
19
Diâmetro mínimo à altura do peito: o padrão considerado foi de no mínimo 3
cm, sendo considerados fora do padrão os valores abaixo deste. Foi medido
com o auxílio de um paquímetro digital.
20
Plantas daninhas: são plantas que, além da competição, quando arrancadas
causam desestruturação no torrão que contém a muda. Avaliou-se presença ou
ausência. As espécies consideradas em questão foram a tiririca (Cyperus
rotundus) e a pé-de-galinha (Eleusine indica), sendo consideradas dentro do
padrão mudas sem plantas daninhas em seus recipientes.
Altura mínima para inserção do primeiro galho: admitiu-se dentro do padrão
uma altura igual ou superior a 1,80 m. Valores abaixo deste foram
considerados fora do padrão. Esta altura foi medida com fita métrica fixada a
uma haste de metal, porém, para análise foi considerada um atributo.
Doenças: uma muda-padrão deverá estar livre de qualquer doença.
Pragas: analisou-se a presença ou ausência de pragas na muda. Uma muda
padrão não deveria apresentar incidência de pragas.
Deficiência nutricional: Foi avaliada por meio de diagnose visual, utilizando
uma chave geral para identificação dos sintomas de deficiência e excessos
(Anexo 2), se existia algum sintoma de deficiência nutricional nas mudas. Uma
muda ideal não deveria ter deficiência nutricional.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
22
Quadro 1 - Relação da porcentagem de cidades e população urbana existente
nos municípios que enviaram respostas ao questionário.
23
4.1.1. Análise do porte dos viveiros
4.1.1.1. Tamanho
0 5 10 15 20 25 30
Porcentagem
A grande maioria dos viveiros públicos municipais produz até trinta mil
mudas por ano (55,26 %), mas também foram verificados aqueles com
capacidade para produzir mais de 100 mil mudas por ano. Cerca de 10,53%
deles não produziram nenhuma muda, pois estavam desativados em 2000,
período de estudo deste trabalho. Na Figura 4 têm-se as respostas em relação
à quantidade de mudas produzidas nos viveiros dos Municípios que retornaram
respostas ao questionário.
24
Mais de 100000 16,67
50001 a 100000 9,65
30001 a 50000 7,89
15001 a 30000 14,91
10001 a 15000 5,26
5001 a 10000 8,77
3001 a 5000 8,77
1001 a 3000 13,16
até 1000 4,39
Nenhuma 10,53
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Porcentagem
25
Mais de cinquenta 0,87
Dois 26,08
Um 28,70
0 10 20 30 40
Porcentagem
26
Proteção de nascentes 8,87
Ornamentais 20,16
0 20 40 60 80 100
Porcentagem
27
Em que:
V + UP 1,56
V - Vendas
V 1,56 UP - Uso próprio
D - Doação
V+D 7,03
UP 9,38
V+D+UP 14,84
D 18,75
D + UP 45,31
Outros 1,56
0 10 20 30 40 50
Porcentagem
28
Estaquia 75,59
Sementes 96,06
Enxertia 6,30
0 20 40 60 80 100
Porcentagem
29
Cantina 7,08
Nenhuma 10,62
Banheiro fem. 20,35
Escritório 26,55
Galpão (agrotóxicos) 28,32
Almoxarifado 31,86
Banheiro masc. 45,13
Galpão (ferram. + adubos) 85,84
Outros 8,85
0 20 40 60 80 100
Porcentagem
30
R+A 7,55
Em que:
R 8,49 R - Regador
A - Aspersão
M+A 13,21 M - Mangueira
M+R 14,15
M+R+A 14,15
M 14,15
A 24,53
Outros 3,78
0 5 10 15 20 25 30
Porcentagem
31
A utilização desses materiais alternativos é interessante porque permite
a reciclagem daqueles que seriam descartados além de reduzir os custos com
aquisição de embalagens. Mas, dependendo da espécie, pode ser que essas
embalagens não sejam adequadas, comprometendo a qualidade da muda.
Tubetes 11,29
Outros 12,10
0 20 40 60 80 100
Porcentagem
32
Na opção outros encontram-se profissionais como: licenciado em
ciências agrárias, paisagista, engenheiro civil, zootecnista e biólogo. Os três
últimos, no entanto, embora tenham sido citados com responsáveis, não
possuem embasamento técnico para desempenhar essa função.
A presença do responsável técnico é necessária, uma vez que ele detém
o conhecimento de técnicas que possibilitam a produção de mudas com melhor
qualidade. No entanto, deve-se ressaltar a importância de estes profissionais
estarem sempre se reciclando, para assimilar novas tecnologias, e trazer
melhoria na qualidade das mudas.
Outros 3,15
0 10 20 30 40 50
Porcentagem
33
4.1.7.1. Treinamento
34
4.1.7.3. Tempo de exercício na atividade
35
O parâmetro considerado mais importante em mudas para arborização
urbana (66,93 % dos municípios) é a ausência de doenças, o que é justificável,
uma vez que, quando plantada no meio urbano, depara-se com uma infinidade
de condições adversas. Logo, ela precisa estar saudável. Outro fator
importante, com base em análises, é que 55,91 % dos municípios estão
preocupados com a nutrição das plantas.
A altura, considerada uma das características que permitem melhor
estabelecimento da muda no meio urbano, só é importante para 41,73 % dos
viveiros públicos municipais, demonstrando que a maioria deles desconhece as
características de qualidade desejáveis para uma muda destinada à
arborização urbana.
Nº de pernadas 16,54
Perpendicularidade 34,65
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Porcentagem
Observa-se ainda, com base na análise da Figura 13, que não há uma
preocupação com todos os parâmetros de qualidade da muda destinada à
arborização. Com exceção dos parâmetros já citados, os demais são
36
considerados importantes em menos de 34,65 % das respostas que
retornaram. Isso, conseqüentemente, terá reflexos na qualidade da arborização
nos municípios.
37
Quadro 2 – Porcentagem de mudas fora do padrão, destinadas à arborização urbana, produzidas em viveiros
situados em diferentes municípios do Estado de Minas Gerais em 2002
_ _ _
Parâmetros PA1 PA2 PA3 PA4 PA5 PA6 PU1 PU2 PU3 PU4 PU5 PU6 XPA XPU XTotal
% de mudas fora do padrão
Raiz exposta 07,14 02,30 09,89 19,84 13,39 02,88 7,34 01,29 02,07 06,07 07,17 01,45 7,45 4,33 5,21
Perpendicularidade 54,76 66,67 59,34 25,00 60,71 24,28 24,77 44,52 69,71 42,17 47,89 46,02 44,43 47,68 46,76
Tortuosidade 70,24 90,80 64,84 78,57 76,79 75,72 86,24 47,10 37,34 63,58 32,07 49,88 75,93 47,75 55,71
Poda de condução 20,24 80,46 100,00 41,07 97,32 99,59 81,65 82,58 2,07 44,09 47,47 100,00 82,02 58,58 65,21
Poda de formação 100,00 100,00 100,00 42,86 96,43 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 94,64 100,00 98,49
Injúrias mecânicas 23,81 5,75 00,00 01,79 00,00 00,00 22,02 00,65 01,24 00,00 01,69 00,00 3,86 2,11 2,61
Plantas daninhas 15,48 36,78 07,69 32,14 52,68 34,98 42,20 52,26 04,15 18,21 04,43 16,63 31,80 16,64 20,92
Altura 88,10 90,80 100,00 66,07 68,75 97,53 87,16 94,84 92,53 81,47 100,00 98,80 88,41 93,97 92,39
Quantidade total de
mudas avaliadas 84 87 91 56 112 243 109 155 241 313 474 415 673 1707 2380
Legenda:
PA - viveiros particulares
38
4.2.2. Perpendicularidade
4.2.3. Tortuosidade
39
viveiro PU3 (37,34 %), o que foi comprovado na prática durante as visitas,
provando que o uso de tutores diminui o problema de tortuosidade.
A incidência média de tortuosidade nas mudas dos viveiros particulares é
de 75,93 %, e nos viveiros públicos é de 47,75 %.
A tortuosidade das mudas está relacionada ao não tutoramento, conforme
evidenciado nos levantamentos de campo. No entanto, além de tutorar, é preciso
monitorar a muda durante o seu crescimento, pois, à medida que elas crescem, há
necessidade de novos amarrios. Há no mercado instrumentos para amarrar as
mudas aos tutores, aumentando o rendimento da atividade.
40
Comparando-se os viveiros, pode-se dizer que os particulares têm maior
porcentagem de mudas fora do padrão (82,02 %) em relação aos públicos
(58,58%).
41
maneira errada no tronco. Os ferimentos provocados pelas injúrias mecânicas são
a porta de entrada para patógenos que podem causar doenças e,
conseqüentemente, trazer problemas para a muda, com diminuição do seu
crescimento e até levando-a à morte.
42
particulares, o que dificultaria o controle dessas plantas daninhas, logo após a sua
emergência.
43
trabalho, os autores concluíram que a altura média de bifurcação encontrada foi
de 1,33 m, ou seja, abaixo da recomendada, e esta situação é explicada pela
baixa qualidade das mudas produzidas, e que são normalmente plantadas ao
atingirem de 30 a 45 cm de altura, aliadas à não realização de poda de condução.
20,00
18,57
18,00
15,88
16,00
14,12
Porcentagem de mudas
14,00
11,76
12,00 10,80
9,83
10,00 8,95
7,61
8,00
6,00
4,00
2,48
2,00
0,00
abaixo de 40-59 60-79 80-99 100-119 120-139 140-159 160-179 acima de
40 179
Classes de altura (cm)
44
Em relação à deficiência nutricional, avaliada através da diagnose visual,
verificou-se que apenas quatro mudas apresentaram clorose nas folhas velhas,
significando, provavelmente, deficiência por nitrogênio. Estas mudas já haviam
esgotado seu crescimento nos recipientes em que se encontravam, necessitando
ser removidas para outros. Em mudas com adequado teor nutricional supõe-se um
bom desenvolvimento e formação do sistema radicular, permitindo que elas
tenham melhor capacidade de adaptação ao novo local após o plantio
(CARNEIRO, 1995).
Segundo MALAVOLTA (1997), uma planta normal tem em seus tecidos
todos os elementos em quantidades e proporções adequadas. Pode-se considerar
também como normal, uma planta que foi cultivada em condições controladas de
nutrição, não sofrendo restrições para crescer e produzir quanto à quantidade e à
proporção dos elementos que recebe.
Das mudas que possuíam mais de 1,30 m de altura não foi encontrada
nenhuma com diâmetro acima de 3 cm.
A recomendação de que o diâmetro mínimo à altura do peito deva ser de 3
cm ou mais torna-se difícil na prática, pois é preciso levar em consideração as
diversas formas e características das diferentes espécies e, além disso, fatores
como idade e manejo da mudas podem interferir.
A variação dos diâmetros encontrados nas mudas avaliadas é mostrada na
Figura 15.
Tomando-se como exemplo a muda de murta (Murraya exotica), nota-se,
por sua própria característica genética, que ela vai demandar muito mais tempo
para chegar a 3 cm de diâmetro do que espécies que tem características de
crescimento rápido e tronco mais grosso como a sete-cascas (Samanea
inopinata). Das mudas analisadas, a sete-cascas foi a que apresentou o maior
diâmetro, cerca de 2,2 cm; ainda assim encontrava-se abaixo do recomendado.
45
50,00
46,37
45,00
40,00 38,07
Porcentagens de mudas
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
11,20
10,00
5,00 2,80
1,45
0,10
0,00
0 - 0,50 0,51 - 1,00 1,01 - 1,50 1,51 - 2,00 2,01 - 2,50 2,51 - 3,00
Classes de diâmetro (cm)
A análise dos volumes dos recipientes mostrou que a maioria das mudas
está em embalagens inadequadas, ou seja, com menos de 15 L (Anexo 3).
O baixo percentual de embalagens de tamanho adequado tem relação com
o custo de produção de mudas pois, quanto maior a embalagem, maior o custo de
produção devido ao maior gasto de substrato, adubação, mão-de-obra etc., e
também maior custo com transporte.
Vale ressaltar que as mudas também apresentaram tamanho menor que o
padrão, devido ao tamanho do recipiente.
Foram encontrados sacos plásticos de 19 tamanhos, três tamanhos de
latas, além de sacos de aninhagem para acondicionamento das mudas analisadas
(Anexo 3).
46
Dentre todas as mudas avaliadas, somente 12 embalagens (sacos
plásticos) não se encontravam em bom estado de conservação. As demais
estavam de forma geral, em boas condições, sem causar problemas ao
transporta-las até o local de plantio.
Observa-se pela Figura 16, que os fatores que mais contribuíram para a
baixa qualidade das mudas são o diâmetro, a poda de formação e a altura mínima
de 1,80 m. Essas três características são responsáveis por 59,69% do problema.
Para melhoria da qualidade, os primeiros esforços devem ser concentrados
nesses parâmetros e, em seqüência, deve melhorar os demais, seguindo-se a
ordem apresentada na Figura 16.
Considerando que o diâmetro mínimo estabelecido como padrão deve ser
um parâmetro mais bem estudado, em virtude dos motivos já citados, os esforços
para melhoria da qualidade da muda devem se concentrar principalmente na
altura e na poda de formação.
47
100
60
40
20
0
Altura
Perpendicularidade
Injúria mecânica
Tortuosidade
Plantas daninhas
Poda de condução
Poda de formação
Raiz exposta
Diâmetro
Características
Porcentagem fora do padrão Porcentagem acumulada
48
100
60
40
20
0
Altura
Perpendicularidade
Injúria mecânica
Tortuosidade
Plantas daninhas
Poda de condução
Poda de formação
Raiz exposta
Diâmetro
Características
Porcentagem fora do padrão Porcentagem acumulada
49
100
60
40
20
Perpendicularidade
Injúria mecânica
Altura
Plantas daninhas
Poda de condução
Tortuosidade
Poda de formação
Raiz exposta
Diâmetro
Características
Porcentagem fora do padrão Porcentagem acumulada
50
5. RESUMO E CONCLUSÕES
51
§ a porcentagem de municípios que oferecem treinamento aos seus
funcionários poderia ser maior, uma vez que estes são em grande parte
fixos, embora com baixa escolaridade; e
§ em grande parte dos municípios parece não haver conhecimento das
características de muda ideal para arborização urbana, o que implica que
elas estão sendo produzidas sem os tratos culturais necessários.
52
para diminuir esses índices. O mesmo é válido para reduzir o número de
mudas com plantas daninhas em seus recipientes;
§ cerca de 92 % das mudas estão sendo expedidas abaixo da altura mínima
de 1,80 m. Isto significa na prática, que, os clientes não vêm a altura como
uma característica considerada importante no momento da compra das
mudas, caso contrário, os responsáveis pelos viveiros fariam melhor
planejamento da sua produção para atendimento à demanda, sem
detrimento da qualidade;
§ os problemas que mais contribuem para a baixa qualidade das mudas,
tanto em viveiros públicos quanto particulares, são a altura, a poda de
condução e a poda de formação. Logo, os primeiros esforços para a
melhoria da qualidade devem ser direcionados para essas características;
§ a incidência de pragas e doenças, bem como a deficiência nutricional
encontrada nas mudas, foi insignificante. Sob esses aspectos as mudas
estão com ótima qualidade;
§ os tratos culturais, que comumente são feitos para a formação adequada da
muda para arborização não têm sido realizados em sua totalidade. Às
vezes isso ocorre por não se conhecerem essas técnicas, ou porque não
são consideradas importantes pelos responsáveis técnicos , ou, ainda,
devido ao maior gasto com mão-de-obra, pois muitos responsáveis
reclamaram da falta de pessoal;
§ de maneira geral, as mudas produzidas em viveiros de instituições públicas
são de melhor qualidade que as produzidas em viveiros de particulares;
53
6. RECOMENDAÇÕES
54
gestão de qualidade, que poderão ser critérios utilizados para a certificação
dos viveiros.
55
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
56
CESP - COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO. Guia de arborização.
3.ed. São Paulo: 1988. 33p. (Coleção Ecossistemas Terrestres, 006).
GREY, G. W., DENEKE, F.J. Urban Forestry.2ª ed. Florida: Krieger Publish
Company Malabar. 1992. 299p;
57
IEF- Instituto Estadual de Florestas. Diretoria de desenvolvimento florestal
sustentável: viveiros florestais. Disponível em <http:// www.ief.mg.gov.br>.
Acessado em 23/10/2000.
MILLER, R.W. Urban Forestry: planning and managing urban greenspaces. 2ª ed.
New Jersey: Prentice-Hall. 1997. 502p.
58
MOTTA, G.L.O. Inventário da arborização de áreas, utilizando um sistema
hierárquico para endereço impreciso. 1998. 124f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
PAIVA, H.N.; GOMES, J.M. Viveiros florestais. 2.ed. Viçosa: UFV, 2000. 69p.
(Cadernos didáticos, 72)
59
TAKAHASHI, L.Y. Sistema informatizado de manejo da arborização de ruas. In:
CONGRESSO BRASILEIRO SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2, Vitória. 1992.
Anais... Vitória: SEMMAM, 1992. 492p. p. 281-290.
60
ANEXOS
61
Anexo 1
62
...................................................................................................................................
19) Quais as técnicas utilizadas na propagação das mudas? ( ) estaquia
( ) sementes ( ) outros- quais?.................................................................................
20) Como é feita a irrigação? ( ) mangueira ( ) regadore ( ) aspersor ( )
outro............................................................................................................................
21) Quais critérios são considerados importantes para a expedição de mudas que
serão usadas na arborização urbana? ( ) Diâmetro mínimo de 3 cm ( ) altura
mínima para inserção do primeiro galho de 1,80 m ( ) número de pernadas igual a
3 ( ) perpendicularidade de 90º em relação ao nível do solo ( ) ausência de
doenças ( ) ausência de deficiência nutricional ( ) ausência de plantas daninhas
( ) tronco reto, sem tortuosidade.
63
Anexo 2
Chave geral para identificação dos sintomas de deficiência (-) e excessos (+).
Sintomas Causa mais
comum
Folhas ou órgãos mais velhos
Clorose em geral uniforme (dicotiledôneas) -N
Cor verde azulada com ou sem amarelecimento das margens -P
Clorose e depois necrose das pontas e margens; clorose -K
internerval folhas novas (monocotiledôneas)
Clorose internerval seguida ou não da cor vermelho-roxa -Mg
Murchamento (ou não), clorose e bronzeamento -Cl
Clorose uniforme, com ou sem estrangulamento do limbo e -Mo
manchas pardas internervais; encurvamento (ou não) do limbo
Cor verde azulada com ou sem amarelecimento das margens +Al
Pontuações pequenas e pardas perto das nervuras; +Mn
coalescência, encarquilhamento e clorose; internódios curtos
Clorose mosqueada perto da margem, manchas secas perto +B
das margens e na ponta
Manchas aquosas e depois negras no limbo entre nervuras +Cu
Clorose em geral uniforme (dicotiledôneas) -Co
Folhas ou órgãos mais novos
Murchamento das folhas, colapso do pecíolo; clorose marginal; -Ca
manchas nos frutos; morte das gemas
Clorose geralmente uniforme -S
Folhas menores e deformadas. morte da gema; encurtamento -B
de internódios; superbrotamento de ramos; suberização de
nervuras; fendas na casca
Murchamento, cor verde azulada deformação do limbo; -Cu
encurvamento dos ramos; deformação das folhas; exsudação
de gema (ramos e frutos)
Clorose, nervuras em reticulado verde e fino -Fe
Clorose, nervuras em reticulado verde e grosso, tamanho -Mn
normal
Lanceoladas (dicotiledôneas), clorose internerval, internódio -Zn
curto; morte de gemas ou região de crescimento
Necrose nas pontas -Ni
64
Anexo 3
65
Anexo 4
Porcentagens de problemas encontrados nas mudas prontas para a
expedição, considerando-se viveiros públicos e particulares
66
Porcentagens de problemas encontrados nas mudas prontas para a
expedição, considerando-se somente os viveiros particulares
67