Apostila Gestao Financeira Elaborado Por
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Apostila
Gestão Financeira
Sumário
1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Alguns dados e estudos apresentados por entidades como IBGE e SEBRAE apontam um
grande índice de empresas que encerram suas atividades antes mesmo de completar 5
anos. Um dos motivos apontados para agravar esse resultado é a falta de conhecimento
ou implementação de um planejamento financeiro.
Abaixo segue parte de um texto publicado no XII Semead/2009, cujo os autores Corrêa,
A. C. C., Matias, A. B. e Vicente, E. F. R. retratam o cenário de gestão empresarial do
Brasil, no qual demonstram um certo amadorismo do micro e pequeno empreendedor.
Assim, uma das formas de diminuir a alta taxa de mortalidade destas empresas, que
possuem grande relevância no âmbito econômico e social nacional, seria a realização da
análise financeira por parte das mesmas, que normalmente não é feita, como cita
Timmins et al (1979).
Segundo Matias e Lopes Júnior (2002), a má administração causa grande parte dos
fracassos nas pequenas empresas. Em relação à administração, pode-se dizer que a
administração financeira é a área na qual ocorre o insucesso das pequenas empresas.
Isto pode ser afirmado porque todas as áreas da empresa, como marketing, produção e
recursos humanos estão intimamente ligadas com finanças, pois, sem capital que atenda
às necessidades da empresa, seja para financiar seu crescimento, seja para atender às
operações do dia-a-dia, não se pode desenvolver e testar novos produtos, criar ações de
marketing, comprar matéria-prima, manter a estrutura atual ou crescer.
De acordo com Patrone e duBois (1981), na maioria dos casos de pequenas empresas,
falta conhecimento da área financeira para os gestores. Além disso, eles possuem
resistência neste aprendizado. Como citado por estes mesmos autores, é comum ouvir o
seguinte comentário: “Eu não preciso saber sobre análise financeira de índices – Eu
deixo isto para meu contador”. Porém, este conhecimento poderia ser exatamente o que
faria diferença no aumento da probabilidade de sucesso das micro e pequenas
empresas.
INVESTIMENTO FINANCIAMENTO
Ressalta-se que está atribuído a todo gestor financeiro de uma empresa, aumentar a
riqueza dos seus proprietários, ou seja, dos investidores que resolveram incorrer em
riscos.
Financiamento
Investimento de de Longo
Longo Prazo?
Prazo?
DECISÃO
Todo gestor financeiro precisa ficar atento à essas duas demandas. Sobre a decisão de
investimento ele deve se atentar para o custo de capital (K), a estrutura de capital ideal,
as fontes de financiamento e os gastos de capital com expansão, substituição e
renovação.
Já para a decisão sobre financiamento de longo prazo, e preciso atentar-se para o valor
do dinheiro no tempo e a importante relação risco e retorno.
Abaixo são apresentadas algumas decisões estratégicas de longo prazo que um gestor
financeiro precisa observar. Grande parte destas decisões irão repercutir, em termos de
retorno, somente no longo prazo. Outra característica dessas decisões é o alto grau de
risco que elas apresentam. Por isso, muitas técnicas são utilizadas, tais como o
A"vos permanentes
A"vidades de Pesquisa e desenvolvimento
Desenvolvimento de produtos
Marke"ng
Estrutura de Capital
Fontes de Financiamento
Em uma indústria, como exemplo, surgem algumas perguntas na área de produção, que
desencadeia outras no departamento de compras, como:
♦ Vender à vista ou à prazo? Qual prazo deve ser dado? Como se comporta o
concorrente? Qual a política de crédito ideal?
Portanto, as decisões de curto prazo podem ser resumidas conforme figura abaixo:
Nível adequado de estoque
Nível adequado de tesouraria
Gesão de contas a pagar
Gestão de contas a receber
Gestão de cobrança
Polí"cas de preço
2. CONTABILIDADE GERENCIAL
Toda essa estrutura precisa ser planejada e controlada para uma adequada gestão
financeira, proporcionando resultados positivos às organizações.
Toda empresa precisa planejar e controlar sua área financeira. Algumas empresas
resistem em reconhecer as relações que todas a áreas possuem. A contabilidade e a
controladoria exercem papel importantíssimo para uma boa gestão financeira. A
contabilidade gerencial e financeira não podem ser confundidas quanto a sua finalidade.
Autores como ATKINSON (1995) fazem a seguinte análise sobre contabilidade financeira
e gerencial:
5. Planejamento Tributário
6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário
3. CONSTRUINDO UM BALANÇO
O balanço geral de uma empresa pode ser mais simples do que parece. Normalmente
existe muito preconceito quando se utiliza os instrumentos financeiros como o balanço
geral e a demonstração do resultado do exercício (DRE). De uma forma bem simples e
muito utilizada por alguns autores, pode se dizer que o balanço é uma foto tirada da
empresa em um dado momento. Já a DRE, utilizando a mesma analogia, diz-se que
poderia ser comparado ao filme da empresa, que abrange um período entre dois retratos.
TAREFA: Leia o artigo “Por que as contas não fecham” de Mikhail Lopes (Revista
Exame), localizado no final da apostila, pois será interessante para quem tem
pouca afinidade com o tema.
Constitui a síntese financeira dos resultados operacionais durante certo período. É uma
demonstração dinâmica que se destina a apresentar o processo de formação do
resultado econômico obtido com o desenvolvimento das atividades em determinado
período, isto é, desempenho econômico da empresa, traduzido pelos níveis de
lucratividade e rentabilidade.
Elabore o balanço da empresa Crescer Ltda, a partir das informações acima e à medida
que novas informações surgirem.
TOTAL TOTAL
Agora avalie o balanço patrimonial da Cia Delta SA, do triênio 20X1, 20X2 e 20X3.
BALANÇO DA EMPRESA CIA DELTA SA
20X3 20X2 20X1
ATIVO
CIRCULANTE
Disponível 25.000 26.309 34.665
Aplicações Financeiras 62.000 80.915 128.969
Clientes 1.529.061 1.122.512 1.045.640
Estoques 1.317.514 1.039.435 751.206
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 2.933.575 2.269.171 1.960.480
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE
Investimento 228.075 156.475 72.250
Imobilizado 2.401.648 1.517.508 693.448
Diferido 90.037 40.896 0
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE 2.719.760 1.714.879 765.698
TOTAL DO ATIVO 5.653.335 3.984.050 2.726.178
PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 688.791 639.065 708.536
Outras Obrigações 433.743 289.698 275.623
Empréstimos Bancários 158.044 83.429 66.165
Duplicatas Descontadas 676.699 393.885 290.633
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 1.957.277 1.406.077 1.340.957
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos 1.494.240 792.716 314.360
Financiamentos 533.991 378.072 0
TOTAL DO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 2.028.231 1.170.788 314.360
TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS 3.985.508 2.576.865 1.655.317
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital e Reservas 1.350.830 1.194.157 657.083
Lucros Acumulados 316.997 213.028 413.778
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.667.827 1.407.185 1.070.861
TOTAL DO PASSIVO 5.653.335 3.984.050 2.726.178
Lucro Bruto
Despesas operacionais
LAJIR
Juros pagos
LAIR
Impostos
Lucro Líquido
Agora avalie a DRE da Cia Delta SA, do triênio 20X1, 20X2 e 20X3.
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO DA EMPRESA CIA DELTA SA
EXERCÍCIOS
20X3 20X2 20X1
Receita Líquida 5.851.586 4.425.866 4.793.123
Custo dos Produtos Vendidos ‐4.218.671 ‐3.273.520 ‐3.621.530
Lucro Bruto 1.632.915 1.152.336 1.171.593
Despesas Operacionais ‐498.025 ‐427.225 ‐495.993
Outras Receitas Operacionais 27.777 17.581 8.394
Lucro Oper. antes do Resultado Financeiro 1.162.667 742.692 683.994
Receitas Financeiras 5.935 7.562 10.860
Despesas Financeiras ‐863.298 ‐442.816 ‐284.308
Lucro Operacional 305.304 307.438 410.546
Resultado Não Operacional 1.058
Lucro Antes do I.R. (LAIR) 305.304 307.438 411.604
Lucro Líquido 165.956 167.116 223.741
1. Gutemberg e Maria Eduarda resolvem abrir uma empresa com capital social de
R$105.000,00, sendo que 80% de Gutemberg e 20% de Maria Eduarda. Maria integraliza
totalmente em dinheiro e Gutemberg metade em dinheiro e metade em veículo.
Medem com que velocidade a empresa converte suas atividades em vendas ou caixa, ou
seja, visam mensurar a duração do ciclo operacional desde a aquisição de insumos ou
mercadorias até o recebimento das vendas.
Prazo médio de estocagem: apresenta o tempo médio que a empresa leva para repor
seus estoques. Normalmente deve ser o menor possível, mas sem afetar o nível de
estoque ideal.
O giro de estoque também é útil para apresentar quantas vezes a empresa gira o estoque
no ano.
Prazo médio de pagamento: apresenta quanto tempo médio a empresa leva para
pagar seus fornecedores.
Giro do ativo total: apresenta quanto que cada R$1,00 aplicado no ativo gera de
vendas na empresa.
vendas/ativo total
LAJIR/juros
Ativo Permanente/PL
Margem de lucro bruto: Estabelece quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada
R$1,00 de receita liquida. Lembre-se que a empresa ainda precisa cobrir outras
despesas e ainda gerar lucro.
Lucro por ação (LPA): Muitos utilizada no mercado de ações, pois avalia o lucro para
cada ação emitida pela empresa.
São índices especificamente para empresas com ações negociadas nas bolsas de
valores.
Índice Preço/Lucro (P/L): mede quanto os investidores estão dispostos a pagar por
cada R$1,00 de lucro corrente. Às vezes P/L mais elevado demonstra empresas de
crescimento, mas o índice não deve ser interpretado isoladamente.
Todo investidor que resolve colocar seus recursos em uma atividade, busca retornos
superiores aos dos investimentos da renda fixa ou variável. Portanto, ao assumir o risco
da atividade, toma decisões financeiras que contribua para a elevação dos resultados
operacionais e líquido. Esse desempenho pode ser medido pelos graus de alavancagem
operacional e financeira.
O Ponto de Equilíbrio (PE), também conhecido como análise custo – volume – lucro, é
utilizado com objetivo de se conhecer:
Abaixo são apresentadas as equações que poderão ser utilizadas para o cálculo de
quantidade, preço e nível de operações necessárias.
Exemplo de cálculo de Q
Supondo-se que uma empresa possui custos fixos de R$2.500,00, que o preço de venda
por unidade seja de R$10,00 e o custo variável seja R$5,00/unidade. Qual é o ponto de
equilíbrio (Q)?
CF R$2.500, 00
Q= = = 500un
P − CV R$10, 00 − R$5, 00
Exemplo de variação do Q
CF + Lucro minimo
PeE =
P – CV
Produto X Produto Y
A – Para que os custos fixos possam ser pagos e zere o LAJIR, qual o volume de
produtos X e Y precisa ser vendido?
Para simplificar o cálculo, uma vez que foi inserido o conceito de margem de
contribuição, uma equação equivalente também poderá ser utilizada, quando
acompanhada da tabela 3.1, ou seja:
CF + Despesas fixas
Pe =
Margem de contribuição unitária
Neste cenário, a empresa gasta 15.000 Kg de matéria prima para fabricar os dois
produtos. No entanto, diante de um novo cenário com escassez, o fornecedor reduziu em
50% o fornecimento de matéria prima, ou seja, somente vai entregar 7.500 Kg. Portanto,
qual deve ser sua decisão para a empresa não cair no LAJIR negativo, produzir o produto
que possibilita maior margem de contribuição (X) ou aquele que consome menos matéria
prima (Y)?
RESPOSTA:
Agora que já se conhece o efeito dos custos fixos nas operações empresariais, é possível
o estudo da Alavancagem Operacional (GAO).
Conforme Assaf Neto e Lima (2010) essa é uma medida que aponta como uma alteração
no volume de atividade pode influenciar o resultado operacional de uma empresa. Ou
seja, quanto o aumento de 20% nas vendas impacta no lucro operacional desta. Essa
média pode ser obtida pela seguinte equação:
Empresa X Empresa Y
Receita de vendas R$200.000 100% R$200.000 100%
Custos e despesas variáveis R$60.000 30% R$140.000 70%
Margem de Contribuição R$140.000 70% R$60.000 30%
Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000
Resultado Operacional R$20.000 R$20.000
Tabela 3.4
Empresa X Empresa Y
Receita de vendas 100%
R$240.000 100% R$240.000
Custos e despesas variáveis R$72.000 30% R$168.000 70%
Margem de Contribuição R$168.000 70% R$72.000 30%
Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000
Resultado Operacional R$48.000 R$32.000
Variação nas vendas 20% 20%
Variação no lucro operacional 140% 60%
GAO 7 3
Tabela 3.5
Percebe-se claramente que um aumento de 20% nas vendas da empresa X eleva o lucro
operacional em 7 vezes (140%). Já a empresa Y aumenta 3 vezes (60%). Isto acontece
porque os custos fixos se mantiveram e aumentaram a diluição pela elevação do volume
de vendas. Como a estrutura da empresa X é mais arriscada, numa hipótese oposta de
redução de 20% nas vendas, somente a empresa Y ainda se manterá com lucro.
Empresa X Empresa Y
Receita de vendas 100%
R$160.000 100% R$160.000
Custos e despesas variáveis R$48.000 30% R$112.000 70%
Margem de Contribuição R$112.000 70% R$48.000 30%
Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000
Resultado Operacional -R$8.000 R$8.000
Variação nas vendas - 20% - 20%
Variação no lucro operacional - 140% - 60%
GAO 7 3
Tabela 3.6
PARA PENSAR: Como obter uma estrutura de custos similar à empresa X (mais
arriscada), que proporciona resultado operacional diferente ao da empresa Y?
Ativos circulantes são compostos por caixas e outros ativos que se esperam ser
convertidos em caixa num prazo máximo de um ano.
Passivos circulantes são obrigações que prevê pagamento num prazo máximo de um
ano.
1.Redução do ELP
2.Redução do PL
3.Redução do passivo circulante
4.Aumento do ativo circulante, exceto caixa
5.Aumento do ativo permanente
Uma administração de capital de giro eficiente envolve uma alta rotação (giro) do
circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações;
Disponibilidades
Contas a receber
Estoque
EXEMPLO:
EVENTOS DECISÕES
Compra de matéria-prima Quanto estocar?
Pagamentos à vista Tomar emprestado ou usar o caixa disponível?
Fabricação do Produto Qual tecnologia deverá ser adotada?
Vendas Deverá ser concedido crédito a clientes?
Cobrança Como cobrar?
Atenção: os eventos não são sincronizados e são incertos.
Exercício 1
Wladimir está planejando vender hot-dogs para alunos da faculdade. Fez os cálculos e
chegou aos seguintes custos:
Fixo:
R$ 90,00 gás
R$150,00 combustível
R$ 80,00 seguro
R$ 30,00 outros
Total de R$350,00
Exercício 2
Exercício 3
EX.: PME = 45 D
PMR = 35 D
PMP = 30 D
Vendas médias mensais = $90.000
a) Qual a NICG?
b) Qual a NICG caso as vendas fossem de $180.000?
Exercício 4
Considere as seguintes informações provenientes de determinada empresa:
Exemplo : a tecla [i] apresenta outras duas funções adicionais : a função [INT] em
amarelo e a função [12÷]. Para usar a função [i] basta pressionar a tecla [i]. Para usar a
função [INT] é necessário pressionar, antes, a tecla [f] (note que o visor indicará que tecla
[f] foi pressionada) e depois a tecla [INT]. De forma similar, para usar a função [12÷] é
necessário pressionar a tecla [g] (note que o visor indicará que tecla [g] foi pressionada) e
depois a tecla [12÷].
Embora sempre trabalhe internamente com valores com muitas casas decimais, a HP12C
permite a exibição de um número de casas decimais pré-fixado. Para fixar um número de
casas decimais, pressione a tecla [f] e depois o número de casas decimais desejado. Por
exemplo, para trabalhar com 2 casas decimais, basta pressionar [f] 2. Para exibir 4 casas
decimais, pressione [f] 4.
A HP12C permite usar o ponto ou a vírgula como separador de casas decimais. Para
trocar a opção em vigor, desligue a máquina, pressione a tecla [.] e depois ligue a
máquina, liberando primeiro a tecla [ON] e depois a tecla [.]. Automaticamente, a HP12C
trocará o separador de casas decimais.
A HP permite a realização de cálculos com números que sejam maiores que 10-100 e
menores que 10100. Já que o visor só permite a exibição de números com até 10
algarismos, números muito grandes ou muito pequenos são exibidos sob a forma de
notação científica, onde a mantissa é apresentada primeiramente e, depois, o expoente
de 10 que multiplica a mantissa. Por exemplo 14 milhões multiplicado por 24 milhões será
exibido na HP como sendo [3,360000 14]. Note a existência de espaço entre 3,360000
e 14. O primeiro número [3,360000] é a mantissa e o segundo [14] é o expoente de 10
que está multiplicando a mantissa. De outra forma : 14.000.000 x 24.000.000 =
336.000.000.000 = 3,360000 x 1014 .
Uma forma de trabalhar com valores muito grandes na HP é viabilizada pela tecla [EEX]
que representa o expoente de 10 que multiplica o número que está sendo digitado. A
função será melhor descrita a seguir.
As duas principais características das calculadoras HP12C consistem na lógica RPN (no
inglês Reverse Polonish Notation, ou Notação Polonesa Reversa) e na pilha de
registradores.
Lógica RPN
Note que a HP12C não possui uma das principais teclas de calculadoras algébricas
comuns que é a tecla de igualdade. A razão dessa inexistência consiste no fato da HP
trabalhar com uma lógica matemática diferente : a lógica RPN. Enquanto em uma
operação algébrica comum, os operandos devem ser intercalados por operadores, na
lógica RPN os operandos devem ser colocados primeiramente e, depois, devem ser
colocados os operadores.
ON PMT
Normalmente o valor do capital é conhecido como principal (P). A taxa de juro (i), é a
relação entre os Juros e o Principal, expressa em relação a uma unidade de tempo.
Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial,
dizemos que temos um sistema de capitalização simples (Juros simples). Quando a
taxa de juros incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante),
dizemos que temos um sistema de capitalização composta (Juros compostos).
O regime de juros simples, é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital
inicial. Este sistema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise
desse tema, como introdução à Matemática Financeira, é de uma certa forma,
importante.
Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n
períodos.
Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos
escrever a seguinte fórmula, facilmente demonstrável:
J = P . i . n = Pin
J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por
período igual a i.
No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos
juros produzidos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é
denominado MONTANTE (M). Logo, teríamos:
Portanto, M = P(1+in).
Exemplo:
Solução:
A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da
função juros simples, senão vejamos:
Façamos P.i = k.
Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem.
(Porque usei o termo semi-reta ao invés de reta?).
Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o número de períodos n, são
grandezas diretamente proporcionais. Daí, infere-se que o crescimento dos juros simples
obedece a uma função linear, cujo crescimento depende do produto P.i = k, que é o
coeficiente angular da semi-reta J = kn.
Exercício proposto:
Calcule o montante ao final de dez anos de um capital $10000,00 aplicado à taxa de juros
simples de 18% ao semestre (18% a.s).
Resposta: $46000,00
Vimos no artigo anterior, que se o capital P for aplicado por n períodos, a uma taxa de
juros simples i, ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a
J = Pin
e que o montante (capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a
M = P(1 + in).
O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o
período n têm de ser referidos à mesma unidade de tempo.
Assim, por exemplo se num problema, a taxa de juros for i =12% ao ano = 12/100 = 0,12
e o período n = 36 meses, antes de usar as fórmulas deveremos colocá-las referidas à
mesma unidade de tempo, ou seja:
Exemplos:
E01 – Quais os juros produzidos pelo capital $12000,00 aplicados a uma taxa de juros
simples de 10% ao bimestre durante 5 anos?
SOLUÇÃO:
Temos que expressar i e n em relação à mesma unidade de tempo.
E02 – Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, à uma taxa mensal de 5%.
Depois de quanto tempo este capital estará duplicado?
SOLUÇÃO:
Temos: M = P(1 + in). Logo, o capital estará duplicado quando
Simplificando, fica:
Exercício proposto:
Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, à uma taxa anual de 10%.
Depois de quanto tempo este capital estará triplicado?
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. Teremos:
Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o
crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, e portanto tem um crescimento
muito mais "rápido".
mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não
se justifica em estudos econômicos.
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros
compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
S = 1000(1 + 0,1)n
De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros
compostos i durante o período n :
S = P (1 + i)n
VF = VP(1 + K ) n
Na HP12c este cálculo fica muito mais simples, conforme os passos abaixo:
OPERAÇÃO NA HP 12C
VALOR ENTER/CHS
PV
TAXA I
PERÍODO N
VALOR FUTURO FV
VALOR DA PARCELA PMT
PMPC
2.000,00
2.200,00
2.420,00
2.662,00
2.928,20
12.210,20
Segundo (Ross, Westerfiel e Jaffe, 2002) o valor presente é o valor atual de fluxos de
caixa futuros, descontados a uma taxa de desconto apropriada”. A equação para o
cálculo do VP está inserida abaixo:
VF
VP =
(1 + K ) n
Na HP12c este cálculo fica muito mais simples, conforme os passos abaixo:
OPERAÇÃO NA HP 12C
VALOR ENTER/CHS
FV
TAXA I
PERÍODO N
VALOR PV
PRESENTE
943,40
890,00
839,62
792,09
747,26
4.212,37
Duas taxas são proporcionais quando os seus valores formam uma proporção direta com
os tempos a elas referidos, reduzidos à mesma unidade.
SOLUÇÃO
Lembrando que 1 ano = 12 meses, temos:
Duas taxas são equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital, durante o mesmo
período, produzem o mesmo juro.
EXEMPLO: Calcular o juro produzido pelo capital de R$ 20.000,00
SOLUÇÃO
No primeiro caso, temos J = 20.000,00 x 0,04 x 6 = 4.800,00
No segundo caso, temos J = 20.000,00 x 0,12 x 2 = 4.800,00
Como os juros são iguais, podemos dizer que 4% a . m. e 12% a . t., são taxas
equivalentes
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
TOTAL TOTAL
DRE
Receita com vendas de Serviços
Outras Receitas
Lucro Bruto
Despesas operacionais
Outras Despesas
LAJIR
Juros pagos
LAIR
Impostos
Lucro Líquido
Anexo 1 – Artigo
No início de 1972, a fabricante nacional de pistões e bronzinas Metal Leve abriu o capital na
Bolsa de Valores de São Paulo. Levando em conta o valor do patrimônio da empresa, constante
de seu balanço, cada ação teve o preço fixado em 2,65 cruzeiros, a moeda da época. Após a
abertura do capital, o valor das ações se multiplicou várias vezes até estabilizar na casa dos 15
cruzeiros. O caso da Metal Leve mostra como uma empresa não vale pelo patrimônio que está
registrado em seu balanço. Vale pelo que o mercado acredita que ela pode gerar de lucro no
futuro.
Balanço, então, para quê? De que serve aquela confusão de números, escondidos por trás de
alíneas obscuras, notas em letra miúda no rodapé e um fraseado empolado, tocado a expressões
cheias de significado como ativo ou passivo, imobilizado ou diferido? Que dizer dos créditos de
liquidação duvidosa? Do realizável a longo prazo ou dos passivos circulantes? Como reagir
diante de uma depreciação ou, pior, de uma amortização? Isso para não falar, nestes tempos de
globalização, no goodwill, nas liabilities ou no equity. Pois é. Sabe-se vagamente que, no final das
contas, o ativo tem de ser igual ao passivo. Sabe-se também que o que interessa mesmo é a
última linha do balanço, aquela que diz se uma empresa está no azul ou no vermelho. Mas a
ciência contábil continua sendo um mistério acessível a uns poucos iluminados.
O que os guarda-livros de outrora não sabiam e nem podiam imaginar é que a discrepância entre
o valor acionário da empresa e o valor de seus ativos se tornaria muito maior nas empresas da
Nova Economia. Considere o caso da fabricante americana de equipamentos de telecomunicação
Cisco. A empresa tem ativos contabilizados no balanço de 1999 em 14,7 bilhões de dólares, mas
é avaliada pelo mercado acionário em mais de 470 bilhões de dólares, ou 32 vezes o valor
declarado. No portal Yahoo! essa proporção chega a 36 vezes (valor de mercado de 68,3 bilhões
de dólares para ativos de 1,9 bilhão). Na Oracle, são 30 vezes. Em 1972, depois de sua
fenomenal abertura de capital na Bovespa, a Metal Leve valia aquilo que na época era uma
fábula: 5,66 vezes o total dos ativos no balanço. Uma miséria em comparação com as empresas
digitais de hoje.
A discrepância maior nas empresas da Nova Economia ocorre por um motivo simples: os ativos
mais importantes delas não são fábricas ou máquinas, declaradas como patrimônio no balanço.
São marcas, clientes ou as tecnologias que desenvolvem. Eles são ativos conhecidos como
intangíveis. De acordo com os critérios tradicionais, uma marca ou um software não podem ser
contabilizados como ativos. Não existem contabilmente, mas têm grande valor de mercado. Eis o
grande problema da contabilidade convencional aplicada a empresas baseadas no intangível:
como registrar no balanço aquilo que o mercado mais valoriza?
"Os ativos intangíveis só passam a existir contabilmente quando a empresa vende ou compra a
marca ou o software. Ou seja, quando entra ou sai dinheiro do caixa. Porque os balanços são
baseados no fluxo de caixa", diz Sidney Ito, sócio da empresa de auditoria KPMG. "Isso tende a
aumentar ainda mais a diferença entre o que está no balanço e o que a empresa vale no
mercado." Ou seja: o software que uma empresa desenvolveu ou uma marca que construiu não
entram no balanço como patrimônio. O que vai para o balanço são os gastos em pesquisa para
criar o software ou o marketing para construir a marca.
Isso gera outro tipo de distorção entre os balanços da velha e da Nova Economia. Quando uma
empresa constrói, digamos, uma fábrica, contabilizar todo o custo da construção no ano em que
ela é concluída não faz sentido. A fábrica vai durar 20, 30, 50 anos, gerando receita ao longo do
tempo. O bom senso manda, então, que se imagine durante quanto tempo a fábrica vai funcionar
- o que, por si só, já é difícil de fazer - e se lance o custo da construção em parcelas ao longo
desses anos. Isso é conhecido no impenetrável jargão dos guarda-livros como depreciação.
Suponha que a Votorantim Celulose e Papel construa uma fábrica neste ano por 70 milhões de
reais e projete para ela uma vida útil de 35 anos. A empresa contabilizará como despesa no
balanço deste ano 2 milhões de reais, e não 70 milhões.
Aquilo que as empresas gastam com pesquisa, desenvolvimento e marketing pode gerar
benefícios por anos, talvez décadas. Pense em todas aquelas empresas com ações cotadas na
Nasdaq, a bolsa eletrônica americana, com valor de mercado nas estrelas e prejuízo idem. Elas
não precisam de fábricas, mas têm de construir outras coisas: marcas, bases de clientes,
conhecimento tecnológico. Na economia da Internet, são esses os bens que determinarão o
sucesso ou o fracasso. E as regras contábeis americanas dizem que eles devem ser lançados no
balanço como despesas.
Quanta diferença isso faz? Muita. Considere o exemplo da Amazon.com, uma unanimidade
quando o assunto são anomalias acionárias. A empresa de Jeff Bezos publicou no balanço de
1999 um prejuízo de 720 milhões de dólares. Se os investimentos em pesquisa e
desenvolvimento, marketing e publicidade fossem considerados como ativos e depreciados ao
longo de cinco anos, a Amazon.com teria um lucro de 400 milhões de dólares. Sem poder confiar
em uma única linha de um balanço de uma empresa da Nova Economia elaborado com base em
critérios tradicionais, o mercado acaba valorizando demais os intangíveis e gera a discrepância
existente entre a avaliação das empresas e o que elas representam de fato em termos
econômicos.
Algumas empresas digitais têm, por exemplo, registrado como receita todo o dinheiro que os
internautas pagam nos sites por algum produto ou serviço, quando na verdade ficam com uma
pequena parcela do total. Veja o caso da Priceline.com, empresa americana que ficou famosa por
criar o modelo em que o internauta diz quanto quer pagar por uma passagem aérea ou quarto de
hotel. A empresa registrou um faturamento de 152 milhões de dólares no mais recente relatório
trimestral apresentado à Securities and Exchange Comission (SEC), a comissão que fiscaliza o
mercado acionário americano. Mas essa soma inclui o valor total que os consumidores pagaram
por passagens aéreas, hotel e aluguel de carros. A Priceline.com só embolsou 18 milhões de
dólares. O resto do dinheiro foi pago a companhias aéreas, hotéis e locadoras de veículos.
Outro truque contábil que está se tornando comum entre as empresas .com é registrar o valor de
anúncios permutados como se eles tivessem sido vendidos. A StarMedia, por exemplo, computou
um faturamento de 5,6 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano fiscal de 1999. Mas 26%
desse total se referiam a anúncios pelos quais a empresa não recebeu nem um centavo, mas sim
espaço publicitário permutado com emissoras de TV e rádio. Esse tipo de transação é comum em
empresas de mídia. Mas, para as empresas da mídia tradicional, tais acordos nunca representam
mais que 5% do total das vendas de anúncios. No mundo online, não é raro encontrar
companhias que obtêm até metade de seu faturamento dessa forma. As transações com permuta
de anúncios responderam por 6% de toda a receita de publicidade na Internet no segundo
trimestre do ano passado, de acordo com uma pesquisa da empresa de contabilidade
PricewaterhouseCoopers.
As empresas digitais, mestres na arte de oferecer produtos e serviços de graça para atrair
internautas, descobriram uma maneira de disfarçar o efeito que toda essa generosidade produz
no balanço. Imagine que um usuário compre um suéter de 50 reais num site que oferece
desconto de 20% sobre aquele preço. As empresas então deveriam lançar apenas 40 reais como
receita. No entanto, algumas .com estão lançando os 50 reais como receita e 10 reais como
despesa de marketing. No final das contas, o resultado é o mesmo, mas as vendas acabam
infladas. Trata-se de um artifício poderoso num mundo em que a maioria das empresas dá
prejuízo e no qual o que todos olham é o crescimento da receita.
Amazon.com, eToys e 1-800-flowers estão entre as muitas empresas de comércio eletrônico que
fazem mágicas com os custos de armazenamento, empacotamento e envio de produtos. As
empresas do mundo dos átomos contabilizam esses gastos como custo de vendas. As empresas
digitais contabilizam como despesa de marketing. Por quê? Porque a despesa com vendas afeta
diretamente a margem de lucro. Muitas empresas digitais já operam com margens de lucro
raquíticas e têm pouco interesse em que elas emagreçam ainda mais. Outro benefício para as
.com: tal prática permite esconder despesas de outro tipo em meio aos gastos com marketing que
os investidores acreditam ser necessários neste momento para construir marcas conhecidas. É
uma forma de transformar uma despesa muitas vezes bastante tangível em um atraente ativo
intangível. A livraria virtual Varsitybooks.com dispensou os serviços de auditoria da KPMG em
outubro depois que ela se recusou a assinar um balanço em que os custos de envio estavam
contabilizados como despesas de marketing. A nova empresa de auditoria, a
PricewaterhouseCoopers, assinou o balanço.
No final do ano passado, a SEC, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos,
enviou um documento ao órgão que define os padrões contábeis no país. Em 11 páginas, listava
problemas nas práticas contábeis usadas pelas empresas digitais e pedia que o órgão estudasse
meios de limitar tais práticas. A valorização pelo mercado dos tais ativos intangíveis que não são
contabilizados acaba oferecendo uma brecha. Sempre dá para disfarçar o balanço jogando com
aquilo que o mercado vai julgar como intangível. Um endurecimento nas regras contábeis
americanas - já bastante rígidas - pode até coibir algumas práticas duvidosas, mas nunca fará
com que elas acompanhem o ritmo com que os magos das finanças inventam novos truques para
fazer os balanços parecerem mais vistosos aos olhos dos investidores sem infringir a lei.