Nutrição Humana
Nutrição Humana
Nutrição Humana
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
Índice para Catálogo Sistemático
1. Educação Ensino Superior I. Nutrição humana
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos
para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo,
deverão ser dirigidos à Direção.
Natália Queiroz Lima
Seja bem-vindo!
02
1. Conceito..............................................................8
2.Principais alterações alimentares ..........8
2.1. Anemias ...................................................89
2.2. Desnutrição ............................................ 12
2.3. Diabetes Mellitus ................................. 14
2.4.Obesidade................................................ 17
2.5. Hipertensão Arterial........................... 18
02
Dietoterapia
• Conceituar dietoterapia e seu emprego no dia-a-dia
1. CONCEITO
A dietoterapia é a parte do tratamento do paciente
nas enfermidades agudas ou crônicas que envolve modifica-
ções na dieta diária que deve ser seguida pelo paciente. Esta
tem por finalidade de usá-la como tratamento único da doen-
ça, como por exemplo, diabetes tipo 2 ou mesmo fazer parte
do tratamento junto ao fármaco ajudando na recuperação do
organismo do doente.
A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organis-
mo nutrientes adequados ao tipo de doença, condições físicas,
nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou recupe-
rando o estado nutricional.
Alimentação balanceada é aquela que contém todos os
nutrientes: carboidratos, proteína, gordura, sais minerais e vita-
minas, mantendo entre si um equilíbrio. Ela é utilizada para ma-
nutenção da saúde ou para prevenir alguma doença.
8
Faixas Etárias HB ( g/dl)
Sangue do cordão do RN 13 a 20
9
de hemoglobina. Os sinais e sintomas mais proeminentes con-
sistem em queda da pressão arterial devido à diminuição do vo-
lume sanguíneo total, com tonteira e desmaio subseqüentes, ta-
quicardia e palpitação, sudorese, ansiedade, agitação, fraqueza
generalizada e possivelmente uma diminuição da função mental.
Na anemia crônica, o volume sanguíneo total está normal,
mas ocorre uma diminuição dos glóbulos vermelhos e hemo-
globina. A falta de hemoglobina causa descoramento do sangue,
com palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos,
com os sinais clínicos decorrentes desta alteração. Portanto, os
principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia
(falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do
olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de
aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito “paradas”).
Os líquidos são necessários para repor os fluidos perdi-
dos através da hemorragia e, consequentemente perdidos dos
tecidos. Em casos de hemorragia muito séria, pode ser necessá-
ria a restauração do volume do sangue através de transfusões.
10
de ferro são os alimentos de origem animal – fígado e carne de
qualquer animal – por possuírem um tipo de ferro melhor apro-
veitado pelo nosso organismo.
Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se as le-
guminosas (feijão, grão-de-bico, fava, lentilha, ervilha), os grãos
integrais ou enriquecidos, nozes, castanhas, rapadura, açúcar
mascavo e as hortaliças (couve, agrião, taioba, salsa).
• Anemia falciforme
É uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos
glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma
foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana
alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.
A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente
em cada indivíduo. Os sintomas geralmente aparecem na se-
gunda metade do primeiro ano de vida da criança. O sintoma
mais freqüente da doença falciforme causado pela obstrução de
pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos em forma
de foice. A dor é mais freqüente nos ossos e nas articulações,
podendo, porém atingir qualquer parte do corpo. Essas crises
têm duração variável e podem ocorrer várias vezes ao ano. Ge-
ralmente são associadas ao tempo frio, infecções, período pré-
-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou desidratação.
11
Esta anemia está presente em algumas gestantes e em be-
bês nascidos de mães que tenham a deficiência. A deficiência
pode ainda resultar de uma dieta inadequada. É vista também,
com freqüência, no alcoolismo crônico, porque altos níveis de
álcool no sangue bloqueiam a resposta da medula óssea ao ácido
fólico e interferem na formação dos glóbulos vermelhos.
O tratamento da anemia megaloblástica consiste na mi-
nistração de ácido fólico através de medicamentos, até que
a deficiência seja corrigida. O consumo dos demais nutrientes
indispensáveis à produção de glóbulos vermelhos (vitamina C,
proteínas, ferro, cobre e vitamina B12), além do consumo de ali-
mentos fontes de ácido fólico, ajuda no tratamento.
2.2. Desnutrição
É uma doença causada pela dieta inapropriada com a
carência de nutrientes essenciais. Podemos identificar como
principais causas: má alimentação como principal. Ainda, outras
patologias podem desencadear má absorção ou dificuldade de
alimentação e causar a desnutrição.
12
Dificuldades econômicas, inflação, guerras e falta de op-
ções alimentares diversificadas também é um problema sério
mesmo em alguns países desenvolvidos.
Crianças com desnutrição calórico-protéica apresentam
retardo no crescimento e desenvolvimento, enquanto outros
sintomas clínicos variam com a idade e o estado da criança, além
da intensidade dos fatores causais.
• Kwashiorkor
O kwashiorkor é caracterizado por atrofia muscular
marcante, com gordura corporal total normal ou aumentada. Tem
como causa a ingestão inadequada de proteínas, com conteúdo
razoável a bom de calorias totais ingeridas. Ocasiona diminuição
de proteínas em diversos setores do organismo: sangue, tecidos
periféricos, músculos, fígado, entre outros (Fontes, 2015).
O kwashiorkor tende a aparecer com mais freqüência em
crianças com mais de um ano de idade. A presença de edema é sua
característica mais distinta. Invariavelmente o crescimento é retarda-
do, embora a existência de edema possa mascarar o grau de inanição.
O kwashiorkor é uma afecção aguda de curta duração, em
que a recuperação ou morte ocorrem de modo relativamente
rápido. A taxa de mortalidade, mesmo entre crianças hospitali-
zadas é elevada e a criança apresenta-se apática e triste.
• Marasmo
O marasmo é caracterizado como a perda de massa
muscular e a depleção do conteúdo corporal de lipídeos. É a
forma mais comum de desnutrição protéico-energética e é cau-
sada pela ingesta inadequada de nutrientes, especialmente ca-
lorias totais. Essas crianças demonstram, classicamente, cons-
tipação grave e são extremamente famintas. O exame físico vai
mostrar: peso e altura diminuídos para a idade, aparência de
fraqueza, bradicardia, hipotensão, hipotermia, pele seca e fina,
dobras cutâneas redundantes por perda do panículo adiposo,
cabelo fino e esparso, de queda fácil. Normalmente, são crian-
ças irritadiças (Fontes, 2015).
13
É mais provável que o marasmo se desenvolva em crianças
com menos de um ano de idade, quando a alimentação materna
falha ou não é realizada por um período suficiente de tempo e os
alimentos aconselháveis para o desmame não são disponíveis, ou
as práticas de alimentação desencorajam o uso de tais alimentos.
A criança marasmática parece um velho, com a cabeça e
olhos muito grandes, face enrugada e corpo diminuto. Essas
crianças são muito suscetíveis à doença infecciosa, e sua taxa de
mortalidade é elevada.
Não existe um único padrão de dieta que possa ser con-
siderado ideal para determinada patologia. O que deve existir
é um padrão ideal para cada paciente em cada situação. Assim
como a ingestão de alimentos varia individualmente, variam tam-
bém as necessidades nutricionais.
Por causa destes três fatores – diferença nos requerimentos
nutricionais individuais, diferenças nas condições de ingestão e
variação na composição dos alimentos – torna-se praticamente
impossível a generalização de um plano de alimentação que seja
adequado a todos os pacientes. Como conseqüência, a caracte-
rística mais importante das dietas oferecidas em um hospital
deve ser sua flexibilidade, ou seja, a possibilidade de variações e
adequações individuais, tornando, então, a dieta individualizada.
Apesar da individualização da dieta ser meta prioritária,
e independente desta individualização, é necessário que sejam
estabelecidas, em nível hospitalar, condutas gerais a partir das
quais maiores especificações possam ocorrer. Assim, é preciso
que dietas com nomenclatura própria e composição conhecida
estejam disponíveis à população de pacientes.
14
microvasculares, macrovasculares e neurológicas. O Diabetes
tem recebido especial atenção entre a comunidade médica por
vários motivos, tais como:
• Classificação:
• Insulinodependente (Tipo 1)
• Outros tipos
15
Os objetivos da conduta nutricional do paciente com dia-
betes são: contribuir para normalização da glicemia; diminuir fa-
tores de risco cardiovascular; fornecer calorias suficientes para
obtenção e manutenção do peso saudável, pois a obesidade pro-
move alterações estruturais e metabólicas nos sítios receptores
de insulina do adipócito; prevenir complicações agudas e crôni-
cas e promover saúde através da nutrição adequada.
Para que o plano alimentar do paciente diabético seja
adequado, recomenda-se atualmente a mesma alimentação
saudável e equilibrada que todo indivíduo deveria seguir, ou
seja com calorias suficientes para sua atividade e manutenção do
peso, além de adequada em proteínas, minerais, gorduras, vita-
minas e carboidratos. A única diferença é a restrição de sacaro-
se, encontrada no açúcar, no mel de abelha, nos doces em geral,
no caldo de cana, na rapadura. Uma atenção especial é dada às
fibras (cereais integrais, frutas e vegetais crus), que tem a capa-
cidade de reduzir o tempo de absorção da glicose, favorecendo
o controle da glicemia.
Os alimentos dietéticos podem ser recomendados consi-
derando-se o seu conteúdo calórico. Vale ressaltar a importân-
cia de se diferenciar alimentos “diet” (isento de sacarose, mas
que podem ter valor calórico elevado devido ao teor de gordura)
e “light” (de valor calórico reduzido em relação aos convencio-
nais, porém nem sempre isentos de sacarose). De uma forma
geral é importante que o paciente seja treinado a ler o rótulo do
alimento para saber qual o mais indicado.
Os adoçantes podem ser utilizados considerando-se o seu
valor calórico. O aspartame, o ciclamato, a sacarina, o acessulfa-
me K, a stévia e a sucralose são praticamente isentos de calorias.
No entanto a frutose, a dextrose, a maltose, a lactose, o sorbitol e
o xilitol possuem valor calórico considerável e devem ser usados
esporadicamente. Os efeitos danosos dos adoçantes artificiais
não possuem fundamentação científica. A Organização Mundial
de Saúde recomenda evitar o uso excessivo e alternar os diferen-
tes tipos de edulcorantes.
16
2.4.Obesidade
A obesidade é, atualmente, um dos mais graves proble-
mas de saúde pública. Sua prevalência vem crescendo acentua-
damente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvol-
vimento, o que levou a doença à condição de epidemia global.
Há 20 anos, calculava-se que 20% da população brasileira era
obesa, enquanto que estudos recentes mostram que esse núme-
ro está chegando aos 40%. Nos Estados Unidos, a estatística é
de que 1 em 2 americanos está acima do peso.
A situação é preocupante, pois os quilos a mais estão
entre os principais fatores de doenças mortais, sobretudo
cardiovasculares, como infarto, acidentes vasculares cerebrais,
diabetes, hipertensão colesterol elevado. Sem contar com os
problemas psicológicos, ortopédico (como hérnia de disco) e
orgânicos (como pedras nos rins e vesícula). Até mesmo alguns
tipos de câncer estão associados à obesidade. O de cólon, por
exemplo, é mais freqüente em obesos.
Define-se obesidade como um acúmulo excessivo de gor-
dura de magnitude tal que compromete a saúde. Na origem
da obesidade existem fatores genéticos, psicossociais, culturais,
nutricionais, metabólicos e endrócrinos que lhe conferem um ca-
ráter multifatorial. A técnica mais utilizada para seu reconheci-
mento é o IMC (Índice de Massa Corporal). Na literatura médica
o IMC é comumente usado para classificar o baixo peso, o peso
normal, o sobrepeso e a obesidade em adultos.
Atualmente se reconhece que não se deve levar em con-
sideração apenas a quantidade total de gordura corporal, mas
também a sua localização. Devido ao fatos de que o aumento
da gordura visceral (abdominal) se relaciona com um alto risco
de morbidade e mortalidade, principalmente cardiovascular, sua
determinação é necessária.
• Obesidade Andróide (em forma de maçã): pessoa
que possui maior quantidade de gordura acumulada no
tronco; os braços e pernas são mais finos. Estes indiví-
17
duos estão mais sujeitos a coronariopatias, como infar-
to e arteriosclerose.
18
cas hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e
vascular). A prevalência da hipertensão arterial é elevada, esti-
mando-se que de 15 a 20% da população brasileira adulta possa
ser rotulada como hipertensa. Após aferição criteriosa da pres-
são arterial, aceita-se como normal para indivíduos adultos (com
mais de 18 anos de idade) cifras inferiores a 85 mmHg de pressão
diastólica e inferiores a 130 mmHg de pressão sistólica.
O tratamento da hipertensão arterial compreende dois ti-
pos de abordagem: o farmacológico, à base de drogas anti-hi-
pertensivas, e o não-farmacológico, que se baseia fundamen-
talmente em mudanças de estilo de vida, nas quais o manuseio
nutricional tem papel fundamental.
Dentre as modificações alimentares que comprovadamen-
te reduzem a pressão arterial, podemos citar: redução na inges-
tão de sal. Do ponto de vista prático, deve-se evitar a ingestão
de alimentos processados industrialmente, tais como enlatados,
conservas, embutidos e defumados. Deve-se ainda orientar os
pacientes a utilizar o mínimo de sal no preparo dos alimentos,
além de evitar o uso do saleiro à mesa, durante as refeições.
Deve-se incentivar o aumento da ingestão de potás-
sio, essa indicação se justifica pela possibilidade de o potás-
sio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ação protetora contra
danos cardiovasculares, e servir como medida auxiliar em pa-
cientes submetidos a terapia com diuréticos, desde que não
existam contra-indicações.
Redução do consumo de bebidas alcoólicas o consumo de
álcool eleva a pressão arterial, aumenta a prevalência de hiper-
tensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de
ser uma das causas de resistência à terapêutica anti-hipertensiva.
Além dessas medidas dietéticas, ainda é aconselhado que
o paciente reduza o peso corporal, pois o excesso de peso tem
forte correlação com o aumento da pressão arterial. A atividade
física também é capaz não só de regular a pressão arterial, como
também de reduzir o peso corporal.
19
www.UniATENEU.edu.br