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A Responsabilidade Civil Médica refere-se às normas sociais que determinam o dever dos

profissionais de saúde de não infringir os direitos de seus pacientes. Essa responsabilidade


pode ser classificada em duas categorias: contratual e extracontratual. A responsabilidade
contratual é estabelecida quando médico e paciente celebram um contrato de prestação de
serviços, que pode ser formal ou verbal. A responsabilidade extracontratual é aplicada em
casos em que não há uma relação contratual entre as partes, mas o médico presta
atendimento ao paciente.

A ética profissional, que se baseia na boa-fé objetiva, é um dos pilares fundamentais da


Responsabilidade Civil Médica. O Código de Defesa do Consumidor exige que essa ética seja
aplicada em todas as relações de prestação de serviços, incluindo os serviços médicos. Na fase
pré-contratual, a boa-fé objetiva implica no dever de informação ao paciente. O paciente tem
o direito de receber informações precisas e claras sobre os riscos associados à sua condição de
saúde, o tratamento indicado e seus custos.

Na esfera da Responsabilidade Civil Médica, é importante destacar os resultados indesejáveis


que podem ocorrer durante a prestação dos serviços médicos, como lesões ou mortes. Os
profissionais de saúde têm a responsabilidade de tomar todas as medidas necessárias para
evitar tais resultados e garantir a segurança do paciente durante o atendimento médico.

Administrativa

Em 1951, o Conselho Federal de Medicina (CFM) foi criado com o objetivo claro de fiscalizar e
regulamentar a prática médica no Brasil. A responsabilidade administrativa é uma forma
específica de responsabilidade civil aplicada à administração e a estabelecimentos públicos,
não a indivíduos privados. A maioria dos profissionais e especialistas concorda que a
responsabilidade civil do médico é de natureza contratual, mas em alguns casos, pode ser
extracontratual, como no atendimento de um acidentado fora do hospital.

Penal

Na responsabilidade penal, o dano social é considerado uma violação à ordem pública,


suficientemente grave para provocar forte reprovação da sociedade e ser caracterizado como
infração. Essas ações ferem os sentimentos comuns e são contrárias aos valores morais e
sociais considerados essenciais. As sanções penais são aplicadas como punição e repressão e
têm como objetivo prevenir a reincidência, seja pela intimidação e dissuasão, seja pela
reeducação e/ou reinserção social do delinquente.

O médico, assim como qualquer cidadão, assume uma responsabilidade criminal quando causa
danos ao seu paciente devido a um erro médico, a menos que possa provar a inexistência de
culpa. Alguns exemplos de ações que podem gerar responsabilidade penal incluem omissão de
notificação, atestado falso, dever de comunicação de crime, omissão de socorro, exercício
ilegal da medicina e compra ou venda de órgãos para transplante.

Consumerista

O Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor, o


que significa que ele é responsável pelos danos causados, independentemente de culpa,
devendo repará-los. Contudo, há uma exceção para os profissionais liberais, que possuem
responsabilidade subjetiva, a qual será apurada mediante verificação da culpa, ou seja,
negligência, imprudência ou imperícia. Assim, o médico deve agir com prudência e diligência
normais ao prestar um serviço ao paciente, mas não é obrigado a atingir um determinado
resultado. A responsabilidade do hospital é objetiva, enquanto a do médico é subjetiva.

A obrigação de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado decorre da natureza contratual da


relação entre médico e paciente, exigindo sempre a prova do nexo de causalidade entre o
dano e o ato que o originou. Para configurar a responsabilidade do médico, basta a prova do
nexo causal, sendo prescindível a comprovação da culpa. Quando se fala em quantum
indenizatório, refere-se à forma de avaliar o dano não emocional, ou seja, o dano material ou
moral causado pelo agente ao paciente. Se houver causado dor, aflição e angústia, o paciente
será ressarcido. Nesse caso, serão reparadas as perdas e danos, e o infrator será
responsabilizado pelo que causou ao paciente, como forma de reparar os transtornos sofridos.

Sigilo

Art. 73. do código de ética médico diz: “Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude
do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por
escrito, do paciente”. A violação de sigilo ofende o direito da personalidade e da intimidade.

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