Direito Administrativo II - Resumos Direito Administrativo II - Resumos
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Direito Administrativo II
I. Princípios administrativos
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3. Princípio da legalidade
Atualmente não este princípio não se sujeita apenas a normas legais em sentido
estrito, a Administração Pública encontra-se sim sujeita a um bloco normativo
legal (sujeição ao Direito Internacional, ao Direito Europeu, etc) pelo que agora se
denomina princípio da juridicidade. A Administração tem assim de prosseguir
o interesse público em obediência à lei, esta é vista como pressuposto e limite
da Administração Pública pelo que os órgãos e agentes administrativos só
podem agir se houver uma lei prévia que os autorize, com fundamento na lei e
dentro dos limites estabelecidos pela mesma. Este princípio tem assim um
sentido negativo, sendo que a Administração não pode praticar atos contrários à
lei, e um sentido positivo, havendo necessidade de habilitação legal para os atos
da Administração Pública.
Os atos vinculados são aqueles que têm todo o seu conteúdo fixado na lei pelo
que a norma jurídica que lhe dá fundamento não confere à Administração
qualquer margem de conformação, qualquer liberdade.
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Mesmo perante uma norma jurídica que confere um poder discricionário bastante
amplo à Administração, há sempre dois momentos desse ato discricionário que
são vinculados: (1) o fim que a Administração visa prosseguir e (2) a competência
uma vez que o ato apenas poderá ser praticado por um órgão competente por
lei.
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O controle jurisdicional poderá ainda ocorrer (1) quando se verifique uma violação
dos princípios jurídicos que norteiam a atividade administrativa ou (2) quando o
ato discricionário tiver sido praticado baseado em factos inexistentes, falsos ou
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5. Princípio da justiça
a) Princípio da igualdade
b) Princípio da proporcionalidade
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c) Princípio da boa fé
6. Princípio da imparcialidade
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8. Princípio da participação
9. Princípio da decisão
Para tal pronuncia tem o prazo de 60 dias, art. 128.º. Caso a Administração não
emita uma decisão no prazo estipulado, nos termos do art. 129.º o particular
pode usar os meios administrativos, art. 184.º e seguintes, e os meios
jurisdicionais, art. 66.º e seguintes do CPTA, adequados.
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c) Direito de audiência dos cidadãos sobre as matérias que lhes digam respeito,
especialmente se a decisão lhes for desfavorável nos termos do art. 121.º e
seguintes.
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3. Intervenientes e Legitimidade
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Um particular que prove que não tem meios económicos suficientes para cobrir
os custos de uma decisão da Administração será, total ou parcialmente, isentado
de tal pagamento.
k) Princípio da proteção dos dados pessoais, art. 18.º do CPA e Lei n.º 67/98
de 26 de outubro
Deriva deste princípio de cooperação leal que, sempre que o Direito da União
Europeia imponha à Administração a obrigação de prestar informações,
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b) decisório vs executório/executivo
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a) Fase inicial
De acordo com o art. 53.º pode ser desencadeada pela Administração Pública
ou por particulares interessados. Sendo iniciado pela Administração, determina
o art. 110.º número 1 que esta tem de comunicar que desencadeou o
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Desta fase pode ainda fazer parte a tomada de medidas provisórias decorrentes
do art. 89.º, medidas que se aplicam no caso de haver receio que sem elas se
possa constituir uma situação de facto consumado ou uma situação em que
existam danos de difícil reparação. O mais comum é, havendo decisão definitiva,
as medidas caducarem nos termos do art. 90.º.
b) Fase da instrução
Sem prejuízo do dever de averiguação oficiosa dos factos relevantes por parte
da Administração, cabe ao interessado provar os factos que tenha alegado, art.
116.º número 1. Esta prova pode ser feita através de documentos, pareceres ou
requerimento de diligências de prova, art. 116.º número 3.
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Pode a audiência dos interessados ser dispensada, nos termos do art. 124.º,
quando…
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O art. 122.º número 1 prevê duas formas para a realização da audiência: escrita
e oral. Compete ao diretor do procedimento decidir, em cada caso, qual a forma
que a audiência deve observar. A lei não lhe fornece qualquer critério pelo que
goza de poder discricionário. Na audiência escrita, tanto a notificação dos
interessados como a resposta destes são efetuadas por escrito e o interessado
tem um prazo não inferior a 10 dias para responder. Optando por uma audiência
oral, esta será realizada presencialmente ou por teleconferência quando tal se
justificar e existirem os meios necessários para o efeito.
Regra geral a falta de audiência faz com que o ato padeça de um vício de forma
e seja anulável nos termos do art. 163.º. Excecionalmente o ato pode padecer
de um vício formal e ser nulo nos termos do art. 161.º número 2 alínea d), quando
estejam em causa procedimentos sancionatórios, disciplinares e
contraordenacionais, art. 32.º número 10 e 69.º número 3 da Constituição.
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O diretor pode aqui realizar novas diligências ou até solicitar novos pareceres se
chegar à conclusão de que a instrução foi insuficiente, art. 125.º.
Usualmente o procedimento termina aqui com uma decisão mas pode terminar
com qualquer outro facto previsto no art. 93.º.
Para além da extinção por decisão final, o procedimento pode também extinguir-
se por…
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f) Fase complementar
A Administração Pública tem três formas de atuação: (1) ato administrativo, (2)
regulamento administrativo e (3) contrato administrativo. Importa estudar a fundo
a primeira forma.
Configura-se como um ato jurídico unilateral uma vez que resulta da vontade do
autor do ato e não é necessária a anuência do destinatário para que o ato
produza efeitos. É um ato decisório uma vez que define uma situação jurídica,
constituindo-a, modificando-a ou extinguindo-a. Produz efeitos externos pelo que
é eficaz no ordenamento jurídico geral mas por referência a uma situação
individual e concreta.
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1.1. Atos primários ou atos de 1.º grau: aqueles que versam pela primeira
vez sobre determinada matéria.
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1.2. Atos secundários ou de atos 2.º grau ou atos sobre atos: aqueles
que têm por objeto um ato administrativo primário anterior ou que versam
sobre uma situação já regulado por um ato primário anterior
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**nota importante:
aprovação ≠ homologação; na homologação não há ato administrativo anterior, incide
normalmente sobre um parecer, opinião ou proposta que não são atos administrativos devido à
falta de conteúdo decisório
aprovação ≠ autorização; a aprovação é um ato secundário enquanto que a autorização é um
ato primário, um ato que careça de autorização e seja praticado sem a mesma é inválido
enquanto que um ato que careça de aprovação e seja praticado sem a mesma é válido mas
ineficaz**
1.2.3. Atos desintegrativos: atos secundários que visam fazer cessar os efeitos
de atos administrativos anteriormente praticados
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O objeto configura-se como a realidade exterior sobre a qual o ato vai incidir,
podendo esta ser uma coisa, uma pessoa ou um ato administrativo primário. É
exigido que este seja material e juridicamente possível, inteligível e legal.
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Há autores que consideram que a causa e os motivos do ato são a mesma coisa,
a regente da cadeira concorda, contudo é possível encontrar quem os distinga.
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(3) atos que decidam em sentido contrário a uma pretensão que tenha
sido formulada por um interessado ou que discordem de parecer de
informação ou proposta final
(4) atos que decidam de modo diferente relativamente ao que vinha a ser
prática
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definitivo em sentido vertical quando o ato for praticado pelo órgão no topo
da hierarquia, por um órgão independente ou por um subalterno no
exercício de uma competência que lhe é excluída.
O ato não executório é aquele que não é eficaz ou sendo eficaz não é
exequível por si mesmo ou face ao qual a execução administrativa com
caráter coercivo não é permitida por lei.
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b) O órgão autor do ato tem de dispor de competência para a sua prática, isto é,
o ato tem de se inserir no conjunto de poderes funcionais que são atribuídos
àquele órgão em específico. Quando tal não se verifique estaremos perante um
vício de incompetência relativa e o ato será anulável nos termos do art. 163.º.
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a) Exige-se que o ato identifique claramente o seu destinatário à luz do art. 151.º
número 1 alínea b) de forma a se poder determinar com segurança quem este
é. Quando tal não se verifique estaremos perante um vício de violação de lei e o
ato será anulável nos termos do art. 163.º.
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A vontade em que o ato se traduz deve ser livre e esclarecida, o que significa
que a vontade do autor não pode ser determinada por erro, dolo ou coação. Se
tal ocorrer, a vontade deixa de ser livre e esclarecida pelo que estamos perante
um vício da vontade e em regra o ato é anulável nos termos do art. 163.º mas
pode ser nulo, nos termos do art. 161.º número 2 alínea f), quando a vontade
tiver sido viciada por coação física ou moral.
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Requisitos de eficácia são exigências que a lei faz para que um ato administrativo
possa produzir efeitos jurídicos após ser praticado. Por força do art. 155.º
número 1, a regrar é a de que o ato produz os seus efeitos desde o momento
em que é praticado. O ato considera-se praticado quando seja emitida uma
decisão com identificação do seu autor, do seu destinatário, do objeto do seu
conteúdo, se for o caso, nos termos do art. 155.º número 2. Exige-se ainda que
contenha todas as menções obrigatórias decorrentes do art. 151.º.
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procedimental que não se prende com a própria validade mas sem o qual o ato
não é eficaz.
Exemplo de ato com eficácia diferida (3): ato sujeito a publicação obrigatória nos
termos dos art. 158.º e 159.º
O ato administrativo pode estar ferido por mais que um vício. Havendo
acumulação de vícios aplica-se a cominação que se mostrar mais gravosa.
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Quando o autor do ato pratica um ato para o qual não se encontra legitimado, a
cominação será a anulabilidade, art. 76.º e 163.º. Quando o autor do ato pratica
um ato para o qual não se encontra autorizado, a cominação será a anulabilidade
do art. 163.º. Quando o autor do ato pratica um ato sem que se verifique o seu
quórum, a cominação será a nulidade do art. 161.º número 2 alínea h).
Quando a lei exija forma escrita para a prática do ato e este seja praticado
oralmente, ou vice-versa, estamos perante um vício de forma por carência
absoluta de forma e a cominação será a nulidade do art. 161.º número 2 alínea
g).
Quando a lei exija formalidades essenciais para a prática do ato e estas não se
verifiquem estamos perante um vício de forma por preterição de formalidades
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A vontade do autor do ato deve ser esclarecida e livre, isto é, o autor deve atuar
sem erro, dolo ou coação. Quando atue em erro ou dolo, a cominação será a
anulabilidade do art. 163.º. Quando atue por coação, a cominação será a
nulidade do art. 161.º número 2 alínea f).
6.1. Nulidade
Consagrada nos art. 161.º e 162.º constitui a forma mais gravosa de invalidade.
Nos termos do art. 162.º número 1, sendo nulo o ato não produz efeitos,
independentemente do mesmo em que a nulidade é declarada. Deriva dos art.
58.º do CPTA e 162.º número 2 do CPA, que a nulidade é insanável pelo decurso
do tempo, um ato nulo pode ser impugnado judicialmente e administrativamente
a todo o tempo por qualquer interessado. A sentença declaratória de nulidade é
meramente declarativa uma vez que esta já existe e o tribunal apenas a declara.
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6.2. Anulabilidade
Embora ilegal, de acordo com o art. 163.º número 2, o ato anulável produz efeitos
até ao momento em que é declarado anulado. Deriva do art. 58.º do CPTA que
a anulabilidade é sanável pelo decurso de tempo, dispondo de 1 ano para ser
invocada pelo Ministério Público e de 3 meses nos restantes casos. A
impugnação do ato é feita perante os tribunais administrativos. A sentença
declaratória da anulabilidade é constitutiva.
O efeito anulatório pode ser afastado nos casos previstos no art. 163.º número
5.
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Nos termos do art. 166.º número 1 são insuscetíveis tanto de anulação como
de revogação (1) os atos nulos, (2) os atos anulados contenciosamente e (3) os
atos revogados com eficácia retroativa. Todos estes atos ou nunca produziram
efeitos ou já não os produzem pelo que não faz sentido usar figuras que têm
como objetivo a cessação de efeitos. O número 2 diz que é possível anular-
se/revogar-se com eficácia retroativa atos que já não produzam efeitos, seja por
terem caducado seja por se terem esgotado.
Deriva do art. 169.º número 1 que a iniciativa tanto para a anulação como
para a revogação pode ser (1) por retração, iniciativa dos órgãos competentes
ou (2) por iniciativa provocada, a pedido dos interessados mediante reclamação
ou recurso administrativo. O art. 168.º número 5 determina no entanto que, se o
ato se tornou inimpugnável judicialmente nos termos do art. 58.º do CPTA,
apenas pode ser anulado por iniciativa administrativa.
Tem competência para anular (1) o autor do ato, (2) o respetivo superior
hierárquico pelo art. 169.º número 3, (3) o delegante ou subdelegante em
situações de delegação ou subdelegação de poderes pelo art. 169.º número 4,
(4) o órgão com poderes de superintendência ou tutela nos casos expressamente
previstos na lei pelo art. 169.º número 5, (5) o órgão competente para a prática
do ato nos casos de usurpação de competências pelo art. 169.º número 6.
Tem competência para revogar (1) o autor do ato, (2) o respetivo superior
hierárquico desde que não se trate de um ato de competência exclusiva do
subalterno pelo art. 169.º número 2, (3) o delegante ou subdelegante em
situações de delegação ou subdelegação de poderes pelo art. 169.º número 4,
(4) o órgão com poderes de superintendência ou tutela nos casos expressamente
previstos na lei pelo art. 169.º número 5, (5) o órgão competente para a prática
do ato nos casos de usurpação de competências pelo art. 169.º número 6.
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prescrita deve ser a forma utilizada na prática do ato anulado/revogado, diz o art.
170.º número 2. Temos aqui o princípio do paralelismo de formas.
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Remissões importantes
art. 15.º remete para Lei n.º 34/2004, Lei de Apoio Judiciário
art. 53.º <oficiosamente= para art. 110.º número 1 e <solicitação dos interessados=
para art. 102.º
art. 129.º <meios de tutela administrativa= remete para art. art. 184.º e seguintes
CPA e <jurisdicional= remete para art. 66.º e seguintes CPTA
art. 168.º número 2 <atos constitutivos de direitos= remete para art. 167.º número
3
art. 168.º número 5 <inimpugnável por via jurisdicional= remete para art. 58.º
CPTA
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