Gramática Generativa - Um Projecto de Investigação em Lingüística ( )

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GRAMÁTICA GENERATIVA — UM PROJECTO

DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA (*)


MARIA FRANCISCA XAVIER

São diversas as perspectivas e abordagens que se desen-


volvera actualraente na área da Lingüística. A irapossibilidade
de conhecer o trabalho de todos leva a que, de quando era
quando, surja entre nós a pergunta sobre se o trabalho deste
ou daquele é de facto em Lingüística, não havendo, no entanto,
ninguém que de uma maneira séria questione nesse sentido
a investigação em Gramática Generativa (GG).
Corao disse o lingüista britânico John Lyons (1970), a
GG tera despertado raaior interesse do que qualquer outra
proposta teórica, não sendo possível a ura lingüista perraitir-
-se ignorá-la. Encontram-se até freqüentemente posições ex-
tremas: adesão completa ou rejeição total. São por vezes tão
fortes os ataques e tão grande a incompreensão que os gene-
rativistas se interrogara, como o faz Jackendoff (1988): «Why
are they saying these things about us?». Após passar em
revista observações descrentes e ignorantes do trabalho neste
domínio de filósofos, psicólogos, neurologistas, investigadores

(*) Este artigo beneficiou de comentários feitos por M. de Graça


Vicente e M. Henriqueta Campos, a quem agradeço. Eventuais erros
são da minha responsabilidade.

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em inteligência artificial e outros que consideram que a Lin-


güística poderá ter alguma contribuição a dar nas suas áreas
de interesse, Jackendoff conclui com ura concelho: vamos
mostrar aos outros o que estamos a fazer.
Um dos maiores problemas que se tem levantado relati-
vamente à investigação era GG é sentido tanto pelos que
trabalham nela como pelos que a olham de fora: o rápido
e constante fluir de várias hipóteses para explicar apenas
alguns fenóraenos da linguagem humana e das línguas natu-
rais. De facto, dos priraeiros livros de Chorasky: (1955) The
Logical Structure of Linguistic Theory; (1957) Syntactic Struc-
tures e (1965) Aspects of the Theory of Syntax, que foram
então considerados revolucionários, até aos últimos: (1985)
Knowledge of Language e (1986) Barriers, vai um longo per-
curso de reflexão, resultante do trabalho de muitos. Se a
hipótese teórica inicial foi da iniciativa de um e tendo por
base apenas uraa língua — o inglês, tal deixa de acontecer
a partir de raeados dos anos setenta, quando outros lingüis-
tas coraeçara a apresentar resultados da investigação sobre
variadas línguas (roraânicas, gerraânicas, ameríndias, o japo-
nês, etc), fornecendo explicações para fenômenos até então
mal corapreendidos. Mas se é verdade que o raodelo de prin-
cípios e de parâraetros conhecido pelo nome de Teoria da
Regência e da Ligação discutido e adoptado desde as Confe-
rências de Pisa em 1979, tera pouco a ver cora os modelos
de GG dos anos sessenta e setenta, também o é a existência
de uma filosofia fundamental subjacente a esta teoria desde
o seu início, que vera sendo desenvolvida ao longo dos anos.
Procura-se construir uraa teoria geral de Graraática Univer-
sal (GU), um sistema forraal abstracto, que explique, por um
lado, a nossa faculdade de linguagem, biologicamente raoti-
vada, e, por outro, a diversidade das línguas, dialectos, idio-
lectos, bem corao a evolução lingüística.
Este duplo objecto da Lingüística leva a que se procure
restringir ao raáxirao o número de gramáticas possíveis. Estas
corresponderão, não apenas às hipóteses apresentadas à

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criança no rápido processo de aquisição da linguagem, raas


tarabéra às «línguas naturais possíveis» — «uraa pessoa que
adquiriu uma língua desenvolveu uma representação interna
de uraa gramática, ...» (cf. Chorasky [1979] (1984:22)), gra-
raática essa era que se distinguera fenóraenos centrais e
fenóraenos periféricos, ou raarcados. Os fenóraenos perifé-
ricos são extensões da graraática central, que variara de lín-
gua para língua, o que explica a variação lingüística do raundo.
A necessidade de escolher, entre várias gramáticas des-
critivamente adequadas, a hipótese de graraática raais «sira-
ples» acessível à criança, irapõe desde o início da teoria uraa
«raedida de avaliação» das propostas que vão sendo forrau-
ladas.
Ao raodelo de graraática de 1965, definido corao ura
sistema de regras que, de ura raodo explícito e bera definido,
atribui descrições estruturais às frases de uma língua, segue-se
em 1979, uma teoria de princípios e de parâmetros, um sis-
teraa de regras e de princípios que continua a atribuir descri-
ções estruturais às expressões lingüísticas, procurando desde
a priraeira forraulação de hipótese de GG explicitar o nosso
«conheciraento da linguagera». Continua-se assira a considerar
que «uraa graraática é uraa teoria de uraa língua particular
e a GU é a teoria geral das línguas naturais» (cf. Chorasky
1987). E se as idéias pilares da GG permanecera constantes ao
longo de três décadas, tarabéra uma certa concepção da natu-
reza de GU se mantéra — a GG é ura modelo completo (integra
todos os níveis de representação lingüística) e uma gramática
transforraacional, na versão raais corrente.

O MODELO DE PRINCÍPIOS E DE PARÂMETROS

A GG é ura sistema modular, i. é um conjunto de sub-


teorias — a Teoria X-barra, a Teoria Teraática, a Teoria do
Caso, a Teoria da Ligação e a Teoria das Barreiras — cora os
seus princípios e alguma variação paramétrica.

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A gramática apresenta a seguinte constituição (cf. Chom-


sky 1981, 1982, 1985 e 1986):

(1) (i) LÉXICO

(ii) SINTAXE

Estrutura-P
Mover-a
Estrutura-S

(iii) COMPONENTE DAS (iv) COMPONENTE DAS


FORMAS FORMAS
FONOLÚGICAS (FF) LÓGICAS (FL)
(Estruturas de Superfície)

1 — O LÉXICO

No léxico encontram-se descritas as idiossincrasias dos


items lexicais:

(2) (i) a forma fonológica


(ii) as propriedades semânticas
(iii) as propriedades sintácticas

A entrada lexical para a palavra destruir, por exemplo,


será a seguinte:

(3) destruir (i) /destruir/


(ii) x (Agente), y (Tema)
(iii) -f V, [ - SN]

O verbo destruir (i) tem uma representação fonológica


(sobre a qual nada será desenvolvido aqui), (ii) selecciona

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semanticaraente dois arguraentos (x, y): ura Agente e ura


Teraa (cf. Jackendoff 1972) e (iii) selecciona uraa categoria
S(intagraa) N(orainal) como seu compleraento.
Na terrainologia de Jackendoff (ibid: 29) destruir é um
predicado de Deslocação. Os predicados deste tipo são carac-
terizados por duas funções seraânticas: (i) CAUSA e (ii) MU-
DANÇA. A CAUSA, considearada corao ura possível priraitivo
seraântico, tem dois argumentos: ura individual e ura evento.
O arguraento individual de CAUSA é o Agente, que é nor-
malmente definido por dois traços semânticos — [-{-Ani-
mado] e [ + V o n t a d e ] . É o motivador e talvez o controlador
do evento expresso, por exemplo, na frase seguinte:

(4) a Maria destruiu um livro

A MUDANÇA, talvez tarabéra um primitivo semântico, tem


três arguraentos: um individual, um estado inicial e um
estado final. O argumento individual tem a interpretação
de Tema e é o elemento afectado pela MUDANÇA de estado,
ou pela Deslocação que pode ser física ou abstracta. O estado
inicial da MUDANÇA é o argumento com a interpretação de
Fonte, a origem da Deslocação, e o estado final tera a inter-
pretação de Alvo, o objectivo da Deslocação. O Tema um
livro, em (4), de não destruído (Fonte), passou a estar des-
truído (Alvo).
A Maria é o Agente, que corresponde à definição acima,
mas não deveraos esquecer os Agentes atraosféricos, que rela-
tivaraente a este predicado podera ser pertinentes, como
mostra a frase (5).

(5) a chuva destruiu o livro

É evidente que a chuva, embora tarabéra argumento de


CAUSA, não tera a raesma caracterização do Agente em (4),
nem pode ser controlador da acção. A especificidade da pro-

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posição resultante da relação estabelecida, neste caso, entre


O predicado destruir e os seus dois argumentos, restringidos
semanticaraente, põe em evidência características deste pre-
dicado que o distinguem de outros estruturalmente seme-
lhantes. O verbo ler, por exemplo, é um predicado com uma
grelha temática semelhante à de destruir. Selecciona dois
argumentos: um Agente e ura Teraa, raas as restrições de
selecção semântica impostas sobre estes são diferentes.
A caracterização do Agente de ler, que, corao se sabe, não
pode ser ura Agente atraosférico, é raais restringida do que
a do Agente de destruir, tendo de ter o traço [-f Humano].
Também o seu Tema faz parte de ura conjunto menor de
objectos (os legíveis) do que o conjunto formado pelos objec-
tos de destruir que, para além de muitos outros, inclui tam-
bém os objectos passíveis de serem Tema de ler.

2 — A PROJECÇÃO NA SINTAXE

Em (3iii) a estrutura subcategorizada pela categoria lexi-


cal + V mostra que estes items lexicais, conhecidos como
verbos transitivos, seleccionara uraa categoria sintáctica SN
que é, naturalmente, o equivalente sintáctico do argumento
Tema. Estes verbos necessitam de um SN como coraple-
mento, atribuem-lhe ura papel temático e é efectivamente
este conjunto formado pelo predicado verbal e o SN Tema,
seu argumento interno, que funciona como ura predicado
semântico complexo (cf. Williams (1980); (1987) e também
Zubizaretta (1986)).

2.1 — As Teorias X-barra e Temática

O predicado complexo é realizado sintacticamente como


um SV(erbal) que, composicionalmente, atribui o papel temá-

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GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

tico de Agente ao SN argumento externo, na estrutura sin-


táctica simplificada:

(6)
3Fle?K

FlSK
IGK

a Maria destruir o livro


(Agente) (Tema)

A representação diagraraática aciraa ilustra a projecção


na Sintaxe do verbo destruir cora os seus dois arguraentos.
A estrutura (6) obedece aos princípios da teoria das cate-
gorias sintácticas — a Teoria X-barra de Chorasky (1970;
1981; 1986). Nesta teoria, para aléra das categorias raíniraas
(lexicais) e máxiraas (sintagraáticas) reconhecidas era raode-
los anteriores, propõe-se a existência de categorias de nível
interraédio.
As categorias X°: C(oraplementador), Flex(ão), N(ome),
V(erbo), A(djectivo) e P(reposição) são os núcleos das suas
projecções raáxiraas, que se assurae serera de nível duas
barras X": SC, SFlex, SN, SV, SA e SP (= C, Flex", N",
V", A" e P"). Considera-se que o SFlex contém elementos
de T(erapo) e A(cordo) (e os raodais era certas línguas corao,
por exeraplo, o inglês) e que é a projecção raáxiraa do núcleo
da F(rase) nalguraas línguas das quais o português e o inglês
são exemplos.
Nas línguas de tipo S(ujeito) V(erbo) 0(bjecto) como o
português e o inglês, as categorias que funcionam como
complementos encontram-se à direita do núcleo e os espe-

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cificadores à esquerda, segundo o esquema (7) de Chomsky


(1986: 3):

(7) (i) X' = X X"


(ii) X" = X" X' ES|:D^C

Comp 1 emGiín to ( s )

Em (7i) X" é o complemento de X (exemplificado em


(6) como SV constituinte irmão à direita de Flex, o seu
núcleo, ou como o SN constituinte irraão à direita do núcleo
V, o [SN, SV]). Em (7ii) X" é o especificador de X' (o SN
à esquerda de Flex, o sujeito da frase [SN, F]).
O arguraento y —o Teraa— é, em (6), o complemento
SN do V que lhe atribui papel temático (papel-0) e é realizado
nuraa posição interna ao SV, daí a designação de 'argumento
interno', e x —o Agente— é o 'argumento externo' porque
ocupa a posição de sujeito, especificador de Flex, portanto,
exterior ao SV que, por sua vez, lhe atribui papel temático.
A atribuição de papéis-0 aos argumentos faz parte de uma
outra subteoria da teoria geral — a Teoria Temática, que for-
mula a estipulação (8) (cf. Chomsky 1981: 36):

(8) Critério-Q: Cada argumento suporta um e apenas um


papel-0, e cada papel-0 é atribuído a um e apenas um
argumento.

A atribuição dos papéis é feita sob Regência. As noções


de regência e de comando-c (= comando de constituinte) são
centrais na Teoria da GU e unificam todo o sistema. Entende-
-se por comando-c (9):

(9) a comanda-c p sse a não dominar P e todo o T que


domina a domina p.

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E era diagrama: (i)

ou (i i)

<y- Í3

Era (i) a categoria a não doraina 3 e T é o priraeiro nó


raraificante que domina a e 3. Nesta configuração há comando-
-c raútuo entre a e 3- Em (ii), por exemplo, a é o núcleo
lexical V que rege directamente o seu complemento SN.
Chomsky (1985: 162) diz que «uma categoria a rege uraa
projecção raáxiraa X" se a e X" se comandarera-c uraa à
outra; e se a reger X" neste sentido, então a rege o especi-
ficador e o núcleo X de X". Assim, um núcleo rese os seus
compleraentos, o que constitui o caso central de regência,
e nuraa construção [svV SN], em que SN = Det(errainante) N,
a categoria V rege Det e N. No caso do sujeito e do predi-
cado a regência é raútua».

2.2 — A Estrutura-P e a Estrutura-S

A sintaxe, era sentido estrito, apresenta dois níveis de


representação: a estrutura-P{roíunád) e a estrutura-S. Estas
são associadas por um único tipo de regra transforraacional,
a regra de Mover-a, que diz apenas: raova-se qualquer cate-
goria para qualquer posição sintáctica. No entanto, para
aléra da interacção dos princípios da Teoria X-barra, da
Teoria-0 e das outras teorias, que irão sendo introduzidas
ao longo deste trabalho, alguns princípios gerais da GU res-
tringera a actuação da regra de Mover-a, determinando e
explicando a boa-formação das estruturas.

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O Princípio de Projecção de Chomsky (1981: 29) esta-


belece a relação entre a informação lexical e as represen-
tações sintácticas por meio da seguinte estipulação:

(10) As representações de cada nível sintáctico (i.e. FL, estru-


tura-P e estrutura-S) são projectadas do léxico, de modo
a observarem as propriedades de subcategorização dos
items lexicais.

De acordo com este princípio a estrutura-P é, segundo


Chomsky (1985: 98), «uma representação 'pura' da estrutura
temática, em que todas e apenas as posições teraáticas estão
preenchidas por arguraentos». E estas posições temáticas são
apenas as que correspondem à subcategorização, isto é a
compleraentos do núcleo lexical, ou argumentos internos.
Nada é dito neste princípio sobre a posição de sujeito da
frase, onde é realizado o argumento externo, quando este
existe, como nos exemplos (4) e (5). E de facto a existência
de tal posição tem sido freqüentemente posta era causa cora
base na verificação de que existera verbos sera argumento
externo, que não marcara tematicaraente a posição de sujeito,
corao se verifica cora o verbo parecer, exeraplificado era (lia),
cora a representação simplificada da estrutura-S do SV de
que parecer é o núcleo (11b).

(11) a. parece que a Maria é inteligente


b. [ST [V parecer [se que [snex a Mariai [FIBX' Flex [svser
cvi inteligente]]]]]]

Parecer atribui o papel temático Proposição ao seu


complemento oracional, o SC, mas não atribui um papel
temático externo. No entanto, construções como (12) abaixo
mostram que existe uma posição de sujeito sintáctico inde-
pendentemente da existência ou não de um argumento
externo.

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(12) a. a Maria parece ser inteligente


b. * parece a Maria ser inteligente

Em (12) [sxa Maria] não é sujeito temático de parecer


mas sira de inteligente, é o sujeito da Predicação adjectival
no sentido de Williaras (1980), e são razões de natureza sin-
táctica que o obrigam a mover-se para a posição estrutural
de sujeito do SFlex mais alto, como comprova (12b), que é
sentida corao raalforraada (*). A raá-forraação de (12b) deve-
-se a uraa violação de ura filtro que actua no lado esquerdo
da gramática (FF) denominado Filtro do Caso e que diz o
seguinte (cf. Chomsky 1981:49):

(13) *SN se SN tiver matriz fonética e não tiver caso

Em (13) considera-se que é agraraatical um SN com raa-


triz fonética que não tenha caso. Esta obrigatoriedade de
os SNs lexicais terera caso advéra de ura princípio da. Teoria
do Caso Abstracto (14) (cf. Chorasky 1981: 49):

(14) *[Na], era que a inclui uraa raatriz, se N não tiver caso

De acordo cora este princípio todos os noraes têra de ter


caso. O caso estrutural é, nas situações não raarcadas, atri-
buído por regência dos núcleos lexicais V e P aos seus com-
plementos SN e pela Flex(ão) finita cora Ac(ordo) ao SN seu
especificador [SN, F ] . O caso atribuído aos SNs infiltra-se
até aos seus núcleos.
Era (12b) [sxa Maria] não tera caso porque o infinito
verbal, não flexionado, não tem capacidade para atribuir
caso Nominativo por Ac(ordo) e o verbo parecer não atribui
caso Acusativo ao SN (para uma análise detalhada do verbo
parecer cf. Vicente (1988)).

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Vejam-se as representações simplificadas de (12) em (15):

(15) a. estrutura-P

SFlG!

SN Fie;;'

Fie;: SV

A
+T +Ac V SFlex

SN Flex'

Fie;; SV

A
-T -Ac V SA

SN' SA
C 1 parecer [ 2 5er á Maria inteligente

b. estrutura-S

SFle;

A possibilidade e a necessidade de mover [s^a Maria]


da sua posição inicial de sujeito temático de [sAÍnteligente]
para a posição estrutural de [SN, SFlex] de parecer, onde

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GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

recebe caso Nominativo de Flexão finita com Acordo, mostra


que existe aí uraa posição sintáctica independenteraente da
existência de ura sujeito temático.
Repare-se que a Proposição seleccionada por parecer tem
uma análise semelhante. Também o verbo ser não tera um
sujeito temático, uraa vez que o predicado é o adjectivo inte-
ligente e este é que tera um sujeito temático. Mas porque
existe uraa posição sintáctica de sujeito da frase que é
ocupada pelo sujeito seraântico de inteligente a construção
(16a), com a representação simplificada da estrutura-S (17)
é boa contrastando com (16b):

(16) a. a Maria é inteligente


b. *é a Maria inteligente

(17) [sFiex[sxa Mariai] [nei-Flex [svser [sxCVi[sAÍnteligente]]]]]

Era português o verbo ser é indispensável nesta cons-


trução, visto que a Maria inteligente não seria uraa frase.
Era (17) a Flexão finita com Acordo legitima um sujeito com
caso Nominativo. No entanto, há línguas, como por exemplo
o russo, em que não é necessário um verbo deste tipo neste
contexto. Este facto mostra que ser não é um predicado mas
um elemento sintáctico que auxilia a predicação adjectival.
Sendo contudo um verbo, ser é o núcleo da projecção má-
xima do SV [ser cVi inteligente] que é afinal a realização
sintáctica do predicado que atribui papel-0 ao sujeito da
predicação.
A análise dos dados, por um lado, por outro o Princípio
de Predicação, que exige ura sujeito para cada predicado,
parecem suficientes para motivar a existência da estrutura
representada em (18) abaixo, que estará na base da repre-
sentação de qualquer frase, em qualquer língua.

(18) F = [se (SX) [cC [sx SN Flex SV ] ] ]

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Esta regra será interpretada pela Teoria-X' de duas


maneiras diferentes conforme a categoria que é escolhida
pelas línguas para núcleo de F:

(18) (i) F = [se ( S X ) [ c C [sFle. SN [FiexFlex [ST V . . .


(ii) F= [se (SX) [c'C [sy SN [sv V+Flex...

Em (18i) é Flex o núcleo e em (18ii) é o V. Nesta última


o SN sujeito encontra-se numa posição de adjunção a SV
(cf. Manzini (1987)).
Também a ordem dos constituintes é pararaetrizada e
pode ser diferente de língua para língua. (18) corresponde
à ordera básica dos principais constituintes da frase em por-
tuguês e nas restantes línguas roraânicas, bem como no
inglês, mas não era todas as línguas. A raaior parte das lín-
guas gerraânicas, por exeraplo, têm a ordem SOV e as lín-
guas semíticas têm a ordem VSO. No entanto, a necessi-
dade de as frases terera sujeito é considerada universal nesta
teoria.
E é nesta linha que Chorasky (1982) formula o Princípio
de Projecção Alargado como sendo a corabinação do Prin-
cípio de Projecção e da condição que torna obrigatória a
existência de sujeitos nas frases.
A estrutura-S, associada à estrutura-P pela regra de
Mover-a (cf. (iii) e (15b) é considerada actualraente o prin-
cipal nível de representação sintáctica. É uraa representação
das relações hierárquicas e lineares que se verificam entre
os constituintes da frase e, no interior destes, entre os núcleos
e os seus compleraentos. Nesta estrutura os vestígios (cate-
gorias vazias, sera realização fonética) deixados pela aplicação
da transforraação de Mover-a perraitera reconstituir a história
do raoviraento dos sintagraas. Veja-se a representação da
frase interrogativa (19a) em estrutura-S (19b):

(19) a. que livro destruiu a Maria?


b. [se que livrOi[c'destruir-fAfj[sFiexa Maria [FICX- CVJ
[ST CVi[sTCVjCVi]]]]]]

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Nesta estrutura estão assinalados vários moviraentos, que


serão explicados era (2.4).

2.3 — A Teoria do Movimento

Era Chorasky (1986) encontra-se uma Teoria do Movi-


mento que demonstra que a Regra de Mover-a só se aplica,
na sintaxe, quando é estritamente necessário.
A actuação desta regra é também pararaetrizada. Era
português e inglês, por exemplo, a regra de Mover-a desloca
na sintaxe os sintagmas-qu (opcionalmente era português e
obrigatoriaraente em inglês) para o início da frase (para a
posição de especificador de C (ver (19)), o que não acontece
era chinês e japonês. Nestas línguas estes sintagraas perraa-
necera in situ, isto é, na posição era que f o rara projectados
na estrutura-P. Fukui (1986), referido era Chorasky (1987),
explica a não aplicação da regra de Mover-Squ, em japonês,
pela ausência nesta língua do Corapleraentador, o que torna
inviável uraa posição de Especificador para a qual se deslo-
caria este sintagraa. O contraste verificado entre o japonês
e o inglês / português resultaria, não propriaraente de ura
parâraetro sobre a aplicação da regra de Mover-a, raas de
diferenças importantes nos conjuntos das categorias funcio-
nais que as línguas admitera.
Por exeraplo, a existência de uraa Flex cora Acordo forte,
corao a do português e do inglês antigo, ou corao a do inglês
actual, que é caracterizado por ter uraa Flex particular, cora
raaterial lexical (os raodais), contrastando cora uraa Flex
fraca no holandês, ou a ausência de Flex no japonês, cons-
tituera diferenças iraportantes que distinguera as línguas e
os vários períodos históricos, e estão actualraente a ser
investigadas (cf., por exeraplo, Xavier, (1985)).
Nas línguas que raanifestara os efeitos da regra de
Mover-SN tarabéra esta só é aplicada quando um SN se
encontra, em estrutura-P, numa posição temática que não
irá receber caso estrutural, como, por exeraplo, nas cons-
truções cora verbos de elevação do tipo de parecer (ver (15));

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em construções passivas (por exemplo: o livroi foi des-


truído CVi pela Maria), em que o Tema do verbo é projectado
na posição de objecto directo, em estrutura-P, onde não
recebe caso, e tera de ser movido para a posição de sujeito
para ter caso; e ainda em construções com verbos ergativos,
corao por exemplo chegar. Estes verbos seleccionara seman-
ticaraente ura Tema que é projectado na sintaxe como argu-
mento interno do verbo: [svchegar a Maria]. Contudo, estes
verbos não atribuem caso estrutural e o SN tem de ser
movido para a posição de sujeito da frase onde, tal como
na construção passiva, recebe caso Nominativo por Acordo
com a Flexão finita, o que explica a aplicação da regra de
Mover-SN na associação da estrutura-P cora a estrutura-S
da construção: a Mariai chegou cvi (cf. Burzio (1981); (1986)).
Era línguas de sujeito não nulo é mais evidente a explicação
apresentada para estas construções. Repare-se que em inglês,
por exemplo, não é possível dizer: *(it) arrived Mary (chegou
a Maria), nera tão pouco: *(it) was destroyed the book (foi
destruído o livro), o que raostra clararaente que o SN Teraa,
arguraento interno de V, tera de ser raovido para a posição
de sujeito.
E finalraente, também a regra que move V para Flex,
para se amalgaraar com este, apresenta variação de língua
para língua. É claro que quando V se desloca em seguida
de Flex para o núcleo C de SC, como nas construções inter-
rogativas exeraplifiçadas era (19), o que acontece em por-
tuguês e inglês, V tem de passar obrigatoriamente por Flex.
Contudo, em línguas em que tal movimento não se verifica
poderá ser feita a escolha de Flex-f V se amalgaraar na com-
ponente FF.
Chomsky (1986: 4) distingue dois tipos de movimento:
•por substitidção e por adjimção. O raoviraento por substi-
tidção é caracterizado pelas seguintes propriedades gerais:

(20) (i) Não há movimento para a posição de compleraento.


(ii) Só X° pode mover-se para a posição de núcleo,
(iii) Só uma projecção máxiraa pode mover-se para a
posição de especificador.

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(iv) Só projecções raíniraas e raáxiraas (X° e X") são


«visíveis» à regra de Mover-a.

A propriedade (20i) resulta da verificação, iraposta pelo


Princípio de Projecção e pelo critério temático, de que na
posição de complemento só este pode ser realizado e que
essa posição não está livre para ser ocupada por substituição.
As propriedades (20ii e iii) derivam da Hipótese de Preser-
vação da Estrutura de Emonds (1970), e (20iv) é uma cons-
tatação.
O movimento por adjimção obedece ao seguinte prin-
cípio (ibid: 6):

(21) A adjunção só é possível a uma projecção raáxiraa (por-


tanto X") que não é arguraento.

Efectivamente só é possível o raoviraento por adjunção


de categorias raáxiraas a categorias máximas, este princípio
exclui a adjunção a SN e SC quando estes são argumentos,
considerando possível a adjunção a SV, que nunca é argu-
mento. Em (22) abaixo apresenta-se a estrutura típica de
adjunção:

(22) [pa [3 ... ] ]

Nesta estrutura, a encontra-se adjunto a 3, o que signi-


fica não ser dominado por 3 porque 3 é constituído por
dois segmentos e ura deles não domina a, de acordo cora
a estipulação de May (1985), adoptada por Chorasky (1986:
7) (23):

(23) a só é dorainada por 3 se for dominada por todos os


segmentos de 3-

Atrás, em (15) e (17), apresentou-se uraa estrutura de


adjunção a SA gerada na base [sAa Maria[sAÍnteligente];

93
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

em (19b) temos uma estrutura de adjunção a SV criada pelo


movimento do sintagraa [que livro], como mostra (24):

(24)

cv

destruir

Como se vê, a categoria vazia (cVi) mais alta na estru-


tura encontra-se adjunta a SV, não estando dominada por
todos os segmentos de SV.

2.4 — A Formação de Cadeias e o Princípio das Categorias Vazias

Observe-se agora o raoviraento de [squque livro]. A cons-


tituição de uraa cadeia forraada pelas posições através das
quais o Squ se raoveu a partir da posição-A(rguraental) onde
foi projectado era estrutura-P, até à posição final em que se
encontra, mostra, através da coindexação, todos os passos
deste movimento, corao ilustrado era (25):

(25) [seque livrOi[sFie.-ca Maria[Fiex'Flex[sYCVi[sTdestruir cVi]]]]]

O Squ move-se da posição de argumento interno de


destruir, passando por uraa posição de adjunção a SV. Este
primeiro movimento, que não é visível no enunciado, atra-
vessa apenas ura segmento de SV para evitar que SV seja
barreira à regência por antecedente, exigida pelo Princípio
das Categorias Vazias, formulado adiante (28).

94
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

O conceito de Regência é, em Chomsky (1986: 9), definifo


como comando-m (26):

(26) a rege 3 sse a comanda-ra 3 e não existe nenhuraa bar-


reira T, T uraa barreira para 3, de raodo a que T exclua a.

E era diagraraa:

Em (26) T é igual a projecções raáxiraas — X". No


comando-ra a projecção raáxiraa que doraina a doraina 3»
enquanto na definição de coraando-c, era (9 atrás, a categoria
que doraina a e 3 é igual ao priraeiro nó raraificante — X'
ou X".
Segundo Chorasky (ibid: 8): «a coraando-ra 3 sse a não
dorainar 3 e todo o T, sendo T uraa projecção raáxiraa, que
doraina a doraina 3».
Barreira, era Chorasky (ibid: 14), é definido era duas
etapas: em primeiro lugar define-se categoria bloqueadora
(CB) (27i) e em seguida define-se barreira em termos de CB
(27ii).

(27) (i) T é uma categoria bloqueadora para 3 sse T não for


raarcado-l(exicalmente) e T dorainar 3- (Marcação-
-l(exical) é definida era (30)).
(ii) T é uraa barreira para 3 sse (a) ou (b):
a. T dorainar iraediatamente 5, sendo 5 uma CB
para 3> ou
b. T for uma CB para T, e T for SFlex.

Entende-se ainda por excluir, em (26), o seguinte: «a


exclui 3» se nenhum segmento de a dominar 3»-

95
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCTAIS E HUMANAS

Da posição de adjunção o segundo vestígio cvi pode


reger por antecedente o primeiro deixado pelo movimento
do Squ; e da posição de especificador de C o Squ rege, por
sua vez, o segundo vestígio, pois que não há pelo meio bar-
reiras à regência por antecedente. Deste modo é satisfeito
o Princípio das Categorias Vazias (PCV) (enunciado em (28)
abaixo) de Chomsky (1981: 250), pensado inicialmente para
todas as categorias vazios. Seguindo Lasnik e Saito (1984),
Chomsky (1986: 16) considera o PCV relativamente aos ves-
tígios deixados pela aplicação da regra de Mover-a, e de
acordo cora Stowell (1981), tarabéra para o núcleo vazio do
SC, não o aplicando às categorias vazias [+pronominais],
pro e PRO, que serão consideradas adiante.

(28) PCV: [^cv] tem de ser regido (num determinado sentido).

Uma categoria vazia (vestígio de Squ, de SN e o núcleo


vazio do SC) tera de ser «regida em sentido estrito — isto é,
não apenas regida mas tarabéra regida por antecedente ou,
talvez, regida-0» (cf. Chomsky 1986: 88); tornando-se deste
modo possível a boa-forraação da cadeia forraada por dois
elos — CVi, ..., CVi e encabeçada por ura eleraento [squque livro]
nuraa posição-A (não argumentai). (Recorde-se que as posi-
ções-A são as posições dos SNs dentro do SFlex, onde se
realizara os arguraentos em estrutura-P, sendo, portanto, a
posição de especificador de C uma posição A').
Segundo Chomsky (1985: 96) uma cadeia é a represen-
tação abstracta do sintagraa que é a sua cabeça. E deve
assurair-se que os papéis-0 e o caso são atribuídos a cadeias;
sendo ura eleraento que permanece na posição-A, em que
foi projectado na estrutura-P, tarabéra considerado uma
cadeia (com um único membro).
O Squ em (19), embora numa posição-A' onde não recebe
caso e papel-0 directamente, é visível à interpretação em FL,
porque é a cabeça de uma cadeia cora caso e papel-0, atri-
buídos por V à cadeia que tem o primeiro vestígio na posição
de objecto directo.

96
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

Em (19) verifica-se ainda um outro movimento, neste


caso não de uma categoria X" como a anterior, mas de uraa
categoria X° — o verbo —, tratando-se, portanto, de movi-
mento de um núcleo para outra posição de núcleo. E também
este movimento só é possível se a categoria movida se des-
locar para uma posição em que possa reger por antecedente
o seu vestígio. Efectivamente o V sobe para Flex, a posição
núcleo do SFlex, araalgaraando-se com este (VFlex = des-
truirAf(ixo), conforme mostra (29):

(29) [Flex' ViFlex [ST cvj ...]]

Segundo Chomsky (1986), da posição Flex, V marca lexi-


calmente SV porque é um núcleo lexical que sobe para
o núcleo Flex, araalgaraando-se com este, que tem SV corao
seu complemento.
Em Chorasky (ibid: 15) inarcação-l é definida do seguinte
modo:

(30) a marca-1 3 sse for uma categoria lexical que rege-0 3-

E se esta definição é correcta relativamente à relação


de regência existente entre um núcleo lexical X° e o seu
compleraento 3 raarcado-0 (cf. diagraraa de (26)), não satisfaz
para a situação era que X° rege ura coraplemento que não
marca-0, corao é o caso da relação existente entre Flex e o
seu corapleraento SV (cf. Guéron; Hoekstra (1987)) e, con-
sequentemente tarabéra, da situação resultante da subida de
V para Flex. Tendo estes casos em consideração Chomsky
reformula, no seu curso de Outono de 1986 (referido em
Fukui (1988)), raarcação-1 como (30'):

(30') a marca-1 3 se 3 foi" um complemento de a, e a for


lexical.

A marcação-1 constitui uma condição necessária para que


o SV deixe de ser barreira à regência por antecedente do
vestígio deixado pelo próprio V — cVj. O verbo flexionado

97
REVISTA DA FACULDADE DE CTÊNCIAS SOCTAIS E HUMANAS

— VFlex—, por sua vez, move-se para C, o núcleo de SC


(cf. Chomsky (1986: 68 ...)) como se vê em (31):
(31) [C destruirAfj[SFlex a Maria [riex- cVj [ST CVJ ...]]]]

Em (31) a coindexação dos elementos mostra a boa-for-


mação da cadeia encabeçada pelo verbo destruirAf e termi-
nando na posição do primeiro vestígio do verbo, que corres-
ponde à posição deste em estrutura-P. Assume-se que este
vestígio retém a capacidade de marcar-0 e casualraente o seu
compleraento, tarabéra ura vestígio, pois corao se viu atrás,
o Squ faz parte de uraa cadeia cora caso e papel-0 que são
atribuídos ao corapleraento do verbo, satisfazendo assim a
Condição de Visibilidade de Aoun (1985: 55) (32):

(32) [SNCV] é invisível quando não tem caso.

Esta condição é relevante em FL onde o Critério-0 será


comprovado, sendo necessário que o vestígio tenha caso para
que possa ser interpretado com o papel-0 respectivo e, por-
tanto, como uraa variável livre no doraínio arguraental, raas
ligado ao seu antecedente nuraa posição-A' (cf. Aoun (1985);
Chomsky (1985)).
A necessidade de uma variável estar livre no domínio
argumentai advéra de um dos princípios da Teoria da Ligação
de Chomsky (1981; 1985) que estipula três princípios para
os três tipos de expressões nominais (anáforas: anáforas
lexicais, tal corao recíprocos e reflexos, vestígio de SN e
PRO), pronominais: pro, PRO, pronoraes realizados foneti-
camente, e expressões-R(eferenciais): noraes e variáveis).

(33) Princípio A — Uraa anáfora está ligada num domínio


local.
Princípio B — Ura pronominal está livre num domínio
local.
Princípio C — Uma expressão-R está livre (no domínio
da cabeça da sua cadeia).

98
GRAMÁTICA GENERATTVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

Nesta teoria a ligação é definida em relação ao antece-


dente numa posição-A, segundo (34):

(34) (i) a está ligado-A por 3 sse a e 3 estiverera coindexados,


3 comandar-c a, e 3 estiver nuraa posição-A.
(ii) a está livre sse não estiver ligado-A,

Domínio de um elemento em (33) é o sintagraa raínimo


que o contém:

(35) O domínio de a é a projecção máxiraa mais baixa que


contém a.

Uraa categoria a coraanda-c todos os elementos do seu


doraínio que não estão contidos era a.
Domínio local é, segundo Chorasky (1985: 166), definido
como o domínio do sujeito mais próxirao.
Vejam-se alguns exemplos em (36):

(36) a. elesi derara livros ura ao outroi


b. *elesi querera [seque a Maria dê livros [um ao
outro ]i]
c. eleSi querem [seque a Maria IheSi/j dê livros]
d. elci deu ura livro ao JoãOj
e. *elei deu ura livro ao JoãOi

Era (36a) a anáfora lexical [um ao outro] está ligada


nura doraínio local, o SFlex, satisfazendo o Princípio A.
(36b) é agraraatical porque viola o raesrao princípio, uraa
vez que a anáfora está livre no doraínio local. Era (36c) os
pronoraes estão livres nos seus doraínios locais, de acordo
cora o Princípio B, podendo os pronoraes ser co-refcrentes.
Em (36d) tanto o pronome ele corao o João estão livres e
a referência é disjunta, corao previsto pelos Princípios B
e C. Era (36e) raostra-se que a interpretação de co-referência
entre o pronorae ele e a expressão-R o João não é possível,
de acordo com os princípios da Teoria da Ligação.

99
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Estes mesmos princípios funcionam também para as


categorias vazias, como se mostra a seguir.
Retome-se a estrutura (14b) repetida aqui como (37):

(37) [sFiexa Mariai [Fie^-parecerjAf [sTCVj[sFiexCVi[Fiex'Flex


[sT ser CVi inteligente]]]]]]

Nesta construção os vestígios de SN são anáforas ligadas


num domínio local, de acordo com o Princípio-A da Teoria
da Ligação. A cadeia-A, encabeçada por [sxa Maria], com
caso, numa posição-A, mostra o raoviraento deste SN a partir
da posição teraática, sera caso, era que foi projectado em
estrutura-P. O SN sobe para a posição de sujeito do SFlex
mais alto, porque nas posições anteriores não recebe caso
Nominativo, uraa vez que, por ura lado, na posição de sujeito
teraático do Adjectivo não recebe caso, nem do Adjectivo,
nem de ser, por outro, na posição de sujeito do SFlex encai-
xado não há condições para receber caso Nominativo, porque
aqui Flex não tem traços de T e Ac e parecer não lhe atribui
caso estrutural. Finalraente, na posição de sujeito de parecer,
o SN recebe caso Norainativo por Acordo entre o especifi-
cador e o núcleo Flex (Acordo Espec-núcleo). Flex tem traços
nominais de número, pessoa, caso, etc. (traços-cf), cf. Chomsky
1981, 1986) idênticos aos do SN seu especificador.
Ainda em (37) também o verbo parecer sobe para Flex
para aí receber os traços de Flex —parecer Af, deixando um
vestígio — CVi— na posição inicial. Era Chomsky (1986: 24...)
o Acordo Espec-núcleo é uraa forraa de «partilha de traços»,
seraelhante à regência-0, que participa na marcação-1. Chom-
sky (1986: 75) propõe que a partilha de traços por Acordo
Espec-núcleo resulte nuraa partilha dos índices destes ele-
raentos, que se identificara com os índices duma cadeia.
Considera-se que a indexação deve ser única sendo, portanto,
i = j em (37). Assim, [sxa Maria]j forma uma cadeia com os
vestígios•—cvi, ..., cvi e concorda com o verbo parecerAfi,

100
GRAMÁTICA GENERATIVA — UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

O que resulta numa cadeia alargada, definida em (38) (cf.


Chomsky (ibid: 75)):

(38) (i) C = (ai,...,au,3) é uraa cadeia alargada se (ai,...,an)


for uraa cadeia com o índice f e 3 tiver o índice /.
(ii) A coindexação própria de cadeia verifica-se nos elos
de uma cadeia alargada.

Esta cadeia alargada, formada por parecerAf, cVj, cvt, cVi


em (37), permite que o elemento terrainal — cvj — reja por
antecedente (era sentido estrito) o vestígio — cVi. Deste raodo
é, tarabéra neste caso, satisfeito o PCV que, segundo Chorasky
(1986: 88), se reduz a uraa propriedade de cadeia.

Viu-se como os vestígios do Squ, do SN e do V satis-


fazem o PCV (28), ver-se-á era seguida corao é legitiraada
outra cv — pro. Retome-se o exeraplo (11), repetido aqui
como (39a), e (12a) sem o sujeito a Maria era (39b):

(39) a. parece que a Maria é inteligente


b. parece ser inteligente

A representação (Ub) raostra apenas o SV, que tem


como núcleo o verbo parecer, e o equivalente da sua estru-
tura de subcategorização [—SC], contudo, de acordo com
o Princípio de Projecção Alargado, toda a frase tem um
sujeito, devendo (39a) ser representada como (40a) e (39b)
como (40b):

(40) a. [sc[sFiex pro [riexFlex [sTparecer[se que[sFiexa Mariai


[FICX-FICX [svser cVi intehgente]]]]]]]]
b. [se[sFiex prOi[Fiex'Flex[sT parcccr [sFiex cVi[Fiex'Flex
[ST ser CVi inteligente]]]]]]]

A diferença entre a representação (11b) e (40a) é que


nesta última é apresentada a análise completa da frase. Um
sujeito sintáctico pro, que não aparece em (39a) nem em
(39b), é revelado nas representações (40a) e (40b). Esta cv

IQl
REVISTA DA FACIH^DADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

tem traços de pessoa, número e caso tal como o Acordo da


Flex finita de parecer. Verifica-se, nesta situação, a mesma
partilha de traços do Acordo Espec-núcleo que se encontra
quando o sujeito (Espec) é realizado foneticamente, em (12a),
por exemplo.

2.5 —Um Parâmetro e um Fenômeno Periférico no Português e


no Inglês

Em certas línguas, corao o inglês e o francês, as tra-


duções de (39) não apresentara ura sujeito nulo mas um
sujeito com realização fonética. Veja-se (41):

(41) a. it seems that Mary is intelligent


b. she seeras to be intelligent
c. il parait que Marie est intelligente
d. elle parait être intelligente

O sujeito expletivo it/il (41a, c) é o equivalente do pro


em (40a), e o pronome she/elle (41b, d) do pro em (40b).
Apresentam os mesraos traços sintácticos e são identificados
do raesrao raodo, por Acordo Espec-núcleo. Para além da
diferença de traços entre o expletivo (3p, neutro, sing) e o
pronome pessoal (pessoa, gênero e núraero), estes pronorai-
nais distinguera-se ainda por serem ou não marcados-0. Corao
se depreende da análise de parecer, o expletivo (pro (40a),
it (41a) e il (41c)) não tera papel-0 e o pronome pessoal
(pro (40b), she (41b) e elle (41d)) tem.
A possibilidade que algumas línguas, como o português,
o espanhol, o italiano, etc, apresentam de não realizarem
foneticamente o sujeito era determinados contextos, e de
outras, como o inglês, o francês, etc, terem de o realizar
nos mesmos contextos, resulta da fixação de um parâmetro,
que no caso das primeiras línguas tem o valor «-f » e no
caso das segundas o valor «—» (cf., por exemplo, Chomsky
(1981) e Rizzi (1982); (1986)).
O estudo em paralelo de línguas pertencentes a estes

102
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

dois grupos — línguas de sujeito nulo e línguas de sujeito


não-nulo — tem revelado que vários fenômenos lingüísticos
estão associados a cada um dos valores fixados para este
parâraetro. Assira, por exemplo, as línguas de sujeito nulo
perraitera inversão do sujeito em construções em que as
línguas do outro grupo não permitem (para o estudo da
inversão no português cf. Âmbar (1988)). Veja-se (42):

(42) a. telefonou a Maria/ a Maria telefonou


b. "'phoned Mary/ Mary phoned

Pensa-se que as línguas que admitera construções do


tipo de (42), cora inversão do sujeito, a par de construções
cora a ordem normal SVO, realizara o sujeito, nestas cons-
truções, nuraa posição de adjunção a SV. Nestas línguas,
esta posição é sentida corao uraa posição argumentai. A cons-
trução com inversão (42a) é representada corao (43):

smg
pro. passado caso telefonar a Mana
1

Para Chorasky (1985) a categoria vazia pro das línguas


de sujeito nulo é [—anafórica, -j-pronominal], está livre
numa posição-A e partilha os traços de Flex (em (43), por

103
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCTAIS E HUMANAS

exemplo, é 3p, sing, caso), por Acordo Espec-núcleo. Em


(42a/43) o sujeito é um pro expletivo com características
semelhantes às do sujeito de (39). Esta categoria vazia só
é legitiraada nas línguas deste grupo, corao mostra a má-
-formação do equivalente em inglês (42b).
A categoria vazia pro, na posição de sujeito (em 43), é
legitimada porque recebe caso e está coindexada cora o argu-
mento Agente, [sxa Maria], em adjunção a SV, formando
deste modo uraa CADEIA semelhante, no essencial, às cadeias
anteriores. Diferente, no entanto, porque representa a relação
expletivo-arguraento e não a relação, que se viu atrás, exis-
tente entre o sintagraa raovido e o(s) seu(s) vestígio(s). Em
Chomsky (1985) as CADEIAS (cora raaiúsculas) incinera as
cadeias e as CADEIAS forraada pelo par expletivo-arguraento.
Para Belletti e Rizzi (1987), nas línguas de sujeito nulo,
Flex pode atribuir caso Norainativo ao SN sujeito à esquerda,
ou à direita, era posição de adjunção a SV, enquanto nas
línguas de sujeito não-nulo só pode atribuir caso à esquerda.
Nesta hipótese dispensa-se a categoria vazia pro na posição
de sujeito e consequenteraente a forraação da CADEIA
expletivo-arguraento.
O Princípio da Predicação, que requer que os predicados
tenham sujeito, motiva ainda a existência de outra categoria
vazia — PRO. Esta categoria, que, segundo Chorasky (1981),
é [-f anafórica, + pronominal], aparece era posições não
regidas e sera caso. É o sujeito das orações infinitivas
[—T, — Ac], não flexionadas, como mostrara os exeraplos
(44) e (45), cora as respectivas representações simplificadas:

(44) a. a Maria e o João decidiram ir de férias


b. a Maria e o João decidiram [sc[sFiex PRO [riex-Flex
[ST ir de férias]]]]

(45) a. é repousante falar com os amigos


b. é repousante [sc[sFiex PRO [piex-Flex [ST falar com os
amigos]]]]

104
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

Em (44) PRO funciona como uma anáfora ligada a


[sx-a Maria e o João] que o controla. Era (45) PRO é livre
e tem interpretação arbitrária. Em ambos os casos PRO
tem papel-0, embora não tenha caso porque não há Acordo
Espec-núcleo, facto que torna a legitimação de PRO excep-
cional e que é referido no princípio que determina a atri-
buição dos papéis-0 (46) (cf. Chomsky (1981: 334):

(46) Um papel-0 é atribuído a uma cadeia C se C tiver caso


ou se for encabeçada pelo arguraento PRO.

O facto de se considerar a categoria vazia PRO corao


sujeito das infinitivas corresponde ao caso norraal, não
raarcado, previsto pela teoria para as diversas línguas. No
entanto, as línguas têm por vezes estratégias, explicáveis
pelos princípios gerais da gramática, para desenvolverem
outras construções «raarcadas» era relação à sraraática cen-
trai. O infinito flexionado do português é ura desses fenô-
menos periféricos da GU (cf. Raposo (1986), por exemplo).
Repare-se nos exeraplos seguintes:

(47) a. vi a Maria coraer o gelado


a', vi [sFie^a Maria [riex-Flex [svcoraer o gelado]]]
b. vi os raiúdos coraerera o gelado
b'. vi [sFiexOs raiúdos [riex-Flex [svcomerera o gelado]]]

A categoria Flex do infinito pessoal comer / comerem,


porque tera traços de pessoa, núraero e caso (recebendo
este últirao por regência do verbo ver — regência núcleo
a núcleo), legitiraa um sujeito lexical, a Maria/os miúdos
com caso Nominativo por Acordo Espec-núcleo. Neste caso
a Flex é [— T, 4- Ac] o que é suficiente para permitir a
realização de um sujeito lexical, enquanto a Flex das infi-
nitivas não flexionadas [— T, — Ac] não o permite. Quando
Flex é [—T] tem de receber caso do exterior para possi-
bilitar que Acordo, com caso, possa partilhar os traços
necessários do Acordo Espec-núcleo que legitiraa ura sujeito
lexical com caso Nominativo. Quando Flex é finita, portanto

105
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCTAIS E HUMANAS

[ + T ] , é este traço que é responsável pela legitimação do


Acordo pronominal, com caso. Recorde-se que a Flex das
orações finitas [ + T, + Ac] corresponde à situação não mar-
cada para a realização do caso Nominativo do sujeito [SN,
SFlex].
O inglês tem tarabéra a possibilidade de realizar um
sujeito lexical nas orações infinitivas e para tal ser possível
surge uraa preposição no núcleo do SC regendo o sujeito
dessa oração, como se vê em (48):

(48) it would be nice for her to leave


(48') it would be nice [se for [sFiex her [riex to [ST leave]]]]

Em (48) for é o corapleraentador preposicional que atri-


bui caso objectivo a her, sujeito da infinitiva. Tal como em
(47) o sujeito lexical tinha de ter caso, tarabéra era (48) o
sujeito da infinitiva tera de ter, e recebe-o, não da flexão,
que não existe nas infinitivas era inglês, [—T, — Ac], nem
do adjectivo, que não atribui caso estrutural, mas da prepo-
sição, que aí aparece para esse efeito. Embora sujeito, her
manifesta caso objectivo.

3 — AS COMPONENTES DAS FFs E DAS FLs

As componentes das Formas Fonológicas (FF) e das


Formas Lógicas (FL) são interpretativas da estrutura-S. E,
nestes níveis de representação, todos os elementos têm de
ser legitimados de forraa adequada, segundo exigência de
um outro princípio geral das línguas naturais, denominado
Princípio de Interpretação Total (cf. Chomsky 1985: 98...).

Alguraas regras actuara no lado esquerdo da gramática


para derivar a representação da FF, ou estrutura de super-
fície: apagamentos, filtros (cf., corao exeraplo, o Filtro do
Caso em (12)), regras estilísticas e regras fonológicas.
Segundo Chomsky (ibid: 100) as condições de legitimação
das representações em FF são semelhantes às das represen-

106
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

tações era FL sendo, no entanto, estas últimas raais cora-


plexas pois trata-se de projecções raáxiraas com estrutura
interna em vez de segmentos fonológicos.
Do lado direito da gramática existera também regras
de derivação da FL. Neste nível de representação são expli-
citadas as propriedades seraântico-lógicas da frase, tais corao
as relações entre predicado e variáveis, as relações entre
eleraentos interrogativos e variáveis e o escopo dos quanti-
ficadores.
Corao se viu, as condições de legitimação das projecções
máxiraas actuara «externamente» a estas, identificando cada
sintagraa «como um argumento ou o vestígio de um argu-
mento, um predicado ou um operador. Se for um argumento,
deve receber ura papel-0; se for um predicado deve atribuir
ura papel-0; e se for ura operador, deve ligar uma variável».
Desta legitiraação encarrega-se a Teoria Teraática, a Condição
de Visibilidade, que inclui a Teoria do Caso, e a forraação
de cadeias.
Segundo Guéron; Hoekstra (1987) «uma projecção é
construída como nominal ou verbal (em última análise
como argumento ou predicado) não unicamente na base do
valor categorial do seu núcleo, mas pelo seu contexto sin-
táctico, corao é definido era (49).

(49) Determinação Funcional das Categorias


a. Externa.
Ura SX é construído corao uraa projecção norainal
sse for raarcado cora caso.
Ura SX é construído corao uraa projecção verbal sse
for marcado por T(empo) graraatical (marcado-T).
b. Interna.
O sujeito de uraa projecção norainal recebe ura caso
que é deterrainado internaraente a SX; o sujeito de
uma projecção verbal recebe caso (se algum) deter-
minado por um regente externo.»

E, deste modo, era FL todos os elementos serão inter-


pretados, desaparecendo deste nível de representação pro-

107
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

jecções intervenientes, sem realização lexical, como é o caso


de SC nulo, ou de Flex [—T, —Ac], em (15), por exemplo,
que poderá ser representado em FL como (50):

(50) [sFiexa Mariai[Fiex'parecej[sTCVj[sTser cVi inteligente]]]]

Deste nível de representação desaparecerão também os


expletivos, que não têra interpretação seraântica porque não
receberara ura papel-0, corao mostrara os exeraplos (40) e
(41), repetidos aqui era FL (51):

(51) [sFiex[Fiex'parecej[sTCVj [seque [sFiexa Mariai[nexéj


seems that Mary is
parait que Marie est
[STCVJ CVi inteligente]]]]]]
intelligent
intelligente

Em FL não existem CADEIAS —relação expletivo-argu-


raento— mas apenas cadeias, imprescindíveis para a inter-
pretação dos sintagraas raovidos.

CONCLUSÃO

Ura raodelo de GU fundaraentado era Princípios Gerais


e adraitindo Parâmetros, que perraitera explicar a variação
e evolução lingüísticas, revela-se substancialraente raais ade-
quado do que os anteriores raodelos de sisteraas de regras.
A Teoria X-barra, a Teoria do Caso, a Teoria Teraática, a
Teoria da Ligação e a Teoria das Barreiras explicara actual-
raente vários fenóraenos obscuros até há poucos anos.
O funcionaraento da linguagera apresenta-se, contudo, extraor-
dinariaraente coraplexo. Outras propostas, forrauladas com
base no estudo comparativo de um número cada vez maior
de línguas, deverão surgir, repensando e alterando o tra-
balho feito e contribuindo progressivamente para um conhe-
cimento mais profundo da linguagem e das línguas naturais.

108
GRAMÁTICA GENERATIVA—UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO EM LINGÜÍSTICA

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