Territorio e Sociabilidade
Territorio e Sociabilidade
Territorio e Sociabilidade
Carmen Garcez
Douglas Ladik Antunes
Organizadores
TERRITÓRIO
&
SOCIABILIDADE
População, Memória e Fronteiras
Carmen Garcez
Douglas Ladik Antunes
Elisa Quint de Sousa de Oliveira
Esdras Pio Antunes da Luz
Fábio Andreas Richter
Fernanda Cerqueira
Isa de Oliveira Rocha
Ivón Natalia Cuervo
João Mitia Antunha Barbosa
Juan Carlos Aguirre-Neira
Márcia Fusinato Barbosa Athayde
Maria Ignez Silveira Paulilo
Orivaldo Nunes Júnior
Pedro Martins
Suzana Morelo Vergara Martins Costa
Tânia Welter
MANDATO 2022-2024
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidenta – Tânia Welter
Vice-presidenta – Érica Schaden
1ª Secretária – Bianca Mara Souza
2ª Secretária – Verena Maria Buss
1ª Tesoureira – Rosane Schaden Preuss
2ª Tesoureira – Dayane da Silva Preuss
Diretor Científico – Pedro Martins
CONSELHO FISCAL
Carmen Garcez
Cirley Haweroth Schaden
Egidio Moenster
Egon Luis Schaden
Egon Luis Schaden Júnior
Gileno Schaden Marcelino
Joab Dias Couto
José Giovani Farias
Marina Schaden Couto
Ricardo de Souza Carvalho
CONSELHO CIENTÍFICO
Douglas Ladik Antunes
João Baptista Borges Pereira (conselheiro emérito)
José Giovani Farias
Maria Dorothéa Post Darella
Miriam Pillar Grossi
Pedro Martins
Tânia Welter
EDIÇÕES DO INSTITUTO EGON SCHADEN
Edições do Instituto Egon Schaden foi criada em 2016 por delibera-
ção da Primeira Assembleia Geral do Instituto Egon Schaden. Tem
a missão de trazer a público obras que atendam aos propósitos esta-
belecidos como objetivos do IES desde a sua fundação em 4 de julho
de 2014, especialmente no que diz respeito à promoção do diálogo
intercultural entre os povos formadores da região. Nesta edição co-
memorativa, Edições do Instituto Egon Schaden junta-se ao Grupo de
Pesquisa Práticas Interdisciplinares em Sociabilidades e Territórios –
PEST, integrado por professores, técnicos e estudantes de graduação,
mestrado e doutorado da Universidade do Estado de Santa Catarina,
para festejar a decorrência de 20 anos de criação do PEST.
CONSELHO EDITORIAL
Pedro Martins – Editor
João Baptista Borges Pereira
José Giovani Farias
Maria Dorothéa Post Darella
Miriam Pillar Grossi
Paulo Pinheiro Machado
Tânia Welter
Introdução
Sob a autodeterminação de ser uma comunidade rural que resiste
pacificamente aos violentos, os moradores do distrito de El Garzal,
na região norte da Colômbia, decidiram não ceder às ameaças de des-
locamento forçado que receberam nas últimas duas décadas por parte
de organizações armadas ilegais aliadas a latifundiários interessados
em estabelecer culturas agroindustriais de palma-de-óleo-africana
(Elaeis guineensis) (Álvarez, 2009).
1
Este texto foi publicado originalmente na revista Campo-Território: revista
de geografia agrária, Uberlândia, v. 12, n. 28, p. 5-21, dez. 2017.
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As entrevistas foram traduzidas do espanhol para o português pelos auto-
res. Os nomes das pessoas entrevistadas foram mudados para proteger sua
identidade.
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Se fizermos um paralelo entre a divisão política da Colômbia e do Brasil, os
departamentos colombianos equivalem aos estados brasileiros. No caso dos
“corregimientos municipales”, esta subdivisão administrativa pode ser equi-
valente aos distritos no Brasil e correspondem a uma subdivisão da área rural
com o objetivo de melhorar a prestação dos serviços e assegurar a participação
dos habitantes nos assuntos públicos de índole local (DANE, 2015).
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O Rio Magdalena possui uma longitude aproximada de 1.540 quilômetros,
nasce ao sudoeste da Colômbia e percorre 10 departamentos até chegar ao Mar
Caribe, no nordeste do país.
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Entrevista com Ester, 29 anos, camponesa. El Garzal, 10 de dezembro de 2016.
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Entrevista com Felipe, 28 anos, camponês. El Garzal, 10 de dezembro de 2016.
Jovens rurais e seus vínculos com o território 133
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Swissaid é uma agência de cooperação suíça. Mais informações no portal:
https://www.swissaid.ch/.
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Entrevista com Ester, 29 anos, camponesa. El Garzal, 10 de dezembro de 2016.
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Considerações finais
El Garzal é um caso pouco comum na Colômbia devido ao processo
de resistência não violenta de camponeses perante interesses de lati-
fundiários de expropriá-los das terras. As características diferenciais
dessa comunidade radicam em vários aspectos. Em primeiro lugar,
eles estão organizados, a maioria deles tendo como fundamento a sua
identidade religiosa evangélica. A coesão social daqueles membros da
comunidade radica na percepção de si mesmos como uma “família
na fé”, enxergando o território como uma dádiva divina. Não é por
acaso que a mais reconhecida liderança de El Garzal seja também
pastor de uma das igrejas evangélicas do distrito. Em segundo lugar,
a comunidade soube usar suas conexões com instituições públicas e
privadas, ONGs e com sua rede de contatos dentro das igrejas para
ganhar visibilidade nacional e internacional, assunto que propiciou
que observadores internacionais advoguem pelo bem-estar da comu-
nidade. Por um lado, essas redes externas têm aportado recursos sig-
nificativos para atender às necessidades da comunidade e, por outro
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Entrevista com Marcos, 17 anos, camponês. El Garzal, 29 de novembro de 2016.
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Bibliografia citada
ÁLVAREZ, Astrid. Efectos del monocultivo de la palma de aceite en los
medios de vida de las comunidades campesinas: El caso de Simití – Sur de
Bolívar. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana, 2009.
em: http://dane.gov.co/files/censo2005/NBI_desagregadas_cab_resto_
mpio_nal_30jun11.xls. Acesso em: 15 jul. 2016.
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TERRITÓRIO & SOCIABILIDADE
População, Memória e Fronteiras