Manifestacoes Patologicas No Pos Obra - o Que Sao e Quais As Mais Frequentes - E Book

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E-BOOK

MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS
NO PÓS-OBRA:
O que são e quais as mais frequentes?
INTRODUÇÃO

MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
É o termo atribuído aos danos que ocorrem nas
edificações. Portanto, manifestação patológica no
pós-obra está relacionada a todos os problemas
que aparecem na edificação após a entrega do
empreendimento aos usuários.

Boa leitura!
RELATÓRIO
Segundo pesquisas realizadas em obras no país, entre
inúmeros motivos que levam ao surgimento de manifestações
patológicas, os mais comuns são o uso de materiais de baixa
qualidade (18%), falhas de projeto (40%), mão de obra não
qualificada (28%) e falta de planejamento para execução (4%). Os
10% restantes estão relacionados a manifestações patológicas
originadas no pós-obra, devido ao mau uso da edificação. Atribui-se
a esse percentual, principalmente, a falta de manutenção e limpeza
adequadas ou, ainda, a má utilização de algum sistema
PRINCIPAIS CAUSAS:
MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS
Podem ser observadas no
gráfico ao lado:
Manifestação patológica
na construção civil
As patologias se manifestam através de sintomas, os mais frequentes são
umidades, fissuras, manchas, deslocamentos, deformações e corrosão. Neste
texto, serão listadas as principais manifestações patológicas no pós-obra,
abordando suas causas, tratamentos necessários e o que fazer para evitá-las.

Vale lembrar que, ao identificar uma anomalia, deve-se investigar sua


causa e não apenas realizar a manutenção corretiva. Ao se tratar o
sintoma sem corrigir a causa do problema, este certamente
voltará a aparecer, e sua recorrência pode gerar problemas
muito maiores, além de desgastar o relacionamento
entre a construtora e os usuários.
9
CONFIRA A LISTA DAS
MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS
MAIS COMUNS NO PÓS-OBRA:
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Infiltrações estão entre as anomalias mais
recorrentes na construção civil e estão
relacionadas à umidade em excesso ou à
presença de água em locais indevidos.

Normalmente, apresentam-se sob a forma de


descascamento, bolhas na pintura e mofo.

1. Infiltrações
e Umidade
1. Infiltrações e Umidade
A percolação de água através de alicerces manifesta-se através de manchas
de umidade, acompanhadas, ou não, pela formação de eflorescência ou
vesículas. Tal processo é ocasionado pela impermeabilização incorreta e pelo
uso de argamassa de assentamento magra, a qual possui pouca plasticidade.

A infiltração constante provoca a desagregação do


revestimento, com pulverulência ou formação de bolor em
pontos onde não há incidência de sol. Sem uma
circulação de ar adequada, os problemas ocasionados
pela umidade acabam sendo agravados.
1. Infiltrações e Umidade
É importante lembrar que as infiltrações precisam de atenção!
Se negligenciadas por muito tempo, elas podem trazer danos
muito mais graves à edificação.
As infiltrações podem ocasionar várias patologias, algumas
delas serão citadas ao longo deste texto. Quanto à
recuperação desses locais, é preciso avaliar suas
características para, então, definir a melhor conduta.
Neste sentido, é fundamental a tomada de ações para prevenção de
eventuais manifestações patológicas. Destaca-se a necessidade de
execução da impermeabilização das vigas baldrame, além da utilização de
aditivos anti- umidade na argamassa de assentamento de blocos e de
revestimento, uma vez que servem para o combate da umidade ascensional.
A seguir, veja o exemplo de uma
garagem, em área externa, e qual
procedimento para recuperação
deste dano:

Fonte: Vistoria Reforma Feita por Jean Sacenti

De acordo com a NBR 13752:1996, essa


manifestação se caracteriza como um vício
construtivo, pela falta de impermeabilização dos
pilaresna fase de execução.
Para recuperação do dano,
recomenda-se:
Fazer a limpeza do pilar com
hidrojateamento e hipoclorito de sódio;

Raspar a tinta até o reboco (retirada total da tinta) em toda


altura em que a pintura não estiver em boas condições;

Por cima do reboco, aplicar a massa bloqueadora de umidade


Aquabloc da Renner, ou similar. Deve-se atingir no mínimo a
altura de 60 centímetros, garantindo a impermeabilização do
elemento estrutural;

Por fim, aplicar duas demãos de tinta látex premium


Aquacryl da Sherwin Willians, ou similar.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Bolhas são patologias decorrentes da
umidade ou até da má preparação da superfície,
uma vez que ocorrem devido à presença de água
ou ar sob outros materiais, como tinta e gesso.

2. Bolhas
na Pintura
2. Bolhas na Pintura
Nas situações que envolvem a umidade,
destaca-se que a infiltração ocorre de
fora para dentro, uma vez que a água
infiltra por não encontrar uma barreira
eficiente, percolando para o ambiente
interno e formando bolhas na pintura.
Assim como no caso das infiltrações, as
bolhas podem ser prevenidas com
a impermeabilização das estruturas.

Fonte: https_www.cec.com.br_blog_como-eliminar-bolhas-em-superficies-
pintadas_postId=36

Outras questões, como a qualidade dos materiais


utilizados em acabamentos, também podem ajudar a
evitar esse tipo de problema.
Para recuperação do
dano, recomenda-se:
Raspar as bolhas e o reboco, removendo todo o substrato deteriorado e
as demais áreas ao entorno que também estiverem afetadas;

Aplicar o fundo preparador à base de água pré-pintura de paredes da


Renner, ou similar, respeitando as informações contidas no boletim
técnico do produto;

Preencher as falhas do encunhamento na linha de intersecção entre


a viga e alvenaria com selante poliuretano Sikaflex 1A Plus, ou
similar, aguardar o tempo de cura de 24 horas;

Aplicar tinta texturizada acrílica e duas demãos de Rekolor


Acrílico Fosco Praia e Campo da Renner, ou similar.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Manchas também são patologias
relacionadas à umidade e podem se manifestar em
diversos tipos de estruturas, entre elas paredes e
pisos. Assim como as bolhas, as manchas podem
ser causadas por falta ou falhas na
impermeabilização, por vazamento de instalações
hidráulicas ou ainda pelo mecanismo de
capilaridade da
fundação.

3. Manchas
na Pintura
A seguir, vejo o exemplo de
manchas no gesso e a melhor
conduta para recuperação deste dano.
.

Fonte: http_www.tropicalsupermercados.com.br_2015_wp-
content_uploads_2017_07_como-tirar-mofo-da-parede-facilmente- 11-1024x681.jpg
3. Manchas na Pintura
O gesso é um material amplamente utilizado na construção civil, seja em
revestimentos, rebaixos ou divisórias. Ele é um material pulverulento (pó)
branco, obtido a partir da calcinação de uma rocha chamada gipsita.
Semelhante ao concreto, o gesso também possui propriedades aglomerantes, ou
seja, ao ser misturado com água ele endurece após certo tempo, adquirindo
características ligantes e resistência.

O gesso possui muitas vantagens em sua utilização, como a facilidade de


moldagem, isolamento térmico e acústico, facilidade de instalação e boa
aderência ao concreto. Contudo, algumas de suas características facilitam o
surgimento de patologias, como a baixa resistência à água e umidade, que o
torna extremamente suscetível ao surgimento de fissuras, manchas, furos e
descascamentos.
Vistoria Técnica
No exemplo, notam-se algumas
manchas de umidade e, ao analisar os
projetos hidrossanitários, foi verificado
Fonte:
que acima do forro de gesso havia uma https_www.arteblog.net_2007_01_18_hipoclor
rede de tubulações de água. ito-de-sodio_comment-page-14
3. Manchas na Pintura
Como o gesso é um material sensível à umidade e à
diferença de temperatura, qualquer tipo de vazamento já é o
suficiente para o aparecimento dessas manchas.

Infere-se, assim, que o foco do problema seja algum


vazamento nesses canos, resultando na degradação do
gesso. De acordo com a NBR 13752:1996, isso se
caracteriza como vício construtivo, pela falha na
execução das instalações hidráulicas.
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Antes de qualquer procedimento de correção, deve-se inicialmente tratar a origem do
problema, ou seja, o foco de umidade (neste caso, infere-se que sejam os
encanamentos). Em seguida, deve-se prosseguir com os reparos das regiões
danificadas do forro, conforme o procedimento indicado abaixo:

Limpar toda a região com o auxílio de uma escova ou pincel, utilizando água
e hipoclorito de sódio, na proporção 1:1. A superfície deve estar seca, firme,
limpa, sem gordura, poeira, mofo, umidade ou qualquer outra impureza que
prejudique o aspecto e a aderência da tinta que será aplicada no próximo
passo;

Aplicar duas camadas de tinta para gesso e drywall da Suvinil, ou


similar, conforme as orientações da fabricante.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Muito comuns no pós-obra e, às vezes, já
no processo de construção da
edificação, as fissuras e trincas são
normalmente causadas pela
deformação dos materiais da construção.
No entanto, também podem ser causadas
por falha na uniformidade da mistura do

4. Fissuras, concreto ou pelo uso de materiais de


baixa qualidade

Trincas e
Rachaduras
4. Fissuras, Trincas
e Rachaduras
Fissuras e trincas podem não ser agradáveis esteticamente, mas em geral não
apresentam riscos à edificação. Entretanto, é importante que haja um
acompanhamento, para verificar se haverá agravamento ou evolução desse
problema, pois podem levar a rachadura.

As rachaduras, que são patologias mais graves que as fissuras e


trincas, costumam ser mais abertas, profundas e acentuadas.
Essas manifestações são caracterizadas pela “separação das
partes” e podem ser facilmente diagnosticadas. Nestes casos,
elas podem causar danos mais severos à edificação e torna-se
necessário analisá-las para determinar o melhor tratamento.
4. Fissuras, Trincas e
Rachaduras
Uma informação fundamental para a
análise preliminar é a medida da
espessura da abertura identificada no
local da manifestação patológica. Ela é,
geralmente, feita com o auxílio de um
instrumento chamado “Fissurômetro” e
serve para elaboração do diagnóstico
relacionado à patologia.
4. Fissuras, Trincas e
Rachaduras
Independentemente do tamanho da abertura, o concreto
fissurado facilita a entrada de alguns agentes agressivos,
como o dióxido de carbono e os íons cloreto, o que
aumenta ainda mais a velocidade de degradação da
estrutura e o processo de corrosão de armadura.

Existem diversos tipos de fissuras e, em compensação,


diversas condutas possíveis para reparação destes problemas.
Abaixo, veja o exemplo de uma trinca
por movimentação ou dilatação da estrutura de
concreto junto à alvenaria de tijolo cerâmico.

Fonte: https_jkirestoration.com_2018_10_why-concrete-cracks_
4. Fissuras, Trincas e
Rachaduras
Paredes de alvenaria, antes da aplicação de qualquer
tipo de tinta ou textura, são revestidas por três
camadas de argamassa: chapisco, emboço e reboco,
respectivamente.

Essas camadas são compostas por cimento, água,


agregados miúdos e aditivos, diferindo nas
proporções e granulometrias.
FISSURAS POR RETRAÇÃO DA
ARGAMASSA
As fissuras por retração de argamassa podem
ocorrer pela dilatação de componentes com
diferentes coeficientes térmicos, como o tijolo
cerâmico e o concreto, e pela falta de
encunhamento, ou seja, pela falta dos aditivos
adequados na ligação alvenaria-estrutura.

Essas fissuras apresentam distribuição uniforme,


com linhas mapeadas que se cruzam formando
ângulos próximos a 90° e espessuras inferiores a
1 mm, conforme o exemplo.
Fonte:https_maonaroda.com_blog
_criatividade_fissuras-e-trincos-
na-parede-saiba-o-que-fazer_
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
A retração da argamassa aumenta com o uso de
aglomerante, com a porcentagem de agregados
miúdos existente na mistura e com o teor de água
de amassamento. Além disso, quanto maior o
consumo de cimento na argamassa, maior a
probabilidade de formação de fissuras desse tipo no
revestimento, caracterizando-se como um erro na
execução do substrato, ou seja, vício
construtivo.
Para recuperação do dano,
recomenda-se:
Deve-se realizar o seguinte procedimento para fissuras com dimensões
menores que 1 mm, também chamadas de microfissuras:

Preencher o vazio criado com Walflex da Plastimper, ou similar,


aplicado com espátula, ou aplicar Fechatrinca Vedacit, ideais para
trincas de até 5 mm e com boa resistência à ação de raios U.V..
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
A corrosão de armaduras é uma das
manifestações patológicas mais recorrentes
nas edificações. Ela acontece devido à
combinação de uma série de fatores, como a
exposição à umidade, presença de condutor
metálico (a própria armadura), presença de
ar, formação de cátodo e ânodo e presença
de eletrólito (solução aquosa que já existe no
próprio concreto). Este processo pode
desencadear inúmeros problemas, em
5. Carbonatação diversos níveis de gravidade.

(Corrosão das
armaduras)
5. Carbonatação (Corrosão
das armaduras)
O concreto, sem considerar a armadura, não resiste bem aos esforços
de tração. Dessa forma, caso ocorra a corrosão da armadura, a
resistência do componente estrutural pode ser seriamente
comprometida, chegando a acarretar no desabamento de um edifício.

A carbonatação do concreto, por sua vez, é um processo


físico-químico, capaz de causar diversos prejuízos à
estrutura de uma edificação, como o surgimento de
fissuras e desplacamentos. Isso ocorre porque a
carbonatação do concreto pode despassar a armadura e
deixá-la exposta à corrosão.
Para confirmação do processo de
carbonatação recomenda-se que, ao dar
início ao processo de recuperação da
estrutura, seja feito um teste com o
indicador de pH fenolftaleína. É necessário
quebrar o concreto fissurado até a
exposição da armadura e borrifar sobre ele
o reagente. O concreto não carbonatado
apresentará uma coloração carmim, ou
mesmo roxa, enquanto nas regiões já
carbonatadas o reagente ficará
Fonte:https_www.projetoconstruc
aomais.org_post_principais-
transparente ou com coloração rosa fraco.
patologias-causadas-por-
infiltra_C3_A7_C3_A3o
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Para corrigir a manifestação patológica na armadura, deve-se primeiramente
tratar a corrosão. Para isso, deve-se verificar, com o auxílio de um martelo, se
há recobrimento de concreto mal aderido e removê-lo.

Caso não haja queda do material, e não seja verificado um som oco (o que
pode indicar que a armadura não esteja aderida ao concreto de cobrimento),
não se deve retirar o recobrimento. Nos locais onde houver o desprendimento,
ou que o cobrimento seja inexistente, e a armadura estiver oxidando, deve-se
seguir os seguintes procedimentos:
Delimitar a área a ser recuperada através de prospecção
a martelo;

Remover o concreto solto existente no entorno da armadura;


Para recuperação do dano, recomenda-se:
Com o auxílio de uma escova de aço, escarificar
mecanicamente as armaduras para remover a ferrugem e suas
carepas;

Verificar se não houve uma redução excessiva da seção


transversal da armadura, caso em que deverá ser contratado
engenheiro especializado para definir formas de reforço da
estrutura existente;

Remover da região de reparo todas as partes de concreto que


ainda estiverem soltas;

Bater com o martelo na armadura para desprender e remover


as carepas que se encontram na face posterior das barras e
que estão em contato com o concreto;
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Pintar a armadura com primer anticorrosivo à base de cromato
de zinco, tipo Armatec ZN da Otto Baumgart, ou similar;

Preencher os vazios e vãos gerados com argamassa


polimérica Sika-Grout TIX da SIKA, ou similar, respeitando a
espessura mínima de recobrimento recomendada e as
especificações do fabricante;

Para executar a pintura da superfície restaurada, deve-se


aguardar no mínimo 28 dias.
Tanto para as vigas quanto para os pilares, é
importante que se utilize o cobrimento de
armadura mínimo recomendado na ABNT NBR
6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto,
conforme o grau de agressividade ambiental do
local.
No caso de recuperação de pilares, as vigas
que neles se encontrarem apoiadas devem
ser escoradas de forma adequada, para que
se mantenha a segurança da
estrutura durante o processo.

Para isso, utiliza-se, de preferência, escoras metálicas pouco


espaçadas. As escoras devem permanecer no local até a
estrutura ser capaz de resistir às forças atuantes, o que deve
levar ao menos 14 dias.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Essa patologia também é facilmente percebida,
uma vez que o material se deteriora e se desfaz.
É diferente do descascamento, pois pode soltar
completamente partes do reboco de
algumas estruturas.

6. Deterioração
do Reboco
6. Deterioração do Reboco
Entre os maiores causadores dessa patologia estão os choques
mecânicos (impactos sobre a estrutura), dilatação térmica ou, ainda,
causas químicas como a reação álcali-agregado (RAA).
No caso ilustrado na imagem, o acúmulo de
umidade sobre a pingadeira permitiu a
infiltração da água pela parede, desagregando
a pintura e expondo o reboco à ação de
intempéries.

Neste caso, a patologia é decorrente de


uma falha de execução, o que configura
um vício construtivo, conforme norma
Fonte:https_www.istockphoto.co
técnica ABNT NBR 13752:1996. m_br_fotos_plaster-coat-on-a-
wall-textured-background-rough-
close-up
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Escarificar (abrir) as regiões afetadas, e
preferencialmente uma região um pouco
maior que a afetada, para que o
problema não se repita;

Com uma escova de aço, deve-se


remover todo o reboco que está
desagregando, e refazê-lo em camadas.
O traço característico de reboco em
áreas externas é 1:2:8 (cimento:cal:areia);
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Após refazer o reboco, aguardar a secagem do material por 30 dias. Caso a
pintura se inicie antes da secagem total do reboco, provavelmente irá
voltar a descascar, uma vez que a película impermeável da tinta dificulta
a saída de água e as trocas gasosas, necessárias para a cura do reboco;

Depois da secagem, lixar a superfície, aplicar uma demão de fundo


preparador de parede e fazer o acabamento final com tinta acrílica com
biocida, tipo Metalatex Bactercryl da Sherwin-Williams, ou similar, por se
tratar de um ambiente externo.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Como o próprio nome já sugere, essa
patologia está relacionada ao descolamento,
total ou parcial de revestimentos. Entre
eles estão: argamassa, cerâmicas, ladrilhos e
porcelanatos.

7. Descolamento
de Revestimentos
A imagem a seguir apresenta um
exemplo de descolamento de pisos.

Fonte: https_andrelit.com.br_blog_
7. Descolamento
de Revestimentos
As principais características desta patologia são o descolamento de pisos ,
queda de cerâmicas da parede, estufamento, deslocamento das placas em
relação à posição original e a perda de aderência (mesmo sem apresentar
descolamento total). Essa última pode ser percebida através do som “oco” ao
bater sobre essas superfícies.

As causas dessa patologia podem ser diversas, como o assentamento incorreto,


falta de limpeza da base, baixa absorção do substrato associada à baixa
rugosidade superficial, especificação incorreta de rejunte ou tipo de cerâmica, falta
de juntas de movimentação e umidade.
Geralmente, observa-se que os
descolamentos ocorrem em locais
específicos, com a existência de pouca
ou nenhuma aderência.
Posteriormente, após o rompimento
inicial, o local de descolamento
aumenta, uma vez que se torna um
ponto de dissipação de
tensões.
Para recuperação do dano, recomenda-se:
O primeiro passo, assim como em qualquer patologia do pós-obra, é verificar qual o
agente causador e não apenas focar na sua solução . Em caso de destacamento de
pisos, pode ser seguido o seguinte procedimento:

Remover o revestimento comprometido;

Realizar a limpeza da superfície, removendo qualquer poeira ou


sujeira;

Deve-se, ainda, verificar o estado do emboço onde a cerâmica


será assentada. Pode-se fazer o teste de bater sobre a
superfície e verificar se o som gerado será “oco”. Neste caso,
deve-se remover o emboço em áreas comprometidas e, se
necessário, realizar o mesmo teste no contrapiso;
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Refazer o emboço ou contrapiso;

Verificar, ainda, o estado das áreas


em que a cerâmica encontra-se
aderida. Caso observe mais algum
local em estado de degradação,
deve ser realizada a remoção da
camada;

Usar argamassa colante para a regularização do emboço ou contrapiso ,


nos locais em que houve remoção de superfície . A espessura não deve
ultrapassar 10 mm.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
A degradação da pintura é uma patologia que,
embora possa ser incômoda esteticamente, não
apresenta riscos significativos à
estrutura da edificação.

8. Degradação
de Pinturas
Um exemplo comum é a degradação da
pintura por falta de pingadeira, que pode ser
verificada na figura a seguir.

Fonte: https_www.vivadecora.com.br_pro_estudante_pingadeira_
8. Degradação de Pinturas
A instalação incorreta da pingadeira nas platibandas da edificação causa a
degradação da tinta, visto que os sedimentos que se acumulam sobre ela, ao
serem carregados pela água, escorrem diretamente sobre a face das fachadas,
depositam-se nas paredes e facilitam o surgimento de fungos e algas. Como
implicação, a água pode estufar a pintura e desagregá-la, além de causar
manchas no revestimento.

A causa principal da patologia é a instalação incorreta dos rufos entre platibanda ,


ou seja, é decorrente de uma falha de execução, o que configura um vício
construtivo, conforme norma técnica ABNT NBR 13752:1996.
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Instalar pingadeiras de concreto ou pedra natural sobre
a platibanda, devendo o balanço das mesmas ser de
três centímetros para cada lado;

Lavar o local com presença de mofo e fungos


com uma solução de água sanitária e água
potável na proporção 1:1. É importante esfregar
bem a superfície com uma escova de aço e
enxaguar com água. Aplicar novamente a
solução e deixar agir por aproximadamente
cinco horas. Repetir a lavagem, esfregando e
enxaguando bem, até eliminar totalmente todas
as regiões escuras;
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Aguardar a secagem total da superfície e, em seguida, realizar
a limpeza da platibanda com lixa e remoção de pó;

Chumbar os rufos de modo que o reboco da platibanda


esteja sobre o acabamento do rufo, em contato com a
parede, ou seja, deve-se executar um chumbamento com
argamassa e regularizá-lo faceando a platibanda na parte
interior;

Realizar a pintura da platibanda com uma demão de fundo


preparador de parede, outra demão de Vedapren parede da
Vedacit, ou similar, e fazer o acabamento final com tinta
acrílica contra mofo e maresia.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
A degradação da pintura em fachadas é
muito comum e, muitas vezes, mais
recorrente nas edificações altas. Isso
ocorre em decorrência da exposição
constante destes elementos construtivos
a chuvas, radiação solar e outras
9. Degradação intempéries.

de Pinturas em
Fachadas
9. Degradação de
Pinturas em Fachadas
O problema mais comum das fachadas externas dos edifícios é a
biodeterioração. Ela ocorre por conta do ataque de microorganismos
como fungos, bactérias e líquens, na superfície. Além de prejudicar a
estética da pintura, o aparecimento de manchas causadas por matéria
orgânica degrada a cor, a aderência e a textura da tinta.

A manifestação patológica pode ocorrer de forma mais expressiva em


fissuras e locais mais porosos do substrato, uma vez que o teor de
umidade é maior, facilitando a proliferação de microorganismos.

A imagem a seguir, de uma fachada com grande quantidade de


manchas e pintura danificada, exemplifica esse fenômeno.
Segundo a norma ABNT NBR 15575:2013,
recomenda-se o prazo mínimo de garantia de 2
anos para esfarelamento e descascamento de
pintura. Porém, a mesma norma recomenda o
prazo mínimo de 3 anos para estanqueidade de
fachadas e pisos molháveis. Sendo assim,
infere-se que devido à fissuração contínua e a
má qualidade do reboco, a patologia nas
fachadas é categorizada como um vício
construtivo. Assim, o processo de correção
de fissuras, texturização e repintura da
fachada nas áreas onde for identificada a
patologia, é de responsabilidade da
construtora.
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Um dos primeiros passos é lavar as superfícies a serem repintadas, de
cima para baixo, por hidrojateamento de pressão, para remoção
mecânica da sujeira, dos microrganismos existentes, e da tinta calcinada
(pó fino resultante da ação solar, através de raios UV);

Aplicar, por escovação, uma solução de água e água sanitária


(hipoclorito de sódio), na proporção de 1:1, sobre todas as superfícies
contaminadas por fungos e algas, a fim de garantir a eliminação química
em profundidade dentro do reboco. Deixar agir por até 30 minutos e,
logo após, remover a solução por hidrojateamento abundante;

Em paredes muito contaminadas, a operação anterior deve ser repetida


dentro de um intervalo de 15 dias para eliminar o ciclo reprodutivo dos
microrganismos. Deve-se ter cautela especial com as esquadrias de
alumínio que podem ser suscetíveis ao cloro;
Para recuperação do dano, recomenda-se:
Nos locais onde, eventualmente, apareça o reboco após a lavagem,
aplicar selador pigmentado acrílico branco, com pincel. Nos locais
onde são observadas fissuras de retração do reboco deve ser aplicado
um selante tipo Walflex da Plastimper, ou similar, com pincel e
desempenadeira metálica, de forma a garantir sua penetração.

Walflex é um material elástico branco a base de água, capaz


de acompanhar as movimentações térmicas, próprio para o
preenchimento de fissuras;

Aplicar por todas as elevações uma demão de tinta texturizada


acrílica, Vedapren parede da Vedacit, ou similar, respeitando o
período de cura de 5 dias. Após, aplicar duas demãos de Rekolor
Acrílico Fosco Praia e Campo da Renner, ou similar.
ALTERNATIVAS
RELACIONADAS À PATOLOGIA
Alternativas
Relacionadas à Patologia
A fachada ventilada é um sistema alternativo que utiliza diversos
materiais a uma certa distância da estrutura principal do prédio. Além de
ser sustentável, auxilia no conforto térmico, na redução dos custos com
energia elétrica e na diminuição da proliferação da matéria orgânica pela
diminuição da umidade.
Alternativas
Relacionadas à Patologia
Já a fachada com placa cerâmica possui longa durabilidade, fácil
instalação e limpeza, além de evitar problemas estéticos relacionados à
pintura, uma vez que reduz a área de contato de exposição à umidade,
diminuindo o acúmulo de matéria orgânica.
COMO EVITAR AS
PATOLOGIAS?
Como evitar as
patologias?
Embora seja difícil evitar Como citado no início Para isso, uma gestão
que as patologias no texto, o mais eficiente das manutenções
apareçam, a construtora importante é focar na preventivas deve ser o
pode antecipar esses causa do problema, ou primeiro grande passo!
problemas e resolvê-los seja, no motivo que Esse acompanhamento
mesmo antes de serem ocasionou o favorece o rápido
percebidos por seus aparecimento de diagnóstico e a solução das
clientes e usuários. determinada patologia. patologias.
POR QUE INVESTIR EM
MANUTENÇÃO PREVENTIVA?
Por que investir em
Manutenção Preventiva?
Você já deve ter ouvido falar da Lei de Sitter, ou Lei dos 5. Ela é um dos
maiores argumentos para a máxima de que prevenir é melhor do que
remediar. No caso das manutenções preventivas, estamos falando de
economia (de tempo e dinheiro)!

De acordo com esse princípio, o custo de uma manutenção é 5 vezes maior


para cada etapa do ciclo de vida de um elemento. Ou seja, se para realizar a
manutenção preventiva você tivesse que investir R$ 5,00, para uma
manutenção corretiva esse valor passaria para R$ 25,00 (5x5).
Por que investir em
Manutenção Preventiva?
O gráfico ilustra melhor a
aplicabilidade desta lei. Nele,
pode-se observar que, de
maneira geral, os custos de
mudanças de projeto próximo
ao fim da obra aumentam
significativamente, em
detrimento às alterações
realizadas no início da
execução.
Por que investir em
Manutenção Preventiva?
A partir de outra análise mais detalhada da Lei de Sitter e do gráfico,
temos algumas variáveis importantes a serem analisadas. O custo e a
mobilização de recursos são baixos no início, e crescem rapidamente ao
fim do projeto. Já o risco é muito maior no início de uma obra, decaindo
proporcionalmente com o tempo de projeto, uma vez que ele resulta das
tomadas de decisões que ditam o rumo da construção.

Por fim, a influência das partes interessadas é uma variável que aumenta
próximo ao fim do projeto, uma vez que, a partir do momento que a
edificação toma forma, a estética obtida começa a influenciar as decisões
de projetos tomadas no início ou até antes da execução.
Por que investir em
Manutenção Preventiva?
Desta forma, a Lei de Sitter reafirma e cria
consciência paliativa na tomada de decisões antes
do início de qualquer execução de obras
ou reformas

Agora, tente pensar nessa conta utilizando


números reais. O quanto ela “doeria” no bolso
da sua construtora?
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Referência
Bibliográfica:
FREIRE, Altair. Patologia nas Edificações Públicas do Estado do Paraná:
Estudo de Caso da Unidade Escolar Padrão 023 da Superintendência de
Desenvolvimento Escolar – SUDE. 2010. 41 f. Monografia (Especialização em
Construção de Obras Públicas) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2010.

NETO, Abdala; Ribeiro, Ana; Pires, Laís; Sena, Gildeon; Nascimento, Matheus;
Lima, Natalia; Patologia das construções; 2B Educação, 1ªEd., 2020.

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