Nota Tecnica Cib Orientacoes Montagem de Caixas de Emergencias Obstetricas 2
Nota Tecnica Cib Orientacoes Montagem de Caixas de Emergencias Obstetricas 2
Nota Tecnica Cib Orientacoes Montagem de Caixas de Emergencias Obstetricas 2
Lacre obrigatório / checagem de abertura de lacre: a caixa deve ser lacrada, com lacre
numerado e anotado em controle. Preferencialmente no dia 01 de cada mês, abrir os kits
rompendo o lacre, retirar o material, realizar limpeza e reavaliar todo o material (os materiais
ou medicamentos a vencer devem ser trocados imediatamente). Lacrar novamente e anotar
o número dos novos lacres e o nome do conferente e COREN (carimbo) em impresso
próprio. Em caso de utilização da caixa, realizar toda a inspeção e limpeza e deixar a caixa
pronta para novo uso.
Emergência hipertensiva:
• Hipertensão arterial grave: crise hipertensiva – pressão arterial sistólica (PAS) maior
ou igual a 160 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 110
mmHg.
• Utilizar anti-hipertensivos de ação rápida (ver quadro abaixo), com o objetivo de
reduzir a pressão arterial em 15% a 25% (PAS=140-150 mmHg e PAD=90-
100mmHg). Evitar quedas bruscas da pressão arterial devido aos riscos maternos
(acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio) e fetais (redução da
perfusão uteroplacentária).
• Avaliação fetal por meio da ausculta dos batimentos cardíacos fetais e
cardiotocografia (quando disponível).
• Quando houver necessidade de resolução da gestação de forma mediata,
recomenda-se administração de corticoide, conforme esquemas preconizados para
maturação pulmonar fetal, em gestantes com idade menor que 34 semanas.
Conteúdo da caixa:
Esquema de Pritchard
Dose de Ataque Dose de Manutenção
4g (8 ml a 50% ou 4 ampolas a 10%) diluídas em 5g (1 ampola a 50%, 10 ml) em injeção profunda, no glúteo, a
SF 0,9% ou SG 5% 100 ml - IV em 20 min +; 10g cada 4 horas, alternando os lados
IM - 1 amp a 50% em cada glúteo
Esquema de Zuspan
Dose de Ataque Dose de Manutenção
4g (8 ml a 50% ou 4 ampolas a 10%) diluídas em 5 g (1 ampola a 50%, 10 ml) + 490mL de SG 5% (diluição de 1g
SF 0,9% ou SG 5% 100 ml, via IV, infusão em 20 em 100 ml) ou; 10g (10 ampolas a 10%) + 400 ml de SG 5%
min (diluição de 2g em 100 ml): Infusão de 1-2g/h (bomba de
infusão)
Antídoto para intoxicação por sulfato de magnésio
Gluconato de cálcio a 10% (1 amp 10mL = 1g) – aplicar IV lentamente
Observações:
• Se houver nova convulsão apesar dos esquemas acima, administrar mais 2g de
sulfato de magnésio IV em bolus e fazer manutenção a 2g/h em bomba de infusão.
• Se ainda assim não houver controle das convulsões, considerar diagnósticos
diferenciais (por exemplo, AVC) com exame de imagem (tomografia
computadorizada).
• Manter a sulfatação por 24 horas após o parto ou após a última crise convulsiva.
ATENÇÃO:
Autorizada reprodução por: Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER. Protocolo do Núcleo de Segurança do Paciente (PRO
NPS 002): Código Laranja – Protocolo de Atendimento às síndromes hipertensivas. Ribeirão Preto: Sistema Qualis de Gestão da Qualidade / Módulo
Gestão de Documentos; 2021.
Kit de avaliação laboratorial de comprometimento sistêmico – Emergência Hipertensiva (1 tubo amarelo, 1 tubo
roxo, 1 frasco coletor de urina)
Tubo Amarelo Creatinina, ureia, bilirrubinas, TGO (AST), TGP (ALT)*
Tubo Roxo Hemograma com plaquetas
Copo Coletor Urina 1 ou RPC – Relação proteína / creatinina urinárias**
TGO (AST) – transaminase oxalacética (aspartato aminotransferase); TGP - transaminase pirúvica (alanina
aminotransferase);
*TGP (ALT) – não é imprescindível para o diagnóstico e manejo da emergência hipertensiva (pode ser dispensada de
acordo com a disponibilidade e protocolo institucional);
** RPC – relação proteína/creatinina urinárias: a realização da RPC dependerá da disponibilidade e viabilidade de cada
laboratório (se não for possível sua realização, considerar a análise de proteinúria pela urina tipo 1).
Define-se HPP como qualquer perda sanguínea acima de 500 ml após parto vaginal ou
maior que 1000 ml após parto cesariana, nas primeiras 24 horas pós-parto, ou qualquer
perda de sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica.
A HPP que ocorre entre 24 horas e seis semanas pós-parto é classificada como HPP
secundária e tem como causas mais frequentes infecção puerperal, doença trofoblástica
gestacional, retenção de tecidos placentários e distúrbios hereditários de coagulação.
Etiologia da HPP
O mnemônico dos “4 Ts” destaca as quatro principais causas de HPP:
TÔNUS – Atonia uterina – corresponde a 70% dos casos de HPP.
TRAUMA – Lacerações (cervicais, vaginais, perineais), hematomas, inversão/ruptura
uterina – 19% dos casos.
TECIDO – Retenção placentária, restos placentários pós-dequitação – corresponde a 10%
das HPP.
TROMBINA – Coagulopatias – 1% dos casos.
• Solicitar ajuda
• Massagem uterina
• Acessos intravenosos calibrosos bilateralmente (jelcos 14 ou 16)
• Coleta de exames
• Soro fisiológico ou Ringer Lactato aquecidos (máx. 1500 ml)
• Oxigênio (máscara facial a 8 -10L por min)
• Prevenir hipotermia (manta térmica, cobertores, soro aquecido).
• Sonda vesical de demora
• Avaliação de sinais clínicos e sinais vitais
OCITOCINA SIM
5 UI/EV lento (3 min) seguido de SF 0,9% Dose de Manutenção
1 grama, IV lento, em 10 min
Sem resposta
METILERGOMETRIA SIM
(01 ampola – 0,2 mg, IM) Dose de Manutenção
Não utilizar em quadros hipertensivos
Sem resposta
MISOPROSTOL
(800 µg – via retal)
Sem resposta
TRAJE ANTICHOQUE NÃO PNEUMÁTICO / BALÃO DE TAMPONAMENTO INTRAUTERINO
Sem resposta
LAPAROTOMIA
(Suturas compressivas / ligaduras vasculares / histerectomia / cirurgia de controle de danos)
Adaptado de: Tavares AB, Avila AN, Santos ACCC, Vitoy B, Mucio B, Paganoti CF, Moisés ECD, Cirolini E, Oliveira ECG, Osanan GC, Padilla H, Silva HC,
Meyer JF, Vieira LB, Reis MI, Magalhaes PPR, Francisco RPV, Delfino SM, Quintana SM, Medeiros SCG, Dutra TMLS. Recomendações assistenciais para
prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); 2018. 80p.
ITEM QUANTIDADE
Protocolo / check list 01 Fluxograma, 01 checklist (anexo 2) e 01 checklist dos itens
disponíveis no Kit (plastificados)
Soro Fisiológico 0,9% 02 frascos de 500 mL
Ringer Lactato 02 frascos de 500 mL
Equipo de soro 02 unidades
Three-way + extensor 02 unidades
Ocitocina (5UI/1 mL) 08 ampolas
Metilergometrina (0,2 mg/mL) 02 ampolas de 1 mL
Misoprostol 200mcg/cp 04 comprimidos
Ácido tranexâmico 250mg/5mL 04 ampolas de 5 mL
Cateter intravenoso calibre 16 ou 14 02 unidades de cada
Cateter intravenoso calibre 18 02 unidades de cada
Seringas 5 mL 02 unidades de cada
Seringas 20 mL 02 unidades de cada
Agulhas descartáveis 40x12 mm 04 unidades de cada
Agulhas descartáveis 25x8 mm 04 unidades de cada
Máscara facial de oxigênio + extensão 01 unidade de cada
Cateter vesical de demora + coletor urinário 02 unidades de cada
fechado
Termômetro 01 unidade
Manta térmica aluminizada adulto 01 unidade
Balão de tamponamento intrauterino* 01 unidade
Tubos de coleta de sangue 06 unidades de cada:
Tampa amarela/vermelha (soro)
Tampa roxa (EDTA)
Tampa azul (citrato de Sódio)
Tampa cinza (fluoreto)
Seringa para gasometria
Facilitadores Pedido de exames já preenchidos e pré-aprovados
*Se balão de tamponamento não disponível, disponibilizar no kit o material necessário para confecção de balão
artesanal.
Adaptado de: Tavares AB, Avila AN, Santos ACCC, Vitoy B, Mucio B, Paganoti CF, Moisés ECD, Cirolini E, Oliveira ECG, Osanan GC, Padilla H, Silva HC,
Meyer JF, Vieira LB, Reis MI, Magalhaes PPR, Francisco RPV, Delfino SM, Quintana SM, Medeiros SCG, Dutra TMLS. Recomendações assistenciais para
prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); 2018. 80p.
Misoprostol
O Misoprostol é um medicamento análogo sintético da prostaglandina E1 com ação de
maturação do colo uterino e contração da musculatura uterina. Na assistência à saúde da
mulher, é utilizado para indução do parto, abortamento, interrupção da gestação, profilaxia
e tratamento da hemorragia pós-parto. A utilização racional do Misoprostol contribui para
boa prática clínica no tratamento farmacológico e tem indicação nos 3 (três) trimestres de
gestação e no pós-parto.
Com o objetivo de melhorar a Saúde Materna e os preceitos fundamentais da Rede
Cegonha, a Coordenação da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde (COSMU/MS) e a
Área Técnica da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
(ATSM/SP) entendem que a compra centralizada dos medicamentos Misoprostol 25 mcg e
200 mcg é estratégica e que sua utilização deve obedecer ao Protocolo do Uso do
Misoprostol em Obstetrícia.
O Protocolo atual para utilização de Misoprostol em Obstetrícia (Figura 2) está disponível
em: https://www.figo.org/sites/default/files/2020-03/FIGO%20Dosage%20Chart%20%20-
%20PORTUGUESE.pdf
Morris JL, Winikoff B, Dabash R, Weeks A, Faundes A, Gemzell-Danielsson K, Kapp N, Castleman L, Kim C, Ho PC, Visser GHA. FIGO's
updated recommendations for misoprostol used alone in gynecology and obstetrics. Int J Gynaecol Obstet. 2017; 138(3): 363-366
Segue “Receituário” padrão indicado para o Estado de São Paulo, conforme
critérios da FIGO.
INSERIR
INSERIR NOME DO HOSPITAL
LOGO
E ENDEREÇO
HOSPITAL
Paciente:________________________________________________________________________
Registro hospitalar:_______________________Clínica:__________________Leito:____________
__________________________________________________RG:__________________________
( ) 4 cp de 200 mcg via ( ) 1 cp de 200 mcg via ( ) 27-28 semanas: ( ) 4 cp de 200 mcg via
vaginal a cada 3 horas (x2) vaginal a cada 4-6 horas 4 cp de 25mcg via vaginal a retal (x1)
cada 4 horas
( ) > 28 semanas: 1 cp de
25mcg via vaginal a cada 6
horas
( ) CID 10.O02.1 aborto retido ( ) CID 10:P95 ( ) CID 10-006 ( ) CID 10-O72
Aborto incompleto Aborto inevitavel Indução de parto Preparação cervical
p/aborto cirúrgico
( ) 2 a 4 cp de 200mcg ( ) 1 cp de 200 mcg via ( ) 1 cp de 25mcg via
Via vaginal (x1) vaginal a cada 6 horas vaginal a cada 6 horas ( ) 13-19 semanas: 2 cp de
200mcg via vaginal 3-4
horas (antes do
procedimento)
>19 semanas:
tem que ser combinado com
outras modalidades
( ) CID 10:O62.0 indução
( ) CID 10:P95 feto morto
( ) CID 10-O03.4 ( ) CID 10.O04 ( ) CID 10:O72 pos datismo
Data:_____/_____/_____ Assinatura:____________________________________
Assinatura com carimbo ou assinatura com nome legível e CR
DISPENSAÇÃO HOSPITALAR PARA ATENDIMENTO EM 24HORAS
Data Quantidade Horário Liberado por: Recebido por: Carimbo e assinatura do(a)
Liberada enfermeiro(a)
___/___/___ ___:___
___/___/___ ___:___
___/___/___ ___:___
___/___/___ ___:___
___/___/___ ___:___
INTERCORRÊNCIA
Preencher o quadro abaixo somente em caso de devolução
______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Data:_____/_____/_____ Horário:_____:_____
______________________________________________________ __________________________
Carimbo e assinatura do(a) enfermeiro(a) Visto da farmácia
C. CAIXA EMERGÊNCIA - SEPSE
Sepse materna é uma condição potencialmente fatal, definida pela Organização Mundial
da Saúde em 2017 como a “disfunção orgânica resultante de infecção durante a gravidez,
parto, pós-aborto ou pós-parto”. É uma síndrome caracterizada por uma resposta
inflamatória exacerbada e desregulada do organismo a uma infecção. No Brasil os casos
de sepse respondem por cerca de 25% da ocupação dos centros de terapia intensiva, com
uma alta mortalidade (em torno de 65%), segundo dados do Instituto Latino-Americano de
Sepse (www.ilas.org.br).
Além de causarem 11% das mortes maternas, as infecções complicam o quadro clínico
materno em outros agravos de saúde que causam morte materna. As infecções podem ser
de origem obstétrica (corioamnionite, infecção puerperal, aborto infectado, tromboflebite
pélvica) ou não obstétrica (resultado de infecções que acometem outros sítios): pielonefrite,
pneumonia, fascite, apendicite, colecistite. Incluem-se também as infecções hospitalares:
infecção urinária associada ao cateter, pneumonia por utilização de respirador, infecção de
sítio cirúrgico.
Diagnóstico
O diagnóstico de sepse é predominantemente clínico. A triagem na suspeita de sepse é
feita pela aplicação do instrumento de rastreamento “Avaliação sequencial rápida de
falência orgânica” (do inglês Quick Sequential Organ Failure Assessment q-SOFA), que usa
três critérios clínicos (frequência respiratória, nível de consciência e pressão arterial
sistêmica) para identificar as pacientes com pior prognóstico para mortalidade intra-
hospitalar. Devido às alterações fisiológicas da gestação, o escore foi adaptado para o
omqSOFA (obstetric modified quick SOFA - omqSOFA) para ser utilizado a partir da 22ª
semana de idade gestacional e até o sétimo dia pós-parto. Uma pontuação maior ou igual
a 2 (dois) deve indicar suspeita de sepse.
Escore omq-SOFA para triagem de sepse em gestantes e puérperas até uma semana
pós-parto:
Parâmetro Pontuação: 0 Pontuação: 1
Pressão sistólica ≥ 90mmHg < 90mmHg
Frequência respiratória < 25 IR/min ≥ 25 IR/min
Alteração do estado de consciência Alerta Não alerta
IR/min – incursões respiratórias por minuto
Adaptado de:
Bowyer L, Robinson HL, Barrett H, Crozier TM, Giles M, Idel I, Lowe S, Lust K, Marnoch CA, Morton MR, Said J, Wong M, Makris A. SOMANZ guidelines
for the investigation and management sepsis in pregnancy. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2017;57(5):540-551
Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, Bellomo R, Bernard GR, Chiche JD, Coopersmith CM, Hotchkiss RS, Levy
MM, Marshall JC, Martin GS, Opal SM, Rubenfeld GD, van der Poll T, Vincent JL, Angus DC. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and
Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
Após identificação de rastreio inicial positivo pelo omqSOFA, o diagnóstico da sepse deve
ser confirmado pela disfunção orgânica secundária à infecção, que é caracterizada pelo
aumento de pelo menos dois pontos no instrumento “Avaliação sequencial de falência
orgânica” (do inglês Sequential Organ Failure Assessment – SOFA), ferramenta que
também já foi adaptada para a obstetrícia, incluindo parâmetros clínicos e laboratoriais.
Nesse escore, deve-se considerar o diagnóstico de sepse quando ocorre aumento de 2
(dois) ou mais pontos em consequência de processo infeccioso.
Pontuação
Parâmetro
0 1 2
PaO2/ FIO2 ≥ 400 300 a 400 <300
3 3
Plaquetas X 10 / mm ≥ 150 100 – 150 <100
Bilirrubinas (mg/dL) ≤ 1,17 1,17-1,87 >1,87
PAM (mmHg) > 70 <70 Drogas vasoativas
Consciência Alerta Desperta ao estímulo Desperta somente a
vocal estímulo físico ou dor
Creatinina (mg/dL) ≤ 1,0 1,0-1,36 ≥1,36
FIO2- fração de inspiração O2; PaO2- pressão parcial de O2; PAM - pressão arterial média
Adaptado de:
Bowyer L, Robinson HL, Barrett H, Crozier TM, Giles M, Idel I, Lowe S, Lust K, Marnoch CA, Morton MR, Said J, Wong M, Makris A. SOMANZ guidelines
for the investigation and management sepsis in pregnancy. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2017;57(5):540-551
Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, Bellomo R, Bernard GR, Chiche JD, Coopersmith CM, Hotchkiss RS,
Levy MM, Marshall JC, Martin GS, Opal SM, Rubenfeld GD, van der Poll T, Vincent JL, Angus DC. The Third International Consensus Definitions for
Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
Tratamento
O tratamento da sepse deve ser imediato, com administração obrigatória de antibióticos de
amplo espectro na primeira hora de atendimento, pois cada hora de atraso aumenta a
mortalidade materna em aproximadamente 8%.
As medidas iniciais incluem:
• Expansão volêmica de aproximadamente 30ml/kg com cristaloide, por acesso
calibroso, se hipotensão ou lactato maior que 4mmol/L (com fracionamento e
reavaliação clínica materna a cada 300 ml para evitar edema agudo de pulmão);
• Oxigênio suplementar para correção de hipóxia (alto fluxo de oxigênio);
• Profilaxia de tromboembolismo;
• Coleta de exames, incluindo duas hemoculturas e dosagem de lactato;
• Antimicrobianos intravenosos de amplo espectro levando em consideração a origem
suspeita ou confirmada do foco infeccioso.
• Prescrição de vasopressor se pressão arterial média inferior a 65 mmHg.
Adaptado de: Albright CM, Mehta ND, Rouse DJ, Hughes BL. Sepsis in Pregnancy: Identification and Management. J Perinat Neonatal Nurs.
2016;30(2):95-105
FLUXOGRAMA: MANEJO DA SEPSE NA GESTAÇÃO
sepse neonatal
Estável?
✓ Critérios de instabilidade:
✓ PAS < 90mmHg
✓ Sinais de insuficiência respiratória
SIM NÃO ✓ Oliguria (Débito Urinário <
Monitorar Internação 0,5ml/kg/h)
Parâmetros em UTI ✓ Alteração do nível de consciência
Adaptado de: Bowyer L, Robinson HL, Barrett H, Crozier TM, Giles M, Idel I, Lowe S, Lust K, Marnoch CA, Morton MR, Said J, Wong M, Makris A.
SOMANZ guidelines for the investigation and management sepsis in pregnancy. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2017;57(5):540-551
ITENS PARA CAIXA DE SEPSE:
Item Quantidade
Checklist (anexo 3) 01
Termômetro digital 01
Cateter Intravenoso (Jelco) nº 14 01
Cateter Intravenoso (Jelco) nº 16 01
Cateter Intravenoso (Jelco) nº 18 01
Torneirinhas 3 vias 02
Seringa descartável 20 ml 03
Seringa descartável 10 ml 05
Agulha descartável para aspiração 05
Scalp n° 21 01
Scalp nº 23 01
Agulha descartável nº 25X8 05
Seringa Gasometria 02
Tubo coleta tampa roxa 01
Tubo coleta tampa amarela 02
Tubo coleta tampa azul 01
Frasco de Hemocultura 02
Swab 02
Copo coletor estéril 02
Soro fisiológico 0.9% 10 ml 05
Solução Ringer Lactato 500 ml 02
Equipo descartável Simples 02
Máscara de Oxigênio com Reservatório 01
Frasco Umidificador de Oxigênio 01
Sonda Vesical de Demora 01
Coletor de urina estéril 01
Água Destilada 10 ml 01
Luvas Estéreis 02 pares
Atadura de Gazes Estéreis 02
Solução Clorexidina Aquosa 01
Eletrodos descartáveis 05
Luvas de procedimento 08 pares
Almotolia de álcool 01
Bolas de algodão 01
Autorizada reprodução por: Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER. Protocolo do Núcleo de Segurança do Paciente
(PRO NPS 003): Código Amarelo – Protocolo de Atendimento à Sepse em Adultos. Ribeirão Preto: Sistema Qualis de Gestão da Qualidade /
Módulo Gestão de Documentos; 2021.
CHECKLIST – MANEJO DE URGÊNCIA HIPERTENSIVA
Autorizada reprodução por: Paganoti CF, Moisés ECD, Neves FF, Mattar R, Francisco RPV, Quintana SM, Borges VTM. Curso teórico-prático das
emergências obstétricas Sogesp: manual de orientação para o curso teórico-prático de emergências obstétricas / [organização Cristiane Muniz
Leal]. -- 1. ed. -- São Paulo: SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, 2020. ISBN 978-85-68096-10-9
CHECKLIST: SEQUENCIAMENTO DO ATENDIMENTO DA HEMORRAGIA
PUERPERAL – HPP
A. AJUDA / AVALIAÇÃO INICIAL
Verbalização clara do diagnóstico para equipe / comunicar ao acompanhante
Chamar obstetra / hospitalista / enfermeiro e técnico de enfermagem imediatamente
Estimar gravidade da perda volêmica inicial (sinais vitais, índice de choque, perda sanguínea)
Avaliação rápida da etiologia (tônus, tecido, trauma e trombina)
B. BÁSICO / MEDIDAS GERAIS INICIAIS
Cateterização de 2 acessos venosos calibrosos (J 14 ou 16) e iniciar infusão SF0,9%
Fornecer oxigenioterapia em máscara facial (8-10L/min)
Elevação dos membros inferiores (Tremdelemburg)
Monitorização materna contínua
Sondagem vesical de demora
Avaliar necessidade de antibioticoterapia
Solicitar exames: hemograma, ionograma, coagulograma, fibrinogênio, prova cruzada. Casos
graves: lactato, gasometria
C. CONTROLE DA VOLEMIA / REPOSIÇÃO VOLÊMICA
Estimar gravidade da perda volêmica (IC maior ou igual a 0,9 – avaliar necessidade de transfusão)
Cristaloide – reavaliar resposta clínica da paciente a cada 500mL infundidos
Transfusão – se instabilidade hemodinâmica e considerar após 1500mL de cristaloide e HPP
grave
D. DETERMINAR ETIOLOGIA: 4T – TÔNUS, TECIDO, TRAJETO, TROMBINA
Determinar tônus uterino – palpação uterina
Revisão da cavidade uterina – restos placentários
Revisão do canal do parto – lesão/hematoma: vagina, colo, segmento uterino
Avaliar antecedente para coagulopatia
E. ESPECÍFICOS E ADJUVANTES: TRATAMENTOS
Tratar causa da hemorragia – vide fluxograma
Tratamento adjuvante – ácido tranexâmico 1g, EV, lento, em 10 minutos
F. FOCO NA ATONIA: SE ATONIA CONFIRMADA, ASSOCIADA OU ENQUANTO SE PROCURA
OUTRO FOCO NAS PRIMEIRAS 3 HORAS
Compressão uterina bimanual – imediatamente, enquanto aguarda medicação
Ocitocina – 5UI EV lento + 20UI (4 ampolas) diluídas em 500mL SF0,9%a 250mL/h
Metilergometrina – 1 ampola 0,2mg IM
Misoprostol – 800mcg via retal
Ácido tranexâmico 1g, EV lento, em 10 minutos, logo após o início do sangramento e em
concomitância com os uterotônicos, dentro das primeiras 3h
Balão de tamponamento intrauterino – se falha do tratamento medicamentoso
G. GERAL: AVALIAÇÃO PÓS-ABORDAGEM INICIAL
Reavaliação da hemorragia e do estado hemodinâmico da paciente (IC)
Transfusão de hemocomponentes, caso seja necessário (basear-se na clínica da paciente)
Evitar hipotermia. Temperatura axilar 15/15 minutos na 1ª hora. Manta térmica ou cobertores.
Soro aquecido.
Se falha do tratamento conservador: avaliar tratamento cirúrgico
H. AVALIAR TRATAMENTO CIRÚRGICO/LAPAROTOMIA
Sutura compressiva – B-Lynch, Cho
Ligadura de vasos – artérias uterinas, ovarianas, hipogástricas
Histerectomia
UTI de acordo com a gravidade
Adaptado de: Tavares AB, Avila AN, Santos ACCC, Vitoy B, Mucio B, Paganoti CF, Moisés ECD, Cirolini E, Oliveira ECG, Osanan GC, Padilla H, Silva
HC, Meyer JF, Vieira LB, Reis MI, Magalhaes PPR, Francisco RPV, Delfino SM, Quintana SM, Medeiros SCG, Dutra TMLS. Recomendações
assistenciais para prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); 2018.
80p.
CHECKLIST – MANEJO INICIAL DA SEPSE
A. AVALIAÇÃO INICIAL
Verbaliza de forma clara a suspeita diagnóstica para a equipe?
Orienta e tranquiliza adequadamente o(a) acompanhante?
B. MEDIDAS GERAIS DE RESSUSCITAÇÃO
Oferece oxigênio suplementar através de máscara facial não reinalante com fluxo maior
que 6mL/min?
Solicita cateterização de acesso venoso calibroso (nº 14 ou 16)?
Colhe exames para cálculo do SOFA (hemograma, gasometria, creatinina e bilirrubina)?
Orienta manter a paciente em monitorização multiparamétrica contínua?
Colhe lactato sérico?
Solicita sondagem vesical de demora para monitorização do débito urinário?
Prescreve expansão volêmica com 30ml? kg de cristaloide (pelo menos 1800mL)?
Avalia sinais congestivos antes de prescrever volume (ausculta torácica)?
C. TRATAMENTO DA INFECÇÃO
Colhe hemoculturas (duas amostras)?
Envia material da ferida cirúrgica para cultura?
Prescreve antimicrobiano endovenoso com espectro adequado (vancomicina OU oxacilina
+ clindamicina)?
Solicita imagem de abdome (tomografia ou ultrassom) para avaliação de complicação
cirúrgica?
D. IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DO CHOQUE
Reavalia os parâmetros hemodinâmicos?
Verbaliza de forma clara a suspeita diagnóstica de choque séptico?
Indica punção venosa central para prescrição de drogas vasoativas?
Prescreve noradrenalina de forma correta (acesso central, bomba de infusão, dose
correta)?
Indica a transferência da paciente para UTI?
E. ORGANIZAÇÃO DA EQUIPE E COMUNICAÇÃO
O líder organizou adequadamente o trabalho?
A comunicação foi clara, concisa e precisa?
A equipe utilizou Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequadamente?
As atitudes da equipe foram respeitosas e de apoio mútuo?
A equipe acolheu adequadamente a paciente e o(a) acompanhante?
Autorizada reprodução por: Paganoti CF, Moisés ECD, Neves FF, Mattar R, Francisco RPV, Quintana SM, Borges VTM. Curso teórico-prático das
emergências obstétricas Sogesp: manual de orientação para o curso teórico-prático de emergências obstétricas / [organização Cristiane Muniz
Leal]. -- 1. ed. -- São Paulo: SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, 2020. ISBN 978-85-68096-10-9
D. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
1. OPERACIONALIZAÇÃO
Os produtos para saúde da mulher – misoprostol 25mcg e misoprostol 200mcg – adquiridos
pelo Ministério da Saúde serão encaminhados ao Almoxarifado Central da Coordenadoria
de Assistência Farmacêutica- SES/SP.
Após atendimento, a Deliberação CIB-50, de 05/05/2021, que aprova Nota Técnica CIB
– Fluxo da programação de produtos para Saúde da Mulher, pelos hospitais e
maternidades, no âmbito do Estado de São Paulo.
Ainda, vale ressaltar que caso o Ministério da Saúde (MS) realize as entregas de forma
parcelada ou irregular, haverá reflexo na distribuição no estado. As reposições trimestrais
serão atendidas mediante estoque e não haverá entrega retroativa vez que o MS realiza
apenas atendimento do período vigente.
As reposições trimestrais dos hospitais serão entregues nos endereços cadastrados no
banco de dados da CAF-SES/SP. Caso exista necessidade de alteração do endereço de
entrega, durante o exercício de 2021, o hospital deverá encaminhar manifestação formal
através de ofício à CAF-SES/SP, por intermédio dos NAF-DRS-SES/SP, informando: nome
do município, CNPJ e endereço atualizado.
2. PROGRAMAÇÃO
O sistema informatizado que será utilizado para programação é o FARMANET - Saúde da
Mulher.
A Programação será realizada anualmente e estabelecerá valores de referência para o ano
vigente.
Os estabelecimentos hospitalares deverão validar as quantidades anuais conforme a
necessidade e/ou particularidade do serviço.
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