Universidade Federal Da Fronteira Sul Campus Chapecó Curso de Administração
Universidade Federal Da Fronteira Sul Campus Chapecó Curso de Administração
Universidade Federal Da Fronteira Sul Campus Chapecó Curso de Administração
CAMPUS CHAPECÓ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
GABRIEL HENNIG
CHAPECÓ
2016
1
GABRIEL HENNIG
CHAPECÓ
2016
2
3
GABRIEL HENNIG
Este trabalho de conclusão de curso foi definido e aprovado pela banca em:
13 / 06 / 2016
BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Janete e Antônio, por me ensinarem os caminhos da vida desde os
primeiros passos, pelo amor, pela compreensão, pelas orações e pela confiança.
Ao meu pequeno irmão Vitor, por proporcionar e dividir comigo momentos bons e
ruins durante o dia-a-dia, às vezes nem mesmo os entendendo.
Ao Professor Charles por me aceitar como orientando, pela imensa paciência durante a
orientação deste trabalho, por me forçar a ter uma visão mais acadêmica do meu estudo, e
pelas incontáveis e inestimáveis sugestões.
(PAT TILLMAN)
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RESUMO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS
CA – Centro de Abastecimento
CQ – Controle de Qualidade
IT – Inteligência Tecnológica
SC – Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................... 14
4.3 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 59
13
1 INTRODUÇÃO
em cada produto através do seu tempo de passagem por esses postos é considerada uma
maneira mais correta de tratar os custos, além disso, pode-se dizer que o método “baseia-se na
unificação da produção para simplificar o processo de controle e gestão. A mensuração do
desempenho é feita por meio de custos e medidas físicas de eficiência e produtividade”
(BORNIA, 2010).
Ainda, no que tange ao método, segundo Bornia (2010), a unificação da produção
parte do conceito teórico de esforço de produção, no qual os esforços de produção
representam todo o esforço dispendido para se transformar matéria prima em produtos
acabados da empresa. Dessa forma, o trabalho da mão de obra, seja ela direta ou indireta, a
energia elétrica utilizada para mover as máquinas e iluminar o ambiente, os materiais de
consumo necessários para por em funcionamento a fábrica, a manutenção do equipamento, o
controle de qualidade, o trabalho intelectual de planejar a produção, enfim, tudo que está
relacionado com a produção da empresa de maneira direta ou indireta, gera esforços de
produção.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Problema
1.1.3 Justificativa
A indústria têxtil brasileira além de sofrer com a concorrência das empresas nacionais
tem ainda que lutar com algumas organizações internacionais, portanto, existe a necessidade
de se utilizar estratégias onde se consigam manter o nível de rentabilidade e produtividade
organizacional. No que se refere à indústria têxtil para a economia do estado de Santa
15
Catarina ela representa 17,74% da economia do estado (FIESC, 2014), visualizando assim a
importância do setor para o desenvolvimento catarinense.
A RQ atua no ramo têxtil desde o ano de 1990, e emprega cerca de 600 colaboradores
em quatro municípios diferentes, São Carlos, Águas de Chapecó, Planalto Alegre e Saltinho,
todos localizados no oeste catarinense. Dentre esses quatro municípios a RQ têm atualmente
seis unidades produtivas.
A necessidade de melhorar constantemente a gestão organizacional é uma obrigação
da empresa, para que acompanhe os seus concorrentes, e também para que consiga se manter
no mercado, gerando emprego e renda na região onde atua. A necessidade de ser cada vez
mais eficiente é visível, melhorar processos, diminuir desperdícios, enfim, estar alinhado com
o que se acredita ser necessário para a evolução e crescimento constantes no setor.
Tendo em vista a incerteza na tomada de decisão e a concorrência acirrada no ramo
têxtil, não só no estado de Santa Catarina, mas no Brasil, o presente estudo buscou uma das
variáveis cruciais na alavancagem das empresas, denominada, custos de produção, mais
especificamente, os custos de transformação. O estudo e a prática dos diferentes métodos de
custeio referem-se às várias alternativas possíveis de tomada de decisão, e, além disso, sobre
quais elementos de custos devem ou não ser considerados na mensuração dos custos dos
produtos da empresa. Segundo Martins e Rocha (2010) conhecer e entender as alternativas de
se calcular os custos dos produtos proporciona aos gestores, identificar em certas
circunstâncias, aquele que melhor atende a sua necessidade de informação para a tomada de
tal decisão. Além disso, abre-se também viés para a análise da capacidade produtiva de cada
setor da organização e a partir disto podendo até serem minimizados os erros em futuras
análises e/ou tomadas de decisões.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
uma maior competitividade perante o mundo concorrencial a sua volta. Dentre os vários
vieses dessa competição, um dos mais importantes meios para essa competitividade é
conhecer de fato o custo dos seus produtos, campo este que é melhor desmistificado pela
contabilidade de custos (MARTINS, 2010).
A classificação dos custos se deve às suas características distintas, dessa maneira torna-se
necessário classifica-los em diretos e indiretos, visto que alguns são identificados facilmente
nos produtos e outros não. A outra classificação se refere à relação dos custos quando o
volume de produção aumenta ou diminui, sendo classificados em fixos ou variáveis conforme
a Figura 1.
ao produto, pois, quanto maior a produção da empresa, maior será o seu custo variável. Para
Martins (2010), o valor global de consumo dos materiais diretos por período depende
diretamente do volume de produção, logo, materiais diretos são custos variáveis.
Considerando somente o custo variável, não se tem nada mais do que o valor total do custo do
período dividido pelo total produzido, o que só ocorre quando de fato a atividade é realizada.
Os custos fixos, segundo Leone e Leone (2010), são aqueles que oneram a empresa
independentemente do nível de atividade, como o nome já diz, não variam proporcionalmente
ao volume produzido no período. Essa classificação pode também ser denominada por custo
de estrutura, tendo em vista que para se manter um nível desejado de atividades é preciso
manter uma estrutura básica para a atividade fim. Porém, este volume, está relacionado a uma
determinada capacidade produtiva. Conforme Martins (2010), o aluguel da fábrica de certo
mês é de determinado valor, independentemente do aumento ou diminuição da produção
dentro daquele mês, por isso o aluguel é caracterizado como custo fixo. Sendo assim, uma
produção em grande escala na capacidade instalada reduz o custo fixo, pois o volume diluirá
os custos fixos gerando uma maior lucratividade, como também uma produção contrária,
acarretará no aumento do custo fixo de determinado período.
A classificação dos custos como fixos ou variáveis, permite analisar e prever o volume
necessário de receita em um período, para que possa ser sustentado o nível de atividade
planejado. A mudança nas matrizes produtivas ao longo do tempo fez com que a proporção da
parcela dos custos fixos aumentasse em relação aos custos variáveis (CLEMENTE e SOUZA,
2011).
Em virtude da complexidade dos processos e dos múltiplos produtos fabricados em
uma mesma empresa, os custos fixos devem ser identificados ainda na fase de projeto. Essa
informação, juntamente com as restrições de demanda e de insumos, subsidiam as discussões
em torno da estratégia que a empresa irá tomar (CLEMENTE e SOUZA, 2011).
Além dessa classificação, pode-se ainda citar os custos semifixos ou semivariáveis
que, conforme Fadanelli (2007) podem ser considerados fixos até certo patamar, e ao
ultrapassarem este ponto passam a se comportar como variáveis, como é o caso de algumas
tarifas públicas, como a de energia elétrica, onde a parte fixa é a parte contratada e a parte
variável é o consumo efetivo (MARTINS, 2010).
não controláveis são irrelevantes nas decisões de curto prazo, porém, podem ser considerados
em decisões de longo prazo.
Todos esses custos possuem ainda critérios para serem alocados aos produtos, métodos
chamados de custeio, sendo definidos a partir da visão e a necessidade de cada organização no
âmbito de trabalho.
Os elementos de custos são insumos utilizados para a fabricação dos itens do mix de
produtos da empresa. Esses elementos têm relação com o produto, no presente estudo são
compostos por: matéria-prima, mão de obra direta, mão de obra indireta e os custos indiretos
de fabricação, esse que é contemplado pelo aglomerado de elementos de custos.
A mão de obra direta, assim como a matéria-prima, pode ser considerada fator
predominante na produção de um artigo. Como o próprio nome descreve, a MOD deve ser
diretamente alocada ao produto. Refere-se ao pessoal do chão de fábrica, quem realmente
produz o bem ou serviço. Conforme Bornia (2010), os custos da mão de obra direta estão
diretamente relacionados com os trabalhadores na atividade da confecção dos produtos, isto é,
representam o salário dos operários envolvidos diretamente com a produção, já os
funcionários não envolvidos com a fabricação representam a mão de obra indireta.
produção do bem, mas sim na organização daquela produção, por exemplo, o setor de
Planejamento e Controle de Produção (PCP), é que gere toda a produção, indiferente do
produto, logo ela por alguma forma de rateio deve ser alocada a produção dos referidos itens.
Ainda segundo Bornia (2010), esses custos são todos os demais custos de produção, bem
como, materiais de consumo, mão de obra indireta, depreciação, energia elétrica, telefone,
água, etc. Os atuais modelos produtivos fazem com que os custos indiretos sejam
representativos na produção, ao passo que a MOD, por exemplo, tem se tornado menos
importante, isso aliado ao fato de que a análise dos CIF é mais complexa do que os custos
diretamente ligados à produção do bem ou serviço.
Segundo Martins (2010), esse é o gênero de custeio que atribui custos indiretos e fixos
aos produtos. Dentro desse método, uma das suas espécies denomina-se Custeio Pleno, pelo
qual também são atribuídas as despesas fixas de administração de vendas aos produtos. É
denominado Custeio por Absorção porque, sob sua visão, os bens e serviços produzidos
devem absorver custos variáveis, também os fixos, e até os gastos da administração em geral.
Logo, todo e qualquer método de custeio que atribui custos fixos aos produtos pertencem ao
gênero denominado Custeio por Absorção. Dentro desse gênero, existem outras três espécies:
Custeio por Absorção Parcial, Custeio por Absorção Parcial Modificado e Custeio por
Absorção Integral ou Pleno, conforme o descrito a seguir.
No custeio por absorção parcial se alocam aos produtos apenas os custos fixos e
variáveis. Caracteriza-se parcial pelo fato de não alocar as despesas da administração como
acontece no custeio por absorção integral. No parcial, ainda, são debitadas todas as despesas
do resultado do período em que ocorrem, partindo do pressuposto do princípio da
competência (MARTINS, 2010).
Quanto ao custeio por absorção parcial modificado, alocam-se aos produtos os custos
variáveis e os fixos operacionais, já os custos fixos estruturais e as despesas são levados
diretamente ao resultado do período em questão, levando em consideração o princípio da
competência. Diferenciado do custeio por absorção parcial pelo fato de não levar aos produtos
os custos fixos estruturais, por isso leva o nome de modificado (MARTINS, 2010).
Ainda quanto aos métodos de custeio, existe o custeio pleno, ou também denominado
de custeio por absorção integral, nele são considerados todos os custos de produção e ainda os
gastos fixos da administração e das vendas. Por incorporar aos produtos os gastos da
administração em geral e também os gastos fixos de vendas, esse custeio é denominado
integral, diferenciando-se do parcial que os trata como despesas do período (MARTINS,
2010).
A segregação dos custos de determinado período por meio do método de absorção é
realizada através de centros de custos, são unidades ou até mesmo postos operativos, nos
quais os custos em geral são acumulados e após o término de determinado período são
distribuídos aos produtos. Existem ainda, os centros de custos de apoio, ou também indiretos,
que se caracterizam por atividades de auxílio aos centros de custos diretamente ligados a
produção do bem, como é o caso do PCP (Planejamento e Controle da Produção), CQ
(Controle de Qualidade) entre outros.
Os centros de custos devem partir da ideia de homogeneidade, para que não existam
distorções no valor do custo dos produtos. Significa que devem se constituir por recursos
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influenciados por um único fator, o qual será utilizado para a alocação do custo de
determinado centro ao produto ou a outros centros. Exemplos de fatores são horas de mão de
obra, horas de máquinas entre outros. Sendo assim, para cada centro de custo deve ser
identificada a base de rateio, para que o custo possa ser alocado aos produtos que nele
transitaram em determinado período.
O custeio por Absorção atualmente é utilizado em muitas empresas, o fato de ser
utilizado em grande volume no Brasil, dá-se pela legalidade do método perante a legislação
brasileira. Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2001), para a visão fiscal, os gastos da
empresa devem ser distribuídos em custos e despesas, devendo ser atribuídos todos os
custos aos produtos fabricados enquanto que as despesas devem ser levadas diretamente ao
resultado do período. Esse método caracterizado também por uma elevada quantidade de
rateios, cálculos sob critérios pré-determinados, a exemplos da mão de obra direta, entre
outras formas de correlação.
que possa ser transformada a matéria-prima em produtos acabados da empresa. Dessa forma,
a mão-de-obra direta e indireta, a energia utilizada pelas máquinas e a própria iluminação do
ambiente de trabalho, os materiais de consumo, ou seja, aqueles aquém da estrutura do
produto, a manutenção do equipamento, o controle de qualidade, o trabalho de planejamento e
controle de produção, enfim, tudo o que se relaciona direta e indiretamente com a produção da
empresa gera esforço de produção (LEONE, 2000).
No que diz respeito às atividades administrativas, comerciais, financeiras e as próprias
matérias-primas do processo produtivo, não estão incluídas no cálculo do custo de
transformação. Logo, o método não faz uso destes custos e despesas para a unificação da
produção, portanto, os mesmos não devem ser alocados (BORNIA, 2010).
esforço total em prol daquele produto e, logo, o custo total do mesmo (BORNIA, 2010).
Dentro desse esforço pode ser destacado não só o que é ligado diretamente a produção do
item, mas sim ao controle da produção, a manutenção dos equipamentos, o controle de
qualidade e até o trabalho intelectual desenvolvido para o planejamento da produção.
Mensurar esses esforços pode parecer complicado no início, mas é necessário obter a relação
entre esses trabalhos realizados em volta da produção e trazer à tona o quanto cada um se
debruçou sobre a sua atividade fim, assim desenvolve-se a medida denominada UEP
(BORNIA, 2010).
Podem ser destacados três princípios fundamentais dentro do método UEP são eles:
princípio das estratificações, princípio das relações constantes e o princípio do valor
agregado. O princípio das estratificações estabelece que a maior precisão da relação entre os
itens de custo e a quantidade destes diretamente alocados aos seus postos operativos, maior
será a precisão nos resultados obtidos. Quanto aos custos indiretos que precisam de alocação,
são utilizadas bases de rateio, o que pode tornar o resultado aproximado do real, até por vezes
incorreto, o que dessa maneira pode não demonstrar a real utilização item ao custo do produto
(MOROZINI et al, 2006)
Segundo Bornia (1988), esse grau de exatidão é extremamente dependente do grau de
diferenciação de cada nova estratificação no que diz respeito às precedentes, em compensação
é fracamente dependente do volume de cada nova estratificação.
No que diz respeito ao princípio das relações constantes, o mesmo idealiza uma
constância dos potenciais produtivos dos postos operativos ao longo do tempo, porém dessa
forma, os fatores do ambiente externo da empresa não podem vir a interferir essa constância,
principalmente aqueles que estão ligados a conjuntura econômica (MOROZINI et al, 2006).
Essa constância é comprovada pela teoria e a prática demonstrou isso, ao efetuarem-se
recálculos de revisão depois de cinco anos ou mais, em várias organizações, que tiveram
várias ampliações em locais, pessoas, e até máquinas, demonstraram variações insignificantes
nas UEPs, confirmando dessa forma a sua constância no tempo (ALLORA, 1985).
Ainda segundo Bornia (1988), um posto operativo rigorosamente definido possui um
potencial também definido e este não varia no tempo se as características do posto não se
alterarem. O potencial produtivo representa a capacidade do posto operativo de efetuar o
trabalho, e essa não é afetada por variações externas a empresa.
29
Quanto ao valor agregado, Kraemer apud Souza e Diehl (1995) citam que a empresa é
analisada em função do seu trabalho na transformação de matérias-primas em produtos
acabados, tendo em vista esse trabalho, devem ser analisados indicadores de lucratividade e
rentabilidade dos respectivos produtos, levando em consideração claro os trabalhos
efetivamente realizados sobre as matérias-primas, e assim esse esforço é alocado ao produto e
normalmente repassado no preço cobrado do cliente.
Esse princípio então visualiza a fábrica como transformadora de matérias-primas em
produtos acabados, ou seja, o produto da fábrica é o trabalho que a mesma efetua sobre a
matéria-prima e não a própria MP em si, logo para isso, a fábrica divide-se em duas partes
totalmente diferentes: a fábrica e o setor administrativo (BORNIA, 1988).
A unificação da produção só é possível devido a estes princípios podendo, dessa
forma, uma empresa que produz vários produtos ter o mesmo privilégio de uma empresa que
produz apenas um produto, no sentido de que se pode utilizar uma unidade de medida padrão
para todos os seus produtos, o que de certa forma pode auxiliar a gestão não só dos custos,
mas também do seu processo produtivo (KRAEMER apud SOUZA e DIEHL, 1995).
O método das UEPs pode ser divido em duas etapas, as quais consistem em etapa da
implantação e etapa da operacionalização. A primeira consiste em uma maior atenção e
esforços na implementação do método das UEPs, a qual pode ter algumas dificuldades
inerentes ao teor altamente técnico que possui. Ainda nessa parte é efetuada a análise da
estrutura produtiva da organização, que visa descrever os seus processos e os seus respectivos
produtos. Conforme Allora (1985), os cálculos dos esforços de produção e a sua
transformação em relações constantes, ou seja, as UEPs, pode ser considerado um trabalho
muito técnico e até especializado, o qual deve ser executado então por profissionais
competentes e experientes, caso contrário podem até haver erros e distorções nesses que
cálculos que podem gerar efeitos negativos nos controles das empresas.
Por outro lado, a etapa da operacionalização visa valorizar a própria UEP, ou seja,
criar valor a essa que foi definida na fase anterior. Dessa forma, na primeira etapa é
encontrada a UEP, e na etapa da operacionalização, o método visa valorizar a UEP e o próprio
valor da transformação de cada produto, cálculo que é efetuado através da multiplicação do
valor da UEP pela quantidade correspondente a cada produto.
Segundo Bornia (2010), a implantação do método é considerada a parte que exige
mais esforço. No entanto, a operacionalização é consideravelmente mais simples o que torna o
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Morgado (2003) traz um modelo de implantação do método das UEPs onde se deve
inicialmente buscar o conhecimento da estrutura produtiva e o próprio processo de produção
em si, e a partir dessa análise da estrutura deve-se aplicar a metodologia que é fundamentada
em conceitos próprios.
Inicialmente faz-se a divisão da fábrica em postos operativos, que se caracterizam
justamente pela ligação direta com os produtos, ou seja, o posto operativo é composto de
operações de transformação, que apresentam a característica de serem semelhantes para todos
os produtos que pelo posto passarem, definindo assim o tempo de passagem de cada item no
respectivo processo (BORNIA, 2010). Cada um desses postos tem o seu potencial produtivo,
e dessa maneira repassa aos produtos a quantidade de esforço de produção gerada em virtude
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daquela atividade, ou seja, um posto operativo com um funcionamento de uma hora tem o seu
potencial definido e medido em UEP/h, e o tempo que determinado item leva para passar em
no processo de um posto operativo identificará o esforço de tempo que para ele foi destinado,
ou então, a quantidade de UEPs que ele consumiu para ser fabricado (BORNIA, 2010).
A partir da separação da indústria em postos operativos, são definidos os índices de
custos, também conhecidos como foto-índices, esses que englobam todos os itens relevantes
do referido processo, formando-se assim o custo por hora daquele posto (BORNIA, 2010).
Diferentemente dos sistemas de custos usuais, no UEP são estimados os custos incorridos no
período de baixo para cima, quando nos métodos tradicionais parte-se de cima para baixo, ou
seja, do valor monetário distribuído a tal centro de custo e partir deste vai se diluindo ao
produto, já na UEP é justamente ao contrário, inicia-se pela quantidade de cada insumo
empregado ao produto, informação essa gerada pela engenharia, e assim, consegue-se um
índice de custos para cada posto operativo que demonstra o real custo nele incorrido no
funcionamento efetivo do posto operativo (BORNIA, 2010).
Ainda de acordo com Bornia (2010), as relações existentes entre os índices são
utilizadas pelo método na estimativa entre os esforços de produção, mais especificamente,
entre os potenciais produtivos. Essas relações são constantes, pois considera-se que o posto
operativo não se altera no tempo, a não ser que exista uma mudança na fábrica. Portanto um
posto operativo com capacidade de gerar duas vezes mais trabalho do que outro hoje vai ter a
mesma capacidade em um período de tempo de dois anos, por exemplo.
O próximo passo do processo é a escolha do produto-base. Existem diferentes formas
de estabelecer qual o produto será o produto-base, porém a mais simples e mais correta é a
escolha pelo produto que passe pelo maior número de postos operativos. No entanto, Bornia
(2010) afirma que o mesmo pode ser um produto real ou até mesmo um produto fictício,
porém, deve representar a estrutura produtiva real da empresa. Sugere-se que se utilize o
tempo médio de passagem do produto pelos seus respectivos postos operativos. Esse produto
ainda vai ter a funcionalidade de amortecer as variações individuais dos potenciais produtivos.
Após a determinação do produto-base, o passo seguinte é caracterizado pelo cálculo
dos potenciais produtivos dos postos operativos, o qual indica quantas vezes o foto-custo do
produto-base cabe no foto-índice do posto operativo, ou seja, na divisão dos foto-índices pelo
foto-custo-base (BORNIA, 2010).
As relações entre os potenciais produtivos teoricamente permanecem constantes no
tempo, desde que não se efetue uma alteração na estrutura produtiva da fábrica. Porém, como
são utilizadas relações entre custos horários para se estimarem essas relações, considera-se
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natural haver variações ao momento que tiverem alterações nos itens de custo. Essas
variações são dependentes da estrutura de custos da empresa e das modificações nos itens de
custo, logo, não serão afetadas pela escolha do produto-base utilizado, esse que serve para
amortecer as variações individuais dos potenciais produtivos sem afetar as variações ocorridas
nas relações entre os potenciais dos postos (BORNIA, 2010).
Sendo assim, já conhecida a capacidade de cada posto operativo de gerar esforço de
produção determinam-se os equivalentes dos produtos, onde cada produto que passar pelo
respectivo posto operativo absorverá uma determinada quantidade de esforço de produção,
cujo somatório será o seu equivalente em UEP. Tornando esse procedimento como usual e
aplicando o mesmo a toda produção da indústria, têm-se todas as informações respectivas a
implantação do método (BORNIA, 2010).
O índice da eficácia tem relação com a excelência do trabalho, pode ser calculado
relacionando-se a produção obtida com a produção que teoricamente deveria ser obtida no
período realmente trabalhado, ou seja, devem ser descontadas as paradas inesperadas,
chamando assim o denominador de capacidade prática (BORNIA, 2010).
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á : (2)
á
Bornia (2010) ainda destaca que estes índices podem ser determinados para um posto
operativo, um setor de uma empresa ou até para toda a fábrica, porém, quando o mesmo se
trata de um posto operativo a determinação é mais simples, já quando se trata de um setor ou
da fábrica como um todo, as capacidades tendem a não ser tão óbvias.
Quanto às desvantagens, o método não tem uma linha de visão especifica para os
desperdícios do processo produtivo, pois não apresenta a parte dos custos referentes a esses
desperdícios, o que torna inviável essa visão é a própria definição do posto operativo, onde só
as operações produtivas são consideradas. Logo as operações auxiliares não são demonstradas
e os custos referentes a elas são alocadas aos postos operativos perdendo assim a noção dos
desperdícios do processo. Tratando ainda das desvantagens o método não identifica
melhorias, pois parte de uma estrutura definida inicialmente e acredita-se que as relações
entre os potenciais produtivos serão constantes até o momento em que os postos sejam
alterados. Com a mudança vinda de fora para dentro nas empresas a tendência que essas
alterações ocorram com mais frequência é ainda maior tornando as mudanças contínuas e
necessitando de uma revisão permanente dos cálculos desse método (ABBAS et al.,2012, p.
151).
No Quadro 1 são apresentadas vantagens e desvantagens quanto a aplicação nos diferentes
tipos de organizações que, identificadas por meio de revisão de literatura.
Esse capítulo trouxe uma breve revisão no que diz respeito à evolução da
contabilidade e da própria contabilidade de custos, o qual foi apresentado no subcapítulo 2.1,
logo após foram apresentados os principais conceitos com relação aos elementos de custos no
subcapítulo 2.2, e pôr fim a apresentaram-se ainda conceitos relacionados aos métodos de
custeio abordados no estudo, subcapítulo 2.3, claro nesse último dando uma ênfase maior ao
método UEP, o que está proposto no estudo de caso.
A partir do capítulo 3 serão apresentados os procedimentos metodológicos, bem como
os resultados da pesquisa no capítulo 4, as discussões referentes ao estudo, o qual está
apresentado no subcapítulo 4.3, e por fim as considerações do estudo que estão apresentados
no capítulo 5.
39
3 PROCEDIMENTOS METOLÓGICOS
para que se pudesse realizar o trabalho dentre os controles internos já existentes, além disso,
outras informações mais específicas foram encontradas através dos gestores da organização.
Quanto às fontes de informações, a pesquisa caracteriza como documental, a qual se
caracteriza a uma coleta de dados e uma fonte que está limitada a documentos, sejam eles
escritos ou não, o que pode ser chamado de fontes primárias, podendo tanto serem feitas no
momento em que o fato ocorre, ou até depois do acontecimento (LAKATOS; MARCONI,
2003).
Tratando da análise dos dados ocorreu por meio da análise de conteúdo, na qual se
visa a organização dos dados, leitura, conhecimento e exploração do material adquirido, e a
partir daí realizou-se o tratamento dos resultados para que fosse possível trabalhar os dados,
gerando dessa forma as informações necessárias perante aos objetivos inicialmente traçados
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
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4 RESULTADOS DA PESQUISA
PO3 recebe do PO1 e também do PO2 os itens que serão estampados conforme o desenho
desenvolvido pelo setor de P&D. Assim que terminado esse processo os itens vão para o PO4,
e depois de finalizado o processo de colagem, todos produtos são encaminhados ao PO5
costura, que é considerado o mais complexo de todos, pois congrega um número maior de
máquinas e pessoas, cujos operadores necessitam de treinamento para que consigam efetuar
suas tarefas em sincronismo com os demais.
O Quadro 2 apresenta a quantidade de equipamentos e funcionários por posto
operativo.
O próximo passo consiste no cálculo dos índices de custo para os postos operativos.
O valor da mão de obra direta foi determinado com base na soma dos salários brutos,
encargos sociais, horas extras e ainda os demais benefícios que a empresa oferece aos seus
colaboradores de acordo com cada posto operativo demonstrado no Quadro 2. Para
cada posto operativo efetuou-se uma análise dos tempos-padrão de todos os itens produzidos
por ele no período pesquisado, para que possa ser considerado apenas o que compete ao grupo
de camisetas. Esse cálculo se deve ao fato de o estudo não contemplar todo o mix de produtos
da empresa, quando o método é aplicado na organização como um todo não há mais
necessidade de tal equação. Para isso, o cálculo efetuado para a alocação dos custos de mão
de obra direta, foi efetuado através da Equação 4:
õ í
: õ çã í
(4)
Dessa maneira, obteve-se o índice de custo de cada posto operativo referente à mão de
obra direta. Esse índice multiplicado pelo valor total do custo do posto operativo compete ao
custo total da mão de obra do grupo de camisetas. Lembrando que o cálculo só foi efetuado
para os postos operativos em que houve produção de outros grupos de produtos, nos postos
operativos com produção específica do grupo camisetas, como é o caso do PO5 não foi
necessário efetuar tal cálculo. No Quadro 3 apresenta-se o índice determinado a partir da
aplicação da Equação 4.
Conforme demonstrado no Quadro 3, cada posto operativo tem o seu índice de acordo
com a aplicação da Equação 4. Após o conhecimento desses índices passou-se para o
elemento de custo mão de obra indireta.
No que se refere ao valor que representa a mão de obra indireta, o mesmo foi obtido
através da soma dos salários, encargos sociais, horas extras, e os demais benefícios oferecidos
pela empresa aos supervisores e gerentes de produção, e ainda aos funcionários relacionados
45
aos setores de apoio na área de operações da organização, sendo assim, esse item fica
composto pelos seguintes setores: gerência de produção, inteligência tecnológica,
planejamento e controle da produção, suprimentos, almoxarifado, qualidade, manutenção e
centro de abastecimento. O cálculo desse item no Quadro 4 efetivou-se através de uma
entrevista semiestruturada com cada um dos supervisores dos setores de apoio, a qual buscou
ponderar a quantidade de tempo despendida pelos setores de apoio e/ou indiretos para os
postos operativos que contemplam o processo produtivo.
Da mesma forma em que foi estruturada a mão de obra direta o índice inicial para a
alocação dos custos para o grupo de camisetas em específico foi o mesmo gerado no Quadro
3. Entretanto, para destinar a quantidade de horas corretas em que esses setores dispendem o
seu tempo sobre os postos operativos, a mão de obra indireta foi alocada a partir de um índice
de custo que foi gerado através da entrevista semiestruturada com os supervisores das áreas.
Para tanto o cálculo foi efetuado através da Equação 5:
: í
(5)
4.1.2.3 Manutenção
O produto base pode ser definido com base nas passagens pelos postos operativos. O
ideal é que seja um produto que passe por todos os postos operativos. Dessa forma, esse
produto representa os demais produtos da empresa no que diz respeito a como os postos
operativos estão utilizados e como o processo é desenhado.
Foi definido como produto base a camiseta, uma vez que este produto passa pelo
maior número de postos operativos durante o seu processo de fabricação. Além disso, é o item
do grupo de produtos da organização que teve maior volume de produção no período
pesquisado.
48
De posse dos tempos de passagem dos produtos pelos postos operativos e seus
respectivos foto-índices, foi calculado o custo do produto base, também denominado como
foto-custo base. Mensurado em valores monetários ele é utilizado como base de comparação
para determinar as relações desejadas. No Quadro 7 apresenta-se o custo do produto base
identificado em cada posto operativo do processo.
Onde: PPn – potencial produtivo do PO; Fn – foto-índice do POn; e, FProduto base – foto-
índice do produto-base; (n)
No Quadro 8 evidenciam-se os valores dos potenciais produtivos dos postos
operativos que compõem o processo produtivo da empresa.
Para concretizar a adequação dos valores calculados como equivalentes em UEPs dos
produtos fabricados, foi realizada uma conferência com o auxílio dos responsáveis pelo setor
do PCP, nessa conferência analisou-se os tempos de passagem dos produtos apresentados no
Quadro 9, dessa forma os produtos que exigissem processamento diferente e/ou mais
complexo no que diz respeito a máquinas e os tempos de passagem, deveriam ter valores
equivalentes em UEPs também diferentes. No método UEP, os produtos passam a ser
representados pela quantidade de UEPs equivalentes.
51
No estudo realizado para a obtenção do valor do custo de matéria-prima (em R$) foi
disponibilizado pelo setor de custos, por meio de relatórios específicos (controle interno da
empresa).
O Quadro 14 apresenta os custos unitários de acordo com cada metodologia, o custo
unitário mensurado por meio do método de absorção foi disponibilizado pelo setor de custos
da empresa, observa-se que cada metodologia apresenta diferentes resultados. Tanto no
custeio por absorção quanto no método das UEPs, os custos fixos são distribuídos aos
produtos através de critérios de rateio, os quais apresentam certo grau de subjetividade. A
distorção entre os dois métodos consiste no critério de rateio adotado. No custeio por
absorção, não existe um critério de rateio padrão, essa característica se confirma uma vez que
nesse método pode-se optar por um critério de rateio com maior ou menor grau de
arbitrariedade. Já no método UEP, devido a sua característica principal de homogeneização de
unidades de medida, a alocação dos custos fixos utiliza um critério único e uniforme de rateio.
Porém, é importante ressaltar que a subjetividade presente nesse método está na escolha do
produto base, sendo esse o parâmetro utilizado para os demais cálculos necessários para
implantação do método.
Se forem desconsiderados os efeitos dos rateios utilizados no custeio UEP, a situação
apresentada no Quadro 14 representaria que os itens abordados neste estudo estão recebendo
menos custos pelo custeio por absorção, o que indica que outros produtos estariam sendo
sobrecarregados.
Neste índice se considera a produção real (90.500 UEPs) para determinado período, e
as horas trabalhadas (valor fictício 202,40 horas). Considerando estes dados o valor é uma
produtividade horária de 447,13 UEPs.
Esses índices acima citados e descritos podem ser determinados para um posto
operativo, setor ou para a organização toda, e quando é determinado para um posto operativo
o processo tende a ser mais simples, já quando se trata de um setor ou da fábrica como um
todo, o mesmo pode não ser tão óbvio. O fato de se ter o conhecimento da produção fabril
54
permite ainda que outras medidas sejam possíveis de se gerar, o que dessa forma
proporcionaria ainda mais um bom controle e o próprio acompanhamento do desempenho da
fábrica em geral.
4.3 DISCUSSÃO
No que diz respeito a revisão bibliográfica sobre o método das UEPs pode-se observar
que o foco de aplicação tem sido os ambientes industriais, onde o mesmo busca determinar
valores financeiros e não financeiros para produtos diferentes dentro da organização, para
comparar e quantificar os diferentes produtos como se fossem iguais, fazendo com que a
gestão da produção, que na maioria das situações é complexa, seja simplificada. Além disso,
pode vir a tornar o processo de mensuração dos custos industriais da organização,
independentemente do período, fácil e rápida.
O presente estudo identificou através da sua revisão bibliográfica, vantagens e
desvantagens citadas por pesquisadores do método das UEPs. Inicialmente, uma das
vantagens citadas por Bornia (2010) se refere à simplicidade na operacionalização do método.
Realmente o processo de operacionalização torna-se fácil e prático para o dia-a-dia da
organização. Porém, para se conseguir chegar até o processo de operacionalização é preciso
ter muita atenção no que diz respeito a etapa de implantação do método, tendo em vista que
essa serve de base para a real funcionalidade do método. Um exemplo pode ser o da definição
dos postos operativos da empresa, que demanda de pessoal com amplo conhecimento do
processo fabril para a implantação do método. Foi evidenciada essa vantagem no presente
estudo, os custos dos produtos pesquisados foram encontrados de maneira simples e muito
ágil.
Em compensação o método UEP, conforme destacado por Wernke (2001), tem um
enfoque exclusivo no processo produtivo, o que pode ser uma deficiência por não tratar das
áreas não diretamente ligadas ao processo produtivo. No que diz respeito as áreas não
diretamente ligadas ao processo produtivo, o método considera de uma maneira muito correta
e compreensiva os setores de apoio da produção da empresa estudada. O mesmo se pode dizer
dos setores ligados à administração e/ou às vendas da empresa, que não são tratados no
custeio dos produtos, e que demandam um método específico para a gestão dos gastos.
Outra vantagem citada por Bornia (2010) é o fato de o método gerar uma linguagem
comum para toda a organização, visto que todas as atividades trabalham produzindo esforços
de produção, o que visualizado a partir desse ponto de vista, torna as diversas atividades
realizadas pela organização comparáveis umas às outras. O fato de o método trabalhar em
55
torno de uma única unidade de medida e uma linguagem comum foi uma característica
visualizada durante o presente estudo, embora os setores não trabalhem com as mesmas
atividades e nem os mesmos tempos de produção no seu processo produtivo, todos geram um
esforço sobre cada produto que passa pelo seu setor, o qual é medido através das mesmas
variáveis, fazendo com que todos os postos operativos sejam analisados por uma mesma
perspectiva.
Para Morgado (2003) a implantação e a operacionalização do método das UEPs não
necessitam de softwares complexos para o seu fluxo e controle, vantagem essa que em partes
foi constatada no presente estudo. O método todo pode ser implementado e analisado através
de planilhas eletrônicas e, acredita-se que para contemplar todos os produtos da organização
essa implementação e controle possam vir a ser um tanto quanto grandes, porém, não a ponto
de ser inviabilizado o uso de planilhas eletrônicas.
Bornia (2010) cita uma desvantagem no que se refere à análise das despesas de
estrutura, como o método trabalha com os custos de transformação dos produtos, os custos
que competem a estrutura não são compreendidos por ele, o tratamento das mesmas é de
forma indireta, ou seja, são jogadas para os produtos com base nos custos de transformação.
Esse descaso pode vir a ser preocupante, tendo em vista que essas despesas se tornam cada
vez maiores nas organizações e não são analisadas de maneira correta, apenas são alocadas
sem uma real racionalização das mesmas, muito menos um combate para que elas sejam
evitadas. No presente trabalho elas realmente não são analisadas, pois, não são visualizados os
trabalhos adicionais dos setores, por exemplo, o que pode tornar uma tomada de decisão
incorreta por não se alocarem os custos de maneira correta e também por não serem
analisados na sua real complexidade.
Bornia (2010) ainda elenca a não identificação das melhorias como desvantagem.
Pressupõe-se que as relações entre os potenciais produtivos serão constantes, desde que os
postos operativos não sejam alterados. Porém atualmente as empresas buscam melhoria
constante nos seus produtos e processos, logo, pode acontecer de os postos operativos estarem
em constante mudança, sendo assim, o método poderia vir a se tornar inviável devido ao fato
de necessitar ser constantemente revisado. O presente estudo não encontrou tal deficiência no
método, pois, durante a análise dos produtos pesquisados os postos operativos não obtiveram
mudanças no que diz respeito a sua estrutura, tendo assim que ser verificado quando o mesmo
vir a ser aplicado para a organização como um todo, e a partir daí se fazer uma análise de
quão constantes se efetuam as mudanças na organização estudada, ou até se elas realmente
acontecem.
56
Ainda no que se trata de vantagens do método, Bornia (2010) cita as medidas físicas,
ou seja, os indicadores de mensuração de desempenho tornam-se simples e fáceis de serem
utilizados, pois, transmitem informações claras e que não requerem maiores esforços para
serem compreendidas ou interpretadas. No presente trabalho os indicadores de desempenho
foram tratados de maneira fictícia, sabe-se da validade dos mesmos, porém, pela pesquisa
tratar-se apenas de um grupo de produtos da organização os mesmos foram considerados
desse modo, porém, caso o estudo seja futuramente aplicado para todo mix de produtos da
empresa os indicadores certamente serão aplicados de fato e utilizados no dia-a-dia da
organização.
57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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