Processos de Ensino e Aprendizagem de Alunos Com Altas Habilidades Superdotação
Processos de Ensino e Aprendizagem de Alunos Com Altas Habilidades Superdotação
Processos de Ensino e Aprendizagem de Alunos Com Altas Habilidades Superdotação
ALTAS HABILIDADES/
SUPERDOTAÇÃO
Introdução
O público-alvo das políticas públicas voltadas para a área da educação
especial engloba alunos que possuem deficiências, altas habilidades/su-
perdotação (AH/SD) e transtornos globais do desenvolvimento, conforme
instituído pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).
Para atender às necessidades e especificidades desse público, há o
atendimento educacional especializado (AEE), que funciona de forma
suplementar ao ensino comum. As situações didáticas a serem oferta-
das para o aluno com AH/SD devem ser minuciosamente detalhadas e
planejadas pelo professor do AEE, para permitir que a aprendizagem
ocorra de modo significativo e envolvente. Além disso, o plano de ensino
precisa contemplar os diferentes ritmos e características dos alunos.
Atividades suplementares nas classes comuns, nas salas de recursos ou
em outros espaços fazem parte da avaliação, de modo a colocar em
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Diagnóstico
O primeiro passo é o diagnóstico, pois a pessoa com AH/SD não apresenta
um conjunto padrão de características e necessidades. Cada aluno é único e,
por isso, é necessário conhecê-lo em todas as suas dimensões: suas relações
com a aprendizagem, seus vínculos familiares e sociais, aspectos cognitivos
e linguagem.
Na área das AH/SD o processo ideal é chamado de identificação multi-
dimensional, que considera que o aluno apresenta diversas características.
Pode, por exemplo, ter potencial elevado na área acadêmica ou na área criativa/
produtiva e pode ter alto desempenho nas diferentes inteligências de Gardner
(1994). Além disso, algumas características são influenciadas pelo contexto
em que o aluno está. Por isso, considera-se também a quantidade de estímulo,
positivo ou negativo, que o aluno teve e os aspectos emocionais.
Currículo
O currículo é o cerne da organização do trabalho pedagógico. No contexto
da educação inclusiva, o currículo não pode ser visto como uma sequência
de conteúdos rígida a ser cumprida em um período determinado. O aluno
com AH/SD tem diversos amparos legais para que os professores e a equipe
pedagógica flexibilizem o currículo e realizem adaptações, como priorizar
determinado conteúdo e eliminar outro, modificar a sequência, agrupar e
compactar conteúdo e modificar instrumentos e critérios de avaliação. Além
disso, como mencionado anteriormente, o aluno e o professor têm subsídio
da legislação para realizar aceleração ou fazer modificações em relação ao
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Enriquecimento intracurricular
Enriquecimento extracurricular
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Outro aspecto que não pode ser negligenciado no AEE é uma orientação
para as necessidades emocionais e afetivas do aluno. Alguns problemas estão
associados a conflitos que se iniciam porque os professores não compreendem
esse aspecto.
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Práticas pedagógicas
Para a aprendizagem ser significativa, o aluno deve conseguir estabelecer
relação entre os conhecimentos escolares e os conhecimentos que ele já tem,
principalmente, com o nível de profundidades desses conhecimentos. É muito
importante que as práticas de ensino para o aluno com AH/SD:
Projetos
A metodologia de projetos nasceu questionando a compartimentalização do
ensino e mostra um novo caminho de superação do paradigma disciplinar para
um interdisciplinar ou transdisciplinar. Com esta metodologia há um tema
gerador que perpassa todas as disciplinas. Nesta metodologia, o aluno com
AH/SD será protagonista de seu saber pois aprenderá formulando problemas
e investigando por meio de situações reais ou simuladas, atividades trans-
versais, trabalho cooperativo, em envolvimento integrando conhecimento às
práticas. Assim, o aluno faz a passagem dos conceitos cotidianos aos conceitos
científicos.
Uso da tecnologia
Com a explosão de aplicativos dos mais variados temas e interesses, ferramentas
de busca e programas, a tecnologia está alterando a maneira que consumimos,
nos relacionamos, estudamos e ensinamos. Recursos mais aprofundados e
dinâmicos estão disponíveis em qualquer tempo e espaço. Estamos na “era
digital” ou “era da sociedade da informação/conhecimento”. Crianças e jo-
vens, nossos alunos, são nativos digitais. Certamente, a maioria dos alunos
com AH/SD têm uma facilidade e um hiperfoco para interagir com todos os
recursos tecnológicos disponíveis. Isso significa que as práticas pedagógicas
precisam necessariamente ser mediadas pela tecnologia para atender a uma
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Confira no link a seguir um blog que trata sobre avaliação das mais variadas perspectivas
de organização escolar.
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o ponto de partida, a maneira como o aluno estava antes e como fica depois.
Observam-se a evolução e os acréscimos nessa aprendizagem.
Nesta concepção de avaliação, não há apenas um modelo-padrão a ser
seguido para a avaliação, como as tradicionais provas, exames e trabalhos,
tampouco em tempos pré-determinados. Podem ser inseridas autoavaliações,
avaliações orais e gravadas, além de portfólios de atividades, que “[…] é um
procedimento de avaliação que permite aos alunos participar da formulação
dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar o seu progresso. Eles são, portanto,
participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu
trabalho para incluí-las no portfólio” (VILLAS BOAS, 2004, p. 38).
Outros instrumentos são os resultados de elaboração de produtos, produção
de textos, de modo contínuo. Dessa forma, pode-se também avaliar a prática
do professor. Um exemplo de avaliação é a produção de um livro de contos,
um varal de poesias, a escrita de um artigo científico. Um exemplo de produto
é a criação de um jogo, de um protótipo, de uma maquete.
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Leituras recomendadas
LEITE, L. P.; BORELLI, L. M.; MARTINS, S. E. S. Currículo e deficiência: análise de publica-
ções brasileiras no cenário da educação inclusiva. Educ Rev, v. 29, n. 1, p. 63-92, mar.
2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
-46982013000100005&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 18 jan. 2020.
MINDMEISTER. c2020. Disponível em: https://www.mindmeister.com/pt. Acesso em:
17 jan. 2020.
PILOTTO, E. Sala de recursos: altas habilidades/superdotação: flipcard. Curitiba: Instituto de
Educação, 2020. Disponível em: http://sraltashabilidades.blogspot.com/?view=flipcard.
Acesso em: 22 jan. 2020.
POWTOON. London, c2012-2019. Disponível em: https://www.powtoon.com. Acesso
em: 17 jan. 2020.
RENZULLI, J.; REIS, S. M. Renzulli learning: total talent development. New Haven, c2019.
Disponível em: https://renzullilearning.com. Acesso em: 22 jan. 2020.
SOCRATIVE. c2020. Disponível em: https://socrative.com. Acesso em: 17 jan. 2020.
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