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Nas aulas anteriores estudamos o movimento de partículas que movem-se em uma, duas e até mesmo
três dimensões. Durante o estudo desses movimentos procuramos buscar informações sobre o
movimento, como: velocidade, deslocamento, aceleração, tempo, entre outros. No entanto, em
nenhum momento questionamos as razões de tais movimentos ocorrerem.
Por exemplo:
Quando falamos da prova olímpica de lançamento de dardo, não nos preocupamos em explicar a
razão do dardo subir e depois descer e muito menos pela qual razão ele descreve uma trajetória
parabólica. O mesmo ocorre com o motociclista saltando e realizando uma manobra como o backflip.
Como e por que ele consegue realizar essa manobra?
Ou para um carro de fórmula 1 ao realizar uma curva, qual a velocidade máxima limite que o
piloto pode imprimir ao carro e realizar a curva sem derrapar? Por que é mais fácil realizar a curva em
uma pista seca feita de asfalto que a mesma pista coberta de neve, água, ou areia?
Para obtermos êxito nessas respostas, necessitamos estudar uma parte da mecânica chamada
dinâmica, ela explica as relações entre movimento e as forças que o produzem. O primeiro a utilizar
esse tipo de linguagem para explicar os movimentos foi nada mais nada menos que o famoso e
renomado cientista Isaac Newton. Até a publicação de sua obra, todo conhecimento acumulado
pelas primeiras civilizações ao longo do grande período de tempo de observações do movimento
baseava-se na cinemática dos movimentos celestes, ou seja, a observação descritiva do movimento
das estrelas e planetas. Com Isaac Newton surgiu uma ciência que, além da descrição dos
movimentos, também estabeleceu uma relação matemática do movimento com as forças que o
provocam, um novo ramo da física mecânica chamada de dinâmica.
Força
Esse conceito é de vital importância para compreensão das leis de Newton, visto serem as forças
que agem nos corpos, modificando o estado de movimento ou de repouso. Parece uma tarefa fácil,
mas experimente responder à seguinte pergunta:
O que é força?
Usando o senso comum, exercer uma força seria como empurrar, ou puxar: “eu puxei a porta”;
“eu empurrei o armário”. Ao puxar a porta, a pessoa exerce uma força sobre esta porta; o mesmo
ocorre com o armário, ela também está exercendo uma força no armário. Numa visão intuitiva, a força
deforma objetos e/ou muda o estado de movimento. Nessa linha de raciocínio, podemos definir força
como a interação entre dois corpos. O corpo da pessoa interagiu com a porta aplicando uma força.
Portanto, sempre que nos referirmos à palavra força, significa que um corpo exerceu força sobre outro
corpo.
Algumas forças recebem nomes especiais, por exemplo, quando existe contato físico direto entre
os dois corpos, como puxar e empurrar, dizemos ser uma força de contato. Uma força de contato
bastante comum em física é a força normal. Toda vez que existe contato entre um corpo e uma
superfície, a força exercida pela superfície no corpo é chamada de força normal e esta é sempre
perpendicular à superfície em questão.
Figura 1 – (a) A caixa apoiada no solo recebe força normal do solo aplicada na caixa. (b) a estrutura metálica apoiada na coluna
e no declive do terreno recebe força normal dos apoios.
Outra força importante é a força de atrito, toda vez que um objeto desliza, ou tem a intenção de
deslizar em relação à superfície do outro corpo, irá surgir uma força contrária ao movimento e paralela
à superfície, chamada força de atrito.
Quando uma força de puxar é aplicada em outro objeto por meio de uma corda, cabo ou barra
presa nesse objeto, ela é chamada de força de tensão ou força de tração.
Existem forças que não necessitam o contato direto para interagir com outros corpos, essas
forças agem a distância e são chamadas de forças de longo alcance ou força a distância, como a força
magnética entre dois imãs, as forças elétricas entre duas cargas elétricas e também a força
gravitacional. O planeta Terra exerce uma força de atração gravitacional nos objetos, chamada de
força peso ou apenas peso.
Uma força pode ser medida e comparada com um padrão. É bom lembrar também que se trata
de uma grandeza vetorial, logo, deve-se levar em consideração o módulo, a direção e o sentido.
Portanto, para descrever uma força por completo, é necessário obter informações sobre a direção, o
sentido e o módulo dessa força, que determina o “quanto” ou a “intensidade” com que a força puxa ou
empurra. A unidade de medida de força no Sistema Internacional de Unidades é o Newton, abreviado
por N. Para ter noção do seu valor, um Newton (1 N) é aproximadamente a força necessária para se
erguer uma maça média (100 g), e 50 N a força aproximada utilizada para levantar um pacote de
farinha de 5 kg.
Quando um objeto sofre ação de mais de uma força, essas forças podem ser substituídas por
uma única força, chamada força resultante.
O efeito de movimento do móvel sob ação da força resultante é o mesmo que o corpo sofreria se
todas as forças atuassem no corpo. A força resultante pode ser obtida pela soma vetorial das forças
que atuam no corpo, sendo:
As forças atuantes no corpo se combinam seguindo a regra da soma vetorial, isso nos permite
substituir uma força pelos seus vetores componentes e . Quando aplicamos simultaneamente
os vetores componentes, o efeito do movimento é igual ao produzido pela força original . Isso nos
leva a concluir que qualquer força pode ser substituída pelos seus vetores componentes que atuam no
mesmo ponto.
Muitas vezes é mais conveniente escrever o vetor força em termos dos seus componentes Fx, Fy
e Fz e vetores unitários .
Como vimos, a força resultante é obtida pela soma vetorial das forças que atuam na partícula.
Veja a figura a seguir:
Direção:
O ângulo é o ângulo formado entre o vetor força resultante e o eixo x positivo e representa
A primeira lei de Newton também é conhecida como princípio da inércia. A inércia, no conceito
popular, está ligada à falta de movimento, estar inerte significa estar parado. No entanto, o conceito
científico de inércia inclui também os corpos em movimento, pois, da mesma forma que os corpos em
repouso tendem a permanecerem em repouso, os corpos em movimento tendem a manterem o estado
de movimento, ou seja, manterem a inércia.
Logo, a primeira lei de Newton está ligada diretamente ao equilíbrio estático (repouso) e também ao
equilíbrio dinâmico (velocidade constante e trajetória retilínea). Desse modo, estando em repouso ou em
movimento com velocidade constante, as forças atuantes no objeto não provocam variações de
velocidade, pois se anulam, resultando em uma força resultante igual a zero. Assim, os corpos
permanecem como estão, em repouso ou velocidade constante com trajetória retilínea.
Por exemplo, quando um avião na decolagem, parte do repouso (equilíbrio estático) e acelera, o corpo
dos passageiros são pressionados contra o assento. Depois de decolar e estabilizar o voo, a aeronave
entra em voo de cruzeiro e o avião novamente está em equilíbrio, dessa vez em equilíbrio dinâmico
(velocidade constante e trajetória retilínea). Nesse momento os viajantes têm a impressão de que o
avião está parado, pois a força resultante é nula, mas quando começa a reduzir a velocidade para o
pouso, parece que os passageiros são lançados para a frente, porém, seus corpos continuam apenas
com a mesma velocidade de quando o avião se deslocava. Em ambos os casos, decolagem, voo de
cruzeiro, ou pouso, os passageiros experimentaram efeitos da inércia.
O primeiro cientista a se referir à inércia foi Galileu Galilei, enunciando a lei da inércia e o conceito de
referencial inercial. Posteriormente, Isaac Newton organizou a ideia de inércia de Galileu, enunciando a
primeira lei do movimento:
Mas o que ocorre quando o vetor força resultante não for nulo?
Partindo dessa observação, chega-se à segunda lei de Newton, pois, caso a força resultante do
somatório de todas as forças que agem no corpo não seja nulo, o vetor velocidade irá sofrer variação,
que pode ser em módulo e/ou direção e/ou sentido, em um intervalo de tempo. Portanto, como vimos na
cinemática, a variação da velocidade em um intervalo de tempo fornece a aceleração, logo, quando a
força resultante é diferente de zero o movimento do corpo no qual atua a força resultante é um
movimento acelerado.
Newton sintetizou essa ideia como a segunda lei, enunciando:
Quando uma força resultante externa atua sobre um corpo, ele se acelera. A
aceleração possui a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante. O vetor força
resultante é igual ao produto da massa do corpo pelo vetor aceleração do corpo.
Analisando o enunciado de Newton, podemos concluir que o módulo da força resultante aplicada
é proporcional ao produto da massa do corpo em que se aplica a força, pelo módulo da aceleração
adquirida por esse corpo.
A aceleração adquirida tem a mesma direção e sentido da força, segundo um referencial inercial.
Assim, a força é proporcional à aceleração. Se a força age para a direita, a aceleração também atua
para direita; se a força aumenta, a aceleração também aumenta.
Desse modo, se a força resultante é nula, a aceleração vetorial também será nula e, assim, o
vetor velocidade permanece constante, caracterizando movimento retilíneo e uniforme (MRU), ou se a
velocidade é nula, caracteriza repouso, e assim voltamos à primeira lei de Newton.
Como a equação que representa a segunda lei de Newton é uma equação vetorial, ou seja, a
força é um vetor, podemos escrevê-la na forma de componentes do vetor para cada eixo cartesiano.
Esse conjunto de equações para cada componente é equivalente a:
Observe que a segunda lei de Newton só é válida se a massa do corpo for constante e o sistema
de referência for inercial. Veja também que as forças aplicadas ao corpo referem-se a forças externas,
isso quer dizer que as forças aplicadas em um corpo são oriundas de outros corpos. É impossível um
corpo provocar o seu próprio movimento aplicando forças em si mesmo.
Massa e força
Conforme o que vimos até aqui, para determinado corpo, a razão entre o módulo da força
resultante aplicada e o módulo da aceleração adquirida pelo corpo é constante, independente do
módulo da força resultante. Essa razão denomina-se massa inercial do corpo, ou simplesmente massa,
e será representado por m, ou seja:
A massa mede quantitativamente a inércia, corpos de maior massa têm maior inércia, e de menor
massa, menor inércia. Se você aplicar a mesma força em uma maçã e depois em uma melancia, irá
notar que a maçã possui uma aceleração maior que a melancia, pois esta tem menor massa. Já a
melancia, por ter uma massa maior, ficará sujeita a uma menor aceleração.
A massa de um corpo depende do número de prótons, nêutrons e elétrons que ele contém, ou
seja, a massa caracteriza a quantidade de matéria contida em um corpo.
A unidade de massa no Sistema Internacional de Unidades é o quilograma (kg). Considerando
um corpo com massa de 1 kg, podemos definir o Newton como:
Um Newton (1 N) é o valor da força que imprime a um corpo de um quilograma (1 kg) de massa
uma aceleração de um metro por segundo ao quadrado (1 m/s2).
Ou seja:
Massa e Peso
Massa e peso são termos muitas vezes confundidos no linguajar popular, mal-empregados e
muitas vezes considerados sinônimos. Um erro comum, por exemplo, é a descrição do peso líquido de
um pacote de 5 kg de arroz, pois, na verdade, o que está sendo indicado é a massa do arroz e não o
peso. O mesmo acontece quando alguém diz que ganhou alguns quilos a mais, onde, para um
vocabulário científico correto, essa pessoa deveria falar que ganhou massa em vez de peso.
O peso se deve às forças de atração existentes nos planetas, é uma força a distância, sem
contato, chamada força gravitacional. Quando o objeto encontra-se na superfície do planeta, ou
próximo a ele, essa força passa a ser chamada de força peso.
Portanto, peso é uma força e ela sempre está presente na proximidade do Planeta Terra e
também de outros corpos celestes. É possível verificar a existência da força peso apenas soltando
nosso corpo ou outro objeto qualquer mais pesado que o ar, os quais, devido à força peso,
obrigatoriamente caem no chão. Quanto maior a massa do objeto ou corpo, maior o seu peso.
Analisando a segunda lei de Newton, a força peso pode ser obtida pelo produto da massa do objeto
pela aceleração da gravidade local g.
Logo, a força vertical de cima para baixo que faz qualquer objeto acelerar quando em queda livre
é a força peso, e a aceleração que essa força proporciona é a aceleração da gravidade (g), que na
superfície do planeta Terra vale aproximadamente:
g = 9,8 m/s2
Quando um corpo A exerce uma força sobre um corpo B (força de ação), então
o corpo B exerce uma força sobre o corpo A (força de reação). Essas duas forças
têm o mesmo módulo e a mesma direção, mas possuem sentidos contrários. Essas
duas forças atuam em corpos diferentes.
A figura abaixo ilustra uma situação clássica para se verificar a atuação das forças de ação e reação:
duas pessoas sentadas sobre skates alinhados um atrás do outro, a pessoa sentada no skate
denominado de “A” aplica uma força FAB empurrando nas costas da pessoa sentada no skate “B”,
devido à aplicação da força FAB (força de ação), a pessoa do skate “B” aplica uma força FBA na pessoa
do skate “A” (força de reação), e ambos os skates entram em movimento em sentidos contrários,
afastando-se um do outro.
Depois da análise da situação do movimento, em equilíbrio ou não, deve-se identificar o corpo ao qual as
forças estão agindo e, independente do caso, primeira ou segunda lei, deve-se localizar a aplicação de
todas as forças que estão atuando no corpo em questão e inclui-las em .
Uma maneira bastante simples de se localizar e identificar as forças que atuam em um corpo é por meio
do desenho chamado diagrama do corpo livre. Esse diagrama mostra para o corpo escolhido o desenho
dos vetores com seu módulo, direção e sentido de todas as forças que agem sobre o corpo devido a
vários outros corpos que interagem com ele. É muito importante que nessa etapa você seja cuidadoso e
identifique todas as forças que atuam no corpo, tomando cuidado para não incluir as forças que esse
corpo exerce sobre outros corpos envolvidos na questão. Quando o problema possuir mais de um corpo,
deve-se separar os corpos e desenhar um diagrama do corpo livre para cada um deles.
Aplicação da Primeira Lei de Newton
Baseado em um sistema de referencial inercial, um corpo está em equilíbrio quando encontra-se
em repouso ou quando move-se em trajetória retilínea com velocidade constante. Em ambas as
situações, de acordo com a primeira lei de Newton, a força resultante deve ser igual a zero, ou seja, a
soma vetorial de todas as forças atuantes sobre o corpo deve ser zero.
Início
Para iniciar, além de evidenciar a situação de equilíbrio, repouso ou velocidade constante, deve-
se também identificar a variável-alvo, ou seja, o que o problema está pedindo como resposta. Algumas
variáveis-alvo comuns envolvem encontrar o módulo de alguma das forças atuantes no problema, ou
calcular as componentes, ou direção (ângulo ) de uma força envolvida.
Preparação
O passo seguinte é preparar o raciocínio para interpretar o problema, para isso faça um desenho
esquemático que seja possível visualizar o problema em questão. Defina um conjunto de eixos de
coordenados e indique em cada eixo sua direção positiva, desenhe nesse esquema de eixos os corpos
envolvidos e represente as medidas conhecidas, como: dimensões, massas dos corpos, intensidade das
forças e ângulos. Identifique qual corpo no esquema o problema está se referindo estar em equilíbrio.
Represente esse corpo como uma partícula e faça o diagrama do corpo livre para ele. Traçando os
vetores forças que estão atuando no corpo e identificando-as com símbolos, geralmente letras, e seus
módulos e unidades quando são conhecidos. Não esqueça de incluir o peso e determinar seu módulo
pela relação (P = m.g), lembre-se também, se houver contato do corpo com alguma superfície, haverá
força normal perpendicular à superfície de contato; se existir atrito, a força estará paralela à superfície;
e, se o problema envolver uma corda, cabo, ou corrente, a força será de tração (puxar) e nunca
compressão (empurrar).
No diagrama do corpo livre, as forças traçadas correspondem apenas às forças que atuam no
corpo representado, deve-se ter cuidado e nunca traçar forças que o corpo considerado exerce em
outros corpos. Caso tenha dúvidas em representar determinada força, pense sempre qual o outro
corpo que produz essa força, lei da ação e reação. Se você não for capaz de identificar o corpo que
produz aquela força, possivelmente você está cometendo um erro e imaginando uma força que não
existe.
Resolução
Após a parte de preparação vamos para a resolução do problema. Nessa etapa, você deve
primeiramente encontrar todas as componentes de cada força para cada eixo cartesiano, substituindo
o vetor por essas componentes e tomando cuidado com os sinais delas que podem ser positivas ou
negativas.
Some todas as componentes para cada eixo coordenado e iguale a zero, ou seja, para as
componentes do eixo x, some todas e iguale a zero, você terá uma equação, faça a mesma coisa para
o eixo y e também eixo z, quando houver, e você obterá novas equações.
Como já foi recomendado, ao iniciar a solução do problema para a aplicação das leis de Newton,
o primeiro cuidado é identificar se o problema refere-se à primeira lei ou segunda lei de Newton. Se
você identificou que não se trata de uma situação de equilíbrio, a primeira lei de Newton está
descartada e a força resultante será diferente de zero, . Nesse caso, vale a segunda lei de
Início
Começamos identificando a variável-alvo, normalmente pede-se para identificar determinada
força ou encontrar uma aceleração.
Preparação
Sabendo qual a variável-alvo, faça um esquema com os eixos coordenados envolvidos indicando
sua direção positiva, desenhe os corpos que se movem, nos quais serão aplicadas a segunda lei.
Esboce um diagrama do corpo livre para cada corpo escolhido desenhando cada vetor força e
identificando-os com símbolos e seus respectivos módulos. As forças podem ser o peso, as forças de
contato (força normal), força de atrito, tração, compressão, entre outras. Identifique todas as forças
existentes e desenhe no diagrama.
Resolução
Feito isso vamos à resolução do problema, determine as componentes das forças ao longo dos
eixos de coordenadas e substitua-os por essas componentes escrevendo as equações da segunda lei
de Newton separadas para cada componente. Agora liste todas as grandezas conhecidas e
desconhecidas e identifique quais são as variáveis-alvo. Resolva as equações obtidas, mas certifique-se
antes que a quantidade de equações é o mesmo de variáveis.
Obtido um resultado, analise se sua resposta tem as unidades corretas, se o sinal algébrico é
coerente, se o resultado faz sentido e está dentro do esperado por sua intuição.
Força de Atrito
Vimos que quando a superfície de um corpo toca a superfície de outro, a força exercida nesse
ponto de contato é chamada de força normal, agora iremos falar de outra força que também é
considerada uma força de contato chamada força de atrito.
A força de atrito surge toda vez que duas superfícies estão em contato e existe uma força
movendo, ou com a intensão de mover essas superfícies, deslizando uma em relação a outra. A força de
atrito sempre será contrária ao movimento, ou intensão de movimento, e paralela as superfícies em
contato.
Figura 7 – Ampliação da superfície de um bloco sobre uma mesa, até as superfícies lisas quando ampliadas pode-se ver que
ainda são ásperas
Quando duas superfícies estão em contato, criam-se pontos de aderência ou colagem entre elas,
isso ocorre devido à força atrativa entre os átomos próximos uns dos outros, de uma superfície a
outra. A força de atrito é caracterizada pela força existente para romper esses pontos de aderência.
Sendo o atrito uma força é, portanto, uma grandeza vetorial, ele possuirá módulo, direção e
sentido.
A força de atrito entre determinadas superfícies pode ser força de atrito estática, ou força de
atrito cinética. Quando o corpo encontra-se em repouso, velocidade igual a zero, a força de atrito é
chamada de estática; e quando o corpo encontra-se em movimento, a força de atrito é chamada
força de atrito cinética. O módulo da força de atrito varia de zero a um valor máximo em função da
força aplicada para realizar o movimento.
Por exemplo, um corpo está num plano horizontal em repouso cuja força de atrito estática
máxima entre as superfícies em contato é de 50 N. Veja a figura abaixo.
Figura 8 – Um bloco é forçado a deslizar sobre uma mesa por uma força F que aumenta gradativamente, para cada valor
de F estão representadas as forças de atrito estática e cinética.
Ao aplicar uma força de 10 N para produzir o movimento, verifica-se que o corpo continua em repouso,
esse efeito surgiu por que com a aplicação da força F, surgiu uma força de atrito de 10 N contrária ao
movimento e, sendo a força resultante entre a força aplicada e a força de atrito igual a zero, o corpo não
se move. Se aumentarmos a força F aplicada para 30 N, a força de atrito também aumentará para 30 N
e o corpo ainda não se move, pois a força resultante continua igual a zero. Se continuarmos a aumentar
a força aplicada e, dessa vez, aumentaremos para 50 N, a força de atrito estática atinge seu valor
máximo igual a 50 N, mas o corpo continua estático, porém ele está na eminência do movimento.
Aplicando-se uma força de 60 N, vence-se a força de atrito estático máxima, e o corpo entra em
movimento. A partir daí passa a atuar no corpo a força de atrito cinético, que é sempre menor que a
força máxima de atrito estático. I
Quando a força F é igual a zero, não existe força de atrito. Quando há intenção de movimento
aumentando a força F, passa a existir a força de atrito e ela, já que o bloco está parado, é chamada de
força de atrito estática. Ao aumentarmos a força F aumenta também a força de atrito estática que é
sempre igual a força F aplicada conforme ela vai aumentando até um valor máximo, atingido esse
valor o bloco começa a movimentar-se, a partir daí, como já existe movimento, a força de atrito passa
a ser força de atrito cinética, que é constante. A partir desse ponto, como a força de atrito cinética é
menor que a força de atrito estática, pode-se diminuir a força F e mesmo assim manter o movimento
do bloco.
Portanto, já vimos que a força de atrito sempre terá direção tangente à superfície no ponto de
contato, sentido que se opõe ao movimento relativo (escorregamento) ou tendência de movimento
relativo.
Já o módulo da força de atrito poderá ser calculado pelas expressões da força de atrito estático e
cinético, respectivamente:
(força de atrito estática)
(força de atrito cinética)
Onde:
N é a força de reação normal à superfície.
(Lê-se: mi) é o coeficiente de atrito e seu valor depende do tipo de material com que são feitas as
superfícies que estão em contato, do grau de polimento dessas superfícies e a lubrificação entre elas.
Com o índice “e” é o coeficiente de atrito estático, e com o índice “c” é o coeficiente de atrito cinético.
Sempre o coeficiente de atrito estático será maior que o coeficiente de atrito cinético. Como a
força de atrito estática depende da força aplicada para produzir o movimento ela varia de zero até um