Projeto Integrador Temática: "LIXO": Material Didático-Instrucional para o Ensino de Ciências
Projeto Integrador Temática: "LIXO": Material Didático-Instrucional para o Ensino de Ciências
Projeto Integrador Temática: "LIXO": Material Didático-Instrucional para o Ensino de Ciências
Temática: “LIXO”
Daiara Manfio
Leandro Turmena
Vitor Augusto Pizzolatto
(Orgs.)
Volume 1
PROJETO INTEGRADOR
Temática: “LIXO”
Daiara Manfio
Leandro Turmena
Vitor Augusto Pizzolatto
Volume 1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
ISBN: 978-65-00-26406-7
APRESENTAÇÃO........................................................................................................5
5
APRESENTAÇÃO
6
1. Utilização sustentável do lixo orgânico
domiciliar: desenvolvimento de
composteiras como ferramenta
metodológica no ensino de ciências
7
RESUMO
ÁREA TEMÁTICA
O projeto apresenta como trabalhar a interdisciplinaridade entre os seguintes
conteúdos de ciências: biodiversidade de seres vivos, microbiologia, zoologia,
botânica, bioquímica, ecologia, o lixo, cuidados com o solo e educação ambiental.
Pode-se integrar outras disciplinas, tais como: artes, química, física, língua portuguesa
e geografia.
8
1 INTRODUÇÃO
9
Sendo assim, a utilização sustentável de resíduos orgânicos realizada por
estudantes do ensino fundamental, por meio do desenvolvimento de composteiras,
pretende diminuir a disposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários e lixões.
Por consequência, o bioproduto formado na composteira pode ser utilizado como
adubo no cultivo de plantas alimentícias, ornamentais e hortaliças. Por fim, a
metodologia abordada serve como uma ferramenta de ensino que possibilita ao
professor de Ciências ir além da rotina ao trabalhar vários conteúdos de forma
interdisciplinar, proporcionando aos estudantes correlacionar a teoria com a prática,
considerando que irão participar diretamente do desenvolvimento das composteiras.
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
final: “bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água,
ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível” (PNRS, 2010). De certa forma, esses resíduos podem ser
reutilizados ou tratados, ao contrário do lixo.
Segundo ABRELPE (2019), em 2018 foram geradas 79 milhões toneladas de
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) somente no Brasil, os quais englobam os resíduos
domésticos, os efluentes gerados em pequenas empresas domiciliares e, ainda, os
resíduos comerciais. O que é alarmante, sem dúvidas, é que apenas 59,5% desta
enorme quantidade gerada é destinada corretamente. Ou seja, mais de 40% dos RSU
gerados no Brasil vão para lixões, o que significa que estão sendo incorretamente
destinados.
Além do mais, o custo para a reciclagem é um dos principais empecilhos para
a destinação correta e reutilização dos RSU. Por isso, percebe-se que é mais
importante obter controle da produção dos RSU do que suprir a demanda de
destinação e reutilização dos mesmos, porém no Art. 9° da PNRS – Lei 12.305/10, é
dado ordem de prioridade para a não geração de resíduos, a reutilização, a
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a destinação final adequada dos
rejeitos. Machado (2017), cita uma medida criada em 1997 conhecida
internacionalmente como Agenda 21, a qual trata da prevenção do descarte de
resíduos. A medida impõe como solução a utilização do método dos 3R’s, os quais
visam: 1° - Reduzir: buscar reduzir o consumo, repensando o uso dos materiais e,
consequentemente, a redução da geração de lixo; 2° - Reutilizar: tornar a vida útil de
determinado material mais longa, podendo ser naquela mesma forma ou adaptando-
o; 3° - Reciclar: tornar aquele resíduo útil, modificando sua estrutura física/química,
produzindo novos materiais.
Não sendo suficiente, incluiu-se dois novos termos posteriormente: Repensar
e Recusar. O primeiro termo, trata de fazer o consumidor repensar sobre o produto,
desde sua matéria prima, o trabalho para sua produção, o transporte e o descarte. Já
o último termo, refere-se ao ato de recusar o consumismo de produtos dispensáveis,
fazendo os consumidores adquirirem apenas produtos essenciais (SILVA et al.,
2017).
Nos centros urbanos, temos a grande produção de Resíduos Orgânicos
Domiciliares (ROD) dentre os RSU, sendo que em sua maioria, são descartados
incorretamente: em terrenos baldios ou áreas públicas gerando, não somente
problemas ambientais, mas também, o desperdício de muitos nutrientes que poderiam
ser reutilizados (USP, 2012). Como solução, surge a compostagem, a qual visa
reciclar matéria orgânica, ou seja, transformar os ROD em adubo, o qual poderá ser
utilizado como fertilizante para plantas e até mesmo, comercializado como fertilizante
natural. Percebe-se neste ponto que, nem sempre o lixo é inútil e sem valor, como
sugerido pelo dicionário anteriormente (BENTO, 2013).
11
Ainda segundo a autora Bento (2013), a compostagem é uma forma simples e
muito eficiente para reciclar matéria orgânica, não somente vegetal, mas também
animal. O processo é realizado por macro e microrganismos que se desenvolvem em
meio ao ROD e que atuam na decomposição daquela matéria orgânica em um
composto chamado húmus. O húmus, por sua vez, é considerado um fertilizante
natural e muito rico, pois pode ser usado em hortas caseiras, no cultivo de legumes e
frutas, nas plantas do jardim e, como já citado, comercializado como fertilizante
potencialmente natural.
No que diz respeito aos resíduos orgânicos, segundo a Lei 12.305/2010 que
dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o inciso V do artigo
36, a compostagem pode ser considerada como essencial sendo uma tarefa
indispensável, assim como a destinação adequada de resíduos. Desta forma, fica a
cargo dos municípios prestarem esse serviço à população. Conforme os incisos XIV
e XV do artigo 3° presente na PNRS, a compostagem é uma maneira de promover a
reciclagem, onde resíduos orgânicos devem ser reaproveitados e não descartados
como rejeitos.
Compostagem
12
3.3 Vermicompostagem
A vermicompostagem, se refere ao procedimento realizado pelas minhocas em
seu trato intestinal, onde ao se alimentar da matéria orgânica a transformam e
originam um bioproduto e o chorume (AMORIN et al., 2016). Este bioproduto e o
chorume são ricos em nutrientes e ideais para serem empregados como fertilizantes
naturais em cultura de plantas.
A técnica da Vermicompostagem foi descoberta em uma pesquisa inglesa
desenvolvida entre os anos 1940 e 1950. Em 1970 os pesquisadores descobriram que
com o manejo de minhocas os resíduos orgânicos, como esterco e resíduos
domésticos, se transformavam em matéria orgânica de maneira mais estabilizada, ou
seja, liberando mais nutrientes no solo (AQUINO; ALMEIDA; SILVA, 1992).
De acordo com os autores Aquino, Almeida e Silva (1992) a espécie de
minhoca comumente utilizada é a Eisenia fetida (Savigny, 1826) também conhecida
como minhoca de esterco ou vermelha da Califórnia. Sua preferência se dá devido a
sua grande capacidade de reprodução, crescimento e pela sua eficiência na
conversão de resíduos. Outra espécie de minhoca muito utilizada é
a Pheretima sp., destinada para a compostagem de resíduos que apresentam estágio
de decomposição mais avançado, ela é popularmente conhecida como minhoca
puladora e pode ser facilmente encontrada no solo.
Estudos realizados por Almeida (1991), compararam a eficiência
do vermicomposto com o esterco de galinha e esterco bovino no cultivo de verduras
como cenoura e alface. Foi possível verificar que no cultivo de alface
o vermicomposto não apresenta nutrientes suficientes para o
desenvolvimento destas, em oposição aos estercos, que possibilitaram o pleno
desenvolvimento dos vegetais. Em contrapartida, no cultivo de cenouras, a
eficiência nutricional de ambos os fertilizantes é equivalente.
De acordo com Marcondes (1996), as minhocas consomem primeiramente os
compostos presentes na base e se deslocam para cima conforme a matéria vai se
decompondo, podendo suportar a temperatura entre 13°C a 22°C. O autor ainda
afirma que, as minhocas possuem preferência por materiais menos ácidos e com
cheiro mais leve, como borra de café, folhas de erva-mate e outros chás. As minhocas
podem decompor diversos resíduos, como restos de frutas e verduras, esterco, papéis
e folhas secas, se esses apresentarem condições aceitáveis a elas, como pH,
temperatura e umidade. A reposição de nutrientes deve ser realizada de uma a duas
vezes na semana.
Este processo se torna mais favorável e benéfico, pois de acordo com Albanell
et al. (1988), as minhocas aceleram a transformação da matéria orgânica em húmus,
devido a produção do composto conter menor relação de carbono e nitrogênio.
Durante o processo, também ocorre pela ação das minhocas, o aumento de retenção
de cátions e o acréscimo de substâncias húmicas (ALBANELL et al., 1988).
A respeito do húmus de minhoca ou conhecido como vermicomposto, este
apresenta concentrações altas de matéria orgânica, sendo este número maior que o
13
obtido no composto realizado com o método tradicional da compostagem. Desta
forma, com a vermicompostagem os nutrientes se encontram de forma mais
assimilável para as plantas, estando disponível para o uso por até 45 dias (RICCI,
1996). Ainda, conforme relata Epstein (1997), essa prática elimina ou reduz os níveis
de patógenos em cultivos, devido à alta temperatura alcançada durante o processo.
4 METODOLOGIA
Atividade 1
Esta atividade pode ser feita tanto na sala de aula quanto no pátio da escola.
Primeiramente o professor questionará os alunos sobre o que são os resíduos
orgânicos e se esses resíduos podem ou não serem reciclados. A atividade tem como
objetivo instigar a criança sobre o que é o resíduo orgânico e explicar que este pode
ser utilizado de outras formas, e não simplesmente somente descartado, e tem grande
importância para o meio ambiente.
O professor deve explicar que ao receber o tratamento devido, este resíduo
entrará em contato com os macro e microrganismos decompositores e se tornará um
adubo rico em nutrientes. Desta forma, este adubo será aderido ao solo ou adicionado
dentro de vasos, possibilitando que as plantas tenham um melhor desenvolvimento
devido aos nutrientes que foram retirados dos restos de resíduos orgânicos, os quais
possivelmente seriam jogados fora de maneira incorreta e acabariam, por sua vez,
diminuindo o tempo de vida útil dos aterros sanitários.
Pode-se enfatizar que as minhocas são seres muito importantes neste
processo e que o auxiliam de maneira direta: estas vão se alimentar dos resíduos, que
ao passarem pelo trato digestório das minhocas se tornarão suas fezes, que tem um
grande teor nutritivo para as plantas, o famoso húmus de minhoca. Por fim é
interessante que o professor leve os alunos para o pátio para que os mesmos possam
14
analisar (com luvas e o devido cuidado) se o lixo da escola está sendo separado
devidamente, já ensinando como estes alunos devem separar o lixo tanto na escola,
quanto em suas próprias casas e até mesmo em outros ambientes.
Atividade 2
Atividade 3
15
de qualquer espécie, nem óleos, vinagres e azeite, pois são prejudiciais as minhocas
e ao processo.
Figura 1 - caixa digestora 1 aberta, na qual é possível observar a tampa com furos para que
haja a passagem do ar e o pote 1 ligado à tampa do pote 2.
Figura 3 - caixa digestora 2 aberta, ligada à tampa do pote 3, na qual é possível observar os
furos para a passagem do chorume.
16
Figura 4 - Caixa 3 com a torneira inserida, aberta vista por cima.
17
A seguir nós sugerimos a abordagem de alguns conteúdos de Ciências de acordo com
a Base Nacional Comum Curricular (2017) e as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica Ciências (2008), abordagem que tende a tornar o desenvolvimento da
disciplina e o ensino de Ciências mais rico e interessante. É importante abordar no
decorrer das atividades a questão do lixo e seus possíveis destinos, entre eles a
reciclagem e sustentabilidade, os problemas dos aterros sanitários e os lixões, além
de incluir a questão de saúde pública, pois o lixo atrai vetores de doenças como os
ratos, baratas, mosquitos etc.
A compostagem permite trabalhar a microbiologia e a biodiversidade de seres
vivos, se tratando do processo de degradação aeróbia, onde tais condições
possibilitam uma variedade de macro e microrganismo como as bactérias e os fungos.
Inclui-se também a botânica, onde posteriormente o produto final obtido com o uso da
composteira será utilizado em vasos de flores, hortas, na produção de plantas
ornamentais e alimentícias, através da nutrição do solo e consequentemente das
plantas. Ainda neste aspecto, pode-se trazer uma discussão sobre a alimentação
saudável.
Outro conteúdo que pode ser tratado é a pedologia, ou estudo do solo, no qual
é importante ensinar para os estudantes sobre a sua nutrição e a influência de fatores
como a umidade, pH, aeração, temperatura, erosão e lixiviação. Ao trabalhar os
nutrientes presentes no solo como carbono, nitrogênio e oxigênio, é possível fazer
uma ligação com o conteúdo de química/bioquímica, e ressaltar a ação direta desses
nutrientes no desenvolvimento das plantas.
A ecologia pode ser trabalhada de forma que o educando compreenda as
relações entre os ecossistemas e as cadeias tróficas, pois organismos produtores,
consumidores e decompositores estão presentes na compostagem. Ao incluir a
minhoca no processo, o mesmo passa a ser chamado de vermicompostagem,
possibilitando trabalhar a zoologia e a sua ecologia focando em seu nicho ecológico.
Ao desenvolver composteiras, os estudantes têm contato direto com os materiais
necessários e o meio ambiente, trabalhando com os sentidos como tato e olfato, que
são conteúdos de fisiologia humana.
No que se trata de interdisciplinaridade com outras disciplinas da educação
básica, o desenvolvimento de composteiras permite trabalhar em conjunto com artes,
por exemplo: encapar os compartimentos da composteira com um papel que permita
a realização de desenhos criativos que podem ser coloridos com as cores primárias.
Como já citado acima, a química também pode ser incluída, além da física
considerando os processos de transformações. Com a disciplina de português, é
possível trabalhar a interdisciplinaridade através de redações e produções de textos.
Em geografia, sugere-se abordar questões do solo, agricultura orgânica e o uso de
químicos na produção de alimentos.
18
6 RESULTADOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
19
BENTO, G. A. P. Caderno Temático. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pd
e/2013/2013_ufpr_geo_pdp_giovana_aparecida_pereira_bento.pdf. Acesso em: 24
jun. 2021.
20
BRASIL, M. do M. A. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/politica-nacional-de-
residuos-solidos. Acesso em: 24 jun. 2021.
21
APÊNDICES
22
APÊNDICE B – Panfleto instrucional
23
2. Elaboração de uma cartilha didática para o
ensino fundamental sobre os efeitos de
resíduos eletrônicos nos ecossistemas
aquáticos
24
RESUMO
Devido aos avanços tecnológicos, o lixo eletrônico produzido passou a ter em sua
composição, materiais sintéticos e alguns metais pesados, que são elementos muito
perigosos, tanto aos ecossistemas quanto à saúde humana. Este projeto tem como
objetivo planejar uma cartilha didática para apresentar de forma interdisciplinar o efeito
do lixo eletrônico sobre os ecossistemas aquáticos e sensibilizar quanto ao destino
incorreto do lixo eletrônico nestes ambientes. Proporcionando elementos teóricos e
práticos e promovendo discussões sobre a temática envolvida no projeto, enfatiza-se
a sensibilização da comunidade escolar acerca dos impactos prejudiciais dos resíduos
tóxicos, em especial na ecologia de águas. O projeto tem em vista uma cartilha
utilizando trabalhos já realizados para embasar o conhecimento, baseando-se em
uma narrativa, contando uma história de forma lúdica sobre o efeito do lixo eletrônico
no ecossistema aquático, proporcionando um material proveitoso e muito bem
delimitado, pois cada vez mais depara-se com dificuldades e impaciência para leitura
de materiais extensos postos de forma pouco atraente. Espera-se que uma cartilha
contendo informações relevantes e de fácil entendimento, seja realmente útil para que
as crianças aprendam a destinar o lixo eletrônico de forma correta e os efeitos que
eles possam causar no meio ambiente, em especial, no meio aquático. Tendo também
como finalidade proporcionar um material interdisciplinar espera-se que seja possível
promover o debate dos assuntos abordados na cartilha, dessa forma, então, avaliando
sua eficácia em transmitir os conhecimentos.
25
1 INTRODUÇÃO
26
temporais. Isso pode favorecer a deposição de resíduos no solo, podendo contaminar
lençóis freáticos, principalmente, com os metais pesados constituintes.
Diante do exposto, ações educativas são urgentemente necessárias buscando
sensibilizar as pessoas acerca deste problema. Neste contexto, as cartilhas didáticas
podem ser importantes ferramentas que, trazendo conhecimento de forma lúdica e
atraente, permitem ao público leitor repensar atitudes, muitas das quais cotidianas,
fazendo valer os princípios de desenvolvimento da capacidade de análise crítica pelos
alunos (BRASIL, 1997), bem como, sensibilizar a comunidade escolar para os efeitos
danosos do descarte inadequado de lixo eletrônico. Tenha-se em mente, a
necessidade de popularizar os conhecimentos científicos que promovem o bem-estar
ou alertam atitudes indevidas.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Planejar uma cartilha didática sobre o destino incorreto do lixo eletrônico e seus
efeitos nos ecossistemas aquáticos para o sétimo ano do Ensino Fundamental.
2.2 Específicos
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
27
consequência do aumento populacional e das grandes revoluções tecnológicas que
se tem experienciado nas últimas décadas.
O ser humano tem se tornado cada vez mais dependente de dispositivos
eletrônicos em seu cotidiano. Quase todas as atividades diárias realizadas pelos
indivíduos estão, de alguma forma, relacionadas a algum eletroeletrônico. Além disso,
o consumismo vem crescendo gradualmente junto com este avanço tecnológico, pois
parece que as pessoas têm a necessidade de acompanhar este avanço e adquirir
aparelhos mais avançados.
Por consequência disso, o aumento na produção de resíduos aumenta em
níveis alarmantes. Além disso, devido aos avanços tecnológicos, todo esse lixo
produzido passou a ter em sua composição, materiais sintéticos e alguns elementos
muito perigosos, tanto aos ecossistemas quanto à saúde humana. Nesse contexto, é
importante ressaltar que o manejo adequado de resíduos é de extrema necessidade
à preservação do meio ambiente. E mais que isso, a diminuição de sua produção.
Quando dispostos irresponsavelmente, os resíduos podem comprometer a qualidade
do solo, da água e do ar, por serem fontes de compostos orgânicos voláteis, solventes
e metais pesados, por exemplo (GOUVEIA, 2012).
No Brasil, grande parte dos resíduos eletrônicos não chega ao seu destino
correto. Também, devido ao grande número de lixões a céu aberto, percebe-se as
devastadoras consequências sobre o meio ambiente, já que o lixo eletrônico
descartado é responsável pela liberação de uma grande quantidade de metais
pesados, tóxicos ao ambiente. Dentre os metais liberados, ferro (Fe), cobre (Cu),
alumínio (Al), zinco (Zn) e chumbo (Pb) são encontrados em maior quantidade, a cada
tonelada de lixo misto (NATUME; SANT’ANNA, 2011). Mas também é possível
encontrar outros metais, em menor quantidade, que podem ser ainda mais nocivos,
como cádmio (Cd), bromo (Br), bário (Ba) e mercúrio (Mg).
28
de mortalidade. Em geral, estes metais são bioacumulados pelos seres, provocando
sérios efeitos nas cadeias tróficas (CORRÊA, 2006).
Anderson e Zeeman (1995) afirmaram que a presença de metais, como cádmio,
mercúrio, arsênio e selênio no ambiente aquático, pode afetar adversamente a saúde
dos peixes. Em particular, os mecanismos que protegem os peixes contra doenças
são os mais afetados. Danos na formação da espinha dorsal, doenças musculares,
lesões da pele e até quadros clínicos graves dos sistemas gastrointestinal, circulatório
e nervoso também foram encontrados (MUNIZ; OLIVEIRA-FILHO, 2008).
Está também evidenciado que outros seres vivos, como por exemplo as algas
diatomáceas (LAVOIE et al., 2018) e as cianobactérias (ANAS et al., 2015), são
afetados pela presença de metais pesados na água. Entre os principais efeitos,
destacam-se alterações na densidade total dos indivíduos no meio, deformidades em
suas paredes celulares, além de outras disfunções ainda não bem determinadas. Da
mesma forma, do ponto de vista de estruturação de comunidades biológicas
aquáticas, metais pesados ocasionam alterações de atributos como riqueza e
diversidade de espécies na comunidade de macroinvertebrados bentônicos
(CLEMENTS et al., 2000).
Para o ser humano, o problema reside no consumo de água contaminada e
principalmente de animais provenientes destes ambientes. De acordo com Foran
(1990), ingerir pescado contaminado é entre 20 e 40 vezes mais perigoso à saúde do
que ingerir água contaminada. Esse fato é justificado pela maior capacidade que os
organismos aquáticos têm de concentrar os elementos, geralmente as concentrações
chegam a ser até 105 vezes maiores do que as observadas no meio ambiente
(GUIMARÃES et al., 1985).
No organismo humano, esses metais podem impedir o funcionamento normal
de proteínas e enzimas, podendo se ligar às paredes celulares, dificultando o
transporte de nutrientes (FRANCO; MUÑOZ; GARCIA, 2016). Importante considerar
que a alteração de processos bioquímicos e fisiológicos pode acarretar patologias. A
exposição a metais pesados pode levar ao desenvolvimento de câncer, transtornos
de saúde mental, desordens hormonais e reprodutivas, efeitos na expressão gênica,
danos no DNA e aos sistemas nervoso e sanguíneo (SONG; LI, 2015; TANAUE et al.,
2015).
29
a nova era de transformações científicas e tecnológicas daquele tempo,
principalmente, após o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik 1,
pela União Soviética, em 1957. Havia uma preocupação se os estudantes, quando
formados, saberiam e poderiam conduzir as novas descobertas, no futuro (idem,
ibidem).
Por se tratar de uma palavra estrangeira, alguns autores têm se preocupado
em debater sobre as traduções e discernir sobre o uso na Língua Portuguesa. Cunha
(2017) aponta que a maioria dos trabalhos acadêmicos na área de ensino de ciências
faz uso da expressão alfabetização científica, porém, este autor defende a utilização
do termo letramento científico, o que denota o impacto causado pelo emprego efetivo
da leitura e da escrita sobre as práticas sociais. Levanta-se essa discussão apenas
para que se perceba que os termos podem diferir de fonte para fonte. Neste trabalho,
volta-se ao termo clássico.
Encontram-se na literatura três abordagens que tratam da alfabetização
científica de formas muito diferentes entre si. A primeira delas se refere “a conhecer
sobre muitos fatos científicos, o que, não necessariamente, é o mesmo que ter um
alto nível de compreensão científica” (DURANT, 1994, p. 85). Nesta visão de
entendimento público da ciência, o foco está voltado a saber termos científicos e o
que eles significam, mas não obrigatoriamente o que se faz com eles, nem como se
chegou àquele resultado. Pode-se citar várias palavras que remetem à ciência, como
DNA; água; célula; e vírus, entretanto, todos esses são termos científicos para
diferentes fenômenos ou elementos que não provêm ao cidadão comum meios para
lidar com as situações impostas no cotidiano.
A segunda forma de abordar a alfabetização científica é saber como a ciência
funciona. Nesta definição, trabalha-se com a atitude científica e com os métodos e
processos científicos. O objetivo é que o cidadão letrado cientificamente saiba
diferenciar os métodos usados na Ciência e outros considerados pseudocientíficos
(MILLER, 1983 apud DURANT, 1994, p. 85). Pelo ponto de vista de Durant (idem), é
interessante que a população saiba, além de conceitos básicos em Ciência, de fato,
os procedimentos que levaram aos fenômenos, agora conhecidos. Porém, nenhum
cientista pode definir claramente o método científico, tanto é que, muitas vezes, se
abre espaço para as conhecidas “pseudociências” dentro dos próprios centros de
pesquisa. Portanto, não se deve entender a Ciência apenas como uma sequência de
processos idealizados e muito bem pensados, já que sempre há um envolvimento das
questões científicas com a vida real e sua aplicabilidade.
Por fim, chega-se a terceira aproximação, definida como uma visão da Ciência
e da alfabetização científica como uma prática social. Percebe-se que fazer ciência
não é apenas seguir passos; mas, nem sempre, deve ser vista como produto pessoal
de determinado indivíduo que pesquisa. O pesquisador – ou sua fama – não deve ser
encarado com tamanha emoção que obscureça sua pesquisa. De fato, o que se põe
aqui, é que não se deve projetar as características da Ciência sobre quem a produz
(DURANT, 1994). O autor (idem, p. 88) chama a atenção para a supervalorização de
30
algumas descobertas e o efeito na sociedade, porque “[...] o público [pode ficar]
imbuído da ideia de que o segredo do sucesso da ciência reside nas qualidades
extraordinárias de cientistas individuais”. Essas distorções emocionalmente guiadas
pela mídia sobre as descobertas científicas podem atrapalhar o entendimento público
sobre a Ciência e até sobre a função da seleta comunidade que pode se dedicar à
pesquisa científica, mas que não é a única a pesquisar, investigar.
31
– em linguagem acessível ao grande público –, livros e as cartilhas (RIVERA et al.,
2006; MANSO, 2012).
Encontra-se extensa literatura a respeito do ensino de Ciências, quando se
trata da utilização das cartilhas na educação. Toma-se como exemplo o ensino de
Ecologia através da cartilha “Seu Juca vai se mudar”, desenvolvida pelo Programa de
Pesquisas Ecológicas de Longa Duração da Universidade Federal de Minas Gerais,
em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). A cartilha apresenta a estória de um indivíduo (Seu Juca) que escolhe morar
em uma área natural, de grande beleza cênica, e passa a alterar esse meio como
forma de adequá-lo às suas necessidades. Após várias transformações, como o corte
de árvores, uso de agrotóxicos e introdução de áreas de monocultura e o grande
acúmulo de lixo produzido, Seu Juca decide se mudar para uma nova bela área.
Assim, o descaso do ser humano para com a Natureza se completa (BARBOSA;
ALONSO; VIANA, 2004).
4 JUSTIFICATIVA
5 METODOLOGIA
A construção da cartilha será dividida em três fases, cada qual com algumas
etapas. Tendo em mente que a cartilha será destinada a escolas, alguns cuidados
devem ser tomados, como aponta Echer (2005, p. 755), “sendo, portanto,
indispensável escrever numa linguagem que todos entendam.”. Como sugere Almeida
(2017, p. 14), o tema deve estar muito bem delimitado já que “[...] temos cada vez
32
mais ‘dificuldade/impaciência’ para leitura de materiais extensos, especialmente se
forem centrados apenas em textos.”.
Os métodos que levarão à elaboração da cartilha proposta no presente projeto
seguem as propostas metodológicas definidas por Reberte (2008). Tanto Reberte
(idem), como Almeida (2017), são consonantes em propor, primeiramente, a
delimitação do tema e a busca de materiais já publicados que possam embasar o
trabalho, principalmente, livros e artigos de periódicos. Após isso, deve ocorrer a
definição dos tópicos que irão integrar a cartilha e a elaboração de um roteiro. Este
detalhamento inclui, por exemplo, o layout de cada página da cartilha, das ilustrações,
a sistematização do conteúdo textual e a determinação da linguagem a ser empregada
(ALMEIDA, 2017).
A cartilha será dividida em sete capítulos: (i) Introdução; (ii) O que é Lixo
Eletrônico?; (iii) O Ecossistema Aquático em nossas Vidas; (iv) Efeitos do Lixo
Eletrônico no Ambiente Aquático; (v) Efeitos do Lixo Eletrônico na Saúde Humana; (vi)
Como destinar o Lixo Eletrônico corretamente?; e (vii) Atividades. Com esses tópicos,
33
pretende-se abordar as definições de resíduos, resíduos eletrônicos e como os
resíduos eletrônicos impactam o ecossistema aquático.
Dentre as outras temáticas relacionadas que serão contempladas estão: os
efeitos prejudiciais causados por metais pesados, quais os principais compostos dos
aparelhos eletroeletrônicos de uso mais comum, o destino mais apropriado para esse
tipo de resíduo e, ao final, serão propostas reflexões sobre nossas ações no cotidiano,
por meio de atividades para colorir, de caça-palavras, entre outras. O layout e design
da cartilha serão concebidos através do site de ferramentas de design gráfico Canva©
(Graphic Design, Inc.).
6 RESULTADOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
34
ALVES, J. M. Histórias em quadrinhos e educação infantil. Psicologia: Ciência e
Profissão, v. 21, n. 3, p. 2-9, 2001. Disponível em: <https://bit.ly/2L0cmXV>. Acesso
em: 19 jun. 2019.
35
ECHER, I. C. Elaboração de manuais de orientação para o cuidado em saúde. Revista
Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 5, p. 754-757, 2005.
HISTÓRIA do Lixo: linhas gerais. Universidade Federal de Minas Gerais. Veja, mar.
1999. Disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/geresol/lixohistoria.htm>. Acesso
em: 24 jun. 2019.
36
MANSO, B. L. C. Divulgação científica: o desafio de popularizá-la na própria ciência.
Revista do EDICC (Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura), v. 1, n. 1, 2012.
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2587-2594, 2014.
38
3.
Produção de um documentário sobre poluição
aquática causada por resíduo plástico
doméstico para o ensino de ciências
Edilaine Perusso
Elis Rizzi Varela
Julia Dias da Silva
Elton Celton de Oliveira
Paulo Fernando Diel
39
RESUMO
ÁREA TEMÁTICA
Resíduos Plásticos, Rios do Município de Dois Vizinhos.
Interdisciplinaridade, Ensino Fundamental, Ciências.
40
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
41
2.2 Específicos
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Definições
Lixo é o termo geral utilizado para designar coisas que não possuem mais
valor ou utilidade e são produtos das atividades humanas (DICIONÁRIO
MICHAELIS, 2019). O lixo pode ser classificado quanto à sua origem (domiciliar,
industrial, comercial, hospitalar, agrícola, entre outras) ou em lixo seco e lixo úmido
e como resíduos e rejeitos, como a legislação brasileira da Política Nacional de
Resíduos Sólidos define:
42
alimentos, de podas), resíduos recicláveis (vidros, plásticos, metais, papéis),
rejeitos (copos descartáveis, fraldas, papeis higiênicos, etc.) e também resíduos
perigosos (pilhas, lâmpadas fluorescentes, tintas, medicamentos, eletrônicos)
(MMA, 2019).
Segundo a Abrelpe, no ano de 2017 a quantidade de lixo doméstico no Brasil
produzido diariamente foi de 214.868 toneladas/dia, e na região Sul no mesmo ano
a quantidade foi de 22.429 toneladas/dia, no município de Dois Vizinhos a
quantidade total de resíduos produzidos na área urbana é de 21.925 kg/dia (PMBS
DOIS VIZINHOS, 2015). O destino dos resíduos em 50,8% dos municípios
brasileiros são vazadouros a céu aberto (lixão), 22,5% dos municípios destinam
para aterros controlados e 27,7% dos municípios para aterros sanitários. Sendo no
sul do Brasil, 182 municípios que destinam seus resíduos para o lixão (IBGE, PNSB,
2008).
43
pela Lei nº 12.305, com diretrizes que visam o gerenciamento de resíduos
sólidos. Com a Lei nº 9.795 de 1999, institui-se a Política Nacional de
Educação Ambiental, e define a educação ambiental como “um componente
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não-formal, sendo um direito de todos” (MMA, 2019).
44
3.4 Hidrografia da Microrregião
Dentre os rios paranaenses, o Rio Iguaçu se destaca pela sua extensão (1320
km), atravessando o Estado desde a parte leste do município de Curitiba até
desaguar no Rio Paraná, sendo formado pela união de dois rios, Iraí e Atuba.
A Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu possui em média uma área de 70.800 km²
somando as áreas brasileiras e argentinas, sendo 54.820,4 km² dentro do Estado
do Paraná (em torno de 28 % da área total do estado). A Bacia é dividia em Alto
Iguaçu, Médio Iguaçu e Baixo Iguaçu (ÁGUAS PARANÁ, 2019). O município de
Dois Vizinhos está situado na bacia hidrográfica do Baixo Iguaçu e desta ocupa
419,0 km² (0,8% da bacia), esta área do município é dividida em seis em sub-
bacias hídricas, Rio Bandeira, Rio Canoas, Rio Pinheirinho, Rio Jaracatiazinho e
Vale do Chopim (PMSB DOIS VIZINHOS, 2015). O Rio Dois Vizinhos constitui
a sub-bacia mais importante para o município, com uma área de 181,24791 km²,
pois, é um divisor natural e é utilizado no abastecimento industrial do município. No
manancial do Rio Jirau Alto, afluente do Rio Dois Vizinhos é utilizado pela
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR (PMSB DOIS VIZINHOS,
2015).
45
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE (2008),
apenas 55% dos municípios brasileiros possuem sistema de coleta de esgotos,
sendo o maior número de municípios localizados na região Sudeste (95%) e
o menor, na região Norte (13%). Já em relação ao tratamento dos esgotos
domésticos, a situação é ainda pior: apenas 27% dos municípios brasileiros tratam
seus esgotos, a maior parte destes municípios está situada na região Sudeste
do país (47%) e a menor, na região Norte (8%).
A poluição dos corpos d’água aumenta devido o lançamento de esgotos
e lixos na água elevando a quantidade de nutrientes provenientes de materiais
orgânicos. Este processo é chamado de eutrofização. Na eutrofização a água
fica turva e a quantidade de oxigênio dissolvido na água diminui bastante, o que
leva à morte de espécies animais e vegetais (OLIVEIRA: MOLICA, 2017).
46
dados que indicam uma futura devastação dos ecossistemas terrestres, em que,
põe em risco o bem-estar da humanidade e provocando perda da instabilidade da
saúde dos indivíduos, podendo afetar as futuras genealogias.
A distribuição dos resíduos sólidos urbanos aponta algumas questões
em relação à implantação apropriada dos mesmos, a área física é tomada pelos
rejeitos e pelo alastramento de doenças para uma porção da população que
habita aos redores e se mantém através do comércio desses resíduos (SANTOS;
AGNELLI; MANRICH, 2004).
47
século XVIII até os dias de hoje, impulsionou gradativamente o desenvolvimento
de produtos pela ciência e para isto o aumento gigantesco no consumo de
recursos naturais, em conjunto com o aumento populacional e mudanças no
comportamento das sociedades, em direção de um mundo globalizado, uma
sociedade com a cultura do consumo e das tecnologias.
Quando comparado com o tempo da história da humanidade na Terra, pode
–se dizer que as mudanças ocorridas desde o século XVIII até os dias de hoje
foram muito rápidas, as invenções humanas trouxeram conforto, mobilidade,
aumento da expectativa de vida, explicações para os fenômenos da natureza,
tecnologias aplicadas às diversas áreas de ação humana e em decorrência disso,
muitos problemas foram surgindo e permanecendo. A ciência teve papel
fundamental na transformação da ação humana no mundo, as tecnologias
inventadas e as explicações dos fenômenos naturais foram as bases da justificativa
econômica e política de exploração natural que permanecem até a atualidade. A
fragmentação do saber e do viver tornou-se mais acentuada, criando a ilusão de
que humanos e natureza podiam ser separados (PCNs,1997).
Em meio às tensões mundiais como as grandes guerras e desafios
cotidianos, percebeu-se que os recursos naturais estavam no rumo da escassez,
e que o sistema de produção e a qualidade de vida humanas estavam ligadas
diretamente com os recursos naturais, neste contexto as questões sobre o meio
ambiente ganharam cada vez mais ênfase, juntamente com questionamentos
ligados as questões de ideologia, valores humanos e modo de produção da
existência.
A compreensão de que a ação humana em uma parte do mundo afeta todos
os seres que o habitam, juntamente com a noção de que o delicado e necessário
equilíbrio para a manutenção da vida é essencial, acabaram por levar o tema meio
ambiente a ser relevante para a comunidade mundial. Como resultado da ênfase do
meio ambiente em assuntos econômicos e políticos, ações surgem, como a
sustentabilidade, as soluções tecnológicas desenvolvidas pela ciência, as
mudanças no uso dos recursos naturais (reciclagem, reutilização, redução), as
leis ambientais, movimentos sociais, e dentre estas uma importante ação surge
como principal eixo de mudança para construção de um mundo equilibrado, a
Educação Ambiental (PCNs,1997).
O Brasil possui políticas públicas que contemplam o Meio Ambiente e a
Educação. As políticas públicas são as ações desenvolvidas pelo governo, para
que os direitos previstos nas leis e na Constituição Federal de 1988 sejam
assegurados. Dentre essas ações, algumas podem ser citadas: o Programa
Nacional de Educação Ambiental, os Parâmetros Curriculares Nacionais, as
Diretrizes Curriculares Nacionais, A Política Nacional dos Resíduos Sólidos
(PCNs,1997); (MEC, 2019); (MMA, 2019).
A Educação Ambiental na Constituição do Brasil de 1988 é obrigação das
três esferas de poder, federal, estadual e municipal. Os Parâmetros Curriculares
48
Nacionais para as instituições educacionais, estabelecem o Meio Ambiente como
um tema transversal, ou seja, é um tema ser trabalho de forma interdisciplinar
e em todas as disciplinas do currículo. É através da permeabilidade deste tema
transversal e sua prática, que os estudantes estarão aptos a perceber e
compreender como as ações deles próprios afetam o ambiente e quais são
as consequências, passando a agir com responsabilidade (PCNs,1997); (MEC,
2019); (MMA, 2019).
Tendo em vista a importância da Educação Ambiental como formadora
de pessoas responsáveis, é imprescindível condições para que a educação como
um todo seja assegurada para toda a população, pois, não é possível mudar
problemas, pensamentos, especialmente os ambientais, sem a mudança de
consciência e sem condições para que as necessidades educacionais sejam
atendidas, como por exemplo, escolas bem estruturadas, funcionários bem
qualificados e remunerados, condições sociais de segurança e bem estar para os
alunos, etc. Importante também é que a escola tenha condições de assegurar
que seus alunos possam atuar e colocar seus conhecimentos em prática, que
o trabalho de educação ambiental realizado na escola também possa atingir e ser
articulado com os meios não formais de educação como os meios de comunicação,
a família, espaços de convívio social, entre outros (PCNs,1997).
Nessa perspectiva de mudanças, temas que compõem o currículo devem
ser trabalhados de forma interdisciplinar, para isto metodologias, modalidades e
recursos são essenciais. Um exemplo são os livros didáticos, recurso presente
na sala de aula que abordam o tema “lixo” em livros de diversas disciplinas,
como ciências, geografia, biologia e química, nos ensinos fundamental e médio,
trazendo ilustrações, questionamentos, textos, sugestões de aulas práticas,
sugestões de vídeos e páginas na internet. O tema pode ser tratado dentro
de um conteúdo específico ou tratado de forma isolada, por exemplo, no livro de
química, no fim do capítulo sobre soluções, o livro traz um texto informando
sobre a poluição das águas, dados gerais sobre a água na Terra, agentes
poluidores mais comuns da água, também traz uma ilustração do ciclo da água,
duas fotos exemplo de poluição aquática, uma charge e uma ilustração do
sistema de tratamento de água, este último enfatizando a reação do sulfato de
alumínio que acontece na câmara de floculação (FELTRE, 1997).
4 JUSTIFICATIVA
49
do aluno, pode despertar neste uma visão crítica e reflexiva sobre as suas ações
perante o meio ambiente. Assim faz-se necessário o desenvolvimento de materiais
didáticos, metodologias, para abordar o assunto meio ambiente de forma
interdisciplinar, crítica, que atenda a diversidade dos alunos, como propõe este
projeto.
Os elementos necessários para a mudança do comportamento do indivíduo
são a sensibilidade, a emoção, os sentimentos e as energias. O uso do
documentário como recurso educacional satisfaz esses elementos, pois interfere
na comunicação sensorial, emocional e racional, despertando a curiosidade, entre
outras reações.
Trabalhar com documentários em sala de aula permite ao professor
relacionar assuntos ligados à sua disciplina em particular com problemas
enfrentados pela sociedade de maneira geral, uma vez que muitos documentários
exibidos pela televisão consistem na reprodução das imagens destes problemas
da forma mais real possível. Assim, o professor consegue, ao trabalhar
documentários com seus alunos, alcançar um objetivo importante, o qual consiste
no desenvolvimento de uma visão crítica, capaz de identificar a linguagem
utilizada pela mídia para relatar ou denunciar problemas que a sociedade enfrenta.
5 METODOLOGIA
50
e quantidade de lixo plástico gerado na residência (cf. Apêndice C), de modo
a construir conjuntamente um gráfico;
Levantar dados sobre quais os efeitos negativos dos resíduos plásticos
serem descartados em rios e ruas, para isto utilizar os roteiros de estudo (cf.
Apêndice D);
Levantar dados sobre os benefícios da água para a vida, para isto utilizar
os roteiros de estudo (cf. Apêndice E);
Roteiro do Documentário
51
aplicativos disponíveis em lojas de aplicativos on-line.
6 RESULTADOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
52
ANDREOLI, C. V. et al. RESÍDUOS SÓLIDOS: ORIGEM, CLASSIFICAÇÃO E
SOLUÇÕES PARA DESTINAÇÃO FINAL ADEQUADA. Coleção Agrinho,
Paraná, p.531-552, set. 2014. Disponível em:
<http://www.agrinho.com.br/site/wp- content/uploads/2014/09/32_Residuos-
solidos.pdf>. Acesso em: 27 maio 2019.
53
FONSECA, L. H. A. Reciclagem: o primeiro passo para a preservação ambiental.
Centro Universitário Barra Mansa, Rio de Janeiro, p.1-30, 2013.
54
2010.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2019.
55
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Paraná. Curitiba, 2008. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud
o=1>. Acesso em: 06 abr. 2019.
56
APÊNDICES
57
APÊNDICE B – Atividades sobre destinação correta dos resíduos.
58
APÊNDICE C – Atividade sobre pesquisa doméstica de produção de lixo.
59
APÊNDICE D – Atividades sobre os efeitos negativos de descarte de plásticos nos
rios.
60
APÊNDICE E– Atividade sobre os benefícios da água.
61
APÊNDICE F – Fotos do Parque Municipal Jirau Alto e fragmento Rio Jirau Alto
ao lado da feira do produtor.
62
APÊNDICE G - Fotos do Parque Municipal Jirau Alto e fragmento Rio Jirau
Alto ao lado da feira do produtor.
63
ANEXOS
Fonte: IPARDES.
64
ANEXO B - Mapa das Microrregiões Geográficas do Estado do Paraná.
Fonte: IPARDES
65
ANEXO C - Detalhe do mapa Microrregiões Geográficas do Estado do Paraná.
Fonte: IPARDES.
66
ANEXO D – Mapa das Bacias Hidrográficas do Paraná
67
ANEXO E – Mapa dos Rios da Região de Dois Vizinhos.
69
RESUMO
ÁREA TEMÁTICA
Tema: “Lixo”
Áreas/interdisciplinaridade
• Ciências – Química, meio ambiente e saúde
• História/ Geografia – Revolução Industrial e consumismo
70
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
71
2.2 Específicos
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
72
As consequências desse consumismo exacerbado implicam na exploração
excessiva de recursos naturais, interferindo no equilíbrio estabelecido do planeta. A
população mundial está consumindo 30% a mais de recursos do que a capacidade de
regeneração do planeta. Outro problema além da exploração de recursos naturais, é
o lixo gerado da produção e de itens consumidos diariamente pela população mundial.
Materiais como papel, plástico, vidro, metais e eletrônicos são descartados em massa
todos os dias. Essa enorme quantidade de lixo provoca grandes impactos ambientais,
uma vez que, dificilmente são enviados para o descarte corretamente (QUEIROZ,
2015).
Na ótica de Santos e Souza (2010, p 7) “Devido à crescente aceleração do
setor, a indústria de eletrônicos apresenta uma elevada taxa de inovação, o que gera
a necessidade de substituição dos equipamentos em um período cada vez mais
curto”.
73
1800 kg de material que são, por exemplo, 240 quilos de combustíveis fósseis, 22
quilos de produtos químicos e 1.500 litros de água.
74
crianças ao elemento químico afeta seu desenvolvimento cognitivo, acentuando
dificuldades de aprendizagem e o déficit de inteligência.
Além de danos ao sistema nervoso, intoxicações com chumbo são capazes de
inibir a produção de hemoglobina pois interfere nas enzimas formadoras da mesma,
levando a quadros de anemia por deficiência de ferro, assim como diminui a
concentração de anticorpos desestabilizando o sistema imunológico, bem como
influencia na atividade hepática prejudicando a excreção de substâncias tóxicas pelo
fígado devido à baixa síntese de citocromo, proteína responsável por exercer esta
função no órgão. Fraqueza, irritabilidade, impotência sexual e por consequência
redução na fertilidade e libido são outros sintomas adversos observados em
envenenamento com chumbo (CORREIA, et. al., 2016).
Outros estudos também mostram que a exposição de crianças ao metal pode
interferir em seu crescimento, “estudos com crianças de sete anos nos Estados Unidos
forneceu evidências de uma associação entre níveis crescentes de chumbo no sangue
e redução no peso, altura e circunferência de tórax” (MOREIRA e MOREIRA, 2004 A).
O chumbo também tem ação toxicológica sobre os rins, os efeitos muitas vezes
irreversíveis ou que levam a falência renal, incluem lesões tubulares e nefropatia
(CAPITANI, 2019). Segundo Schifer; Junior e Montano (2005), a nefropatia induz a
disfunção renal progressiva comumente acompanhada ou seguida de hipertensão.
3.3.2 Mercúrio
75
De acordo com Vassalo, et. al. (1996) o mercúrio afeta os organismos pela
sua capacidade de atuar sobre a atividade enzimática. Ao nível citológico,
Silva; Barrio e Moreira (2014) e Fão (2018) apontam que o arsênio (As) está
entre os elementos considerados carcinogênicos segundo a Agência Internacional
para Pesquisa do Câncer (IARC). Quimicamente o arsênio é um semimetal com
coloração cinza, se desprende de rochas por meio de processos naturais como
intemperismo e erosão, bem como, pode chegar ao ambiente através de rejeitos
resultantes da atividade industrial (FÃO, 2018).
Segundo Muniz e Oliveira-Filho (2006) a concentração, tempo e forma de
absorção são fatores que determinam o grau de intoxicação com arsênio e os
prejuízos à saúde. Os autores afirmam ainda que “os efeitos adversos sobre a saúde
são variados, desde lesões na pele até quadros clínicos graves dos sistemas
gastrointestinal, circulatório periférico e nervoso”.
O arsênio apresenta características semelhantes às do fósforo, por isso é
facilmente incorporado ao organismo. Quando compostos arsênicos são ingeridos
pelo ser humano grande parte destes são convertidos a trióxido de arsênio, uma
variação do arsênio com capacidade de acumulação nas mitocôndrias e interferência
no processo de respiração celular, bloqueando-a através de reações que inibem a
atividade enzimática. Além de comprometer a respiração celular o arsênio liga-se a
átomos de enxofre tornando-se um potencial inativador de enzimas com grupo
sulfidrilas em sua composição, atuando sobre cerca de 200 enzimas desencadeando
76
problemas metabólicos bem como na síntese e reparo do DNA (ANDRADE e ROCHA,
2016).
Neste sentido Fão (2018) corrobora, destacando que:
3.3.4 Cádmio
77
A ideia é corroborada por Passos e Sillos (2015), no livro didático “Tempo de
Ciências”, no qual também são apresentados conteúdos relacionados a
sustentabilidade, uso de recursos naturais, poluição e os impactos sobre a
biodiversidade.
Hoje a atividade docente na rede pública de ensino se depara com situações
críticas, que desafiam diariamente o professor e refletem na qualidade do processo
de aprendizagem. Entre as causas estão o despreparo pedagógico, a baixa
remuneração, a infraestrutura precária, a carência de materiais didáticos, a perda da
autonomia e autoridade do professor como profissional em sala, salas
excessivamente “cheias”, entre outros aspectos que dificultam o desenvolvimento da
prática pedagógica e a transposição científica da proposta curricular o que tem gerado
a desvalorização profissional perante a sociedade (BARETTA et al., 2016, p.19).
Desta forma, exige-se do profissional docente criatividade na elaboração de
atividades diferenciadas que incrementem a ação pedagógica e permitam maior
aprendizagem aos alunos, visto que na atualidade a simples transmissão dos
conteúdos não é mais suficiente. A inovação no ensino aprendizagem desperta o
interesse e amplia horizontes (OLIVEIRA, ARAUJO e VEIT, 2016). Eis o desafio, como
proporcionar aos estudantes um ensino prazeroso, interativo, instigante e que ao
mesmo tempo seja eficaz na aprendizagem dos mesmos e capaz de driblar todas as
adversidades citadas anteriormente? Nesse sentido Baretta et al. (2016) reconhece
que para uma aprendizagem significativa é fundamental que o professor utilize de
metodologias estratégicas e alternativas que facilitem a transposição dos conteúdos
e a compreensão dos mesmos pelos estudantes, de acordo com o autor:
4 JUSTIFICATIVA
78
de maneira geral conteúdos relacionados a química dos materiais, o que propícia a
relação transversal entre a disciplina e a temática deste projeto, principalmente no que
refere-se a questão dos impactos ambientais e sanitários desencadeados pelos
metais pesados presentes no lixo eletrônico.
A organização escolar (currículo, disciplinas) esbarra na dificuldade de
integração entre as disciplinas, bem como a disponibilidade dos professores, devido
a quantidade de conteúdo a ser trabalhado num espaço curto de tempo
(currículo/aulas). Desta forma, o tema é muitas vezes negligenciado pela comunidade
escolar.
Na temática abordada neste projeto, insere-se o lucrativo mercado de produção
de artigos eletrônicos e a exorbitante “cascata” de publicidade enfatizando seu
consumo.
Neste sentido, o projeto proposto para a disciplina de Ciências permeia também
questões pertinentes às disciplinas de História e Geografia no que diz respeito ao
processo do desenvolvimento industrial. Desta forma, as três disciplinas podem
trabalhar concomitantemente na transposição didática deste tema transversal.
5 METODOLOGIA
Como já citado, este projeto visa a aplicação com alunos do nono ano do Ensino
Fundamental. A aplicação constitui-se de cinco momentos e/ou etapas. Inicialmente
os alunos participarão de uma abordagem sobre a Terceira Revolução Industrial e os
impactos da produção e consumo em larga escala. Em um segundo momento, os
alunos serão divididos em grupos (três membros cada grupo) para o desenvolvimento
da segunda atividade onde cada um destes deverá discutir e selecionar dois resíduos
diferentes dentre os considerados e-lixo, os quais serão posteriormente coletados
pelos alunos, atividade a qual deve ser realizada por estes em casa.
No terceiro momento os estudantes trarão o que recolheram e com base no
caráter do material coletado (pilhas, baterias, lâmpadas, placas mãe, televisores,
monitores, CPU’s, entre outros) desenvolverão pesquisa e construção de tabelas
relacionadas a composição destes aparelhos com ênfase sobre os metais pesados e
contaminantes utilizados na fabricação dos mesmos. Esta pesquisa pode ser
realizada na escola se houver laboratório de informática, ou pelo próprio aparelho
celular, ou então ainda em casos mais extremos os professores podem levar textos
ou cartilhas para consulta dos alunos.
Na próxima etapa os alunos serão orientados a escolherem um entre os
diversos metais constituintes e contaminantes dos resíduos coletados por eles
visando buscar informações sobre os impactos ambientais e sanitários
desencadeados por estes.
Com os resultados obtidos pretende-se organizar uma exposição dos trabalhos
realizados pelos estudantes onde estes irão construir stands contendo os materiais
79
eletrônicos recolhidos. Esta exposição será aberta ao público em geral visando
informar e sensibilizar a comunidade escolar sobre as consequências ambientais e
sanitárias desencadeadas pelo descarte incorreto destes resíduos. Na oportunidade
será aberto para o recolhimento de resíduos desta categoria provenientes da
população em geral.
Ao final do evento os materiais recolhidos serão destinados ao descarte
adequado através de parceria com órgãos públicos ou entidades responsáveis. Em
sala serão retomados alguns conceitos como por exemplo, consumismo, impactos
ambientais e sanitários, bem como descarte adequado destes resíduos. Por meio de
diálogo com os alunos, de modo que estes possam expor e compartilhar seus
aprendizados dificuldades e como esta metodologia contribuiu para a construção do
conhecimento.
Desta maneira se dará o fechamento da ideia central do trabalho, com viés para
cada uma das disciplinas.
6 RESULTADOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
80
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ambiente. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde. Campo
Grande, v. 19, n. 3, p. 130-134, 2015. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/260/26042169006.pdf. Acesso em: 01 abr. 2019.
VASSALO, Dalton Valentin, et. al. Ações tóxicas agudas do mercúrio sobre o aparelho
cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 67, n. 1, p. 39-45, 1996.
Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/abc/1996/6701/67010009.pdf. Acesso
em: 06 abr. 2019.
84
5. Microplásticos: Abordagem por metodologia
ativa para ensino fundamental anos finais
Alice Stopassole
Luis Felipe Bassanes
Matheus da Silva
Elton Celton de Oliveira
Fernanda Ferrari
Fernando Carlos de Souza
Gustavo Sene Silva
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RESUMO
ÁREAS TEMÁTICAS
86
1 INTRODUÇÃO
87
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
88
o tipo de plástico principal analisado o polietileno”.
89
Outra coisa menos estudada de impactos dos microplásticos ingeridos
por organismos aquáticos é o da transferência dos contaminantes para
os tecidos. A liberação dos contaminantes parece ser mais propícia em
ambientes gástricos (SAKAI et al., 2010 apud ASCER, 2015) e a
correlação entre a quantidade de plástico ingerida e o grau de
contaminação de organismos (RYAN et al., 1988, apud ASCER, 2015) nos
levam a crer na transferência de contaminantes aos organismos aquáticos
mediada por plásticos.
No que diz respeito ao ensino, este tema pode ser trabalhado no conteúdo:
Relações entre os seres vivos, com a turma do 7 ano na escola, “onde trata a
o
poluição da água pela ação humana, devido ao microplástico (lixo), que vem
aumentado muito nos dias atuais e tem matado muitos organismos aquáticos“,
conforme mostra o livro didático (CARVENALE, 2014, p. 226). É importante que
o professor trabalhe o tema usando a metodologia ativa do ensino.
A metodologia ativa de ensino é interessante, “pelo fato de estimular o
processo de ensino e aprendizagem, onde vai haver participação por parte dos
alunos para adquirir o conhecimento e refletir” (MACEDO et al., 2018, p. 2).
Assim a metodologia ativa permite ao aluno refletir sobre o conteúdo de maneira
90
mais crítica e contribuir significativamente na sua aprendizagem, já que os
estudantes farão parte da peça teatral e terão que associar os fatos do que está
acontecendo com a entrada dos microplásticos na água e nos organismos, deste
modo terão consciência dos maus hábitos dos seres humanos, relacionando o
consumo exacerbado de plásticos e acúmulo destes materiais na água.
4 JUSTIFICATIVA
5 METODOLOGIA
91
5.2 Aplicação e desenvolvimento do teatro
A parte prática do projeto será realizada em forma de uma peça teatral com
os alunos do Ensino Fundamental Anos Finais, na qual os estudantes farão
parte do teatro, sendo encarregados da interpretação dos personagens do
ambiente marinho, por exemplo, em uma turma com aproximadamente trinta
alunos, estes serão divididos em grupos, nos quais cada grupo terá personagens
correspondentes à teia alimentar, como o fitoplâncton, zooplâncton, peixes e os
polímeros sintéticos, sendo representados pelas microesferas de plástico. O fluxo
das partículas de polietileno na corrente marítima será observado pelos alunos
que compreenderão os efeitos delas em cada um dos grupos representados pelas
cadeias tróficas, e posteriormente na fisiologia dos peixes, como obstrução das
brânquias, lesões nos órgãos internos, entre outros. Conforme Apêndice A.
No final o professor irá fazer uma roda de conversa com os alunos para
discutir o assunto, deixando-os refletir e dialogar sobre a importância de entender
os efeitos do microplásticos em relação às atitudes humanas no planeta Terra. O
papel do professor nesta etapa é essencial para que os diálogos sejam conduzidos
de forma adequada, o que garante a cooperação e progresso na exposição dos
conhecimentos individuais de forma que todos sejam capazes de expor suas
próprias ideias.
6 RESULTADOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
92
(Bivalvia: Mytilidae). Dissertação (Mestrado em Fisiologia Geral) – Instituto de
Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
FAGUNDES, L.; MISSIO, E. Poluição plástica: impactos sobre a vida marinha. In: 10º
SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIPAMPA:
SALÃO DE ENSINO, Anais v. 10, n. 1, 2018.
93
MOURA, C. M.; et al. Plastic contamination in the decapod crustacean Nephrops
norvegicus (Linnaeus, 1758). Marine Pollution Bulletin, v. 62, n. 6, p. 1207-12117,
2011.
94
APÊNDICE
APÊNDICE A – Roteiro para a peça teatral
“A VIDA MARINHA PEDE SOCORRO”
NARRADOR: Grande parte da população mundial vive em áreas costeiras a
oceanos e mares e a alimentação destes depende diretamente da fauna marinha,
porém uma nova ameaça vem surgindo, colocando em risco os ecossistemas do
mundo inteiro.
ESTER: Olá! Eu sou a sereia Ester, mais conhecida como rainha do mar, e quero
convidar vocês a conhecer os habitantes do fundo do mar. Venham comigo,
pessoal! Vamos começar uma grande aventura.
NEMO: Oi, gente! Eu sou o peixe Nemo, amo nadar e adoro me alimentar de
organismos bem pequenos chamados de zooplânctons, mas infelizmente tenho
encontrado muitos microplásticos nestes organismos e após digeri-los, sinto uma
dor muito grande no meu estômago...
ESTER: Nossa, que situação complicada! Isso acontece por causa dos
microplásticos?
ESTER: Então quer dizer que além dos animais ingerirem os microplásticos, ele
também pode passar de um organismo a outro?
ESTER: Tudo bem, não tem problema. Então estes tais de microplásticos também
podem se acumular no corpo dos animais, não é verdade?
NEMO: Sim, e esse processo também recebe um nome especial, é chamado de
bioacumulação.
ESTER: Impressionante como estes plásticos tão pequenos podem causar tanta
destruição! Mas eu não entendi uma coisa… Como os microplásticos chegam na
água?
JOSÉ: Olá, eu sou o fitoplâncton José! E vim dizer para vocês que estou sendo
beneficiado com a entrada de microplásticos na água!
ESTER: Veja bem, meu amigo, pode ser que sim, mas os microplásticos se
acumulam na água, cobrindo-a de tal forma que impedem a passagem da luz
solar e assim as algas não têm como realizar o processo fotossintético, sendo
prejudicada também.
NEMO: Ótimo, José! Essa foi para você aprender a pensar nos outros também e
não em si só.
96
fazendo? Eu preciso realmente de tantos objetos plásticos no meu dia a dia?
Não existem alternativas melhores que não causam impactos tão ruins ao meio
ambiente?”
Esta é apenas uma parte muito pequena da vida marinha. Os mares e oceanos
apresentam inúmeras formas de vida e belezas que estão muito além da nossa
compreensão. Vale a pena cuidar deste mundo maravilhoso em que vivemos e
de todas as manifestações de vida para estas e futuras gerações, e é o nosso
papel zelar a fauna, a flora e tudo aquilo que nos mantém unidos e vivos no planeta
Terra, ou também chamado como nosso lar.
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OS AUTORES
DAIARA MANFIO
Doutora em Entomologia
pela Universidade
Federal do Paraná.
Docente do curso de
Ciências Biológicas –
Licenciatura, na
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná
(UTFPR/Dois Vizinhos).
LEANDRO TURMENA
Doutor em Educação
pela Universidade
Estadual de Maringá.
Docente do curso de
Ciências Biológicas –
Licenciatura, na
Universidade
Tecnológica Federal
do Paraná
(UTFPR/Dois Vizinhos).
VITOR AUGUSTO
PIZZOLATTO
Discente do curso de
Ciências Biológicas –
Licenciatura, na
Universidade
Tecnológica Federal
do Paraná
(UTFPR/Dois Vizinhos)
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