Aula 07: Exame Físico Dos Membros Inferiores (Quadril, Joelho, Tornozelo e Pé)
Aula 07: Exame Físico Dos Membros Inferiores (Quadril, Joelho, Tornozelo e Pé)
Aula 07: Exame Físico Dos Membros Inferiores (Quadril, Joelho, Tornozelo e Pé)
Apresentação
Para podermos iniciar nossa aula, é importante sabermos que os membros inferiores estão unidos ao nosso tronco
através dos ossos que constituem a chamada cintura pélvica ou ossos do quadril.
Todas essas estruturas são importantes, pois têm funções importantes para nós, tais como a de movimentação,
participando ativamente da marcha, a de defesa, protegendo alguns órgãos como bexiga, útero e ovários, e também a de
sustentação, transmitindo aos membros inferiores todo o peso corporal acima do quadril.
Sendo assim, aprenderemos nesta aula as principais patologias que causam danos à cintura pélvica e aos membros
inferiores, considerando as queixas e as manifestações clínicas verificadas no exame físico do paciente. Veremos os tipos
de exames realizados para avaliar a função nervosa periférica (exame motor, pesquisa de reflexos e sensibilidade) e os
tipos de testes clínicos específicos realizados no paciente.
Objetivos
Identificar as principais enfermidades que acometem os membros inferiores e os quadris;
Membros inferiores
Fonte: Shutterstock
Como já mencionamos, tanto a cintura pélvica quanto os membros inferiores têm funções importantes para nós seres
humanos, tais como a movimentação, a defesa e também a sustentação do peso corporal acima da pelve.
Veremos agora uma breve revisão anatômica de cada uma das estruturas que compõem tanto os quadris quanto os membros
inferiores, assim como suas principais patologias e as formas de avaliá-las.
Ossos
Os ossos que formam o quadril são ílio, ísquio e púbis,
sendo em sua porção anterior unidos por uma estrutura
chamada de sínfise púbica, e em sua porção posterior, são
unidos pelos ossos sacral e cóccix.
Fonte: Alamy.
Articulações
Nossa cintura pélvica é formada pela sínfise púbica, pela
articulação sacroilíaca e também pela articulação
coxofemoral, que corresponde à nossa articulação do
quadril. Por ser uma articulação sinovial do tipo esfenoide, a
articulação do quadril é capaz de nos permitir uma maior
flexibilidade e movimentação dos membros inferiores, o que
é excelente para a locomoção humana.
Teste de Barlow
Como o de Ortolani, o teste de Barlow também verifica a
displasia de quadril com tendência a luxação em lactantes.
A criança estará em decúbito dorsal, e o fisioterapeuta irá
realizar uma adução de quadril, trazendo-o em direção à
linha média e, ao mesmo tempo, aplicando uma leve
pressão sobre o joelho da criança, direcionando a força
aplicada posteriormente. Se a cabeça do fêmur se deslocar
para fora do acetábulo, o teste será positivo.
Fonte: Unasuscp .
Teste de Thomas
O teste de Thomas é usado para verificar uma possível
contratura em flexão do quadril. O paciente estará em
decúbito dorsal, e o fisioterapeuta irá instruí-lo para
aproximar os joelhos do tórax, um de cada vez. Quando
houver uma contratura em flexão, o quadril irá se estender
completamente, e o fisioterapeuta observará na palpação
dos músculos do quadríceps, na perna não flexionada, a
presença da contratura.
Fonte: Questões de Fisio Comentadas .
Teste de Ober
Verifica se o paciente tem um encurtamento do músculo
tensor da fáscia lata. O paciente estará em decúbito lateral,
então você irá abduzir a perna dele. Se houver a lesão, ao
soltar a perna, esta permanecerá em abdução sem cair.
Fonte: Chiro.
Teste de Ely
O teste de Ely é utilizado para verificar uma possível
contratura do músculo reto femoral. O fisioterapeuta deve
pedir para o paciente deitar-se em decúbito ventral de forma
relaxada e, em seguida, pôr uma das suas mãos na parte
inferior da coluna, enquanto a outra mão segura pelo
calcanhar a perna a ser testada. O profissional deve
flexionar o joelho do paciente de forma rápida, com o
calcanhar encostando na região glútea. Caso ele apresente
uma contratura do músculo reto femoral, essa região glútea
vai se elevar da maca, e o calcanhar não encostará nessa
região. Alguns pacientes também poderão relatar dor na
região do músculo.
Fonte: Jefferson Leal .
Teste para bursite trocantérica
Como o próprio nome diz, esse teste verifica a presença de
bursite trocantérica no paciente. O paciente deve se
posicionar em decúbito dorsal ou lateral. Em seguida, o
fisioterapeuta vai palpar a região do trocânter maior do
fêmur, observando se ele vai relatar a presença de dor no
local e, ao mesmo tempo, realizará os movimentos de flexão
e extensão da articulação coxofemoral, observando a
presença de crepitações no local, o que seria indicativo de
teste positivo.
Fonte: Scielo.
Teste de Gaenslen
Verifica uma disfunção sacroilíaca. O paciente estará em
decúbito dorsal, e o fisioterapeuta solicitará que ele faça
uma extensão excessiva de um dos lados, enquanto a pelve
contralateral é estabilizada pelo próprio paciente, sendo
solicitado que ele abrace a perna em direção ao peito. Caso
o teste seja positivo, o paciente relatará dor na região
sacroilíaca.
Joelhos
A região dos joelhos corresponde a uma das mais complexas articulações do corpo humano, sendo muito utilizada em nossos
movimentos, principalmente na locomoção, e por aguentar o peso do corpo. Formada por articulações, ossos, ligamentos e
músculos, é uma das regiões mais vulneráveis a lesões ao longo da nossa vida. Vamos agora nos aprofundar um pouco nessa
região.
Ossos
A região dos joelhos é formada basicamente pela
extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia e
patela.
Teste de McMurray
Assim como o teste de compressão de Apley, também
verifica uma lesão de menisco medial ou lateral. O paciente
deverá estar em decúbito dorsal com os joelhos fletidos.
Com a mão em cima dos meniscos, força-se uma rotação
lateral de tíbia, para verificar lesão no menisco medial e, em
seguida, uma rotação medial, para verificar o menisco
lateral. Se o paciente sentir dor ou houver a presença de um
estalo no local, o teste será positivo.
Teste de Lachman
Assim como o teste de gaveta anterior e posterior, este
teste é capaz de verificar lesões, tanto no LCA quanto no
LCP e é usado na face aguda do quadro álgico. O paciente
deverá estar em decúbito dorsal, com o joelho em 30º de
flexão. O fisioterapeuta estabiliza o joelho e a tíbia e realiza
movimentos para cima, para testar o LCA, e para baixo para
testar o LCP. Se for observada uma instabilidade na região, o
teste será positivo.
Teste de Slocum
Verificar possíveis lesões no LCA, associadas a lesões nos
ligamentos colateral medial ou colateral lateral. O paciente
deverá estar em decúbito dorsal, com o joelho do membro
que será testado em flexão e pé apoiado na maca. Em
seguida, faz-se uma rotação lateral de tíbia para testar uma
lesão no LCA, associada a uma lesão no ligamento colateral
medial. Faz-se uma rotação medial de tíbia para testar uma
lesão no LCA, associada a lesão no ligamento colateral
lateral. Caso o teste dê positivo, veremos o deslocamento
da tíbia para a frente e para o lado ou meio.
Fonte: SlideShare .
Teste do rechaço patelar
Verificar a presença de líquido, ou seja, edema intra-articular
nos joelhos. Com o paciente em decúbito dorsal, o
fisioterapeuta, com uma das mãos, circunda e exerce
pressão para baixo em cima da borda inferior da patela, e
com a outra mão, empurra a patela de encontro ao fêmur,
com o dedo. Caso o teste dê positivo, o paciente relatará
dor.
Fonte: SlideShare .
Sinal de Homan
Este teste tem sido muito usado para verificar a presença de
trombose venosa profunda - TVP. Com o paciente em
decúbito dorsal, colocamos o dedo polegar ou indicador no
meio do músculo gastrocnêmio, fazendo uma pressão local,
e em seguida forçamos uma dorsiflexão. Caso o paciente
relate muita dor no local, o teste será positivo.
Teste de Zohler
Verifica a presença de condromalacia no joelho, que causa
um desgaste e amolecimento da cartilagem que fica sobre a
superfície posterior da patela e do côndilo fêmur. Com o
paciente em decúbito dorsal, com as pernas sobre a maca,
fazemos uma depressão sobre a patela da perna que
queremos testar, e ao mesmo tempo, solicitamos que ele
faça uma contração do quadríceps. Quando isso acontecer,
o atrito da patela sobre o côndilo irá provocar uma dor
intensa no paciente.
Fonte: Orto SP .
Reflexo patelar
É um reflexo profundo no qual se avaliam os nervos
oriundos das raízes de L2, L3 e L4, mas predominantemente
L4. O paciente deverá estar sentado com os joelhos a 90°.
Fazendo uso do martelo de reflexos, o fisioterapeuta vai
percutir o tendão infrapatelar. Como resposta, veremos a
perna realizar uma extensão do joelho, devido à presença do
reflexo miotático.
Reflexo de Babinski
Verifica possíveis lesões neurológicas, tanto em adultos
quanto em crianças. O paciente deverá estar sentado ou em
decúbito dorsal, com os pés relaxados e apoiados. Vamos
pegar a ponta de uma tampa de caneta ou o lado mais
pontiagudo do martelo de reflexo e percorrer a superfície
plantar, desde o calcâneo até a porção anterior do pé.
Quando o teste for negativo, haverá uma flexão de dedos.
Caso seja positivo, haverá uma abdução com flexão dos
dedos e extensão do hálux. Quando o teste dá positivo,
utilizamos o termo sinal de Babinski.
Tornozelos e pés
Durante toda a evolução humana, as regiões tanto do tornozelo quanto do pé foram preparadas principalmente para a marcha
humana. Além disso, essas regiões têm a capacidade de suportar todo o peso do nosso corpo, e é por esse motivo que sofrem
tantas lesões e devem ser bem cuidados.
Ossos
Os ossos que formam a região do tornozelo e pé são a
extremidade distal da tíbia e fíbula, os ossos do tarso,
metatarsos e falanges.
Articulações
Todo esse complexo do tornozelo e do pé têm vários
ligamentos e articulações que permitem não só a
flexibilidade na hora da marcha, mas também a
movimentação do pé. Podemos destacar as articulações
tibiofibular inferior, talocrural, talocalcânea,
talocalcaneonavicular, cuneonavicular, cuboideonavicular,
intercuneiformes, cuneocuboidea, calcaneocuboidea,
tarsometatarsais, intermetatarsais, metatarsofalângicas e
interfalângicas.
Fonte: CPAQV.
Testes clínicos especiais
Teste de estabilidade lateral (estresse
em varo)
Verificar instabilidade ligamentar ou suspeita de ruptura dos
ligamentos talofibular anterior e/ ou ligamento
calcaneofibular. Com o paciente em decúbito dorsal, o
fisioterapeuta segura o pé e o inverte passivamente.
Teste de Thompson
Verificar uma possível ruptura do tendão de calcâneo. Com o paciente em decúbito ventral, o fisioterapeuta faz uma
compressão do tendão. Ele também poderá pedir que o paciente nesse mesmo posicionamento faça uma flexão do joelho e
comprime a região dos músculos da panturrilha de encontro à tíbia e à fíbula. Se houver lesão, o paciente não conseguirá
realizar uma flexão plantar.
Fonte: Clínica e Cirurgia do Pé .
Atividades
1. (Prefeitura de Seringueiras - RO - 2019) O diagnóstico de luxação congênita do quadril (ou displasia do desenvolvimento do
quadril) pode ser confirmado pelo teste de:
a) Ober
b) Ortolani
c) Thomas
d) Patrick
e) Trendelenburg
2. (Prefeitura de Aracruz - ES - 2019) Para a avaliação de disfunção de quadril, o teste de Trendelenburg pode ser realizado. Se,
durante o exame, o paciente apresentar abaixamento contralateral ao membro apoiado, pode indicar fraqueza do músculo:
a) Glúteo médio
b) Gêmeo superior
c) Obturatório interno
d) Quadrado femoral
e) Grácil
3. (Prefeitura de Santa Bárbara - MG - 2018) O teste de Lachman é utilizado na avaliação da instabilidade anterior uniplanar do
joelho. O sinal positivo nesse teste indica que uma determinada estrutura pode apresentar lesão. Essa estrutura é:
5. Um paciente de 35 anos, atleta de futebol, deu entrada no setor de fisioterapia apresentando quadro álgico na região do joelho.
Após a realização da avaliação fisioterapêutica com testes específicos, foi verificado que ele apresentava uma condromalacia
patelar. Qual seria o possível teste realizado para comprovar esse diagnóstico? Descreva como ele é realizado.
Notas
Faber1
Ele é chamado assim pelos movimentos realizados em sua execução: flexão, abdução e rotação externa.
Título modal 1
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Referências
indústria tipográfica e de impressos.
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2018000801631. Acesso em: 27 jul. 2020.
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162010000200006. Acesso em: 27 jul. 2020.
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MENDES, Paloma G. et al. Efetividade do tratamento fisioterapêutico na Disfunção Femoropatelar: uma revisão sistemática.
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NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/08/1009836/efetividade-do-tratamento-fisioterapeutico-na-2.pdf. Acesso em: 27
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