Efeito Agudo de Diferentes Métodos de Termoterapia

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28n2a4598 TERMOTERAPIA NA AMPLITUDE DE MOVIMENTO 69

ORIGINAL

Efeito agudo de diferentes métodos de termoterapia


na amplitude de movimento articular

Acute effect of different thermotherapy methods


on articular range of motion

Lorrane Nascimento dos SANTOS1 0000-0002-0880-9010

Yasmim Hikari NAKAGIMA1 0000-0003-1971-0830

Thiago Domingues STOCCO2 0000-0003-3235-0251

RESUMO

Objetivo
O objetivo deste estudo foi comparar quantitativamente o efeito agudo de diferentes
técnicas de termoterapia no ganho da amplitude de movimento. Participaram da pesquisa
voluntários (n=34) de ambos os sexos e média de idade de 22,3 anos (±3,3 anos).
Métodos
Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: em um grupo, os
indivíduos foram submetidos a aplicação da lâmpada infravermelha (calor superficial),
enquanto no outro grupo utilizou-se o aparelho de ondas curtas (calor profundo) como
técnica de termoterapia.

1
Universidade Santo Amaro, Faculdade de Fisioterapia, Curso de Fisioterapia. São Paulo, SP, Brasil.
2
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica. R. Tessália
Vieira de Camargo, 126, Cidade Universitária Zeferino Vaz, 13083-887, Campinas, SP, Brasil. Correspondencia para/Correspondence to:
E-mail: <[email protected]>.
Como citar este artigo/How to cite this article
Santos LN, Nakagima YH, Stocco TD. Efeito agudo de diferentes métodos de termoterapia na amplitude de movimento articular. Rev
Ciênc Med. 2019;28(2):69-76. http://dx.doi.org/10.24220/2318-0897v.28n2a4598

CC
BY Rev. Ciênc. Méd. 2019;28(2):69-76
70 LN SANTOS et al. http://dx.doi.org/10.24220/2318-0897v.28n2a4598

Resultados
Como resultado, observou-se que o grupo submetido ao calor profundo obteve melhora
significante em relação a amplitude de movimento, tanto em comparação dentro do
mesmo grupo, confrontando-se a amplitude de movimento pré- e pós-intervenção
(aumento médio de 10,9+3,1º), quanto quando comparado ao grupo submetido ao
calor superficial, que não apresentou melhora significativa (aumento médio de 3,1+2,5º).
Conclusão
Concluiu-se que, embora o efeito agudo da termoterapia seja benéfico no ganho de
amplitude de movimento, o calor profundo parece ter um efeito mais pronunciado
quando comparado às técnicas de calor superficial.
Palavras-chave: Amplitude de movimento articular. Maleabilidade. Termoterapia.

ABSTRACT

Objective
The objective of this study was to quantitatively compare the acute effect of different
thermotherapy techniques on the gain of range of motion.
Methods
Research volunteers (n=34) of both genders and mean age of 22.3 years (±3.3 years)
were randomly divided into two groups: one group in which subjects were treated
with infrared lamp (surface heat) while the other group was treated with the selected
thermotherapy technique with the shortwave apparatus (deep heat).
Results
The deep heat group obtained a significant improvement in terms of range of motion,
both within the same group, comparing the pre and post intervention range of motion
(mean increase of 10.9±3.1º) when compared to the superficial heat group, which in
turn did not show significant improvement (mean increase of 3.1+2.5º).
Conclusion
Although the acute effect of thermotherapy is beneficial in gain of range of motion,
deep heat seems to have a more pronounced effect when compared to surface heat
techniques.
Keywords: Range of motion. Pliability. Thermotherapy.

INTRODUÇÃO

A flexibilidade pode ser definida como a capacidade de alongamento de um músculo ou grupo muscular,
sendo considerada um componente essencial da aptidão física e, como tal, deve ser levada em conta nos
programas de treinamento e reabilitação [1,2]. Ainda, diversos aspectos são capazes de produzir alterações
na flexibilidade, tais como: sexo, idade, tamanho muscular, patologias e a temperatura tecidual [3]. Um nível
adequado de flexibilidade é fundamental na realização de atividades esportivas e de vida diária com qualidade,
de maneira harmônica e em toda a amplitude de movimento [4]. Nesse contexto, um déficit da flexibilidade
muscular acarretará uma diminuição da amplitude de movimento bem como alteração de força muscular e,
consequentemente, limitações no desempenho das atividades físicas, seja na vida diária ou de gesto esportivo [5].
Os exercícios de alongamento aumentam a flexibilidade muscular, e a diminuição subsequente da
rigidez reduz a carga imposta ao longo da junção musculotendínea durante movimentos articulares rápidos.
O alongamento ainda diminui a viscosidade das estruturas dos tendões e aumenta a elasticidade, fornecendo

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uma base fisiológica para reduzir a resistência passiva, melhorar a amplitude de movimento da articulação e
reduzir o risco de lesões [6].
Estudos têm demonstrado o papel do alongamento de vários grupos musculares, tais como os
isquiotibiais, com melhora no comprimento e na extensibilidade dos músculos, em períodos curtos e longos
de alongamento [7,8]. A flexibilidade dos músculos isquiotibiais é influenciada por diversos fatores, tais como:
condicionamento físico, idade e sedentarismo, e o consequente encurtamento desse grupo muscular está
diretamente associado a disfunções na postura, diminuição da amplitude de movimento do quadril, joelho
e coluna lombar [9]. Dessa forma, torna-se especialmente necessária a manutenção da flexibilidade desses
músculos a fim de preservar e/ou atingir a movimentação máxima e o equilíbrio postural, reduzir a sobrecarga
da coluna, aumentar e/ou manter o desempenho físico e prevenir lesões [10].
Adicionalmente, agentes térmicos também desempenham um papel determinante em conjunto com o
alongamento para fomentar o efeito de ambos no ganho de flexibilidade muscular. O aumento da temperatura
tende a produzir o relaxamento das fibras musculares, diminuição da rigidez articular, aumento da extensibilidade
do colágeno, diminuição do espasmo muscular, aumento do fluxo sanguíneo, diminuição da viscosidade,
inibição da atividade simpática e melhora do aporte de oxigênio. Em segundo plano, o calor também pode ser
importante, pois diminui a dor existente durante o exercício de alongamento que, por consequência, aumenta
a complacência muscular e facilita alcançar a amplitude de movimento articular máxima [11].
A termoterapia, definida como a aplicação terapêutica de calor, pode ser obtida de diversas formas com
a finalidade de elevar a temperatura do tecido corporal local [12]. Um dos meios para aquecimento aplicado
ao tecido biológico é a lâmpada de luz infravermelha. Em geral, a penetração da radiação infravermelha fica
no máximo em 3mm da pele, definindo-a como recurso de calor superficial. Por outro lado, a diatermia é
um recurso que promove aquecimento dos tecidos profundos, podendo ser aplicada por equipamento de
ondas curtas que utiliza campos eletromagnéticos de alta frequência com radiações não ionizantes, de modo
continuo ou pulsado [13].
Embora seja evidente a eficácia da termoterapia na melhora da extensibilidade muscular, ainda não
existe consenso quanto ao tipo de aquecimento mais hábil para melhorar a amplitude de movimento de forma
imediata [14,15]. Dessa forma, aventa-se a hipótese de que, como o calor profundo alcança a musculatura
mais interna, acredita-se que ele proporcione melhores resultados na flexibilidade muscular do que o calor
superficial, uma vez que este último atinge apenas a epiderme e a musculatura próxima à superfície da pele.
Assim, o objetivo deste estudo foi analisar comparativamente e quantitativamente o efeito agudo do calor
profundo e do calor superficial na amplitude de movimento articular.

MÉTODOS

Fizeram parte da amostra 34 indivíduos saudáveis, de ambos os sexos (22 mulheres e 12 homens),
com média de idade de 22,3 anos (±3,3 anos) e não praticantes de qualquer tipo de atividade física regular
(frequência semanal maior que duas vezes) nos últimos seis meses.
Os critérios de inclusão foram: voluntários entre 18 e 25 anos de idade, de ambos os sexos, que não
praticassem nenhum tipo de atividade física com frequência semanal maior que duas vezes, por mais de seis
meses. Foram excluídos da pesquisa voluntários que estivessem fora da faixa etária pré-determinada (18 a 25
anos), praticantes de atividade física regular, que apresentassem deficits cognitivos, que fossem portadores
de outras lesões ou disfunções nos membros inferiores ou em outro segmento do corpo que prejudicasse a
avaliação. Além disso, foram excluídos os indivíduos que possuíam alguma contraindicação para aplicação

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dos aparelhos utilizados: gestantes, portadores de edema agudo ou crônico de membros inferiores, lesões ou
doenças de pele na fase aguda, alteração de sensibilidade de pele, neoplasias, febre, disfunções vasculares,
infecções e implantes metálicos.
Os voluntários foram devidamente informados sobre os procedimentos da pesquisa e aceitaram participar
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, seguindo as normas presentes na Resolução n°466
do Conselho Nacional de Saúde. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Santo Amaro, São Paulo, SP, Brasil (Parecer nº 2.887.359).

Procedimento experimental

Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos conforme a intervenção realizada.


No primeiro grupo, denominado Grupo Infravermelho (GIN) os indivíduos (n=17) utilizaram o equipamento
de infravermelho como recurso de termoterapia. Para tanto, o infravermelho (aparelho infravermelho
com lâmpada de 150w, Carci) foi aplicado na região posterior da coxa, com o paciente em decúbito
ventral e extensão de joelho, a uma distância da pele de, aproximadamente, 10 a 15cm durante trinta
minutos [16].
No segundo grupo, denominado Grupo Ondas Curtas (GOC) foi utilizado equipamento de ondas curtas
(Modelo DIATERMED II, Carci) para obtenção do calor profundo. Foi aplicado na região posterior da coxa,
com o paciente em decúbito dorsal e um lençol entre a pele e as placas de silicone, que estavam dispostas na
mesma face anatômica (coplanar) pelo tempo de vinte e cinco minutos [13].
O teste para avaliar a amplitude de movimento do joelho foi realizado em cada indivíduo em
triplicata, antes e após a intervenção realizada com o recurso de termoterapia. A angulação da articulação
do joelho foi avaliada por meio de Fotogrametria computadorizada, técnica segura de análise de imagens
fotográficas utilizada para obtenção da posição articular [17]. As imagens foram capturadas por uma
câmera posicionada na altura do joelho do indivíduo, fixada por um tripé na distância de 1,5m. Os
indivíduos foram posicionados em decúbito dorsal na maca, demarcados em dois pontos por autoadesivos
localizados sobre o maléolo lateral, e o côndilo lateral do fêmur, com uma banda elástica na perna em extensão
para estabilizar. As imagens foram analisadas pelo Software ImageJ, com o intuito de mensurar a amplitude
de movimento da articulação do joelho, tanto pré- quanto pós-intervenção.

Análise Estatística

Análise descritiva foi obtida a partir dos dados amostrais de cada agachamento. Para tanto, os resultados
foram expressos como média e desvio padrão e comparados por meio da Análise de Variância, com posterior
Teste de Tukey, com nível de significância de 95% (p<0,05). Foi utilizado o software estatístico Minitab® (versão
17, Minitab Inc., State College, EUA).
A partir dos valores obtidos, foi utilizada estatística descritiva para apresentar os resultados e comparar
os dados amostrais. Os resultados foram expressos como média e desvio padrão. Foram aplicados o Teste
t de Student pareado, para comparar os dados pré e pós-intervenção intragrupo, e o Teste t de Student
não pareado, para comparar as médias entre os grupos de intervenção. Para ambos os testes, o nível de
significância foi de 95% (p<0,05). Foi utilizado o software estatístico Minitab® (versão 17, Minitab Inc., State
College, EUA).

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RESULTADOS

Todos os participantes da pesquisa concluíram o trabalho sem intercorrências. Quando comparada a


amplitude de movimento pré- e pós-intervenção, observa-se que ambos os grupos apresentaram melhora
após a termoterapia (Figura 1). No entanto, apenas no grupo GOC foi encontrada uma diferença significativa.
Analisando o ganho de amplitude de movimento através da média do aumento de cada grupo, por
meio da pré e pós-intervenção, observou-se diferença significante na amplitude de movimento do grupo GOC
em comparação ao GIN (Figura 2).

Amplitude de movimento
150

140

136
130 (±16,4)
129
126 (±15,5) 125
Graus

120 (±14,7)
(±13,8)

110

100

90
Grupo GIN Grupo GOC

Pré Pós

Figura 1. Amplitude de movimento de flexão do joelho antes e após a intervenção dos recursos de termoterapia nos diferentes grupos (p<0,05).

Aumento da amplitude de
movimento pós-intervenção

14

12

10 10,9(±3,1)

8
Graus

3,1(±2,5)
2

0
Grupo GIN Grupo GOC

Figura 2. Média do aumento da amplitude de movimento da flexão do joelho pós-intervenção nos diferentes grupos (p<0,05).

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DISCUSSÃO

O presente estudo objetivou analisar quantitativamente e comparativamente o efeito agudo do calor


profundo e do calor superficial na amplitude de movimento de flexão de joelho através da flexibilidade dos
músculos isquiotibiais. Observou-se, separadamente, que o calor profundo obtido a partir do aparelho de ondas
curtas gera aumento significante, enquanto o infravermelho produziu aumento não significante na flexibilidade
muscular pós-intervenção, quando comparada à pré intervenção. Tais achados discordam do observado por
Brasileiro et al. [13] e por Silva et al. [18], que também avaliaram o efeito agudo por meio de ondas curtas,
porém associado ao alongamento. Brasileiro et al. [13] observaram que não houve diferença significativa entre
os grupos de alongamento e calor profundo associado ao alongamento. Já Silva et al. [18], concluíram que
o alongamento é o recurso mais efetivo para o ganho da extensibilidade muscular, independentemente da
aplicação do calor profundo ou não.
Na literatura encontram-se estudos que analisaram o aquecimento dos tecidos e seus benefícios,
independentemente do aparelho utilizado. Garrett et al. [19], avaliando o aumento da temperatura do tecido
após o tratamento com ondas curtas e ultrassom, concluíram que, embora ambos aqueçam o tecido, o primeiro
é capaz de aquecer uma área maior, em razão da região em contato com a pele, independentemente do
modo utilizado no aparelho. Conclui-se, portanto, que a diatermia por ondas curtas é capaz de aumentar a
temperatura de uma região maior e de maneira eficiente, retendo calor por mais tempo após o fim da aplicação
do calor terapêutico, corroborando os achados do presente estudo.
Quanto ao tempo de aplicação de calor na presente pesquisa, este foi de vinte e cinco minutos para
o aparelho de ondas curtas, e de trinta minutos para o infravermelho, acompanhando achados da literatura.
Para se gerarem resultados positivos, existe um tempo preestabelecido para a aplicação dos aparelhos: a partir
de vinte e cinco minutos para calor profundo, e de trinta minutos para calor superficial [12,16]. Seguindo o
tempo estipulado na literatura, foi possível concluir que o tempo aplicado nesta pesquisa foi suficiente para
gerar aumento da amplitude de movimento do GOC.
O resultado deste estudo diverge de Martínez-Rodríguez et al. [20] e também de Draper et al. [21], que
avaliaram os efeitos da diatermia por ondas curtas para a flexibilidade muscular. No entanto, Draper et al. [21]
também associaram os recursos eletroterápicos com o alongamento, o que dificulta avaliar os benefícios da
termoterapia de forma isolada. Além disso, ambos os estudos aplicaram a intervenção com um tempo inferior
ao previsto pela literatura e com o aparelho no modo pulsado, que é comumente utilizado como recurso
atérmico, de modo que a energia que é liberada possui mínimos efeitos de aquecimento, sendo insuficiente
para gerar calor [22].
Por sua vez, o GIN apresentou melhora não significante sobre a flexibilidade muscular, corroborando
o estudo de Robertson et al. [23], que sugerem que a resposta da pele ou a vasodilatação reflexa associada
tenha sido mínima durante o aquecimento superficial. Os autores realizaram uma análise sobre a comparação
dos efeitos do calor profundo e superficial a longo prazo, durante três sessões com 46 horas de intervalo,
concluindo que o calor profundo aumenta a extensibilidade dos tecidos mais do que o calor superficial. Dohnert
e Oliveira [24], analisaram também o calor profundo, porém comparado à crioterapia, obtendo como resultado
que a técnica de diatermia é mais eficiente para o ganho da flexibilidade muscular.
Embora o presente estudo tenha sido realizado com uma amostra de tamanho reduzido, e tenha se
focado apenas em jovens saudáveis e em um único grupo muscular, o trabalho torna-se relevante por ser o
primeiro estudo a avaliar comparativamente o efeito agudo do calor superficial e do profundo na amplitude
de movimento articular, com resultados potenciais que podem ser mais profundamente explorados em estudos
futuros.

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CONCLUSÃO

O presente estudo analisou de maneira isolada o efeito agudo da termoterapia, concluindo que sua
aplicação, mesmo não combinada com outras técnicas, promove resultados benéficos na flexibilidade muscular.
A aplicação da termoterapia de calor profundo promove melhora significativa na amplitude de movimento
quanto ao efeito agudo, enquanto o calor superficial não possibilitou observar nenhuma melhora significativa.
No entanto, novas pesquisas com outros grupos de indivíduos, tais como idosos e pacientes com patologias
específicas, devem ser realizadas a fim de extrapolar os resultados para outras populações.

COLABORADORES

LN SANTOS e YH NAKAGIMA foram responsáveis pela aquisição e análise dos dados e escrita do manuscrito. TD
STOCCO participou da análise dos dados, correção e aprovação da versão final.

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Recebido: maio 3, 2019


Versão Final: julho 10, 2019
Aprovado: agosto 1, 2019

Rev. Ciênc. Méd. 2019;28(2):69-76

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