Lampião
Lampião
Lampião
Sua família perdeu tudo que tinha em uma disputa de terras com Zé Saturnino.
Sua parceira foi Maria Bonita, que aderiu ao cangaço em 1930, e juntos tiveram uma filha em
1932.
Morreu em uma emboscada, em Sergipe, em 1938. Sua cabeça foi exposta por diversos locais.
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Origens de Lampião
O 7 de julho de 1897 é uma das datas aceitas porque é a que consta no seu registro civil.
Entretanto, outros biógrafos consideram que o dia 4 de junho de 1898 é a data mais confiável,
por estar na sua certidão de batismo. Independentemente disso, sabe-se que ele foi o terceiro
filho de José Ferreira dos Santos e Maria Lopes.
Sabemos que a família de Lampião teve uma condição financeira razoável e garantiu que ele
fosse alfabetizado, assim, o jovem Virgulino Ferreira aprendeu a ler e escrevia bem. Isso porque
seu pai possuía algumas terras que ele comprou e herdou, além de trabalhar como almocreve.
Nesse período, Lampião passou por diferentes estados da região Nordeste, entre eles: Bahia,
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Esse trabalho deu-lhe conhecimentos muito
úteis para o seu futuro, pois lhe permitiu ter uma rede de conhecidos espalhados pelo
Nordeste, além de conhecimento acerca dos caminhos no sertão, dos melhores locais de
repouso e de onde poderia encontrar água.
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A partir de 1915, a tranquilidade que a família de Lampião vivia começou a ser abalada. Isso
porque José Alves de Barro, conhecido como Zé Saturnino, começou a ascender politicamente
na região em que a família Ferreira morava. José Ferreira, pai de Lampião, era vizinho de Zé
Saturnino, e logo uma disputa por terras surgiu entre as duas famílias.
As relações políticas que Zé Saturnino tinha também contribuíram para uma ação contra os
Ferreira. Logo alguns desentendimentos começaram a acontecer entre Zé Saturnino e os filhos
de José Ferreira, entre os quais estava Lampião. Zé Saturnino começou a usar a sua rede de
influências para prejudicar a família Ferreira.
A cada mudança, a família se empobrecia mais ainda. Esse contexto levou Lampião e alguns de
seus irmãos a vingarem-se pela desgraça familiar. Sobre isso, o pesquisador Guerhansberger
Tayllow aponta que, já em 1920, Lampião agia como cangaceiro ao vingar-se de Zé Saturnino e
de todos que perseguiam sua família.|1|
Como chefe de cangaceiros, Lampião sabia muito bem se movimentar pela Caatinga, além de
saber apagar os seus rastros.
Essas poucas famílias poderosas usavam de seu poderio econômico para conquistar poderio
político e transformavam a política em um palco de troca de interesses, fazendo com que a
população mais carente não tivesse acesso a nenhum tipo de benesse. Desavenças eram
resolvidas por meio das armas, uma vez que a justiça só atendia aos poderosos.
Em 1921, Virgulino Ferreira aderiu ao bando de Sinhô Pereira, um dos cangaceiros de maior
expressão no Nordeste. Nesse bando, ele prosperou como cangaceiro, tornando-se o mais
famoso e temido do Brasil. Ficou conhecido como Lampião porque sua capacidade de atirar
rapidamente fazia com que ele iluminasse a noite.
Sob a liderança de Sinhô Pereira, Lampião aprendeu muito. Ele foi ensinado a sobreviver no
cangaço, a esconder seus rastros, a evitar confrontos abertos com a polícia e a como se
comportar nos ataques. Em julho de 1922, Sinhô Pereira abandonou o cangaço, e Lampião
assumiu a liderança do grupo.
Lampião então passou a liderar ataques contra propriedades e cidades à procura de riqueza.
Ele saqueava o que podia, pedia resgate de determinados itens que saqueava, e, muitas vezes,
extorquia determinados locais, exigindo um pagamento para que ele não os atacasse. Ele
também soube desenvolver uma rede de coiteiros que o auxiliavam sempre que fosse
necessário.
Lampião liderou seu bando de cangaceiros de 1922 até 1938, promovendo inúmeros ataques
nesse período. Ele enfrentou por diversas vezes as tropas volantes, isto é, as forças policiais
móveis que atuavam no combate aos cangaceiros. Entretanto, ele evitava confrontos muito
abertos para não ter perdas de homens e desperdícios de munição.
Durante suas andanças, Lampião conheceu Maria Gomes de Oliveira, mulher que fazia parte de
uma família de coiteiros. Ela ficou conhecida como Maria Bonita e apaixonou-se por Lampião,
abandonando seu marido para ficar com o chefe cangaceiro. Ela aderiu ao bando de Lampião
em 1930, e tornou-se a primeira mulher a fazer parte do cangaço.
Até então, as mulheres não faziam parte do cangaço, mas, devido a Lampião, isso mudou, e os
seus homens passaram, em geral, a ser acompanhados por suas mulheres. A chegada de Maria
Bonita se deu já na fase decadente do cangaço e contribuiu para que as medidas de segurança
dos cangaceiros se afrouxassem porque os períodos de descanso tornaram-se maiores. Juntos,
Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha, em 1932, chamada Expedita Ferreira Nunes.
Morte de Lampião
Outras teorias surgiram explicando sua morte. Alguns pesquisadores afirmam que ele pode ter
sido envenenado um dia antes do ataque, enquanto outros apontam que ele pode ter fugido e
se escondido pelo restante de sua vida. Essas hipóteses, entretanto, não são aceitas, e
considera-se que ele foi realmente assassinado no ataque surpresa."