VISAGISMO, ESTILO PESSOAL E CONSUMO Tatiéli Dagostin Maximiano
VISAGISMO, ESTILO PESSOAL E CONSUMO Tatiéli Dagostin Maximiano
VISAGISMO, ESTILO PESSOAL E CONSUMO Tatiéli Dagostin Maximiano
CRICIÚMA
2019
TATIÉLI DAGOSTIN MAXIMIANO
CRICIÚMA
2019
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TATIÉLI DAGOSTIN MAXIMIANO
BANCA EXAMINADORA
4
AGRADECIMENTOS
Para o início dos agradecimentos, começo sendo grata a Deus, por tudo
que me proporcionou até aqui, pela fé que mantém, pelas oportunidades me deu e
que pude abraçar durante minha trajetória, e por todas as pessoas que ele colocou
em minha vida.
Sou grata a toda a minha família, e amigos, por todo o apoio que me deram
desde o início, o incentivo e motivação desde a matricula até à conclusão da
graduação. Por estarem sempre ao meu lado me dando positividade e auxiliando
sempre que puderam para que eu mantivesse o foco, e perseverasse em busca de
concluir minha graduação.
Para que tudo isso fosse possível, tem a instituição em que estudo, a qual
me proporcionou o contato e convívio com excelentes profissionais, que sempre
buscaram orientar e passar os ensinamentos necessários para formar profissionais
exemplares. Profissionais e professores que não medem esforços para aprender
ainda mais, e repassarem esses aprendizados com maestria para seus alunos.
E por fim, sou grata a minha orientadora de pesquisa, que sempre teve
muita paciência e calma para me conduzir, que não mediu esforços para me orientar
na busca pelos conhecimentos necessários para construir um conteúdo com
qualidade e que fez a diferença para que eu o realizasse, e para que eu ficasse
satisfeita com o que estava conseguindo realizar.
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“Tudo que não é eterno fica eternamente
desatualizado. ”
C. S. Lewis
6
RESUMO
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2 VISAGISMO ............................................................................................................. 3
3 CONSUMO ............................................................................................................... 9
3.1 consumo e consumismo .................................................................................... 9
3.2 relações entre consumo e consciência ............................................................ 10
4. ESTILO PESSOAL ................................................................................................ 14
5 METODOLOGIA ..................................................................................................... 19
6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 21
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31
10
1 INTRODUÇÃO
1
Com o intuito de amenizar o consumo dispensável de produtos, e da
valorização da imagem pessoal, a problematização da pesquisa é: Quais as
possibilidades estratégicas que o visagismo pode apresentar para o consumo
consciente, a partir da definição do estilo pessoal?
A partir dessa problematização, os objetivos aqui presentes são: apresentar o
visagismo como uma estratégia para a definição da imagem e do estilo pessoal, na
busca de um visual harmônico e assim ter reflexo num consumo mais consciente por
parte do indivíduo. Buscando especificamente: 1) Compreender o visagismo e suas
estratégias para um visual harmônico; 2) Relacionar as estratégias do visagismo e
consumo consciente; 3) Definir identidade e estilo pessoal; 4) Sugerir estratégias de
consumo consciente.
Estudar o visagismo e suas técnicas para criar um visual mais harmônico foi o
primeiro passo deste trabalho. Fazer uma relação, bem como compreender o que é
identidade e estilo pessoal associando como esse conhecimento pode estar ligado
aos atos de consumo, e como é este consumo em relação a artigos de moda.
2
2 VISAGISMO
1
Biótipo: O biótipo é o conjunto de características herdadas geneticamente e adquiridas no ambiente que
configura o indivíduo. Ex: alto, baixo, magro, robusto, etc..
3
Referindo-se ao visagismo, em sua explicação geral, é possível entender que
ele se caracteriza no particular de cada indivíduo, criando uma conexão ao que é belo,
ao que expressa valores em comum com as pessoas, mas que se aplica de forma
única a cada um. Essas técnicas visam promover uma imagem que é reflexo da sua
personalidade, que traduz seus costumes e crenças de forma visual.
“Um dos maiores desafios quando se começa a trabalhar com o conceito do
Visagismo, é não olhar os aspectos estéticos em primeiro lugar, mas sim, a pessoa
por trás do rosto. O que pode ser esteticamente agradável, talvez não faça bem a ela ”
(CAMARGO; EMILIANO... online, 2018).
Hallawell (2010) explica que incialmente é necessário observar diversos pontos
do cliente, desde constituição física, porte, formas de andar, gesticular, de fazer
movimentos comuns como sentar, falar, expressar, dentre tantos outros aspectos, que
incluem ainda cor de pele, proporção de rosto, e afins. Mas que dentre todas essas
observações, deve também se ater aos aspectos profissionais, do estilo de vida
individual, necessidades, vontades, preferências e onde tal pessoa almeja chegar ou
o que ela pretende obter para seu futuro.
Para entender melhor sobre os tipos de clientes que podem vir a buscar o
visagismo como meio de encontrar uma imagem pessoal adequada, é possível citar
exemplos de que o cliente pode ser alguém que almeja construir sua vida mais leve,
mais praiana, e que em contra partida, pode ter aquele que busca o salto alto e se
identifica com o tailleur. Assim, pensando em atender as necessidades dos clientes,
o profissional que trabalha com o visagismo, ter o cuidado de não impor um estilo
próprio em seus trabalhos, prestar consultoria e, utilizar métodos diferenciados para
compor os modos de execução. Tendo em vista que a prioridade é o diálogo com o
cliente, a fim de conhecer os gostos, costumes e preferências do mesmo visando
construir algo que seja adequado a ele. Agregar a conversa, tudo que seja
conveniente para um melhor conhecimento do indivíduo, identificando o que mais se
adéqua dentro de sua individualidade, ou seja, cada cliente e trabalho precisam ser
tratados como únicos. (HALLAWELL, 2010).
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Ainda nesse sentido, se o indivíduo não reconhece sua imagem, aquilo que vê
no espelho, em alguma foto, ou em qualquer objeto que possa refletir imagem, será
impossível que o mesmo consiga passar a imagem adequada para as outras pessoas
que o veem. Não há sentido transmitir uma imagem confusa, e não há outra forma de
interpretar a imagem pessoal de alguém que não se reconhece quando se vê, além
de uma confusão. Aquilo que deve ser mostrado, deve fazer sentido com a
personalidade em questão, pois da imagem de alguém se lê muito sobre suas
características e preferências.
“A imagem visual que você transmite nos primeiros dez segundos a uma
pessoa que o vê pela primeira vez, é o suficiente para que ela tire todas as impressões
sobre você baseada em sua aparência pessoal” (AGUIAR, 2011, p.25).
Pensar na imagem que se está comunicando, principalmente quando vamos
nos apresentar a alguém, ou ir a algum lugar pela primeira vez é de extrema
importância, merece ser pensada de forma mais minuciosa, mas essa imagem não
pode distorcer aquilo que se é, e esconder a rotina, o modo de vida, gostos e
costumes, é importante adequar na imagem que será transmitida.
Para Maiole (2012, p.22)
Não há como obter uma imagem pessoal que converse com o indivíduo,
sem que, a mesma esteja ligada aquilo que verdadeiramente é vivido por ele, para
que assim possam ser reconhecidos facilmente seus costumes, preferencias, e que
dessa forma possa agregar confiança e reconhecimento daquilo que se está
transmitindo ao próximo.
“O aspecto mais importante da construção da imagem pessoal é a relação
do rosto com o senso que cada pessoa tem da própria identidade. ” (HALLAWELL,
2010, p.37). A necessidade de ter a imagem em sintonia com aquilo que se sente,
com o que se tem como visão de si mesmo em relação a valores e qualidades é ainda
mais forte em relação ao rosto, como cita o autor, deve haver um equilíbrio entre a
imagem do rosto e a imagem intima da pessoa, e que isso é responsável por elevar a
autoestima e confiança. Dessa maneira o indivíduo se sente confortável para qualquer
5
situação que possa vir a passar, por se sentir em harmonia com seu rosto, e imagem
pessoal que está transmitindo e vendo em seu reflexo. Salienta ainda que diversas
pessoas ainda não tiraram o tempo devido para estudar sobre o que tem intenção de
refletir, ou sobre sua identidade.
“(..) essa coisa intangível que faz uma mulher descobrir (e exalar) seu estilo
está diretamente relacionada ao prazer. De se vestir, de se relacionar com o vestir e,
principalmente, prazer de estar em sua própria pele ” (GUERRA, 2013, p.37).
Por terem dificuldades nesse autoconhecimento, pessoas agem de formas
que não condizem com as imagens que passam, pois a identidade deve corresponder
a cada um de forma distinta.
O visagismo “baseia-se nos fundamentos da linguagem visual, estética,
física óptica, geometria, antropologia, psicologia e neurobiologia” (HALLAWELL,
2010, p.20) e com base nesse estudo visa salientar uma imagem pessoal mais
adequada e harmoniosa a quem é aplicado. Uma imagem pessoal adequada está
ligada a um estilo bem definido, que está ligado ao que as pessoas veem e entendem.
Nessa base, a imagem se define pela identidade, que é o norte para a
junção das características estéticas com o modo de ser do indivíduo, adequando uma
imagem que considera harmonias estéticas com um estilo refletido pela identidade,
que muda conforme as condições e preferencias mudam. A identidade não é algo
estático, mas que se modifica, mesmo não deixando de estar ligada ao estilo.
Identidade bem definida, estilo bem definido, adequação de imagem.
6
a maneira como os outros a veem. Isso é claramente perceptível quando a mudança
é radical, como numa transformação” (HALLAWELL, 2010, p.77).
Ainda se acrescenta que:
7
com cada cliente.
“As lojas que investirem em treinamento de visagismo terão um diferencial
importante para oferecer aos seus clientes, podendo inclusive oferecer o serviço de
consultoria e estabelecer parcerias com visagistas da área de beleza e estética”
(HALLAWELL, 2010, p.221). Essa aplicação do visagismo deve ser priorizada também
nos comércios e em quem trabalha neste meio, o vendedor que conhecer as
características predominantes dos clientes que entram em suas lojas, provavelmente
não perderão vendas. Saber o que oferecer ao seu cliente, de acordo com o que seu
estilo pessoal e imagem pedem, é benéfico para ambos os lados.
Assim, o visagismo é importante ferramenta de apoio a construção e/ou
definição de estilo, podendo estar presente em diversas áreas em se tratando de
imagem pessoal.
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3 CONSUMO
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Pode-se dizer que o “consumismo” é um tipo de arranjo social resultante da
reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes
e, por assim dizer, “neutros quanto ao regime”, transformando-os na principal
força propulsora e operativa da sociedade, uma força que coordena a
reprodução sistêmica, a integração e a estratificação sociais, além da
formação de indivíduos e de grupo, assim como na seleção e execução de
políticas de vida individuais. (BAUMANN, 2008, p.41)
10
maneira informal, as sobras da renda pessoal, o que sobra após ter pago as despesas,
os impostos, dividas, e consumos necessários como suprimentos básicos de
alimentação, higiene, entre outros, e esta sobra é a parte da renda que se utiliza para
poupar ou fazer novos consumos.
Segundo Bauman, o maior desafio do consumidor não está no fato de não ter
opções ou de suas necessidades, ele afirma que:
O consumo visto por este prisma está mais ligado ao fato de um estilo
assertivo, por vezes buscando mesclar o novo ao que pode se usar daqui a dez anos,
afim de obter um novo durável, sem uma moda certa, mas de acordo com aquilo que
encaixe em si.
“Ser consumidor é um dos papéis que o indivíduo desempenha na
sociedade, em busca fundamentalmente da expressão de si mesmo consoante com
a estrutura de significados por ele percebida como vigente ” (MIRANDA, 2017, p.35).
O ato de consumir algo está ligado às necessidades que ele possui, atreladas ao seu
estilo e também à necessidade de se sentir parte de um todo maior. E essa questão
de se sentir por pertencer a uma causa ou grupo maior, acontece ainda mais quando
fala-se de moda.
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supermercado não estamos tão preocupados com sua eloquência de produto
que vai ficar escondido no armário quanto em relação a manteiga que vai à
mesa, a situação é bem mais grave, quase sem comparação, quando
estamos diante de uma calça jeans. (MIRANDA, 2017, p.36)
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4. ESTILO PESSOAL
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acrescentam,
A moda é essencial para o mundo moderno, faz parte da trama que liga nosso
organismo cultural. Se é possível pensá-la como algo coercitivo, que nega a
própria individualidade, uma vez que é movida pela imitação, é também
possível pensá-la como capaz de expressar o individual (1999, p.16).
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autoestima. Como num círculo vicioso, faz com que a maneira que se vê reflita nas
ações, e as ações determinam aquilo que os outros veem, o que os outros veem pode
ou não influenciar na forma como o indivíduo se vê.
“Não existe ninguém igual a você. E é justamente esse o alicerce da
autoestima ” (GUERRA, 2013, p.26).
Embacher diz que o vestuário é parte da construção de uma identidade, mas
que se faz também, determinado por conta dessa identidade, o mesmo ainda
acrescenta que “o vestuário tem uma função paradoxal, pois, ao mesmo tempo em
que fornece uma marca individual ao sujeito, faz com que desapareça no grupo. ”
(1999, p.96) e completa que
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a sua volta, nas suas ações, nas escolhas de suas vestes, na hora de compra-la,
sempre, tudo será no estilo, daquele indivíduo em questão.
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5 METODOLOGIA
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estudo de campo, que também Gil (2008) fala sobre, explicando que é um estudo que
faz levantamentos de dados a serem representados, a partir de um universo definido,
com características precisas para fornecer um resultado estatístico.
No que se refere ao universo da pesquisa, participaram mulheres que efetivam
compras e a amostra foi intencional, composta por 35 mulheres que compram
produtos de vestuário mensalmente, ou num período de 3 meses. Para a coleta de
dados aplicou-se um questionário com perguntas, a fim de compreender a relação de
conhecimento entre consumo e estilo pessoal.
Com os dados em mãos, a pesquisadora realizou a análise dos mesmos.
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6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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questão, a dúvida sobre a definição exata sobre esse estilo é bastante grande.
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Ainda analisando o entendimento das pessoas pesquisadas com sua
autoimagem, percebe-se que apesar de não conseguirem definir um estilo próprio pra
si, ainda assim, na maior parte, diz se reconhecer diante da imagem que estão
refletindo no espelho e aos outros.
Ter consciência de como o senso de identidade e confiança de um indivíduo é
afetado dependendo de como está sua imagem pessoal e perceber o tamanho da
importância dessa adequação é fundamental, bem como os recursos do visagismo
podem fazer com que o indivíduo finalmente se reconheça em frente ao espelho
(HALLAWELL, 2010).
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Mas, em discordância à pergunta anterior, quando se analisa essa imagem
refletida com base na personalidade, as opiniões já se dividem. A metade das pessoas
entrevistadas acreditam que a própria imagem ligada a personalidade varia com a
ocasião, enquanto a outra metade se divide em uma maioria que considera sempre
ter sua imagem adequada a personalidade, e uma minoria que não vê relação entre
um e outro. Esses fatores podem ocorrer, como reflexo da análise da questão 2 do
questionário, a falta de análise do próprio estilo, que faz com que apesar de se verem
na imagem que estão representando, essa imagem pode ser o que se quer mostrar
aos outros, e não realmente o reflexo da personalidade em si.
“Enquanto usamos as chamadas tendências só porque são assim
consideradas, acreditando que existem as produções certas ou erradas, estaremos
apenas fazendo parte de um exército bem-mandado marchando em direção ao tédio ”
(GUERRA, 2013, p.21).
Usar as tendências para se sentir parte de um grupo, ou para manter um status,
gera a falsa sensação de transmitir a personalidade, quando na realidade se está
apenas projetando uma imagem que não está de acordo com a identidade do
indivíduo.
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em que vivem. Essa variação de consumo, dependente do momento em que se está
vivenciando, pode estar atrelada ainda a análise da questão 2, junto com o fato de
não ter tido um pensamento mais aprofundado sobre o próprio estilo, que faz com que
as compras não sejam feitas com base no estilo e necessidades, mas sim pelo estado
emocional momentâneo.
“De certa forma, a moda cumpre o papel de compreensão do próprio eu, e é
instrumento de prazer, culto da fantasia e da novidade. Pessoas expressam o seu eu
no consumo e veem as posses, por conseguinte, como parte ou extensão do seu eu
“ (MIRANDA, 2017, p.87). E por esse fator, na busca de compreender seu eu no
consumo, as pessoas se veem adquirindo novos pertences, uma grande parte dos
pesquisados, apesar de não a maioria, diz que são consumidores de moda
dependendo do momento em que vivem momentos dos quais a pessoa se sente
insegura e busca se auto afirmar e busca do ‘eu’ no consumo de novidades.
Ter peças no guarda-roupa que não são utilizadas é muito comum, e está
relacionada a falta de atenção ao seu estilo próprio e personalidade. Ainda que a
maioria afirme não ter mais que entre 0 e 5 peças que não utiliza, o restante dos
entrevistados, se divide entre as outras opções.
”Cada peça de roupa ou sapato que entra no nosso armário é uma aposta. Mas
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só o tempo dirá quanto vai durar aquela escolha. “ (GUERRA, 2013, p.166)
A autora ainda acrescenta que observar o guarda roupas e eliminar aquelas
peças que já não são mais usadas e quais ainda tem importância é parte do estilo que
define o indivíduo, pois existem peças que tem tempo determinado para caírem no
des-uso, bem como tem aquelas peças que são parte da pessoa, e que sempre devem
ser mantidas. Como se pode analisar, o motivo de as pessoas entrevistadas
possuírem peças que não utilizam esta em sua maior parte por ainda haver
esperanças para as mesmas, mas se ainda não as usaram, muito provavelmente não
irão, por não fazer parte do seu estilo, afinal, se não há ocasião para a mesma, ou se
não é criada a ocasião para o uso da tal peça, é porque ela não se encaixa no perfil
de quem a consumiu.
O consumo feito sem uma análise do seu próprio estilo pessoal acarreta em
comprar o que não é condizente com a personalidade e estilo de vida, gerando as
peças não usadas no guarda roupa. Como se pode ver no resultado das questões
acima, fica claro que essas peças que não tem uso, na maior parte, são por falta de
ocasiões para usa-las ou, em contrapartida, por que é bonito, mas não para si, levando
a conclusão de que foram compradas fora do estilo e preferências de vida da pessoa.
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No momento em que se consome artigos de moda, quando se tem um estilo
pessoal definido, fica mais fácil escolher o que adquirir. Bem como analisar o que já
possui no guarda-roupa antes da compra, auxilia para evitar as peças em desuso.
Guerra (2013) aconselha a ter regras para o consumo, pois não é fazendo
compras que se encontra um estilo, mas num inverso, o estilo deve ser a base para
as compras. Ela ainda acrescenta que muitas vezes comprar menos é comprar
melhor, bem como preço não justifica a compra, deve-se sempre seguir a intuição,
confiar apenas em si, e não na opinião alheia, tendo em mente o que precisa e quer
adquirir, com base no que já possui, e no que realmente terá utilidade.
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Outro fator importante e fundamental visto, é a relação das cores, dentro do
estilo pessoal adequado, fazer uma análise do que está de acordo com sua
personalidade e estilo.
“(..) a escolha da cor da roupa deve levar em conta o efeito emocional das cores
nas pessoas, além das questões estéticas. “(HALLAWELL, 2010, p.219) Cada cor tem
um significado, e buscar saber a importância das mesmas dentro do seu perfil auxilia
a assertividade na hora do consumo de artigos de moda.
“Paradoxalmente, a cor que melhor harmoniza com a pele de uma pessoa pode
afeta-la negativamente em termos emocionais. Cada tipo de temperamento é
associado a determinada cor” (HALLAWELL, 2010, p.219). A escolha da cor reflete
de forma intensa na personalidade e postura da pessoa, analisar como a mesma se
comporta em relação ao seu estilo e tom de pele, bem como o que sente ao fazer uso
de tal cor faz com que a chance de a peça adquirida não ser descartada seja muito
maior.
As respostas à última questão (Apêndice B), se propunham à fazer com que o
participante dissertasse sobre a relação do estilo pessoal com o consumo. A pergunta
cumpriu seu papel que é o de fazer pensar, como pode ser visto, na maior parte das
respostas, a importância de saber o próprio estilo pessoal antes da compra, ou o fato
de essa importância diminuir o consumo errôneo está bem presente.
A última questão pedia para os entrevistados associarem o conhecimento do
estilo pessoal com o consumo de produtos de moda. As respostas por conta dessa
questão foram significativas, e em sua maioria mostrou que as pessoas veem como
fundamental esse conhecimento do estilo pessoal e a sua aplicação na hora da
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compra. Uma das pessoas respondeu “Conhecer meu estilo pessoal, é acertar mais
nas peças a serem compradas evitando o descarte das mesmas sem que eu a tenha
aproveitado inteiramente. ”
Repetiu-se em diversas respostas esse conhecimento sobre um consumo
melhor de artigos de moda, evitando mais o descarte de peças quando se conhece o
próprio estilo pessoal. Uma outra entrevistada, ainda falando sobre o melhor consumo
por conhecer o seu estilo diz que “Acredito ter associação total, já que sabendo o
próprio estilo e tendo ele bem definido, na hora das compras, as escolhas são mais
objetivas e portanto não compra coisas desnecessárias e/ou só por estar em alta no
momento e consequentemente evita o consumismo. ”
Obteve-se, em contrapartida a tudo, uma visão diferente de uma das pessoas
que foram entrevistadas que cita “Na minha opinião, o marketing de moda acaba
afetando o psicológico das pessoas, fazendo com que as mesmas consumam
produtos que no momento da compra pensem que é são do seu estilo pessoal, mas
quando consumido acabam sendo esquecidos no guarda roupa, simplesmente por
serem comprados por impulso”. Essa pessoa levanta a questão sobre a influência do
marketing como influenciador e em partes como distração para as pessoas na hora
de consumirem os artigos de moda, fazendo com que o estilo pessoal e personalidade
não seja o foco na hora do consumo, e sim a publicidade e o marketing feito, deixando
uma nova linha de pesquisa sobre o assunto, que pode num futuro ser aprofundada.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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mudanças do que os outros veem, da imagem pessoal, do reflexo desse eu. A imagem
externa tem que estar conversando com a imagem interna, para que a mensagem
passada seja a mesma, e que a pessoa possa se sentir confiante para ser como é,
sem precisar tomar o cuidado de manter uma impressão criada que não projeta aquilo
que o intimo deseja.
Várias são as ferramentas utilizadas para formar a imagem de uma pessoa,
desde cabelo, maquiagens, formas e cores, como também aquilo que ela veste. Tudo
isso passam mensagens e devem estar adequadas a identidade da pessoa,
principalmente em relação as cores. As cores dizem muito, combinadas ao tom de
pele de cada um, algumas podem passar positividade, calma, agitação, tristeza, e
deve se ater ao cuidado do que elas representam, seja ao usar em uma maquiagem,
na mudança da cor de cabelo, seja nas roupas. Todas as pessoas são diferentes em
relação a cor de pele, cabelo, tom dos olhos, sorrisos, lábios, e por isso cabe um
estudo isolado de cada indivíduo para analisar que cores podem e devem ser usadas
pelo mesmo, para que ele passe a mensagem correta de si, e seja harmoniosa a
imagem dela num todo.
A utilização das formas e cores no uso das roupas também é fundamental
para que essa imagem pessoal seja completa e harmoniosa. Entender qual é o seu
estilo pessoal faz com que você esteja sempre vestido de forma que haja identificação
do seu eu e fique confortável para estar em qualquer situação. Quando uma pessoa
foge do seu estilo próprio para seguir tendências, ou algum grupo especifico e usa
artigos dos quais não se identifica, passa a agir de forma insegura, pois não é da
natureza e da identidade dela estar vestida de tal forma, bem como quando usa cores
que não se adequam ao seu estilo, podendo interferir nas ações e humores.
O estilo pessoal está dividido em categorias especificas, mas pensando
dessa forma coloca-se as pessoas em grupos distintos de estilos, mas como já citado,
deve-se ater que as pessoas são diferentes.
O uso dessa análise que o visagismo faz sobre o indivíduo, e a identificação
desse estilo pessoal refletem em como, quanto e porquê do consumo de novos artigos
de moda. Refletem em como, pois a pessoa passa a analisar como aquilo pode ser
útil e de que forma agrega valor ao seu estilo, em como pode fazer bem ou mal pra
personalidade que possui, preferências, e no reflexo na própria imagem, de como isso
pode afetar e distorcer o que as outras pessoas enxergam.
A quantidade de peças consumidas pode também estar relacionada ao
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estilo, pois o fato de identificar seu estilo pessoal e adequar suas escolhas a isso, faz
com que amenize a necessidade de consumo, por então conseguir fazer um melhor
uso daquilo que já possui, ou, ter uma maior assertividade quando consome. Fazendo
com que não haja necessidade de consumo duplo de algum tipo de artigo, por apenas
um não suprir o que precisa, ou não estar de acordo com a personalidade, e acabar
sendo descartado ou ficando sem uso.
A diversidade de artigos, opções, e escolhas na hora de consumir muitas
vezes dificulta priorizar o estilo pessoal, e manter a identidade na hora de comprar
algum novo produto, porém, após a aplicação do questionário, é possível ver que as
pessoas têm noção do quanto é importante ter uma base do seu próprio estilo, e de
como isso está ligado ao consumo.
Como pode-se analisar, o estudo do visagismo e de suas técnicas tem total
importância na busca da imagem harmônica e na definição do estilo pessoal
adequado. Esse estilo pessoal bem definido e ligado a identidade do indivíduo,
refletem no seu comportamento, bem como nas suas escolhas na hora de consumir
artigos de moda.
Com a aplicação da pesquisa, obteve-se a confirmação de que essa
importância é notada e apesar de as pessoas não se aterem e dedicarem o tempo
necessário na busca desse entendimento sobre seu próprio estilo pessoal e na
definição do mesmo, elas concordam, e veem a necessidade desse conhecimento
para um consumo mais consciente. É visível que na, quase unanimidade, das pessoas
entrevistadas, é confirmado a assertividade e economia no consumo de artigos de
moda seria aumentada a partir de uma definição de estilo próprio bem claro. Ainda
seguindo as análises sobre o questionário, uma definição harmônica de identidade e
estilo pessoal evitaria o descarte de peças e a quantidade das mesmas no guarda-
roupas sem ter uso.
É possível a percepção de que o entendimento do consumo e do estilo
pessoal para uma melhor consciência nas escolhas de compras são benéficas e que
é um caminho que ainda deve ser explorado, estudado mais a fundo, e disseminado,
com mais atenção.
A partir dessa pesquisa e com base no estudo desse trabalho, a sugestão
levantada é que as pessoas poderiam se ater mais a definição do seu estilo próprio,
buscando investir mais no conhecimento do visagismo e na aplicação das técnicas do
mesmo para harmonizar sua imagem pessoa, atrelado a identidade e estilo pessoal,
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para que assim o reflexo no consumo e na economia para o indivíduo seja alcançada.
Fica também como sugestão, que essa pesquisa passe a ser mais
abrangente, e que se aplique o questionário em mais regiões e pessoas, para que
possa obter um resultado ampliado dessa percepção das pessoas, bem como ver sua
diferenciação de opiniões e o quanto elas se divergem conforme muda a região
entrevistada.
Ainda uma linha interessante para um progresso futuro desse estudo, é se
ater a opinião de uma das entrevistadas, sobre a influência do marketing no consumo
de artigos de moda, até que ponto o marketing e a publicidade desses produtos
distraem os consumidores e desvia o foco dos mesmos para seu próprio estilo, criando
neles uma vontade de consumo com base em propagandas e outros fatores.
34
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Titta. Personal stylist: guia para consultores de imagem. 6ª edi. São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.
COBRA, Marcos. Marketing & moda. São Paulo. Editora Senac São Paulo; Cobra
editora & marketing, 2007.
GIL, Antonio Carlos. Metodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
GUERRA, Cris. Moda intuitiva: um “não” manual de moda para ajudar você a
descobrir seu próprio estilo. São Paulo. Editora Lafonte, 2013.
VAZ, Ana. Pequeno livro de estilo: guia para toda hora. São Paulo: Editora Verus,
2007.
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APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO
Olá, sou a acadêmica da 7ª fase do curso em tecnologia em Design de moda no
SENAI/UNESC, e gostaria da sua contribuição para a conclusão da minha pesquisa
em prol do meu trabalho de conclusão de curso, que está sendo orientado pela
professora Ana Paula Voichineveski Milanese, para que assim eu possa fazer um
estudo embasado em informações reais e concretas. O questionário é formado por
questões simples, que buscam compreender melhor a noção de estilo pessoal e
comportamento de consumo.
4º Considera ter uma imagem e estilo pessoal adequado com sua personalidade?
( ) Sim
( )Não
( ) Vária com o momento e ocasião
7º Você consegue mensurar a quantidade de artigos de moda que possui mas que
não vê ocasião, ou não se sente bem para usa-los?
( ) 0-5
( ) 5- 10
( ) 10 – 15
37
( ) 15 ou mais
8º Por qual motivo não se desfaz das peças citadas na pergunta anterior?
( ) Apego emocional
( ) Gosto de ver o guarda-roupa repleto
( ) Não parei para pensar em descarte das mesmas
( ) Nunca uso, mas ainda tenho esperanças de usar
10º Você leva em consideração o seu estilo pessoal na hora de adquirir novos
artigos de moda?
( ) Sim, sempre compro pensando no que já possuo e combina comigo
( ) Não, faço compras com base na minha vontade no momento e com o que está
sendo ofertado
( ) Não sei meu estilo pessoal
12º Qual a forma de escolher as cores das roupas que você adquire?
( ) Olho pela cor que está sendo mais usada
( ) Escolho pelo momento, se achei bonito para determinada peça
( ) Levo em consideração o meu tom de pele e como me sinto usando determinada
cor
APÊNDICE B
13º Pra finalizar, como você associa o conhecimento do estilo pessoal com o
consumo de produtos de moda?
“Acredito ter associação total, já que sabendo o próprio estilo e tendo ele bem definido,
na hora das compras, as escolhas são mais objetivas e portanto não compra coisas
desnecessárias e/ou só por estar em alta no momento e consequentemente evita o
consumismo! “
“Na minha opinião, o marketing de moda acaba afetando o psicológico das pessoas,
fazendo com que as mesmas consumam produtos que no momento da compra
pensem que é são do seu estilo pessoal, mas quando consumido acabam sendo
esquecidos no guarda roupa, simplesmente por serem comprados por impulso. “
“Acredito que cada vez mais as pessoas estão consumindo produtos que façam ela
se sentir bem e se sentir mais ela. Portanto o produto de moda hoje tem que ter
diferencial para que assim todos consigam se identificar com tais produtos. “
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“Eu não faço associação do meu estilo e a moda visto sempre aquilo que eu gosto de
usar, a tendência de moda não faz parte do meu estilo de vestir”
“De acordo com o conhecimento do estilo pessoal que possuímos de nós mesmos
podemos usar os produtos que estão em tendência de maneira que combinem melhor
com o nosso estilo “
“No meu caso quanto mais conheço meu estilo menos eu consumo moda. “
“Acredito que quando conhecemos nosso estilo fazemos escolhas mais conscientes.
“
“Acredito que comprando peças que permitam um maior uso de outras que já possuo. ”
“Sim, pois quando nos conhecemos melhor costumamos não fazer comprar
desnecessárias ou errôneas. ”
“Tem que conhecer seu próprio estilo e seus gostos para gastar somente o necessário
e o que irá usar realmente”
“Eu acho que se eu conseguir saber qual é o meu estilo posso poder fazer compras
mais consciente, não gastar tanto e comprar coisas que combinem mais com meu
corpo e estilo”
“Quanto mais definido o estilo pessoal de alguém, mais direcionado será o seu
consumo dos produtos de moda”
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