4bim Seq Did 1 - 1562019700
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didática
A voz de cada um
Nesta sequência, será abordada a temática da música vocal. Será proposto aos
alunos que reflitam sobre o canto como diversidade e criação artística a partir de
sonoridades de outras culturas, na promoção do respeito e da convivência nas
comunidades. Propõe-se o estudo sobre melodias e canções de matrizes africanas e outros
gêneros de música e suas sonoridades.
Materiais e recursos
Aparelhos de gravação e execução de áudio ou celulares com esse recurso.
Fones de ouvido.
Folhas de canson tamanho A4.
Tinta aquarela de várias cores.
Pincéis de diversas espessuras.
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 3 aulas.
Aula 1
Para iniciar a aula, organizar os alunos sentados em semicírculo. Comentar com os
alunos que a música pode ser feita com a voz, com o corpo ou com objetos. Deixar claro
que fazer música com objetos pode ter sido uma maneira encontrada pelas pessoas para
imitar os sons da natureza e da voz humana. Explorando os objetos sonoros, as pessoas
foram descobrindo que poderiam usar o sopro, a corda e a percussão para produzir música,
e assim foram surgindo os instrumentos musicais. Comentar com os alunos como é
produzida a voz humana e como trabalhar com o canto depende de uma boa respiração e
de diversas técnicas de emissão vocal.
Explicar que o som da voz humana é produzido pela vibração das duas minúsculas
pregas vocais localizadas em nossa laringe, que vibram quando o ar é expelido pelos
pulmões e passa por elas. A altura da voz depende da tensão das pregas vocais. O som é
reforçado pelas cavidades bucal, nasal e craniana, que servem como caixas de
ressonância. A qualidade de uma voz depende da qualidade e da flexibilidade das pregas.
Portanto, ao nos ouvirmos, escutamos o som interno que vibra em nossa cabeça e as
outras pessoas escutam o som externo. Os seres humanos utilizam a boca, os lábios e a
língua para produzir os sons e articular as palavras. Pedir aos alunos que prestem atenção
na própria voz. Os ossos do rosto e as cavidades nasal e bucal influenciam no timbre da
voz. Por isso as pessoas ouvem a nossa voz diferente do que nós próprios a ouvimos.
Fazer a experiência com os alunos: “Grave a própria voz e a ouça”.
Para que os alunos conheçam a própria voz e saibam como utilizá-la para se
expressar, pedir a eles que cantem o próprio nome, gravem e depois ouçam a gravação.
Oriente-os para que vocalizem expressando emoções como tristeza, alegria, relaxamento,
entre outras. Pedir que façam a experiência de ouvir a gravação e, depois, se ouvirem
falando as mesmas coisas que gravaram. Reunir novamente os alunos em roda para que
conversem sobre a experiência, expondo suas impressões.
Finalizada essa etapa da aula, conversar com a turma sobre a importância do canto. O
canto é importante para o coletivo, definido e apreciado de acordo com os valores étnicos e
culturais dos grupos sociais a que pertence. A palavra cantada é a representação sonora de
uma experiência estética. O indivíduo não precisa saber cantar ou estudar canto para
executar a voz. Comentar com os alunos que o povo se diverte e se expressa cantando.
Perguntar a eles sobre as suas experiências envolvendo canto em grupo: “Alguma vez
vocês cantaram com alguém? Já assistiram à apresentação de um coral?”. Os
depoimentos dos alunos enriquecem a atividade em sala de aula e os aproximam da arte
musical. Comentar que o ato de cantar em grupo é um exercício coletivo. O cantante se
integra ao grupo e respeita os limites de cada um. No canto em grupo, é importante que
todos comecem juntos, a um sinal pré-combinado.
Aula 2
Para iniciar a aula, pedir aos alunos que afastem as mesas e as cadeiras para as
laterais da sala e sentem-se no chão, em círculo. A proposta é trabalhar com o tema sobre
o sagrado no canto. Comentar que o sagrado está presente nas matrizes africanas,
Apresentar aos alunos um canto de matriz africana cuja primeira parte é escrita em
quimbundo e nagô: a canção Abá Cuna Zambi Pala Oso, uma oração à Nossa Senhora do
Rosário. A música para audição está disponível na página do Laboratório de Edição da
UFMG (<https://www.youtube.com/watch?v=KkJMwEyw0p4>, acesso em: 27 out. 2018.
Duração: 5 min43s). Antes de iniciar a audição, esclarecer que a letra vincula a imagem da
santa às correntes que prendiam os escravizados, visto que a santa era a responsável pelo
sonho de libertação e mediadora da força para continuar a resistência contra o poder
escravocrata. Se possível, entregue a letra impressa para os alunos acompanharem a
execução. Após ouvir a música e ler sua letra, os alunos podem criar um acompanhamento
musical com objetos sonoros da sala ou percussão corporal para esta música.
Aula 3
Iniciar a aula comentando que o tema será o repertório musical que formamos ao
longo de nossa vida. Explicar que um repertório é formado pela livre escolha do ouvinte a
partir do que ele ouve e conhece. Cada comunidade e cada cultura constroem o próprio
repertório musical. Aproveitar para reforçar a importância de se respeitar o gosto musical
de cada um e a formação de um repertório com músicas que conheceu ao longo da vida,
independentemente de seu gosto pessoal.
Pedir aos alunos que pensem em uma música de que gostem muito e realizem uma
pintura abstrata a partir dela. O objetivo é relacionar a melodia às cores e às formas
produzidas na pintura. Uma das maneiras de realizar a pintura é molhando o pincel na tinta
e gotejando-a sobre a folha de papel em branco, uma cor de cada vez. Se não quiser
misturar as cores, esperar a tinta secar um pouco para gotejar outra cor. Terminados os
trabalhos, promover a exposição em um mural na sala de aula ou em um local para a
apreciação de toda a comunidade escolar.
ondas sonoras provocadas pela vibração da fonte sonora. A mesma atividade pode ser
desenvolvida com membranofones, em que a vibração pode ser facilmente sentida com a
mão sobre a membrana de um tambor, um surdo, um tamborim, um atabaque ou um
pandeiro. Outro exemplo interessante são as superfícies dos sinos, que vibram ao serem
badaladas, assim como os triângulos e os agogôs. A superfície de uma caixa sonora
também vibra com intensidade e pode ser mais um exemplo a ser dado.
Ampliação
Os alunos podem pesquisar o trabalho do projeto Banda Música do Silêncio, iniciado
em uma escola bilíngue para pessoas surdas, a partir do pedido dos próprios alunos.
Atualmente, a banda se apresenta em diversas escolas no Brasil e no exterior. Sob regência
do maestro e musicoterapeuta Fábio Bonvenuto, o grupo utiliza diversos tipos de tambores,
como congas, atabaques, djembês, ashikos, baterias e o cajón, um instrumento peruano.
Para saber mais sobre o grupo, acessar a página da banda na internet.