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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENERGIA ELÉTRICA
Natal
2015
MARCEL DA COSTA FONTES
Natal
2015
i
MARCEL DA COSTA FONTES
Banca Examinadora:
ii
DEDICATRIA
iii
AGRADECIMENTOS
À minha mãe, Maria Irani da Costa pelo suporte e por minha formação.
oportunidade.
disponibilidade.
Aos amigos e companheiros de turno da COSERN que me apoiaram nas inversões dos
iv
RESUMO
v
ABSTRACT
The establishment of the IEC61850 standard and its immersion in the national electricity
sector, in the last decade, according to a real market trend. The need for standardization of
protection systems & automation of substations and the concern about information security
have encouraged this transition. The microprocessor devices are now called smart devices
IED (Intelligent Electronic Device). They perform protective functions & integrated control,
tend to assume a multifunctional character adding several features (control, protection,
measurement and communication), use and implement protection algorithms established by
ANSI and IEC standards. Their communication is based on high-speed protocols as GOOSE
(Generic Object Oriented Substation Events), MMS (Manufacturing Message Specification)
and SMV (Sample Measure Value) run over TCP / IP ethernet and defined by language SCL
(Substation Configuration Language) present ability to acquire both analog and digital data
and ethernet network card. This paper aims to develop a prototype test platform, Labprotec,
and their teaching materials, for the purpose of disseminating knowledge of the applications
Protection and IEC61850 standard for undergraduate, graduate and professional market,
thereby contributing to the qualification of Professional electrical engineering of future
generations. This platform will provide an infrastructure to configure, test and commission
systems of protection and substation automation governed by the standard IEC61850. The
methodology used is the study of multiple cases, with tests in bench practical applications in
the substation level. Will be discussed in this paper communication architectures, equipment
specifications, compliance testing, functional test bench protection with test box, protective
relays Micom Schneider, managed switch Ruggedcom and infrastructure UFRN network.
vi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 20 – Comparativo do caminho físico e digital percorrido pelo sinal de trip ................. 27
Figura 22 – Diferença de tempo entre o trip via GOOSE e via físico em milissegundos. ....... 30
vii
Figura 23 - Comparativo entre mensagens GOOSE em redes sobrecarregadas e não
carregadas ................................................................................................................................. 31
viii
Figura 45 – Detalhamento dos cartões de interface analógica e digital MiCOM ..................... 84
ix
Figura 70 - Curvas 51 IEC ...................................................................................................... 113
x
LISTA DE TabelaS
Tabela 1 - Comparativo entre o trip via GOOSE e via meio físico .......................................... 29
servidor ..................................................................................................................................... 68
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
xii
SAS Sistema de Automação de Subestação.
TC Comitê Técnico.
TI Tecnologia da Informação.
xiii
SUMÁRIO
PLATAFORMA .................................................................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 51
xiv
ANEXO 4 –TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE LINHAS ................................................................... 100
xv
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Informação). Na Engenharia Elétrica não foi diferente. A norma IEC61850 surgiu propondo
um novo modelo, uma nova filosofia, padronizando a forma como são elaborados os projetos
de automação, bem como a operação e a manutenção das subestações de energia. Desde seu
1
UCA 2.0 foi desenvolvido pelo EPRI na íntegra e publicado no IEEE para aplicações de tempo real de
monitoração e controle remoto no ano de 1999 nos estados unidos, era estruturado em 4 partes e permitia
interconectividade de banco de dados para aplicações operacionais.
2
IEC60870-5-104 é uma extensão do protocolo IEC 101 com mudanças nas camadas de transporte, rede, enlace e
física. Esse padrão era utilizado na europa para configurar sistemas de telecontrole e aquisição de dados por
supervisório em aplicações de sistemas de automação e de potência.
1
1.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Eletrônic Devices), gigas de testes, switch gerenciável e caixa hexafásica4 para validação de
diversas filosofias a fim de atender as diferentes aplicações existentes. A busca por redução de
custos ocorreu tanto pela competição exigida pelo mercado como pelo desenvolvimento de
novas funcionalidades.
diversos protocolos coexistindo, como por exemplo: Modbus, Conitel, LN57, CAN (Rede de
IEC61850.
3
IED (Intelligent Eletronic Device) nomenclatura para os relé de proteção no estado da arte com placas eletrônicas
de comunicação rede ethernet e arquitetura microprocessada. Todos os IEDs serão referenciados como relés de
proteção no decorrer desse trabalho.
4
Caixa hexafásica é um instrumento capaz de injetar tensões e correntes totalizando 6 sinais analógicos senoidais
60Hz ou 50Hz com amplitude compatíveis com secundário dos transformadores de instrumento, pode ser regulada
e configurada para injetar 3 tensões e 3 correntes ou 6 correntes
2
Figura 1- Arquitetura de automação de uma subestação convencional
O IEC em conjunto com EPRI (Instituto de Pesquisa de Potência Elétrica), bem como
normatização. Eles se basearam em princípios estabelecidos pela UCA2.0 tais como TCP-IP e
capítulos.
estação, nível de vão e nível de processo. O nível de estação é definido pelo capítulo 8-1 da
3
O Nível de vão é definido pelo modelo de dados e aplicações das funções do sistema,
conforme capítulo 7. O nível de processo é definido pelo capítulo 9 da norma com os valores
analógicos de tensão e corrente amostrados, trafegando pela rede. Essa separação em níveis é
somente hierárquica. Na subestação tem-se apenas um enlace físico onde as informações são
trafegadas.
SCADA6 e HMI7.
conforme Figura 2.
5
Gateway caracteriza-se como controlador de acesso e gerenciador de lógicas onde é possível configurar
intertravamentos assim como algoritmos de segurança de uma subestação.
6
SCADA é caracterizado como sistema de supervisão e aquisição de dados das subestações.
7
HMI classifica-se como interface homem máquina local das subestações.
4
O presente trabalho discorre sobre o projeto e implementação da plataforma
Labprotec8, que foi projetada com equipamentos no seu estado da arte, estruturados conforme
campo com base na norma IEC61850. Por fim foi realizado um detalhamento das mensagens
Para viabilizar a realização deste trabalho, foi necessário reunir em conjunto com o
funções de proteção e das mensagens via protocolo MMS e GOOSE descritas na norma
IEC61850.
8
Labprotec é o nome fantasia da plataforma projetada, construída, configurada e comissionada neste presente
trabalho de mestrado. Durante o texto, discorre-se sobre sua elaboração e sobre os testes realizados.
5
1.2 - ESTRUTURA DO TRABALHO
resumidamente a seguir:
instalação, bem como suas funcionalidades de proteção disponíveis correlacionadas com cada
vão.
laboratorial. Os resultados foram verificados através das oscilografias registradas pelos relés
de proteção. Neste capítulo é feita uma análise comparativa entre a informação enviada via
6
CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA
LITERATURA
criação foi estabelecida dentro do mercado profissional entre fabricantes de relés de proteção,
agentes do setor elétrico e grupos normativos. Desde seu efetivo lançamento em 2002,
7
Nos 2 projetos o desempenho do sistema com IEC61850 foi alto, conforme expresso
Fluxo dos dados não apresentam atrasos causados por conversores de protocolo.
A rede de fibra óptica ethernet oferecida, 100Mbps, com redundância para cada
subestação, possibilita o envio de mensagens simultaneamente para vários
destinatários.
Gargalos comumente encontrados e comunicações do tipo mestre/escravo não
estavam presentes.
Inteligência distribuída, utilização de intertravamentos sem a coordenação de
dispositivos centrais.
Com a ausência de colisões, a rede disponibiliza uma maior quantidade de dados.
implementado com utilização de fiação tradicional com redundância por mensagens GOOSE.
A operação de retrip com mensagens GOOSE foi 12ms mais rápida do que a operação via
fiação tradicional. A Função diferencial de barras via GOOSE foi 8ms mais rápida sem
considerar que o esquema de fiação ainda tem de passar por um relé de bloqueio. Testes
resultados.
8
Flores, Higashi e Andrade apresentam (2007, p4):
“A experiência da ELETROSUL na implantação das primeiras subestações de
transmissão da empresa a utilizar extensivamente os recursos de projeto e de
comunicação do padrão IEC-61850. O sistema de proteção e controle das
subestações Atântida 2, Osório 2 e Gravataí 3 é baseado em uma arquitetura
distribuída composta de Relés de Proteção redundantes de proteção e controle e da
utilização de uma unidade concentradora de subestação, baseada no aplicativo
SAGE Box desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL),
equipamento responsável pela concentração e gerenciamento das informações de
supervisão e controle destas subestações e pela comunicação com o supervisório
SAGE local e com os centro de controle remotos.”
As ferramentas de geração da base de dados disponibilizadas pelos Relés de Proteção
e pelo SAGE permitiram vencer um gargalo que afligiam alguns integradores de sistemas por
parte da ABB, ELETROSUL e CEPEL. Foi possível gerar todas as bases de dados do SAGE
e intertravamentos.
9
Fio Piloto: conexão por cabos de cobre entre os terminais da linha de transmissão.
Rádio de Microondas: com propagação pelo ar, dirigido por antenas parabólicas.
Uma introdução aos temas, conceitos, dispositivos, topologia e à utilização das redes
teste, dados, classes de dados, nós lógicos e dispositivos lógicos, baseados no padrão
IEC61850.
10
Para Paulino M. E. C. (2005): O desenvolvimento de aplicações baseadas em
comunicação ponto a ponto de alta velocidade, com medidas distribuídas, controle, proteção e
troca de mensagens GOOSE. No primeiro artigo, o autor trata dos testes realizados pelo
comitê de subestação do IEEE, que se reuniu em abril de 2003, em sun valley idaho, USA. Os
sinais de trip sobre a rede ethernet através de mensagens GOOSE. O tema da demonstração
documentos para formação de sua arquitetura, o modelo de dados embutido num relé: Dados,
Language) baseada em XML (eXtender Markaup Language) que visa padronizar os atributos
fabricante.
11
Segundo Miranda J. C. (2011, p299):
Além dos aspectos operacionais e econômicos, a decisão pela adoção desta nova
filosofia fazendo uso dos protocolos de comunicação da norma IEC61850 baseia-se nos
seguintes fatores:
12
2.1 - HISTÓRICO DO
COMISSIONAMENTO DE RELÉS DE
PROTEÇÃO
Segundo (Petrini,2009), os primeiros relés utilizavam tecnologia eletromecânica. Estes
dispositivos eram bastante simples se comparados com os relés atuais. Com o sistema de
fundamental nas ações das empresas. Para assegurar a correta operação dos dispositivos de
proteção, testes periódicos de relés ou sistemas têm sido necessários e em muitos casos
obrigatórios. O período de avaliação pode geralmente ser de um até cerca de cinco anos
empresa.
que os usuários não teriam dispositivos de prova para testar os relés sob as mesmas condições
carga.
Para (Paulino, 2006), com a evolução dos sistemas de proteção, são utilizados
Rapidamente, estes relés evoluíram para os dispositivos eletrônicos inteligentes (IED) que
caráter multifuncional.
de 2000 ajustes, e os métodos de verificação tradicionais não são mais apropriados. Além
disso, as funcionalidades avançadas dos relés utilizam complexos modelos de rede para
13
Assim, os ensaios devem ter seus métodos adaptados para serem capazes de avaliar as
funcionalidades dos relés, utilizando a filosofia de teste que for mais adequada. A
Manutenção inclui detecção e reparo de todas as falhas para manter o sistema em execução
Os testes de fábrica são realizados por fabricantes de relés ou por usuários quando
selecionado um novo tipo de relé para uma determinada aplicação. Nesse estágio, todas as
distribuída exige um completo FAT em cada sistema antes de ser enviado ao campo. O FAT
14
Os testes de aceitação local, ou rotineiramente chamado de comissionamento, têm o
entrar em funcionamento. Durante o SAT todos as funções do sistema e conexões devem ser
testadas. Esse ensaio é realizado com a parametrização e ajustes finais de operação do sistema
distribuídas será realizada apenas no SAT. Isso se deve ao fato de que após o SAT não será
manutenção (no caso de remodelação da subestação pode também não ser possível colocar em
modo de manutenção.
Segundo (Petrini, 2009), nesse nível o impacto das funções de auto diagnóstico tem a
diagnóstico dos relés de proteção numéricos oferecem a oportunidade de reduzir a maioria das
manutenções planejadas.
9
Firmware define-se como conjunto de instruções operacionais programadas diretamente no hardware de um
equipamento eletrônico. É armazenado permanentemente num circuito integrado.
15
Para (Carvalheira, 2009), a modernização dos equipamentos de teste proporcionou
novas possibilidades de teste. Novos sistemas necessitam de novas habilidades. Não mais
apenas proteção e relés, mas também comunicação, software e configuração. Podem ser
pela habilidades dos testadores, por exemplo. Isto aumentou a necessidade de padronização
padrões principais podem ser diferenciados, sendo eles um padrão para testes de funções
dedicadas e um para testes dedicados à esquemas de proteção, como proteção de linha para
altas tensões, por exemplo. A determinação de um plano de teste pode ser exemplificada para
Configuração do teste.
Teste de pick-up10.
Teste da característica de operação.
Teste do tempo de operação.
Teste de restrição harmônica.
Informações gerais sobre como identificação do teste, dados do sistema e
regras.
Conexão do equipamento padronizada para atender a todos os relés.
Integração dos testes da comunicação.
Testes com disjuntor.
Unificação do protocolo de teste.
10
Teste de partida das funções de proteção sobre específicos pontos de operação. Usualmente utilizando no
comissionamento das funções de sobrecorrente, direcional e diferencial.
16
CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO
GERAL DO PROJETO
2111, porém disponibiliza outras funções integradas como sobrecorrente 51 e direcional 67.
e botões.
11
Ver anexo 1 com a Tabela ANSI das funções de proteção.
12
Dispositivos emissores de luz.
17
Figura 4– Fontral e traseira do P442
de transformador 87T, porém disponibiliza outras funções integradas como sobrecorrente 51.
botões de controle.
18
1 Switch ethernet gerenciável RSG2100 Ruggedcom
conexões traseiras, uma saída digital normalmente fechada, alimentação 88-300Vdc e 85-
264Vac portas no padrão 100FX multimode ST e portas no padrão 100TX RJ45. Switch
fiação flexível.
19
Figura 8 - Giga disjuntores de AT e BT do transformador associado ao relé P632
20
Conjunto de alimentação AC-DC:
Fibras óticas
Fiação
21
22
3.1 - PLATAFORMA LABPROTEC
Foi disponibilizada uma rede local LAN ethernet para comunicação, conforme a
norma IEC61850, por meio de um switch gerenciável ethernet e relés de proteção utilizando
meio de comunicação via fibra ótica. No presente capítulo serão apresentados estudos de
múltiplos casos empregando essa plataforma bem como serão analisados seus resultados. Na
23
3.2 - FUNCIONALIDADES DA
PLATAFORMA
Foram elaboradas duas aplicações típicas, uma para vão de transformador e outra para
plataforma Labprotec.
13
Nas figuras 16 e 17 são apresentadas as funções de proteções nativas em amarelo e em verde as funções que
requerem uma expansão para serem implementadas. Ver tabela ANSI no anexo 2.
24
CAPÍTULO 4 - TESTES E MEDIÇÕES
REALIZADOS NA PLATAFORMA
presente capítulo. No entanto, é preciso que se disponha de uma caixa de teste igual ou
para que a proteção seja comissionada. Os demais testes de comunicação, integração com
Condicionando corretamente esses sinais, pode-se utilizar para simular àqueles que são
sinalização física elétrica e a sinalização digital GOOSE, bem como a análise da influência do
caixa de teste conforme mostra-se na Figura 18 é possível injetar corrente e tensão nas
25
4.1 - TESTE DE TRIP VIA GOOSE
VERSUS VIA FIO DE COBRE
O teste comparativo de trip14 via GOOSE e via fio de cobre tem como objetivo avaliar
a segurança e a atuação efetiva das mensagens GOOSE da norma IEC61850. Para isso foi
montada uma infraestrutura com temporizador, switch ethernet, caixa de injeção de corrente e
O teste foi elaborado utilizando o hardware e software da CONPROVE e para isso foi
Foram realizados uma sequência de 30 disparos instantâneos para aferir os trips via
GOOSE e via par de cobre físico afim de comparar a diferença de tempo entre eles. Não se
pode dizer ao certo quanto tempo a caixa de injeção leva para iniciar a partida e começar a
injetar correntes e tensões trifásicas, porém o cronômetro começa a contar a partir do início
14
Trip é definido como a atuação de fato da proteção disparando a ordem de abertura do disjuntor.
15
Início da simulação.
26
O relé foi programado para partir com disparo instantâneo. Dessa forma, pode-se
comparar quantos milissegundos a mensagem GOOSE leva para sair do relé e passar pela
fibra e pelo switch e chegar à caixa, com o trip convencional físico que é acionado pela saída
A norma IEC61850 define que mensagens do tipo 1A16, ou seja, mensagens GOOSE,
demoram cerca de 3ms para serem transmitidas e, em muitos artigos, os autores falam sobre
considerar como falha um tempo maior do que 16ms para que a mensagem seja entregue no
16
Ver anexo 1, Tabela 9, linha 2.
27
Deve-se levar em consideração que o tempo de propagação de uma mensagem
óptica ou cabo de cobre, tempo de processamento interno do segundo IED, tempo de correção
nessas camadas que normalmente somam na sua totalidade em torno de 3ms e não podem
Figura 21 a existência de atrasos em cada parte do processo. Não é mensurado pelo autor
28
Verificou-se que no pior caso a diferença entre os 2 testes foi em torno de 1ms,
Tabela 1 os tempos registrados tanto para sinalização via fio quanto para via GOOSE
totalizando 30 disparos.
Fio Tempo (ms) Goose Tempo (ms) Diferença Trip Goose e Trip Físico (ms)
35,2 35,83 0,63
35,11 35,93 0,82
34,95 35,58 0,63
34,81 35,34 0,53
35,16 35,68 0,52
35,16 35,68 0,52
34,82 35,45 0,63
35,83 36,36 0,53
34,92 35,52 0,6
34,95 35,53 0,58
35,51933333 35,565 0,045666667
35,43357576 35,505 0,071424242
35,34781818 35,445 0,097181818
35,26206061 35,385 0,122939394
35,17630303 35,58 0,40369697
35,30890909 35,34 0,031090909
35,31673593 35,68 0,363264069
35,32456277 35,68 0,355437229
35,33238961 35,45 0,11761039
35,34021645 36,36 1,01978355
35,34804329 35,52 0,17195671
35,35587013 35,53 0,17412987
35,36369697 35,67133333 0,307636364
35,37152381 35,66219048 0,290666667
35,37935065 35,65304762 0,27369697
35,38717749 35,505 0,117822511
35,39500433 35,445 0,049995671
35,40283117 35,485 0,082168831
35,41065801 35,58 0,169341991
35,41848485 35,44 0,021515152
29
Observa-se na Figura 22 que no pior caso dos 30 disparos o maior atraso da
mensagem GOOSE com relação ao trip via fio foi de aproximadamente 1ms.
Figura 22 – Diferença de tempo entre o trip via GOOSE e via físico em milissegundos.
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Diferença Trip Goose e Trip Físico (ms)
Então, com essa ordem de grandeza de atraso de 1ms pode-se de fato garantir a
Outro teste interessante é o teste de sobrecarga de GOOSE tal como uma rede com
diversos relés de proteção cada um configurado com muitas mensagens a serem enviadas em
um intervalo pequeno de tempo. Por exemplo: uma grande subestação digitalizada com 20
vãos, com 1 relé por vão totalizando 20 relés. Cada um desses relés possuem 30 datasets17, ou
seja 30 mensagens diferentes. Se todas essas mensagens fossem atualizadas a cada 100ms ou
17
Conjunto de nós lógicos que armazenam informações.
30
Tabela 2 - Cálculo da taxa de mensagem por segundo
Nº Relés de Nº de Nº de Nº de Tipo do
proteção mensagens atualizações mensagens tráfego
por
segundo
Situação 1 20 x30 x4 2400 Médio
Situação 2 20 x30 x20 12.000 Pesado
seja, seria necessário um switch de 100Mbits/s no mínimo para comportar esse trafego.
mensagem e outra seria de 83,33 microssegundos, esse é o tempo que o processador deve
concluir a análise da mensagem atual para atender e analisar a próxima mensagem. Uma
pequena sobrecarga em um curto espaço de tempo seria amortecida pelas memórias dos
Foram realizados 3 testes, um com a rede sem carregamento, outro com a rede
sobrecarregada e um terceiro com separação de virtual LANs. Foi utilizado a função falha de
disjuntor 50BF com inércia18 de 100ms. Na Figura 23 mostra-se os resultados dos 3 testes em
10 disparos.
18
Inércia é a temporização utilizada na função 50BF que é da ordem de grandeza do tempo que o disjuntor demora
para concluir e sinalizar sua abertura.
31
Sendo assim mesmo em uma condição extremamente inóspita, realizada no terceiro
teste a diferença média em relação ao teste de referência com a rede sem carga foi de apenas
1,26ms em média, relativamente pequena, visto que significa menos do que um décimo de
graus, onde foram verificados as 4 zonas de proteção ajustadas tanto para curto circuitos fase-
terra como para curto circuito entre fases. Mostra-se na Figura 25 a curva característica da
32
33
Figura 25 – Software proteção distância R21
se utilizar o Excel para plotar os gráficos. Verifica-se a atuação instantânea da 1ª zona do relé
de distância P442 e observa-se na Figura 26 que o curto circuito simulado foi fase-terra. A
corrente de atuação foi de módulo 2395A e ângulo 319º da fase B para terra.
34
4.3 TESTE DE INTEGRAÇÃO DA
PLATAFORMA COM SUPERVISÓRIO
Foi realizado o teste de integração da plataforma com o supervisório SAGE utilizando o
protocolo vertical MMS para troca de informações entre os Relés de Proteção e o SCADA.
através de aquisição dos data sets e os comandos foram enviados de acordo com seus
utilizada.
Diversos testes foram realizados, tais como sinalização de abertura e fechamento, mola
35
potência ativa, reativa e fator de potência. Nas Figuras 28 e 29 pode-se observar as telas
comissionadas do supervisório.
36
Figura 29 - Tela do manutenção da plataforma
37
CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DAS
MENSAGENS GOOSE NA REDE LAN
ETHERNET DA PLATAFORMA
LAN do simulador digital em tempo real (RTDS) da UFRN, conforme a Figura 30:
configurado do RTDS. Além disso, foi adotado a máscara de rede classe B para criar a
subrede do laboratório. É importante observar que a arquitetura que foi implementada foi do
38
Para criar os arquivos CID19 que regulam a comunicação dos equipamentos sobre a
norma IEC61850 foi utilizado o IED Configurator IEC61850 da Schneider Electric. A partir
do software, foram gerados os CIDs dos relés P442 e do P632 e importados nos equipamentos
da plataforma. Nesse arquivo foram configurados: endereço de IP, máscara de rede, datas
para alcançar um nível de confiabilidade adequado que consiste em repetir a mensagem por
diversas vezes em forma de rajada. A cada nova tentativa o tempo de espera é dobrado, de
modo a minimizar as colisões, até atingir um valor máximo definido por um parâmetro
chamado Tmax da ordem de segundos. Depois de atingido esse valor máximo a mensagem é
repetida infinitamente, mantendo esse último intervalo, se o sinal for descontinuado o receptor
está ocorrendo, ou seja o valor permanece constante e a mensagem é apenas repetida com um
19
Arquivos que contêm conjuntos de ajustes e registros de todas as configurações de comunicação de um relé bem
como as informações que esse dispositivo disponibilizará e coletará na rede ethernet,
20
Conjunto de relatórios de controle ajustáveis que contêm as informações dos datas sets.
39
Após o acontecimento de um evento, um trip por exemplo, no momento de uma falta, o
relé imediatamente envia uma mensagem GOOSE informando a mudança do estado da variável
que será incrementado até chegar no Tmax e entrar em regime permanente. Essa característica
40
Foi utilizado software livre wireshark para realizar a aferição e coleta das mensagem
41
CAPÍTULO 6 - ESTUDO DE
VIABILIDADE DE TRABALHOS
FUTUROS
Visando reduzir o DEC e FEC das distribuidoras de energia elétrica, a corrida por
soluções automáticas de recomposição de carga vem crescendo nos últimos anos. Da mesma
forma, a dependência entre a operação de sistemas e a comunicação das subestações está cada
vez mais intimamente relacionada. Durante ocorrências intempestivas, certas decisões não são
controle das subestações devem estar preparados para tomar decisões preliminares mediante
uma contigência.
Labprotec poderá ser utilizada no futuro para desenvolver e testar algoritmos e lógicas de
automatismo para subestações de energia elétrica. Neste capítulo serão apresentadas propostas
42
6.1 TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA
DE LINHAS
Para atender aos indicadores de qualidade do fornecimento de energia elétrica, as
interrupções de tensão nas subestações não podem ter duração maior do que três minutos;
de vão que usa mensagens GOOSE para receber e transmitir informações entre os demais Relés
automaticamente para evitar que algum outro esquema de intertravamento possa interferir
A lógica requer indicações redundantes da posição dos disjuntores gerais de alta e dos
disjuntores das linhas adjacentes à linha principal da subestação, as quais são coletadas pelo
controlador de vão das linhas e dos transformadores. Os relés associados aos transformadores
a verificação e correção das inconsistências das informações dos relés associados aos vãos.
43
No anexo 4 mostra-se em caráter sequencial uma proposta para transferência
NTD23.
3. Será enviado um comando de limpa barra de 69kV via GOOSE para SE Igapó
21
Subestação Extremoz II
22
Subestação Igapó
23
Subestação Natal II
44
6.2 PARALELISMO AUTOMÁTICO DE
TRANSFORMADORES
O esquema de paralelismo automático de transformadores consiste em operações
condição normal de operação. O objetivo deste automatismo é evitar erros humanos que
pois além de envolver a troca de mensagens GOOSE, é necessário que mensagens MMS
Jiqui:
demanda atual de potência para o gateway via mensagens MMS. A soma da demanda atual
dos transformadores deve ser menor que o limite da potência máxima do transformador que
2. Quando a lógica é iniciada, uma mensagem GOOSE é enviada para os demais relés
45
4. O gateway envia comandos, via mensagens MMS, para os controladores do
mesma posição.
transformadores.
potência para abrir o disjuntor 11T1, localizado no lado de baixa tensão do transformador
02T1.
potência para abrir o disjuntor 12T1, localizado no lado de alta tensão do transformador 02T1.
possam retornar o controle da tensão para a posição automática. Nesta etapa, o transformador
10. O passo final deste automatismo é o desbloqueio dos neutros envolvidos e dos
46
6.3 LÓGICA DE RECOMPOSIÇÃO DE
BARRA AUTOMÁTICA
cargas. Com a IEC61850 essa recomposição pode ser feita em segundos não impactando no
DEC e FEC. Seria uma grande sugestão para trabalhos futuros implementar uma lógica que
automática das proteções e como resultado produzirá uma sequência de ordens de chaveamento
bloqueada.
47
2. Verificação das proteções de todos os alimentadores vinculados a essa barra: 21Y1,
21N9, 21N8, 21N7, 21N6; bem como de todos os bancos de capacitores vinculados a
banco de capacitor.
4. Em seguida, seriam abertos todos os equipamentos ligados a barra 01B2 através de uma
21Y1, 21N9, 21N8, 21N7, 21N6 bem como 11H6, 11H4, 11H3.
7. Por fim, o gateway verificaria o nível de tensão na barra 01B2 e a demanda de reativo e,
48
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
elétrica.
setor elétrico de forma contextualizada, bem como obteve caráter bem prático, uma vez que
das mensagens GOOSE em relação à sinalização convencional com o meio físico par trançado.
final com menos de um décimo de ciclo de onda, mostrando que as mensagens de alta
prioridade não são afetadas. No pior caso foi verificado que o atraso das mensagens não
ultrapassaram os 3ms estabelecido pela norma, ou seja, 5 vezes menor que 1 ciclo de onda de
16ms.
49
O trabalho mostra-se inovador visto que desenvolveu uma plataforma didática que
pode ser aplicada em estudos alinhados com a norma IEC61850. A crescente necessidade de
automatismos e intertravamentos lógicos dentro de uma subestação abrem portas para trabalhos
futuros com sistemas de controle das subestações que devem estar preparados para tomar
centro de controle e as subestações remotas. Aplicações bem ajustadas devem ser capazes de
poderão criar lógicas e testá-las na sua plenitude, como as sugeridas neste trabalho:
50
REFERÊNCIAS
1. BEHRENDT. Relay-to-Relay digital logic communication for line protection,
3. BASS W. “Life-time Maintenance Strategies for SA Systems today and tomorrow”, Study
Blucher.
agentes para proteção de sistemas elétricos de potência. São Carlos: Escola de Engenharia de
51
São Carlos, Universidade de São Paulo, 2005.
14. HOGA e SKARE, IEC61850 Projects in germany and switzerland. IEEE: 0-7803-
9193-04,2006.
Ltda 2003.
52
2006.
Dados.
04932/06,2006.
2007.
33. SCHWABE S., OMICRON, “New Approach to Simulation Based Type Testing of Protection
34. WOODWARD. The Hows and Whys of Ethernet Networks in Substations Pullman:
53
54
ANEXO 1 - NORMAS E
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
A norma IEC 61850 foi desenvolvida ao longo de um período de aproximadamente 10
anos, tendo sido iniciada em 1995. Foi o resultado do esforço de vários especialistas em
automação industrial ao redor do mundo. No início foram utilizadas duas forças de trabalho
mundiais, a primeira a UCA, que representava o Eletric Power Research Institute, em Palo
Alto (Califórnia – EUA), enquanto na Europa os trabalhos eram conduzidos pelo TC57, um
grupo de trabalho do IEC que tem como ênfase as atividades relacionadas ao gerenciamento
mestre-escravo, estes sempre tentaram suprir as necessidades básicas dentro das subestações,
comunicação, desta forma foram criados Grupos de Trabalhos (WG10, WG11 e WG12),
como resultado destes fora elaborada a série IEC 61850 – Redes de Comunicação e Sistemas
Communication Architecture).
55
O objeto do IEC é promover cooperação internacional em todas as questões em
A série IEC 61850 não pretende resolver todos os problemas internos de uma
fabricantes possam ser interoperável, além de propor uma solução unificada para aplicações
relacionadas às subestações, permitindo o uso e a troca irrestrita de dados a fim de que sejam
Tornando-se assim uma nova proposta tecnológica que poderá revolucionar os Sistemas de
Os relés digitais, que eram determinados por uma função principal e que tinham
inúmeras vantagens são conseguidas com uma redução drástica de cabos, interfaces e
equipamentos intermediários.
56
DEFINIÇÃO GERAL DA NORMA IEC61850
A norma IEC 61850 (International Electrotechnical Commission), tomada como base
como base para realização deste trabalho é subdividida em 10 partes conforme a Tabela 3 a
seguir:
Glossário Parte 2
Tabela 4 a seguir:
57
Tabela 4 - Cronologia da Norma IEC61850
58
A norma IEC61850 estabelece um padrão aberto, permitindo salvaguardar os
de vão. Particularmente, esta norma não apenas estabelece o mais avançado e universal
padrão para comunicação, mas também um padrão orientado a sistemas para automação de
de dados. Para isso, todas as funções na subestação foram divididas em objetos menores
denominados nós lógicos que comunicam entre si e possuem todas as informações a serem
a Interoperabilidade:
Por meio da leitura da norma e de diversos artigos publicados sobre o tema pode-se
constatar que a IEC61850 utiliza basicamente quatro conceitos para atingir seus objetivos:
Nós Lógicos, dados estruturados, Linguagem SCL e mapeamento de serviços abstratos para
protocolos.
Modelo subdividido em nós lógicos com acrônimos de 4 letras para descrever uma função de proteção.
Tratativas de comunicação entre equipamentos imersos na arquitetura da subestação, mostra-se exemplos de
serviços de comunicação na Tabela 7.
Habilidade dos relés de proteção de um ou diversos fabricantes em trocar informações e utilizar as informações
para suas próprias funções.
59
As Funções de automação, proteção ou medição, são decompostas em nós lógicos,
total de 92 nós lógicos. Eles são identificados por um acrônimo de quatro letras que possui
___________________
A Lista completa dos nós lógicos, bem como seu acrônimo correspondente IEEE C37.2-1996 e sua
descrição são feitos na IEC61850-5 (Cap. 5).
60
Os nós lógicos fornecem diversas informações que seguem um modelo de dados
Figura 35:
Percebe-se que suas informações seguem uma estrutura em árvore, na qual no primeiro
nível estão os dados. O nó lógico XCBR apresenta um dado “Pos” que traz informações sobre
a posição e controle do disjuntor, ou seja, cada dado possui uma série de atributos. A
IEC61850 define 92 nós lógicos fazendo uso de aproximadamente 450 classes de dados.
foi constatada a necessidade de uma linguagem formalizada entre todos os relés de proteção,
para isso foi definida uma linguagem padronizada de configuração de subestação chamada de
linguagem UML.
61
O campo de atuação da linguagem SCL, conforme definido na norma IEC61850-6 é
62
Figura 36 - Modelo de referência para fluxo de informações no processo de engenharia com a
linguagem SCL.
IED somente poderá ser considerado compatível com a IEC61850 se ele vier acompanhado de
um arquivo ICD que descreva suas características ou por uma ferramenta capaz de gerar este
arquivo ICD.
objeto como ACSI (Abstract Communication Service Interface) que faz uso de dois modelos
____
63
Existem 14 grandes grupos de modelos de serviço conforme observado na Tabela 6:
24
A definição completa dos modelos de serviços e dos serviços disponíveis por cada modelo pode ser
encontrada na IEC61850-7[Cap. 7]. A Norma faz uso do modelo de referência OSI (ISSO/IEC 7498-1) e de
diversos protocolos padrões, dentre eles o MMS, o SNTP, e o TCP/IP.
64
medição inválido
Configuração do Define como mudar de um grupo de SelectAtiveSG
grupo de controle ajuste de configuração para outro e SelectEditSG
como editar tais grupos. SetSGValues
ConfirmEditSGValues
GetSGValues
GetSGCBValues
Notificação ou Descreve as condições para se gerar Buffered RCB:
log notificações automáticas, sejam Report
periódicas ou disparadas por eventos. GetBRCBValues
(mudança de variáveis do processo) SetBRCBValues
e registro de evento. UnBuffered RCB:
A notificação pode ser enviada Report
imediatamente (Unbuffered) ou com GetBRCBValues
um tempo (Buffered). SetBRCBValues
Evento Genérico Provê uma rápida e confiável GOOSE CB:
de Subestação distribuição de dados; troca de status SendGOOSEMessage
Orientado a binários dos Relés de Proteção no GetGoReference
Objeto (GOOSE) modelo comunicação peer-to-peer. GetGOOSEElementNumber
Eventos genéricos da subestação GetGoCBValues
orientados a objeto (GOOSE): SetGoCBValues
suporta a troca de uma vasta gama de
dados comuns organizados por um
data-set.
Transmissão de Rápida e cíclica transferência de Multicast SVC:
valores amostras, por exemplo, de SendMSVMessage
amostrados transformadores de instrumentação GetMSVCBValues
TC e TP. SetMSVCBValues
Unicast SVC:
SendUSVMessage
GetUSVCBValues
SetUSVCBValues
65
Controle Descreve os serviçoes para controlar, Select
por exemplo, dispositivos ou grupos SelectWithValue
de parâmetros de configuração. Cancel
Operate
ComandTermination
TimeActtivatedOperate
Tempo e Provê a base de tempo para TimeSynchronization
sincronização de dispositivo e o sistema
tempo
Transferência de Define a troca de blocos de dados GetFile
arquivo como arquivos SetFile
DeleteFile
GetFileAttributeValues
66
O modelo de referência OSI é baseado no conceito de camadas de comunicação
sobrepostas, cada uma com uma função específica. São detalhadas no total 7 camadas que
podem ser agrupadas em 2 perfis: Aplicação e Transporte conforme mostrado na Figura 37:
As combinações de vários protocolos nas camadas que compõem cada perfil permitem
apenas o Status dos dados, está cada vez mais entrando em desuso devido a
Proteção.
67
Para a configuração cliente/servidor, por exemplo, são definidos os seguintes serviços
Camada do Especificação
Modelo OSI
Specification
Service Element
Presentatition
Session
68
Tabela 8 - Serviços e protocolos utilizados pelo perfil de transporte TCP/IP e da configuração
cliente - servidor
Protocol
Protocol
networks
Access Interface
system 100Base-FX
2 e IEC 60874-10-3.
69
Os principais serviços de comunicação definidos pela norma IEC61850 são:
Os serviços mais relevantes para integração de relés de proteção nos sistemas digitais
de controle via IEC61850 estão destacados na Tabela 9. As mensagens SMV e GOOSE são
mapeadas diretamente para a camada ethernet, desta forma elimina-se as restrições de tempo
que poderiam ter ao passar por outras camadas intermediárias com acréscimo dos tempos de
dados.
sua prioridade como restrições críticas a atraso, velocidade, arquivos, dados em rajadas e
70
Tipo 1: mensagens curtas que contém dados de comandos, estados. O receptor deverá
Tipo 1A: possui requisitos de tempo de maior prioridade comparados com os outros
Tipo 2: mensagens que não possui tempo de envio crítico, porém possui restrições de
Tipo 6: utilizado para sincronizar os relógios dos relés de proteção, podendo ser
71
ANEXO 2 – Tabela ANSI
1 Elemento Principal
2 Relé de partida ou fechamento temporizado
3 Relé de verificação ou interbloqueio
4 Contator principal
5 Dispositivo de interrupção
6 Disjuntor de partida
7 Relé de taxa de variação
8 Dispositivo de desligamento da energia de controle
9 Dispositivo de reversão
10 Chave comutadora de sequência das unidades
11 Dispositivo multifunção
12 Dispositivo de sobrevelocidade
13 Dispositivo de rotação síncrona
14 Dispositivo de subvelocidade
15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade e/ou frequência
16 Dispositivo de comunicação de dados
17 Chave de derivação ou descarga
18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração
19 Contator de transição partida-marcha
20 Válvula operada eletricamente
21 Relé de distância
22 Disjuntor equalizador
23 Dispositivo de controle de temperatura
24 Relé de sobreexcitação ou Volts por Hertz
25 Relé de verificação de Sincronismo ou Sincronização
26 Dispositivo térmico do equipamento
27 Relé de subtensão
28 Detector de chama
29 Contator de isolamento
30 Relé anunciador
31 Dispositivo de excitação
72
32 Relé direcional de potência
33 Chave de posicionamento
34 Dispositivo master de sequência
35 Dispositivo para operação das escovas ou curto-circuitar anéis coletores
36 Dispositivo de polaridade ou polarização
37 Relé de subcorrente ou subpotência
38 Dispositivo de proteção de mancal
39 Monitor de condições mecânicas
40 Relé de perda de excitação ou relé de perda de campo
41 Disjuntor ou chave de campo
42 Disjuntor / chave de operação normal
43 Dispositivo de transferência ou seleção manual
44 Relé de sequência de partida
45 Monitor de condições atmosféricas
46 Relé de reversão ou desbalanceamento de corrente
47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão
48 Relé de sequência incompleta / partida longa
49 Relé térmico
50 Relé de sobrecorrente instantâneo
51 Relé de sobrecorrente temporizado
52 Disjuntor de corrente alternada
53 Relé para excitatriz ou gerador CC
54 Dispositivo de acoplamento
55 Relé de fator de potência
56 Relé de aplicação de campo
57 Dispositivo de aterramento ou curto-circuito
58 Relé de falha de retificação
59 Relé de sobretensão
60 Relé de balanço de corrente ou tensão
61 Sensor de densidade
62 Relé temporizador
63 Relé de pressão de gás (Buchholz)
64 Relé detetor de terra
65 Regulador
73
66 Relé de supervisão do número de partidas
67 Relé direcional de sobrecorrente
68 Relé de bloqueio por oscilação de potência
69 Dispositivo de controle permissivo
70 Reostato
71 Dispositivo de detecção de nível
72 Disjuntor de corrente contínua
73 Contator de resistência de carga
74 Relé de alarme
75 Mecanismo de mudança de posição
76 Relé de sobrecorrente CC
77 Dispositivo de telemedição
78 Relé de medição de ângulo de fase / proteção contra falta de sincronismo
79 Relé de religamento
80 Chave de fluxo
81 Relé de frequência (sub ou sobre)
82 Relé de religamento de carga de CC
83 Relé de seleção / transferência automática
84 Mecanismo de operação
85 Relé receptor de sinal de telecomunicação (teleproteção)
86 Relé auxiliar de bloqueio
87 Relé de proteção diferencial
88 Motor auxiliar ou motor gerador
89 Chave seccionadora
90 Dispositivo de regulação (regulador de tensão)
91 Relé direcional de tensão
92 Relé direcional de tensão e potência
93 Contator de variação de campo
94 Relé de desligamento
95 Usado para aplicações específicas
96 Relé auxiliar de bloqueio de barra
97 à 99 Usado para aplicações específicas
150 Indicador de falta à terra
AFD Detector de arco voltaico
74
CLK Clock
DDR Sistema dinâmico de armazenamento de perturbações
DFR Sistema de armazenamento de faltas digital
ENV Dados do ambiente
HIZ Detector de faltas com alta impedância
HMI Interface Homem-Máquina
HST Histórico
LGC Esquema lógico
MET Medição de Subestação
PDC Concentrador de dados de fasores
PMU Unidade de medição de fasores
PQM Esquema de monitoramento de potência
RIO Dispositivo Remoto de Inputs/Outputs
RTU Unidade de terminal remoto / Concentrador de Dados
SER Sistema de armazenamento de eventos
TCM Esquema de monitoramento de Trip
SOTF Fechamento sob falta
50N - sobrecorrente instantâneo de neutro
51N - sobrecorrente temporizado de neutro ( tempo definido ou curvas inversas)
50G - sobrecorrente instantâneo de terra (comumente chamado 50GS)
51G - sobrecorrente temporizado de terra (comumente chamado 51GS e com tempo definido
ou curvas inversas)
50BF - relé de proteção contra falha de disjuntor (também chamado de 50/62 BF)
51Q - relé de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa com tempo definido ou curvas
inversas
51V - relé de sobrecorrente com restrição de tensão
51C - relé de sobrecorrente com controle de torque
50PAF - sobrecorrente de fase instantânea de alta velocidade para detecção de arco voltaico
50NAF - sobrecorrente de neutro instantânea de alta velocidade para detecção de arco voltaico
59Q - relé de sobretensão de seqüência negativa
59N - relé de sobretensão residual ou sobretensão de neutro (também chamado de 64G) ,
calculado ou TP em delta aberto
64 - relé de proteção de terra pode ser por corrente ou por tensão. Os diagramas unifilares
devem indicar se este elemento é alimentado por TC ou por TP, para que se possa definir
corretamente. Se for alimentado por TC, também pode ser utilizado como uma unidade 51 ou
61. Se for alimentado por TP, pode-se utilizar uma unidade 59N ou 64G. A função 64 também
pode ser encontrada como proteção de carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo aplicada em
transformadores de força até 5 MVA.
67N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou temporizado)
67G - relé de sobrecorrente direcional de terra (instantâneo ou temporizado)
67Q - relé de sobrecorrente direcional de seqüência negativa
78 - Salto vetorial (Vector Shift)
75
ANEXO 3 - MEMORIAL DESCRITIVO
O presente projeto discorre sobre uma plataforma didática compatível com a norma
uma rede controlada por um switch gerenciável ethernet para troca de informações via
GOOSE. Como resultado são analisados as oscilografias registradas pelos IED’s e os quadros
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Desenvolver e implementar o projeto de uma plataforma com relés de proteção e
arquitetura de rede viável para testes com base na norma IEC61850.
2. Configurar comunicação de todos os equipamentos envolvidos na rede ethernet via
IEC61850, relés de proteção P442 e P632, Switch Gerenciável Ruggedcom RSG2100.
3. Configurar a proteção dos relés envolvidos P442 e P632 Schneider Electric.
4. Aferir e comissionar os ajustes de proteção implementados nos relés instalados na
plataforma.
5. Visualizar com Wireshark (software livre) as mensagens GOOSE e MMS na rede
ethernet LAN.
6. Detalhar o quadro das mensagens GOOSE e das mensagens MMS.
7. Produzir memorial descritivo do painel de proteção bem como manual de operação.
76
LOCALIZAÇÃO DO PROJETO
A plataforma foi construída no Laboratório de Qualidade de Energia localizado no
Foram utilizados 2 relés doados pela Schneider Electric: P442 distância e o P632
e um roteador. Também foram utilizadas 3 fibras ópticas multimodo com conectorização ST-
ST e cabos de cobre CAT-3 com conectores RJ45 para interligar os equipamentos envolvidos.
VARIAC que foi ajustado para disponibilizar na saída 125V DC com auxílio de um capacitor
25
Ruído causado devido oscilação na retificação do sinal alternado.
77
PROJETO EM CAD DO PAINEL DA
PLATAFORMA (LAPROTEC)
Nas figuras 39 a 46 apresenta-se o projeto em autocad da plataforma
78
Figura 40 - Interligação Giga 12L1
79
Figura 41 - Interligação 12T1
80
Figura 42 - Interligação 11T1
81
Figura 43 - Diagrama unifilar plataforma Labprotec
82
Figura 44 - Diagrama funções de proteção Labprotec
83
Figura 45 – Detalhamento dos cartões de interface analógica e digital MiCOM
84
Figura 46 - Arquitetura de comunicação da plataforma
85
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA
PLATAFORMA LABPROTEC
Além da escolha dos Relés de Proteção, para o perfeito funcionamento do sistema,
de funções consagradas de proteção, possui placa eletrônica de interface de rede ethernet capaz
de receber e enviar mensagens GOOSE bem como enviar reportes de mensagens MMS para o
supervisório. Possui uma arquitetura interna com conversores analógicos e digitais, display,
botões de interface, bornes de entrada e saída digital e analógica, estrutura modular na maioria
dos fabricantes bem como interfaces seriais com conectores db9 ou usb.
para o sistema de controle digital a posição atual e após ocorrência do disjuntor. As gigas de
teste são formadas por conjuntos de atuadores, relés auxiliares, bornes conectados em trilho din
86
Fonte de Alimentação
equipamentos, desde os relés de proteção quanto o switch e as gigas de teste foram alimentadas,
com um sinal 125VCC através dessa fonte. Durante a fase de teste foi verificado um pequeno
ruído na saída da fonte que foi corrigido adicionando um filtro passa baixa na saída da fonte
variac 125VCC.
Supervisório SCADA
O supervisório SCADA testado junto com a plataforma foi o SAGE em conjunto com a
COSERN. Foi solicitado uma licença acadêmica para estudo, porém o CEPEL informou via
notificação que a entidade não tem nenhum interesse acadêmico, portanto não está distribuindo
proteção, sinalização na lista de alarmes e nas telas unifilares, tanto de pontos digitais como
analógicos.
Hub
Hub é um equipamento com várias portas. Trabalha retransmitindo todos os dados que
recebe em uma porta para todas as outras portas. Operando na camada física, permite a
topologia barramento. Os Hubs somente operam no modo half-duplex e têm um MTBF médio
de 118,9 anos.
87
Switch
em uma porta e determina a entrega somente para os endereços dos destinatários. Um switch
dados está intacto, o switch retransmite para porta destino, baseado no dado de endereçamento
incluído no pacote e os endereços associados a cada porta do switch. O switch ethernet possui
um MTBF médio de 11.5 anos, sendo recomendável que os switches sejam gerenciáveis e
atendam aos requisitos das normas IEC 61850, IEEE 1613, para aplicações de SLAN (Security
LAN). Deverão possuir taxa zero de colisão de dados e serem concebidas sem ventiladores ou
partes móveis, ou seja, refrigeração por convecção ainda é recomendável que possua interfaces
monitoramento com alarme através de um contato onde esta função deverá monitorar tanto o
Roteador
Um roteador é um dispositivo multiplexador inteligente utilizado para conectar duas
redes, uma na outra. Ele pode ser um dispositivo complexo, com muitas funções. Ele opera na
camada de Rede. Os roteadores ethernet possuem um MTBF médio de 9,5 anos, porém com
88
Gateway
É o nome dado ao dispositivo de rede que tem por função regular o tráfego entre redes
distintas e podendo impedir a transmissão de dados nocivos ou não autorizados de uma rede a
outra. Dentro deste conceito incluem-se, geralmente, os firewall de filtros de pacotes e proxy de
protocolos, sendo utilizado para evitar que o tráfego não autorizado possa fluir de um domínio
contra invasões, o firewall não possui capacidade de analisar toda a extensão do protocolo,
ficando geralmente restrito ao nível 4 da camada OSI, estes existem na forma de software e na
complexidade das regras que autorizam o fluxo de entrada e saída de informações e do grau de
segurança desejado.
comunicação ethernet de forma segura entre redes privadas, possuir interoperabilidade com
outros dispositivos utilizados pela TI, sistemas de controle e supervisão sobre Protocolo Internet
Seguro (IPsec) Rede Privada Virtual (VPN). Essas unidades deverão proteger redes privadas de
tráfegos maliciosos com firewall completo e forte controle de autenticação para acesso. Deverá
89
INFRAESTRUTURA E MONTAGEM
PRÁTICA
A infraestrutura foi montada em um painel com hack 19’’ onde foram montadas 2 gigas
e os relés de proteção. Foi implementada uma infraestrutura de rede LAN com auxílio de um
roteador convencional para gerenciar e controlar o acesso aos equipamentos. Foram instalados
26
Estação de trabalho onde todos os softwares dos equipamentos são instalados
90
MANUAL DE OPERAÇÃO DA PLATAFORMA
da fonte Variac. Em seguida o disjuntor Q1 que inicia todo o processo de alimentação do painel
91
CONFIGURAÇÃO DOS RELÉS DE
PROTEÇÃO P442 E P632
A primeira configuração deverá ser feita de forma serial através de um cabo serial
RS232 do tipo cruzado, conector DB9 tanto para o P442 quanto para o P632 conforme observa-
se na Figura 49.
acesso aos Relés de Proteção tanto para realizar ajustes de parâmetros de proteção quanto para
configuração de comunicação frontal para envio dos primeiros ajustes com taxa de transmissão
92
Figura 50 - Micom S1 Studio Software
comunicação.
93
Mostra-se na Figura 52 parte da configuração da lógica implementada no relé P442,
94
CONFIGURAÇÃO DO SWITCH
ETHERNET
A primeira configuração do switch ethernet foi feita por meio de um cabo especial de
Caso o computador não tenha porta serial RS232-DB9, pode-se utilizá-lo, em conjunto
recentes Windows 7 e 8, o usuário deverá utilizar o cliente Telnet que preferir. Uma sugestão é o
cliente PuTTY Telnet que é um software livre, assim que estiver conectado com o switch
95
Figura 54 - Tela de acesso as configurações do SW Ruggedcom
O user name e a senha é admin, após o login o usuário terá acesso a todas as
96
Pode-se observar na Figura 56 que este switch apresenta 4 portas ativas, duas portas
com conexão via par trançado de cobre RJ45 no padrão 100TX, uma conectada com o RTDS e a
outra com a workstation; duas portas de fibra ótica com conectores ST multimodo no padrão
100FX conectadas com os relés de proteção P442 e P632. As outras 15 portas estas em modo de
97
DIAGRAMAS DE INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA
Os diagramas de interligação a seguir mostram as aplicações disponíveis em cada IED
conforme seu fabricante bem como suas opcionais, observam-se as interligações dos TCs e TPs
Pode-se observar que o IED P442 apresenta uma multifuncionalidade acentuada com
outras ao mesmo tempo corrente e tensão para efetuar os cálculos dos seus algoritmos.
O P442 apresenta uma característica modular com relação a sua estrutura, separando
fisicamente o barramento de proteção dos outros dispositivos como leds, dispositivo de medida
tensão como de corrente, totalizando três entradas de tensão para conexão do TP da barra e 1
entrada de tensão para conexão do TP da linha, mais três entradas de corrente para conexão do
98
Mostra-se o diagrama do P632 na Figura 58. O equipamento apresenta disponibilidade
gerais de baixa, também apresenta estrutura modular bem identificada separando as ilhas de
Apresenta conexão física para TCs dos 3 enrolamentos bem como os possíveis neutros
referência. O somatório das correntes de cada enrolamento é feita virtualmente dentro do IED
sequência zero em todos os fasores para garantir a correta operação do relé diferencial.
99
ANEXO 4 –TRANSFERÊNCIA
AUTOMÁTICA DE LINHAS
Figura 59 - Fluxograma Transferência Automática de Linhas
100
Figura 60 - Regional Extremoz II
101
ANEXO 5 – PARALELISMO
AUTOMÁTICO DE
TRANSFORMADORES
Figura 61 - Fluxograma Lógica de Paralelismo de Transformadores
102
Figura 62 - Unifilar do SAGE na SE Jiqui
103
104
ANEXO 6 – RECOMPOSIÇÃO DE
BARRA AUTOMÁTICA
Figura 63 - Fluxograma Recomposição Automática de Barras
105
Figura 64 - Recomposição Automática da barra 01B2
..
106
ANEXO 7 - CÁLCULO E
DIMENSIONAMENTO DE PROTEÇÃO
Os Relés de Proteção apresentam uma extensa cadeia de funcionalidades de proteção
Casamento de amplitude
Identificação de vetores
transformador de 25MVA.
107
𝑺𝑵𝒐𝒎 𝑰𝑻𝑪−𝑵𝒐𝒎 𝟏𝟐𝟎𝟎
𝑰𝒃𝒂𝒔𝒆𝑩𝑻 = = 𝟏𝟎𝟒𝟔𝑨 ; 𝑲𝑩𝑻 = = 𝟏𝟎𝟒𝟔 ∗ 𝟐. 𝟎𝟖 = 𝟐. 𝟑𝟗𝑨
√𝟑∗𝑽𝒏𝒐𝒎 𝑨𝑻 𝑰𝒃𝒂𝒔𝒆 𝑩𝑻
fasores de corrente do secundário com os fasores de corrente do primário, já que estes de forma
O Filtro de sequência zero é um operação realizada pelo relé para retirar a sequência
zero dos fasores. É aplicado para o lado em que estiver conectado a estrela aterrada, no intuito
108
Após realizar as 3 operações básicas do relé diferencial o IED realiza o cálculo do TAP
do relé diferencial através da formula a seguir:
𝑺𝑀𝑉𝐴
𝑻𝑨𝑷 = *C
√𝟑∗𝑽𝐿 ∗𝑹𝑻𝑪
Mostra-se na Tabela 10 o cálculo do tap da proteção 87 tanto do lado de alta quando para
o lado de baixa.
Enrolamento AT BT
MVA 25000000VA 25000000VA
VL 69000V 13800V
RTC 100 240
C 1 1
TAP 2,09191 4,358146
O ajuste da proteção 87T deverá ser o menor possível para aumentar a sensibilidade porém alto
o bastante para evitar operações em regime permanente devido a erros de TC devido a saturação.
𝟎, 𝟏 ∗ 𝑰𝒔𝒏𝒐𝒎
𝟖𝟕𝑻 ≥
𝑻𝑨𝑷
87T=Pick up proteção diferencial
Tabela 11 - 87T
Enrolamento AT BT
Is 5 5
TAP 2,09191 4,358146
87T 0.239 0.1147
87T=0,25pu
109
O slop 1 e slop 2 devem ser projetados prevendo as variações de corrente da mudança de
tap do comutador de tap, saturação dos TCs e erros dos relés Relés de Proteção.
No pior caso a corrente diferencial apresentara erro de acordo com a equação a seguir:
(𝟏 − ε) (𝟏 − 0.05)
𝑰𝒅𝒊𝒇𝒇 = (𝟏 + ε) − = (𝟏 + 0.05) − = 𝟏𝟒. 𝟓𝟐%
(𝟏 + α) (𝟏 + 0.05)
| 𝐼1| + |𝐼2|
𝐼𝑑𝑖𝑓𝑓 = |𝐼1 − 𝐼2| ; 𝐼𝑟𝑒𝑠𝑡 = ; 𝐼𝑜𝑝𝑒𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑆𝐿𝑃1 ∗ 𝐼𝑟𝑒𝑠𝑡
2
Ex:
I1=(𝟏 + ε) = 1,05𝑝𝑢
(𝟏 − ε)
𝐼2 = − = −0.9048𝑝𝑢
(𝟏 + α)
𝐼𝑑𝑖𝑓𝑓 = |𝐼1 − 𝐼2|= 0.1452pu
| 𝐼1|+|𝐼2|
𝐼𝑟𝑒𝑠𝑡 = =1.955/2= 0.977pu
2
Com k=0.5
Ioper = 0.5*0.30*0.977=0.1465 pu
Com k=1
110
Ioper = 1*0.30*0.977=0.2931 pu
Slope 1 = 30%.
Slope 2 = 50%
111
FUNÇÕES DE SOBRECORRENTE (50/51/50N/51N//51NS/51Q)
sistema e isola-los antes que danos permanentes possam ser causados. Existem dois tipos de
função de curtos-circuitos.
digitais de proteção uma vez que para a maioria dos relés existem diferenças no bloco de
função que irá reconhecer cada um dos tipos de falta. Para a detecção de correntes de fase, são
utilizados blocos de sobre corrente de fase (50/51), enquanto que para as correntes de terra são
Durante a corrente de carga, não deve ocorrer atuação desta função. Isto é, a função de
Este tipo de relé é conectado ao secundário dos TCs, dessa foram são acionados com
proporção pode ser 1A ou 5A), ou seja, a corrente que circula pelo elemento protegido.
No que diz respeito à característica de tempo desse tipo de função existem duas opções,
o relé pode ser de atuação instantânea (50) ou temporizada (51). O relé de atuação instantânea
recebe essa denominação pois sua operação não introduz um atraso intencional a operação do
sistema de proteção quando o limite de corrente estipulado é atingido, por outro lado relés
temporizados operam segundo uma curva tempo x corrente e podem ainda ser sub divididos
112
Normalmente inverso
Muito inverso
Extremamente inverso
estabelecido dentro de em tempo definido, enquanto para o relé de tempo inverso a atuação da
proteção ocorre com base em uma relação inversa entre corrente e tempo, dessa forma quanto
maior a sobre carga do sistema mais rapidamente a proteção deve atuar. Para esse tipo de relé
pode ser definido um valor instantâneo de operação, ou seja, a partir de um valor definido de
sobre carga do sistema o relé passa a atuar de forma instantânea e não mais temporizada.
No caso dos relés eletromecânicos todos os ajustes de proteção precisavam ser definidos
introdução da tecnologia digital essa função se tornou muito mais versátil uma vez que a região
de operação pode ser definida a partir de uma grande quantidade de curvas normalizadas (norma
IEC e ANSI) e definindo o tempo de atuação a partir de equação, Tabela 12 e da Figura 70.
𝒌
𝒕= ∗ 𝑻𝑴𝑺
𝑰 𝒂
(𝑰𝒔) − 𝟏
k = Coeficiente Tabela 1
I = Corrente no relé
𝑎 = Coeficiente Tabela 1
113
Tabela 12 - Tabela de coeficiente de operação função de sobrecorrente
Condições operativas
Operação normal: Nessas condições as corrente que circulam nas três fases do
sistema opera de forma normal a corrente residual e de neutro dos equipamentos deve
tender a zero. Outra condição é que a corrente medida no secundário do TCs tenha
corrente (“Pick-up” mínimo). Se todos esses critérios forem obedecidos o relé deve
maiores que a condição normal de carga do sistema. As correntes lidas pelos TCs
porção do sistema com problema. Mesmo nesse caso não existe corrente no neutro do
elevado apenas para as fases em curto. Neste caso será gerado um desequilíbrio à
terra, dessa forma o retorno da corrente das fases em curto se dará através do neutro
114
do sistema. Nas condições descritas há a atuação das funções 50/51 e 50/51N.
A função 51Q tem por finalidade a detecção do desbalanço entre as correntes que
circulam nas três fases do sistema, através da corrente de componente negativa na corrente.
Curtos-circuitos fase-terra;
Esse evento pode ser causado tanto por uma fase aberta quanto por curto circuito mono
corrente de sequência negativa no sistema. Para o caso da fase aberta a intensidade da corrente
Contudo existe uma grande dificuldade para estimar o valor da corrente de sequência
negativa que deve iniciar a atuação da proteção, essa dificuldade também se aplica ao cálculo do
tempo de atuação, em função das variáveis que envolvem esse tipo de situação como por
A função 51NS apresenta característica de tempo definido e tem por finalidade detectar
pequenas fugas de corrente permanente no sistema elétrico de potência, esta função de proteção
apresenta ajuste fixo, na maioria das vezes, com o tap muito pequeno aproximadamente igual a
12A e um tempo definido longo de 6 a 12s, essa condição pode ser capaz de visualizar pequenas
Arvore na rede
Isoladores perfurados
115
Condutor tocando na cruzeta ou estrutura
Para realizar os ajustes nos relés de sobrecorrente 5051N e 51Q deve ser levado em
conta a corrente de saturação dos TCs e o fenômeno Inrush que aparece na energização de
116
5.3 FUNÇÃO DIRECIONAL DE FASE E NEUTRO
componente direcional da corrente medida além do valor do módulo. Apenas o valor de corrente
medido pelos TCs não é suficiente para informar aos relés a direção do fluxo de corrente. Para
que isso seja possível o relé direcional precisa estar conectado também aos transformadores de
potencial do sistema.
isolar a falta uma vez que considera a direcionalidade do defeito, necessidade da leitura dos TPs
Nos relés eletromecânicos a função direcional era exercida pelo movimento mecânico de
um cilindro de indução. Para que o movimento ocorra é necessário que um torque atue sobre
essa peça mecânica. O torque então surge da interação de duas grandezas gerando a seguinte
equação:
117
Devido à grande utilização do relé eletromecânico direcional, a equação acima
juntamente com termos técnicos foi mantida nos IED ‘s. Até hoje os termos “torque máximo”,
118
Figura 72 - Diagrama operacional função 67 direcional de fase
posicione em cima dessa linha (Φ = Φtm ) ocorrerá o torque positivo máximo liberando a
operação do relé. Para verificar isso matematicamente basta observar na equação acima que
quando Φ
aparecerá. A partir do momento que Φ vai se afastando de Φtm o torque vai diminuído. Se
afastarmos Φ ao ponto de ficar oposto à Φtm ocorrerá o torque negativo máximo restringindo a
operação do relé.
119
PROTEÇÃO DE SOBRETENSÃO (59) E SUBTENSÃO (27)
permanente onde o valor do módulo de tensão supera os valores normais aceitos para a operação
exista um TP para medir o valor da tensão sobre o equipamento que deve ser protegido. Como
na maioria dos casos os transformadores de potencial são instalados somente nas barras e
entradas de linha e não sobre cada equipamento da subestação, essa função atua de forma
redundante sobre diversos Relés de Proteção que compartilham a mesma leitura de tensão.
A função de sobretensão pode operar de formas distintas, e a escolha entre elas pode ser
tempo que decorre da sensibilização desse bloco até a partida do sinal de trip é devido somente
eletromecânicos. Uma proteção instantânea pode ser ajustada para garantir a operação no caso
contagem de um tempo antes que o sinal de trip seja disparado. Isso pode ser feito para definir,
por exemplo, uma proteção em zona dois que só deve operar quando o relé responsável pela
proteção do vão não operar devidamente, outro caso que o atraso pode ser interessante é quando
pode ser utilizado para permitir que o regulador de tensão (90) tenha tempo de operar sem que
120
da tensão de atuação para o valor máximo de tensão desejado no sistema, e o valor de
desatuação para o valor em que a proteção pode deixar de atuar, esse ajuste é feito para um valor
Uma relação atuação / desatuação muito grande implica em um sistema no qual existe a
necessidade de uma redução grande no valor de tensão medido para que a proteção volte ao seu
estado de não atuada, no entanto sempre existe o risco do bloco de proteção 59 permanecer
relação, mais confiável se torna a função de sobretensão. Idealmente esta deve permanecer
próxima de um, o que implica que para qualquer tensão inferior à tensão máxima do sistema a
função deve deixa de atuar imediatamente. Os relés de proteção digitais modernos permitem que
Essa função é comumente utilizada para proteger equipamentos cuja isolação pode ser
elevadas.
condições anormais de operação. A função de subtensão (27) pode ser utilizada para efetuar a
abertura de disjuntores para preparar o sistema para sua restauração após uma interrupção no
de proteção.
A função 27 é utilizada pra detectar quedas no valor de tensão do sistema, essa função
apresenta duas etapas de medição do valor da tensão com temporização entre elas. No caso do
valor de tensão de pelo menos uma das três fazes descer ao um nível menor do que o definido
como normal para operação do sistema um sinal de partida é gerado. Após a segunda medição se
a queda de tensão for persistente é enviado um sinal de trip para os disjuntores que devem isolar
a porção defeituosa do sistema. Para evitar uma abertura de disjuntor indesejada devido perda da
leitura do TP a função pode ser bloqueada caso a tensão através da definição de um nível
121
mínimo de tensão para ativação do bloco.
Essa função de proteção tem por finalidade detectar a falha na abertura de um disjunto
Quando mesmo após um comando de abertura ser enviado para o disjuntor e este
disjuntores adjacentes àquele com defeito. Esses disjuntores podem estar na mesma subestação
o disjuntor indicado não teve seus contatos abertos após o sinal de trip enviado pelo relé de
proteção, a função 50BF então atua enviando um sinal de abertura para os demais disjuntores
adjacentes àquele com falha. A configuração dos disjuntores na subestação influi diretamente
nas consequências da atuação da função 50BF, a disposição mais favorável ao sistema para o
caso da atuação dessa proteção é a chamada “disjuntor e meio” pois é capaz de preservar grande
122
Para que um esquema de proteção possa incluir essa função é necessário que o disjuntor
possua um circuito de alta impedância em paralelo ao contato de abertura. Por esse circuito
circula uma corrente da ordem de miliamperes que tem a função de monitorar o status do
Após o envio do sinal de abertura para um disjuntor o contato de falha é monitorado por
um certo tempo (em geral esse tempo varia de 0,25s a 0,30s), após esse tempo se ainda houver
corrente circulando pelo canto de falha um sinal de abertura é envido aos disjuntores adjacentes.
Para a utilização dessa função existem duas opções de aplicação, é possível utilizar um
bloco de função específico para esse fim (ou relé do caso eletromecânico) ou incorporar a
123
FUNÇÃO DE DISTÂNCIA (21)
diversas atuações é chave para a proteção de um sistema de potência. Para atender esses
fonte.
em circuitos primários. Essa proteção pode fornecer funções de retaguarda primária e remota em
um único esquema. Pode ser facilmente adaptada para criar uma proteção unitária quando
para a aplicação com religamento em alta velocidade na proteção das principais linhas de
transmissão.
para atuação. Precisão de alcance é a comparação do valor ôhmico visto pelo relé em condições
reais de operação com o seu valor ôhmico de ajuste. A exatidão de alcance, particularmente,
depende do nível de tensão presente no relé no instante da falta. Diferentes técnicas empregadas
O tempo de atuação pode variar com a corrente de falta, com a posição da falta em
relação à ajuste do relé, e com o valor instantâneo da tensão no momento da falta. Dependendo
da técnica de medição empregada em cada relé, erros de medição devido a sinais transitórios,
124
Para relés eletromecânicos e estáticos é habitual que se determine um tempo máximo e
mínimo de atuação. Entretanto, para modernos relés de distância digitais e numéricos, a variação
desse tempo é pequena para várias condições de operação do sistema e de posições de falta.
medir essa distância é apropriado usar um relé capaz de medir a impedância da linha desde o
relé até um ponto predeterminado (ponto de alcance). O relé de distância é projetado para operar
apenas quando ocorrer faltas entre o relé e o ponto de alcance, dessa forma, disponibilizando a
discriminação do local e da fase para faltas que podem ocorrer em diferentes secções da linha. O
pelo relé pelo valor da corrente. A impedância aparente então calculada é comparada com a
alcance, então considera-se que existe uma falta na linha entre o relé e o ponto de alcance. O
ponto de alcance do relé de distância é o ponto onde a impedância da linha é interceptada pelo
limite característico do relé. Uma vez que esse depende da relação tensão–corrente e o ângulo de
fase entre eles, pode-se efetuar uma plotagem em um diagrama R/X. O lugar geométrico das
diversas impedâncias do sistema de potência vistas pelo relé durante faltas, oscilações de
potência e variações de carga, podem ser traçados no mesmo gráfico e, dessa forma, pode-se
CARACTERÍSTICA QUADRILATERAL
De acordo com Peter Rush (2010 - Schneider Electric Book) essa forma de característica
consequentemente melhor cobertura resistiva para linhas curtas que qualquer característica do
tipo mho.
125
Isso é especialmente verdade para medição de impedância de falta a terra, onde a
resistência de arco e a resistência de falta para a terra contribuem para aumentar os valores de
resistência total da falta. Para evitar erros excessivos na precisão do alcance da zona, é comum
recomendações a esse respeito geralmente podem ser encontradas nos manuais apropriados do
relé.
problemas de erros de alcance para faltas resistivas a terra em que o ângulo total da corrente de
falta difere do ângulo da corrente medida pelo relé. Esse será o caso em que os vetores locais e
remotos da tensão da fonte estarão defasados entre si devido ao fluxo de potência pré-falta.
Isso pode ser resolvido selecionando-se uma alternativa para o uso de uma corrente de
fases ou envolvendo a terra. Por essa razão, a maioria dos relés de distância digitais e numéricos
oferecem essa forma de característica. Um fator a mais é que não há aumento de custo para a
126
implementação dessa característica usando diferentes componentes eletromecânicos ou
127
HRSTR Select: Y, N Y
HBLK Select: Y, N N
128
Ajustes relé associado à linha de transmissão:
130
Tabela 16 - Planilha comissionamento pontos analógicos e controles 02T1
131
Tabela 17 - Planilha comissionamento pontos digitais 12L1
132
Tabela 18 - Planilha comissionamento pontos analógicos e controles 12L1
133
Figura 75 - Trecho do código XML do .cid do relé P442
134