Modulos 1, 2 e 3
Modulos 1, 2 e 3
Modulos 1, 2 e 3
Termo Definição/Significado
API API é um conjunto de rotinas e padrões de programação para acesso a um
aplicativo de software ou plataforma baseado na Web. A sigla API refere-se ao termo
em inglês "Application Programming Interface" que significa em tradução para o
português "Interface de Programação de Aplicativos".
Avaliação da efetividade
Processo de coleta, armazenamento, tratamento e análise de dados sobre
múltiplos atributos e dimensões relacionados com o impacto e utilidade final dos
serviços públicos na perspectiva dos seus usuários.
Avaliação da qualidade
Processo de coleta, armazenamento, tratamento e análise de dados sobre
múltiplos atributos e dimensões de qualidade dos serviços públicos na perspectiva
dos gestores e dos usuários.
Informação
Dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e
transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato.
ITIL
Anteriormente um acrônimo para Information Technology Infrastructure Library.
É um conjunto de práticas detalhadas para gerenciamento de serviços de TI que se
concentra no alinhamento com as necessidades dos negócios. O ITIL descreve
processos, procedimentos, tarefas e listas de verificação que não são específicos
da organização nem específicos da tecnologia, mas podem ser aplicados por uma
organização para estabelecer a integração com sua estratégia. Permite que se
estabeleça uma linha de base a partir da qual a organização possa planejar,
implementar e medir.
Jornada do usuário
Caminho percorrido pelo usuário para atingir um objetivo ao utilizar um
serviço, em todas as suas etapas, antes e depois de seu uso.
Plano de Transformação Digital
Instrumento de planejamento da Estratégia de Governo Digital que discrimina
as ações de transformação digital, de unificação de canais digitais e de
interoperabilidade de sistemas.
Portal único Gov.br
Sítio web no qual as informações institucionais, as notícias e os serviços
públicos prestados pelo Governo federal serão disponibilizados de maneira
centralizada, nos termos do disposto no Decreto nº 9.756, de 11 de abril de 2019.
Processo
Grupo de atividades inter-relacionadas que visam atingir um objetivo
específico.
Projeto digital
Instrumento de planejamento que discrimina as ações de transformação digital
de um ou mais serviços públicos de um órgão ou entidade pública federal.
Provedor de serviço
Organização ou unidade responsável pela entrega de um determinado serviço.
Pode ser interno ou externo.
Serviço público
Ação dos órgãos e das entidades da administração pública federal para
atender, direta ou indiretamente, às demandas da sociedade relativas a exercício de
direito ou a cumprimento de dever.
Serviço público de atendimento
Serviço público que requer interação do usuário com o órgão ou entidade para
usufruto de seus efeitos, contemplando os seguintes atributos básicos: interação,
personalização, suficiência, processo padrão e utilidade direta à sociedade.
Serviço público digital
Serviço público cuja prestação ocorra por meio eletrônico, sem a necessidade
de atendimento presencial, que envolve interação em meios digitais com a sociedade
para atendimento direto às suas necessidades, visando ao alcance de direitos ou
possibilitando o cumprimento de um dever. Estão associados ao resultado percebido
pela população, o que ela recebe como entrega útil, e abrangem o relacionamento com
o usuário (atual ou futuro), que lhe gera valor.
Serviço público presencial
Serviço público cuja prestação exija atendimento presencial.
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
Ativo estratégico que apoia processos de negócios institucionais, mediante a
conjugação de recursos, processos e técnicas utilizados para obter, processar,
armazenar, disseminar e fazer uso de informações.
Tecnologias digitais
============================================
🎯 Objetivo de aprendizagem
Como percebemos, existe uma infinidade de definições para serviço. Embora se tenha
investido muita energia na definição e caracterização, ainda não há consenso,
justamente por se tratar de um fenômeno complexo com vários significados. Visando
diminuir esse problema, os autores Ponsignon, Smart e Maull publicaram o livro
Service delivery systems: the transformational context, apresentando o termo
serviço não como conceito único, mas agrupado em três perspectivas distintas:
Um serviço como um resultado diz respeito a aquilo que o cliente deseja. Nessa
perspectiva, historicamente, os estudos têm concordado que os serviços compartilham
de atributos ou características específicas que os distinguem dos produtos ou bens
manufaturados. Esses atributos são comumente designados pela sigla IHIP (do inglês:
Intangibility, Heterogeneity, Inseparability of production and consumption, e
Perishability).
Intangibilidade
+ Os serviços são em grande parte abstratos e intangíveis (não são coisas
palpáveis, não tem aparência, nem consistência física, não pode ser tocado ou
sentido).
Heterogeneidade
+ Os serviços são altamente variáveis e não uniformes (não são padronizáveis, já
que são executados por pessoas sujeitas a diversas variáveis ao longo do tempo).
Inseparabilidade
+ Os serviços normalmente são produzidos e consumidos ao mesmo tempo, com a
participação do cliente no processo (produção, oferta e consumo são inseparáveis).
Perecibilidade
+ Os serviços não são passíveis de armazenamento (não duram após o consumo e não
são estocáveis nem pelo prestador nem pelos usuários).
Mesmo assim, o modelo IHIP ainda é muito utilizado por diversos profissionais e
pesquisadores, especialmente aqueles que trabalham com marketing de serviços. A
questão é que, com as mudanças tecnológicas operadas na sociedade e na economia, a
literatura tem apresentado outros modelos para abordar a questão. Na área de
marketing de serviços, por exemplo, podemos citar o modelo FTU (do inglês:
facilities, transformation and usage), com seus três estágios de prestação de
serviços: “instalações, transformação e uso” e dois tipos de recursos: “provedores
e clientes” (BENOIT/MOELLER, 2008).
Saiba mais 💬
+
Nessa perspectiva, o serviço seria "a maneira pela qual o resultado é transferido
para o cliente" (MOHR e BITNER, 1995). Assim, os serviços são entendidos como
processos, ou seja, uma série de interações entre participantes, processos e
elementos físicos. Os processos de serviço geralmente envolvem contato com o
cliente e/ou participação do cliente. Essas últimas características, que
pesquisadores chamaram de 'influência do cliente', frequentemente são consideradas
as diferenças mais proeminentes entre as operações de manufatura e serviço.
Na origem dos serviços digitais está o e-Service4 (um termo utilizado para designar
os serviços realizados através de uma transação eletrônica) que pode ser feito
entre pessoas, empresas e governos. Por seu turno, os serviços digitais são uma
evolução dos serviços eletrônicos, porque estão apoiados pelo uso massivo da
Internet e possuem algoritmos mediando a transação. Esses serviços podem ser
realizados inteiramente ou parcialmente online, automatizados, e requerem pouca ou
nenhuma intervenção humana.
4Esses serviços ganharam mais relevância ainda com o surgimento dos startups – que
viram no comércio eletrônico uma forma de competir com as grandes empresas.
Você deve estar pensando que, para o usuário, não há diferença relevante entre
serviços eletrônicos e digitais – e você tem razão. Para a tecnologia, no entanto,
há diferença. Como comparação, considere a distinção feita pelo Conselho Nacional
de Arquivos (CONARQ)5 entre documento eletrônico e documento digital. O eletrônico
é aquele que pode ser acessado e visto por meio de equipamentos eletrônicos
(filmadora, videocassete, computador), possuem codificação binária ou analógica. Já
o serviço digital é aquele em que a produção, edição e acesso são feitos por
algoritmos e sistemas computacionais.
5http://conarq.gov.br/
Assim, é pertinente afirmar que existem serviços digitais que suportam também
serviços eletrônicos, mas não o contrário.
O termo serviço digital ganhou força com o avanço de tecnologias como a computação
em nuvem, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, além de ser mais
comumente utilizado no contexto de serviços de governo.
Por outro lado, muitas das características do serviço eletrônico se aplicam também
ao serviço digital, principalmente quando os comparamos com o serviço tradicional.
Os serviços eletrônicos, de acordo com Lee & Lin (2005), possuem pelo menos três
aspectos de diferenciação em relação aos serviços tradicionais que merecem ser
destacados:
Autoatendimento
+ Os usuários realizam a compra e controlam os processos de negócios.
CARACTERISTICAS e-Services
Serviços tradicionais
Encontro do serviço Computador-pessoa Face a
face
Disponibilidade Qualquer hora
Hora de trabalho padrão
Acesso Mobilidade
Deslocamento para o local
Area de Mercado Todo mundo
Local
Ambiente Interface eletronica
Ambiente fisico
Diferenciação competitiva Conveniencia
Personalização
Privacidade Anonimato
Interacção social
Para resumir: o termo serviço é uma atividade realizada por pessoa, prestada para
um usuário ou cliente (pessoa, empresa, país...) de maneira gratuita ou em favor de
algum tipo de permuta ou pagamento. Pode requerer a interação pessoal ou ser
realizada por meio eletrônico, envolvendo ou não algoritmos. Essa atividade ainda
permite a participação do usuário ou cliente na criação de valor em diversas fases
do seu ciclo de vida. O termo pode ainda se referir a um setor da economia; ao
resultado de agradar o cliente e, ao processo de transferir esse resultado ao
usuário ou cliente.
PRODUTOS
SERVIÇOS
Tangivel
Intangivel
Homogeneo
Heterogeneo
Prod e distr separadas do consumo (podem ser feitas em locais ≠) Prod e ditr
e consumo são processos simultaneos (mesmo local e momento)
Algo fisico e palpavel
Uma atividade ou processo
Valor principal produzido em fabricas
Vlr principal produzido nas interações entre vendedor e cliente
Clientes não participam do processo de prod
Clientes participam do processo de produção
Podem ser mantidos em estoque
Não pode ser mantido em estoque
Transfere-se a propriedade ou posse
Não se transfere a propriedade ou posse
Pode ser revendido
Não pode ser revendido
Pode ser transportado
Não pode ser demonstrado
Quem produz não necessita contato direto com o cliente
Não pode ser transportado (apenas os fornecedores do serviço)
Estabilidade
Volatilidade
Massificado
Customizado
Avaliação delongada
Avaliação instantanea
Distinção entre as funções de prod e mkt
Indissocialibilidade entre as funções de produção e mkt
Um carro de uma marca famosa, por exemplo, é um produto que tem, de um lado,
aspectos tangíveis como os seus atributos, design ou características físicas, que
proporcionam um desempenho esperado pelos usuários. De outro, esse mesmo produto
possui aspectos intangíveis como o status que a marca proporciona a quem o adquire.
Além disso, esse produto necessita de vários serviços agregados para alcançar seus
objetivos de mercado e a satisfação do usuário, por exemplo, os serviços de
marketing, os serviços de venda e assim por diante.
Outro exemplo: um adereço, tal como um colar, feito por um artesão famoso e que é
customizado especialmente para um cliente específico. No fim das contas trata-se de
um produto, mas sua produção e o consumo possuem tantas peculiaridades que o
assemelham a um tipo de serviço.
De acordo com a ilustre jurista e professora Lúcia Valle Figueiredo (2003), serviço
público é toda atividade material fornecida pelo estado, ou por quem esteja a agir
no exercício da função administrativa se houver permissão constitucional e legal
para isso, com o fim de implementação de deveres consagrados constitucionalmente
relacionados à utilidade pública, que deve ser concretizada, sob regime prevalente
de direito público.
Sem entrar no debate jurídico sobre essas definições, elas evidenciam que o serviço
público é uma atividade material que deve ser regida por normas que especifiquem,
entre outras coisas, as tipologias e quem prestará o serviço (o estado não prestará
serviços que não estejam dentro do seu arcabouço normativo). Além disso, nem todo
serviço público é estatal, já que pode tanto ser executado pelo estado, quanto por
entes privados que tenham permissão da Administração Pública para sua execução
(“permissionários privados”), com foco no interesse coletivo ou nas demandas da
sociedade.
Por outro lado, nem toda atividade exercida pelo Estado será necessariamente um
serviço público, já que o Estado pode interferir na atividade econômica (de direito
privado) e prestar serviços típicos – mas não exclusivos – da iniciativa privada. É
o caso de alguns países, como o Canadá e a Suécia, onde o mercado de bebidas
alcoólicas é totalmente controlado pelo estado e, até os pontos de venda são
propriedade do estado.
2. Universalidade
+ Amplitude do escopo e dos destinatarios do serviço
4. Responsabilidade pública
+ Atendimento dos interesses dos cidadãos
PERSONALIZAÇÃO - serviço onde cada usuario recebe o serviço por uma instancia
propria, particular, e não de forma generalizada. Por exemplo:
Serviço onde cada usuario recebe o serviço por uma instancia propria, particular, e
não de forma generalizada. Por exemplo:
* Todo brasileiro tem direito a ter CPF, mas para fazer o meu, eu tenho que pedir a
receita federal;
* todo agricultor familiar pode vender seus produtos a CONAB, mas para fazer isso é
preciso que cada agricultor ou associação da qual ele participe se inscreva.
PROCESSO PADRÃO - o serviço tem um passo basico para sia prestação (salvo
imprevistos), com definições claras de cada passo que o usuario deve realizar para
obter o produto ou resposta do serviço. Por exemplo:
* para tirar a cnh é necessario dar entrada na autoescola, pagar a taxa, fazer o
curso teorico, fazer a prova teórica, fazer as aulas praticas, fazer a prova
pratica e, se aprovado, receber a cnh provisoria em casa. Pode ocorrer desvios ou
imprevistos no caminho (por exemplo: preciso voltar para levar um documento que
faltou, etc.), mas les não fazem parte do processo para todos os usuarios. Já as
etapas descritas no inicio terão que ser cumpridas por todos os usuarios para que
consigam a CNH.
UTILIDADE DIRETA A SOCIEDADE - deve ter uma atividade fim que atenda a uma parcela
direta da população, e não somente a maquina publica. Por exemplo:
* a aprovação de cargos e salarios das empresas pelo ministerio do trabalho é um
serviço, pois atende a sociedade. Já a aprovação de um plano de carreira a uma
categoria de servidores publicos é um serviço a propria maquina publica e,
portanto, não é um serviço publico.
Uma definição central no âmbito desse texto é aquela que consta no decreto lei nº
8.936/16: Serviço público é a “ação dos órgãos e das entidades da administração
pública federal para atender, direta ou indiretamente, às demandas da sociedade
relativas a exercício de direito ou a cumprimento de dever”.
É o “serviço público cuja prestação ocorra por meio eletrônico, sem a necessidade
de atendimento presencial”.
Os usuários têm sua relação com o provedor dos serviços (órgãos públicos)
facilitada e mais direta, aumentando sua capacidade de influenciar na qualidade dos
serviços, principalmente através da avaliação dos serviços. Por outro lado, o
governo passa a dispor novas tecnologias (como, inteligência artificial,
aprendizado de máquina, cloud computing, entre outras) que tornam a prestação de
serviços melhor, mais ágil e menos custosa.
🎯 Objetivo de aprendizagem
Além dessas abordagens, o artigo de Garvin apresenta oito dimensões para se pensar
sobre os elementos básicos da qualidade de produto:
1) Desempenho
+ Diz respeito às operações primárias características do produto. Por exemplo, se
estivermos falando de um automóvel, esse deveria ter características como
aceleração, dirigibilidade, velocidade de cruzeiro, conforto, etc.
2) Recursos
+ Essa dimensão se refere aos atrativos, “enfeites e penduricalhos”, do produto.
Características secundárias que são suplementares às funções básicas do produto.
3) Confiabilidade
+ Essa dimensão é concernente ao tempo que o produto leva para apresentar falhas.
São medidas comuns para essa dimensão: Média de Tempo para a Primeira Falha (MTFF,
da sigla em inglês) ou a Média de Tempo Entre Falhas (ou MTBF do inglês).
4) Conformidade
+ Refere-se ao quanto o design e características operacionais do produto são
aderentes aos padrões e modelos previamente especificados. Duas medidas usuais
dessa dimensão são: a incidência de chamados de serviço para o produto e a
incidência de reparos do produto dentro da garantia.
5) Durabilidade
+ É a medida do tempo de vida do produto. A durabilidade está intimamente
relacionada à confiabilidade, já que o número de reparos influencia diretamente
nessa dimensão.
6) Manutenibilidade
+ Os usuários não estão preocupados apenas com a quebra de um produto, mas também
com o tempo decorrido para a recuperação do mesmo, a pontualidade e o cumprimento
dos compromissos no conserto. São medidas dessa dimensão velocidade, cortesia e
competência de reparo.
7) Estética
+ São características que tem a capacidade de “agradar” o gosto do usuário (beleza,
sentimentos, sons, gosto ou cheiro). É claramente uma questão de julgamento
pessoal.
8) Qualidade percebida
+ Essas duas últimas dimensões de qualidade são bastante subjetivas. Tanto estética
quanto qualidade percebida, são dimensões que dependem do julgamento do usuário, no
caso de qualidade percebida nem sempre o usuário tem todas as informações e,
frequentemente, eles recorrem a medidas indiretas como marca reputação, imagem
pública, nome, etc.
bullet
bullet
bullet
Na satisfação como o principal determinante.
bullet
Os benefícios que os serviços públicos trazem podem ser desfrutados por toda a
população, como no caso dos serviços ligados à defesa nacional, à ordem legal, mas
também por um indivíduo, passando por grupos sociais, outros entes de governo e
empresas. Para atender bem esse espectro tão amplo de usuários de serviços
públicos, os governos estabelecem formas de saber o quão bem o nível de serviço
entregue corresponde às expectativas. E a melhor forma de fazer isso é através da
avaliação dos serviços públicos.
No Brasil, já há alguns anos, esforços têm sido empreendidos nessa direção. Após a
redemocratização, as primeiras iniciativas para avaliação dos serviços públicos
surgiram no âmbito da resposta modernizadora da administração pública, em torno do
conceito New Public Management ou Nova Gestão Pública, que preconizava que o estado
deveria implantar modelos de gestão mais modernos como suporte para suas políticas
públicas finalísticas. Assim, foi criado em 2005 o Programa Nacional de Gestão
Pública e Desburocratização – GesPública – que incorporou as diversas iniciativas
anteriores voltadas a modernizar a administração pública brasileira, com foco na
desburocratização e na reforma gerencial do estado.
O GesPública foi revogado por meio do decreto nº 9.094, de 2017, que objetivava
sanar a sobreposição de programas oferecidos organizando-os e modernizando-os a
partir de novas iniciativas, como a Plataforma de Cidadania Digital, que, de fato,
consolidou as preocupações e iniciativas contidas no GesPública, mas com um viés
moderno e digital.
bullet
a) Volume de solicitações.
bullet
bullet
bullet
Existem diversos modelos da iniciativa privada que têm sido utilizados para avaliar
serviços públicos. Ao fazer isso, entretanto, é necessário ter em mente algumas
características importantes dos serviços públicos, por exemplo:
1
Os serviços públicos não visam lucro. Quem presta o serviço, agente ou empresa,
não obtém maior ou menor rendimento por isso.
2
A literatura tem registrado efeitos variados dessa estratégia. Por exemplo, West
(2004) identificou que a prestação dos serviços digitais aumenta os níveis de
confiança entre os cidadãos em relação ao governo. Então, a centralidade do cidadão
em iniciativas de avaliação da qualidade dos serviços prestados implica a ampliação
da sua participação na vida pública e o aumento do interesse pela qualidade dos
serviços, além de melhorar a percepção sobre os governos e a qualidade de vida no
país.
🎯 Objetivo de aprendizagem
Uma dúvida comum quando se quer avaliar um serviço é a escolha entre o que avaliar:
a satisfação ou a qualidade. Ou, em termos funcionais, o que causa o quê? A
satisfação influencia a qualidade ou qualidade influencia a satisfação? As posições
encontradas na literatura são divergentes.
Duas divergências são abertas pelos estudos de Cronin & Taylor (1992), uma em
relação a Oliver, e a outra em relação à Parasuraman e colaboradores. Eles concluem
em suas pesquisas que:
(2) a qualidade percebida é uma atitude e pode ser medida diretamente diante do
desempenho do consumo do serviço.
Ao estudar os serviços na área médica, Turris (2005), por sua vez, critica os
métodos quantitativos e diz que os modelos existentes permitem apenas construir uma
coleção limitada de itens para um checklist da satisfação do paciente. Para ele os
modelos carecem de uma abordagem mais ampla sobre as experiências individuais
relativas aos serviços de saúde, há a necessidade de diferentes enfoques teóricos
que considerem as diferenças de valores, crenças e visões de mundo para a
mensuração da satisfação.
Por outro lado, tanto qualidade percebida quanto satisfação podem ser tratadas como
instâncias do conceito mais amplo de qualidade de serviço. A qualidade percebida
baseada no julgamento de atributos e a satisfação baseada em um encontro individual
de serviço.
Isso pode evidenciar que, em situações em que não haja a relação direta de
pagamento pelos serviços, como faz parecer no serviço público, resultados positivos
na mensuração da qualidade percebida não seriam suficientes para estabelecer níveis
de confiança no serviço, já a medida de satisfação, sim.
A população espera serviços mais ágeis e com menor custo e que, fundamentalmente,
atendam seus interesses e necessidades, por essa razão os governos deveriam não
apenas ofertar bons serviços, mas principalmente saber se eles estão sendo bem
recebidos pelos usuários/cidadãos.
Na área pública, além de ser uma obrigatoriedade ética e legal, a motivação para a
avaliação dos serviços advém dos resultados positivos que ela produz sobre diversos
aspectos da relação governo-cidadão. O primeiro e mais divulgada é que os insumos
da avaliação podem ser utilizados na melhoria dos serviços que, em última
instância, contribuem para aumentar o bem-estar da população. Mas, para além disso,
existem outras consequências importantes que justificam a implantação de um sistema
de avaliação de serviços públicos.
Bom, com certeza o primeiro passo é avaliar. Avalie. Até porque, independente de
processos formais, o desempenho de serviços públicos sempre será avaliado por
vários grupos distintos, como consumidores, contribuintes, funcionários e
políticos. O problema é que cada um desses indivíduos poderá utilizar-se de padrões
distintos para julgar a qualidade dos serviços públicos, adotando critérios e pesos
diferentes para o mesmo serviço.
Por exemplo, podemos utilizar a técnica dos grupos focais, de acordo com o proposto
por R. Merton na década de 1950, que consiste basicamente em reunir grupos de 06 a
08 pessoas e, a partir da mediação de um facilitador, incentivar os usuários a
exporem suas impressões sobre a qualidade dos serviços.
Saiba mais 💬
+
Podemos também utilizar a boa e velha entrevista, ou seja, selecionar uma amostra
de usuários e realizar entrevistas estruturadas e, garantindo-se o anonimato,
extrair deles percepções sobre a qualidade dos serviços. Ou por último, é possível
selecionarmos “especialistas” que façam as vezes de avaliadores (shoppers) e que se
passem por clientes comuns, e solicitar que nos apresentem relatórios detalhados
sobre o serviço. Enfim, existem tantas formas quanto couberem na criatividade e nos
parâmetros legais e éticos.
O alcance dessas estratégias tem um escopo mais qualitativo e por isso mais
reduzido, mas mesmo assim já nos ajudariam em vários aspectos da gestão dos
serviços. O ideal seria usar os métodos que se utilizam de instrumentos
sofisticados de medição com variáveis bem definidas e operacionalizadas, apoiados
em modelos estatísticos inferenciais e acessíveis por meios digitais que são mais
poderosos, e podem alcançar um grande número de usuários. Mesmo esses, entretanto,
necessitam de medidas qualitativas adicionais para compreensão de determinados
fatores subjetivos da avaliação.