Aula 7 - Integração Energética - Rev1
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INDUSTRIAIS
AULA 7
SÍNTESE DE PROCESSOS
Note que ao se guardar alimentos em uma geladeira, o frio passa a ser um inibidor de
reações de deterioração destes alimentos. À medida que se aumenta a temperatura,
as reações passam a ocorrer mais rapidamente resultando em maiores conversões.
• Não deve ultrapassar aquela no qual ocorre uma mudança de fase de um dos
reagentes ou inertes
• Não deve favorecer a cinética de reações em série ou paralelas
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EFEITO DA TEMPERATURA
A alteração da temperatura do meio de reação é muitas vezes essencial para a
viabilidade econômica de um processo químico, mas resulta em alguns custos:
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EFEITO DA TEMPERATURA
C2H3Cl
HCl
C2H4
C2H4 C2H4 Cl2
Cl2 Cl2
C2H3Cl
HCl
H2O C2H4
(resfriamento) Cl2 H2O
(vapor)
EFEITO DA TEMPERATURA
As utilidades a serem usadas são função das temperaturas das etapas dos processos.
Apesar de não serem o âmago do processo produtivo, as utilidades têm peso
significante no custo operacional da planta, bem como podem resultar em um
aumento no custo de capital (investimento) considerável.
ÁGUA DE RESFRIAMENTO
Circuito semifechado
ÁGUA DE RESFRIAMENTO
Como parte da água é perdida nesta evaporação, além de perdas menores que
ocorrem devido a arraste e vazamentos, o circuito necessita de constante reposição de
água para manter a mesma quantidade de água de resfriamento. Um valor razoável
para estimar estas perdas é de 2% em relação a vazão de água que é resfriada.
É importante notar que a água usada para resfriamento contém minerais dissolvidos
(cálcio, magnésio, ferro entre outros) e como estes não são evaporados, normalmente
há um processo de concentração destes minerais dissolvidos que pode resultar na
precipitação destes nos trocadores de calor e na tubulação.
Circuito semifechado
Vantagens:
Desvantagens:
Vantagens:
Desvantagens
• É recomendável que a temperatura da água não ultrapasse 45 oC, acima deste valor
pode haver precipitação de sais minerais;
• Um problema raro de se encontrar no Brasil, mas que deve ser considerado em
outros países é que se as temperaturas ambientes forem muito baixas, deve ser
adicionado à água um anticongelante, sendo que alguns são tóxicos (etileno glicol,
propileno glicol, etc);
• Torres de resfriamento também servem como lavadoras de ar e devem ser
instaladas em locais adequados onde não haja muito material particulado na
atmosfera;
• A água de resfriamento deve ter um nível mínimo de tratamento, pelo menos com
o hipoclorito de sódio (NaClO), para evitar que a bacia da torre de resfriamento se
torne um criadouro de algas e microrganismos.
FLUIDOS DE RESFRIAMENTO
Por se usar vapor saturado, a temperatura do vapor variará de acordo com a pressão.
Assim sendo, quanto maior a necessidade de temperatura, maior será a pressão do
vapor. A temperatura do vapor d’água de utilidades varia de 100 a cerca de 300 oC,
lembrando que a temperatura crítica da água é 374 oC.
São usadas caldeiras para a geração de vapor d’água. O combustível usado nestas
varia bastante, podendo ser utilizado gás natural, GLP, óleo diesel, óleo combustível,
madeira, bagaço de cana, etc.
VAPOR D’ÁGUA
Sempre bom ressaltar que óleos são inflamáveis e alguns apresentam riscos a saúde,
segurança e meio ambiente.
FLUIDOS DE AQUECIMENTO
Água quente – no caso de restrições à temperatura máxima que o fluido frio deve ser
exposto, vapor d’água pode se tornar inviável de usar se estas restrições forem
inferiores a 100 oC. O uso de água quente é recomendado nestas situações, uma vez
que o custo da água é mais barato que outros fluidos.
FLUIDOS DE AQUECIMENTO
Energia elétrica – para pequenas cargas térmicas, o uso de resistências elétricas pode
servir para o propósito de aquecimento, o custo da energia elétrica pode ser proibitivo
em alguns casos.
Aquecimento direto por chama – para se atingir temperaturas superiores a 400 oC,
normalmente só por intermédio da presença de uma chama resultante de combustão.
É o método utilizado em fornos industriais.
INTEGRAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA
Considerando que o calor latente de vaporização da água a 320 oC seja 540 kcal/kg e que o calor
específico da água de resfriamento também seja 1 kcal/kg.oC é possível calcular o consumo de
vapor (wvap) e de água de resfriamento (wH2O):
Qresf,202 = wout.Cp.DTresf,202
96.000 kcal/h = 1.000 kg/h * 1 kcal/kg. oC * DTresf,202
DTresf,202 = (Tin,202 – Tout,202) = 96 oC
Tout,202 = 364 – 96 = 268 oC
Por fim, a corrente de saída do E-202 é resfriada adicionalmente usando água de resfriamento no
trocador de calor E-203.
QH2O = wH2O.Cp.DTH2O
-168.000 kcal/h = wH2O * 1 kcal/kg. oC * (30 – 45)
wH2O = 11.200 kg/h
EXEMPLO 1
Para a integração energética, o arranjo do sistema então consiste na saída do reator aquecendo a
alimentação no trocador de calor E-202, e o resfriamento adicional necessário ocorrendo no
trocador de calor E-203.
250
364
100
268
154
EXEMPLO 2
E se a saída do reator do Exemplo 1 estivesse a 253 oC?
253
EXEMPLO 2
Calcula-se as demandas energéticas na alimentação (aquecimento) e na saída do reator
(resfriamento).
Considerando que o calor latente de vaporização da água a 320 oC seja 540 kcal/kg e que o calor
específico da água de resfriamento também seja 1 kcal/kg.oC é possível calcular o consumo de
vapor (wvap) e de água de resfriamento (wH2O):
QH2O = wH2O.Cp.DTH2O
-153.000 kcal/h = wH2O * 1 kcal/kg. oC * (30 – 45)
wH2O = 10.200 kg/h
Qresf,202 = wout.Cp.DTresf,202
96.000 kcal/h = 1.000 kg/h * 1 kcal/kg. oC * DTresf,202
DTresf,202 = (Tin,202 – Tout,202) = 96 oC
Tout,202 = 253 – 96 = 157 oC
Por fim, a corrente de saída do E-202 é resfriada adicionalmente usando água de resfriamento no
trocador de calor E-203.
QH2O = wH2O.Cp.DTH2O
-57.000 kcal/h = wH2O * 1 kcal/kg. oC * (30 – 45)
wH2O = 3.800 kg/h
EXEMPLO 2
Novamente, rearranjando o sistema nota-se que a saída do fluido. E nota-se o problema neste
tipo de simplificação de análise de integração energética.
250
253
100
157
154
EXEMPLO 2
Analisando em detalhe o trocador de calor E-202, nota-se que as temperaturas das correntes
estão muito próximas.
250
253
100
157
154
EXEMPLO 2
Analisando em detalhe o trocador de calor E-202, nota-se que as temperaturas das correntes
estão muito próximas. As temperaturas de entrada do fluido quente e saída do fluido frio
diferem em apenas 3 oC, o mesmo para as temperaturas de saída do fluido quente e entrada do
fluido frio.
157 250
Quente, saída Frio, saída
154 253
Frio, entrada Quente, entrada
A área de troca deste trocador de calor será muito grande (Q = U.A.DTmédio). Quanto maior a
média da diferença de temperaturas (DTmédio) menor será a área de troca (A). Uma faixa de
valores recomendáveis para DTmédio é de 5 a 20 oC.
EXEMPLO 2
Usando um valor de DTmédio de 10 oC, as temperaturas para o trocador de calor E-202 são
recalculadas:
164 243
Quente, saída Frio, saída
154 253
Frio, entrada Quente, entrada
Note que a temperatura de saída do lado frio é inferior a 250 oC, o que significa que é necessária
a instalação de outro trocador de calor (E-204) para aquecer a alimentação de 243 até 250 oC.
EXEMPLO 2
Portanto, o arranjo do sistema seria:
250
E-204
243
253
100
164
154
Note que será necessário recalcular os consumos de vapor e água de resfriamento para este
arranjo.
EXEMPLO 2
Para o trocador de calor E-204:
QH2O = wH2O.Cp.DTH2O
-64.000 kcal/h = wH2O * 1 kcal/kg. oC * (30 – 45)
wH2O = 4.267 kg/h
ANÁLISE PINCH
Se a opção for por uma resolução por tentativa e erros, pode-se começar a integração
tentando resfriar a corrente 1 aquecendo a corrente 4 no trocador de calor A.
Estabelecendo um valor de DTmédio de 10 oC, a temperatura de saída do fluido quente
(corrente 1) não deve ser menor que 200 oC, uma vez que a temperatura do fluido frio
(corrente 4) é de 190 oC. A carga térmica necessária para resfriar a corrente 1 de 300
para 200 oC é calculada por:
Note que a carga térmica necessária para aquecer a corrente 4 é de 500 kW, ou seja
neste primeiro trocador de calor, então a corrente 1 não atingirá o valor de 200 oC. O
valor real da carga térmica da corrente 1 no trocador de calor A é então:
Q1,A = 500 kW
290 237,5
Corrente 4, saída Corrente 1, saída
300 190
Corrente 1, entrada Corrente 4, entrada
EXEMPLO 3
Note que a carga térmica necessária para aquecer a corrente 5 de 90 a 190 oC é de 800
kW. Portanto, a corrente 5 não poderá ser aquecida por inteiro neste trocador de
calor. Estipulando que a temperatura de saída da corrente 5 é de 190 oC, a
temperatura de entrada da corrente 5 é calculada em:
Q5,B = -700 W
Q5,B = w5.Cp5.DT5,B = 10.0,8.(T5,A,IN – T5,A,OUT)
T5,A,IN = 102,5 oC
EXEMPLO 3
190 150
Corrente 5, saída Corrente 1, saída
237,5 102,5
Corrente 1, entrada Corrente 5, entrada
EXERCÍCIO