O documento apresenta um agravo interno contra uma decisão que suspendeu o processo de execução de uma sentença coletiva relacionada ao Plano Verão. O agravante argumenta que a suspensão não se aplica a processos em fase de execução, como é o caso, e que manter a suspensão causará danos irreversíveis. Pede que o agravo seja conhecido e provido para permitir o prosseguimento regular do processo de execução.
O documento apresenta um agravo interno contra uma decisão que suspendeu o processo de execução de uma sentença coletiva relacionada ao Plano Verão. O agravante argumenta que a suspensão não se aplica a processos em fase de execução, como é o caso, e que manter a suspensão causará danos irreversíveis. Pede que o agravo seja conhecido e provido para permitir o prosseguimento regular do processo de execução.
O documento apresenta um agravo interno contra uma decisão que suspendeu o processo de execução de uma sentença coletiva relacionada ao Plano Verão. O agravante argumenta que a suspensão não se aplica a processos em fase de execução, como é o caso, e que manter a suspensão causará danos irreversíveis. Pede que o agravo seja conhecido e provido para permitir o prosseguimento regular do processo de execução.
O documento apresenta um agravo interno contra uma decisão que suspendeu o processo de execução de uma sentença coletiva relacionada ao Plano Verão. O agravante argumenta que a suspensão não se aplica a processos em fase de execução, como é o caso, e que manter a suspensão causará danos irreversíveis. Pede que o agravo seja conhecido e provido para permitir o prosseguimento regular do processo de execução.
RELATOR(A) DA SECRETARIA JUDICIÁRIA - SEJU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO DISTRITO FEDERAL
Agravo: Agravado(a)(s) - Agravante(s) -
A PARTE AGRAVANTE, já devidamente qualificada nos autos
em epígrafe, por seu advogado e procurador infra-firmado, em razão da decisão que suspendeu o cumprimento de sentença, vem, respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, apresentar AGRAVO INTERNO, com fulcro no artigo 1.021 do Novo Código de Processo Civil, na redação dada pela Lei 13.105/2015 ao EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL, conforme razões inclusas. Consoante minuta de RAZÕES em anexo, requerendo, pois, seja, este recebido e provido, nos termos da Lei, com remessa oportuna ao Órgão Colegiado para apreciação, visando uma nova decisão, como de direito.
Nestes Termos, Pede Deferimento.
Brasília/DF, 28 de março de 2023.
EVANDRO JOSÉ LAGO
OAB/DF 39.930 COLENDA CÂMARA E. DESEMBARGADORES
A ora parte Agravante, já qualificado nos autos supra
descritos, vem por seus procuradores habilitados, interpor o presente AGRAVO INTERNO em face da decisão proferida pelo douto Relator que determinou a suspensão do processo em razão do Tema 264 que tramita no Supremo Tribunal Federal e o acordo realizado pela Instituição Finaneira Agravada. Excelências, a decisão agravada deve ser reformada in totum, eis que se mantida for, acarretará danos irreversíveis ao agravante.
I. PRELIMINARMENTE
Conforme anteriormente mencionado, o presente Agravo
Interno visa atacar a decisão liminar proferida nos autos do Agravo de Instrumento, na medida em que determinou a suspensão do processo EM razão do Tema 264 que tramita no STF, o qual foi protocolado acordo pela Instituição Finaneira Ré. Detalhando-se o histórico processual relativo ao presente feito, cumpre informar, de início, tratar-se de feito com vistas à execução da sentença coletiva do chamado Plano Verão, instituído em 15 de janeiro de 1989, por meio da Medida Provisória n. 32, convertida posteriormente na Lei n. 7.730, de 31.1.1989. Desta forma, pedindo-se todas as vênias ao entendimento contrário, não há que se falar em suspensão do processo, conforme restará demonstrada nos termos abaixo delineados, de modo que torna-se necessário o reestabelecimento da ação. O agravo interposto busca, como depreende de sua própria natureza, questionar as razões que levaram o Tribunal de Justiça do Ceará a determinar a suspensão do processo. Por força da competência dessa Corte, busca-se, aqui, mais especificamente, a revisão do decisum. De se esperar, em contrapartida, que a apreciação do agravo esteja circunscrita aos fundamentos que autorizam o seguimento do Recurso de Apelação, pois é disso – e tão-somente disso – que trata o recurso de agravo. Entendendo Sua Excelência pelo cabimento da análise da matéria suscitada no Recurso Especial, esta deverá ser levada a julgamento da Turma, de forma colegiada, para não causar ao agravante grande prejuízo. Por todas as razões expendidas, padece de insanável nulidade a decisão proferida em juízo monocrático.
II. CONHECIMENTO E PROVIMENTO
Outrossim, acaso não suceda a reconsideração, REQUER seja
colocado em mesa o presente agravo/pedido de reconsideração, dando pela sua ADMISSÃO E CONHECIMENTO, ao fim de que seja dado PROVIMENTO ao Recurso Especial.
III. DA DECISÃO AGRAVADA
O presente agravo serve para requerer a modificação da
decisão, dos autos da Ação de Cumprimento de Sentença, assim firmada:
IV. DA IMPOSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DO PROCESSO POR FORÇA
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N.º 626.307 - TEMA 264
As decisões proferidas no STF, nos autos do Recurso
Extraordinário nº 626307 (Tema 264), determina a suspensão dos julgamentos de mérito relativos aos expurgos inflacionários advindos do Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor I e Plano Collor II. Contudo, excepcionaram que a suspensão afeta apenas os recursos que estiverem em sede de execução ou na fase de instrução, o que é não é o caso. Desta forma, já decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS. SOBRESTAMENTO EM FACE DE REPERCUSSÃO GERAL. O sobrestamento/suspensão das ações envolvendo os Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II determinado pelo STF (Recursos números 591.797/SP, 626.307/SP e 754.745-SP) não abrange as fases de instrução ou de cumprimento da sentença. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70047785852, Segunda Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 25/04/2012) Por outro lado, pondera-se que a orientação presente no Ofício-Circular nº 065/2011 CGJ não altera a determinação de sobrestamento prolatada pelo STF, já que assim dispôs: “(...) RECOMENDA-SE aos magistrados que, ressalvada a prática de atos urgentes e a adoção de medidas de natureza cautelar que julgarem adequadas e necessárias, seja sobrestado o julgamento dos processos em que se discutam diferenças de correção monetária dos depósitos de caderneta de poupança em decorrência dos chamados Planos Econômicos Bresser, Verão e Collor I e II, excetuados os processos em fase de execução definitiva e as transações efetuadas ou que vierem a ser concluídas”. ORIENTA-SE, ainda, aos magistrados que observem a ressalva de que o sobrestamento recomendado acima não obsta a propositura de novas ações, nem a tramitação das que forem distribuídas ou das que se encontrem em fase instrutória. RECOMENDA-SE, também, para fins de movimentação dos processos o uso do código 136 – Suspensão do Processo. (...)” Nesse sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS. SOBRESTAMENTO EM FACE DE REPERCUSSÃO GERAL. O sobrestamento/suspensão das ações envolvendo os Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II determinado pelo STF (Recursos números 591.797/SP, 626.307/SP e 754.745-SP) não abrange as fases de instrução ou de cumprimento da sentença. Por sua vez, as orientações postas no Ofício-Circular n. 065/2011 CGJ não diferem da determinação de sobrestamento prolatada pelo STF. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70045874005, Segunda Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 25/01/2012) AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. DETERMINAÇÃO DO JUÍZO DE ORIGEM DE SUSPENSÃO DO ANDAMENTO DO FEITO EM RAZÃO DAS DECISÕES LIMINARES PROFERIDAS PELO STF NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NºS 591.797, 626.307 E 754.745. OFÍCIO-CIRCULAR 65/2011. DESNECESSIDADE DE SOBRESTAMENTO NO FEITO. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70046749867, Segunda Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Fernando Flores Cabral Junior, Julgado em 29/02/2012) No caso, o processo encontra-se em fase de execução (definitiva), portanto, se enquadra na reserva da decisão prolatada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, não havendo falar em suspensão/sobrestamento deste recurso. Além disso, inexiste ordem legal de suspensão nos mencionados recursos, foi determinada apenas a suspensão de processos em fase de conhecimento, o que não é o caso, pois trata-se de execução. Além disso,, a inexigibilidade do título somente poderá ser reconhecida após eventual declaração de inconstitucionalidade ou interpretação constitucional diversa pelo STF, o que não ocorreu. Ademais, faz-se necessário apontar que, não compete mais a este juízo decidir o que já foi decidido na Ação Civil Pública. Se a sentença diz que a parte tem direito, não precisa absolutamente de decisão do juízo para discutir decisão já transitada em julgada. Aliás, não só não precisa como este juízo NÃO DEVE decidir nada a respeito, pois já foi decidido. Na verdade, o juízo pode e deve decidir omissões, questões que não foram expressas claramente na sentença coletiva, TÃO SOMENTE ISSO. Isso por que, o reconhecimento da repercussão geral da matéria que discute os rendimentos das cadernetas de poupança em face dos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II e a determinação de incidência do art. 328 do RISTF aos processos que versam sobre os expurgos inflacionários não acarretam o sobrestamento do cumprimento de sentença. Não há ilegalidade nos índices de correção monetária adotados pelo exequente, sendo certo que é devido o pagamento dos expurgos inflacionários referentes aos planos econômicos subsequentes, sob pena de não haver a justa recomposição do capital, ensejando enriquecimento sem causa do devedor. Toda essa matéria já foi amplamente debatida, na Ação Civil Pública, que já transitou em julgado, e com isso, fez coisa julgada material. Pois bem. Por coisa julgada material entende-se a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença para as partes litigantes, ou seja, não cabe mais discussão do que já foi decidido e transitado em julgado, e não mais passível de ajuizamento da ação rescisória. E, uma vez transitada em julgado a sentença que ora se executa, não restam dúvidas que a execução é definitiva e, não estando em fase recursal, não se aplicam, portanto as decisões acima acerca da suspensão. Sendo assim, a execução está amparada em sentença judicial transitada em julgado, a qual não está sujeita a modificação pela decisão a ser proferida pelo Supremo Tribunal Federal, que somente atingirá as ações em que não há decisão definitiva. Nesse sentido, o motivo de existir recurso pendente de julgamento em instância superior não é causa para suspender as ações de cumprimento de sentença. Neste contexto, entende-se que não é necessário o sobrestamento do feito, nos termos da fundamentação supra, uma vez que a decisão do ministro Dias Toffoli que concedeu a suspensão dos processos que versam sobre tal matéria faz constar no último parágrafo que “Não se aplica esta decisão aos processos em fase de execução definitiva e às transações efetuadas ou que vierem a ser concluídas” (RE 626.307-Tema 264). Daí porque, não merece prosperar a suspensão do processo pelo julgamento do Tema 264.
V. DA NÃO SUSPENSÃO DO PROCESSO POR FORÇA DO ACORDO
HOMOLOGADO PELO STF
Destarte, a autocomposição é um meio de solução do conflito
em que é facultado aos consumidores aderir ou não. Uma vez que a parte Agravante/Consumidora tem interesse na continuidade da demanda, fica claro que não tem a intenção de aderir ao acordo. Desse modo, se não há vontade de aderir, a interpretação adotada pela cláusula que supostamente prevê a suspensão não tem como atingir aquele que não é parte do acordo. Ademais, também não faz fundamento jurídico para impor uma restrição firmada em um acordo a terceiros não aderentes. Nesse sentido já se posiciou este Tribunal: Processo 1080811-33.2014.8.26.0100 - Cumprimento de sentenca - Expurgos Inflacionarios / Planos Economicos - Maria do Socorro da Silva Porto - HSBC BANK BRASIL S.A - Vistos. Trata-se de pedido de suspensao do presente incidente pelo prazo de 24 meses, com fundamento na interpretacao adotada pela executada do acordo coletivo firmado entre o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC e outras com Federacao Brasileira de Bancos - FEBRABAN e Confederacao Nacional do Sistema Financeiro - CONSIF em relacao aos planos economicos. Afasto a pretensao da executada liminarmente. Inicialmente, a autocomposicao mediada pela Advocacia Geral da Uniao e um meio de solucao do conflito em que e facultado aos consumidores aderir ou nao. Uma vez que a consumidora-exequente requereu a continuidade da demanda, fica claro que ela nao tem a intensao de aderir. Desse modo, se nao ha vontade de aderir, a interpretacao adotada pela executada da clausula que supostamente preve a suspensao nao tem como atingir aquele que nao e parte do acordo. Ademais, tambem nao faz fundamento juridico para impor uma restricao firmada em um acordo a terceiros nao aderentes. Ultrapassada a impossibilidade de que o acordo atinja a executada, na sua interpretacao da clausula a executada tambem esta desassistida de razao. O acordao, votado em uninimidade pelo Supremo Tribunl Federal, de Relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, previu expressamente que: Suscitou-se que a previsao estaria prolongando, por mais dois anos, a suspensao processual a qual estao sujeitas as acoes relativas aos planos economicos heterodoxos. Entretanto, a leitura atenta da clausula em questao revela que ela nao preve a suspensao das acoes durante o prazo de adesao ao acordo. O que ela preve e, apenas, que decorrido o prazo de 24 (vinte e quatro) meses, nao sera mais possivel aderir ao acordo, caso em que acoes judiciais prosseguirao em seu normal andamento. Como nao foram as partes que convencionaram a suspensao dos processos, nao teriam elas competencia para fazer persistir ou cessar a suspensao. A mesma posicao manifestada pelo E. STF e a qual adoto, afastando liminarmente a suspensao requerida, por ausencia de amparo legal. Excelência, conforme o ofício anexo a suspensão não abrange "os processos que sem encontram em fase de instrução probatória e de execução definitiva, oriundas se sentença transitada em julgado", como é o caso desta ação. Portanto, pedindo-se vênias, não há que falar em suspensão do feito, devendo ser afastada liminarmente a suspensão, por ausência de amparo legal.
a) Da questão à luz da Constituição Federal
A priori, insta salientar que a imposição de suspensão do
processo pelo prazo de 24 meses, dali se dizer que a Parte Autora ora Agravante, a qual já esperou por mais de 20 anos, deverá estar vindo a esperar mais ainda para se obter solução da ação em apreço. Mostra-se deveras perverso com o(a) poupador(a) fazer esperar por mais 24 meses, que poderá ficar a merçe de obter uma solução de JUSTIÇA nestes autos ainda em vida. Uma esperança única a qual lhe resta. Noutros termos, com uma “suspensão” da ação de cumprimento de sentença, estar-se-ia indo contra o disposto no princípio duma “RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO” tal qual o mesmo daqui se encontra disciplinado junto do Artigo 5°, o inciso LXXVIII, da nossa CRFB/1988, sem uma sombra das dúvidas. Por outro lado, este procedimento tal qual adotado junto da 1° instância se perfaz numa afronta ao “DIREITO DE AÇÃO” assegurado aos cidadãos do Brasil por força do disposto pelo Artigo 5°, o inciso XXXV, da nossa CRFB/1988 e, aliás, o que se está a perseguir agora. E, inclusive, é necessário seja pontuado que os dispositivos legais dali pertinentes com a Ação Civil Pública junto do Artigo n° 81 do Código de Defesa do Consumidor assim como junto do Artigo n° 543-C do CPC, aqui não induzem a uma “suspensão” de quaisquer das Ações Individuais; seja porque a mesma não atrai uma litispendência entre uma e outra ação, seja porque o aludido dispositivo do CPC/2015 se trata única e tão somente acerca do “sobrestamento” destas ações repetitivas num eventual Recurso Especial após ultrapassada a 2° instância. Diante do explicitado, não existe razão em aplicar-se a “SUSPENSÃO” do andamento da Ação de Cumprimento de Sentença, devendo a mesma ter o seu regular “prosseguimento” desde logo e o quanto antes. VI. DOS PEDIDOS
Posto isso, o presente Agravo Interno merece ser conhecido e
provido, principalmente quando foram comprovados os pressupostos de sua admissibilidade, onde se pede que: (i) provimento ao presente recurso, ofertando-se juízo de retratação, e, em face dos fundamentos levantados neste Agravo Interno, decidir por: 1) anular o ato decisório que determinou a suspensão do processo; (ii) não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, ad argumentandum, requer-se que o presente recurso seja submetido a julgamento pelo Órgão Colegiado (art. 1.021, 2º, NCPC).