Manual UFCD 10664

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UFCD: Instrumentos rítmicos

CÓDIGO DA UFCD: 10664


CARGA HORÁRIA: 25 horas
Objetivos
• Distinguir os diferentes conceitos associados à
música.
• Identificar e classificar os instrumentos musicais.
• Diferenciar os principais géneros e estilos
musicais.
• Executar uma interpretação musical.
• Planificar e desenvolver técnicas de animação
com recurso à linguagem plástica.
Conteúdos
• Música
o Altura
o Ritmo
o Melodia
o Timbre
o Dinâmica
o Forma
o Harmonia
o Pulsação
o Duração
• Instrumentos (percussão corporal ou com objetos)
• Famílias dos instrumentos musicais (timbre, dinâmica e
material de construção)
o Altura definida e indefinida
o Contraste e semelhança tímbrica
• Géneros e estilos musicais
o Clássico
o Contemporâneo
o Rock
o Pop
Índice
Enquadramento do curso ................................................................................................................................................. 5
Música ............................................................................................................................................................................... 6
Altura........................................................................................................................................................................... 10
Ritmo ........................................................................................................................................................................... 13
Melodia ....................................................................................................................................................................... 15
Timbre ......................................................................................................................................................................... 16
Dinâmica ..................................................................................................................................................................... 18
Forma .......................................................................................................................................................................... 19
Harmonia .................................................................................................................................................................... 20
Pulsação ...................................................................................................................................................................... 21
Duração ....................................................................................................................................................................... 23
Instrumentos (percussão corporal ou com objetos)....................................................................................................... 24
Famílias dos instrumentos musicais (timbre, dinâmica e material de construção) ....................................................... 27
Altura definida e indefinida ........................................................................................................................................ 28
Contraste e semelhança tímbrica ............................................................................................................................... 29
Géneros e estilos musicais .............................................................................................................................................. 30
Clássico ........................................................................................................................................................................ 32
Contemporâneo .......................................................................................................................................................... 33
Rock ............................................................................................................................................................................. 34
Pop .............................................................................................................................................................................. 35
Bibliografia ...................................................................................................................................................................... 36
Enquadramento do curso

A Formação Modular Certificada tem por base as unidades de formação de curta duração de 25 horas,
constantes do CNQ e destina-se a aperfeiçoar os conhecimentos e competências dos formandos, podendo ser,
igualmente, utilizada em processos de reciclagem e reconversão profissional, deste modo, a aquisição dos
conhecimentos necessários à integração num mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo.

O grande objetivo da elaboração deste Manual é tornar esses conhecimentos acessíveis, isto é,
contribuir seguramente para a divulgação de medidas que, uma vez postas em prática, permita um percurso
evolutivo por parte do formando, partindo do desenvolvimento das suas próprias competências expressivas,
em direção ao domínio de métodos e técnicas indispensáveis à sua ação como profissional.

Este Manual destina-se à comunidade em geral, a todos que pretendem desenvolver um repertório de
técnicas que possam servir de base para futuros progressos e despertar a consciência para o valor estético no
trabalho a desenvolver com crianças.
Música
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase
intrauterina os bebés já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue
que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material
sonoro especial e de referência afetiva para eles.

As Atividades Rítmicas e Expressivas permitem-nos vivenciar uma linguagem motora diversificada e


ajuda-nos a desenvolver novas perceções da nossa imagem corporal; São atividades que usam a música, ritmo,
cadência musical e explora as diferentes expressões corporais, tais como: criatividade, ritmo, expressão
corporal, sociabilização, flexibilidade, reação interpessoal, noções corporais, espontaneidade,
responsabilidade, cidadania, expressão e comunicação, entre outros aspetos.

Já no interior do corpo da mãe, a criança demonstra sensações e comportamentos específicos na


presença de sons, dado que convive com os sons estimulados pelo corpo e pela voz da mãe, respondendo a
estes estímulos através de movimentos corporais. Pode-se, então, dizer que o processo de musicalização dos
bebés e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de
sons do quotidiano, incluindo aí a presença da música.

O brincar para a criança é algo fundamental para seu crescimento e desenvolvimento, pois desta forma
lúdica, busca compreender o mundo real do adulto, interagindo com ele intensamente, de variadas formas
simbólicas. O cuidado lúdico surge então, para suprimir a lacuna no cuidado prestado às crianças. É brincando
que a criança tenta assimilar todos os medos, angústias, dores por ela vivida.

Através do jogo e da atividade lúdica, é possível integrar a criança no mundo musical e nas
particularidades que dele podemos tirar partido, pois a criança é um ser “brincante” e, brincando, faz música,
pois assim se relaciona com o mundo que descobre a cada dia.

As crianças não necessitam de conhecer previamente a música, o importante é que esta as inspire a
participar num jogo de dança criativo ou até mesmo na pintura de um desenho imaginativo. Assim, para o
mesmo autor, os jogos musicais permitem atingir três objetivos pedagógicos primordiais, sendo eles a
educação social, a educação criativa e a educação musical. A maioria destes jogos desenvolve
competências sociais, criativas e musicais em graus variados.

A música é um fator muito importante na infância precoce, pois esta permite que as crianças em idades
menores estejam mais predispostas para ouvir e aprender música, bem como a movimentarem-se ao som da
mesma. A música pode até ser encarada como uma nova linguagem, através da qual as crianças possam
aprender um pouco acerca de si mesmos e dos outros que a rodeiam e fazem parte da sua vida.

A música na vida das crianças não terá apenas efeitos na parte educacional, mas também a nível social,
pois a música é capaz de influenciar sentimentos, estados de espírito, com a memória e até mesmo a
concentração. Todos estes elementos são vitais para o ser humano e para a sua adaptação ao meio em que está
inserido. Ao incluir a música de forma tão natural como parte integrante do mundo da criança, os
professores/educadores podem estar também a estabelecer inconscientemente uma relação fundamental entre
a música, o funcionamento neurológico normal e a comunicação social normal.

A finalidade da Expressão Dramática é de promover a educação da criança numa estreita relação com
uma educação Social, Cívica, Cultural e Artística, contribuindo para o enriquecimento da sua personalidade,
formação da sua sensibilidade e promoção da sua cultura geral. A sua abordagem particular permite uma
experiência sistematizada que favorece pedagogias de comunicação e de trabalhos de capacitação como o de
expressão corporal e vocal, para dar respostas em diversas situações baseadas na improvisação, possibilitando
a criança exprimir, comunicar, sentir e experimentar.

A construção dos conhecimentos na Expressão Dramática deverá ter por base metodologia
diversificada, mas, dado ao carácter da disciplina recomenda-se que seja trabalhada em atelier, por este ser
um espaço aberto, livre e de partilha, onde as crianças têm uma participação ativa em todas as dinâmicas das
atividades.

A Expressão Musical é, sem dúvida hoje, inquestionável para o desenvolvimento global das crianças.
As atividades musicais promovem o desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo. A vivência musical contribui
para o desenvolvimento de diferentes competências refletindo-se no modo como a criança pensa, no que pensa
e no que produz com o pensamento. Todas as crianças têm potencial para desenvolver as suas capacidades
musicais, mesmo as mais pequenas são capazes de desenvolver pensamento crítico através da música. A
Expressão Musical permite participar em desafios coletivos e pessoais que irão contribuir para a construção
da identidade pessoal e social.

Assim, é finalidade da Expressão Musical:

o Desenvolver competências auditivas, utilizando códigos, convenções e terminologias do mundo da


música;
o Desenvolver competências vocais e instrumentais diversificadas;
o Desenvolver competências criativas e de experimentação;
o Desenvolver competências no âmbito da interligação da música com outras áreas do saber;
o Desenvolver o pensamento musical.
O desenvolvimento das competências musicais pode trazer benefícios que são extensivos a outras
categorias de competência pessoal e social. Ao desenvolverem as capacidades de execução, audição e
apreciação musical, os profissionais de educação podem estar simultaneamente a desenvolver ou a reforçar o
seu desenvolvimento cognitivo, físico e social.

Todo o som ouvido é causado por alguma coisa que vibra, ou seja, as vibrações são levadas através
do ar na forma de ondas sonoras que se espalham simultaneamente em todas as direções, acabando por atingir
a membrana do tímpano, fazendo com que vibre e, assim, é feita a transmissão até ao cérebro, sendo este
responsável por identificar os diferentes tipo de sons.
O som é um fenômeno acústico. Sons são ondas produzidas pela vibração de um corpo qualquer,
transmitida por um meio (gasoso, sólido ou líquido), por meio de propagação de frequências regulares ou não,
que são captadas pelos nossos ouvidos e interpretadas pelos nossos cérebros. Todos os sons conhecidos são
produzidos por vibrações. Quando agitamos ou tocamos algum instrumento, uma parte dele vibra. As
vibrações produzidas se deslocam formando ondas sonoras que são captadas por nossos ouvidos. Essa
propagação é semelhante às ondulações que se formam na água de um lago quando jogamos uma pequena
pedra.

O ouvido humano diferencia quatro características do som, nomeadamente a altura que permite
distinguir um som grave de um som agudo; a intensidade que permite diferenciar um som forte de um som
fraco; a duração, que permite distinguir um som curto de um som longo; e o timbre, que permite identificar
dois sons emitidos por dois instrumentos diferentes.

Neste contexto, a música possibilita, entre outras coisas, avaliar o crescimento físico, psicológico e
emocional da criança. A criança é sensível a tudo o que é cor, som e movimento, sendo a música muito
importante no seu desenvolvimento. Poder brincar é poder comunicar consigo e com os outros.

Sendo a música uma linguagem universal, tem o poder de inserção do indivíduo nas suas noções
culturais envolventes, independente da situação mental ou física. Assim, a música pode contribuir para que a
criança interaja com o seu mundo, além de ser um instrumento mediador. O tempo contribui para a
coordenação dos movimentos, não sendo viável conceber a ideia de espaço sem abordarmos a noção de tempo
musical. A palavra falada exige que as palavras sejam emitidas de forma sucessiva, obedecendo um certo
padrão rítmico (entoação de canções).

A música é um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e


do autoconhecimento, além de ser um poderoso meio de integração social entre as pessoas, independentemente
das suas diferenças. Sob o ponto de vista da maturação individual, isto é, da aprendizagem das regras sociais
por parte da criança, a música também é importante.

O educador é visto pelas crianças como um modelo que exerce uma influência determinante no seu
desenvolvimento pessoal e social. O educador deve colocar-se ao serviço das crianças, usando o que sabe e o
que adquire ao longo da sua vida. Precisamos de conhecer bem as características de cada criança, assim como
as suas dificuldades e aptidões, pois, como Gordon (2000:43) refere: “nascemos com direitos iguais perante a
lei, mas isso não significa que nasçamos todos iguais. Antes do nascimento todas as crianças têm
potencialidades inatas, mas, mal nascem, tornam-se logo patentes as diferenças entre elas. Parte dessas
diferenças reside no seu potencial de aprender e compreender a música.”

O educador tem de planear as atividades, nunca esquecendo os interesses das suas crianças. Este deve
criar um ambiente que estimule o desenvolvimento e a capacidade musical da criança. A criança deve ser
estimulada a envolver-se com a Expressão Musical quer com o material, quer com as atividades propostas,
incentivando-as a querer saber sempre mais e mais. Assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que
a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a produzir, com base num
trabalho sobre os diversos aspetos que caracterizam os sons, desenvolve-se em torno de cinco eixos que são:
o escutar, cantar, dançar, tocar e criar.

Os profissionais de educação têm de ser capazes de adaptar as suas atividades às caraterísticas das
crianças, pois isto vai influenciar o nível com que as mesmas aderem à atividade em questão. Têm de ser
consideradas as caraterísticas sociodemográficas e biológicas, as caraterísticas cognitivas e físico motoras que
são fruto do estádio e fase de aprendizagem, as capacidades expressiva, comunicativa, imaginativa e criativa
e por fim as caraterísticas de personalidade.

Deste modo, o educador/professor deve ter sempre presente a ligação das diferentes áreas e dar-lhes o
mesmo peso de igualdade, tanto de importância como de utilização. Os adultos que apoiam as experiências
relacionadas com a música, compreendem que num contexto de aprendizagem ativa, a música deve ocorrer
diariamente. Percebem, também, que esta expressão artística é parte integral da cultura de cada criança. Por
este motivo, fornecem à criança o máximo de experiências musicais, para que a capacidade e compreensão
musical das crianças se possam desenvolver e florescer.
Altura
A aprendizagem da música é positivamente associada a uma série de funções cognitivas, incluindo
habilidades espácio-temporais, integração visual-motora, atenção seletiva, memória para estímulos verbais,
capacidade de leitura e capacidades matemáticas. A inteligência musical é caraterizada pela habilidade de
reconhecer sons e ritmos, a capacidade de criar músicas e cantar ou tocar instrumentos musicais. Um conceito
associado a esta teoria são as chamadas “Janelas de oportunidades” que se referem aos períodos em que as
crianças parecem ter maiores facilidades para desenvolverem cada tipo de inteligência.

É possível identificar a altura do som ao comparar dois ou mais sons. As crianças gostam de
acompanhar a música com movimentos do corpo, tais como palmas, sapateados, danças, volteios de cabeça,
mas cabe ao professor estimular, pois é a partir da relação entre o gesto e o som que a criança especial vai se
permitir explorar a descoberta dos sons e do ritmo.

Em música, altura é um aspeto sonoro que refere-se à forma como o ouvido humano percebe
a frequência fundamental dos sons (tom), onde as baixas frequências são percebidas como "sons graves" (tom
grave ou baixo) e as mais altas como "sons agudos" (tom agudo ou alto). Assenta num trabalho de exploração
de sons e ritmos, que a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a
produzir, com base num trabalho sobre os diversos aspetos que caracterizam os sons: intensidade (fortes e
fracos), altura (graves e agudos), timbre (modo de produção), duração (sons longos e curtos), chegando depois
à audição interior, ou seja, a capacidade de reproduzir mentalmente fragmentos sonoros. A expressão musical
está intimamente relacionada com a educação musical que se desenvolve, na educação pré-escolar, em torno
de cinco eixos fundamentais: escutar, cantar, dançar, tocar e criar.

Altura, é a propriedade do som que o caracteriza como grave ou agudo e está relacionada com a
frequência de uma onda sonora. É por meio da altura que podemos distinguir um som agudo (fininho, alto),
de um grave (grosso, baixo). A altura de um som musical depende do número de vibrações. As vibrações
rápidas produzem sons agudos e os lentos sons graves. São essas vibrações que definem cada uma das notas
musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si; assim, a velocidade da onda sonora determina a altura do som, por isso cada
nota tem sua frequência (número de vibrações por segundo).

A altura de um som pode ser caracterizada como definida ou indefinida. Em ambos os casos, os sons
podem ser agudos ou graves. Os instrumentos de altura indefinida são incapazes de produzir uma melodia,
visto que a maioria deles emite um só som, que a voz humana ou outro instrumento de altura definida não
conseguem imitar.

Altura do som é um termo utilizado para definir se um som é agudo ou grave. Sons altos são agudos e
sons baixos são graves. Quanto maior a frequência, mais agudo (alto) é o som; e quanto menor a frequência,
mais grave (baixo) é o som. Essa frequência corresponde aos ciclos (oscilações por segundo) da onda sonora.
É importante não confundir altura do som com volume (ou intensidade) do som.
A altura é a qualidade que nos permite diferenciar os sons agudos dos sons graves: o som alto é um
som agudo e o som baixo é um som grave. Imagine a seguinte situação: você está escutando música num
volume elevado e alguém pede para que você baixe o som. Se você fosse seguir essa instrução à risca, na
verdade não deveria mexer no controle de volume, e sim no controle de graves!

A altura (sons agudos e graves, que para a criança do 1º ano serão finos e grossos), noção que deve ser
introduzida mais tarde, será trabalhada, primeiro, através do som da voz dos animais, levando a criança a
identificar animais que têm voz fina e animais que têm voz grossa.
Após ter interiorizado bem os sons agudos e graves, a criança vai vivenciar sons que sobem e sons que
descem, primeiro escutando e depois verbalizando enquanto fazem o movimento. Na expressão vocal,
interessa-se sobretudo a articulação dos sons, os aspetos psicofisiológicos da fala. Por isso, joga-se com os
sons emitidos pelo aparelho fonador:

- Duração de um sopro (prolongamento, força e intermitência);

- Sustentação de um som;

- Aceleração e retardamento de um som;

- Variações de alturas e intensidades do som;

- Palavras recitadas ritmicamente (nome próprio, número de telefone, nome de um animal, etc);

- Ouvir sons diversos do quotidiano;

- Imitar sons orgânicos (produzidos pela pessoa) e inorgânicos (imitando sons da natureza)

Neste patamar são ainda evidenciados os cinco eixos referidos, para os quais são apresentadas
orientações que o educador poderá seguir no desenvolvimento das suas práticas: escutar, cantar, dançar, tocar
e criar. Como tal, proporciona às crianças a realização de atividades diversificadas, bem como adquirição de
novos conhecimentos e aprendizagens de uma forma lúdica e atrativa.
Ritmo
As primeiras atividades com o ritmo devem ser feitas através da imitação rítmica. O (A) educador (a)
começa por bater ritmos simples com palmas e pede à criança para repetir. Depois apresenta sequências de
ritmos através de fichas para eles (as) lerem.

Neste contexto, o ritmo estimula o movimento corporal, a melodia estimula a afetividade e a estrutura
musical colabora na ordem mental do Homem. Este é o que age em função da duração do som. É a definição
de quanto tempo cada parte da melodia continuará à tona.

Ritmo pode ser descrito como um movimento coordenado, uma repetição de intervalos musicais
regulares ou irregulares, fortes ou fracos, longos ou breves, presentes na composição musical.

O termo ritmo tem origem na palavra grega rhytmos, que significa qualquer movimento regular,
constante, simétrico.

Ritmo é a distribuição de sons fortes e fracos, longos e curtos e de pausas, que aparecem em intervalos
iguais numa frase musical.

Na expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a criança produz e
explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a produzir, com base num trabalho sobre os
diversos aspetos que caracterizam os sons.

Toda peça musical é composta por necessariamente três elementos: a melodia (forma como os sons se
desenrolam no tempo), a harmonia (forma como os sons soam em simultâneo) e o ritmo. O ritmo é importante
para determinar a duração de cada som na música e também a duração dos silêncios. Uma mesma sequência
de três notas iguais pode dar origem a três composições musicais diferentes apenas pela variação do ritmo.

Não é apenas na atividade humana que podemos encontrar o ritmo, ela está presente também na
natureza, nas mais diversas ocasiões e basta uma simples observação, como por exemplo, do movimento das
marés, da simples alternância entre dia e noite, da mudança das estações ou na medida do tempo.

Os componentes básicos do ritmo são o som e o silêncio, que são combinados para formar padrões
sonoros. Tais padrões sonoros são repetidos ao longo de uma melodia, dando assim, origem ao ritmo, que
pode ter uma batida constante ou variável. As batidas podem ser fortes, extensas, breves ou suaves, que são
aplicadas à composição musical conforme à necessidade.

Mesmo estando as crianças recetivas à aprendizagem pela música, para ouvir e fazer música, é
desejável o auxílio ou incentivo de um adulto com formação musical, quer em contexto escolar, quer em
contexto informal. Por muito que aprendam por si próprias, o auxílio do adulto torna essa aprendizagem mais
coerente e mais fundamentada.

Como tal, é essencial que os pais e outros responsáveis pelas crianças, nomeadamente o educador,
dediquem o tempo necessário ao desenvolvimento musical das crianças pequenas e se não subestimarem a sua
compreensão, elas virão a sentir-se mais à vontade com todos os tipos de música numa idade mais precoce e
desenvolverão atitudes positivas em relação à música que persistirão ao longo da sua vida.

ATIVIDADE 5 3º e 4º ANOS

Esta atividade integra o ritmo, o andamento e a percussão corporal. As crianças sentadas em


semicírculo vão bater simultaneamente e de forma sincronizada a seguinte sequência rítmica num andamento
lento: duas palmadas nas coxas e de seguida duas palmas. Uma criança que vai ficar à frente como dirigente
do jogo, começa por dizer o seu nome ao mesmo tempo que bate nas coxas e o nome de uma outra criança
que está sentada no semicírculo, ao mesmo tempo que bate as duas palmas.

Através da música, as crianças aprendem a conhecer-se a si próprias, aos outros e à vida. E, o que é
mais importante, através da música as crianças são mais capazes de desenvolver e sustentar a sua imaginação
e criatividade ousada. Dado que não se passa um dia sem que, duma forma ou doutra, as crianças não ouçam
ou participem em música, é-lhes vantajoso que a compreendam. Apenas então poderão aprender a apreciar,
ouvir e participar na música que acham ser boa, e é através dessa perceção que a vida ganha mais sentido.
Melodia
As experiências-chave de música que chamam à atenção para a forma como as jovens crianças se
desenvolvem enquanto criadoras de música. Três dessas experiências-chave centram-se na exploração da
música: mover-se ao som da música; explorar e identificar sons; explorar a voz a cantar. Uma das experiências
chave emerge à medida que as crianças pequenas utilizam um elemento particular da música: desenvolver
melodias. E duas das experiências-chave relacionam-se com o fazer música: cantar canções; tocar
instrumentos musicais simples.

Porém a Melodia caminha por entre o Ritmo, esta é uma sucessão coerente de sons e silêncios, que se
desenvolvem em uma sequência linear com identidade própria. É a voz principal que dá sentido a uma
composição encontra apoio musical na harmonia e no ritmo.

Na notação musical ocidental a melodia é representada no pentagrama de forma horizontal para a


sucessão de notas musicais (dó,ré,mi,fá,sol,lá,sí) e de forma vertical para sons simultâneos. Os sons da melodia
possuem um sentido musical. A sucessão de sons arbitrários não se considera que produz melodia. Os sons
que formam a melodia possuem quase sempre durações diferentes.

Na sua forma mais simples, a definição de melodia resume-se a uma sequência de notas musicais
tocadas numa determinada ordem, chamada fase musical ou frase melódica. Qualquer coisa que crie notas
musicais distintas pode criar uma melodia. As melodias podem ser compostas da mesma nota única tocada
várias vezes, ou múltiplas notas, geralmente dentro de algum tipo de escala, como se discute abaixo.

Por exemplo, quando se canta ou se toca "feliz aniversário", continua a ser a mesma melodia. A forma
como as frases principais são cantadas em "feliz aniversário" continua a ser a mesma, uma vez que a linha
melódica é passada de uma pessoa para outra. Podemos definir a melodia como um conjunto de sons que se
sucedem com maior ou menor distância entre si.

Quando se pensa em música, normalmente pensa-se logo em melodia. De certo modo, melodia e
música são quase a mesma coisa. De facto, o que é a música senão um conjunto de sons que mudam e que se
movem no tempo? Isto é também, praticamente, uma definição de melodia: uma série de notas que se movem
no tempo, umas a seguir às outras. Assim, a melodia é o lado 'cantante" da música, da mesma maneira que o
ritmo é o lado "dançante" dessa mesma música.

Tal como preconizam as orientações acima referidas, dizer rimas e lengalengas, entoar rimas e
lengalengas, cantar canções, reproduzir pequenas melodias, experimentar sons vocais (todos os que a criança
é capaz de produzir) são atividades essenciais para desenvolver as competências a que nos propomos neste
estudo de caso, nomeadamente, as competências referentes à componente comunicacional.

A melodia é uma sequência linear de notas que o ouvinte ouve como uma entidade única. A melodia
de uma música é o primeiro plano para os elementos de apoio e é uma combinação de tom e ritmo. Sequências
de notas que compõem uma melodia são musicalmente satisfatórias e são muitas vezes a parte mais memorável
de uma música.
Timbre
Timbre, é a propriedade ou característica do som que nos permite conhecer a origem da fonte sonora.
O timbre permite identificar a voz de pessoas ou o instrumento musical que está a ser tocado. Às vezes, dois
sons têm a mesma altura, a mesma duração e a mesma intensidade, mas têm timbres diferentes. Uma mesma
nota pode ser tocada em instrumentos diferentes, por exemplo, o piano e a flauta, possuem a mesma altura,
mas o timbre é diferente.

Considera-se timbre a propriedade ou característica do som que nos permite conhecer a origem da
fonte sonora. O timbre permite identificar a voz de pessoas ou o instrumento musical que está a ser tocado.
Às vezes, dois sons têm a mesma altura, a mesma duração e a mesma intensidade, mas têm timbres diferentes.

Uma vez que cada instrumento tem o seu próprio som, pretende-se que as crianças comecem a ter uma
primeira perceção de que existem sons que podem ser agrupados por terem semelhanças, pois são produzidos
por várias “famílias de instrumentos”: instrumentos que são “soprados”, outros que são “percutidos”, outros
ainda com cordas que são “beliscadas” ou “friccionadas”, etc.

Em música, chama-se timbre a característica sonora que nos permite distinguir sons da
mesma frequência que foram produzidos por fontes sonoras diferentes, que também nos permite diferenciá-
las. Quando ouvimos uma nota tocada por um piano e a mesma nota (uma nota com a mesma altura) produzida
por um violino, podemos imediatamente identificar os dois sons como tendo a mesma frequência, mas com
características sonoras muito distintas. O que nos permite diferenciar os dois sons é o timbre instrumental.

Numa primeira fase, é fundamental que a criança aprenda a escutar. Por isso, deve-se dar prioridade
ao desenvolvimento auditivo, através da identificação de sons envolventes (dentro e fora da sala de aulas) para
a discriminação de diversos timbres: corporais, vocais, materiais e objetos sonoros, sons do ambiente, entre
outros.

Assim, as crianças quando escutam um conjunto musical é possível distinguir os sons emitidos por
cada instrumento que faz parte da banda, assim como também é possível distinguir o som emitido pelas vozes
das pessoas com quem conversamos. A qualidade que nos faz distinguir os sons de diversas origens é definida
como timbre.

O Timbre é a “cor” do som. Aquilo que distingue a qualidade do tom ou voz de um instrumento ou
cantor, por exemplo, a flauta do clarinete, o soprano do tenor. Cada objeto ou material possui um timbre que
é único, assim como cada pessoa possui um timbre próprio de voz, tão individual quanto as impressões digitais.

Timbre pode ser uma característica sonora que permite distinguir sons que possuem a mesma
frequência, altura e intensidade, mas com ondas sonoras diferentes.

A diferenciação causada pelo timbre musical, por exemplo, leva em consideração vários fatores, como
o material que é constituído o instrumento, a forma da caixa de ressonância e a força utilizada para produzir
o som. Todas essas características influências no tipo do timbre.
ATIVIDADE 1 1 e 2º Anos: Apreciação do timbre de diferentes fontes sonoras. Para trabalhar o
timbre, deve-se realizar atividades em que a criança terá que identificar e produzir timbres de diferentes fontes
sonoras. A criança será sensibilizada para respeitar o ambiente, interiorizando a teoria dos três Rs, ao recolher
materiais de desperdício para realização de trabalhos expressivos. O (A) educador(a) pede aos (às) criançaos
(as) para recolherem materiais diversos. Todo esse material será explorado, tirando partido das suas
potencialidades tímbricas, em posteriores trabalhos expressivos: dramatização, teatro de fantoches, contos,
poesias etc.

ATIVIDADE 2 3º e 4º ANOS: Formar duas filas de crianças, de costas voltadas. O número de crianças por
fila varia de acordo com a quantidade de instrumentos disponíveis. As duas filas contêm os mesmos
instrumentos. No entanto, a criança os com os mesmos instrumentos devem ficar em posições diferentes. Por
exemplo, se a primeiro criança da fila da frente tiver um chocalho a criança de costas terá um triangulo. O(a)
colega com o chocalho, na outra fila, para ficar um pouco distante, deverá estar colocado(a) a partir da
quarta posição. O(a) professor(a) indica uma criança de uma das filas (frente ou trás), tocando na cabeça e
sem dizer o nome, e esta irá produzir o som com o seu instrumento. A criança que terá o mesmo instrumento
na fila contrária, irá responder produzindo, por sua vez, o mesmo som.
ATIVIDADE 2º e 3º ANOS: Relacionar sons com a imagem representativa Antes das crianças
realizarem esta atividade é importante a chamada de atenção para a escuta em silêncio dos sons, para que esses
possam ser identificados facilmente através da gravação. O (A) professor (a) distribui fichas contendo imagens
(proposta de ficha nº 1) que representam timbres de diferentes fontes sonoras que estão gravadas. Cada criança
terá uma ficha e vai pintar, com cores à escolha, o quadrado correspondente à imagem cujo som escutou.
Dinâmica
A dinâmica musical é a intensidade do som (para o caso do piano) ou a sensação que determinado
trecho musical poderá transmitir. Na música, a dinâmica de uma peça é a variação de volume entre notas ou
frases. As dinâmicas são indicadas por notações musicais específicas, geralmente com alguns detalhes. No
entanto, as marcações de dinâmica ainda requerem interpretação pelo intérprete, dependendo do contexto
musical: por exemplo, uma marcação de piano (silencioso) em uma parte de uma peça pode ter uma
intensidade objetiva bastante diferente em outra peça ou mesmo em uma seção diferente da mesma peça.

A dinâmica consiste na variação de intensidade que ocorre ao longo da música. Isso pode soar simples,
mas a dinâmica é um conceito amplo presente em praticamente todos os estágios da produção musical, é um
termo musical que se refere às variações da intensidade do som. A passagem da intensidade pode ser brusca
ou gradual.

Dinâmica na música pode fazer referência:

• Marcações de dinâmica em uma partitura musical


• Variações na intensidade ao longo de um som
• O alcance dinâmico de um sinal de áudio ou sistema
• As funcionalidades individuais de um envelope de amplitude de um som
Quanto a dinâmica, dando prosseguimento ao nosso aprendizado, vamos conhecer alguns de seus sinais
mais utilizados. A música pode ser tocada com diferentes intensidades, ou seja, diferentes volumes e variações
desse volume em determinados trechos da música.

Para indicar se uma parte será tocada com mais, ou menos, volume ou força, que outra, são usados os
sinais de intensidade (dinâmica). Abaixo temos a imagem de um gráfico que pode ser comparado a um
indicador de volume de um aparelho de som qualquer. Com ele dá pra se ter uma noção da relação entre os
diferentes sinais de dinâmica.

Numa das unidades anteriores ficaste a saber que os sons podem ser fortes, meio-fortes e pianos, isto é,
que os sons têm diferentes intensidades. É exatamente à variação da intensidade dos sons que chamamos de
dinâmica.

O facto de proporcionar atividades faz com que as crianças conseguissem manter-se concentradas e atentas
durante um período de tempo razoável, apesar de curto, como é de esperar tendo em conta a idade. Foi
enternecedor ver o entusiamo das crianças a explorarem os instrumentos musicais. Mantiveram-se atentas,
interessadas e contentes com os diversos instrumentos ali presentes, pois tudo aquilo era novidade.

As crianças que tem contacto com instrumentos musicais; conseguiram desenvolver as suas capacidades
de atenção, concentração e memorização; conheceram os sons produzidos pelos diversos instrumentos;
tiveram contacto com peças de música de compositores conhecidos.
Forma
A música, também denominada de expressão musical, sempre foi e continua a ser um dos melhores
meios para trabalhar com as crianças tendo em vista a aprendizagem de algo. Experiências realizadas
anteriormente provam a existência de uma relação entre a motivação para a aprendizagem e os estímulos
recebidos para tal.

É importante que se proporcionem momentos variados de audição de música às crianças, pois é dessa
maneira que elas começam a conseguir ouvir de diversas formas, isto é, sob diversos pontos de vista, desde a
música de fundo, à qual não atribuímos significado, à música que damos sentido, passando pela música como
obra de arte, até à música como meio de transmissão de uma mensagem específica.

Na música se dá o mesmo. Forma musical, nos estudos académicos de música, harmonia avançada ou
forma e análise, entre outros, refere-se à estrutura de uma peça musical específica. Por exemplo, uma peça
pode ser escrita na forma binária, allegro, forma ternária e forma estrófica. O termo forma designa, no campo
musical, a estrutura de uma obra musical. Uma das tarefas da análise de obras musicais é compreender a forma
das obras, que pode ser muito simples (forma estrófica, forma verso-refrão) ou muito complexa.

Obviamente, o termo estrutura deve ser entendido em vários níveis, ou seja, uma obra musical pode
ter uma forma geral em um ou mais movimentos, em um dos movimentos haverá uma forma em várias seções,
e em cada seção aí serão frases separadas.

A forma não deve ser confundida com o gênero (sinfonia, concerto), mesmo que haja gêneros que
usam formas obrigatórias. Apresentemos também o termo sonata, que designa tanto um gênero (ou mesmo
vários gêneros) quanto uma forma específica usada em muitos gêneros distintos.

A postura e o conforto da criança são importantes para garantir uma audição ativa, que favoreça a
concentração, sem perder o significado da audição. Quando se proporciona momentos de audição musical às
crianças, é fundamental que haja calma e silêncio, no entanto se queremos fomentar a audição musical
tentamos que se viva essa experiência de forma natural, não com uma postura corporal estática e passiva. A
coordenação da escuta com o movimento permite uma interpretação mais significativa por parte das crianças.
Através das audições musicais, dá-se a oportunidade à criança de se expressar sobre o que lhe sugere a música.

Com o hábito de ouvir audições musicais, mais cedo ou mais tarde, é-se capaz de descrever e classificar
diferentes obras, percebendo todos os pormenores. Todavia, para que tal aconteça, convém que haja uma
prática, que se explore diversos sons. A audição musical é um processo que implica o envolvimento ativo do
ouvinte, e para o qual são necessárias a experiência e a aprendizagem. Estar ativo tem sido muitas vezes
considerado quer negativamente, quer demasiado difícil. Tornar os ouvintes conscientes parece, por vezes,
impossível.
Harmonia
Harmonia é a combinação dos sons ouvidos simultaneamente, é o agrupamento agradável de sons. No
nosso exemplo, você poderia muito bem tocar a música apenas com uma nota de cada vez, porém ficaria sem
graça. Por isso, quanto mais notas musicais você tocar simultaneamente (acordes) de forma agradável,
harmoniosa, melhor será a música.

A harmonia musical é a combinação de notas de maneira organizada, para gerar sons que se equilibram
entre si. Trata-se de um conjunto de sons dispostos em ordem simultânea ou sobrepostos concebendo o
conceito de verticalidade em música, ou seja, som sobre som. Se contrapõe à melodia, que é a combinação de
sons em ordem sucessiva estabelecendo a horizontalidade, uma nota após a outra. A relação dessas notas
sobrepostas gera acordes com suas respetivas particularidades.

Com isso, os instrumentos ditos harmônicos como violão, piano e harpa deixam mais evidente a
perceção do conceito de harmonia pois, viabilizam mais facilmente a execução simultânea de várias notas.

Entender o que é a harmonia musical é importante, visto que isso possibilita uma melhor compreensão
estrutural das músicas. Como mencionamos, isso também é fundamental para músicos que desejam compor
ou fazer arranjos, pois permite selecionar notas a fim de criar, principalmente, as bases que vão sustentar e
equilibrar a melodia. conhecer a harmonia musical traz, também, a possibilidade de direcionar o efeito que se
pretende com o discurso musical. A partir do embasamento teórico, por exemplo, é possível utilizar acordes
consonantes nos momentos em que a música requer relaxamento, ou dissonantes, quando a intenção é gerar
tensão.

A construção musical tem muitos elementos, que podem ser conhecidos com mais profundidade. Por
isso, as pessoas que desejam ampliar a sua compreensão teórica precisam entender o que é harmonia na música
e que ela se trata de um tópico muito extenso, mas que permite bastante autonomia para a execução e a
composição musical.

A apreciação musical exige compreensão no sentido de que aprender música é ser guiado de forma a
dar significado áquilo que se ouve. A criança deve primeiro compreender e só repetir posteriormente, não
reduzindo a imitação a um processo exclusivo de desenvolvimento da memória.

A criança deve ser capaz de em primeiro lugar, ouvir fisicamente; em segundo, ouvir interiormente; e,
por último, reproduzir. É certo que à medida que a aprendizagem vai evoluindo, todo este processo também
se torna mais complexo. A aprendizagem inicia-se pelo ouvido, ou seja, através do timbre. Assim, é
fundamental começar por ouvir música, de preferência de características diferentes. De uma forma geral, a
harmonia é o aspeto “vertical” da música, tendo a ver sobretudo com a combinação simultânea de dois ou
mais sons. Assim, numa partitura com várias pautas podemos ver as notas que ficam por debaixo umas das
outras. Quando as ouvimos soar ao mesmo tempo, ficamos com a ideia de harmonia.
Pulsação
A pulsação, em música, é uma frequência regular de batidas, de marcações. A pulsação também pode
ser chama de tempo (ex.: tempo da música) e também de beat. Marcação regular de uma música, que vem da
palavra pulso.

Para compreender melhor este conceito, você precisa lembrar que nós também temos uma pulsação
interna no nosso sistema circulatório: trata-se da pulsação cardíaca, ou batimentos cardíacos. Se você colocar
a mão sobre o seu coração, ou sobre o pulso vai sentir melhor esses batimentos e vai perceber que eles se
repetem de forma constante e de forma regular.

Quando ouvimos falar de pulsação, associamos imediatamente esta palavra ao bater regular do nosso
coração. como sabes, a nossa pulsação não é sempre a mesma quando estás em repouso o teu coração bate
mais devagar, batendo mais depressa quando estás a andar e mais ainda quando corres.

Em música, podes ouvir a pulsação num determinado instrumento musical, reproduzi-la quando
acompanhas com palmas a música que estás a ouvir ou podes apenas senti-la. O pulso é o elemento primário
do ritmo, é a marcação mais importante, ele é repetido constantemente num batimento regular. Os ritmos estão
organizados pela quantidade de tempos e alternância de sons fracos e fortes dentro de cada compasso.

A pulsação musical podemos dizer, portanto, que se trata de uma pulsação como a do ser humano, uma
pulsação regular, por ser uma condição rítmica de tipo constante. É determinado por dois fatores fundamentais,
como a duração da música inteira e, é claro, o tempo dela.

Muito intimamente relacionado com o termo pulso musical, existem outros conceitos que são básicos
quando se analisa uma composição deste tipo. Especificamente, um deles é o sotaque, que se refere à maior
intensidade que ocorre naquele pulso ou em uma nota específica. O acento é considerado o primeiro tempo de
cada compasso e se destaca por ser repetitivo e realizado de forma cíclica ou periódica.

Quando falamos de pulsação, associamos imediatamente este termo ao bater regular do nosso coração,
ou seja, ao seu ritmo. Como sabes, a nossa pulsação não é sempre a mesma. De facto, quando estás em repouso
o teu coração bate de uma determinada maneira, a que chamamos ritmo normal. Pelo contrário, se fizeres um
esforço físico, por exemplo, se correres, a tua pulsação aumenta, pois, o coração bate mais depressa. Tal como
sucede com o nosso corpo em que há uma relação entre o esforço que fazemos e o bater do coração, também
na música existe uma relação direta entre aquilo a que chamamos velocidade da música e a sua pulsação que,
embora regular, poderá ser mais rápida ou mais lenta.

Contratempo é, como a própria palavra indica, qualquer coisa que vai contra o tempo, ou seja, algo
que se sobrepõe ao tempo definido, isto é, contra a pulsação. Vejamos uma situação do dia-a-dia que te ajuda
a perceber melhor este conceito. Imagina que estás no recreio da rua escola e que com uma bola de basquetebol
estás a treinar o drible. O som da bola a bater no chão é constante, quer dizer, tem uma pulsação regular.
Duração
A duração é o tempo que o som permanece em nossos ouvidos, isto é, se o som é curto ou longo. É a
característica que revela o tempo de emissão de um som. Depende do tempo que duram as vibrações do objeto
que os produz. As diversas durações são utilizadas em combinação com uma regularidade básica chamada de
pulso ou pulsação. Essas variações são comumente chamadas de ritmo.

Alguns sons possuem ressonância curta, isto é, continuam soando por um breve período de tempo,
como o som dos tambores, e outros tem ressonância longa, como os sons dos sinos que permanecem soando
por um período de tempo maior.

Na música, duração é uma quantidade de tempo ou quanto tempo dura uma nota, frase, seção ou
composição. " Duração é a duração de tempo em que um tom, ou tom, é emitido." Uma nota pode durar
menos de um segundo, enquanto uma sinfonia pode durar mais de uma hora. Uma das características
fundamentais do ritmo, ou ritmo abrangente, a duração também é central para a métrica e a forma musical. A
liberação desempenha um papel importante na determinação do timbre de um instrumento musical e é afetada
pela articulação.

O conceito de duração pode ser subdividido em batida e métrica, onde a batida é vista como
(geralmente, mas certamente não sempre) uma 'constante', e o ritmo sendo mais longo, mais curto ou com a
mesma duração que a batida.

A duração é o tempo que o som permanece em nossos ouvidos, isto é, se o som é curto ou longo. É a
característica que revela o tempo de emissão de um som. Depende do tempo que duram as vibrações do objeto
que os produz.

As figuras de duração, ou figuras de valor musical são separadas em dois grupos. O grupo de valores
positivos organiza os símbolos que representam o som, enquanto o grupo de valores negativos organizam os
símbolos que representam silêncio. Para além da duração, da altura e da intensidade, uma das características
básicas que nos permite distinguir os sons é o timbre.

Apesar das principais características do som serem a intensidade, o timbre, a duração e a altura, e de
um instrumento musical ser caracterizado por estes quatro parâmetros, o timbre é a qualidade auditiva mais
complexa. Esta característica sonora é um atributo muito importante da acústica musical, pois permite-nos
distinguir se dois sons foram produzidos pelo mesmo instrumento musical. Por exemplo, quando uma
determinada nota, com a mesma altura, é tocada por um piano e a mesma nota é tocada por uma flauta
transversal, evidentemente que percebemos logo que apesar da mesma altura o seu som (timbre) é diferente.
Isto acontece porque as ondas sonoras dos instrumentos musicais possuem formas diferentes.
Instrumentos (percussão corporal ou com objetos)
A Percussão Corporal é a arte de produzir sons, utilizando o próprio corpo como um instrumento
musical. É uma ideia primordial, muito observada nos antigos rituais dos índios e xamãs, pois se acredita que
antes mesmo do ser humano desenvolver seus tambores e instrumentos musicais ele já batucava em seu próprio
corpo, produzindo ideias musicais. Assobiar, estalar os dedos, sapatear, bater palmas, peito e coxas é uma
forma de desenvolver uma sinfonia rítmica em movimento. É uma modalidade que une a atividade física, arte,
dança e musicalidade ao mesmo tempo.

Em várias culturas, podemos observar a presença da percussão corporal como recurso sonoro e
musical. Em cada lugar, ela é desenvolvida dentro de um estilo e, conforme analisamos seu tipo de técnica e
nível de complexidade, podemos até identificar diálogos com o respetivo contexto cultural.

A percussão, de modo geral, é uma prática bastante associada a culturas populares e a percussão do
corpo acompanha este mesmo trajeto. Em atividades de cultura popular, dança e música trabalham quase
sempre juntas, e nesses ambientes podemos encontrar vários tipos de percussão corporal.

É importante lembrar que, além de citar algumas técnicas de percussão corporal e estilos de danças
percussivas, permanecerei falando somente no âmbito da apresentação cênica, e não tocarei ainda em áreas
como musicoterapia, dinâmicas de grupo, educação musical e muitas outras que também desfrutam da
percussão do corpo.

Aqui estão, de acordo com a minha escolha pessoal, alguns dos nomes e estilos mais importantes da
área da percussão corporal, dentro da cena internacional. Esta é uma passada superficial, mas tentei detalhar
um pouco sobre a origem, timbres explorados e coloquei um vídeo de exemplo em baixo de cada estilo.
Tecnicamente, considerei percussão corporal as técnicas que batem partes do corpo umas nas outras ou no
chão.

Ao pensarmos o corpo como instrumento, busca-se o desenvolvimento de técnicas, diferenciação de


timbres, definição de alturas, ritmos, entre outros saberes musicais e tem o propósito de demonstrar a
adequação do uso do corpo como instrumento musical por meio de atividades lúdicas orientadas com crianças
pequenas de pré-escola, em processos de musicalização infantil. Para criar sons podemos utilizar: as mãos
(batendo palmas, conseguimos produzir uma grande variedade de sons, dependendo da forma como batemos),
os pés (podemos fazer diferentes batimentos com os pés no solo), os dedos (e fazê-los estalar), a boca
(podemos estalar a língua) e a voz (pode produzir diferentes sons e até mesmo cantar).

A utilização do corpo como instrumento musical por parte das crianças pode ajudar no
desenvolvimento da coordenação motora, no desenvolvimento da compreensão do ritmo, proporcionar o
conhecimento dos diferentes sons do corpo, facilitar a aquisição da consciência corporal, das partes
constituintes do corpo e os nomes das mesmas, a atenção, a concentração e a audição.
Os jogos de improvisação constituem um dos principais condutores do processo pedagógico-musical
na etapa da educação infantil. Como ações intencionais que possibilitam o exercício criativo de situações
musicais e o desenvolvimento da comunicação por meio da linguagem musical, os jogos garantem às crianças
a possibilidade de vivenciar e entender aspetos musicais essenciais: as diferentes qualidades do som, o valor
expressivo do silêncio, a necessidade de organizar os materiais sonoros e o silêncio no tempo e no espaço, a
vivência do pulso, do ritmo, a criação e a reprodução de melodias.

Sabe-se que a percussão corporal é um instrumento extremamente rico, porém apresenta limitações,
como a referência harmônica. Com um estudo avançado da percussão corporal é possível adquirir um
refinamento melódico e, em naipes, trabalhar com estrutura harmônica (com sons capazes de atingir altura
definida, palma de boca). Porém, na educação infantil, percebemos nesta pesquisa, que este ainda não é um
objetivo a ser alcançado. Conseguimos executar alturas não definidas, como graves e agudos, com sons de pés
e palmas, respetivamente, ou trabalhando variação de tipos de palmas, por exemplo.
Alguns grupos:

BARBATUQUES, além de ser o nome do grupo, se tornou o nome da sua própria técnica, trabalhada
e desenvolvida inicialmente por Fernando Barbosa (“Barba”), criador e diretor do grupo. A técnica começou
a ser pesquisada a partir da transposição dos sons da bateria para o corpo e se desdobrou em uma pesquisa, de
níveis bastante sensíveis, da ampla variedade de timbres corporais, desde os percussivos até os vocais.

HAMBONE (Juba Dance) é um estilo de dança rítmica, inventado por escravos afro-americanos que
não podiam usar nenhum tipo de instrumento musical. Pelo fato de alguns escravos poderem se comunicar
por meio da percussão de tambores, os comerciantes de escravos proibiram qualquer tipo de instrumento, o
que acabou estimulando a utilização do próprio corpo. Nesta técnica, leves tapas no peito, coxas e pernas são
combinados com batidas dos pés no chão e palmas.

CLOGGING é um estilo de dança rítmica originada durante a Revolução Industrial no Reino Unido.
Clog é o tipo tamanco utilizado por milhões de trabalhadores naquela época e esta pode ser considerada como
uma das primeiras danças urbanas. No Clogging, há basicamente ou batidas dos pés no chão, ou de um pé um
no outro. Esta técnica era utilizada como entretenimento, acompanhada de cantigas, e influenciou a criação
da Juba Dance e do Sapateado Americano.

TAP DANCE (sapateado americano) é um estilo de dança que utiliza a percussão dos sapatos no chão
para criar frases rítmicas. Esta técnica veio de uma junção de três vertentes de dança: Clogging, Step Dance
Irlandesa e Juba Dance. Neste estilo, existem linhas de pesquisa mais dançadas e linhas mais tocadas. As
dançadas se aproximam do teatro musical da Brodway e as tocadas se aproximam do jazz. No tap, as partes
do corpo mais tocadas são os pés, acompanhadas de algumas palmas eventuais.

GUMBOOT é um estilo de dança que utiliza a percussão corporal e teve sua origem nas minas de
ouro da África do Sul. Neste caso, a técnica de percussão corporal foi, inicialmente, desenvolvida para servir
como um instrumento de comunicação entre os mineradores que eram proibidos de falar. A princípio, ao
utilizar frases rítmicas, batendo as mãos nas botas de borracha, eles se comunicavam dentro das minas, e essa
prática foi, mais tarde, convertida em estilo de dança entre os próprios mineradores.

STEPPING é uma linha das danças percussivas, criada por fraternidades de estudantes universitários
afro-americanos por volta de 1900 nos Estados Unidos. Esta prática se utiliza de passos, palmas e “spoken
word” (gritos de guerra) para produzir uma combinação rítmica destes elementos e, no universo da percussão
corporal, demonstra uma maneira interessante de aliar os sons corporais com os movimentos.

STOMP, além de ser o nome do grupo inglês que trabalha com percussão em movimento, também
pode ser considerado o nome de um estilo de percussão corporal. Entre percussões de instrumentos não
convencionais, o grupo também explora a percussão do corpo de uma maneira bastante original. Os shows
possuem caráter cênico e de movimento bastante forte, e os timbres corporais mais usados são a batida dos
pés no chão (botas), palmas e batidas nas coxas.

FLAMENCO (dança) se desenvolveu em Andalucia (Espanha), a partir grandes influências de grupos


ciganos vindos da Romênia que migraram pra Espanha. O Flamenco é uma combinação de música, canção e
dança. Na sua dança, há tapas no corpo, mas a característica mais forte é a presença das palmas e frases
rítmicas do sapateado. Musicalmente falando, sua principal fórmula de compasso é a de 12, com acentuações
não convencionais pros ouvidos ocidentais.

SAMAN (dança) é um estilo de dança da Indonésia que utiliza a percussão corporal de forma bem
sutil. Geralmente, apresentada por um grande número de dançarinos, as palmas e tapas leves se tornam
audíveis a um grande público. A dança é apresentada com os dançarinos de joelho, e a percussão é feita nas
palmas e costas das mãos, coxas e tórax.

DANÇA ROMENA (Folclórica) é uma dança que se originou principalmente na região da


Transilvânia durante o período do Feudalismo. Nas pequenas vilas, a dança se desenvolveu como uma
atividade comunitária e a disposição dos participantes é geralmente trabalhada, ou em roda ou em pares.
Acompanhada de instrumentos musicais e canto, a percussão corporal mais comum neste estilo explora estalos
de dedo, pisadas no chão, batidas de mão nos pés, coxas e palmas de mão.

DANÇA CIGANA (Hungria e Eslováquia) é uma dança que vem da mesma região da dança romena,
com as mesmas influências, mas organizada de uma forma diferente. O andamento é bastante rápido e as
frases rítmicas são mais complexas. Os timbres corporais tocados são: palmas, pisadas, tapas nos pés, coxas e
peito.

KATHAK, que deriva da palavra “katha”, é uma dança original do norte da Índia. Este estilo de dança,
geralmente, conta uma história, por exemplo, sobre a mitologia hindu ou sobre os famosos contos
Mahabharata, Raymayana e Purana. A dança possui movimentos de piruetas rápidas e posições estáticas,
sendo acompanhada pela música tocada por instrumentos musicais convencionais hindus. Os dançarinos usam
guizos nos tornozelos, batem os pés no chão e criam frases rítmicas que acompanham as células musicais
sendo tocadas.

Neste contexto, a área da música é uma área transversal que permite o desenvolvimento cognitivo, mas
não só. A música proporciona também um desenvolvimento afetivo e social da criança. Através da música as
crianças realizam inúmeras aprendizagens de forma lúdica. Esta é uma das áreas de que as crianças mais
gostam e a sua importância nestas idades é fundamental.
Famílias dos instrumentos musicais (timbre, dinâmica e material de construção)
Graças à diversidade de formas e à variedade de materiais com que são feitos, os instrumentos emitem
sonoridades muito diferentes. Atualmente, existe uma grande variedade de instrumentos conhecidos, o que
originou a necessidade de organizá-los e dividi-los por famílias.

As atividades musicais a desenvolver devem atender à necessidade de a criança participar em projetos


que façam apelo às suas capacidades expressivas e criativas. Pretende-se também que a criança seja capaz,
por si só ou em grupo, de desenvolver projetos próprios, contando com a ajuda do professor na escolha e
domínio dos meios utilizados.

Trabalhar timbres com as crianças não é comum; no entanto, é algo que lhes agrada imenso. É
importante que se realizem atividades lúdicas que desenvolvam os sentidos das crianças, como a perceção
auditiva. Assim sendo, é fundamental que a criança seja estimulada para o mundo dos sons desde cedo, pois
isso irá permitir que desenvolva a sua memória e atenção, bem como a sua acuidade auditiva. Ouvir música
com as crianças, cantar com elas e para elas, explorar instrumentos musicais, são atividades que proporcionam
desenvolver tudo o que já aprendeu, ou apreendeu, pela simples escuta.

Com jogos e atividades musicais, as crianças vão aprendendo a diferenciar sons e a conseguir
identificar os instrumentos musicais. Ao realizar estas atividades com outras crianças está também a
relacionar-se tanto com outras crianças como com adultos, adquirindo e/ou desenvolvendo competências
sociais.

Os instrumentos musicais são objetos extraordinários pois, através deles, podemos expressar e
transmitir musicalmente sentimentos. A sua diversidade é imensa, indo dos mais simples aos mais complexos.
Alguns autores defendem que a voz humana terá sido o primeiro instrumento musical.

Para além da duração, da altura e da intensidade, uma das características básicas que nos permite
distinguir os sons é o timbre. Esta propriedade tem a ver com o modo de produção do som (voz, instrumento
musical de cordas, sopros, percussão, etc.). Uma vez que cada instrumento tem o seu próprio som, pretende-
se que as crianças comecem a ter uma primeira perceção de que existem sons que podem ser agrupados por
terem semelhanças, pois são produzidos por várias “famílias de instrumentos”: instrumentos que são
“soprados”, outros que são “percutidos”, outros ainda com cordas que são “beliscadas” ou “friccionadas”, etc.

Atenda-se que «escutar» é um processo pessoal complexo e evolutivo, dependendo da sensibilidade e


experiência e acuando como um filtro perante o mundo sonoro em que alguns sons despertam especial
interesse ou ganham significado. A musicalidade, bem como as capacidades de dançar ou comunicar pela
palavra, está estreitamente ligada ao desenvolvimento dessa capacidade.

Por exemplo, numa orquestra sinfónica dispõe cinco classes de instrumentos:

▪ as cordas (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas)


▪ as madeiras (flautas, flautins, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contrafagotes).
▪ os metais (trompetes, trombones, trompas, tubas).
▪ os instrumentos de percussão (tímpanos, triângulo, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfónico, etc.)
▪ os instrumentos de teclas (piano, cravo, órgão)

De salientar que as qualidades sonoras de materiais e objetos são ponto de partida para jogos de
exploração em que a criança seleciona, experimenta e utiliza o som. Ao juntar diferentes elementos,
introduzindo-lhes modificações, inicia a construção de fontes sonoras elementares, de sua iniciativa ou por
sugestão do professor. Os brinquedos musicais regionais da tradição popular portuguesa merecem especial
referência por poderem ser integrados nos instrumentos musicais elementares. O recurso a artífices, a
familiares das crianças, a fabricantes de instrumentos e brinquedos musicais da região, são uma preciosa ajuda
para o educador.
Referencia bibliográfica:

https://esposende-educa.pt/wp-content/uploads/2019/09/Fami%CC%81lia-dos-instrumentos-
musicais.pdf
Altura definida e indefinida
Os instrumentos de altura definida ou indefinida, realizados ou não pelas crianças, são tratados como
o prolongamento natural do corpo, sendo um complemento necessário para o enriquecimento dos meios de
que a criança se pode servir nas suas experiências, permitindo ainda conhecer os segredos da produção sonora.

Altura definida: Estes instrumentos produzem melodias e sons de altura determinada. Os


instrumentos de altura definida, são aqueles que produzem notas musicais especificas. Em sua maioria são
instrumentos classificados inicialmente na família dos Idiofones (ou seja, aqueles de corpos sólidos que
produzem sons ao serem percutidos).

Altura indefinida: Estes instrumentos não produzem melodias, mas sim ritmos e sons de altura
indeterminada. Não se percebe que nota musical estão a tocar. Os instrumentos de altura indefinida, são
aqueles que não produzem notas musicais especificas., eles produzem determinados sons ou efeitos não
classificados como notas especificas, estão distribuídos em todas as categorias de instrumentos.
A experimentação e domínio progressivo das possibilidades do corpo e da voz são realizados através
de atividades lúdicas, proporcionando o enriquecimento das vivências sonoro-musicais das crianças. A
participação em projetos pessoais ou de grupo permite à criança desenvolver, de forma pessoal, as suas
capacidades expressivas e criativas, fomentar a interdisciplinaridade e fortalecimento de relacionamento
pessoal dentro e fora do ambiente escolar.
Contraste e semelhança tímbrica
O timbre das vozes dos seres humanos por vezes é muito parecido, mas outras vezes ele é muito
diferente. Na linguagem musical, dá-se a essa característica o nome de contraste ou semelhança tímbrica.
Também o timbre dos instrumentos pode ser contrastante ou, pelo contrário, semelhante. Assim, se ouvires o
som de um piano e de uma guitarra, certamente vais sentir que entre estes dois instrumentos há um contraste
tímbrico. Da mesma maneira, se ouvires um bandolim e uma guitarra portuguesa, certamente terás alguma
dificuldade em distinguir o timbre de uma e de outra, o mesmo acontecendo com uma flauta de bisel e uma
flauta transversal. Nestes casos há então uma semelhança tímbrica entre os instrumentos.

Todos os instrumentos têm timbre diferente, contudo se o timbre de um instrumento é muito parecido
com o timbre de outro instrumento existe entre eles Semelhança Tímbrica. Quando há semelhança entre o
timbre de dois instrumentos, ao tocarem simultaneamente, é muito difícil distingui-los. Se o timbre de um
instrumento é muito diferente do timbre de outro instrumento, existe entre eles. Ao tocarem ao mesmo tempo,
dois instrumentos com um timbre contrastante distinguem-se facilmente.

Algumas fontes sonoras têm timbres semelhantes (muito parecidos) e outras têm timbres contrastantes
(totalmente diferentes). A capacidade de fazer música depende de vários atributos, além de competências
percetivas diretamente associadas ao processamento de sons. Esta atividade pode promover uma variedade de
aprendizagens e desenvolvimento, como por exemplo, melhorar o controlo e a coordenação motora fina, e as
competências cognitivas, como concentração e memória.

A música pode oferecer um apoio inestimável nos estágios iniciais da aquisição da linguagem. As
sessões de grupo fornecem potencialmente um contexto e uma estrutura para a socialização e a participação,
potenciam o aumento da consciência de si e dos outros, promovem a tolerância, e permitem que os indivíduos
contribuam para um todo maior.

Algumas das técnicas possíveis a utilizar no contexto escolar, tais como: a improvisação, escuta
musical, espelho, imitação, dramatização, ritmo e movimento, música e relaxamento, bem como a criação de
canções e experimentação de instrumentos musicais. O primeiro passo para que a criança aprenda a escutar
bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre, a altura
e a intensidade, depois disso, estará em posição de escuta.
Géneros e estilos musicais
Um estilo musical, para definir-se como tal, parece obedecer a um conjunto de regras que o caracteriza,
porém, o compositor ou instrumentista pode manipular diferentemente tais regras a partir de seu gosto, sua
escolha, criando, assim, seu próprio estilo.

O entendimento de gênero como a soma dos aspetos anteriores dá uma noção mais ampla da sua
função. Podemos pensar no Gênero Musical como um universo à parte! Vamos pegar o Pop, por exemplo:

Dentro do gênero Pop, temos vários subgêneros, que podem também ser frutos da junção com outros
gêneros e ou estilos musicais. Temos assim: Pop Funk, Pop Eletrônico, Pop Rock, etc. Destacam-se também
outros géneros musicais:

1. Música clássica
2. Jazz
3. Blues
4. Gospel
5. Soul
6. Pop
7. Rock and Roll
8. Country
9. Disco
10. Techno
11. Reggae
12. Salsa
13. Flamenco
14. Ranchera
15. Hip hop/Rap
16. Reggaeton
17. Metal
18. Funk
19. Bossa Nova
Música melódica

Além disso, os gêneros podem mudar a sua representação de acordo com cada local e cultura
(adicionamos o estilo musical) e criamos novos gêneros.

Um gênero musical é uma categoria convencional que identifica algumas peças musicais como
pertencentes a uma tradição comum ou conjunto de convenções. Deve ser distinguido da forma musical e
do estilo musical, embora na prática esses termos sejam às vezes usados indistintamente.

Os géneros definem e classificam músicas em suas qualidades. Entre os diversos elementos que concorrem
para a definição dos géneros, podem-se apontar:

• instrumentação (que instrumentos são mais frequentemente usados);

• texto (conteúdo sacro, profano, romântico, idílico etc.);


• função (prelúdio, encerramento, dança, ritual etc.);

• estrutura (linear, segmentada, repetitiva etc.);

• contextualização (local de interpretação, contextualização geográfica, contextualização cronológica,


contextualização etnográfica etc.).

A música pode ser dividida em gêneros de várias maneiras, como música popular e música artística ,
ou música religiosa e música secular . A natureza artística da música significa que essas classificações são
frequentemente subjetivas e controversas, e alguns gêneros podem se sobrepor. As definições acadêmicas do
próprio termo gênero variam.

A proposta convida as crianças a conhecerem diversos estilos musicais e se expressarem por meio da
dança. É fundamental que você se aproprie de diferentes ritmos musicais antes de propor o contexto para as
crianças.
Clássico
A apreciação e a ampliação do repertório musical das crianças trazem a possibilidade de elas
conhecerem um tipo de linguagem que permite desenvolver a sensibilidade, a capacidade de comunicação,
explorando ainda sensações, sentimentos, organização e, em especial, a sensibilidade e interação.

Neste contexto a música clássica compreende vários gêneros, classificados aqui de acordo com a
formação por número de executantes – da performance solo até a música orquestral. Música de concerto,
chamada popularmente de música clássica ou música erudita, é a principal variedade de música produzida
ou enraizada nas tradições da música secular e litúrgica ocidental. Abrange um período amplo que vai
aproximadamente do século IX até o presente e segue cânones preestabelecidos no decorrer da história da
música.

Apesar do nome que remete a algo do 'passado' ou 'antigo', esta variedade de música é escrita também
nos dias de hoje, através de compositores do século XXI que criam obras inéditas, originais e atuais.

SOLO: É uma obra executada por um instrumento apenas (ou uma voz). Há composições especialmente
escritas para serem interpretadas ao piano, na harpa, no violão, no violoncelo e em uma grande variedade de
outros instrumentos.

MÚSICA DE CÂMARA: Para ser executada por pequenos grupos, com no mínimo dois instrumentos. Pode
contemplar variadas formações, com instrumentos diversos: duo, trio, quarteto, quinteto, e assim por diante.
Algumas das formações de câmara mais conhecidas são quarteto de cordas, quinteto de cordas, trio com piano
e quinteto de sopros.

MÚSICA ORQUESTRAL: A música orquestral é escrita para um grande agrupamento instrumental.


Existem vários tipos de orquestra, como a de câmara, a sinfônica e a de cordas, cujo tamanho varia conforme
o período histórico. Enquanto no período barroco a orquestra era menor em tamanho e na variedade de
instrumentos, no clássico ela era um pouco maior e incluía outros instrumentos. Já no período romântico,
podiam reunir cerca de cem instrumentistas, ou mais.

MÚSICA VOCAL: É a música escrita para a voz humana. Pode ser executada por um cantor solista, com ou
sem acompanhamento instrumental (a capella), ou em duetos, trios, quartetos, quintetos e assim por diante,
até a formação em coro, com divisões de vozes por naipes. Da mais aguda para a mais grave, as vozes
femininas são classificadas em soprano, mezzo soprano e contralto, e as masculinas em tenor, barítono e baixo.

A música clássica é uma boa companhia para as crianças desde a fase da gestação. Isso porque, ao
relaxar e trazer a sensação de bem-estar para a mãe, a música faz o mesmo pelo bebê. Após o nascimento os
benefícios são ainda maiores. Com sua harmonia e sutileza, esse gênero musical possui a capacidade de
envolver as crianças, levando-as a um comportamento mais tranquilo e um raciocínio mais aguçado. Tal fato
é apoiado pela tese conhecida como “efeito Mozart”, que defende a ideia de que, a exposição da criança à
música clássica estimula a região do córtex cerebral, favorecendo o raciocínio, a criatividade e a concentração.
Contemporâneo
A memória visual decorrente do desenho, de seus traços, seu colorido, seu nome, leva a criança a
lembrar-se mais facilmente da canção. Assim combinadas a memória visual e a memória auditiva reforçara, a
aquisição de novas músicas.

Segundo entendimento, ancora as origens da música contemporânea ao início do século XX, um


momento de grande efervescência artística, manifestada principalmente através das vanguardas artísticas.
Outro fator determinante foi o avanço tecnológico na forma de produzir, captar e gravar sons que permitiram
que etnomusicólogos, músicos e pesquisadores gravassem sons com mais facilidade, além de permitir sua
manipulação.

Entre os vários tipos de música contemporânea, destacam-se a música eletrônica (aquela que é criada
ou modificada através do uso de equipamentos e instrumentos eletrónicos, tais como sintetizadores,
gravadores digitais, computadores ou softwares de composição); e a música aleatória, que, como o nome diz,
fica sob a responsabilidade do músico executante, o qual, em alguns casos, só precisa obedecer à ideia mais
geral que inspirará a música, um sentimento ou um acontecimento histórico, o que requer, porém, imensa
habilidade musical, imaginação e criatividade.

De maneira simplificada, podemos concluir que as modificações trazidas pela música contemporânea
em sua forma de pesquisar e de compor as peças musicais, modificaram também os padrões de escuta desta
música. A música contemporânea se nutre de processos culturais múltiplos que inserem novas sonoridades e
estéticas que abarcam uma série de ritmos e estilos. Entre os mais importantes compositores da música
contemporânea, incluem-se:

Karlheinz Stockhausen, considerado um dos maiores compositores do final do século XX, suas obras
revolucionam a percepção de ritmo, melodia e harmonia. De suas obras mais ousadas, destacam-se o Quarteto
de cordas com helicópteros, (em alemão, Helikopter-Streichquartett), que é realmente tocado por um quarteto
de cordas e quatro helicópteros, sendo o resultado de um trabalho de mais de dez anos; e a ópera Licht, baseada
em textos sânscritos e budistas e que tem suas partes distribuídas nos dias da semana.
Rock
As escolas de educação infantil devem estar atentas para essa questão, que as crianças possam ouvir
música e agir sobre elas de diferentes maneiras: dançando, ouvindo deitadas, de olhos fechados, fazendo
comentários pessoais, desenhando sobre a música, com a música, obtendo a música em vários momentos da
rotina.

Rock (ou roque) é um termo abrangente que define um gênero musical de música popular que se
desenvolveu durante e após a década de 1950. Suas raízes se encontram no rock and roll e no rockabilly que
emergiram e se definiram nos Estados Unidos no final dos anos quarenta e início dos cinquenta e que, por sua
vez, evoluíram do blues, da música country e do rhythm and blues. Outras influências musicais sobre
o rock ainda incluem o folk, o jazz e a música clássica. Todas estas influências foram combinadas em uma
estrutura musical simples baseada no blues que era "rápida, dançável e pegajosa.

O som do rock, muitas vezes, gira em torno da guitarra elétrica ou do violão e utiliza um
forte backbeat (contratempo) estabelecido pelo ritmo do baixo elétrico, da bateria, do teclado, e outros
instrumentos como órgão, piano, ou, desde a década de 1970, sintetizadores digitais. Junto com a guitarra ou
teclado, o saxofone e a gaita, são por vezes utilizados como instrumentos solo. Em sua "forma pura",
o rock "tem três acordes, um forte e insistente contratempo e uma melodia cativante".[2]

A maioria dos grupos de rock é constituída por um vocalista, um guitarrista, um baixista e


um baterista, formando um quarteto. Alguns grupos omitem uma ou mais destas funções e/ou utilizam um
vocalista que toca um instrumento enquanto canta, às vezes formando um trio ou duo; outros ainda adicionam
outros músicos, como um ou dois guitarristas e/ou tecladista.

As crianças vivenciaram esse momento com muitas emoções, pois puderam experimentar as fantasias
e mergulhar nas brincadeiras de faz de conta, afinal na fantasia pode tudo. Desse modo elas passaram a
encarnar determinados personagens. Também fizeram muitas imitações fingindo tocar os instrumentos.

O rock proporciona às crianças o conhecimento do seu próprio corpo, do ritmo musicado interno e
externo, possibilitando-lhes o contato com outras crianças, objetos e a exploração do espaço e tempo. O
Movimento corporal: “a dança é o impulso vital do movimento biológico, é uma necessidade intrínseca do
Ser Humano de manifestar ritmo, de comunicar-se com seus semelhantes através do físico, do mental e do
emocional”. Todo o corpo está envolvido pela musicalidade do gesto, traduzindo a reconstrução dessa
necessidade intrínseca que é o movimento.
Pop
Mostrar para as crianças a diversidade de estilos e gêneros musicais existentes ao redor do mundo, pois
assim eles poderão comparar as diferenças e semelhanças de estilos de um local para o outro, além de conhecer
instrumentos musicais diferentes dos utilizados em seu país. Colocar a criança em contato com o maior número
de gêneros musicais expandirá seu universo musical.

A música deve ser utilizada não apenas como recurso pedagógico riquíssimo, mas deve ser
proporcionada para a fruição, para o deleite e o despertar de nossas sensibilidades e emoções.
A música pop (em inglês: pop music; um termo que deriva da abreviação de "popular") é um gênero
da música popular que se originou durante a década de 1950 nos Estados Unidos e Reino Unido, esta é
eclética, e muitas vezes incorpora elementos de outros estilos, como o urban, dance, rock, música
latina, soul e country.

No entanto, existem elementos principais que definem a música pop: as canções do gênero são
geralmente de duração média-curta, escritas em um formato básico (muitas vezes a estrutura verso-refrão),
empregam refrões e batidas repetidas, ganchos, são super produzidas, as letras abordam temas universais,
como amor - nada específico demais para atingir um maior número de pessoas, o que torna a música pop
facilmente atraente a qualquer ouvinte, por isto é o gênero musical mais. na educação infantil desperta o gosto
musical, sensibilidade, criatividade, concentração, imaginação, memória, socialização e ritmo.

O contato com instrumentos musicais, ritmos do mundo, dança (lembrando que o movimento corporal
está muito conectado à música), proporcionam momentos de expressão e comunicação. Por ter um caráter
lúdico e expressivo, as atividades realizadas com músicas na escola auxiliam na desinibição das crianças,
contribuindo assim para sua interação no meio social.
Bibliografia
PONSO, C.C. Música em diálogo: ações interdisciplinares na Educação Infantil. Porto Alegre. Sulina, 2008. SACKS,
Oliver. Alucinações Musicais. Tradução Laura T. Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

BRÉSCIA, V.L.P. Educação Musical. Bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Atomo, 2003.

BARBOSA, M.C. & HORN, M.G.S. Projetos pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008. BARTHES,
Roland. O Óbvio e o Obtuso. Porto: Edições 70, 1984.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto
Editora, 1994. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil.

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