Judtica Constitucional
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Judtica Constitucional
JUSTIÇA CONSTITUCIONAL
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Índice
1. Introdução ...............................................................................................................................3
1.1 Objectivo geral..............................................................................................................3
1.2 Objectivos específicos ...................................................................................................3
2. Noção da fiscalização da constitucionalidade ..........................................................................4
2.1. Principais conceitos ..........................................................................................................4
2.2. Evolução histórica da Fiscalização da constitucionalidade .............................................4
2.3 Fiscalização da constitucionalidade ....................................................................................5
2.4 Processos de fiscalização da constitucionalidade e da legalidade em Moçambique .............6
2.5 Tipos de Fiscalização da constitucionalidade .....................................................................7
2.5.1 Fiscalização abstrata da constitucionalidade ................................................................8
2.6. Fiscalização abstrata sucessiva .................................................................................... 12
2.10. Fiscalização da constitucionalidade e da legalidade dos referendos ............................ 17
2.11. Fiscalização da inconstitucionalidade por omissão ..................................................... 18
3. Conclusão ............................................................................................................................. 19
4. Referências bibliográfica ....................................................................................................... 20
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1. Introdução
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estão devidamente apresentadas. Na mesma senda efetuou-se pesquisa em varias plataformas
virtuais com conteúdos que versam sobre matéria de direito.
Constituição é a lei fundamental e suprema de uma nação, ondem contem normas de formação de
poderes públicos, forma de governo, distribuição das competências, direitos e deveres dos
cidadãos.
Fiscalização consiste em examinar uma atividade para comprovar se cumpre com as normas em
vigor.
Norma jurídica é uma declaração que contém direitos ou obrigações para pessoas em um
determinado território.
O sistema de fiscalização da constitucionalidade é um sistema bastante complexo, que vai ter uma
evolução ao longo da história. Nos termos de direito comparado destaca-se 3 sistemas de
fiscalização:
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2.2.2. O sistema americano – judicial review, desde 1803:
Este sistema é o sistema difuso em que cada juiz (sistema de controle jurisdicional) tem autoridade
para fiscalizar a constitucionalidade das leis em casos concretos à sua jurisdição submetidos. Ou
seja, o poder de fiscalização é atribuído a todos os órgãos judiciais, tirando da aplicação no caso
em concreto a norma considerada inconstitucional, e existindo a possibilidade de recurso para o
mais alto tribunal com jurisdição no caso em apreço. Este sistema foi consagrado a partir da
renomada sentença do juiz Marshall, em 1803, onde se extraiu a ideia de que cada juiz poderia cao
averiguar da conformidade da lei com a Constituição;
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A Constituição estabelece limites de atuação para o Estado, ou seja, todo e qualquer ato do Estado
deve estar conforme com a Constituição, sob pena de serem declarados inconstitucionais.
No caso de falta, insuficiência ou manifesta obscuridade das indicações a que se refere o número
anterior, o Presidente notifica o autor do pedido para suprir as deficiências, após o que os autos
lhes são novamente conclusos para decidir sobre a sua admissão.
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2.4.2. Não admissão do pedido
O pedido não deve ser admitido quando formulado por pessoa ou entidade sem legitimidade ou
quando as deficiências que apresentar não tiverem sido supridas. Se o Presidente entender que o
pedido não deve ser admitido, submete os autos ao plenário ao Conselho Constitucional, mandando
simultaneamente entregar as cópias do requerimento aos restantes juízes Conselheiros. A decisão
que não admita o pedido é notificada à entidade requerente.
A fiscalização dos actos normativos violadores das normas e princípios constitucionais reconduz-
se à fiscalização da inconstitucionalidade por acção que é a fiscalização típica exercida pelos
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órgãos de fiscalização, este tipo de fiscalização ocorre quando as produções de atos normativos
contrariem a Constituição, por motivos formais e por motivos materiais e inconstitucionalidade
por omissão, a que surge da falta de reação legislativa na regulamentação de constitucionais de
eficácia limitada porém não muito frequente no plano comparativo constitucional.
Trata-se de uma fiscalização que se reflete sobre a eventual inconstitucionalidade de normas, e que
atua numa fase prévia à respetiva entrada em vigor, ou seja, é uma modalidade de fiscalização
prévia que intervém antes de a norma em causa ser promulgada ou ratificada.
De acordo com (MIRANDA, 2008) este mecanismo constitucional vai impedir com que violações
grosseiras e quiçá inequívocas da Constituição possam chegar a entrar em vigor.
A fiscalização preventiva desempenha duas funções bem distintas. Por um lado, impedir a entrada
em vigor de normas presumivelmente inconstitucionais, evitando assim a produção de efeitos, por
outro lado, afastar ou diminuir as reservas que tenham sido levantadas ou que presumivelmente
viriam a ser levantadas quanto à constitucionalidade do diploma e que poderiam enfraquecer a sua
legitimidade e, até, a sua eficácia.
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2.5.2. Pressupostos processuais
Em relação ao controle prévio é possível destacar quatro pressupostos que podem ser divididos em
categorias referentes ao tribunal, ao sujeito e ao processo.
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2.5.4.2. Prazo para Verificação preventiva da constitucionalidade
De modo a finalizar o estudo acerca dos pressupostos processuais que rodeiam a fiscalização
preventiva de constitucionalidade, faz-se necessário abordar o requisito temporal que permeia a
matéria. Nos termos do artigo 54, nº 2,3,4,5 Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto a interposição de um
pedido de fiscalização está previamente delimitado, elucidando que: A apreciação preventiva da
constitucionalidade deve ser requerida no prazo de 30 dias a contar da recepção do diploma para
promulgação.
Afim de se assegurar a devida admissão do pedido para fiscalização preventiva da norma, quando
feito por entidade com legitimidade, na falta, insuficiência ou manifesta obscuridade das
indicações das normas que se requer à apreciação e concomitantemente as normas constitucionais
violadas. É de cinco dias o prazo para o autor do pedido suprir deficiências, quando notificado.
O artigo 55 da Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto. Porém, deve-se ter em conta que, o pedido não
deverá ser admitido caso as deficiências supracitadas não tiverem sido devidamente supridas. Não
deverá ser admitido também, quando tiver sido formulado por pessoa ou entidade sem legitimidade
ou quando tiver sido apresentado fora do prazo previsto noa artigo supracitado.
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2.5.4.4. Admissão do pedido
Admitido o pedido, o Presidente do Conselho Constitucional notifica o órgão autor da norma para,
querendo, se pronunciar no prazo de cinco dias, artigo 56 da Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto. E feito
isso, o órgão autor da norma deverá então enviar a sua resposta à secretaria do Tribunal
Constitucional para que seja remetido então ao relator. De acordo com (MIRANDA.2017), esta
observância do contraditório surge em nome da procura objetiva da garantia da constitucionalidade
e da legalidade e em paralelo com o pluralismo presente no procedimento legislativo.
2.5.4.5. Distribuição
2.5.4.6. Decisão
Nos processos de fiscalização preventiva, para além das decisões de natureza processual
nomeadamente, de não conhecimento do pedido, o Tribunal Constitucional profere dois tipos de
decisões: pronuncia-se pela inconstitucionalidade (total ou parcial) ou não se pronuncia pela
inconstitucionalidade de cada norma submetida a juízo. O Presidente do Conselho Constitucional,
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após deliberação do plenário, notifica, de imediato, o Presidente da República, do acórdão
proferido quanto à existência ou inexistência de inconstitucionalidade, artigo 59 da Lei n.º 6/2006
De 2 de Agosto.
De acordo com (COSTA apud JERCIA 2020) as decisões do Tribunal Constitucional em sede de
fiscalização preventiva são verdadeiras e próprias para desencadear uma determinada eficácia
vinculativa, e não simples «pareceres». Inseridas como estão, porém, no próprio processo
legislativo, neste se esgota, por assim dizer, essa sua eficácia”.
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Para (CANOTILHO, 2002) a fiscalização sucessiva é definida como sendo “O controlo abstrato
sucessivo, também chamado controlo em “via principal”, em “via de acção” ou em “via direta”,
existe quando, independentemente de um caso concreto, se averigua da conformidade de quaisquer
normas com o parâmetro normativo-constitucional.
Recebido o pedido, o Presidente do Conselho Constitucional tem precisamente 5 dias para autuar
e apresentar o pedido ao Presidente do Tribunal Constitucional, e este por sua vez tem o prazo de
10 dias para decidir sobre sua admissão, ou quiçá em caso de necessidade notificar o autor do
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pedido para que possa suprir as deficiências existentes relativamente à indicação das normas
constitucionais consideradas violadas. Nº 2 do artigo 62
Sendo notificado o autor, este terá igualmente o prazo de 10 dias para suprir as deficiências
constante no requerimento, nº 2 do art.º 62.º Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto.
Junta a resposta do órgão de que emanou a norma, ou decorrido o prazo fixado para o efeito sem
que esta haja sido recebida, entregue, no prazo de quinze dias, cópia dos autos a cada um dos Juizes
Conselheiros, acompanhada de um memorando onde são formuladas pelo Presidente do Conselho
Constitucional as questões prévias e às de fundo a que o Conselho Constitucional tem que
responder, bem como de quaisquer elementos documentais reputados de interesse.
Decorridos, pelo menos, vinte dias, sobre a entrega do memoram: o, o mesmo é submetido ao
debate e fixada a orientação do Conselho Constitucional.O processo é distribuído a um relator
designado por sorteio ou, se o Conselho Constitucional assim o entender, pelo seu Presidente.
Admitido um pedido, quaisquer outros com objecto idêntico que venham a ser igualmente
admitidos são incorporados no processo respeitante ao primeiro. Sendo que o órgão de que emanou
a norma deverá então ser notificado da apresentação dos pedidos subsequentes, porém o Presidente
do Tribunal ou o relator poderão dispensar a sua audição sobre os mesmos, julgando desnecessário.
Ademais, se julgar-se necessário uma nova audição é concedida então 15 dias, ou prorrogado por
10 dias o prazo inicial se porventura ainda não estiver esgotado.
Concluso o processo ao relator, é por este elaborado no prazo de quarenta dias um projecto de
acórdão de harmonia com a orientação fixada pelo Conselho Constitucional. A Secretaria distribui
por todos os Juízes Conselheiros cópias do projecto e conclui o processo ao Presidente do Conselho
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Constitucional, para inscrição em tabela na sessão do Conselho Constitucional que se realiza
decorridos, pelo menos Vinte dias, sobre a distribuição das cópias.
No que tange aos efeitos da fiscalização da constitucionalidade abstrata sucessiva podemos nos
referir de modo geral que, A declaração de inconstitucionalidade ou de legalidade com força
obrigatória geral produz efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou
ilegal e determina a repristinação das normas revogadas, nº 1 do Artigo 66 da Lei n.º 6/2006 De 2
de Agosto. Nesta senda, prof. José Cardoso Costa, entende que diante da fiscalização sucessiva
verifica-se uma diferença fundamental, conforme o Tribunal Constitucional se pronuncia pela
inconstitucionalidade de uma norma – decisões de acolhimento do pedido – ou em sentido
contrário – decisões de rejeição do pedido.
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A decisão de não declaração de inconstitucionalidade não faz caso julgado, pelo que o Tribunal
não fica impedido, em sede de fiscalização abstracta ou de fiscalização concreta, de voltar a
apreciar e decidir no sentido da inconstitucionalidade de uma norma anteriormente não declarada
inconstitucional.
Segundo (MIRANDA, 2008) Se houver uma conexão entre a questão objecto de causa e a questão
de constitucionalidade da norma aplicável, o juiz deverá decidi-la e não sustar o andamento do
processo. Da decisão caberá, depois, recurso, observados certos requisitos, para o Tribunal
Constitucional, que, por seu turno, decidirá também em concreto.
2.8. Recursos
O recurso tem por objecto decisões judiciais que recusem a aplicação de qualquer norma com base
na sua inconstitucionalidade; ou apreciação abstrata da constitucionalidade ou da legalidade de
qualquer norma, cuja aplicação tenha sido recusada, com justificação de inconstitucionalidade ou
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ilegalidade, por decisão judicial insuscetível de recurso interposto pelo Procurador-Geral da
República ou o Ministério Público artigo 67 Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto. De acordo com
(ALVES e LOPES, 2017) O recurso aos tribunais por partes das pessoas (físicas ou colectivas)
tem como finalidade o dirimir de pelo menos um conflito de interesses, para a extinção ou
modificação de uma relação jurídica.
2.10.3. Distribuição
A distribuição é feita no prazo de um dia, constado a partir da data da admissão do pedido pelo
Presidente do Conselho Constitucional. O processo é imediatamente concluso ao relator, para no
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prazo de cinco dias, elaborar uma proposta de acórdão contendo o enunciado das questões sobre
as quais o Conselho Constitucional se deve pronunciar, bem como, a proposta de solução com
indicação sumária dos respectivos fundamentos, cabendo à Secretaria a remessa da resposta do
órgão de que emanou o diploma, logo que recebida.
Distribuído o processo, são entregues cópias do pedido a todos os Juízes Conselheiros, do mesmo
modo se procede com a resposta e a proposta do acórdão, logo que recebidos pela Secretaria.
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3. Conclusão
Abstrata sucessiva a que incide sobre normas jurídicas já em vigor. Nos termos do artigo 62 da
LOTC os pedidos de declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade, podem ser
apresentados a todo o tempo e a fiscalização concreta Difusa é aquela que surge no processo da
aplicação das normas jurídica diante de um caso concreto.
Ora, da análise do impacto da fiscalização da constitucionalidade observou-se ainda que quando
descoberta a inconstitucionalidade antes da norma jurídica entrar em vigorar o Presidente da
República ou o Representante da República veta a sua publicação e a devolvê-a ao órgão que o
aprovou. Pra sua revisão.
No que tange a fiscalização concreta (JORGE MIRANDA, 2008) elucida que diante de um caso
concreto pesembora o juiz constate certa desconformidade seja material, formal ou procedimental
com a Constituição deverá decidi-la e não sustar o andamento do processo. Da decisão caberá,
depois, recurso, observados certos requisitos, para o Tribunal Constitucional, que, por seu turno,
decidirá também em concreto.
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4. Referências bibliográfica
Legislação usada
1. Constituição da Republica de Moçambique
2. Lei n.º 6/2006 De 2 de Agosto
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