NBR 7190 1 2022 PDF
NBR 7190 1 2022 PDF
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Número de referência
ABNT NBR 7190-1:2022
81 páginas
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Sumário Página
Prefácio ...............................................................................................................................................ix
Introdução ...........................................................................................................................................xi
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referências normativas .....................................................................................................1
3 Simbologia ..........................................................................................................................3
3.1 Letras romanas maiúsculas ..............................................................................................3
3.2 Letras romanas minúsculas ..............................................................................................4
3.3 Letras gregas minúsculas .................................................................................................6
3.4 Índices gerais .....................................................................................................................7
3.5 Índices formados por abreviações ...................................................................................7
3.6 Índices especiais ................................................................................................................8
4 Requisitos gerais ...............................................................................................................8
4.1 Projeto .................................................................................................................................8
4.2 Memorial justi昀cativo.........................................................................................................8
4.3 Desenhos ............................................................................................................................8
4.4 Plano de execução .............................................................................................................9
5 Propriedades da madeira ..................................................................................................9
5.1 Generalidades.....................................................................................................................9
5.2 Densidade básica e densidade aparente .........................................................................9
5.3 Resistência .........................................................................................................................9
5.4 Rigidez.................................................................................................................................9
5.5 Umidade ............................................................................................................................10
5.6 Condições de referência..................................................................................................10
5.6.1 Condição-padrão de referência ......................................................................................10
5.6.2 Condições especiais de utilização .................................................................................10
5.7 Caracterização das propriedades das madeiras ...........................................................10
5.7.1 Classes de resistência ..................................................................................................... 11
5.7.2 Caracterização da madeira lamelada colada, da madeira compensada e da madeira
recomposta .......................................................................................................................13
5.8 Valores representativos ...................................................................................................13
5.8.1 Valores médios .................................................................................................................13
5.8.2 Valores característicos ....................................................................................................13
5.8.3 Valores de cálculo ............................................................................................................13
5.8.4 Coe昀cientes de modi昀cação ...........................................................................................14
5.8.5 Coe昀cientes de minoração da resistência para estados-limites último .....................15
5.8.6 Coe昀ciente de ponderação para estados-limite de serviço .........................................15
5.8.7 Estimativa da resistência característica e módulo de elasticidade ............................15
6 Estados-limite últimos .....................................................................................................16
6.1 Esforços atuantes em estados-limite últimos ...............................................................16
6.2 Esforços resistentes em estados-limite últimos ...........................................................17
6.2.1 Critérios gerais .................................................................................................................17
Figuras
Figura 1 3 Denominações dos eixos ortogonais ............................................................................19
Figura 2 3 Vigas com entalhes .........................................................................................................24
Figura 3 – Parâmetros para veri昀cação da estabilidade lateral ....................................................28
Figura 4 3 Arranjo vertical de contraventamento ...........................................................................30
Figura 5 3 Arranjo horizontal de contraventamento ......................................................................30
Figura 6 3 Seções transversais e distribuição de tensões............................................................32
Figura 7 3 Emendas de topo denteadas ..........................................................................................36
Figura 8 3 Parâmetros geométricos das emendas denteadas ......................................................36
Figura 9 3 Limites de vão entre lamelas e sulcos nas lamelas do MLCC ....................................37
Figura 10 – Exemplos de con昀guração de montagem do painel MLCC ......................................38
Figura 11 3 Seção transversal mostrando a combinação de lamelas com diferentes módulos
de elasticidade à 昀exão ...................................................................................................41
Figura 12 3 Seção transversal do painel de MLCC designando as dimensões da seção
transversal e representação básica das curvas de tensão em um painel simétrico .42
Figura 13 3 Peças solidarizadas descontinuamente......................................................................45
Figura 14 3 Seções compostas por dois ou três elementos iguais..............................................45
Figura 15 – Tração perpendicular às 昀bras em ligações ...............................................................48
Figura 16 3 Ligações com anéis metálicos .....................................................................................51
Figura 17 3 Espaçamentos em ligações com pinos.......................................................................53
Figura 18 3 Espaçamentos em ligações com anéis metálicos .....................................................54
Figura 19 3 Ligação de elementos de madeira com parafusos passantes com porca e arruelas ..57
Tabelas
Tabela 1 3 Classes de umidade ........................................................................................................10
Tabela 2 – Classes de resistência de espécies de 昀orestas nativas de昀nidas em ensaios
de corpos de prova isentos de defeitos......................................................................... 11
Tabela 3 – Classes de resistência de昀nidas em ensaios de peças estruturais ..........................12
Tabela 4 – De昀nição de classes de carregamento e valores de kmod1 ........................................14
Tabela 5 3 Valores de kmod2 .............................................................................................................14
Tabela 6 3 Valores de ³n ...................................................................................................................17
Tabela 7 – Valores dos coe昀cientes KE ...........................................................................................25
Tabela 8 – Coe昀ciente de correção ´M para γf = 1,4 e ´E = 4 ..........................................................27
Tabela 9 3 Valores de αm ...................................................................................................................29
Tabela 10 3 Pressão de colagem das ligações de continuidade das lamelas .............................39
Tabela 11 – Fatores de modi昀cação Ct................................................................................................................40
Tabela 12 3 Fator η .......................................................................................................................................... 46
Tabela 13 3 Materiais usados em pinos metálicos .........................................................................51
Tabela 14 3 Espaçamentos mínimos para ligações com pinos ....................................................52
Tabela 15 3 Diâmetro de pré-furação para ligações em madeira ..................................................54
Tabela 16 3 Valores de Kser para conectores em N/mm ................................................................55
Tabela 17 3 Modos de falha e equações para ligações de elementos de madeira com pinos
metálicos (uma seção de corte) ......................................................................................58
Tabela 18 3 Modos de falha e equações para ligações de elementos de madeira com pinos
metálicos (duas seções de corte) (continua) ..................................................................59
Tabela 19 – Coe昀ciente de 昀uência (ϕ)............................................................................................66
Tabela 20 – Valores-limite de deslocamentos para elementos correntes 昀etidos ......................67
Tabela 21 3 Valores de k昀 ..........................................................................................................................................74
Tabela 22 3 Determinação de K0 para superfícies sem proteção, com t em minutos ................74
Tabela 23 3 Taxas de carbonização para superfícies sem revestimento β0 e βn ...............................75
Tabela 24 3 Categorias de uso da madeira .....................................................................................79
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 7190-1 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Estruturas de Madeiras (CE-002:126.010). O Projeto de Revisão circulou
em Consulta Nacional conforme Edital nº 12, de 21.12.2021 a 20.02.2022.
A ABNT NBR 7190-1:2022 cancela e substitui a ABNT NBR 7190:1997, a qual foi tecnicamente revisada.
A ABNT NBR 7190-1:2022 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, bem como àqueles que venham a ser protocolados no prazo de 180 dias após
esta data, devendo, neste caso, ser utilizada a versão anterior da ABNT NBR 7190:1997.
Esta Norma circulou na Consulta Nacional com a numeração ABNT NBR 7190. Por consenso,
a CE-002.126.010 decidiu pela manutenção da numeração original para facilitar a associação
ao número, e o documento foi publicado como ABNT NBR 7190-1.
Scope
This Standard establishes the general requirements for the design and execution of wooden structures,
including structures formed by 昀at shears, parallel or not, with nailed, screwed connections or executed
with stamped teeth plates.
This Standard covers the principles and requirements of the limit state method including durability and
昀re conditions, and presents calculation criteria for the design and veri昀cation of wooden structural
elements for structural safety.
This Standard applies to solid wood structures (sawn or round), glued laminated wood, structural
wood panels and wood-based structural products, with structural elements joined by adhesives
or mechanical connectors.
This Standard does not apply to the visual and mechanical classi昀cation of wood for structures,
the characterization of wood, the tests of connections and structural products such as glued laminated
wood beams and cross glued laminated wood panels.
NOTE 1 The visual and mechanical classification of wood is specified in ABNT NBR 7190-2 and
the mechanical characterization of wood for structural design is specified in ABNT NBR 7190-3 and
ABNT NBR 7190-4.
NOTE 2 Mechanical connections in wooden structures are speci昀ed in ABNT NBR 7190-5, structural glued
laminated wood beams are speci昀ed in ABNT NBR 7190-6 and cross glued laminated wood panels are
speci昀ed in ABNT NBR 7190-7.
Introdução
A primeira Norma Brasileira para o Projeto de Estruturas de Madeira foi publicada em 1951 como
NB-11, Cálculo e execução de estruturas de madeira, que tinha como método de segurança o Método
das Tensões Admissíveis e era composta de 16 páginas sem Anexos. Em fevereiro de 1982, a NB-11
foi adequada, sem alterações técnicas, e se tornou a ABNT NBR 7190, Cálculo e execução
de estruturas de madeira.
Em 1992, foi iniciado o estudo de um projeto de Norma em estruturas de madeira que trouxe profundas
alterações nos conceitos relativos ao projeto de Estruturas de Madeira. Esta revisão foi aprovada
e publicada como ABNT NBR 7190:1997. De uma abordagem determinística de tensões admissíveis
passou-se para uma abordagem probabilística de estados-limite, sendo que o projeto de estruturas
de madeira passou a seguir os mesmos caminhos que os trilhados pelo projeto de estruturas
de concreto e de aço.
Tendo em vista o aspecto de transição, além do texto normativo principal, foram elaborados seis
Anexos que tratam respectivamente do desenho das estruturas de madeira, dos métodos de ensaio
para determinação de resistência e elasticidade das madeiras, dos métodos de ensaio para
a determinação da resistência de ligações mecânicas das estruturas de madeira, das recomendações
sobre a durabilidade da madeira, dos valores médios usuais de resistência e rigidez de algumas
espécies nativas e de 昀orestas plantadas e da calibração dos coe昀cientes de segurança adotados
na ABNT NBR 7190.
Em 2002, foi iniciado o estudo de revisão da ABNT NBR 7190:1997 com a 昀nalidade de atualização
dos critérios de dimensionamento com base em ensaios de novos materiais e ligações bem como
em experiências de projetos de estruturas de madeira com base nesta Norma.
A parte correspondente às ações foi excluída, por já existir uma norma que trata deste assunto.
Incluíram-se novos coe昀cientes de modi昀cação da resistência em função dos novos ensaios
com peças estruturais e um novo critério para a análise da estabilidade de peças comprimidas
e 昀exocomprimidas. Os coe昀cientes foram ajustados para o dimensionamento de peças compostas
e múltiplas, os Anexos foram excluídos, Normas com novos métodos de ensaios foram elaboradas,
também foram acrescentadas as recomendações para a segurança em situação de incêndio e uma
nova categoria mais detalhada das classes de uso da madeira com ênfase na durabilidade do material.
Esta revisão foi concluída em 2012, porém, era necessária a aprovação e publicação dos métodos
de ensaios especi昀cados nesta Norma, por ser referência para outras estruturas como por exemplo,
Wood Frame , Formas e Escoramentos, Madeira Serrada entre outras. As Normas de métodos
de ensaio têm a previsão de serem publicadas conforme a seguir:
ABNT NBR 7190-2, Estruturas de madeira – Parte 2: Métodos de ensaio para classi昀cação visual
e mecânica de peças estruturais de madeira
ABNT NBR 7190-3, Estruturas de madeira – Parte 3: Métodos de ensaio para corpos de prova isentos
de defeitos paramadeiras de 昀orestas nativas
ABNT NBR 7190-4, Estruturas de madeira – Parte 4: Métodos de ensaio para caracterizaçãode peças
estruturais
ABNT NBR 7190-5, Estruturas de madeira – Parte 5: Métodos de ensaio para determinação
da resistência e da rigidez de ligações com conectores mecânicos
ABNT NBR 7190-6, Estruturas de madeira – Parte 6: Métodos de ensaio para caracterização
de madeira lamelada colada estrutural
ABNT NBR 7190-7, Estruturas de madeira – Parte 7: Métodos de ensaio para caracterização
de madeira lamelada colada cruzada estrutural
1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos gerais de projeto e execução de estruturas de madeira incluindo
as estruturas formadas por tesouras planas, paralelas ou não, com ligações pregadas, parafusadas
ou executadas com chapas de dentes estampados.
Esta Norma abrange os princípios e requisitos do método dos estados-limite incluindo a durabilidade
e a situação de incêndio, e apresenta critérios de cálculo para o dimensionamento e a veri昀cação
de elementos estruturais de madeirapara a segurança estrutural.
Esta Norma se aplica para estruturas de madeira sólida (serrada ou roliça), madeira lamelada colada,
painéis estruturais de madeira e produtos estruturais à base de madeira, com elementos estruturais
unidos por adesivos ou conectores mecânicos.
Esta Norma não se aplica a classi昀cação visual e mecânica de madeiras para estruturas,
a caracterização de madeiras, os ensaios de ligações e os produtos estruturais como vigas de madeira
lamelada colada e painéis de madeira lamelada colada cruzada.
NOTA 1 A classi昀cação visual e mecânica de madeiras são especi昀cadas na ABNT NBR 7190-2
e a caracterização mecânica das madeiras para projeto de estruturas é especi昀cada nas ABNT NBR 7190-3
e ABNT NBR 7190-4.
NOTA 2 As ligações mecânicas em estruturas de madeira são especi昀cadas na ABNT NBR 7190-5,
as vigas de madeira lamelada colada estrutural são especi昀cadas na ABNT NBR 7190-6 e os painéis
de madeira lamelada colada cruzada são especi昀cados na ABNT NBR 7190-7.
2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).
ABNT NBR 8800, Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
ABNT NBR 15696, Formas e escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento
e procedimentos executivos
ABNT NBR 7190-2, Estruturas de madeira – Parte 2: Métodos de ensaio para classi昀cação visual
e mecânica de peças estruturais de madeira
ABNT NBR 7190-3, Estruturas de madeira – Parte 3: Métodos de ensaio para corpos de prova isentos
de defeitos paramadeiras de 昀orestas nativas
ABNT NBR 7190-4:2022, Estruturas de madeira – Parte 4: Métodos de ensaio para caracterização
de peças estruturais
ABNT NBR 7190-5, Estruturas de madeira – Parte 5: Métodos de ensaio para determinação
da resistência e da rigidez de ligações com conectores mecânicos
ABNT NBR 7190-6, Estruturas de madeira – Parte 6: Métodos de ensaio para caracterização
de madeira lamelada colada estrutural
ABNT NBR 7190-7, Estruturas de madeira – Parte 7: Métodos de ensaio para caracterização
de madeira lamelada colada cruzada estrutural
ABNT NBR ISO 2426-1, Madeira compensada – Classi昀cação pela aparência super昀cial – Parte 1:
Geral
ABNT NBR ISO 2426-2, Madeira compensada – Classi昀cação pela aparência super昀cial – Parte 2:
Folhosas
ABNT NBR ISO 2426-3, Madeira compensada – Classi昀cação pela aparência super昀cial – Parte 3:
Coníferas
ABNT NBR ISO 12466-1, Madeira Compensada – Qualidade de Colagem – Parte 1: Métodos
de ensaios
ABNT NBR ISO 12466-2, Madeira compensada – Qualidade de colagem – Parte 2: Requisitos
ANSI CSA S347, Method Of Test For Evaluation Of Truss Plates Used In Lumber Joints
ASTM A307, Standard Speci昀cation f or C arbon S teel B olts, S tuds, a nd T hreaded R od 60 0 00 PSI
Tensile Strength
ASTM A325, Standard Speci昀cation f or S tructural B olts, S teel, H eat Treated, 1 20/105 k si Minimum
Tensile Strength
ASTM A490, Standard Speci昀cation for Structural Bolts, Alloy Steel, Heat Treated, 150 ksi Minimum
Tensile Strength
EN 301, Adhesives, phenolic and aminoplastic, for load-bearing timber structures. Classi昀cation and
performance requirements
EN 1995-1-1, Eurocode 5: Design of timber structures General. Common rules and rules for buildings
EN 15425, Adhesives. One component polyurethane (PUR) for load-bearing timber structures.
Classi昀cation and performance requirements
EN 16254, Adhesives. Emulsion polymerized isocyanate (EPI) for load-bearing timber structures.
Classi昀cation and performance requirements.
ISO 898-1, Mechanical properties of fasteners made of carbon steel and alloy steel – Part 1: Bolts,
screws and studs with speci昀ed property classes – Coarse thread and 昀ne pitch thread
3 Simbologia
Para os efeitos deste documento, aplica-se a seguinte simbologia.
U Umidade
b Largura
deq Diâmetro equivalente de cálculo de uma peça de seção circular variável (peça roliça)
dmáx. Maior diâmetro da extremidade de uma peça de seção circular variável (peça roliça)
dmín. Menor diâmetro da extremidade de uma peça de seção circular variável (peça roliça)
e Excentricidade
f Resistência
fe Resistência ao embutimento
h Altura
i Raio de giração
l Vão, comprimento
m Flexão ou massa
v Cisalhamento
γ Peso especí昀co
· camber Contra昀echa
ν Coe昀ciente de Poisson
ρk Densidade característica
ρm Densidade média
b Largura
c Compressão; 昀uência
d Cálculo
k Característico
m Flexão
t Tração, transversal
u Último
v Cisalhamento
y Escoamento do aço
anel Anéis
cri Crítico
ef Efetivo
est Estimado
exc Excepcional
inf Inferior
lim Limite
máx. Máximo
med Médio
mín. Mínimo
sup Superior
br Contraventamento (bracing)
M Valores na 昀exão
4 Requisitos gerais
4.1 Projeto
Nos desenhos, deve constar de modo destacado a identi昀cação dos materiais a serem utilizados.
c) esquemas adotados na análise dos elementos estruturais e identi昀cação de suas peças;
4.3 Desenhos
Os desenhos devem ser elaborados de acordo com a ABNT NBR 10067. Nos desenhos estruturais,
devem constar de modo destacado as classes de resistência das madeiras a serem utilizadas.
As peças estruturais devem ter a mesma identi昀cação nos desenhos e no memorial justi昀cativo. Nos
desenhos, devem estar claramente indicadas as partes do memorial justi昀cativo onde estão detalhadas
as peças estruturais representadas.
5 Propriedades da madeira
5.1 Generalidades
As propriedades da madeira são condicionadas por sua estrutura anatômica, devendo distinguir-se
os valores correspondentes à tração dos correspondentes à compressão, bem como os valores
correspondentes à direção paralela às 昀bras dos correspondentes à direção perpendicular às 昀bras.
Devem também se distinguir os valores correspondentes às diferentes classes de umidade, de昀nidas
em 5.5.
A densidade aparente da madeira é a massa especí昀ca obtida pelo quociente da massa pelo volume,
ambos à mesma umidade
5.3 Resistência
A resistência é a aptidão de a matéria suportar tensões, e é determinada, convencionalmente, pela
máxima tensão que pode ser aplicada a corpos de prova isentos de defeitos do material considerado
ou elementos estruturais, até o aparecimento de fenômenos particulares de comportamento, além dos
quais há restrição de emprego do material em elementos estruturais. De modo geral, estes fenômenos
são os de ruptura ou de deformação especí昀ca excessiva.
5.4 Rigidez
A rigidez dos materiais é medida pelo valor médio do módulo de elasticidade, determinado na fase
de comportamento elástico-linear. O módulo médio de elasticidade na direção paralela às 昀bras
é obtido no ensaio de 昀exão (Em no caso de ensaios em peças estruturais) ou no ensaio de compressão
paralela às 昀bras (Ec0,med no caso de ensaios em corpos de prova isentos de defeitos) e o módulo
médio de elasticidade Ec90,med na direção perpendicular às 昀bras é obtido no ensaio de compressão
perpendicular às 昀bras.
5.5 Umidade
O projeto das estruturas de madeira deve ser feito admitindo-se uma das classes de umidade
especi昀cadas na Tabela 1. As classes de umidade têm por 昀nalidade ajustar as propriedades
de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais onde permanecem
as estruturas durante a sua vida útil.
Para lotes homogêneos de madeiras de 昀orestas plantadas deve ser extraída amostra constituída
de peças estruturais, que devem ser ensaiadas conforme ABNT NBR 7190-4. A classe de resistência
do lote, que de昀ne os valores das propriedades de resistência e rigidez da madeira, é atribuída a partir
da resistência característica à 昀exão (fm,k) da amostra representativa. A Tabela 3 apresenta valores
referenciais de resistência.
Para lotes homogêneos de madeira de 昀orestas nativas permite-se que a amostra seja constituída
de corpos de prova isentos de defeitos, que devem ser ensaiados conforme ABNT NBR 7190-3.
A classe de resistência do lote, que de昀ne os valores das propriedades de resistência e rigidez
da madeira, é atribuída a partir da resistência característica à compressão paralela (fc0,k) da amostra
representativa, conforme a Tabela 2.
Para lotes de madeiras de 昀orestas plantadas para os quais não se pode garantir a homogeneidade,
mas já se tem conhecimento consolidado dos efeitos de defeitos na resistência e rigidez, as propriedades
de resistência e rigidez são atribuídas a cada peça estrutural (classi昀cação por peça) e não ao lote
como um todo. Cada peça deve ser classi昀cada visual e mecanicamente conforme ABNT NBR 7190-2.
A classe de resistência de cada uma das peças é considerada a menor das duas classes visual
e mecânica atribuídas a ela. As peças de cada classe constituem um lote homogêneo ao qual,
para efeitos de projeto, além do MOE médio e densidade, são associados valores referenciais
de resistências características à 昀exão (fm,k ou MOR), à compressão paralela às 昀bras (fc0,k)
e ao cisalhamento (fv,k).
NOTA É permitido adotar as classes de resistência atribuídas aos lotes ou às peças pelo controle
de qualidade do produtor/fornecedor, sob sua responsabilidade, conforme legislação vigente.
As classes de resistência das madeiras têm por objetivo a utilização de madeiras com propriedades
padronizadas, orientando a escolha do material para elaboração de projetos estruturais.
O enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência especi昀cadas na Tabela 2
e na Tabela 3 deve ser feito conforme 5.7.
Símbolo C14 C16 C18 C20 C22 C24 C27 C30 C35 C40 C45 C50 D18 D24 D30 D35 D40 D50 D60 D70
Propriedades de resistência
MPa
Flexão fb,k 14 16 18 20 22 24 27 30 35 40 45 50 18 24 30 35 40 50 60 70
Tração
ft,90,k 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
perperdicular
Compressão
fc,0,k 16 17 18 19 20 21 22 23 25 26 27 29 18 21 23 25 26 29 32 34
paralela
Compressão
fc,90,k 2,0 2,2 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,1 3,2 7,5 7,8 8,0 8,1 8,3 9,3 11 13,5
perperdicular
Cisalhamento fv,k 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 3,4 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,5 5,0
Propriedades de rigidez
GPa
Módulo de
elasticidade a E0,m 7 8 9 9,5 10 11 12 12 13 14 15 16 9,5 10 11 12 13 14 17 20
0° médio
Módulo de
elasticidade a E0,05 4,7 5,4 6,0 6,4 6,7 7,4 7,7 8,0 8,7 9,4 10 11 8 8,5 9,2 10 11 12 14 16,8
0° característico
Módulo de
elasticidade a E90,m 0,2 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,6 0,7 0,7 0,8 0,9 0,9 1,1 1,33
90° médio
Módulo de
elasticidade
Gm 0,4 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 0,7 0,8 0,8 0,9 0,9 1,0 0,6 0,6 0,7 0,8 0,8 0,9 1,1 1,25
transversal
médio
Densidade
kg/m³
Densidade
ρk 290 310 320 330 340 350 370 380 400 420 440 460 475 485 530 540 560 620 700 900
característica
Densidade
ρm 350 370 380 390 410 420 450 460 480 500 520 550 570 580 640 650 660 750 840 1080
média
A caracterização das propriedades da madeira lamelada colada para projeto de estruturas deve ser
feita a partir de corpos de prova extraídos de peças estruturais fabricadas. Para as peças de grande
porte, permite-se aceitar os resultados fornecidos pelo controle de qualidade do produtor, sob sua
responsabilidade conforme a legislação vigente.
Para utilização da madeira lamelada colada, são admitidas as mesmas propriedades da madeira
das lamelas, devendo ser realizados os seguintes ensaios conforme ABNT NBR 7190-6, para
se determinar:
a) a resistência ao cisalhamento na lâmina de cola;
b) a delaminação;
c) a resistência das emendas denteadas.
O coe昀ciente parcial de modi昀cação kmod2, que contempla a classe de umidade e o tipo de material
utilizado, é indicado na Tabela 5.
Para as espécies que tenham apresentado os valores médios das resistências fw,med e dos módulos
de elasticidade na compressão paralela às 昀bras Ec0,med, correspondentes a diferentes teores
de umidade U, admite-se como valor de referência a resistência média fw,med,12 correspondente,
e o módulo de elasticidade, a 12 % de umidade.
Admitem-se, ainda, as expressões dadas em 5.6.1 para f12 e E12. Neste caso, para o projeto,
pode-se admitir a relação entre as resistências característica e média como em 6.2.6, correspondente
a um coe昀ciente de variação da resistência de 18 % para solicitações de compressão paralela
às 昀bras e 28 % para solicitações de cisalhamento.
O módulo de elasticidade na direção paralela às 昀bras (E0) é de昀nido em ensaios de 昀exão e tem
os valores apresentados na Tabela 3. No caso do uso da Tabela 2, deve ser considerada a igualdade
entre os valores médios obtidos na 昀exão e na compressão paralela às 昀bras (E0,med = Ec0,med).
Nas veri昀cações de estados-limite últimos, referentes à estabilidade lateral de vigas, deve ser
considerado o valor efetivo para o módulo de elasticidade (Eef), calculado conforme a seguinte
equação:
E0, ef = Kmod1 ⋅ Kmod2 ⋅ E0,med
Nas veri昀cações de estados-limite de serviço, deve ser considerado o valor médio do módulo
de elasticidade (E0,med).
Quando necessário, o módulo de elasticidade transversal deve ser calculado conforme a seguinte
equação:
E0,med
Gmed =
16
6 Estados-limite últimos
6.1 Esforços atuantes em estados-limite últimos
Os esforços atuantes nas peças estruturais devem ser calculados de acordo com os princípios
da Estática das Construções, admitindo-se em geral a hipótese de comportamento elástico linear dos
materiais.
Permite-se admitir que a distribuição das cargas aplicadas em áreas reduzidas, através das espessuras
dos elementos construtivos, possa ser considerada com um ângulo de 45° até o eixo do elemento
resistente.
Um carregamento é especi昀cado pelo conjunto de ações que têm probabilidade não desprezível
de atuação simultânea. Em cada carregamento, as ações devem ser combinadas de diferentes
maneiras, a 昀m de serem determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. Nessa
determinação, deve ser considerada a in昀uência da duração do carregamento na resistência
da madeira, como especi昀cado em 5.8.4.1. Alternativamente, é permitido considerar os carregamentos
como sendo de longa duração. Nesse caso, as ações consideradas como principais na combinação
e que tenham um tempo de atuação muito reduzido (vento ou a parcela das cargas móveis devida
ao impacto) devem ser multiplicadas por 0,75.
Para a determinação dos valores de cálculo das ações, devem ser utilizadas as correspondentes
combinações últimas de ações para cada situação de projeto: uso normal da construção (combinações
últimas normais), transitórias (combinações últimas especiais ou de construção) e excepcionais
(combinações últimas excepcionais). Para cada estrutura particular, devem ser especi昀cadas as
situações de projeto a considerar, não sendo necessário considerar as três possíveis situações de
projeto em todos os tipos de construção.
Os esforços resistentes das peças estruturais de madeira em geral devem ser determinados com
a hipótese de comportamento elastofrágil do material, isto é, com um diagrama tensão deformação
linear até a ruptura tanto na compressão quanto na tração paralela às 昀bras. Nas peças estruturais
submetidas à 昀exocompressão, os esforços resistentes podem ser calculados com a hipótese
de comportamento elastoplástico da madeira na compressão paralela às 昀bras.
No caso de se utilizar os dados da Tabela 2, o valor de cálculo da resistência à tração paralela às 昀bras
pode ser considerado igual ao valor de cálculo da resistência à compressão paralela às 昀bras:
ft0, d = fco, d
Quando as tensões de tração perpendicular às 昀bras puderem atingir valores signi昀cativos, devem
ser utilizados dispositivos que impeçam a ruptura decorrente dessas tensões. A segurança das
peças estruturais de madeira em relação a estados limites últimos não pode depender diretamente
da resistência à tração perpendicular às 昀bras do material. Considera-se, entretanto, para viabilizar
o uso da Fórmula de Hankinson na tração inclinada em relação às 昀bras, um valor mínimo de resistência
igual a 6 % do valor de tração paralela às 昀bras (ft90,d = 0,06·ft0,d).
Para casos que não estiverem na Tabela 6, deve-se fazer uma interpolação linear. A Tabela 6
é também aplicada no caso de arruelas, tomando-se como extensão do carregamento distribuído
o seu diâmetro ou lado. Neste caso, não é necessário descontar-se o diâmetro do pino.
Tabela 6 3 Valores de ³n
Extensão (a9) do carregamento
perpendicular às 昀bras, medida Coe昀ciente
paralelamente a estas ³n
cm
1 2,00
2 1,70
3 1,55
4 1,40
5 1,30
7,5 1,15
10 1,10
15 1,00
Estas expressões da resistência de embutimento são válidas para ligações usando pinos metálicos
entre peças de madeira, ou entre peças de madeira e chapas metálicas. Estas expressões não são
válidas para os casos de ligações de pinos metálicos entre peças de madeira e peças de painéis
industrializados de madeira (como madeira compensada, OSB etc.).
Para pregos com diâmetro menor que 8 mm, deve-se aplicar as seguintes equações para cálculo
do valor característico da resistência ao embutimento, em elementos de madeira serrada e LVL:
● Sem pré-furação:
● Com pré-furação:
Para pregos com diâmetro maior que 8 mm e parafusos de até 30 mm de diâmetro, dispostos com
ângulo α em relação às 昀bras, deve-se aplicar os valores característicos para o cálculo da resistência
ao embutimento:
fe0,k
feα,k =
k90 sin2α + cos2α
fc,k,12 = 0, 70 ⋅ fc,med,12
fv,k,12 = 0, 54 ⋅ fv,med,12
3 (U% − 12)
f12 = fU% 1 +
100 ( ver 5.6.1)
Para cálculo de f12, não podem ser usados valores de umidade (U %) acima de 25 %.
As peças de seção circular variável (peças roliças) podem ser calculadas como se fossem de seção
circular constante representada pelo diâmetro equivalente (deq), considerado igual ao da seção
situada a 1/3 do comprimento da extremidade mais delgada, não se considerando, no entanto, valor
superior a 1,5 vez o diâmetro dessa extremidade. O diâmetro equivalente (deq) pode ser determinado
pela equação apresentada em 9.7.
Permite-se ignorar a in昀uência da inclinação α das tensões normais em relação às 昀bras da madeira
até o ângulo α = 6°. Para inclinações maiores, é preciso considerar a redução de resistência, calcular
conforme a seguinte equação (fórmula de Hankinson):
f0 ⋅ f90
fα =
f0 ⋅ sen α + f90
2 ⋅ cos2α
6.3.1 Generalidades
Nas considerações de eixos ortogonais em barras, considerar como apresentado na Figura 2, ou seja,
z indica a direção axial; x e y as direções normais ao eixo z, normais entre si, e contidas na seção
transversal da peça.
6.3.2 Tração
onde
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos α> 6°, aplica-se à ft0,d a redução conforme 6.2.8.
Para madeira lamelada colada cruzada, a área da seção transversal deve ser calculada conforme
6.7.4.10.2
6.3.3 Compressão
Além da veri昀cação de estabilidade de acordo com 6.5, a condição de segurança relativa à resistência
à compressão axial é calculada conforme a seguinte equação:
Nc,d
σNc,d = ≤ fc0,d
A
onde
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos α> 6°, aplica-se à ft0,d a redução em 6.2.8.
Para madeira lamelada colada cruzada, a área da seção transversal deve ser calculada conforme
6.7.4.10.2
σ90,d ≤ fc90,d
onde
fc90,d deve ser determinada de acordo pela expressão a seguir com αn de昀nido em 6.2.4,
sendo:
fc90,d ≤ 0, 25 ⋅ fc0,d ⋅ αn
Para as peças 昀etidas, considera-se o vão teórico igual ao menor dos seguintes valores:
b) vão livre acrescido da altura da seção transversal da peça no meio do vão, não se considerando
acréscimo maior que 10 cm.
Nas barras submetidas a momento 昀etor cujo plano de ação contém um eixo central de inércia
da seção transversal resistente, a seguinte expressão deve ser atendida:
Md
σM,d
= W ≤1
fm,d fm,d
onde
ÃM,d é o valor máximo de cálculo da tensão atuante de 昀exão, calculado por Md/W;
Para madeira lamelada colada cruzada, o módulo de resistência deve ser calculado conforme
6.7.4.10.2.
Também deve ser feita a veri昀cação da condição de instabilidade da peça, conforme 6.5.5.
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos α > 6°, aplica-se à fm,d a redução de昀nida em 6.2.8.
Nas seções submetidas a momento 昀etor cujo plano de ação não contém um de seus eixos centrais
de inércia, a condição de segurança é expressa pela mais rigorosa das duas condições seguintes:
onde
ÃMx, d e ÃMy, d são as tensões máximas de cálculo devidas às componentes de 昀exão atuantes
segundo as direções principais;
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos α > 6°, aplica-se à fb,d a redução em 6.2.8.
Também deve ser feita a veri昀cação da condição de instabilidade da peça, conforme 6.5.5.
6.3.6 Flexotração
Nas barras submetidas à 昀exotração, a condição de segurança é expressa pela mais rigorosa das duas
equações seguintes aplicadas ao ponto mais solicitado da borda mais tracionada, considerando-se
uma função linear para a in昀uência das tensões devidas à força normal de tração:
σNt0,d σMx,d σMy,d σNt0,d σMx,d σMy,d
+ + kM ≤1 e + kM + ≤1
ft0,d fm,d fm,d ft0,d fm,d fm,d
onde
ÃNt, d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força
normal de tração;
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos α > 6°, aplica-se à fm,d e à ft0,d a redução em 6.2.8.
6.3.7 Flexocompressão
Além da veri昀cação de estabilidade a ser feita de acordo com 6.5.5, a condição de segurança
relativa à resistência das seções transversais submetidas à 昀exocompressão é expressa pela mais
rigorosa das duas equações seguintes, aplicadas ao ponto mais solicitado da borda mais comprimida,
considerando-se uma função quadrática para a in昀uência das tensões devidas à força normal
de compressão:
2 2
σNc0,d σMx,d σMy,d σNc0,d σMx,d σMy,d
f + f + kM
fm,d
≤1 e f + kM f +
fm,d
≤1
c0,d m,d c0,d m,d
onde
ÃNc,d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força
normal de compressão;
No caso de peças com 昀bras inclinadas de ângulos ³ > 6°, aplica-se à fm,d e à fc0d a redução em 6.2.8.
6.4 Cisalhamento
6.4.1 Cisalhamento nas ligações
Nas ligações submetidas à força cortante, a condição de segurança em relação às tensões tangenciais
é expressa por:
V
τ d = d ≤ fv0, d
A
onde
Nas vigas submetidas à 昀exão com força cortante, a condição de segurança em relação às tensões
tangenciais é calculada conforme a seguir:
V ⋅S
τd = d ≤ fv0, d
b ⋅I
onde
Para madeira lamelada colada cruzada, os momentos de inércia devem ser calculados conforme
6.7.4.11.2.2
Em vigas de seção transversal retangular, de largura b e altura h, e, portanto, área A = b∙h, a equação
anterior se reduz a:
V
τ d = 1, 5 d
A
Nas vigas de altura h que recebem forças concentradas ou distribuídas, que produzem tensões
de compressão nos planos longitudinais, a uma distância 0 ≤ z ≤ 2h a partir do eixo do apoio, o cálculo
das tensões de cisalhamento pode ser feito com uma força cortante reduzida de valor, calculado
conforme a seguinte equação.
z
Vred = V ⋅
2h
onde
(z / 2h) é um fator redutor que anula a cortante no ponto z = 0, mas retoma os valores normais
de V para z ≥ 2h.
6.5 Estabilidade
6.5.1 Generalidades
O procedimento para a veri昀cação da estabilidade das peças comprimidas deve atender de 6.5.2
a 6.5.7.
6.5.2 Condições de alinhamento das peças
Para peças que compõem pórticos, treliças, pilares ou vigas em que a instabilidade lateral pode
ocorrer, o desvio no alinhamento axial da peça, medido na metade da distância entre os apoios, deve
ser limitado em:
a) L/300 para peças de madeira serrada ou roliça;
b) L/500 para peças de madeira laminada colada.
6.5.3 Esbeltez
Os requisitos de dimensionamento dependem da esbeltez da peça, de昀nida pelo seu índice
de esbeltez, calculado conforme seguir:
L0
λ=
I A
onde
L0 é o comprimento de 昀ambagem;
I é o momento de inércia na direção analisada;
A é a área da seção transversal.
No caso da madeira lamelada colada cruzada, a área e o momento de inércia devem ser determinados
conforme a equação em 6.7.4.11.1.2.
Devem ser investigadas as condições que resultem em uma menor resistência para a peça,
considerando as eventuais contribuições de contraventamentos existentes nas diferentes direções.
O comprimento de 昀ambagem, L0, depende das condições de vinculação das extremidades das barras
e é calculado conforme a seguinte equação:
L0 = KE ⋅ L
Os valores de KE são apresentados na Tabela 7.
O índice de esbeltez das peças sujeitas à compressão axial ou à 昀exocompressão não pode ser maior
que 140.
λ f
● em y: λrel,y = y c0, k
π E0,05
onde
Para λrel, x ≤ 0,3 e λrel, y ≤ 0,3 as tensões devem satisfazer apenas às condições da compressão,
apresentadas em 6.3.3, ou da 昀exocompressão, apresentadas em 6.3.7, não sendo necessária
a veri昀cação da estabilidade.
No caso de índice de esbeltez relativa superior a 0,3, em qualquer direção, além das condições
estabelecidas em 6.3.7 devem ser atendidas as condições de estabilidade dadas pelas inequações.
σNc,d σMx,d σMy,d
+ + kM ≤1
k cx fc0,d fm,d fm,d
em que
k x = 0, 5 ⋅ 1 + βc ( λrel,x − 0, 3) + ( λrel,x )
2
e
k y = 0, 5 ⋅ 1 + βc ( λrel,y − 0, 3) + ( λrel,y )
2
Nas equações para o cálculo dos coe昀cientes kx e ky, ´c é o fator para peças estruturais que atendam
aos limites de divergência de alinhamento, conforme a seguir:
b) para madeira lamelada (MLC e MLCC) e madeira laminada (LVL): ´c = 0,1.
As vigas sujeitas à 昀exão simples reta, além de respeitarem as condições de segurança expressas
em 6.3.4, devem ter sua estabilidade lateral veri昀cada por teoria cuja validade tenha sido comprovada
experimentalmente.
Essa veri昀cação pode ser dispensada nos casos de vigas de seção transversal retangular de largura b
e altura h medida no plano de atuação do carregamento, desde que atendam aos requisitos a seguir:
b) o comprimento L1, de昀nido como a distância entre pontos adjacentes da borda comprimida com
deslocamentos laterais impedidos (apoios da viga e pontos com travamento lateral, se existentes),
atende à seguinte condição:
L1 E0,ef
≤
b βMfm,d
3
h 2
4 βE
b
βM = ⋅ ⋅
π γf h 1
− 2
0, 63
b
Para as peças em que a condição estipulada para L1 não é atendida, a veri昀cação de estabilidade
também pode ser dispensada desde que, além de atender a 6.3.4, o máximo valor de cálculo
da tensão de compressão (Ãc,d) deve ser conforme a seguir:
Ec0,ef
σc,d ≤
L1 β
M
b
A estabilidade lateral de vigas de seção não retangular deve ser estudada individualmente.
As estruturas formadas por um sistema principal de elementos estruturais, dispostos com sua maior
rigidez em planos paralelos entre si, devem ser contraventadas por outros elementos estruturais,
dispostos com sua maior rigidez em planos ortogonais aos primeiros, de modo a impedir deslocamentos
transversais excessivos do sistema principal e garantir a estabilidade global do conjunto.
Na falta de determinação especí昀ca da in昀uência destes fatores, permite-se admitir que, na situação
de cálculo, em cada nó do contraventamento seja considerada uma força F1d, com direção perpendicular
ao plano de resistência dos elementos do sistema principal, de intensidade convencional, conforme
Figura 4.
Nd
Nd
2
1 1
F1d k br,1
2
F1d
k br,1
L = mL 1
F1d
mL
L1 L1
=
F1d
L
L1 L1
k br,1
F1d F1d
Nd
Nd
Para as peças comprimidas pela força de cálculo Nd, com articulações 昀xas em ambas as extremidades,
cuja estabilidade requeira o contraventamento lateral por elementos espaçados entre si da distância
L1, devem ser respeitadas as seguintes condições adiante especi昀cadas em função dos parâmetros
mostrados na Figura 4.
As forças F1d atuantes em cada um dos nós do contraventamento podem ser admitidas com
o valor mínimo convencional de Nd/150, correspondente a uma curvatura inicial da peça com 昀echas
da ordem de 1/300 do comprimento do arco correspondente.
A rigidez Kbr,1 da estrutura de apoio transversal das peças de contraventamento deve assegurar
que a eventual instabilidade teórica da barra principal comprimida corresponda a um eixo deformado
constituído por m semiondas de comprimento L1 entre nós indeslocáveis. A rigidez Kbr,1 deve atender
no mínimo as seguintes condições (ver Tabela 9).
π 2E0,ef I2
K br ,1,min = 2αm
L31
π
αm = 1 + cos
m
onde
Tabela 9 3 Valores de αm
m 2 3 4 5 ∞
Se os elementos de contraventamento forem comprimidos pelas forças F1d, eles também devem ter
sua estabilidade veri昀cada. Esta veri昀cação é dispensada quando os elementos de contraventamento
forem efetivamente 昀xados em ambas as extremidades, de modo que eles possam cumprir sua
função, sendo solicitados apenas à tração em um de seus lados. As emendas dos elementos
de contraventamento e as suas 昀xações às peças principais contraventadas devem ser dimensionadas
para resistirem às forças F1d.
Para um sistema estrutural principal, formado por uma série de n elementos estruturais planos
em paralelo, cuja estabilidade lateral individual requeira contraventamento, deve ser prevista uma
estrutura de contraventamento, composta por outros elementos estruturais planos, dispostos
em planos perpendiculares ao plano dos elementos contraventados. Se a estrutura de contraventamento
estiver submetida a carregamentos externos atuantes na construção, os seus efeitos devem ser
acrescidos aos decorrentes da função de contraventamento.
No caso de estruturas de cobertura, na falta de uma análise estrutural rigorosa, permite-se considerar
a estrutura de contraventamento como composta por um sistema de treliças verticais, dispostas
perpendicularmente aos elementos do sistema principal, e por treliças dispostas perpendicularmente
ao plano dos elementos do sistema estrutural principal, no plano horizontal e no plano da cobertura,
colocadas nas extremidades da construção e em posições intermediárias com espaçamentos não
superiores a 20 m.
O sistema de treliças verticais é formado por duas diagonais, dispostas verticalmente em pelo menos
um de cada três vãos de昀nidos pelos elementos do sistema principal, e por peças longitudinais que
liguem continuamente, de uma extremidade a outra da construção, os nós homólogos dos banzos
superior e inferior dos elementos do sistema principal, conforme a Figura 5.
F1d F1d F1d F1d F1d F1d F1d F1d
Fd Fd
Nd Nd Nd
Fd
CONTRAVENTAMENTO
EXTREMIDADE
L1
F F Fd Fd
1d 1d
L1
L1
Fd
DE
Fd 2 n F
Nd Nd Nd 3 1d
onde
Kbr,1,mín é dado em 6.6.2.
O fator de redução da inércia do conjunto é feito para o material que apresentar o maior módulo
de elasticidade, calculado conforme a seguir:
y2 = 1
1
γi = , para i = 1 e 3
π 2 ⋅ Ei ⋅ A i ⋅ si
1 +
K i ⋅ L2ef
onde
Ei é o módulo de elasticidade de cada elemento da seção transversal;
Ai é a área de cada parte da seção transversal;
si é o espaçamento dos pregos na interface do elemento i com o elemento 2;
Ki é o módulo de deslizamento da ligação do elemento i com o elemento 2;
Lef é o vão efetivo da viga: para vigas biapoiadas Lef = L (vão), para vigas contínuas Lef = 0,8 L,
e para vigas em balanço Lef = 2 L.
O espaçamento dos pregos pode ser uniforme ou variar conforme a força de cisalhamento, entre
um valor mínimo smín. e smáx., sendo smáx. f 4 ∙ smín.. Nesse último caso, um valor efetivo de espaçamento
pode ser usado, dado por:
A distância entre os centros de gravidade da seção até a linha neutra da peça (ver Figura 7) é calculada
conforme a seguinte equação:
γ ⋅ E ⋅ A ⋅ (h + h2 ) − γ 3 ⋅ E3 ⋅ A 3 ⋅ (h2 + h3 )
a2 = 1 1 1 1 3
2⋅ ∑ i =1
γ i ⋅ Ei ⋅ A i
h + h2 h + h3
a1 = 1 − a2 a3 = 2 + a2
2 2
e
onde
ai é a distância do centroide da área de cada elemento que compõe a seção transversal até
a linha neutra x-x;
hi é a altura de cada parte dos elementos componentes da seção transversal com h3 nulo para
seção T;
Assim é possível o cálculo da rigidez efetiva considerando a rigidez da ligação, conforme a seguir:
3
(EI)ef = ∑ (Ei ⋅ Ii + γ i ⋅ Ei ⋅ Ai ⋅ ai2 )
i =1
onde
Da mesma forma, são equacionadas as tensões normais e cisalhantes atuantes nas peças, bem como
a força aplicada nos elementos de ligação ocasionada pelo deslizamento entre as peças.
Para vigas com geometria de seção transversal conforme Figura 7, as tensões normais devem ser
calculadas somando as duas parcelas indicadas a seguir:
M
σi = γ i ⋅ Ei ⋅ ai ⋅
(EI)ef
M
σm,i = 0, 5 ⋅ Ei ⋅ hi ⋅
(EI)ef
onde
M é o momento 昀etor;
A máxima tensão normal na peça composta ocorre na extremidade superior ou inferior do elemento
é calculada conforme a seguinte equação:
σmáx. = σi + σm,i
onde
A máxima tensão cisalhante ocorre onde a tensão normal é nula. A tensão máxima de cisalhamento
na alma da viga é calculada conforme a seguinte equação:
V
τ 2,máx.= ( γ 3 ⋅ E3 ⋅ A3 ⋅ a3 + 0, 5 ⋅ E2 ⋅ b2 ⋅ h22 ) ⋅ b
2 ⋅ (EI)ef
onde
V
Fi = γ i ⋅ Ei ⋅ Ai ⋅ ai ⋅ si ⋅ para i = 1 e 3.
(EI)ef
6.7.3 Peças compostas com alma em treliça
As peças compostas com alma em treliça formada por tábuas diagonais devem ser dimensionadas
à 昀exão simples ou composta, considerando exclusivamente as peças dos banzos tracionado
e comprimido, sem redução de suas dimensões. A alma dessas vigas e as suas ligações com
os respectivos banzos devem ser dimensionadas a cisalhamento como se a viga fosse de seção
maciça.
Entende-se por madeira lamelada colada (MLC) para 昀ns estruturais, peças de madeira engenheirada
em processo industrializado de fabricação, composta de lamelas coladas umas às outras e dispostas
com as 昀bras paralelas ao eixo longitudinal da peça 昀nal. Entende-se por madeira lamelada colada
cruzada (MLCC) ou Cross Laminated Timber (CLT), para 昀ns estruturais, painéis de madeira
engenheirada em processo industrializado de fabricação, constituídos por lamelas de madeira maciça
dispostas lateralmente formando camadas cruzadas ortogonalmente entre si.
Na produção das lamelas, as tábuas são unidas longitudinalmente por ligação de extremidade com
extremidade (emendas denteadas), até atingirem o comprimento necessário.
Na produção das peças de MLC, as lamelas são sobrepostas e coladas até atingirem a seção
transversal determinada no dimensionamento da peça estrutural, cujo eixo pode ser reto ou curvo.
Na produção dos painéis de MLCC, as camadas são sobrepostas ortogonalmente e coladas até
atingirem a seção transversal determinada no dimensionamento. Os painéis devem ser planos
e possuir ao menos três camadas.
Vigas de MLC curvas, vigas com dupla inclinação e vigas com a parte superior reta e parte inferior
curva (boomerang) devem ser analisadas individualmente.
Deve ser evitada a composição de um mesmo elemento de MLC e MLCC com espécies diferentes,
ou que apresentem diferentes coe昀cientes de retração. Caso isto ocorra, devem ser comprovadas
as compatibilidades das propriedades físicas e mecânicas entre as espécies e a não ocorrência
de delaminação, ao longo do tempo. Não é permitida a utilização de madeira de demolição
ou de madeira de reutilização para fabricação elementos de MLC ou MLCC.
Devem ser empregadas lamelas com densidade aparente (para um teor de umidade de 12 %) entre
0,40 g/cm³ e 0,75 g/cm3. No caso de peças com densidade superior a 0,75 g/cm3, deve ser feita uma
avaliação criteriosa do comportamento das juntas coladas.
As lamelas utilizadas na fabricação de peças de MLC e MLCC devem ser tratadas com produtos
e processos que assegurem a durabilidade e proteção biológica conforme a ABNT NBR 16143, sem
prejuízo à aderência da cola. O tratamento preservativo também pode ser realizado após a fabricação
das peças de MLC, desde que não provoque alterações nas juntas coladas, conforme a Seção 12
e a ABNT NBR 16143.
das tábuas, o processo de composição das peças deve iniciar no menor tempo possível, após
a secagem e estabilização do teor de umidade do lote a ser utilizado. No momento da colagem,
as tábuas empregadas no processo de fabricação da MLC e MLCC devem estar secas e com
no máximo 18 % de teor de umidade, não sendo permitida variação superior a 5 % entre lamelas
adjacentes.
O lote de madeira, do qual são produzidas as tábuas, deve passar pelo enquadramento nas classes
de resistência especi昀cadas nesta Norma. As tábuas que compõem as lamelas devem passar
também por uma classi昀cação visual seguida de uma classi昀cação pelo módulo de elasticidade
de acordo com a ABNT NBR 7190-2.
A classi昀cação visual pode ser a olho nu, com auxílio de instrumentos de aumento de imagem,
ou ainda, equipamentos de imagem e sensores em processo informatizado, indicada conforme
a seguir.
a) para os nós e grãos na composição das lamelas devem ser utilizadas tábuas que apresentem
nó que ocupe menos de ¼ de sua seção transversal 昀nal, medula que ocupe menos de 1/6
de sua largura 昀nal e inclinação das 昀bras inferior a 6°. Só devem ser aceitas rachaduras
longitudinais e que tenham extensão inferior a 30 cm;
Tábuas que atendam a 6.7.4.5.1-a), mas que possuam nós que ocupem mais de ¼ de sua seção
transversal 昀nal, podem ser selecionadas, mas devem ter esses nós eliminados e substituídos por
ligação de continuidade.
b) para os anéis de crescimento: no caso de coníferas, devem ser selecionadas apenas as tábuas
que apresentem no mínimo três anéis de crescimento em 2,5 cm, medido em uma direção radial
representativa.
As tábuas que compõem as lamelas devem passar por uma classi昀cação mecânica prévia, não
destrutiva, para a determinação do módulo de elasticidade na 昀exão (Em) que deve ser considerado
como de referência para o processo de composição das peças. Essa classi昀cação permite agrupar
um sublote superior com tábuas de Em acima da média representativa das tábuas da espécie
empregada e um sublote inferior com tábuas de Em abaixo dessa média.
A cada mudança da procedência da madeira fornecida, esse ensaio deve ser repetido e sempre
que houver diferença maior que 10 %, com relação ao valor médio que considerado para a madeira
da mesma espécie, o mesmo deve ser substituído por esse novo valor que passa a ser o módulo
de elasticidade médio representativo do lote.
As tábuas do sublote de Em superior devem ser destinadas a compor as lamelas que fazem parte das
quartas partes mais afastadas da linha neutra da peça de MLC e as de Em inferior devem ser utilizadas
na composição da metade central da seção transversal dessa peça.
Para as espécies de crescimento rápido, deve ser observado ainda que, no caso do sublote
de Em superior, as tábuas com maior número de anéis de crescimento em 2,5 cm, devem ser utilizadas
na composição das lamelas que 昀cam mais afastadas da linha neutra.
A continuidade de cada lamela deve ser assegurada pela união longitudinal entre as tábuas que
as compõem. Essa união deve ser realizada por colagem de entalhes múltiplos usinados (emendas
denteadas) nas extremidades de tábuas consecutivas. As emendas denteadas podem ser usinadas
verticalmente ou horizontalmente (ver Figura 8).
As emendas de topo não podem ser empregadas no processo de fabricação de peças estruturais
de MLC e de MLCC.
A geometria dos entalhes múltiplos deve ser compatível com os esforços solicitantes estruturais
e o passo do dente de昀nido em função do seu comprimento, inclinação de seus 昀ancos e espessura
de sua extremidade, conforme a Figura 9.
Legenda
Para grandes esforços solicitantes, a espessura da extremidade dos dentes deve ser de até 5 %
de seu comprimento e a inclinação dos 昀ancos compreendida entre 5° e 7°, conforme a seguir:
O grau de enfraquecimento (ϑd) na região dos entalhes múltiplos não pode exceder 20 %, em relação
à resistência da madeira sem emenda e isenta de defeitos, ou seja: 50 ∙ bd / ( Ld ∙ tg αd + bd ) ≤ 20.
As distâncias mínimas recomendadas são válidas para o caso das faces maiores da seção transversal
das lamelas estarem posicionadas paralelas ao plano da linha neutra. No caso de as faces maiores
da seção transversal das lamelas estarem ortogonais ao plano da linha neutra, ou a combinação das
duas disposições, a e昀ciência deve ser ensaiada em laboratórios reconhecida competência.
Na confecção de uma lamela que compõe as quartas partes mais afastadas do eixo baricêntrico
horizontal, a distância mínima entre as emendas é de 80 cm. Para uma lamela que compõe a metade
central da seção transversal, a distância mínima entre emendas é 50 cm.
Na composição 昀nal da peça de MLC, na região das quartas partes mais afastadas do eixo baricêntrico
horizontal, a distância mínima entre lamelas adjacentes é de 20 cm.
Para MLC, em nenhuma hipótese, a espessura 昀nal de cada lamela deve exceder 50 mm. No caso
de peças curvas, a espessura 昀nal de cada lamela deverá atender também ao limite máximo
de (1/150) do raio de curvatura da face interna da lamela para o caso de madeiras com densidade
aparente até 0,50 g/cm3 e (1/200) para o caso de madeiras com densidade aparente superior
a 0,50 g/cm³.
Para MLCC, a espessura 昀nal de qualquer camada deve ser maior ou igual a 6 mm e menor ou igual
a 60 mm.
A 昀m reduzir o empenamento e a rachaduras da madeira, as lamelas podem ser sulcadas. Os sulcos
devem ter no máximo a profundidade de 90 % da espessura da lamela, e uma largura máxima
de 4 mm, conforme a Figura 10.
Lamelas adjacentes podem ter ou não colagem lateral. A largura dos espaços entre as lamelas
adjacentes deve ser menor ou igual a 6 mm, conforme a Figura 10. A largura 昀nal b1 de qualquer
lamela sem colagem lateral, o espaço entre sulcos na mesma lamela e a distância entre um sulco
e a lateral da lamela devem ser maiores ou igual a 40 mm. A largura 昀nal b1 de qualquer lamela deve
ser menor ou igual a 300 mm.
Dimensões em milímetros
Legenda
1 camadas de madeira 4 espaços entre as lamelas
2 linhas de cola entre as camadas 5 sulcos nas lamelas
3 lamelas
Cada con昀guração deve possuir ao menos três camadas. Um exemplo para uma con昀guração (layup)
feito de três camadas é ilustrado na Figura 11-a). Camadas feitas de lamelas de madeira devem ser
arranjadas ortogonalmente, a não ser que as seguintes condições sejam atendidas:
b) duas camadas adjacentes somando uma espessura total máxima de 90 mm coladas paralelamente
às 昀bras na direção de um dos eixos principais do painel, como na Figura 10-b).
c) quando colar duas camadas adjacentes longitudinais, deve-se intercalar o espaço entre lamelas
(ver Figura 11, Legenda (4)).
Dimensões em milímetros
Legenda
Os adesivos empregados nas emendas de continuidade, seja na fabricação das peças estruturais
de MLC ou de MLCC, devem ser estruturais e apresentar propriedades compatíveis às condições
ambientais a que os elementos estruturais são submetidos durante toda a sua vida útil, conforme
as EN 301, EN 15425 e EN 16254, a depender do tipo de adesivo utilizado. A quantidade de adesivo
e os demais parâmetros de colagem devem atender às especi昀cações dos fabricantes do adesivo.
Os entalhes múltiplos devem ser colados sob a pressão indicada na Tabela 10, em função
do comprimento do dente (Ld) e da densidade da madeira. No entanto, deve ser observado que
a pressão empregada não exceda o limite que provoque 昀ssura longitudinal de extensão superior
a 5 mm, na região do fundo dos dentes. Na colagem dos entalhes múltiplos, o tempo de prensagem
deve ser de no mínimo 2 s.
6.7.4.8.6 Prensagem
O dimensionamento de peças estruturais em MLC deve estar de acordo com esta Norma quanto
ao dimensionamento de peças serradas. Nas peças 昀etidas, com seção constante, a largura mínima
da seção transversal deve ser 1/7 da altura da peça; naquelas com seção variável, as extremidades
de menor altura não podem ser inferior a L/30 e a inclinação não pode ultrapassar 5°. O coe昀ciente
parcial de modi昀cação kmod3 para MLC deve levar em conta os fatores de modi昀cação conforme
a seguinte equação:
onde
r é o menor raio de curvatura das lamelas que compõem a seção transversal resistente.
A rigidez à 昀exão de uma peça de MLC deve ser calculada pelo método da seção transformada,
considerando o módulo de elasticidade de cada lamela que a compõe. No caso de peça constituída
com a combinação de lamelas com módulo de elasticidade à 昀exão do lote de valores superior
empregado nas quartas partes mais afastadas da linha neutra, e lamelas com módulo de elasticidade
à 昀exão do lote de valores inferior empregado na metade central da seção transversal, conforme
a Figura 12, a rigidez pode ser calculada conforme a seguinte equação:
onde
I(1/4) é o momento de inércia da quarta parte mais afastada, em relação ao eixo baricêntrico (x);
Se o número de lamelas para compor as camadas identi昀cadas como (1/4)h não for um valor inteiro,
arredondar o valor de acordo com o seguinte critério: se a parcela decimal for igual ou superior a 0,5,
arredondar para o valor inteiro superior; caso contrário, desprezar a parcela decimal e tomar apenas
o valor inteiro.
Na hipótese de o número de camadas com Emed,s ser diferente de 1/4h, o EI deve ser determinado
pelo Método da Seção Transformada.
Para o painel de MLCC de 3 e 5 camadas, a veri昀cação dos estadoslimite últimos deve ser analisada
com o valor da seção transversal líquida, sem considerar as deformações por cisalhamento, e no caso
de haver direção predominante na distribuição do carregamento, o painel pode ser calculado como
uma viga de largura b = 1m.
Na veri昀cação para o estado-limite de serviço, a deformação por cisalhamento deve ser considerada
por meio da seção transversal efetiva, obtida pelo método de cálculo em 6.7.2 para peças compostas
com adaptação do valor gamma.
Nos casos de carregamentos que não sejam distribuídos uniaxialmente, como por exemplo, pontos
que recebem pilares, apoios em ângulo, aberturas, bem como demais situações, como número maior
de camadas, devem ser calculados por métodos de cálculos especí昀cos para MLCC, que podem ser
normas internacionais ou materiais da literatura, desde que de fonte o昀cial e devidamente citados
e referenciados no memorial de cálculo.
Para o dimensionamento de MLCC com carga perpendicular ao plano do painel (elemento de piso
e cobertura), no estado-limite de utilização, é necessário o cálculo da seção transversal líquida.
A Figura 13 ilustra os dados geométricos dos painéis com e sem simetria, bem como a representação
básica das curvas de tensão.
Para painéis com seção transversal simétrica, a posição do centro de gravidade é determinada
com os eixos de simetria. Para seções transversais não simétricas, como as resultantes do uso
de classes de resistência diferentes, do uso de painéis de madeira (compensados) como uma camada,
redução da seção transversal ou tratamento da superfície com fogo (tipo pirólise), a posição do centro
de gravidade representado por ZCG deve ser determinada conforme a seguir:
a) para seção transversal de camadas com diferentes módulos de elasticidade: escolher um módulo
de elasticidade de referência Ec;
b) determinar a posição do centro de gravidade Oi para cada camada a partir da superfície superior;
Ei b ⋅ hi3
n n
Ei
I0,liq = ∑ E c
⋅
12
+ ∑ E c
⋅ b ⋅ hi ⋅ ai2
i =1 i =1
onde
Zinf é a distância da borda superior da primeira camada até o centro de gravidade do painel,
ver Figura 13;
Zsup é a distância da borda inferior da última camada até o centro de gravidade do painel
(ver Figura 13);
Para elementos estruturais com riscos de 昀ambagem, a in昀uência da deformação por cisalhamento
deve ser considerada para a veri昀cação contra a 昀ambagem para elementos planos. Esta pode
ser considerada de acordo com o momento de inércia efetivo Ie昀 conforme 6.7.2 (Método Gamma).
Portanto, o comprimento de 昀ambagem lki pode ser assumido com o comprimento de referência lref.
O raio de giração é obtido pela equação:
Ieff
iy,eff =
A 0,liq
Flambagem sobre o eixo Z somente deve ser considerada para paredes-colunas muito esbeltas
conforme 6.5.5.
1
γi =
π2 ⋅ Ei ⋅ A i h j para camadas longitudinais;
1+ ⋅
L2ef Gvt b
onde
b é a largura do painel;
j são as camadas sob o efeito do cisalhamento rolling shear, adjacentes à camada i e próximas
ao centro.
Para os cálculos dos índices a, h e da rigidez do painel de MLCC devem ser adotados os procedimentos
descritos em 5.7.2.
As propriedades de resistência e rigidez do painel de madeira lamelada colada devem ser determinadas
por ensaios, de acordo com a ABNT NBR 7190-7. No entanto, os valores do cisalhamento na camada
transversal (rolling shear) e qualquer valor de resistência ou rigidez devem ser comprovados pelo
fabricante.
Além das especi昀cações desta Norma, na fabricação tanto de peças para usos estruturais em madeira
lamelada colada, madeira lamelada colada cruzada, como em qualquer outro tipo de compósitos
estruturais de madeira, deve ser informado e assegurado pelo fabricante, todas as classes e módulos
de resistências a serem utilizados em cálculos estruturais, assim como todas as características
de uso, conservação e manutenção, e o tipo de preservativo, o processo adotado e a classe
de utilização. A eficiência dos produtos fabricados pelas industrias deve ser de acordo com
a ABNT NBR 7190-6 e ABNT NBR 7190-7.
NOTA a comprovação é baseada em laudos técnicos emitidos por laboratórios nacionais ou internacionais
de reconhecida competência e controles de qualidade na fabricação.
A estabilidade das peças compostas por elementos justapostos solidarizados continuamente pode ser
veri昀cada como se elas fossem maciças, atendendo a 6.7, e limitando a esbeltez a 140.
Para as peças compostas por dois ou três elementos de seção transversal retangular, permite-se
a veri昀cação especi昀cada por esta Norma, atendendo às especi昀cações de 6.5.4, como se elas fossem
de seção maciça, nas condições adiante estabelecidas.
Permite-se que estas ligações sejam feitas com apenas dois parafusos ajustados dispostos ao longo
da direção do eixo longitudinal da peça, afastados entre si de no mínimo 4d e das bordas do espaçador
de pelo menos 7d, desde que o diâmetro de pré-furação d0 seja feito igual ao diâmetro d do parafuso.
A altura L 2 da seção transversal dos espaçadores (ver Figura 14) deve atender à condição:
para espaçadores interpostos e, , para chapas laterais de 昀xação.
Arranjo n = 2 Arranjo n = 3
h h
y y
x x
a1 a1 a1 a1
h1
b1
Para a veri昀cação da 昀ambagem em torno do eixo y, deve ser considerada uma esbeltez e昀caz
determinada de acordo com as equações a seguir:
A1 = b1 h1
Atot = 2A1
h1 (2b1 + a)3 − a3
Itot =
12
c) seção composta por três elementos:
Atot = 3A1
L
λ1 = 12 1
b1
Tabela 12 3 Fator η
A segurança dos espaçadores e de suas ligações com os elementos componentes deve ser veri昀cada
para um esforço de cisalhamento cujo valor convencional de cálculo é conforme a seguinte equação:
L
Fv,d = Vd 1
a1
Sendo
Nc,d
120 ⋅ k para λ ef,y < 30
cy
Nc,d ⋅ λ ef,y
Vd = para 30 ≤ λ ef,y < 60
3 600 ⋅ k cy
Nc,d
para λ ef,y ≥ 60
60 ⋅ k cy
4 9b1 ≤ L1 ≤ 18b1;
7 Ligações
7.1 Generalidades
As ligações mecânicas tradicionais em peças de madeira podem ser divididas em quatro grupos
em função do modo de transmissão da força entre os elementos conectados:
As ligações por pinos possuem comportamento regido por um misto de 昀exão do pino e/ou embutimento
do pino na madeira. Se enquadram no primeiro grupo as ligações com parafusos passantes com porcas
e arruelas (sextavado e francês), parafusos de rosca soberba, pregos e pinos metálicos ajustados.
As ligações por anéis metálicos e chapas com dentes estampados transmitem as forças entre
os elementos de madeira de forma distinta da anterior, caracterizadas por grandes áreas de contato.
As ligações por sambladuras ou entalhes são aquelas cujo esforço é transmitido diretamente
de um elemento de madeira ao outro por compressão em uma área determinada, mediante uma
geometria que permita essa transferência de esforços. Nessas ligações deve-se veri昀car a resistência
à compressão nesse contato, em ambos os elementos, levando-se em consideração a inclinação
As ligações coladas são aquelas formadas pela união entre elementos de madeira serrada por meio
de adesivos estruturais. As peças de madeira serrada podem ser coladas de face a face, borda
a borda e entre as extremidades (na direção longitudinal). A ligação entre as extremidades, realizada
por meio da colagem estrutural de peças usinadas por emendas denteadas (ou 昀nger-joint em inglês)
produzidas sob controle de qualidade industrial, devem atender aos requisitos do fabricante do adesivo
e a ABNT NBR 7190-6:2022, 4.3. Os valores de resistência mecânica de peças de madeira serrada
unidas por emendas denteadas devem ser apresentados pelo fornecedor de acordo com os valores
da Tabela 3. As peças de madeira serrada unidas por emendas denteadas podem ser utilizadas como
peças simples de madeira serrada em sistemas estruturais redundantes (por exemplo o woodframe)
ou empregadas no processo de fabricação de peças estruturais de MLC e MLCC.
No cálculo das ligações, não é permitido considerar os esforços transmitidos por elementos secundários
como estribos, braçadeiras ou grampos.
No caso de ligações por pinos metálicos, devem ser respeitados os espaçamentos e pré-furações
especi昀cados em 7.1.10 e em 7.1.10, para evitar o fendilhamento precoce da madeira em virtude
da introdução dos elementos de união. Não são permitidas ligações com apenas um pino metálico.
Em ligações onde os conectores transferem forças inclinadas em relação às 昀bras da madeira, deve
ser veri昀cada a possibilidade de ruptura por tração normal localizada, causada pela força FEd.sen α,
perpendicular às 昀bras, atendendo à condição de segurança a seguir:
Fv,Ed ≤ F90,Rd
Tomando-se Fv,Ed como o maior valor entre os valores, têm-se Fv,Ed,1 e Fv,Ed,2 (ver Figura 16).
onde
he é a distância do conector mais afastado até a borda do elemento, expressa em milímetros (mm);
F90,Rk é a força resistente característica à tração normal localizada, expressa em Newtons (N).
R d g Sd
onde
R
Rd = kmod1 ⋅ kmod2 ⋅ k
γ lig
Os valores de kmod são de昀nidos conforme 5.8.4. O valor do coe昀ciente de minoração das propriedades
de resistência da ligação é de昀nido como sendo igual a 1,4.
No dimensionamento de ligações com o uso de conectores em aço, não se pode utilizar valor
de Kmod1 superior a 1, mesmo para combinação de ações de duração instantânea.
O valor característico da resistência da ligação Rk deve ser determinado de acordo a ABNT NBR 7190-5.
Na ausência da determinação experimental especí昀ca, admite-se a utilização das metodologias
em 7.1.3, 7.1.4, 7.1. 5, 7.1.6 e 7.1.7.
Em princípio, o estado limite último da ligação pode ser atingido por de昀ciência de resistência
da madeira da peça estrutural ou do elemento de ligação. As ligações feitas pelos meios usuais
de peças de madeira ou pelo emprego de elementos intermediários de aço devem ter sua segurança
veri昀cada de acordo com esta Norma, no caso de elementos de madeira, ou de acordo com
a ABNT NBR 8800, no caso de elementos intermediários de aço.
Em relação à resistência de embutimento da madeira, esta deve ser determinada por meio do ensaio
de embutimento, conforme a ABNT NBR 7190-3. Na falta da determinação experimental especí昀ca,
admitem-se as relações aproximadas apresentadas em 6.2.5.
O momento resistente característico do pino metálico My,k em N∙mm deve ser determinado pela
seguinte equação
onde
d é o diâmetro nominal do pino metálico conforme a ABNT NBR 8800, expresso em milímetros (mm).
Na presença de binários atuando no plano da união, além das tensões primárias decorrentes dos
esforços atuantes nas peças interligadas, também devem ser consideradas as tensões secundárias
devidas às excentricidades existentes entre os eixos mecânicos das peças interligadas e o centro
de rotação da união em seu plano de atuação.
Nas ligações com até oito pinos em linha, dispostos paralelamente ao esforço a ser transmitido,
a resistência total é dada pela soma das resistências de cada um dos pinos.
Nas ligações com mais de oito pinos em linha, os pinos suplementares devem ser considerados com
apenas 2/3 de sua resistência individual. Neste caso, sendo nc o número de pinos, a ligação deve ser
calculada conforme a seguinte equação, com o número efetivo de pinos resistentes nef
2
nef = 8 + ⋅ (nc − 8)
3
As ligações com múltiplas seções de corte a resistência de cada plano de corte devem ser determinadas
considerando que cada plano de corte é parte de uma ligação na con昀guração em duplo corte.
a) os pregos estruturais devem ter diâmetro nominal d mínimo de 3,0 mm, atendendo as especi昀cações
da ABNT NBR 6627 e, serem feitos de aço com baixo teor de carbono atendendo as especi昀cações
da ABNT NBR 5589;
b) os parafusos estruturais passantes com porca e arruela com cabeça sextavada devem ser
de diâmetro nominal d mínimo de 9,5 mm, serem feitos de aço com baixo teor de carbono
atendendo as especi昀cações da ASTM A307, ASTM A325, ASTM A490, ou ISO 898-1.
As porcas e arruelas devem ser feitas de aço com baixo teor de carbono e resistência característica
de escoamento fy,k de pelo menos 250 MPA. As arruelas devem ter diâmetro externo maior
ou igual a 3 d, espessura maior ou igual a 0,3 d e devem ser utilizadas em ambos os lados
do parafuso;
c) os parafusos de rosca soberba devem ser de diâmetro nominal d mínimo de 9,5 mm, e devem
ser feitos de aço com baixo teor de carbono, atendendo a resistência mínima característica
de escoamento fy,k de pelo menos 250 Mpa;
Distância a3,c 90° f ³ < 150° 7d (1 + 6 sen ³) d Maior entre [(a3,t |sen ³|) d] e d
(extremidade 150° f ³ < 210° 7d 4d 3d
não carregada) 210° f ³ f 270° 7d (1 + 6 |sen ³|) d Maior entre [(a3,t |sen ³|)] d e d
Para d < 5 mm: Maior entre Maior entre
Distância a4,t (3 + 2 sen ³) d (2 + 2 sen ³) d (2 + 2 sen ³) d
(borda lateral 0° f ³ f 180°
carregada) Para d g 5 mm: e e
(3 + 4 sen ³) d 3d 3 d)
Distância a4,c
(borda lateral 180° f ³ f 360° 3d 3d 3d
não carregada)
Em uniões pregadas, deve ser feita a pré-furação da madeira, com diâmetro d0 não maior que
o diâmetro d do prego, com os valores de 85 % para madeiras coníferas e 98 % para madeiras
folhosas.
NOTA Quando utilizado sistema mecânico ou pneumático de pregação, não é necessária a pré-furação
da madeira. Nesses casos, porém, cabe à indústria avaliar a relação entre a rigidez da madeira, o diâmetro
do pino e a pressão, a 昀m de evitar o fendilhamento da madeira na 昀xação ou o cravamento excessivo
da cabeça do prego.
As ligações em madeira com parafusos passantes devem ser realizadas com pré-furação
de no mínimo o diâmetro d e, no máximo 1 mm maior que o diâmetro d, considerando d o diâmetro
do parafuso passante a ser utilizado.
As ligações podem ser calculadas como rotuladas, rígidas ou semirrígidas. Cabe ao projetista
comprovar por meio de modelos teóricos e ou experimentais o cálculo da adoção de ligações rígidas
e semirrígidas.
A rigidez axial de ligações deve ser obtida conforme ABNT NBR 7190-5. No caso de impossibilidade
de realização do ensaio, pode-se estimar a rigidez axial de ligações em elementos de madeira
conforme a Tabela 16.
d 0,8
Prego (sem pré-furação) ρmed 1,5
30
ρmed dc
Anel Metálico
80
a A folga pode ser adicionada separadamente da deformação.
Legenda
Kser é a rigidez de serviço de uma seção de corte de um pino metálico, expresso
em Newton por milímetros (N/mm).
ρmed é a densidade especí昀ca média em kg/m3, dado pela multiplicação
da densidade aparente característica pelo valor 1,20.
d é o diâmetro efetivo do pino metálico, expresso em milímetros (mm).
Para ligações com elementos de madeira de diferentes densidades, a densidade média ρmed deve ser
calculada conforme a seguinte equação:
ρmed = ρ1,med ⋅ ρ2,med
onde
A rigidez de serviço Kser deve ser utilizada para a veri昀cação dos estados-limite de serviço e, para
os estados-limite últimos, deve-se utilizar a rigidez última Ku , calculada conforme a seguinte equação:
2
K u = ⋅ K ser
3
A rigidez de ligações em elementos de madeira e aço pode ser considerada como o dobro da calculada
utilizando a mesma equação para elementos de madeira, considerando ρm como a densidade
do elemento de madeira.
onde
nsp é a quantidade de seções de corte por pino metálico, nef é o número efetivo de pinos por
ligação, conforme 7.1.7;
Para que a ligação possa ser considerada resistente, devem ser atendidas as especi昀cações
de espaçamentos conforme 7.1.10, de pré-furação conforme 7.1.11, e as seguintes:
a) tanto na con昀guração em corte simples como na con昀guração em corte duplo, o diâmetro
efetivo do parafuso passante não pode exceder a metade da menor espessura dos elementos
de madeira interligados. A Figura 19 ilustra a con昀guração de corte simples e duplo para ligações
com parafusos passantes com porca e arruela;
b) o diâmetro efetivo do prego não pode ser maior que um quinto da menor espessura dentre
as peças de madeira ligadas. Permite-se que o diâmetro efetivo do prego seja maior que
um quarto da espessura da peça de madeira mais delgada, desde que o diâmetro da pré-furação
seja igual ao diâmetro efetivo do prego;
c) a penetração do prego em qualquer uma das peças ligadas não pode ser menor que a espessura
da peça mais delgada. Caso contrário, o prego é considerado não resistente;
d) em ligações localizadas, a penetração da ponta do prego na peça de madeira mais distante
de sua cabeça deve ser de pelo menos 12 d ou igual à espessura dessa peça. Em ligações
corridas, como em peças compostas ligadas continuamente, esta penetração pode ser limitada
ao valor de t1. A Figura 20 ilustra a con昀guração de corte simples e duplo para ligações com
pregos;
e) o diâmetro efetivo do parafuso de rosca soberba não pode ser maior que um quinto da menor
espessura dentre as peças de madeira ligadas. Permite-se que o diâmetro efetivo do parafuso
seja maior que um quarto da espessura da peça de madeira mais delgada, desde que o diâmetro
da pré-furação seja igual ao diâmetro efetivo do parafuso (ver Figura 21);
f) em ligações localizadas, a penetração da ponta do parafuso na peça de madeira mais distante
de sua cabeça deve ser de pelo menos 6 d ou igual à espessura dessa peça. Em ligações
corridas, como em peças compostas ligadas continuamente, esta penetração pode ser limitada
ao valor de t1.
Figura 19 3 Ligação de elementos de madeira com parafusos passantes com porca e arruelas
A resistência característica de uma seção de corte de um pino é determinada como o menor valor
dentre os obtidos pelas Equações indicadas na Tabela 17 ou Tabela 18, que são regidas pelos
diferentes modos de falha, em função da resistência de embutimento e da espessura dos elementos
de madeira interligadas, do momento resistente do pino metálico e do diâmetro efetivo do pino.
Tabela 18 3 Modos de falha e equações para ligações de elementos de madeira com pinos
metálicos (uma seção de corte) (continua)
Modo de falha Força característica calculada por plano de corte e por pino utilizado
Fv,Rk1 = fe1,k t1 d
Fv,Rk2 = fe1,k t2 d β
fe1,k t1 d t 2 2
t F
β + 2β2 1 + 2 + 2 + β3 2 − β 1 + 2 + ax,Rk
t t
Fv,Rk3 =
1+ β t1 t1 t1 4
t1
Tabela 18 (conclusão)
Modo de falha Força característica calculada por plano de corte e por pino utilizado
2β Fax,Rk
Fv,Rk6 = 1,15 2M y,k fe1,k d +
1+ β 4
Tabela 19 3 Modos de falha e equações para ligações de elementos de madeira com pinos
metálicos (duas seções de corte) (continua)
Modo de falha Força característica calculada por plano de corte e por pino utilizado
Fv,RK1 = fe1,k t1 d
Fv,RK2 = 0, 5fe1,k t 2 d β
Tabela 19 (conclusão)
Modo de falha Força característica calculada por plano de corte e por pino utilizado
2β Fax,Rk
Fv,RK4 = 1,15 2My,k fe1,k d +
1+ β 4
O valor ³ é a razão entre as resistências de embutimento das peças de madeira interligadas sendo
dado por:
fe2,k
β=
fe1,k
O valor Fax,Rk/4 é a contribuição do efeito de con昀namento provocado pela compressão das arruelas
nas laterais externas da ligação, ou pela resistência ao arrancamento no caso de pregos e parafusos
de rosca soberba, ou embutimento da cabeça do prego ou parafuso de rosca soberba na lateral
externa da peça de madeira. A contribuição do efeito de con昀namento deve ser limitada às seguintes
porcentagens das parcelas das equações que representam os modos de falha I, II e III, desconsiderando
o fator de atrito:
Para o caso de ligações com parafusos passantes, o valor Fax,Rk pode ser estimado pelo menor valor
dentre a resistência de tração do parafuso e a resistência ao embutimento da arruela na madeira.
Para o caso de ligações com pregos, o valor Fax,Rk pode ser estimado pelo menor valor dentre
a resistência de tração do prego e a resistência ao embutimento da cabeça do prego na lateral externa
da peça de madeira.
Para o caso de ligações com parafusos de rosca soberba, o valor Fax,Rk pode ser estimado pelo
menor valor dentre a resistência de tração do parafuso e a resistência ao embutimento da cabeça
do parafuso na lateral externa da peça de madeira.
Não é permitida a consideração do efeito de con昀namento para os pinos metálicos ajustados, sem
a presença de porcas e arruelas.
onde
As ligações em madeira realizadas com chapas de aço e pinos metálicos possuem modos de
falha caracterizados pela espessura ts das chapas de aço. Chapas de aço com espessura menor
ou igual a 0,5 d são classi昀cadas como chapas 昀nas e, chapas com espessura maior ou igual a d
e diâmetro de pré-furação menor ou igual a 1,1 d são classi昀cadas como chapas grossas. A resistência
característica de ligação com limites compreendidos entre chapa 昀na e chapa grossa deve ser calculada
por interpolação linear a partir dos menores valores obtidos pelas equações correspondentes.
A resistência ao corte do pino metálico, bem como a resistência da chapa de aço, deve ser veri昀cada
de acordo com a ABNT NBR 8800.
Para que a ligação possa ser considerada resistente devem ser atendidas as especi昀cações
de espaçamentos e pré-furação em 7.1.10 e 7.1.11, respectivamente, os espaçamentos e o diâmetro
de pré-furação das chapas de aço, conforme a ABNT NBR 8800, bem como as seguintes:
a) tanto na con昀guração em corte simples como na con昀guração em corte duplo, o diâmetro efetivo
do parafuso passante não pode exceder a metade da menor espessura dos elementos de madeira
interligados (ver Figura 22);
b) o diâmetro efetivo do prego não pode ser maior do que 1/5 (um quinto) da menor espessura
dentre as peças de madeira ligadas. Permite-se que o diâmetro efetivo do prego seja maior
que ¼ (um quarto) da espessura da peça de madeira mais delgada, desde que o diâmetro
da pré-furação seja igual ao diâmetro efetivo do prego. Em ligações localizadas, a penetração
da ponta do prego na peça de madeira (tp) deve ser de pelo menos 12 d ou igual à espessura
dessa peça (ver Figura 23);
c) o diâmetro efetivo do parafuso de rosca soberba não pode ser maior do que 1/5 (um quinto)
da menor espessura dentre as peças de madeira ligadas. Permite-se que o diâmetro efetivo
do parafuso seja maior que um quarto da espessura da peça de madeira mais delgada, desde que
o diâmetro da pré-furação seja igual ao diâmetro efetivo do parafuso. Em ligações localizadas,
a penetração da ponta do parafuso de rosca soberba na peça de madeira (tp) deve ser de pelo
menos 6 d ou igual à espessura dessa peça (ver Figura 24).
A força característica por plano de corte e por pino metálico deve ser considerada como o menor valor
dentre os resultados das equações indicadas a seguir:
Fax,Rk
Modo de falha (b) Fv,Rk = 1,15 ⋅ 2 ⋅ My,Rk ⋅ fe1,k ⋅ d +
4
4 para ligações com chapas grossas em corte simples:
4 ⋅ My,Rk Fax,Rk
Modo de falha (d) Fv,Rk = fe1,k ⋅ t1 ⋅ d 2 + − 1 +
fe1,k ⋅ d ⋅ t1
2
4
Fax,Rk
Modo de falha (e) Fv,Rk = 2, 3 ⋅ My,Rk ⋅ fe1,k ⋅ d +
4
4 para ligações com chapa de aço central de qualquer espessura, em dupla seção de corte:
4 ⋅ My,Rk Fax,Rk
Modo de falha (g) Fv,Rk = fe1,k ⋅ t1 ⋅ d 2 + − 1+
fe1,k ⋅ d ⋅ t12 4
Fax,Rk
Modo de falha (h) Fv,Rk = 2, 3 ⋅ My,Rk ⋅ fe1,k ⋅ d +
4
4 para ligações com duas chapas laterais caracterizadas como 昀nas, em corte duplo:
Fax,Rk
Modo de falha (j) Fv,Rk = 1,15 ⋅ 2 ⋅ My,Rk ⋅ fe2,k ⋅ d +
4
4 para ligações com duas chapas laterais caracterizadas como grossas, em corte duplo:
Fv,Rk = 0, 5 ⋅ fe2,k ⋅ t 2 ⋅ d
Modo de falha (k)
Fax,Rk
Modo de falha (l) Fv,Rk = 2, 3 ⋅ My,Rk ⋅ fe2,k ⋅ d +
4
onde
Na Figura 25, estão ilustrados os modos de falha para ligações com chapas de aço e pinos metálicos.
Figura 25 3 Modos de falha para determinação da força característica de ligações com pinos
metálicos e chapas de aço
onde
A resistência de um anel metálico correspondente a uma dada seção de corte da ligação entre duas
peças de madeira é determinada em função das resistências ao cisalhamento longitudinal fv0,d das
duas madeiras interligadas.
Fv,Rk = ta ⋅ da ⋅ fcα,k
onde
8 Estados-limites de serviço
8.1 Veri昀cação
Na veri昀cação da segurança das estruturas de madeira, devem ser considerados os estados-limite
de serviço caracterizados por:
a) deslocamentos excessivos, que afetam a utilização normal da construção ou seu aspecto estético;
As condições usuais de veri昀cação de segurança relativas aos estados-limite de serviço são expressas
por desigualdade conforme indicado a seguir:
Sd,serv ≤ Slim
onde
Sd,serv são os valores desses mesmos efeitos, decorrentes da aplicação das ações
estabelecidas para a veri昀cação, calculados com a hipótese de comportamento
elástico linear da estrutura.
Considerando que a madeira possui características distintas de outros materiais de construção, como
por exemplo, a signi昀cativa deformação ao longo do tempo (昀uência), as veri昀cações quanto aos
critérios de segurança em estados-limite de serviço devem ser consideradas adotando a combinação
rara de serviço conforme a ABNT NBR 8681 para a avaliação das 昀echas instantâneas.
Para a avaliação das 昀echas 昀nais deve-se considerar a combinação quase permanente e os efeitos
da 昀uência conforme as equações a seguir:
m n
δ fin = ∑ δ fin,Gi,k + ∑ δ fin,Qj,k
i =1 j =1
Em que:
Em construções especiais, como formas para concreto estrutural (ver ABNT NBR 15696),
escoramentos, torres etc., os deslocamentos limites devem ser estabelecidos conforme acordo entre
as partes interessadas.
Para os casos correntes de elementos 昀etidos de madeira, a menos que haja restrições especiais,
os limites de deslocamentos devem ser considerados conforme a Tabela 20 e Figura 26.
As 昀echas devidas às ações permanentes podem ser parcialmente compensadas por contra昀echas
na construção, não utilizando valores superiores a 2/3 dos deslocamentos instantâneos
permanentes (∑ M
δ
I=1 inst,gi,k ).
Nas construções em que haja materiais frágeis ligados à estrutura, como forros, pisos e divisórias,
cuja 昀ssuração não possa ser evitada por meio de disposições construtivas adequadas, a veri昀cação
da segurança em relação aos estados-limite de deslocamentos procura evitar danos a esses materiais
não estruturais; além dos limites de deslocamentos respectivos indicados na Tabela 20, as 昀echas
instantâneas devido somente às ações variáveis () não podem superar 1/500 dos vãos ou 1/250
do comprimento dos balanços correspondentes, nem o valor absoluto de 15 mm.
Nos casos de 昀exão oblíqua, os limites anteriores de 昀echas podem ser veri昀cados isoladamente para
cada um dos planos principais de 昀exão.
No caso particular de pisos sobre os quais as pessoas andem regularmente, como os de residências
e escritórios, a menor frequência natural de vibração dos elementos da estrutura do piso não pode
ser inferior a 8 Hz. Para esta 昀nalidade, as placas compostas por elementos diagonais podem ser
assimiladas a peças maciças.
9 Disposições construtivas
9.1 Disposições gerais
O sistema estático deve ser de昀nido de forma a assegurar a segurança estrutural quando
da determinação dos esforços solicitantes e dos deslocamentos na estrutura. Nesse sentido e quando
pertinente, devem ser consideradas as rigidezes das ligações conforme apresentado em 7.1.12.
Para evitar a deterioração rápida das peças, devem ser tomadas precauções como: tratamento
preservativo adequado, facilidade de escoamento das águas e arejamento de faces vizinhas
e paralelas. Sempre que possível, todas as peças da estrutura devem ser projetadas de modo
a oferecer facilidade de inspeção.
As peças porventura sujeitas a uma deterioração mais rápida que o resto da estrutura devem ser
facilmente substituíveis, tomando-se as precauções para facilitar essas operações, que devem ser
consideradas como parte normal dos trabalhos de conservação.
Nas peças principais isoladas, como vigas e barras longitudinais de treliças, a área mínima das seções
transversais é de 50 cm2 e a espessura mínima de 5 cm. Nas peças secundárias, esses limites
se reduzem respectivamente a 18 cm2 e 2,5 cm. Nas peças principais múltiplas, a área mínima
da seção transversal de cada elemento componente será de 35 cm² e a espessura mínima de 2,5 cm.
Nas peças secundárias múltiplas, esses limites são reduzidos respectivamente a 18 cm² e 1,8 cm.
Na 昀xação de parafusos devem ser usadas arruelas com diâmetro externo de pelo menos 3d (d é o
diâmetro nominal do parafuso) e espessura de no mínimo 0,3d, conforme ISO 7094.
9.4 Ligações
9.4.1 Ligações com pinos
Nas regiões de ligação, devem ser evitados lascamentos, nós, ranhuras ou outros defeitos que possam
comprometer a resistência da ligação.
A menos que esteja de outra maneira especi昀cada, os pregos devem ser cravados em ângulos
aproximadamente retos em relação às 昀bras da madeira. A superfície das cabeças dos pregos deve
estar nivelada com a superfície da madeira.
Os eixos das barras de treliças devem se encontrar, sempre que possível, nas posições teóricas dos
nós. Caso isto não ocorra, devem ser considerados os efeitos secundários correspondentes.
Nas ligações, os elementos resistentes devem ser aplicados com a utilização de ferramentas de furar,
ranhurar ou fresar.
Os pinos devem ser simetricamente dispostos em relação ao eixo da peça, de modo a reduzir
ao mínimo o risco de se afrouxarem simultaneamente, em consequência de um possível fendilhamento
da madeira.
A fabricação de elementos estruturais de madeira lamelada colada deve ser conduzida em condições
de controle industrial. Os adesivos para 昀ns estruturais devem produzir ligações de resistência
e durabilidade que a integridade da ligação colada seja mantida por toda a vida esperada da estrutura,
na classe de serviço correspondente.
9.5 Execução
9.5.1 Disposições gerais
Todo trabalho de carpintaria deve ser feito por pro昀ssionais habilitados e deve-se veri昀car o ajuste
de todas as superfícies de ligação. As superfícies de sambladuras, encaixes, ligações de juntas
e articulações devem ser feitas de modo a se adaptarem corretamente.
9.5.2 Contra昀echas
Nas peças em que são dadas contra昀echas, a geometria dessa contra昀echa deve ser o mais próximo
de uma parábola ao longo do vão.
Figura 27 3 Posição do diâmetro equivalente (deq) para peças de seção circular variável
Esta Seção especi昀ca os requisitos gerais de projeto, execução e de estruturas treliçadas de madeira
para cobertura, além de requisitos que devem ser atendidos e as exigências peculiares a cada caso
particular.
10.2 Ações
Para coberturas comuns, com inclinação igual ou superior a 3 %, não sujeitas a carregamentos atípicos,
e na ausência de especi昀cação em contrário, deve ser prevista uma sobrecarga vertical característica
mínima de 0,25 kN/m2 de área construída, em projeção horizontal.
Para se considerar o processo construtivo, uma força de 1 kN deve ser prevista na posição mais
desfavorável de elementos construtivos com vão superior a 70 cm.
Nas coberturas especiais, a sobrecarga deve ser determinada de acordo com a 昀nalidade desta.
As tesouras devem apresentar desvios máximos dos seus planos teóricos, de 1/300 da dimensão
da estrutura na direção considerada. Caso este limite seja ultrapassado, na determinação de seus
esforços e deformações, deve ser considerada como forma inicial aquela correspondente à posição
deformada da estrutura.
Os eixos teóricos das barras devem atender aos limites de curvatura estabelecidos em 6.6.2 para
que possam ser considerados retilíneos. Estes eixos também devem concorrer aos nós teóricos
da estrutura.
10.3.3 Ligações
O projeto e a execução de nós de estruturas de cobertura não podem adotar para o mesmo nó meios
de ligações de tipos diferentes, sem a devida comprovação teórica e experimental.
Para os casos de coberturas sujeitas à inversão de esforços provocada pela ação de ventos,
os tipos e respectivos detalhes construtivos, das ligações e dos apoios, a serem adotados devem ser
compatíveis com a natureza dos esforços.
c) altura é superior a 0,15 vezes o vão e a 10 vezes a altura da seção transversal dos seus banzos.
Deve-se levar em conta o efeito interação entre a estrutura de contraventamento e a estrutura principal,
adicionando os esforços resultantes das análises destas estruturas como se fossem independentes.
Para determinar os valores dos deslocamentos sofridos pelas tesouras, devem ser considerados
além da parcela correspondente ao trabalho elástico das barras, os efeitos da deformação lenta
e da deformabilidade das ligações, além dos efeitos compensatórios das contra昀echas.
Para as tesouras cuja con昀guração geométrica for perfeitamente triangulada, na falta de expressões
que permitam determinar os efeitos da deformação lenta e da deformabilidade das ligações sobre
os seus deslocamentos, admite-se que o valor da respectiva parcela da 昀echa seja igual ao respectivo
valor obtido no cálculo da parcela correspondente às deformações elásticas das barras.
Não é permitida a montagem de estruturas com madeira com teor de umidade acima de 25 %.
Esta Seção se aplica, onde a segurança estrutural da madeira em situação de incêndio seja necessária,
em edifícios destinados à habitação, a uso comercial, industrial e a edifícios públicos.
O núcleo da seção se mantém fria a apenas uma pequena distância da zona queimada, conservando
grande parte das propriedades físicas e mecânicas da madeira. Essas características colaboram
favoravelmente para a capacidade resistente, mesmo após ter sido exposta a elevadas temperaturas.
Esta Norma apresenta um método simpli昀cado (ou método da seção reduzida) para a veri昀cação
da capacidade resistente das estruturas de madeira em situação de incêndio, considerando a redução
da seção transversal devido à carbonização da madeira, ressaltando que, ao contrário do que o nome
sugere, ou seja <simpli昀cado=, o mesmo vai em direção de um resultado com aumento da seção
envolvida (espessura/número de camadas), portanto, mais conservador e a favor da segurança que
os demais métodos. Alternativamente, podem ser utilizados métodos avançados de análise térmica
com base no EN 1995 1-2, desde que adaptados aos requisitos de segurança estrutural desta
Norma, ou resultados de ensaios de resistência ao fogo realizados em laboratório, de acordo com
os requisitos apresentados pela ABNT NBR 5628. Para elementos de MLC e MLCC, a delaminação
de camadas deve ser considerada caso não exista a comprovação de resistência ao fogo da colagem
entre lamelas de madeira. É de responsabilidade do fabricante do adesivo apresentar a informação
sobre a resistência ao fogo de seu produto de acordo com ANSI A405, ASTM D7247, ASTM D3535,
CSA O170, CSA O112.
onde
R昀,d g S昀,d
onde
A resistência e o módulo de elasticidade das madeiras em situação de incêndio devem ser determinados
conforme as seguintes equações:
f0,2
fd,fi = kmod,fi
γ w,fi
E0,2
Eef,fi = kmod,fi
γ w,fi
onde
onde
Os valores dos esforços resistentes de cálculo em situação de incêndio, R昀,d, devem ser calculados
conforme a seguinte equação:
R0,2
Rfi,d = Kmod,fi
γ w,fi
onde
R0,2 deve ser calculado pelos critérios estabelecidos nesta Norma referentes ao
dimensionamento em temperatura normal, desde que a área resistente seja
adequadamente reduzida conforme 11.2.5 e as propriedades mecânicas substituídas
por aqueles referentes ao quantil de 20 % (20 º percentil), calculadas conforme
11.2.3.
onde
e0 é igual a 7 mm;
Minutos K0
t < 20 t /20
t g 20 1,0
O Valor carb,n, que inclui o efeito de arredondamento dos cantos e 昀ssuras (ver Figura 29-a)),
deve ser considerada constante e calculada da seguinte maneira:
ecarb,n = βn t
Em elementos planos, ecarb,n deve ser substituído por ecarb,0 (ver Figura 29-b)) que é calculada pela
seguinte equação:
ecarb,0 = β0 t
onde
Para elementos com revestimento super昀cial contra fogo, a seção residual deve ser determinada
conforme EN 1995-1-2. Elementos não estruturais de madeira podem ser empregados como
revestimento de sacrifício nas estruturas. A espessura desse revestimento deve ser igual a ecarb,0.
Um arranjo da 昀xação desses revestimentos é representado na Figura 30.
Material Tipo β0 βn
MLC, MLCC ou
Coníferas 0,65 0,70
madeira serrada
Baixa densidade
0,65 0,70
Folhosasa Média e alta
0,50 0,55
densidades
LVL ρaparente ≥ 480 kg/m3 0,65 0,70
0,9*
Painéis de madeira
Painéisb 1,0* 3
Compensado e outros
0,9*
a Aplica-se tanto para madeira serrada como para MLC.
b Valores de ³ válidos para ρ = 450 kg/m2 e hpg 20 mm. Para outras densidades
e espessuras, o valor de ³0 deve ser substituído por , com ρk em kg/m3e hp em mm
A metodologia para o cálculo da seção transversal residual apresentada em 11.2.5 deve ser utilizada
para o dimensionamento de painéis de MLCC produzidos com adesivos estruturais resistentes
ao fogo. Adesivos resistentes ao fogo são aqueles capazes de manter unidas as lamelas do MLCC
durante período determinado de acordo com ensaios normatizados relativos ao tema. É responsabilidade
do fabricante do adesivo apresentar esta informação no boletim técnico do adesivo.
Para placas de MLCC fabricadas com adesivos não resistentes ao fogo, deve ser considerada
a possibilidade do desplacamento das lamelas de madeira a partir da adoção do modelo de taxa
de carbonização bilinear.
Nesse modelo, a primeira lamela de madeira exposta ao fogo queima a uma taxa de carbonização
constante, conforme os valores apresentados pela Tabela 23. Para as demais lamelas, deve ser
considerado o dobro da taxa de carbonização para os primeiros 25 mm de espessura da madeira.
Após a carbonização dos 25 mm iniciais da lamela, deve ser utilizado novamente o valor de taxa
de carbonização tabelado, conforme ilustrado pela Figura 31.
NOTA A informação quanto às características dos produtos em relação à resistência ao fogo é feita pelos
fabricantes de adesivos estruturais e de painéis de MLCC.
Os elementos metálicos das ligações, quando expostos, devem receber revestimento contra fogo
adequados ao tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF). Quando a proteção é adquirida por
meio do embutimento dos conectores metálicos no interior do elemento estrutural, esses devem estar
locados a uma profundidade calculada correspondente a seção residual efetiva (eef), as aberturas
para colocação dos conectores ou parafusos devem ser vedadas com madeira colada (ver Figura 32).
O esforço resistente de pinos metálicos, sem exposição direta ao fogo, deve ser calculado como
em 11.2.3 substituindo-se kmod,昀 por ·.
Para pinos metálicos cuja distância de 昀xação a2 seja maior ou igual a: a1 + 40 mm (Figura 33),
o fator η deve ser determinado conforme a seguinte equação:
0 para a1 ≤ 0,6 t
0, 44a1 − 0, 264t
para 0,6 t ≤ a1 ≤ 0,8 t + 5
0, 2t + 5
η=
0, 56a1 − 0, 36t + 7, 32
para 0,8 t + 5 ≤ a1 ≤ t + 28
0, 2t + 23
1,0 para a1 ≥ t + 28
onde
Para pinos metálicos cuja distância de 昀xação a2 seja igual a a1, o fator η deve ser determinado
da mesma forma supracitada, desde que t seja substituído por 1,25 t. Em ambos os casos, a3 deve
ser maior ou igual a a1 + 20 mm.
11.4.2 O tempo necessário para iniciar a carbonização (tcarb) é o momento em que a estrutura
de madeira inicia o processo de queima, que ocorre após o colapso dos revestimentos dos painéis.
11.4.3 Para revestimentos de proteção ao fogo que consistem de uma ou mais camadas de painéis
a base de madeira ou painéis de madeira, o tempo de início da carbonização, tcarb, do elemento
protegido é calculado conforme a seguinte equação;
hp
tcarb =
β0
onde
11.4.4 Para revestimentos que consistem em uma camada de placa de gesso do tipo ST, RF ou RU
de acordo com a ABNT NBR 14715-1, e localizações remotas das juntas de painel, ou adjacente
a cavidades preenchidas ou não com largura de no máximo 2 mm, tcarb é calculado conforme
a seguinte equação;
tcarb = 2, 8 ⋅ hp − 14
11.4.5 Em locais adjacentes à junta com cavidades sem preenchimentos e com largura de no mínimo
2 mm, tcarb é calculado conforme a seguinte equação;
tcarb = 2, 8 ⋅ hp − 23
11.4.6 Para revestimentos que consistem em duas camadas de placa de gesso do tipo ST e RU,
o tempo de início de carbonização deve ser determinado de acordo com 11.4.3, onde a espessura
hp é considerada como a espessura da camada externa e 50 % da espessura da camada interna.
A distância dos parafusos na camada interna não pode ser maior do que o espaço dos parafusos
da camada externa.
11.4.7 Para revestimentos que consistem de duas camadas de placa de gesso do tipo F, o tempo
de inicio de carbonização deve ser determinado de acordo com 12.4-b), onde a espessura hp
é considerada como a soma da espessura da camada externa e 80% da espessura da camada interna.
A distância dos parafusos na camada interna não pode ser maior do que o espaço dos parafusos
da camada externa.
12 Durabilidade da madeira
12.1 Generalidades
A madeira é um material orgânico e deve receber análise prévia das condições em que é aplicada,
para identi昀car a necessidade de tratamento preservativo especí昀co, buscando obter durabilidade
e resistência aos agentes biodeterioradores da madeira, como fungos e insetos xilófagos e perfuradores
marinhos.
O propósito do Sistema de Categorias de Uso é oferecer uma ferramenta simpli昀cada para a tomada
de decisão quanto ao uso racional e inteligente da madeira, por meio de uma abordagem sistêmica
ao produtor e usuário, que assegure maior durabilidade das construções.
O sistema de categorias de uso de昀ne medidas que devem ser adotadas durante a fase de elaboração
de projeto de uma construção com componentes de madeira, auxiliando na escolha do tratamento
preservativo da madeira - produto e processo. Este processo de decisão é representado pelo
昀uxograma na Figura 34.
Desta forma, ao se utilizar a madeira como material de engenharia, as seguintes etapas devem ser
realizadas:
a) de昀nição do nível de desempenho necessário para o componente ou estrutura de madeira, como:
vida útil, responsabilidade estrutural e garantias comerciais e legais;
b) avaliação dos riscos biológicos aos quais as madeiras são submetidas durante a sua vida útil –
ataque de fungos e insetos xilófagos e/ou perfuradores marinhos;
Bibliogra昀a
[1] ISO 9074, Information processing systems – Open Systems Interconnection – Estelle: A formal
description technique based on an extended state transition model