PAP - Dulce Rodrigues Amizade

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Ano letivo 2018 /2019

Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância

Prova de Aptidão Profissional

Aprender a partilhar

Trabalho Realizado Por: Dulce Rodrigues Nº9 12ºAª


Orientadores:
Prof. Jaime Macedo,
Prof. Clara Correia,

Lisboa - Junho 2019


Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

“Todo aquele que consegue alegria deve partilha-la”

Lord Byron

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Agradecimentos

O Alcançar desta etapa não teria sido possível sem a ajuda, colaboração,
compreensão e dedicação de várias pessoas ao longo destes 3 anos de curso.

Por estas razões quero agradecer a todas as pessoas que participaram na minha
formação. Primeiramente ao Professor Jaime e à Professora Clara por toda a
ajuda, dedicação e paciência que tiveram não só na realização da prova final
como ao longo do curso.

Agradeço à Doutora Manuela por me permitir estagiar na instituição Nuclisol Jean


Piaget do Bairro do Armador e as educadoras Dulce e Ana Luísa, que
acompanharam o meu percurso nestes 2 anos de estágio.

Quero também agradecer à educadora Matilde que me recebeu na associação “


Historias e risos” permitindo-me acabar as horas de formação em contexto de
trabalho.

Por último agradeço á minha família e amigos por todo o apoio prestado.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Índice geral

Introdução..................................................................................................................6

1. Caracterização da Instituição................................................................................7

2. Caracterização do grupo alvo .............................................................................10

3. Fundamentação Teórica do Projecto..................................................................12

4. Apresentação do Projecto...................................................................................14

4.1 Instrumento de avaliação...................................................................................16

4.2 Cronograma.......................................................................................................17

4.3 Plano de Sessão................................................................................................18

5. Relatório do projecto............................................................................................19

Conclusão................................................................................................................22

Bibliografia...............................................................................................................23

Anexos.....................................................................................................................24

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Introdução

No âmbito da conclusão do curso Profissional Técnico de Apoio á Infância,


realizado na escola secundária D. Dinis, desenvolveu-se a prova de aptidão
profissional, assente nas aprendizagens quer da formação teórica, quer da
formação prática, ao longo destes três anos de curso. Procurou-se aplicar estas
aprendizagens no presente projeto e realização da atividade, que ocorreu no dia 3
de Abril de 2019, na instituição Nuclisol Jean Piaget do Bairro do Armador.

Esta atividade foi realizada tendo como objetivos os que se indicam: promover a
amizade e a partilha nas crianças, consciencializar para o Outro, ajudar a
desenvolver a capacidade de atenção e a motricidade fina e, finalmente,
aproveitar para proporcionar momentos lúdicos e de diversão.
A criança é naturalmente ávida por aprender e não aprende apenas com o
educador, nem com os familiares adultos: aprende com todos os que a rodeiam e,
em contexto de creche, é particularmente importante a oportunidade que a criança
tem de aprender livremente quando brinca com as outras crianças.

Este relatório tem como base a estrutura solicitada pelo estabelecimento de


formação e está dividido em 5 partes. A caracterização da instituição onde foi
realizado o estágio, onde será feita a descrição detalhada do espaço e o seu
projeto educativo, a caraterização do grupo com o qual se trabalhou e realizou o
projeto, a fundamentação teórica na qual se apresentam as razões que suportam
a escolha da metodologia utilizada e a sua importância para o desenvolvimento
das crianças, a planificação e descrição da atividade e, em conclusão, um balanço
de todo este processo.

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1.Caracterização da Instituição

A história da NucliSol Jean Piaget remonta a 1983, quando iniciou a sua atividade,
mas só passados nove anos, em 1992, adota a sua designação atual: NucliSol
Jean Piaget — Associação para o Desenvolvimento da Criança, a Integração e a
Solidariedade.

A NucliSol Jean Piaget é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS)


que tem como principais objetivos a criação e organização de centros, creches,
escolas e jardins de infância, centros de acolhimento e acompanhamento de
crianças e adultos marginalizados, deficientes ou em situação de risco, centros de
apoio a famílias económica e socialmente carenciadas, centros de proteção e
acompanhamento de idosos, inválidos e indivíduos sem capacidade para o
trabalho, centros de apoio e proteção na saúde preventiva e curativa.

Entre as diversas atividades mantidas destaca-se a prestação de cuidados,


educação e formação, ensino vocacional, profissional e ainda a colaboração com
outras entidades sociais que prosseguem objetivos idênticos.

A NucliSol Jean Piaget é uma IPSS de intervenção nacional, dispõe de 15


unidades com valências na área da educação e da ação social — creches, jardins
de infância, escolas dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, centro de acolhimento temporário para

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crianças em risco, lar de idosos e apoio a indivíduos com necessidades educativas


especiais — abarcando um total de cerca de 1700 utentes de Norte a Sul do país.

Atualmente, opera em cidades e localidades como Arcozelo, Caldas da Rainha,


Lisboa (Bairro do Armador, Bairro do Condado, Bairro dos Loios, Campo de
Ourique, Galinheiras e Lumiar), Macedo de Cavaleiros, Mirandela, São João da
Talha, Vila Nova de Santo André, Vila Real e Viseu (Lar de Bigas).

Missão

Desenvolver respostas que promovam a integração e a inclusão social, com rigor,


integridade, confidencialidade e privacidade, utilizando políticas e estratégias de
proximidade e envolvimento com a comunidade.

Visão

Posicionar-se como uma IPSS de referência na dinamização de respostas sociais


na área da infância, juventude, deficiência e gerontologia.

Modelo Pedagógico

O Trabalho de Projeto é a base da Metodologia e Pedagogia da instituição.

A Pedagogia de Projeto tem as suas raízes na Teoria Cognitivista e Construtivista


do psicólogo e pedagogo Jean Piaget.

Esta pedagogia concebe a escola como uma comunidade educativa democrática e


ecológica, onde se constroem ideias por meio do debate com os outros e com
base em experiências; o educador/professor como um criador de contextos, ações
e desafios para que a aprendizagem ocorra e a criança como agente do seu
processo de aprendizagem:

O conhecimento é construído pela criança

Educar é provocar a atividade

Estimular a procura do conhecimento

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Áreas de intervenção

Creche

A Creche é um espaço que visa proporcionar o bem-estar e desenvolvimento das


crianças dos 3 meses aos 3 anos, num clima de segurança afetiva e física,
durante o afastamento parcial do seu meio familiar, através de uma atenção
individualizada e da colaboração estreita com a família, numa partilha de cuidados
e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianças.

Ensino Pré-escolar

A Educação Pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de


educação ao longo da vida, entre os 3 e os 6 anos de idade. Como complemento
à ação educativa da família, a educação pré-escolar favorece a sua formação e o
seu desenvolvimento equilibrado, tendo em vista a sua plena inserção na
sociedade como ser autónomo, livre e solidário.

Bairro do Armador

A Unidade de Desenvolvimento Integrado de Bairro do Condado, no Bairro do


Armador, abriu as portas em outubro de 2001. Em 2003 alargou a sua oferta ao
Ensino Pré-Escolar, abrindo uma nova sala. No ano seguinte, foi inaugurada uma
nova sala de jardim de infância para melhor responder às necessidades do Bairro
do Armador. Esta Unidade de Desenvolvimento Integrado está equipada com:

2 salas de jardim de infância


4 salas de creche
Espaço de jogos ao ar livre
Gabinete médico
Ginásio
Instalações sanitárias
Refeitório
Sala de atividades
Sala multimédia e biblioteca

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2. Caracterização do grupo alvo

O grupo é composto por 7 meninos e 10 meninas com idades entre os 2 anos e os


3 anos. Todas as crianças aparentam ser saudáveis havendo, no entanto, uma
criança com indícios de autismo. Todas as crianças são de nacionalidade
portuguesa exceto um menino de nacionalidade indiana.

Conforme é próprio desta idade, as crianças começam as primeiras tentativas


para ensaiar a sua independência, acompanhando as mudanças que começam a
ocorrer de forma acelerada ao nível cognitivo, emocional, motor, etc.

Entre as crianças com dois anos ou três anos há ainda diferenças significativas
em termos de desenvolvimento e autonomia. Conforme a linguagem vai ganhando
preponderância como forma de expressão, começam a saber fazer pedidos, como
ir à casa de banho, beber água, entre outros.

São um grupo ainda muito egocêntrico, especialmente as crianças de 2 anos, é


raro conseguirem brincar em conjunto a partilhar os brinquedos, preferem estar
cada uma no seu canto com o seu brinquedo, originando assim a necessidade de
lhes ensinar a partilha.

Na perspetiva da psicologia do desenvolvimento, e concretamente com o recurso


à teoria de Piaget, as crianças nesta idade encontram-se na transição entre o
estádio sensório motor e o estádio pré operatório, sinalizado pela emergência da
função simbólica, esse poder de mediação com o mundo que assinala o princípio
do pensamento. A aquisição da linguagem permite à criança aceder a um mundo
novo, em que as palavras substituem os objetos e as situações.

O uso da linguagem permite à criança comunicar com os outros, mas, em virtude


do egocentrismo próprio deste período, o diálogo é praticamente inexistente. Cada

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uma fala para si sem se interessar com as respostas dos outros, mesmo quando
brinca com outras crianças.

Também o jogo simbólico é marcado pelo egocentrismo, já que a realidade se


subordina ao desejo da criança através do símbolo e da sua manipulação em que,
no caso do grupo em análise, havia a predileção entre as crianças do sexo
masculino de substituir hipotéticas pistolas por peças de lego, ou piqueniques
imaginados na cozinha de brincar por parte das meninas.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

3. Fundamentação teórica do projeto

“Os valores da amizade” era o tema que constava no plano de sala e que iria ser
trabalhado pela educadora. A maioria das crianças de idade pré-escolar não
possui capacidades cognitivas e linguísticas para caracterizar as relações de
amizade ou identificar amigos específicos, mas elas demonstram no seu
comportamento preferências por determinados parceiros de brincadeira,
comportando-se com esses parceiros preferidos de uma forma diferente, levando
os adultos a descrevê-la como sendo uma relação de amizade, o que permite
trabalhar esta área.

Da análise à literatura científica da área infere-se que as relações de amizade


entre crianças da mesma idade estão ligadas ao aparecimento dos jardins-de-
infância, dado que até então a maior parte das crianças conviviam e estabeleciam
relações prioritariamente com os membros familiares mais próximos. Uma criança
a partir dos seus 3 anos começa a demonstrar preferências por parceiros
privilegiados de brincadeiras, ou seja, é a partir do pré-escolar que ela já
consegue criar relacionamentos com crianças da mesma idade. As relações de
amizade entre crianças podem contribuir para o desenvolvimento da criança e das
suas competências sociais, nomeadamente processos de comunicação, interação,
contacto, ou mesmo de resolução de conflitos. A criança não aprende apenas com
o educador, nem apenas com os familiares adultos, mas aprende com todos os
que a rodeiam, adultos ou crianças, sendo particularmente importante a
oportunidade que a criança tem de aprender livremente quando brinca com as
outras crianças.

As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016) reforça a


importância do desenvolvimento pessoal e social da criança, sendo na interação
social que a criança constrói a sua identidade e aprende a respeitar os outros. A

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

construção da autonomia envolve a consciência do “ certo” e do “ errado”, daquilo


que a criança pode ou não fazer. Assim a educação a nível da creche pode e deve
ter já um papel preponderante na construção dos valores, através das vivências
da criança e do convívio com os outros. O modelo transmitindo, quer pela
educadora, quer pela restante equipa, de que a estagiária é parte integrante, a
forma como os adultos são ou não tolerantes, cooperantes, justos, respeitadores e
promotores de uma atitude de partilha, é de vital importância para o processo de
interiorização de regras que a criança está a iniciar.

Segundo a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg, o grupo de crianças com


que se realizou a atividade, encontra-se no primeiro estádio, no nível pré-moral, no
qual a criança sabe que existem regras mas não as compreende, apenas as
associa a evitar castigos ou a satisfazer prazeres, pela recompensa que poderá
receber. Por exemplo: se não comer a sopa, não come a sobremesa ou se fizer
silencio a seguir pode ir brincar. Esta etapa acontece simultaneamente com o
estádio Sensório motor e Pré-operatório.

Kohlberg descobriu que a construção da moral ocorre por estádios, paralelos aos
estádios de desenvolvimento então estudados por Piaget. Ainda mais, para uma
criança atingir certa etapa de desenvolvimento moral, deveria antes alcançar um
estádio intelectual que lhe permitisse assimilar as questões morais e produzir seu
próprio raciocínio.

Esta atividade insere-se exatamente nesta necessidade de serem os adultos a


desencadearem processos de partilha entre as crianças, dado que por elas
próprias esta iniciativa não ocorreria. Deste modo, e de forma reiterada, pode-se,
a pouco e pouco sensibilizar a criança para atitudes e comportamentos que
promovam interações cada vez mais enriquecedoras, assentes no respeito pelo
outro, na cooperação e na partilha.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

4. Apresentação do projeto

Nome do Projeto: Aprender a Partilhar

Área do projeto: Valores da Amizade

Local de Implementação: Nuclisol Jean Piaget

Data: 03/04/2019

Participantes: 7 meninos e 10 meninas

Responsável pelo projecto: Dulce Rodrigues

Objectivos Gerais:

Trabalhar a atenção e a concentração a partir de uma história.

Sensibilizar a criança para a amizade e a partilha;

Consciencializar a criança para o Outro;

Desenvolver a motricidade fina.

Proporcionar momentos lúdicos

Actividades propostas:
 Leitura da história “Que coelhos irritantes”.
 Conversa com as crianças sobre a história, a amizade e a Páscoa.
 Pintura de ovos.
 Embrulho dos ovos
 Oferta do presente

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Metodologia:

 Para iniciar a actividade, optou-se por fazer a leitura expressiva da história


“Que coelhos irritantes”, que versa sobre a amizade.

 Aproveitando o tema da história, e questionando as crianças sobre esta, a


conversa procurou ligar a história ao tema da Páscoa e ao tema da
amizade.

 As crianças pintaram ovos de esferovite com um pincel com o objetivo de


trocarem entre si, como prenda e oferta de amizade.

 Depois de secos, os ovos foram embrulhados em papel celofane e as


crianças colaram uma etiqueta com a indicação “De… Para…”.

 As crianças oferecerão os ovos ao amigo que lhe calhou em sorteio.

Recursos humanos: Formanda, Educadora Ana Luísa, Auxiliar Márcia

Recursos logísticos: Livro de história “Que coelhos irritantes”, ovos de esferovite,


tintas e pincéis, papel de celofane e etiquetas.

Orçamento: 10 euros

Instrumento de avaliação: questionário aplicado à professora responsável pela


FCT.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

4.1 Instrumento de avaliação

Questionário
1- Acha que estas actividades são importantes no contexto de um jardim de Infância?
Sim X
Não 

2- Considera que as actividades realizadas são importantes para estas crianças?


Sim X
Não 

3- Na sua opinião houve uma boa interacção do grupo


Sim X
Não 

4- Aspectos que podiam melhorar nas actividades?


Adequação aos participantes 
Gestão de tempo X
Recursos Materiais 
Outros 

5- As actividades foram adequadas ao grupo – alvo?


Sim X
Não 

6- Utilizando uma escala de 1a 5 como classificava estas actividades?


1 

2 
3 
4 X

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

5 

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4.2 Cronograma
   outubro  novembro  dezembro  janeiro  fevereiro  março  abril  maio  junho  julho 
             Semanas        Atividades  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4  1  2  3  4 

                                                                                                                         
Escolha do tema 

Pesquisa sobre o tema                                                                                                                         

1ª avaliação do projeto                                                                                                                         

 Planear as atividades                                                                                                                         

 Fazer lista dos materiais necessários                                                                                                                         

 Contactar a instituição                                                                                                                         

 Recolha de materiais                                                                                                                         

 Realização prática do projeto                                                                                                                         

 Fazer relatório do projeto                                                                                                                         

                                                                                                                          
Entrega da PAP 

Apresentação e avaliação da PAP                                                                                                                         


4.3 Plano de Sessão
Data: 03-04-2019
Objectivos específicos:
 Trabalhar a atenção e a concentração a partir de uma história.
 Sensibilizar a criança para a amizade e a partilha;
 Consciencializar a criança para o Outro;
 Desenvolver a motricidade fina.
 Proporcionar momentos lúdicos

Actividades Descrição Material Duração


Leitura da
Leitura expressiva da história “Que
história “Que
coelhos irritantes”, que versa sobre a Livro 10 minutos
coelhos amizade.
irritantes”

Aproveitando o tema da história, e


Conversa com questionando as crianças sobre esta,
10 minutos
as crianças a conversa ligará a história ao tema
da Páscoa.

Ovos de
As crianças pintarão ovos de
Pintura de esferovite;
esferovite com o pincel 50 minutos
ovos Tintas de
várias cores.

Depois de secos, os ovos serão Papel


Embrulho dos embrulhados em papel celofane e as
celofane; 10 minutos
ovos crianças colarão uma etiqueta com o
dizer “De… Para…”. Etiquetas

Oferta do As crianças oferecerão os ovos ao


amigo que escolheram.
5 minutos
presente

Duração total da sessão: 125 minutos


Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

5. Relatório do projecto

O tema “ Os Valores da Amizade” foi proposto pela educadora responsável pela


sala onde a atividade foi realizada, não existiram outras propostas de tema pois
este constava no plano curricular da sala. Após a escolha do tema ocorreu uma
pesquisa sobre o mesmo, com a ajuda dos orientadores de P.A.P., encontrando
ao início algumas dificuldades em relação a abordagem deste tema perante as
crianças pela sua faixa etária e correspondente desenvolvimento cognitivo.
Pensou-se na melhor forma de transmitir às crianças aprendizagens sobre a
amizade e a partilha, pois sendo um grupo com idades compreendidas entre os 2
e os 3 anos de idade ainda se encontram centradas nelas próprias e a noção de
partilha ainda lhes é difícil.

Em diálogo com a Educadora decidiu-se associar a atividade á Pascoa, pois a


data da sua realização aproximava-se dessa festividade, servindo esta como uma
introdução a essa temática. Quanto à escolha da história, procedeu-se a uma
pesquisa, implicando uma deslocação a diversas livrarias, no sentido de adequar o
seu conteúdo aos valores a explorar. A decisão de usar a história “ Que coelhos
irritantes “pareceu apropriada, dado que esta aborda a questão da amizade, da
solidão e do companheirismo, do altruísmo. A linguagem utilizada e a situação
descrita enquadravam-se bem no comportamento habitual das crianças e no
ambiente em que elas se encontram; os coelhos queriam brincar, queriam coisas
que pertenciam ao urso, queriam ajuda; aspetos com que os meninos se
identificaram. A “moral” da história também se mostrou muito adequada aos
objetivos da atividade, pois a lição a retirar era que o urso, apesar de inicialmente
recusar a companhia dos coelhos, acabou por reconhecer que a amizade e a
partilha são fundamentais. A escolha dos ovos teve a ver com os símbolos
próprios da Páscoa e o facto de serem em esferovite com a facilidade de
manuseamento. A pintura dos mesmos procurou proporcionar uma atividade
lúdica, simples e apropriada aos interesses do grupo.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

No dia 3 de Abril, após a chegada da professora orientadora, as crianças


sentaram-se em roda, e iniciou-se a atividade cantando a canção do bom dia.
Seguiu-se uma intervenção por parte da educadora explicando aquilo que se iria
passar e iniciando a abordagem do tema. De acordo com a planificação leu-se a
história “ Que coelhos irritantes” para introduzir a problemática dos valores e após
esta leitura colocaram-se algumas questões às crianças para ver se elas tinham
percebido e ligado os coelhos aos símbolos da pascoa e aos ovos que iriam ser
pintados. Ainda antes de passar à pintura, dividiu-se o grupo pelas áreas da sala,
escolhendo apenas 3 crianças de cada vez para pintar com ajuda da educadora e
da auxiliar, pois estas ainda não apresentavam autonomia para o fazerem
sozinhas. Os materiais tinham sido previamente preparados, comprados os ovos e
colocadas as tintas em pequenos recipientes. Inicialmente a pintura era para ser
realizada com os dedos mas, no momento, por questões práticas e de higiene
decidiu-se mudar para o pincel. A terceira parte da atividade aconteceu na
semana a seguir após o embrulhar dos ovos em papel celofane e colocadas
etiquetas com o seguinte dizer: “Este ovo simboliza a “ Amizade” com ele quero
dizer… Gosto de brincar contigo”. O objetivo seria cada criança ofertar um ovo a
uma outra criança. Ponderou-se a possibilidade de serem estas a escolherem o
amigo ou amiga a quem oferecer o ovo. Mas, para evitar situações de eventual
constrangimento, não fosse o caso de alguma criança ser ostracizada ou haver
uma que fosse demasiado popular, optou-se pela realização de um sorteio,
assegurando, desta forma, que todas as crianças receberiam o seu ovo. Para
efetuar este sorteio as crianças fizeram um desenho numa tira de papel onde
estava escrito o seu nome. Cada um à vez foi chamado a tirar um nome e a
entregar o presente ao amigo.

As crianças reagiram bem à atividade, interagindo e participando com entusiasmo,


no entanto a gestão do tempo não foi a mais acertada. Se a atividade fosse
repetida, para haver a possibilidade de dar uma atenção mais individualizada e
permitir uma maior fruição por parte das crianças, talvez a organização das
diferentes partes do projeto pudesse ser planificada de forma diferente. O número

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

de crianças, a idade e o fato da formanda só estar presente um dia por semana,


foram dificuldades que condicionaram a operacionalização da atividade. Ainda
assim os objetivos delineados foram globalmente atingidos: houve atenção por
parte do grupo à leitura da história, a atividade plástica foi bastante lúdica e, no
que se refere, à sensibilização para os valores da partilha, esta teve uma boa
recetividade por parte das crianças que se mostraram felizes com a troca de
presentes. Os materiais utilizados foram adequados à faixa etária e de acordo com
as instruções da educadora.

A orientadora e a educadora estiveram de acordo em considerar que a formanda


teve uma atitude adequada aos cuidados de segurança e bem estar das crianças
de acordo com a seu estádio de desenvolvimento, assegurou de forma
responsável a vigilância do grupo, orientando-o e promovendo um clima propício à
aprendizagem.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Conclusão

O projecto incidiu sobre a temática dos valores, tema bastante desafiante para
esta faixa etária. Segundo a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg, o grupo
de crianças com que se realizou a atividade, encontra-se no primeiro estádio, no
nível pré-moral, no qual a criança começa a ter consciência da existência de
regras e comportamentos desejáveis, mas ainda não os compreende. Existe, pois
a necessidade de serem os adultos a desencadearem processos de partilha entre
as crianças, sensibilizá-las para estes comportamentos, dado que por elas
próprias esta iniciativa não ocorreria.

A criança, num processo progressivo de descentramento numa fase ainda


egocêntrica, já demonstra no seu comportamento preferências por determinados
parceiros de brincadeira, comportando-se com esses parceiros preferidos de uma
forma diferente. As inter-relações vão ganhando consistência e significado. Nesta
fase, pode o educador promover e sensibilizar a criança para comportamentos que
demonstrem a abertura ao outro.
O percurso efetuado durante o curso de técnico de apoio à infância permitiu
efetuar aprendizagens que poderão revelar-se úteis caso surja a oportunidade de
enveredar profissionalmente por essa área. Trabalhar com crianças é uma
experiência gratificante e das mais importantes para a construção de uma
sociedade.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Bibliografia

https://www.janela-aberta-familia.org/pt/content/desenvolvimento-psicomotor-
aos-2-anos consultado em 2019.05.24

https://pimpumplay.pt/pages/index/dos-2-aos-3-anos consultado em
2019.05.24

Ministério da Educação/DGE. (2016). Orientações Curriculares para a


Educação Pré-Escolar. Lisboa. ME/DGE.

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Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

Anexo 1 -

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Anexos
Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

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Anexo 3 - Curriculum Vitae
Prova de Aptidão Profissional – Aprender a Partilhar

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