IF - CT - Módulo Específico PDF
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FABRICAÇÃO DE
CALDEIRARIA E
TUBULAÇÃO
MÓDULO ESPECÍFICO
INSPETOR DE FABRICAÇÃO DE CALDEIRARIA
E TUBULAÇÃO
© 2007. PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S. A.
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610. de 19.2.1998
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sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.
Ficha Catalográfica
HENRIQUES, José Francisco Rodrigues; PINTO, Lívia Maria Fátima Amalfi e WIGHTMAN,
Carlos. Inspetor De Fabricação de Caldeiraria e Tubulação: Módulo Específico / PROMINP -
SENAI - RJ. Rio de Janeiro, 2006
482 p.:il. e 238 fig.
ÍNDICE
apresentação 21
Introdução 25
1.1. Definições 26
1.2. Tipos de Testes e Inspeções no Recebimento 31
1.3. Abrangência na Inspeção de Recebimento 32
1.4. Inspeção de Recebimento na Petrobras 34
1.4.1. Recomendações gerais 34
1.4.2. Tubos 35
1.4.3. Flanges 35
1.4.4. Conexões 36
1.4.5. Válvulas 37
1.4.6. Purgadores 38
1.4.7. Juntas de vedação 38
1.4.8. Juntas de expansão 39
1.4.9. Filtros 40
1.4.10. Raquetes e “Figuras 8” 40
1.4.11. Parafusos e porcas 41
1.4.12. Suporte de mola 41
1.4.13. Outros componentes de tubulação 41
1.5. Inspeção de Recebimento para Fornos 42
1.5.1. Teste funcional para fornos 45
1.5.2. Teste de desempenho e a aceitação 45
1.6. Inspeção de Recebimento para Vasos de Pressão 46
Introdução 61
3.1. Preparação dos Corpos-de-Prova 62
3.1.1. Retirada dos corpos-de-prova 62
3.1.2. Fixação de corpos-de-prova 63
3.1.3. Lixamento e polimento dos corpos-de-prova 63
3.1.4. Ataque dos corpos-de-prova 65
3.2. Processos Macroscópios 65
3.2.1. Macro-ataque de juntas soldadas de aço-carbono e aços-liga 65
3.2.2. Comprovação de textura fibrosa 66
3.2.3. Comprovação de linhas de escoamento 66
3.2.4. Comprovação de segregação de fósforo 67
3.2.5. Comprovação de segregação de enxofre 68
3.3. Processos Microscópicos 68
3.3.1.Microscopia ótica 68
3.3.2. Microscopia eletrônica de varredura 71
3.3.3. Microscópio eletrônico de transmissão 75
3.4. Ensaios Mecânicos 77
3.4.1. O ensaio de tração 77
3.4.2. Orientação dos corpos-de-prova 79
3.4.3. Avaliação dos resultados 79
3.5. Ensaio de Dureza 80
3.6. Ensaio de Dureza Brinell 81
3.6.1. Representação dos resultados 83
3.6.2. Cargas 83
3.7. Ensaio de Dureza Rockwell 84
3.7.1. Cargas e campo de aplicação 85
3.7.2. Vantagens e limitações do ensaio 85
3.8. Ensaio de Dureza Vickers 86
3.9. Representação dos Resultados 88
3.9.1. Cargas 88
3.9.2. Relação de conversão de dureza 89
3.9.3. Relação entre dureza e limite de resistência à tração 89
3.10. Ensaio de Impacto 89
3.10.1. Equipamento utilizado nos ensaios de impacto Charpy e Izod - figura 3.35 e 3.36 92
3.10.2. Temperatura 93
3.10.3. Entalhe 94
3.10.4. Orientação dos corpos-de-prova no ensaio de impacto Chapy e Izod 95
3.10.5. Controle da temperatura de ensaio 96
3.10.6. Posicionamento do cp na máquina 98
3.10.7. Avaliação dos resultados 98
3.10.8. Critério da expansão lateral 100
3.11. Ensaio de Queda Livre (drop weight test) 100
3.11.1. Normalização dos corpos-de-prova 101
3.11.2. Método do ensaio 101
3.11.3. Avaliação dos resultados 104
3.11.4. Orientação dos corpos-de-prova 108
3.12. Avaliação dos Resultados 108
3.13. Ensaio de Fratura 109
3.13.1. Ensaio de fratura de solda 109
3.13.2. Avaliação dos resultados 110
3.14. Ensaios de Integridade de Equipamentos 111
3.14.1. Ensaio de estanqueidade 111
3.14.2. Ensaio com pressão hidráulica ou teste hidrostático 111
3.14.3. Ensaio a vácuo ou a ar comprimido 111
3.14.4. Processo de ensaio por vazamento de gás 112
3.14.5. Processo de detecção de vazamentos por ultra-som 113
3.15. Ensaio Visual 113
3.15.1. Finalidade do ensaio 113
3.16. Ensaio Dimensional 114
3.16.1. Finalidade do ensaio 114
3.17. Ensaio por Líquido Penetrante 114
3.17.1. Princípio básico 115
3.17.2. Finalidade do ensaio 116
3.17.3. Etapas do ensaio 116
3.17.4. Classificação dos Métodos de Ensaio Quanto ao Tipo de Penetrante 117
3.17.5. Seleção de Método de Ensaio 120
3.17.6. Vantagens e Desvanagens entre os Métodos Visível e Fluorescente 120
3.17.6.1. Método colorido 120
3.17.6.2. Método fluorescente 121
3.17.7. Segurança e Proteção 121
3.17.8. Vantagens e Limitações para o Ensaio de Líquidos Penetrantes 121
3.18. Ensaio por Partículas Magnéticas 122
3.18.1. Finalidade 122
3.18.2. Etapas do ensaio 123
3.18.3. Classificação do ensaio 124
3.18.4. Vantagens e limitações do ensaio 127
3.19. Ensaio de Medição de Espessuras por Ultra-Som 127
3.19.1. Finalidade do ensaio 127
3.19.2. Aparelhos 128
3.19.3. Cabeçotes 128
3.19.4. Calibração do aparelho 129
3.19.5. Seqüência de ajuste 129
3.19.6. Preparação da superfície 130
3.19.7. Acomplante 130
3.19.8. Excução da medição de espessuras 130
3.19.9. Medição de espessuras a quente 131
3.20. Ensaio por Ultra-Som 132
3.20.1. Geração de ondas ultra-sônicas 132
3.20.2. Equipamentos necessários para o exame por ultra-som 133
3.21. Técnica de Exame 136
3.21.1. Transmissão ou transparência 136
3.21.2. Pulso-eco 136
3.22. Inspeção em Juntas Soldadas 137
3.23. Vantagens e Desvantagens do Ensaio por Ultra-Som 138
3.24. Exame Radiográfico 138
3.24.1. Princípio do ensaio 138
3.24.2. Imagem radiográfica de uma peça 139
3.24.3. Natureza das radiações x e γ 140
3.24.4. Geração dos Raios X 140
3.24.5. Geração dos Raios γ 141
3.25. Fontes de Radiação 141
3.25.1. Aparelhos de Raios X 141
3.25.2. Fontes de Raios γ 142
3.26. Comparação entre os Raios x e γ 144
INTRODUÇÃO 145
4.1. Noções de Corrosão 145
4.1.1. Principais problemas 146
4.1.2. Formas e mecanismos de corrosão 147
4.2. A Natureza da Proteção dos Revestimentos Orgânicos 149
4.2.1. Tipos de revestimentos orgânicos 149
4.3. Pigmentos 150
4.3.1. Pigmentos orgânicos 151
4.3.2. Pigmentos anticorrosivos 151
4.4. Cargas 152
4.5. Solventes 152
4.6. Formação de Películas 153
4.6.1. Materiais formadores de películas 154
4.7. Termoestáveis (ou termofixos) 154
4.8. Revestimentos Não-Conversíveis 154
4.9. Revestimentos Conversíveis 155
4.10. Natureza da Adesão 156
4.10.1. Limpeza e preaparação de superfície 157
4.10.2. Tipos de limpeza 159
4.10.3. Procesos de limpeza 159
4.11. Rugosidade da Superfície Jateada 162
4.11.1. Estudo da rugosidade superficial 163
4.11.2. Conceito de comprimento de amostragem 166
4.12. Tipos de Rugosidade 168
4.13. Processos de Aplicação dos Revestimentos Orgânicos 174
4.14. Técnicas de Aplicação 176
4.15. Defeitos nos Revestimentos 178
4.16. Principais Normas de Pintura 179
4.17. Ensaios na Película Seca de Tintas 181
4.18. Testes de Aderência 181
Adendo 1. Destacamento na intersecção 187
Adendo 2. Destacamento ao longo das incisões 189
Adendo 3. Destacamento na área quadriculada 191
4.19. Método de Tração 193
4.20. Flexibilidade 193
4.20.1. Mandril cilíndrico 193
4.20.2. Mandril cônico 193
4.21. Impacto 194
UNIDADE v - TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE REVESTIMENTO 195
INTRODUÇÃO 195
5.1. Características dos Revestimentos Protetores 196
5.2. Revestimentos Orgânicos 200
5.2.1. Revestimentos orgânicos 200
5.2.2. Revestimentos orgânicos de uso geral 200
5.3. Revestimentos Cerâmicos e Complementares 206
5.4. Justaposição de Metais (Metal-Cladding) 207
5.5. Recoberturas Metálicas (Metallining) 209
introdução 247
7.1. Principais Registros da Qualidade 248
7.2. Descrição dos Registros da Qualidade 249
7.2.1. Certificado de matéria-prima 249
7.2.2. Certificado de consumíveis de soldagem 250
7.2.3. Certificado de prpriedades mecânicas e análise química 250
7.2.4. Relatórios de inspeção visual e dimensional 252
7.2.5. Procedimentos qualificados de ensaios não destrutivos 253
7.2.6. Gráficos de tratamento térmico 254
7.2.7. Registros de qualidade de soldagem 256
7.2.8. Relatório de inspeção de não-conformidade 257
7.2.9. Certificados de Liberação de Material (CLM) 258
7.2.10. Cetificados de Rejeição de Material (CRM) 259
Adendo 1. Certificado de Matéria Prima 261
Adendo 2. Certificado de Consumível de Soldagem 262
Adendo 3. Certificado de Propriedades Mecânicas e Análise Química 263
Adendo 4. Relatório de Inspeção Visual 264
Adendo 5. Procedimento de Ensaio não Destrutivo por Ultra-som 265
Adendo 6. Relatório de Ensaio por Ultra-som 266
Adendo 7. Certificado de Tratamento Térmico 267
Adendo 7. Registro Gráfico do Tratamento Térmico verso 268
Adendo 8. Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS) 269
Adendo 9. Registro de Qualificação de Procedimento de Soldagem (RQPS) 270
Adendo 9. Registro de Qualificação de Procedimento de Soldagem (RQPS) verso 271
Adendo 10. Registro de Qualificação de Soldador 272
Adendo 11. Instrução de Execução e Inspeção de Soldagem (I.E.I.S) 273
Adendo 12. Relatório de Inspeção 274
Adendo 13. Certificado de Liberação de Material 275
Adendo 14. Certificado de Rejeição de Material 276
introdução 277
8.1. Especificação de um Consumível 278
8.1.1. A especificação AWS 278
8.2. Eletrodos Utilizados no Processo Eletrodo Revestido 278
8.2.1. Características individuais dos eletrodos revestidos 280
8.3. Gases de Proteção 282
8.3.1. Propriedades dos gases 282
8.3.2. Varetas utilizadas no processo TIG 283
8.4. Arames Utilizados nos Processos MIG/MAG/Arco Submerso 286
8.4.1. Fluxos utilizados no processo arco submerso 286
8.5. Exame Visual e Dimensional dos Consumíveis 289
8.6. Manuseio, Armazenamento e Secagem dos Consumíveis 290
INTRODUÇÃO 291
9.1 Terminologia de Soldagem 292
9.1.1. Chanfro 292
9.1.2. Solda 298
9.1.3. Face de Solda 299
9.1.4. Reforço de Solda 300
9.1.5. Raiz de Solda 300
9.1.6. Passe de Solda ou Cordão de Solda 301
9.1.7. Camada de Solda 301
9.1.8. Margem da Solda 303
9.1.9. Metal depositado 303
9.1.10. Perna de Solda 303
9.1.11. Garganta Efetiva 304
9.1.12. Garganta Real 305
9.1.13. Garganta Teórica 306
9.1.14. Solda de Topo 307
9.1.15. Solda em Ângulo 307
10
9.1.16. Solda de Aresta 309
9.1.17. Solda de Tampão 309
9.1.18. Solda de Encaixe 310
9.1.19. Regiões de uma junta soldada 310
9.1.20. Posições de soldagem para chapas 312
9.1.21. Posições de soldagem para tubos 313
9.2. Descontinuidades de juntas soldadas 314
9.3. Simbologia de Soldagem e END 317
9.4. Inspeção Visual 332
9.5. Aplicações da Inspeção Visual 332
9.6. Fatores que afetam a precisão do Ensaio Visual 333
9.6.1. O inspetor 333
9.6.2. Fatores da inspeção visual 333
9.7. Métodos de Ensaio Visual 334
9.7.1. Instrumentos óticos auxiliares 334
9.8. Seqüência da Inspeção Visual 336
9.8.1. Preparação da superfície 336
9.8.2. Métodos de preparação da superfície 336
9.8.3. Inspeção 336
9.8.4. Relatórios de Inspeção 337
9.9. Ensaio Dimensional 337
9.9.1. Normas gerais de medição 337
9.9.2. Gabaritos 338
9.10. Tubulações ( pré-fabricados) 340
9.10.1. Definição 340
9.10.2. Desvios e dimensões controlados 340
9.10.3. Tolerâncias 341
9.11. Inspeção Dimensional em nós de estruturas tubulares após soldagem 342
9.11.1. Definições 342
9.11.2. Dimensões a serem verificadas 343
INTRODUÇÃO 345
10.1 Classificação dos Vasos de Pressão 346
10.2 Nomenclatura dos Vasos de Pressão 347
10.2.1. Classificação 347
10.2.2. Componentes de um vaso de pressão 348
10.2.2.1. Corpo 348
10.2.2.2. Tampos 349
10.2.2.3. Aberturas 351
10.2.2.4. Reforços 353
10.2.2.5. Acessórios internos 355
10.2.2.6. Acessórios externos 361
10.2.2.7. Suportes 364
10.3. Códigos de Projeto 367
10.3.1. B.S. 5500 368
10.3.2. A.D. Merkblatt 368
11
10.3.3. P-NB-109 368
10.3.4. Código ASME 369
10.3.4.1. Código ASME - Seção VIII - Divisão 1 370
10.3.4.2. Código ASME - Seção VIII - Divisão 2 373
10.3.4.3. Comparação entre as Divisões 1 e 2 do Código ASME seção VIII 373
10.4. Materiais 374
10.4.1. Influência de altas temperaturas 375
10.4.2. Influência de baixas temperaturas 378
10.4.3. Critérios para especificação dos materiais componentes de vasos de pressão 379
10.5. Definições 381
10.5.1. Pressão de operação 381
10.5.2. Temperatura de operação 381
10.5.3. Pressão de projeto 381
10.5.4. Temperatura de projeto 381
10.5.5. Pressão máxima admissível de trabalho 381
10.5.6. Pressão de ajuste do dispositivo de alívio de pressão 382
10.6. Revestimentos 382
10.6.1. Revestimentos externos 383
10.6.2. Revestimentos internos 383
10.6.2.1. Clad 385
10.6.2.2. Revestimentos com tiras soldadas (lining) 386
10.6.2.3. Revestimento por deposição de solda 386
10.7. Inspeção 387
10.7.1. Inspeção de fabricação 387
10.7.1.1. Início da fabricação 387
10.7.1.2. Acompanhamento dos serviços 388
10.7.2. Equipamento pronto 388
10.7.2.1. Teste hidrostático 388
10.7.2.2. Teste hidrostático padrão 388
10.7.2.3. Teste hidrostático alternativo 389
10.7.2.4. Realização do teste hidrostático 390
10.7.3. Teste pneumático 391
10.7.4. Teste de estanqueidade 392
10.7.4.1. Bandejas 392
10.7.4.2. Chapas de reforço 392
10.8. Permutadores de Calor 393
10.8.1. Classificação dos permutadores de calor 393
10.8.1.1. Quanto ao escoamento dos fluidos 393
10.8.1.2. Quanto à função 395
10.8.1.3. Quanto ao sistema de troca térmica 396
10.8.2. Permutadores tubulares 397
10.8.2.1. Permutadores de tubos concêntricos (bi e tritubulares) 397
10.8.2.2. Permutadores multitubulares 398
10.8.2.3. Permutadores de serpentina imersa 398
10.8.2.4. Permutadores casco-e-feixe (convencionais) 398
10.8.3. A Norma TEMA 390
10.8.4. Componentes 403
10.8.4.1. Feixe tubular 403
10.8.4.2. Carretel 405
12
10.8.4.3. Casco 406
10.8.5. Outros tipos de permutadores 407
10.8.5.1. Resfriadores de ar 407
10.8.5.2. Permutadores baioneta 409
10.8.5.3. Permutadores de placas 409
10.8.5.4. Permutadores regenerativos 410
Introdução 413
ASTM – American Standard for Testing and Materials 414
ASTM A 20-04 – Specification for General Requirements for Steel Plates for 415
Pressure Vessels
ASTM A 516-04 – Specification for Pressure Vessel Plates, Carbon Steel, for 416
Moderate and Lower Temperature Servic
Estudo de Caso – ASTM A 516 417
ASTM A 234-04 - Specification for Piping Fittings of Wrought Carbon Steel 422
and Alloy Steel for Moderate and High-Temperature Service
Estudo de Caso – ASTM A 234 423
ASTM A 350-04 - Carbon and Low-Alloy Steel Forgings, Requiring Notch Toughness 426
Testing for Piping Components
Estudo de Caso – ASTM A 350 428
API - American Petroleum Institute 430
API 5L-2004 - Specification for Line Pipe 431
Estudo de Caso – API 5L 432
API 6D - 2002 – Pipeline Valves 435
Estudo de Caso - API 6D 436
ASME - American Society of Mechanical Engineerings 438
ASME Seção VIII 438
ASME Seção IX 441
Estudo de Caso ASME Seção VIII – Div. 1 443
Estudo de Caso ASME Seção IX 444
ANSI – American National Standards Institute 445
ANSI B16.34 -04 Valves – Flanged, Threaded, and Welding End 445
Estudo de Caso – ANSI B 16.34 446
BIBLIOGRAFIA 477
13
14
LISTA DE FIGURAS
15
Figura 3.29.a – Corpo-de-prova para o ensaio de tração com seção retangular 78
Figura 3.29.b – C.P. para ensaio de tração seção circular 78
Figura 3.30 – Corpo-de-prova transversal e longitudinal à solda 79
Figura 3.31 – Determinação da dureza Brinell 82
Figura 3.32 – Impressão de dureza Vickers 86
Figura 3.33 – (A) Impressão perfeita de dureza Vickers; (B) Impressão defeituosa: 87
“Afundamento”; (C) Impressão defeituosa: “Aderência”
Figura 3.34 – Ensaio de impacto - (a) Charpy (b) Izod 91
Figura 3.35 – Máquina para a realização de ensaios de impacto Charpy e Izod 92
Figura 3.36 – Pêndulo para ensaio de impacto Charpy e Izod 92
Figura 3.37 – Gráfico energia absorvida X temperatura 93
Figura 3.38 – Geometria dos corpos-de-prova para ensaio de impacto Charpy 94
Figura 3.39 – Corpos-de-prova para ensaio de impacto: (a) Charpy, (b) Izod 95
Figura 3.40 – Efeito da orientação do corpo-de-prova no ensaio de impacto e mostra 96
a retirada de corpo-de-prova em materiais soldados
Figura 3.41– Detalhes das áreas de fratura 98
Figura 3.42 – Aspecto da fratura e correspondente percentual de cisalhamento 99
Figura 3.43 – Expansão lateral de um cp Charpy 100
Figura 3.44 – Detalhe do ensaio 102
Figura 3.45 – Esquema do ensaio de queda livre 103
Figura 3.46 – Corpo-de-prova de queda livre na situação de quebra 104
Figura 3.47 – Corpo-de-prova de queda livre na situação de não-quebra 105
Figura 3.48 – Esquema do ensaio de dobramento 106
Figura 3.49 – (a) e (b) Dobramento livre; (c), (d), (c), e (f) dobramento semiguiado 107
Figura 3.50 – Corpos-de-prova para o ensaio de fratura 110
Figura 3.51 – Ensaio de estanqueidade com câmara de vácuo 112
Figura 3.52 – Ensaio por vazamento a gás com sonda exploradora 112
Figura 3.53 – Ensaio por líquido penetrante 115
Figuras 3.54 a 3.59 – Etapas do ensaio por líquido penetrante 118
Figura 3.60 – Retirada de excesso de penetrante 119
Figura 3.61 – Método de ensaio não-destrutivo por partículas magnéticas 121
Figura 3.62 – Campo de fuga 122
Figura 3.63 – Yoke 123
Figura 3.64 – Técnica de eletrodos 124
Figura 3.65 – Técnica da bobina 126
Figura 3.66 – Técnica do contato direto 125
Figura 3.67 – Aparelho de ultra-som 127
Figura 3.68 – Execução da medição de espessuras 130
Figura 3.69 – Detetor 132
Figura 3.70 – Cabeçote 132
Figura 3.71 – Cabeçote normal 133
Figura 3.72 – Cabeçote duplo-cristal 133
Figura 3.73 – Cabeçote angular 134
Figura 3.74 – Transparência 135
Figuras 3.75 a 3.78 – Pulso-eco 136
Figura 3.79 – Exame radiográfico 138
Figura 3.80 – Radiações X e γ 139
Figura 3.81 – Raio X 139
Figura 3.82 – Irradiador portátil 142
16
UNIDADE iv - TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE PINTURA INDUSTRIAL
Figura 4.1 – Polímero (macromolécula) 153
Figura 4.2 – Superfície geométrica 163
Figura 4.3 – Superfície real 163
Figura 4.4 – Superfície efetiva 163
Figura 4.5 – Perfil geométrico 164
Figura 4.6 – Componentes de uma superfície 165
Figura 4.7 – Efeito das ondulações 165
Figura 4.8 – Conceito de comprimento de amostragem 166
Figura 4.9 – Perfil apalpado 166
Figura 4.10 – Rugosidade média 168
Figura 4.11 – Rugosidade média (Rz ou Rz DIN) 170
Figura 4.12 – Altura das irregularidades dos 10 pontos (Rz ISO) 171
Figura 4.13 – Rugosidade máxima (Ry) 171
Figura 4.14 – Profundidade total da rugosidade (Rt) 172
Figura 4.15 – Processos de revestimento em pó. A cura subseqüente é feita pelo calor 175
Figura 4.16 – Dispositivo de corte A - Aparelhagem para o método A - Corte em X 181
Figura 4.17 – Dispositivos de corte B e C 183
17
unidade ix - inspeção visual e dimensional de solda
Figuras 9.1 a e b – Chanfro 290
Figura 9.2 – Sulco na superfície de uma peça 290
Figura 9.3 – Bisel 291
Figura 9.4 – Bisel curvo 291
Figura 9.6a – Ângulo de bisel em “V”, corte reto 292
Figura 9.6b – Ângulo de bisel em “J” corte em curva 292
Figura 9.7a – Chanfro em “V” 293
Figura 9.7b – Chanfro em “U” 293
Figura 9.8a – Faces do chanfro em “V” 294
Figura 9.8b – Faces do chanfro em “u” 294
Figura 9.9 – Várias formas de chanfro 295
Figura 9.10 – Imagem de uma solda 296
Figura 9.11 – Metal de base 297
Figura 9.12a – solda com chanfro em V 297
Figura 9.12b – solda com chanfro em U 297
Figura 9.13 – Reforço de solda 298
Figura 9.14 – Raiz de solda 298
Figura 9.15 – Junta com passes de solda 299
Figura 9.16 – Passes de solda distribuídos em camadas 299
Figura 9.17 – Cada camada é formada por um único passe 300
Figura 9.18 – Margem de solda 301
Figura 9.19 – Perna de solda 301
Figura 9.20 – Garganta efetiva 302
Figura 9.21 – Garganta real 303
Figura 9.22 – Garganta teórica 304
Figura 9.23 – Solda em junta de topo 305
Figura 9.24 – Solda em ângulo executada em junta de ângulo em T 305
Figura 9.25 – Solda em ângulo executada em junta de ângulo em T, com chanfro 305
Figura 9.26 – Solda de ângulo executada em junta de ângulo em ângulo 306
Figura 9.27 – Solda em ângulo, em junta de ângulo em quina 306
Figura 9.28 – Solda em ângulo, em junta sobreposta 306
Figura 9.29 – Solda de aresta 307
Figura 9.30 – Solda de tampão 307
Figura 9.31 – Solda de tampão 307
Figura 9.32 – Furo foi totalmente preenchido por solda 308
Figura 9.33 – Solda de encaixe 308
Figura 9.34 – Regiões de uma solda 309
Figura 9.35 – Posições de soldagem para chapas 310
Figura 9.36 – Posições de soldagem para tubos 311
Figura 9.37 – Face da solda 312
Figura 9. 37 – Face da solda 313
Figura 9.38 – Raiz da solda 313
Figura 9.39 – Geral 314
Figura 9.40 – Descontinuidades em juntas soldadas de ângulo 314
Figura 9.41 - Cauda 315
Figura 9.42 – Linha de Referência 315
Figura 9.43 – Com esta indicação, tanto o membro 1 quanto o 2 podem ser chanfrados 316
18
Figura 9.44 – Com este tipo de chanfro ( X ) só permite o uso da seta reta, pois 316
os dois membros serão chanfrados
Figura 9.45 – Com esta indicação, o membro a ser chanfrado é o 2 316
Figura 9.46 – Exemplos de Indicação Lado Seta e Lado Oposto 317
Figura 9.47 - Solda por pontos ou projeção sem indicação de lado 318
Figura 9.48 - Solda de costura sem indicação de lado 318
Figura 9.49 – Simbologia de solda de topo por descarga elétrica 318
Figura 9.50 – Simbologia de chanfro meio V, J e duplo V ou X 319
Figura 9.51 – Simbologia solda em ângulo 319
Figura 9.52 – Simbologia solda tipo flange de canto 319
Figura 9.53 – Simbologia de dimensão de perna de solda 320
Figura 9.54 – Simbologia de dimensão de pernas de solda desiguais 320
Figura 9.55 – Simbologia de profundidade de preparação do chanfro 320
Figura 9.56 – Simbologia de garganta efetiva 323
Figura 9.57 – Simbologia de comprimento e espaçamento de soldas descontínuas 324
Figura 9.58 – Simbologia de abertura de raiz 324
Figura 9.59 – Simbologia de ângulo de chanfro 325
Figura 9.60 – Simbologia de acabamento de solda 325
Figura 9.61– Simbologia de sequência de operações 326
Figura 9.62 – Simbologia de Exames Não Destrutivos 327
Figura 9.63 – Gabarito para verificação de chanfro 335
Figura 9.64 – Spool 338
Figura 9.65 – Tolerâncias das montagens de acordo com a N-115 339
Figura 9.66– Estruturas tubulares após soldagem 340
Figura 9.67 – Estruturas tubulares após soldagem 341
19
Figura 10.21 – Tipos de berços para vasos de pressão 363
Figura 10.22 – Tipos de suportes para vasos verticais 364
Figura 10.23 – Curva típica de Fluência 374
Figura 10.24 – Gráfico teórico de teste hidrostático 388
Figura 10.25 – Esquema para pressurização em Teste de estanqueidade em chapa de 391
reforço de bocais
Figura 10.26 – a) Escoamento paralelo b) Escoamento em contra-corrente 392
Figura 10.27 – a) Arranjo de permutadores em série tanto no casco como no feixe. 392
b) Arranjo de permutadores em paralelo no casco e em série no feixe
Figura 10.28 – Diferentes funções de permutadores num processo 394
Figura 10.29 – Trocador de calor bitubular 395
Figura 10.30 – Permutador de calor convencional com seus principais componentes 397
Figura 10.31 - Tipos de trocadores de calor padronizados pelo TEMA 399
Figura 10.32 – Peças internas de permutadores de calor 404
Figura 10.33 – Permutador a ar – conjunto e detalhes 402
Figura 10.34 – Permutador de Placas 407
Figura 10.35 – Pré-Aquecedor a Ar Ljungstrom 409
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 – Codificação de amostragem 33
Tabela 1.2 – Plano de amostragem simples - Normal 34
Tabela 3.1 – Para cada diâmetro de esfera existem, ainda, tabelas que relacionam 90
os diâmetros das impressões e cargas aos respectivos valores do número de dureza Brinell
Tabela 3.2 – Determinação de percentual de cisalhamento 95
Tabela 3.3 –Tipos de corpos de prova para o ensaio DROP-WEIGHT 97
Tabela 3.4 – Usos típicos de aparelhos de raios X 137
Tabela 3.5 – Isótopos radioativos 138
Tabela 4.1 – Limpeza de superfície versus graus de comparação 154
Tabela 4.2 – Espessuras recomendadas de pinturas industriais 173
Tabela 4.3 – Normas ABNT 174
Tabela 4.4 – Normas Petrobras 176
Tabela 4.5 – Espessura de película de tinta 179
Tabela 8.1 – Classificados dos eletrodos para aço-carbono 259
Tabela 8.2 – Carta de seleção de gases 263
Tabela 8.3 – Classificação dos eletrodos segundo a AWS A5.12 264
Tabela 8.4 – Exemplo da influência da tensão na transferência de Cr e Mo de um fluxo ativo 267
na soldagem com eletrodo de aço não ligado
Tabela 8.5 – Propriedades mecânicas do metal depositado 268
Tabela 8.6 – Composição química de arames 269
Tabela 9.1 – Pressões admissíveis x tempertura de operação 339
Tabela 9.2 – Normas sobre válvulas 342
Tabela 9.3 – Normas PETROBRAS 343
Tabela 9.4 – Normas API 343
Tabela 10.1 – Dimensões de tampo toroesféricos 347
Tabela 10.2 – Descrição das subseções e partes do ASME VIII, Divisão I 370
Tabela 10.3 – Limites de temperatura para materiais indicados pelo ASME 375
Tabela 10.4 – Critérios para Especificação dos Materiais dos Componentes de Vasos 378
Tabela 10.5 – Classificação de revestimentos para vasos de pressão quanto ao tipo de desgaste 380
Tabela 10.6 – Espessuras de tubos de permutadores de calor 402
21
APRESENTAÇÃO
âmbito do Ministério das Minas e Energia em conjunto com diversas empresas e entidades do setor,
As transformações que o mundo do trabalho vêm impondo por meio de novas tendências
para o setor de petróleo e gás no Brasil. Com objetivo de amenizar esta situação, o PROMINP lançou
com Entidades de Ensino de Referência, entre elas o SENAI, com foco na estruturação de cursos de
educação profissional para reduzir a carência de mão-de-obra qualificada no setor de petróleo e gás
natural.
23
UNIDADE I - TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE
MATÉRIAS-PRIMAS E COMPONENTES
Introdução
Toda organização, cujo resultado final dos seus processos internos é a geração de um produto
É impossível, nos dias de hoje, produzir algum bem que não esteja de algum modo submetido a
padrões de qualidade e desempenho requeridos por aquele que deles fará uso. A crescente exigência
do consumidor, aliada ao cenário de pluralidade de concorrentes faz com que as organizações procurem
Os sistemas de gestão, hoje muito mais que no passado, dão ênfase e relevância significativa
à qualificação dos fornecedores. As modernas organizações procuram parceiros que atendam às suas
necessidades por meio de fornecimentos de qualidade, rápidos, confiáveis e que possuam completa
rastreabilidade.
Numa cadeia de suprimentos, figura 1.1, cada entidade é tanto um cliente quanto um fornecedor.
Executar em duplicidade tarefas nesta cadeia encarece o produto final. Por isto, a qualidade do produto,
seja ele matéria-prima, um serviço, produto acabado ou semi-acabado, deve satisfazer completamente
Organização
Processo de
2º na cadeia 1º na cadeia Transformação Distribuidor Clientes
25
A inspeção de recebimento, se for analisada sob o foco desta moderna concepção, sofre o risco
e padrões de regulação. Por esta razão, deverá sempre haver, em algum momento de um processo
1.1. Definições
são empregados por aqueles que militam nesta área. Conhecer seus significados e abragência é o
objetivo desta seção. A familiarização com esta terminologia é importante para o inspetor de fabricação.
A norma ABNT NBR 5426 apresenta alguns dos termos que são apresentados a seguir.
Inspeção de recebimento
contrastando-as com especificações técnicas, códigos, normas e/ou desenhos de projeto, assim como
com documentos contratuais.
não (ou o número de defeitos é contado) em relação a um dado requisito ou conjunto de requisitos.
26
Unidade de produto
Elemento de referência na inspeção. Pode ser um artigo simples, um par, um conjunto, uma
próprio produto terminado. A unidade de produto pode ou não ser igual à unidade de compra, de
Procedimento de execução
que define os parâmetros de inspeção a serem seguidos. Podem ser citados: que características
inspecionar conforme o item em questão, plano de amostragem, tamanho do lote, nível de qualidade,
Lote de inspeção
Conjunto de unidades de produto a ser amostrado para verificar conformidade com as exigências
de aceitação.
Tamanho do lote
A amostra consiste em uma ou mais unidades de produto, retiradas do lote a ser inspecionado,
27
Plano de amostragem
É o plano que determina o número de unidades de produto de cada lote a ser inspecionado
(tamanho da amostra ou série de tamanhos de amostra) e o critério para a aceitação do lote (números
de aceitação e de rejeição).
As curvas características para inspeção normal indicam a porcentagem de lotes que se espera
aceitar, sob os vários planos de amostragem, para uma dada qualidade do processo. As curvas
mostradas são para amostragem simples; as curvas para amostragem dupla e múltipla são equivalentes
tão rigorosamente quanto possível. As CCO foram baseadas nas seguintes distribuições:
• Para NQA maior que 10, na distribuição de Poisson, e se aplicam à inspeção de “defeitos
por 100 unidades”;
• Para NQA menor ou igual a 10, com tamanho de amostra (n) menor ou igual a 80, na distribuição
binominal e se aplicam à inspeção de “porcentagem defeituosa”;
• Para NQA menor ou igual a 10, com tamanho de amostra (n) maior do que 80, na distribuição de
Poisson, e aplicam-se à inspeção de “defeitos por 100 unidades” ou “porcentagem defeituosa”
(a distribuição de Poisson sendo uma aproximação adequada da distribuição binomial nestas
condições). Os valores tabelados, correspondentes às probabilidades de aceitação (Pa, em
porcentagem), são dados para cada uma das curvas e, adicionalmente, para inspeção severa
e de defeitos por 100 unidades, para NQA menor ou igual a 10, e tamanho de amostras menor
ou igual a 80.
Classificação de defeitos
Relação dos possíveis defeitos da unidade de produto, classificados segundo sua gravidade.
Um defeito da unidade de produto é a falta de conformidade a qualquer dos requisitos especificados.
Os defeitos serão, normalmente, agrupados em uma ou mais das classes mencionadas a seguir, as
quais podem ser desdobradas em subclasses.
28
Defeito crítico
Defeito que pode produzir condições perigosas ou inseguras para quem usa ou mantém o
produto. É também o defeito que pode impedir o funcionamento ou o desempenho de uma função
Defeito grave
Defeito tolerável
Defeito que não reduz, substancialmente, a utilidade da unidade de produto para o fim a que
se destina ou não.
• Defeituosa crítica - É a unidade que contém um ou mais defeitos críticos. Pode conter
• Defeituosa grave - É a unidade que contém um ou mais defeitos graves. Pode conter defeitos
• Defeituosa tolerável - É a unidade que contém um ou mais defeitos toleráveis. Não contém
29
Não-conformidade
Porcentagem defeituosa
número de unidades defeituosas
Porcentagem defeituosa = x 100
número de unidades inspecionadas
Máxima porcentagem defeituosa (ou o máximo número de “defeitos” por cem unidades) que, para
fins de inspeção por amostragem, pode ser considerada satisfatória como média de um processo. O NQA,
junto com o código literal do tamanho da amostra, é usado para classificar os planos de amostragem.
Nota: Quando um consumidor determina algum valor específico de NQA para um certo defeito ou grupo
de defeitos, está indicando ao fornecedor que seu plano de amostragem aceitará a maior parte dos lotes
apresentados, desde que a porcentagem média de unidades defeituosas (ou quantidade média de defeitos
por cem unidades) do processo, nestes lotes, não seja maior do que o valor do NQA determinado.
Os planos de amostragem são calculados de tal forma que a probabilidade de aceitação, dado um
determinado NQA, depende do tamanho da amostra, sendo, em geral, maior para amostras grandes do
que para amostras pequenas. O NQA em si, não garante proteção ao consumidor, para lotes isolados,
mas indica o que pode ser esperado de uma série de lotes, desde que seja seguido o
operação (CCO) do plano para que fique determinado o grau de proteção requerido.
30
Certificado de qualidade de material
Registro dos resultados de ensaios, testes e exames, exigidos pelas normas, códigos ou
organização fabril variam de acordo com o tipo e especificidade da matéria-prima ou produto envolvido
Desde a simples inspeção visual à sofisticada análise química por espectometria atômica, um
número cada vez maior de atributos vem requerendo o desenvolvimento, o aparelhamento e o domínio
de técnicas cada vez mais sofisticadas de avaliação, antes inimagináveis, porém, rapidamente, se
No âmbito da indústria do petróleo, podem ser citados os seguintes tipos de exame e inspeções
no recebimento:
• Contagem;
• Inspeção visual;
• Inspeção dimensional;
• Teste de magnetismo;
• Teste hidrostático;
• Teste funcional;
• Teste de carga.
31
1.3. Abrangência da Inspeção de Recebimento
Cada um dos testes e inspeções acima descritos possui seu campo de aplicação e limitações.
Pelo emprego de cada um deles, um ou mais atributos do item sob exame pode ser devidamente avaliado.
ter conhecimento e domínio sobre o(s) teste(s) ou método(s) de inspeção que melhor se aplica(m) para
As normas que regulam as inspeções de recebimento, geralmente, estabelecem que deve haver
um procedimento de execução escrito, onde constem os testes e inspeções aplicáveis a cada item
À obtenção dos limites, tolerâncias ou resultados adquiridos com o emprego destes testes
deve vir à tona para que possamos melhor entender a abrangência da inspeção de recebimento.
Quantos itens preciso inspecionar para avaliar todo o lote (o universo que compõe o
fornecimento)? Com quantos itens defeituosos será considerado rejeitado todo o lote?
surgimento da análise estatística como instrumento para o controle da qualidade da produção industrial,
a qual foi introduzida em 1924, por Walter Shewhart, na Bell Telephone Industries.
A Estatística, como se sabe, é uma parte da Matemática Aplicada que trata da metodologia
Ela é uma ferramenta na tomada de decisões, uma vez que indica a variabilidade de um processo de
fabricação. E também ajuda a detectar e isolar uma determinada irregularidade, indicando possíveis
causas e soluções.
pela determinação deste de nível de inspeção é o mesmo responsável pela inspeção, isto é, aquele a
quem interessa estabelecer a qualidade do item recebido na organização (setor de qualidade, setor de
O nível de inspeção fixa a relação entre o tamanho do lote e o tamanho da amostra. O plano
de amostragem apresenta, além do número de unidades de produto de cada lote a ser inspecionado
32
A inerente variabilidade dos processos nos leva a concluir que sempre haverá a possibilidade de
ocorrerem itens defeituosos. Logo, lotes poderão ser rejeitados conforme o número de itens rejeitados
dentro da amostra. Partindo do pressuposto que a variabilidade faz parte de todo processo, verifica-se
que entre comprador e fornecedor deve haver um acordo prévio com relação a um nível de qualidade
aceitável (NQA). Assim o NQA representa o consenso entre ambas as parte no tocante à máxima
porcentagem defeituosa (ou o máximo número de “defeitos” por cem unidades) que, para fins de inspeção
No Brasil, a norma NBR 5426 apresenta tabelas onde podem ser obtidos pelo nível de inspeção,
tamanho do lote e nível de qualidade aceitável, o tamanho da amostra e o critério de aceitação rejeição
com base numa inspeção por atributo. Ver tabelas 1.1 e 1.2.
33
Tabela 1.2 – Plano de amostragem simples - Normal.
• Todos os materiais aprovados ou não pela inspeção de recebimento devem ser identificados
aos testes de reconhecimento de aços e ligas metálicas, confrontando seus resultados com a
identificação do material da peça;
34
• O exame visual de fundidos deve ser feito conforme critério estabelecido pelo padrão MSS SP-55.
1.4.2. Tubos
Deve ser verificados se todos os tubos estão identificados, por pintura, nas extremidades,
possuir apenas um tubo identificado, esta identificação deve ser transferida para os demais. Deve ser
adotado um código de cores para distinguir cada tipo de material, sendo a faixa identificadora pintada
Devem ser verificados certificados de qualidade do material de todos os tubos, inclusive o laudo
radiográfico de tubos com costura e o certificado do tratamento térmico, quando exigido, em confronto
Deve ser verificado, por amostragem, se as seguintes características dos tubos estão de acordo
• Espessura;
• Diâmetro;
• Empenamento;
• Estado do revestimento;
1.4.3. Flanges
Deve ser verificado se todos os flanges têm identificação estampada de acordo com a
especificação ASME B16.5, ASME B16.47, MSS SP-25 ou MSS SP-44 e com as seguintes características:
tipos de face, especificação do material, diâmetro nominal, classe de pressão, espessura, placa (TAG)
35
Deve ser verificado, por amostragem, se as seguintes características dos flanges estão de
• Espessura do pescoço;
• Espessura da aba;
devidamente protegidas;
• Furação;
• Dureza das faces dos flanges para juntas tipo anel (RTJ).
Deve ser verificado, em todos os flanges, se existem trincas, dobras ou amassamentos, bem
como o estado geral da face quanto ao ranhuramento, se está em bom estado, sem mossas ou corrosão
e devidamente protegida.
1.4.4. Conexões
Deve ser verificado se todas as conexões estão identificadas com os seguintes dados: especificação
especificações aplicáveis.
Deve ser verificado, por amostragem, se as seguintes características das conexões estão de
• Circularidade;
36
• Distância centro-face;
• Espessura;
1.4.5. Válvulas
Deve ser verificado se todas as válvulas estão com a identificação estampada de acordo com
a codificação de projeto.
Em todas as válvulas, deve ser verificada a conformidade dos internos com a especificação, através
de testes de reconhecimento de ligas. Onde for aplicável, devem ser realizados ensaios de dureza.
37
Todas as válvulas devem ser testadas, conforme as normas API STD 598 ou API 6D, e ASME
B16.34.
Deve ser verificado o funcionamento de todas as válvulas de tal modo que as peças funcionem
1.4.6. Purgadores
Deve ser verificado se todos os purgadores estão identificados por plaqueta contendo as
Deve ser verificado se consta do corpo de todos os purgadores a indicação do sentido do fluxo.
Deve ser verificado se todas as juntas estão identificadas, contendo as seguintes características:
material, tipo de junta, material do enchimento, diâmetros, classe de pressão, o padrão dimensional de
• Espessura;
38
Deve ser verificada a compatibilidade do certificado de qualidade do material de todas as juntas
Deve ser verificado, se todas as juntas de expansão estão identificadas por plaqueta de acordo
• Diâmetro de extremidades;
• Tirantes;
• Travamento;
• Anéis de equalização;
• Pantógrafo;
• Soldas;
• Estado geral das peças da junta quanto a trincas, a amassamentos e à corrosão, principalmente
• Alinhamento;
• Memória de cálculo;
• Refratamento interno;
• Isolamento externo.
39
1.4.9. Filtros
Deve ser verificado se todos os filtros estão identificados de acordo com a codificação do projeto.
Deve ser verificado, por amostragem, se as seguintes características do filtro estão de acordo
• Extremidades;
• Certificação de teste.
Deve ser verificado se todas as raquetes e “figuras 8” estão identificadas por puncionamento
nominal.
Deve ser verificado, em todas as raquetes e “figuras 8”, o estado geral da superfície, principalmente
das ranhuras, quanto à existência de mossa, de corrosão e se estão devidamente protegidas.
Deve ser verificado, por amostragem, se as seguintes características das raquetes e “figuras
• Espessuras;
• Diâmetro do ressalto.
40
1.4.11. Parafusos e porcas
Deve ser verificado se todos os lotes de parafusos e porcas estão identificados com as
Deve ser verificado, por amostragem, em cada lote, se as seguintes características das porcas
• Comprimento do parafuso;
Deve ser verificado se todos os suportes de mola estão identificados por plaqueta de acordo
Deve ser verificado, em todos os suportes de mola e seus componentes, o estado geral quanto
Deve ser verificado se as cargas e o curso especificado na plaqueta dos suportes correspondem
às especificações de projeto.
Deve ser verificado se as posições a quente e a frio estão devidamente indicadas.
especificações e se suas características estão de acordo com as normas adotadas no projeto, fazendo-
se amostragem.
41
1.5. Inspeção de Recebimento para Fornos
pela norma ASME Section I, no caso de sistema de geração de vapor, devem estar de acordo com as
respectivas especificações.
de fabricação.
Para as partes submetidas à pressão, a identificação dos materiais utilizados deve conter
também as especificações fornecidas pelos desenhos, com exceção dos casos previstos pela norma
ASME Section I.
As juntas soldadas das seções recebidas prontas devem estar de acordo com o projeto e mais
a - O reforço para as juntas soldadas de topo deve estar de acordo com o descrito a seguir:
b - O desalinhamento, para as juntas soldadas de topo, deve estar de acordo com o descrito a seguir:
• Para estruturas metálicas: deve ser, no máximo, 10 % da menor espessura nominal, das partes
Nas partes de apoio do equipamento, a dimensão e a disposição dos furos devem estar compatíveis
com as dos chumbadores. Os furos devem permitir a dilatação prevista para o equipamento.
42
As chapas ligadas à superfície das peças do equipamento, através de juntas soldadas de
maneira contínua, devem possuir o furo de vent. Este furo não pode estar tamponado.
Para cabeçotes, curvas de retorno, tubos, conexões, suportes de tubos e serpentinas, deve-se
• Ensaio visual: a avaliação do resultado deve ser feita de acordo com a especificação do material;
• Ensaio por meio de líquido penetrante ou partículas magnéticas, quando exigido pelo projetista:
para soldagem em todas as curvas de retorno, nos cabeçotes e nos tubos a serem soldados. A medição
de espessura deve ser feita, também, na região central externa das curvas forjadas e fundidas.
Todos os furos de mandrilagem e as superfícies interna e externa das extremidades dos tubos
a serem mandrilados devem ter a rugosidade especificada no projeto e estar isentos de defeitos
superficiais, não sendo admitidos: riscos, amassamentos, corrosão e arestas cortantes. A superfície
dos tubos a serem examinados deve se estender a um comprimento igual ao da parte a ser mandrilada
Todos os tubos a serem mandrilados devem ser verificados em cada dimensão e tipo de material,
• Dureza nas extremidades: devem estar de acordo com o especificado no projeto; fazer a
Devem ser verificados, por ensaio visual e/ou dimensional, todos os tubos e demais peças
• Corrosão acima do grau C da norma ISO 8501-1 para os seguintes materiais: aço-carbono,
• Qualquer grau de corrosão para os aços inoxidáveis, para níquel e para ligas de níquel.
Nas regiões de tubos com superfície estendida, quando os pinos ou aletas forem removidos ou
43
danificados, deve-se verificar se a espessura remanescente é, no mínimo, igual à espessura mínima prevista
para o tubo. Deve ser verificado se a quantidade dos pinos ou aletas ainda existentes é aceitável.
A dureza, na zona fundida e na zona afetada termicamente, deve ser medida em 10 % (conforme
norma ASME B31.3) das soldas com alívio de tensão na fábrica e devem apresentar os seguintes
valores máximos:
% do diâmetro nominal;
- diferença entre diagonais de qualquer seção transversal: diagonal maior menos diagonal
- afastamento máximo de qualquer das faces do duto em relação a um gabarito reto de 1 000
O abafador deve ser verificado quanto ao seu estado geral e ao seu movimento livre. Deve ser
Todos os suportes de tubos ou serpentinas devem ser inspecionados e devem estar em bom
estado e com bom acabamento, devendo se apresentar isentos de cantos vivos e rebarbas na região
de apoio do tubo.
Os tubos dos sopradores de fuligem devem estar com as seguintes tolerâncias em relação ao projeto:
44
• Comprimento: ± 1 % do comprimento nominal e no máximo 50 mm;
comprimento.
Os sopradores de fuligem e o painel devem estar em bom estado. Os tubos dos sopradores
devem estar isentos de trincas. Os elementos de sopragem e os tubos dos sopradores de fuligem devem
Os internos dos queimadores devem estar de acordo com a folha de dados e o desenho
reguladores de ar devem funcionar de modo a se movimentar livremente dentro dos limites de abertura
Deve ser executado teste por pontos, em 1 % dos pinos e 5 % das telas de fixação de refratário
Após o término de montagem, devem ser efetuados todos os testes requeridos para o equipamento,
sob supervisão do fabricante. Incluem-se nestes testes a operação dos controles de combustão e nível,
Em caso de falha dos testes, o fabricante deve efetuar as correções e reparos necessários,
Além dos testes necessários à verificação mecânica e de funcionamento de unidade e seus auxili-
ares, devem ser conduzidos e sob supervisão do fabricante das caldeiras, testes de desempenho, com o
45
Os métodos de cálculo para a avaliação do desempenho e os cuidados a serem observados
na preparação e condução dos testes de desempenho das caldeiras, serão basicamente os prescritos
pelo ASME. O fabricante deve indicar nas propostas os procedimentos e tolerâncias (margem) para os
quais serão válidos os itens de garantia de desempenho.
Desde que a realização dos testes mecânicos e de desempenho comprove estarem atendidas todas
as exigências contidas nesta especificação e normas aplicáveis, o equipamento é considerado aceito.
Devem ser garantidos os seguintes itens:
46
- aços liga cromo-molibdênio;
- aços liga níquel;
Deve ser verificado se existe correspondência entre o mapa dos defeitos reparados e a posição
dos defeitos reparados em 10% das chapas reparadas. Se houver qualquer discordância, verificar em
todas as chapas.
Deve ser verificada a espessura de todas as seções fabricadas, exceto para equipamentos
recebidos prontos. Chama-se a atenção para as regiões de maior grau de deformação, tais como a
região toroidal dos tampos torisféricos. A espessura medida deve obedecer à seguinte condição:
fabricação da chapa.
Deve ser feito ensaio visual na superfície das chapas cladeadas e dos revestimentos resistentes
à corrosão quanto à existência de pites e outros tipos de corrosão, diminuição de espessura, trincas,
poros e contaminações, devendo as superfícies das chapas cladeadas e dos revestimentos estar isentas
destes defeitos.
Para equipamentos recebidos em seções, deve ser medida a espessura do “clad” na borda da
chapa, em 4 pontos, após um ataque com solução de sulfato de cobre. A espessura do revestimento
resistente à corrosão deve ser medida por amostragem. A espessura medida do “clad” e do revestimento
Os chanfros devem ser examinados dimensional e visualmente. Deve ser verificado se as chapas
b) Ovalização ao longo das seções, nas bordas superior e inferior e na região de apoio da saia:
- para esferas: norma ASME Section VIII, porém igual ou inferior a 50 mm;
c) Perímetro nas bordas superior e inferior de cada seção; ver a referência 20 da figura 1.2;
d) Nivelamento das bordas superior e inferior, medido pela diferença entre os pontos máximo
- 3 mm se o arco de círculo entre os pontos máximo e mínimo for menor ou igual a 3 000 mm;
47
e) Curvatura: ver norma ASME Section VIII, sendo aplicável somente para:
- tampos;
g) Verticalidade (prumo):
i) Embicamento (ver a definição na norma Petrobras N-1738), ver a referência 31 da figura 1.2;
a) Curvatura: ver norma ASME Section VIII, sendo aplicável somente para:
- tampos;
Devem ser examinadas visualmente as faces dos flanges, para verificar o estado e tipo das
Para equipamentos e seções recebidos prontos e colunas de suporte de esferas deve ser
verificado na saia ou apoios se a disposição e dimensão dos furos e dos chumbadores são compatíveis.
Deve ser verificado se os furos estão de acordo com o projeto, para permitir a dilatação prevista para
o equipamento.
12 e 14;
48
f) Orientação da furação dos flanges de ligações com tubulações: referências 27 e 28;
Examinar visualmente as chapas defletoras de fluxo, verificando se a posição das chapas está de
acordo com o especificado em projeto, admitindo-se uma tolerância de ± 10 mm, em qualquer direção.
Examinar os suportes das plataformas, escadas e tubulações, bem como dos anéis de reforço
b) Devem estar de acordo com o projeto, em especial quanto às dimensões das soldas em
d) Devem possuir os furos oblongos previstos no projeto, para dilatação diferencial entre as
diversas partes;
e) Se as chapas soldadas de maneira contínua ao vaso estão com o furo que tem a função de
respiro (este furo deve ser deixado aberto e enchido com graxa após o teste hidrostático).
Deve ser executado o teste por pontos em 5 % de cada tipo dos internos (exemplos: bandejas, anéis,
suportes, parafusos e uniões), para verificação da conformidade do material das peças com o projeto.
Deve ser examinado visualmente o estado de todos os internos recebidos quanto às avarias
Os flanges devem estar com suas faces devidamente protegidas contra danos mecânicos e
corrosão, por meio de revestimento adequado e por meio de uma cobertura de madeira.
As peças pequenas, tais como: parafusos, porcas, grampos, estojos, arruelas e juntas devem ser
acondicionadas em caixas e ficar em lugar abrigado das intempéries. As roscas devem ser previamente
49
As bandejas devem ser protegidas contra danos. Não deve ser permitido o empilhamento face a
face das bandejas com válvulas ou borbulhadores instalados, para evitar que ocorra entrelaçamento.
em calços adequados, a uma distância mínima de 300 mm do solo, e não devem ser deixados de
Plano de referência
Eixos principais
Nota: para os ítens assinalados com números dentro de círculos, ver as referências a seguir.
50
Referências
1 - Verticalidade (prumo):
e no máximo 20 mm;
b) desvio máximo permitido entre soldas horizontais adjacentes (por anel): ± 3 mm.
2 - Distância entre linhas de tangência: ± 0,5 mm por 300 mm de comprimento e no máximo 12 mm.
9 - Altura total ou das seções ou das chapas: ± 0,5 mm por 300 mm de comprimento, e, no
máximo, 20 mm.
do pescoço do bocal:
13 - Projeção das bocas de visita e acesso manual em relação ao lado externo do casco: ± 6 mm.
14 - Perpendicularidade da face dos flanges das bocas de visita em relação ao eixo da boca
de visita: ± 1°.
51
16 - Locação das linhas de centro de bocas de visita e de acesso manual, não citadas na
17 - Os anéis de reforço do casco e os anéis de suporte de isolamento não devem ter folga
superior a 4 mm, entre a face externa do casco e o diâmetro interno do anel (ou suporte).
19 - Ovalização ao longo das seções nos bordos superior e inferior e na região de apoio da
saia: norma ASME Section VIII Division 1, porém nunca superior a 20 mm.
27 - A vertical e os eixos principais devem sempre passar pela meio do intervalo entre 2 furos
adjacentes do flange.
28 - Rotação máxima dos furos do flange em relação à posição indicada no projeto: ± 1,5 mm.
de 5 mm.
Nota: O gabarito deve ser aplicado por dentro e por fora. O afastamento deve ser medido entre
52
UNIDADE II - TRATAMENTO TÉRMICO
INDUSTRIAL
submetidos os metais, sob condições controladas, visando a alterar suas propriedades ou conferir-lhes
determinadas características.
• Alteração das propriedades mecânicas como, por exemplo, dureza, ductilidade e resistência
mecânica;
• Melhora de usinabilidade;
As principais variáveis que devem ser controladas no tratamento térmico são a velocidade de
muito elevada pode fazer com que haja crescimento do grão austenítico. Na maioria dos tratamentos
térmicos abordados nesta unidade as peças são aquecidas a temperaturas de austenização total ou
parcial.
53
Tempo de permanência na temperatura de aquecimento - A peça deve permanecer na
temperatura de aquecimento o tempo suficiente para que haja homogeneização da austenita (dissolução
de carbonetos e precipitados).
• Recozimento;
• Normalização;
2.1.1. Recozimento
• Recozimento pleno;
Recozimento pleno
Consiste em aquecer a peça até uma determinada temperatura para total austenitização do aço
(cerca de 50ºC acima de Ac3 para aços hipoeutetóides e eutetóides), permanência nesta temperatura
durante tempo suficiente para que haja homogeneização da austenita, seguido de um resfriamento
A figura 2.1, abaixo, apresenta o ciclo de tratamento de recozimento pleno para aços.
54
Figura 2.1 – Ciclo de recozimento pleno.
aumentar a ductilidade.
É utilizado para eliminar as tensões internas oriundas da soldagem, trabalho a frio, resfriamento
Este tipo de recozimento consiste em se aquecer uniformemente a peça, até uma temperatura
na faixa de 500ºC e 680ºC, permanência nesta temperatura durante um certo tempo, seguido de
Consiste no aquecimento do aço até uma temperatura na faixa de 700ºC a 750ºC por longos
Este tratamento é aplicado a aços de alto carbono, com o objetivo de obter-se uma microestrutura
55
2.1.2. Normalização
50ºC acima de A3 ou Acm), manutenção da peça nesta temperatura durante um determinado tempo,
A normalização dos aços é utilizada para refinar e homogeneizar a microestrutura após qualquer
processo de fusão, forjamento, estampagem a quente e soldagem. Este tratamento também elimina as
microestruturas produzidas por outros tratamentos térmicos, sendo utilizada para preparar o material
para o beneficiamento.
2.1.3. Beneficiamento
com o objetivo de proporcionar elevada resistência mecânica e dureza, aliada a uma boa tenacidade.
Normalmente este tipo de tratamento é aplicado a peças com teor de carbono superior a
0,25%.
56
Têmpera
(normalmente até 50ºC acima A1 para aços hipereutetóides), permanência nesta temperatura durante
a ser tratada.
Revenido
Este tratamento consiste em aquecer a peça lentamente até uma temperatura inferior a 700ºC,
O revenido é feito logo após o tratamento térmico de têmpera com o objetivo de aliviar as tensões
internas e diminuir a fragilidade das peças que possuem estrutura martensítica (peças temperadas).
Figura 2.3 – Ciclo de tratamento de têmpera e revenido para aços eutetóides e hipoeutetóides.
57
2.2. Efeito dos Tratamentos Térmicos sobre as
Propriedades dos Aços
Um dos principais objetivos dos tratamentos térmicos realizados nos aços é melhorar as
De um modo geral, qualquer dos tratamentos térmicos descritos nesta disciplina atingirá essa
finalidade, caso seja convenientemente realizado. Dentre as propriedades de interesse prático que
austenitização seguida de têmpera é capaz de produzir sensível aumento na dureza do aço. Além disto
O alívio de tensões obtido pelo recozimento subcrítico pode diminuir o limite de escoamento de
um aço, dependendo da temperatura em que é realizado, como exemplifica a figura 2.4. Esse tratamento
é recomendável para aços estruturais soldáveis, a fim de permitir mais fácil conformação a frio.
58
a- faixa de temperatura para o tratamento térmico de relaxamento de tensões de aços estruturais
soldáveis.
relaxamento de tensões.
ilustra a figura 2.5. À medida que aumenta a temperatura de revenido, o aço torna-se menos resistente,
mas com maior ductilidade. Isso permite escolher um mesmo aço, tratado por têmpera e revenido, com
59
• Variação das propriedades mecânicas com a temperatura de revenimento de um aço temperado
- HSS (dureza secundária), sem elementos de liga que sofreu um resfriamento brusco.
Devemos considerar para uma perfeita avaliação prática da susceptibilidade dos materiais ao
tratamento térmico o tipo de aplicação de uma determinada peça. Além disso, tem-se que levar em
consideração que os resultados satisfatórios a serem obtidos dependem diretamente da relação entre
temperatura e tempo.
Desta forma, concluímos que a qualidade do tratamento térmico em um material é muito melhor
quando tomamos cuidado com as características e solicitações que o material em questão deverá
suportar,
particularmente, em seções espessas, em juntas com alto grau de restrição em condições de serviço
envolvendo impacto ou carregamento dinâmico. Se possível, o alívio de tensões deve ser feito antes de
a solda atingir a temperatura ambiente. Quando isto for impraticável, a junta deve ser mantida a uma
temperatura ligeiramente acima da de pré-aquecimento, durante cerca de duas horas por polegada de
60
UNIDADE III - TÉCNICAS DE INSPEÇÃO
E CONTROLE DE QUALIDADE
Introdução
garantam um nível, aceitável na qualidade deste produto. Planeja-se, da mesma maneira, os métodos
necessários ao controle de processos em cada etapa de fabricação, bem como os sistemas de aferição
dimensional e detecção de descontinuidades contidas nos produtos e que podem até provocar a rejeição
do mesmo. Neste sistema operam os Ensaios Não Destrutivos, um conjunto de exames que visam a
físicas, com a vantagem de não inutilizar ou destruir o material que está sendo submetido a exames.
No estudo da ciência dos materiais, são de grande importância vários parâmetros obtidos
São ensaios laboratoriais com o objetivos de análise física dos elementos (corpos de prova), e executados
sob condições padronizadas, definidas por normas, de forma que seus resultados, ou seja suas propriedades
mecânicas, sejam significativas para cada tipo de material e possam ser facilmente comparados.
como, por exemplo, tipo, tamanho, forma e distribuição das fases estruturais, bem como de precipitados
- até o tipo e distribuição de falhas da estrutura cristalina (região submicroscópica).
Como regra geral, são confeccionadas seções polidas. Os métodos de retirada dos corpos de
prova e a camada que mostrará a superfície de corte podem ter importância decisiva devendo, por isso,
um lixamento grosseiro e fino das superfícies, seguido de um polimento. A estrutura é revelada através
do ataque de um reativo. Para melhor manipulação durante a confecção da amostra, esta pode ser
61
Basicamente, distinguimos entre:
Peças moles podem ser serradas. Cortes com tesoura são inapropriados, a menos que sejam tomadas
providências de se eliminar cuidadosamente a camada que sofreu deformação a frio durante o corte.
corte. Aqui deve ser providenciado resfriamento abundante, evitando-se, assim, mudanças na estrutura
devido à grande quantidade de calor gerada durante o corte. As serras de diamante, trabalhando a
Sempre que possível, deve-se evitar a retirada de corpo de provas utilizando-se maçaricos
de corte. A influência do calor pode modificar tanto a estrutura do material a ponto de, mais tarde,
prejudicar sua nitidez, quando se fizer a observação após ataque químico. Ao se retirar um corpo de
prova utilizando-se corte térmico, devemos estar seguros de que o tamanho da peça é grande o suficiente
para que o calor produzido durante o corte não consiga afetar o local previsto para a macrografia.
Este efeito pode ser extremamente prejudicial se o erro não for percebido, produzindo um
resultado falso do ensaio. Mesmo quando o corpo de prova parece bem preparado e atacado, pontos
de maior dureza podem transformar-se em pontos mais macios como conseqüência de um corte muito
quente. As conclusões falsas advindas deste erro podem, por exemplo, em relação à soldabilidade de
Conforme a posição e direção das superfícies de corte, este é distinguido como transversal,
62
Figura 3.1 – Posição das superfícies de corte.
Para embutimento são empregadas prensas de embutimento a quente e suas resinas correspondentes
Os corpos-de-prova têm suas superfícies a serem examinadas pré-lixadas o mais plano possível,
com a utilização de, por exemplo, uma lixadeira de superfície. O trabalho é continuado com lixamento
úmido, utilizando folha de lixa e água corrente para resfriamento e retirada de resíduos. A granulometria
do papel é gradualmente refinada até ser atingida a qualidade de lixamento necessária, em graduações
de 180 - 220 - 320 - 500 (macrolixamento) atingindo até 4200 (microlixamento). Quanto mais fino o
Para a confecção de uma superfície para ensaio micrográfico, torna-se necessário, após
lixamento, uma etapa de polimento. Utiliza-se, para isto, alumina (Al2O3) ou pasta de diamante, sobre
um pano de polimento. Materiais muito macios que mesmo com polimento muito cuidadoso podem
63
3.1.4. Ataque dos corpos-de-prova
Para que a estrutura se torne visível, a superfície, já lixada e polida, deve ser tratada com um
reativo adequado ao material e à finalidade do ensaio. Os reativos são ácidos ou bases, preparados
molhados com algodão embebido (ataque por aplicação). Em seguida, os corpos de prova são limpos,
Para se conservar as superfícies preparadas por mais tempo, estas devem estar protegidas
da umidade do ar. Para isso, emprega-se um recipiente vedado contendo sílica-gel (dessecante) ou
• Processos de impressão.
A condição fundamental para o emprego dos processos é a existência de uma superfície lixada.
profundo. Eles permitem a distinção de diferentes estruturas básicas como, por exemplo, metal de
considerados importantes.
64
3.2.1. Macro-ataque de juntas soldadas de aço-carbono e aços-liga
vEm aço-carbono e de baixa liga, freqüentemente, é utilizado, como reativo, a solução em álcool
• 90 ml de álcool (metanol);
E para aços de alta liga e materiais à base de níquel, cobre e ligas de alumínio, é utilizado o
• 25 ml de água destilada;
Através deste ataque, tornam-se visíveis, caso existam, as regiões termicamente afetadas, as
zonas endurecidas e os diferentes passes de solda realizados. A formação grosseira das estruturas
(dendritas, grãos colunares) bem como eventuais defeitos como poros, falta de fusão, inclusões ou trincas,
permitem uma conclusão sobre a qualidade de execução da junta soldada, figuras 3.3, 3.4, 3.5 e 3.6.
Figura 3.3 – Soldagem por arco Figura 3.4 – Soldagem manual a arco elétrico,
submerso, aço-carbono, reativo 10% aço X8Ni9, metal de adição à base de Ni,
ácido nítrico em álcool. reativo de Adler.
65
3.2.2. Comprovação de textura fibrosa
forjamento, podem ser comprovadas em aços pelo reativo de Oberhoffer, figura 3.7.
• 1g de cloreto de cobre;
• 100 ml de água;
66
por chanframento, impressão de números por encalque e na soldagem podem ser tornadas visíveis,
figuras 3.8 e 3.9. Estas, entretanto, ocorrem apenas em materiais envelhecíveis e com maior teor de
Figura 3.9 – Linhas de escoamento em uma junta soldada decorrente de tensões de soldagem.
auxílio de uma impressão de Baumann bem realizada, podem ser tiradas conclusões suficientes quanto
às segregações de fósforo. Caso a impressão de Baumann não alcance o efeito desejado, um ataque
• 90 ml de água destilada.
67
Durante o ataque, o corpo de prova é recoberto por um precipitado de cobre, facilmente retirado
Figura 3.10 – Disposição da segregação que freqüentemente se encontra nas seções de produtos laminados e forjados.
Este reativo permite, ainda, identificar direção das fibras, profundidade de camada endurecida
As concentrações de enxofre em aços fundidos não-acalmados são mais bem comprovadas pela
impressão de Baumann, figura 3.11, a seguir. Necessita-se, para tanto, uma folha de papel fotográfico
virgem e ácido sulfúrico a 5%. No perfil, peça ou tubo a ser examinado, é retirado um corpo de prova,
De modo geral, a granulação 100 já é suficiente, mas, quanto melhor a preparação, melhores
serão os resultados. Pronta a peça para exame, embebe-se o papel fotográfico no ácido sulfúrico,
colocando-o sobre uma base lisa não metálica, com a face sensível para cima. A face preparada do
corpo de prova é, então, colocada sobre o papel, por cerca de um a cinco minutos. Com peças maiores,
Compostos de enxofre (sulfetos) reagem com o ácido sulfúrico liberando gás sulfídrico. Este tinge
a superfície sensível à luz com um tom marrom escuro. As regiões escurecidas do papel determinam
a distribuição do enxofre.
Caso a impressão de Baumann deva ser guardada, o papel deve ser imerso em solução fixadora
para fotografia. Para novas impressões, o corpo de prova deve ser lixado novamente.
68
Figura 3.11 – Segregação em perfil U, impressão de Baumann.
Devido à pequena profundidade de campo do microscópio ótico (com uma ampliação de 100
vezes ela é de aproximadamente 0,01mm), exige-se do corpo de prova uma superfície oticamente plana
e polida. Superfícies não planas como, por exemplo, fraturas não são adequadas para observação
Em razão do alto grau de reflexão da superfície polida, apenas podem ser identificados detalhes
que produzam uma grande diferença no poder de reflexão. Numa superfície somente lixada e polida
elementos são atacados de forma diferenciada. Desta forma, são criadas diferentes condições de
reflexão para os diversos elementos estruturais ou, ainda, é criada uma estrutura de relevo que leva à
formação de sombras.
Dependendo da ação do reativo sobre a superfície do corpo de prova, se diferencia o ataque
O ataque ao contorno do grão tem como conseqüência uma reflexão oblíqua dos raios luminosos
69
Figura 3.13 - Aço austenítico.
O ataque à superfície dos grãos leva a uma diferenciação de rugosidade das superfícies dos
grãos, em função da orientação da estrutura cristalina, que varia de grão para grão e, como conseqüência,
apresentam uma reflexão oblíqua dos raios luminosos que incidem verticalmente sobre a superfície
Na inspeção com utilização do microscópio ótico, podem ser aplicadas diversas técnicas de
iluminação, dependendo do equipamento (iluminação de campo claro ou escuro), bem como diversos
70
O exame da estrutura cristalina possibilita obter diversas informações como, por exemplo:
• Precipitações na estrutura;
• Tamanho de grão.
Para o estudo de casos de acidentes, podem ser feitas, ainda, afirmativas sobre:
• Defeitos do material;
• Percursos de trincas;
• Tipo de corrosão.
As figuras 3.16 a 3.18 mostram algumas micrografias típicas relativas aos exemplos citados.
Figura 3.16 – Solda austenítica com Figura 3.17 – Solda a laser Figura 3.18 – Corrosão
ferrita δ. com trinca. seletiva e sob tensão em
material austenítico.
Quando se querem identificar estruturas superficiais mais finas e, ao mesmo tempo, retratar
uma maior profundidade de campo, deve-se recorrer ao microscópio eletrônico de varredura. A sua
resolução depende do tipo de equipamento, da tensão de aceleração dos elétrons primários e do material
em estudo. Ela mede, no melhor dos casos, de três a cinco mm. Com isto, é 40 vezes melhor que a
eletrônico de varredura é até 100 vezes melhor. Utilizando-se a mesma resolução, a profundidade de
campo do microscópio eletrônico de varredura é de 100 a 1000 vezes maior que no microscópio ótico,
figura 3.19.
71
Figura 3.19 – Comparação entre MO e MEV.
de elétrons muito estreito, de diâmetro aproximado de 0,01mm. Pelo impacto dos elétrons primários, são
liberados, pelo material, elétrons chamados secundários, captados por um detector de elétrons. Após
amplificação, a distribuição dos elétrons secundários é visualizada numa tela, figuras 3.20 e 3.21.
72
Figura 3.21 – Reações do feixe de elétrons primários.
Das partes salientes da superfície são liberados muitos elétrons secundários, fazendo com que
essas regiões apareçam de forma mais clara enquanto as zonas mais baixas permanecem escuras.
Associado a uma formação de sombras, originada pela incidência oblíqua do feixe de elétrons, é criada,
desta forma, uma imagem da superfície que se caracteriza por grande profundidade de campo e alta
resolução.
sólidos, tornados condutores por evaporação metálica na superfície. Uma preparação especial do
superfícies de fratura (microfractografia) e outros danos. O MEV é, por isso, largamente utilizado para
exame de falhas. A interpretação das imagens, porém, exige experiência correspondente, figuras 3.22
a 3.25.
Figura 3.22 – Fratura dútil. Figura 3.23 – Fratura frágil. Figura 3.24 – Fratura Figura 3.25 – Fratura por
intercristalina. fadiga.
73
O corpo de prova atingido pelo feixe de elétrons emite, além de elétrons secundários, Raios X,
que podem ser utilizados para a análise dos elementos nele contidos.
Uma vez que cada elemento possui um espectro próprio e típico de energia, é possível sua
74
As vantagens do sistema de análise por dispersão de energia são:
são necessários ajustes mecânicos e a calibração da energia oscila muito abaixo dos limites de sua
resolução;
• Em poucos minutos e simultaneamente, todos os elementos entre boro e urânio podem ser
detectados. Nenhum elemento é ignorado. Análises qualitativas e imagens de distribuição dos elementos
são possíveis mesmo em grandes áreas de até 7x5 mm2 e em áreas abauladas ou ásperas;
• Pequenas partículas podem ser visualizadas e identificadas na imagem produzida por elétrons
• Os limites de identificação ficam em torno ou abaixo de 0,1% por peso. Análises quantitativas
O princípio de formação da imagem no MET baseia-se no fato de que feixes de elétrons são
refratados por defeitos de estruturas cristalinas. Disso resultam diferenças de tempo de percurso nas
diferentes regiões do material, o que leva à formação de interferências. Após ampliação com lentes
eletromagnéticas, estas interferências são projetadas sobre um vidro despolido como imagens claro-
escuro. As regiões com defeito de grade, de modo geral, aparecem escuras, figura 3.28.
75
Com o microscópio eletrônico de transmissão, podem ser visualizadas discordâncias, falhas
de transmissão por varredura (MTEV) é possível retratar o campo de tensão em torno de uma única
lacuna.
A tensão de aceleração é mais alta no MET, alcançando até um milhão de Volts. São possíveis,
também, maiores ampliações, que podem atingir 106 vezes, alcançando as medidas da constante de
grade (0,2 a 0,5 mm). Para se ter uma idéia da ordem de grandeza das ampliações alcançáveis por
um MET, todo o volume em todo mundo, examinado pela microscopia de transmissão nos últimos 40
material a examinar, contendo todos os seus detalhes. A réplica tem sua superfície metalizada ou
revestida com uma fina camada de carbono, em uma câmara de vaporização a vácuo. A réplica é,
então, dissolvida e o filme metálico ou de carbono é irradiado. Quanto à técnica de lâmina fina, um
disco fino é atacado eletroliticamente até aparecer um furo. As bordas do furo, em forma de cunha,
serviços impõe que o material utilizado na sua confecção tenha determinadas propriedades mecânicas.
Estas propriedades exigidas pelas solicitações de serviço são as diretrizes para a seleção do material
são também realizadas visando a garantir ao consumidor o alcance do nível adequado de qualidade.
Com o objetivo de mensurar e/ou avaliar as propriedades mecânicas, bem como inspecionar
de uma amostra representativa do material, denominada corpo-de-prova (C.P.). É importante que o corpo-
76
de-prova seja representativo, uma vez que os valores determinados para o C.P. serão assumidos como
se fossem os do material que ele representa. Portanto, o local de retirada de corpo-de-prova deve ser
escolhido com grande cautela e sempre que possível apoiada em uma norma. Outro aspecto que deve
anisotrópicos, ou seja, suas propriedades variam conforme a direção em que elas são medidas. Assim,
aços planos laminados possuem uma resistência mecânica maior no sentido de laminação (longitudinal)
direção em que se deseja obter o valor da propriedade, que, normalmente, coincide com o eixo de
solicitação em serviço.
corpo-de-prova e todos os cuidados que devem ser tomados no sentido de assegurar a confiabilidade
dos resultados obtidos. Esta medida é de suma importância quando se deseja comparar valores
Normalmente, os corpos-de-prova têm seção circular ou retangular e suas dimensões devem estar de
acordo com normas de projetos ou especificações e também serem compatíveis, com as características
Seção IX. A norma ASME-Seção IX itens QW-150 e QW-462, por exemplo, estabelece as dimensões
das peças de teste assim como o local de retirada e o dimensionamento dos corpos-de-prova com o
Os corpos-de-prova mais utilizados nas normas são compostos por cabeças e parte útil, partes
estas que são unidas através de raios de concordância, conforme os exemplos a seguir, figuras 3.29.
77
Figura 3.29.a – Corpo-de-prova para o ensaio de tração com seção retangular.
sentidos opostos nas suas extremidades, podendo-se então, observar através dos instrumentos e/ou dispositivos
Das medidas simultâneas de (F) e de ( l ) efetuadas ao longo do ensaio, desde o seu início até a
ruptura do cp, resulta o gráfico tensão x deformação que traduz o comportamento do material durante
A explicação para este detalhe se apóia no fato de uma região soldada não ser exatamente
demonstrativa nem do metal de base nem do metal de solda. No processo de soldagem, as altas
78
Normalmente, o que se quer conhecer no ensaio de tração de materiais soldados é o seu
Assim como nos materiais laminados, utilizam-se os termos ensaio longitudinal e ensaio
transversal para caracterizar que o eixo longitudinal do cp é paralelo à direção do material (ensaio
longitudinal) ou ortogonal à direção de laminação (caso do ensaio transversal). Nos materiais soldados,
também, caracteriza-se a orientação dos corpos-de-prova em relação à solda, conforme pode ser visto
de aceitação variam pouco de uma norma para outra. Transcrevemos, a seguir, os que constam da
Para que o teste de tração seja aprovado, é necessário que o corpo-de-prova tenha
79
• O limite mínimo de resistência à tração especifica para o metal de base;
• O limite mínimo de resistência à tração do menos resistente dos metais de base, no caso de
• O limite mínimo de resistência à tração especificado para o metal de solda, nos casos em
que for permitida pela seção aplicável da norma, a utilização de um metal de solda com resistência à
teste deverá ser aprovado desde que a resistência determinada tenha um valor mínimo igual ou superior
Entre os ensaios mecânicos, um dos mais conhecidos e aplicados é o ensaio de dureza, que,
O ensaio de dureza é bastante simples e rápido, permitindo uma pronta leitura e análise dos
resultados. Este ensaio se baseia na medição de uma impressão produzida por uma carga e um
introduzido, lentamente, por um sistema mecânico ou hidráulico, garantindo uma penetração normal.
características inerentes aos diversos materiais. Desta forma, o conceito de dureza pode ser interpretado
por óticas distintas. Basicamente pode-se dividir o ensaio de dureza em três tipos principais:
• Por penetração;
• Por choque;
• Por risco.
A dureza por risco encontra aplicação apenas na área de mineralogia, enquanto que a dureza por
choque e, principalmente, a dureza por penetração são as mais utilizadas na Metalurgia e Mecânica.
80
Dureza de um material é a resistência por ele oferecida à penetração.
Em soldagem, o ensaio de dureza é muito útil, sendo que muitas especificações fixam os limites
desejáveis para esta propriedade no material base, ZAC e zona fundida de certos aços, limites que não
• ASTM E 10
E 18
E 92
• DIN 50351
50133
50103
NBR 6394
NBR 6672
A dureza por penetração, proposta por J.A. Brinell, em 1900, é a mais utilizada em Engenharia,
O método de ensaio consiste em comprimir, por meio de uma carga P, uma esfera de aço de
diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um corpo-de-prova ou peça, durante certo
intervalo de tempo.
Isso produzirá uma impressão permanente no metal, em forma de calota esférica, cujo diâmetro
d é medido com o auxílio de uma lupa graduada, com precisão superior ou igual a 0,1mm, depois de
removida a carga. O valor final do diâmetro d será a média de duas leituras, feitas a 900 uma da outra.
81
Figura 3.31 – Determinação da dureza Brinell.
A dureza Brinell, representada por HB, é definida, em kgf/mm2, como o quociente entre a carga
HB= 2P
π D [D- D2 - D2 ]
O ensaio-padrão é realizado, para metais ferrosos, com carga de 3000 kgf e com esfera de
10mm de diâmetro, que pode ser de aço ou de carboneto de tungstênio, se o material for muito duro
(HB>500).
Em metais moles, é possível diminuir a carga, assim como para peças muito pequenas, de
modo que não se tenham impressões demasiado profundas, nem excessivamente próximas às bordas
do corpo-de-prova.
essenciais:
• A espessura da peça em ensaio deve ser, no mínimo, igual a duas vezes o diâmetro da
impressão obtida;
• A peça em teste deve estar muito bem apoiada, para se evitar qualquer deslocamento no
• Cada impressão deve estar distante da(s) impressão(ões) vizinha(s) e/ou das bordas do corpo-
de-prova, no mínimo, 2,5 vezes o diâmetro. No caso de distância entre impressões, esta deverá ser
82
3.6.1. Representação dos resultados
a) Número de dureza, seguido pelo símbolo HB, quando o ensaio for realizado com:
• Esfera de 10mm;
• Tempo de 10 a 15s.
b) Fora dessas condições, o símbolo HB recebe um sufixo formado por números que indicam as
condições específicas de teste, na seguinte ordem: diâmetro da esfera, carga e tempo de aplicação.
Exemplo: 85 HB 10/500/30 significa número de dureza 85, medido com esfera de 10mm, carga
3.6.2. Cargas
Teoricamente, seria possível empregar quaisquer cargas ou esferas para determinado material,
b) A carga e o diâmetro da esfera dependem da dureza do material que será ensaiado. Temos,
então:
D2
D2
83
_P_ = 5, para durezas entre 15 e 70.
D2
D2
Tabela 3.1 – Para cada diâmetro de esfera existem, ainda, tabelas que relacionam os diâmetros das impressões e
cargas aos respectivos valores do número de dureza Brinell.
Um outro método de ensaio de dureza por penetração foi introduzido, em 1922, por Rockwell.
Consiste em fazer penetrar, na peça em teste, uma ponta constituída por uma esfera de aço
A penetração é precedida de uma pré-carga, que garante um contato firme com a superfície
do corpo-de-prova.
84
2a) Aplica-se a carga, que, somada à pré-carga, resulta na carga nominal do ensaio, e aguarda-
essenciais:
• O resultado do primeiro ensaio, após a troca do penetrador, não deve ser considerado, pois
ele é feito apenas para garantir o “encaixe” daquela peça em seu alojamento;
• Se a dureza do material em teste for desconhecida, é conveniente iniciar por uma escala mais
ficará inutilizado;
• A peça e a mesa de apoio devem estar limpas e bem assentadas uma sobre a outra.
Além disso, por ser rápido, encontra emprego tanto em linhas de produção quanto em laboratório.
85
No entanto, a espessura mínima, para o caso do ensaio Rockwell normal, é dez vezes a
profundidade de impressão, e o espaçamento entre indentações deve ser igual ou, no mínimo, três
Se a impressão perfurar a peça em teste ou puder ser notada em seu lado oposto, deve-se
Esse método foi proposto, em 1925, por Smith e Sandland, devendo seu nome ao fato de ter sido
a Companhia Vickers-Armstrong Ltda. que fabricou as máquinas mais conhecidas para o ensaio.
base quadrada e ângulo de 136º entre faces, sob determinada carga. O valor da dureza é o quociente
entre essa carga e a área da impressão, figura 3.32.
1,8544P (kgf/mm )
2
HB = P =
S d2
Onde
S = área de impressão;
P = carga aplicada;
86
A carga é aplicada, levemente, na superfície da peça em teste, por meio de um pistão movido
por uma alavanca e mantida, em geral, durante 10 a 15 segundos. A diagonal média da impressão é
medida com o auxílio de um microscópio. Ao executarmos um ensaio de Dureza Vickers, devemos ter
• O alinhamento entre o penetrador e a superfície do corpo-de-prova deve ser tal, que esta
As impressões Vickers, figuras 3.33, podem ocasionar erros quando não apresentam lados
• Impressão defeituosa por aderência de metal em volta das faces do penetrador, resultando
Figura 3.33 – (A) Impressão perfeita de dureza Vickers; (B) Impressão defeituosa:
“Afundamento”; (C) Impressão defeituosa: “Aderência”.
87
Os casos B e C exigem novo teste.
Para superfícies de formato esférico ou cilíndrico, o raio de curvatura interfere no valor real da
dureza, sendo necessário o uso de fatores de correção, estabelecidos conforme a relação d/D onde:
• Número de dureza, seguido pelo símbolo HV e por um outro número, que indica a carga
Exemplo: 440 HV 30 significa uma dureza Vickers de 440 sob carga de 30 Kgf, aplicada por
10 a 15 s.
• Número de dureza, seguido pelo símbolo HV, por um número que indica a carga e por outro
Exemplo: 440 HV 30/20 significa uma dureza Vickers de 440, sob carga de 30 Kgf, aplicada
por 20 segundos.
3.9.1. Cargas
Nesse sistema, as cargas podem ser qualquer uma, para determinado material, obtendo-se os
mesmos resultados. Recomenda-se, porém, o uso das seguintes cargas: 1, 2, 3, 4, 5, 10, 20, 30, 40,
Em função dessa carga e do valor da diagonal média obtido, o número de dureza Vickers é
88
3.9.2. Relação de conversão de dureza
Existem tabelas de conversão entre os vários métodos de ensaio de dureza, o que é muito
prático, visto que, freqüentemente, deve-se conhecer a dureza Brinell de uma peça, por exemplo, e se
Não se pode, no entanto, confiar em demasia nos resultados assim obtidos, porque sua
De qualquer modo, a despeito da restrição acima e considerando-se que a dureza não é uma
propriedade mecânica bem definida, as tabelas de conversão, de certo modo empíricas, são bastante
utilizadas.
Existe uma correlação aproximada entre os valores de dureza Brinell e Vickers e o limite de
resistência à tração de certos tipos de aços, que pode ser expressa pela fórmula:
Essa correlação é aproximada em virtude das diferenças entre composição química e processos
de fabricação dos aços, que afetam suas propriedades mecânicas.
89
Este ensaio é muito utilizado em normas e especificações de materiais como critérios de
aceitação, principalmente pela sua simplicidade e rapidez. Ele é particularmente recomendado para
impacto de um pêndulo liberado a uma determinada altura. A energia absorvida pelo corpo-de-prova
ser rigorosamente controladas para que os resultados sejam confiáveis, uma vez que estas afetam
• E - 23;
• ASTM E - 190;
• A - 370;
• E - 208;
• DIN 50 115;
os componentes estruturais contêm entalhes ou trincas de alguma espécie, introduzidas por projetos
(cantos vivos) ou acidentalmente (defeitos na solda). Estes defeitos são concentrados de tensões,
podendo induzir materiais frágeis à ruptura, a valores de tensão abaixo da tensão de escoamento.
Conforme foi definido, anteriormente, a tenacidade é medida pela área sob a curva tensão x
deformação no ensaio de tração (estado uniaxial de tensões). Esta definição tem pouco valor prático
no caso de fratura de materiais contendo trincas, uma vez que as tensões e deformações na vizinhança
imediata da ponta da trinca são difíceis de serem determinadas, uma vez que nesta trinca tem-se um
impacto.
Os ensaios de impacto são, também, utilizados para determinar a tendência que tem um
material de se comportar de maneira frágil, sendo capazes de detectarem diferenças entre materiais
90
Alguns dos ensaios de impacto mais utilizados são:
localizar a ruptura e produzir um estado triaxial de tensões quando submetidos à flexão por impacto,
• No ensaio de impacto Izod, figura 3,34, o corpo-de-prova é engastado por uma de suas
extremidades, sendo a outra extremidade golpeada pelo pêndulo na mesma face do entalhe,
figura 34b;
queda livre.
91
3.10.1. Equipamento utilizado nos ensaios de impacto Charpy e Izod
– figuras 3.35 e 3.36.
92
O Ensaio de Impacto é mais significativo quando realizado numa faixa de temperatura, de
forma que a temperatura de transição de comportamento dútil-frágil possa ser determinada. Portanto,
antes de descrevermos as principais fases dos ensaios já citados, faremos comentários sobre alguns
3.10.2. Temperatura
de um metal é bastante relevante. A energia absorvida pelo material no ensaio de impacto diminui com
o decréscimo de temperatura. A figura 3.37 ilustra o tipo de curva obtida em um ensaio de impacto
Na maioria dos casos, a queda na energia absorvida com o decréscimo de temperatura não
temperatura de transição.
É fundamental ter-se em mente que, na seleção de um material, no que diz respeito a propriedades,
como tenacidade ao entalhe ou tendência à fratura frágil, o fator relevante é a temperatura de transição.
Comparando-se as curvas E x T de dois aços distintos A e B (figura anterior), pode ser observado
que o aço A, na temperatura ambiente, apresente maior tenacidade ao entalhe (maior, absorção de
93
Quanto menor a temperatura de transição de um material, melhor o seu comportamento a baixas
temperaturas. Portanto, dá-se preferência ao material que apresente menor temperatura de transição.
Fraturas são classificadas em relação a várias características, tais como: deformação sofrida
até a fratura, aspecto cristalográfico da fratura e aparência da fratura. Vejamos o quadro 3.1, abaixo:
3.10.3. Entalhe
pode originar valores de tenacidade muito diferentes da verdadeira resistência do material ao impacto.
A usinagem do entalhe pode ser feita através de brochadeira, plaina ou fresa, e o controle
dimensional de seu perfil pode ser feito através de um projetor de perfis, figuras 3.38 e 3.39.
94
Figura 3.39 – Corpos-de-prova para ensaio de impacto: (a) Charpy, (b) Izod.
Acrescente-se, ainda, a recomendação das normas no sentido de que o ensaio de impacto deve
consistir de pelo menos três corpos-de-prova retirados de uma mesma peça de teste.
A norma que especifica os ensaios de impacto Charpy e Izod indica o local para retirada dos corpos-
de-prova, bem como a orientação do corpo-de-prova e a direção do entalhe relativa a esta orientação.
Na figura 3.40 e no gráfico 3.1, a seguir, pode-se observar, o efeito da orientação dos cps nas curvas de
impacto para aço laminado de baixo teor de carbono. Os corpos-de-prova a e b são longitudinais à direção
95
Figura 3.40 – Efeito da orientação do corpo-de-prova no ensaio de impacto e mostra a retirada
de corpo-de-prova em materiais soldados.
Gráfico 3.1– Observemos a orientação do cp em relação à região soldada e a retirada dos cps
a 2mm da superfície da chapa.
96
3.10.5. Controle da temperatura de ensaio
A temperatura deve ser controlada através de, pelo menos, dois medidores de temperatura,
que podem ser, por exemplo, do tipo digital ou de mercúrio. A parte sensora destes medidores deve
Os ensaios são especificados para serem executados em baixas temperaturas que podem ser
obtidas, facilmente, no laboratório pelo uso de fluidos refrigerados, tais como: água, gelo mais água,
gelo seco mais solventes orgânicos, nitrogênio líquido, ou gases frios. Os corpos-de-prova a serem
ensaiados à baixa temperatura devem ser mantidos na temperatura especificada por, no mínimo, cinco
Quando os cps são ensaiados em temperatura que não seja a ambiente, os corpos-de-prova
devem ser introduzidos na máquina e rompidos dentro de cinco segundos, de modo a minimizar a
refrigerante da cuba e seu posicionamento na máquina, pois, além de ter que ser feito no menor espaço
de tempo, o plano do entalhe tem que coincidir com o plano de centro do martelo.
Para a avaliação dos resultados dos ensaios de impacto Charpy e Izod existem diversos critérios
ensaio de pelo menos três corpos-de-prova. Isto se dá em razão da diversidade dos resultados obtidos
97
Um dos critérios utilizados para avaliação de resultados é aquele que leva em conta os valores
de energia absorvida pelos corpos-de-prova. Na norma ASTM a 370, por exemplo, valor médio da
energia absorvida deve estar acima do valor mínimo especificado para o material.
Ainda, segundo esta norma, não pode ser aceito mais que um valor abaixo do mínimo
2
especificado e em nenhum caso um valor que esteja abaixo de deste mínimo.
3
Um reteste de outros três corpos-de-prova terá que ser executado se for encontrado mais de
Para a determinação do percentual de cisalhamento podem ser utilizados dois métodos, ou seja:
1º - Medir o comprimento e a largura da porção de aparência brilhante da fratura, figura 3.41, para
determinar o percentual de cisalhamento (fratura dútil) através do uso da tabela 3.2, próxima página.
98
Tabela 3.2 – Determinação de percentual de cisalhamento.
Dimensão
8,mm
DIMENSÃO A ,mm
1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0. 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 7.5 8.0. 8.5 9.0 9.5 10
1.0 99 99 98 97 96 96 95 94 94 93 92 92 91 91 90 89 89 88 88
1.5 98 97 96 95 94 93 92 92 91 90 89 88 87 86 95 84 83 82 81
2.0 98 96 95 94 92 91 90 89 88 86 85 84 82 81 89 79 77 76 75
2.5 97 95 94 92 91 89 88 86 84 83 81 80 78 77 75 73 72 70 69
3.0 96 94 92 91 89 87 85 83 81 79 77 76 74 72 70 68 66 64 62
3.5 96 93 91 89 87 85 82 80 79 76 74 72 69 67 65 63 61 58 56
4.0 95 92 90 88 85 82 80 77 75 72 70 67 65 62 60 57 55 52 50
4.5 94 92 89 86 83 80 77 75 72 69 66 63 61 58 55 52 49 46 44
5.0 94 91 88 85 81 78 75 72 69 66 62 59 56 53 50 47 44 41 37
5.5 93 90 86 83 79 76 72 69 66 62 59 55 52 48 45 42 38 35 31
6.0 92 89 85 81 77 74 70 66 62 59 55 51 47 44 40 36 33 29 25
6.5 92 88 84 80 76 72 67 63 59 55 51 47 43 39 35 31 27 23 19
7.0 91 87 82 78 74 69 65 61 56 52 47 43 39 34 30 26 21 17 12
7.5 91 86 81 77 72 67 62 58 53 48 44 39 34 30 25 20 16 11 06
8.0 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 05 00
99
3.10.8. Critério da expansão lateral
Este critério se baseia na medição da expansão lateral, expressa em mm, que é acréscimo ou
quantidade de expansão da face oposta ao entalhe na direção do plano do entalhe, após ruptura do
mede a susceptibilidade do material à fratura frágil na presença de uma trinca, a uma dada temperatura.
O ensaio é utilizado para a determinação da temperatura de transição de ductilidade nula (NDT), que
é a maior temperatura onde ocorre propagação de uma trinca levando o material, sujeito a tensões no
regime elástico, a uma fratura frágil. Desta forma, o ensaio de queda livre é aplicável somente a materiais
Enquanto o ensaio de impacto Charpy e Izod permite uma avaliação qualitativa da tenacidade,
presença de uma trinca sem ocorrer a fratura. A diferença entre os dois ensaios está no fato de que, no
100
ensaio Charpy, o entalhe usinado e as dimensões do cp não conseguem simular as condições críticas
de restrição e severidades existentes pela presença de uma trinca no material. Daí, desenvolveram-se
da queda livre de um peso) em um corpo-de-prova contendo um cordão de material frágil, que tem a
finalidade de criar uma trinca natural no corpo-de-prova, semelhante às trincas que surgem como um
defeito de soldagem.
de queda livre são normalizados. A norma ASTM - E 208 padroniza o ensaio e os corpos-de-prova.
Quanto às dimensões, os corpos-de-prova podem ser três tipos, conforme a tabela 3.3 -
101
Os corpos-de-prova podem ser cortados, figura 3.44, a seguir, por qualquer processo desde
que este que este não superaqueça o material durante o corte. Tal cuidado é essencial para que se
a - Deve ser depositado um cordão de solda sobre a superfície do corpo-de-prova que deve
b - O consumível deve ser do tipo que deposite um metal de solda de características frágeis
e que junto com o metal de base garanta um entalhe metalúrgico, para possibilitar a formação de uma
trinca;
c - Após a soldagem, deve ser feito um corte com disco abrasivo transversalmente ao cordão
102
3.11.2. Método do ensaio
figura 3.45.
material, pelo apoio inferior do cp. Este é o procedimento prático para a avaliação da capacidade do
para gerar uma trinca por clivagem, no cordão de solda de características frágeis, que se inicia na raiz
do entalhe na solda e se propaga até a linha de fusão da solda. Conforme o dobramento continua (2º)
e a tensão imposta nas fibras externas aumenta até a tensão de escoamento, o material pode:
Quanto ao dispositivo de impacto, este deve ter características de robustez e rigidez que
assegurem uniformidade no impacto contra o corpo-de-prova. Tem que ser dotado de dureza maior
que 50 HRC e seu peso deve situar-se entre 23 e 136kg. O nível de energia envolvido no ensaio está,
comumente, entre 340 J e 1630 J. Este nível de energia é selecionado em função do limite de escoamento
103
Os diversos níveis de energia potencial são obtidos através do posicionamento do dispositivo
requerido quanto a este detalhe, ou seja, pode ser preparado o corpo-de-prova sem preocupação com
O ensaio de queda-livre avalia a capacidade de um aço de resistir aos esforços na zona elástica
Após o ensaio, os corpos-de-prova devem ser examinados e a avaliação dos resultados é feita
como abaixo:
a) Situação de quebra, figura 3.46, o cp é considerado quebrado quando a trinca atinge uma
borda ou as duas na superfície tracionada (lado de solda), não sendo, portanto, necessária a completa
104
b) Situação de não-quebra. O cp desenvolve uma trinca visível, figura 3.47, a partir do entalhe,
c) Situação de não-ensaiado. Condição em que a trinca não é visível após o ensaio ou quando
analisado segundo um ângulo predeterminado. Quanto mais agudo for o ângulo de dobramento, mais
da solda em função da ductilidade, evidenciada pela sua habilidade de resistir à propagação de trincas
e soldadores.
ASTM E 190
A 370
ABNT MB-5
105
O ensaio de dobramento, de fácil execução e muito utilizado em indústrias e laboratórios,
Ele consiste, basicamente, em dobrar um corpo de prova de eixo retilíneo e seção circular,
retangular ou tubular, assentado em dois apoios, separados por uma distância preestabelecida de
Este cutelo aplica um esforço de flexão no centro do corpo de prova, até que se atinja um
A carga, na maioria das vezes, não tem importância no ensaio, e o cutelo tem um diâmetro D,
variável e especificado.
Quanto menor o diâmetro D, mais severo o teste, existindo, mesmo, especificações de materiais
que pedem dobramento sem cutelo, ou seja, o corpo de prova é dobrado sobre si mesmo.
O ângulo a, que, geralmente, é de 90, 120 ou 180º, também determina a severidade do ensaio.
Atingido este ângulo, examina-se a olho nu a zona tracionada do corpo-de-prova, em busca de fendas,
trincas ou fissuras, cuja existência significa a rejeição do material. Igualmente será rejeitado o corpo-
106
Figura 3.49 – (a) e (b) Dobramento livre; (c), (d), (e), e (f) dobramento semiguiado.
A velocidade de ensaio não é, também fator importante, desde que não seja excessiva.
O corpo-de-prova poderá ser o produto acabado, ou parte dele, e os apoios devem ter
107
3.11.4. Orientação dos corpos-de-prova
de-prova, o qual é dobrado de modo que uma das superfície lateriais de solda torne-se convexa;
• Dobramento Transveral de Raiz: Semelhante ao anterior, mas é a raiz da solda que fica
tracionada;
fica tracionada.
• NORMA API 1104, a qual, em seu item 2.643, especifica que o ensaio é aceitável se não
ocorrerem, na solda ou entre esta e a zona de ligação, trincas nem defeitos maiores que 3,2m, ou
metade da espessura do material, prevalecendo o que for menor, medidos em qualquer direção. Trincas
originadas nas bordas do corpo-de prova durante os ensaios menores que 6,4mm, medidas em qualquer
direção, não devem ser consideradas, a menos que evidenciem a presença de outros defeitos.
108
• CÓDIGO ASME, SEÇÃO IX, item QW-163, que é quase igual à API 1104. Além dos requisitos
da API 1104, especifica que, para soldas de revestimento resistente à corrosão em chapas cladeadas,
não se permitem defeitos abertos maiores que 1,6mm, em qualquer das zonas da junta, ou defeitos
Neste ensaio um corpo-de-prova soldado tem sua raiz tracionada de forma a dobrar ou fraturar o
corpo-de-prova.
• API 1104;
• AWS D1.1.
Também chamado, em algumas normas estrangeiras, “FILLET Weld Break Test”, “Fracture Test’
ou “Nick Break Test” , é, geralmente, previsto como requisito para a qualificação de procedimentos de
soldagem e de soldadores. O ensaio pode consistir no dobramento de uma parte do corpo-de-prova sobre
a outra, de modo que se tracione a raiz da solda, ou no rompimento da solda, a partir de um entalhe.
Em ambos os casos, é feito exame visual quanto à penetração na raiz e á presença de trincas e
inclusões.
109
Figura 3.50 – Corpos-de-prova para o ensaio de fratura.
os requisitos para a aceitação do ensaio variam pouco de uma norma para outra. o código
ASME, Seção IX, considera-o aceitável, se não surgirem trincas ou falta de penetração na raiz e se a
A norma AWS D1.1 determina que a solda em ângulo da peça de teste deve ter aparência
penetração. Fixa a dimensão de poros isolados, bem como a área máxima por eles ocupada. Estabelece,
também, as dimensões máximas para inclusões de escória e a distância máxima entre elas.
110
3.14. Ensaios de Integridade de Equipamentos
a parede de recipientes, reservatórios de pressão, tubulações, etc. Utilizamos como medida para um
Aumentar gradativamente até atingir a pressão de teste hidrostático (1,3 vez a pressão de projeto
segundo ASME VIII div. 1 e 2). Permanecer nesta pressão durante 30 minutos, no mínimo. Por motivo
de segurança, nenhuma inspeção deve ser executada nesta pressão. Pessoal e equipamento devem
ficar em local seguro. Abaixar a pressão até 65 % e executar nova inspeção. Reduzir gradativamente
até a pressão atmosférica e abrir os bocais superiores para evitar vácuo no esvaziamento. O menor
A água utilizada no teste deve ter o tratamento necessário para evitar a corrosão interna do
equipamento e sua temperatura deve ser maior que 15 °C ou estar compatível com a temperatura de
projeto, para os equipamentos operando a baixa temperatura. Caso a temperatura da água esteja próxima
do limite mínimo, devem ser instalados termômetros na região inferior do equipamento. Após o teste,
deve-se drenar, secar e limpar completamente o equipamento. A água drenada deve ser descartada
(Ensaio de Nekal), com câmara de vácuo (por ex: no caso de cordões de solda em fundos de tanques).
111
Figura 3.51 – Ensaio de estanqueidade com câmara de vácuo.
(Cl, Br, F)
- menor índice de vazamento comprovável:
112
3.14.5. Processo de detecção de vazamentos por ultra-som
Os fluidos que saem por pequenas aberturas produzem vibrações moleculares na faixa
de freqüência do ultra-som (36-44 kHz). Estas são detectadas por um microfone direcional e um
amplificador.
garantam um nível, aceitável na qualidade deste produto. Planeja-se, da mesma maneira, os métodos
necessários ao controle dos processos em cada etapa de fabricação, bem como os sistemas de detecção
de descontinuidades contidas nos produtos e que podem até provocar a rejeição do mesmo. Nestes
sistemas operam os ensaios não-destrutivos (END’s), um conjunto de exames que visam à detecção
equipamento e que poderiam levá-lo a uma fratura, muitas das vezes, de forma catastrófica.
Seu principal objetivo é detectar descontinuidades superficiais que, por suas dimensões e
localização, dispensam outros métodos de exame. Indicam também pontos onde provavelmente serão
encontradas descontinuidades, servindo assim como subsídio para a execução de outros ensaios. Pode,
ainda, analisar a existência de defeitos de geometria num exame realizado antes da soldagem.1
1
ESTE tema será abordado na unidade inspeção visual e dimensional.
113
Vantagens
• Simplicidade (exige apenas boa iluminação, limpeza adequada da superfície a ser inspecionada
completar-se a soldagem;
• Realizado antes de outros ensaios, aumentam a eficiência destes, reduz o custo da obra pois
Limitações
inspetor;
projeto.
No caso específico de juntas soldadas, é possível determinar, entre outros parâmetros, os valores
do ângulo do chanfro, perna de solda, garganta, abertura da raiz, altura do reforço etc. 2
Seu precursor foi o teste que se fazia em partes de vagões e locomotivas, os quais eram mergulhados
em um tanque contendo óleo e querosene, durante um determinado tempo. A seguir, era executada uma
2
ESTE tema será abordado na unidade inspeção visual e dimensional.
114
limpeza com um pano embebido em querosene e se procedia a pintura com uma solução de giz e álcool
que revelava as descontinuidades existentes após a vibração da peça por meios mecânicos.
O exame consiste em aplicar um líquido com grande poder de penetração sobre a superfície
Esse líquido irá penetrar nas falhas existentes na superfície. Após um determinado tempo, a
superfície deverá ser limpa e seca, a fim de que somente permaneça o líquido retido na(s) falha(s). A
seguir lança-se na superfície um pó branco (talco), que absorve o líquido preso nas falhas onde penetrou,
115
3.17.2. Finalidade do ensaio
O exame por líquido penetrante tem por finalidade detectar falhas abertas na superfície dos
materiais e peças, principalmente as imperceptíveis a olho nu. Em princípio, esse exame pode ser
aplicado em qualquer material sólido, desde que não seja poroso, nem que tenha a superfície muito
irregular.
austenítico, ligas de níquel, ligas de titânio, berílio, zircônio, cerâmica, vidros e plásticos.
Para materiais magnéticos, é preferível utilizar o método de inspeção por partículas magnéticas,
Podemos dividir o ensaio por líquido penetrante em seis etapas básicas, a saber:
Antes de ser iniciado o exame, a superfície deve ser limpa e seca. Cuidados especiais devem
ser tomados quanto a presença de água, óleo e sujeiras, por “mascararem” o resultado.
Aplicação do penetrante
Consiste na aplicação de um líquido que penetrará, por capilaridade, nas imperfeições que
porventura existam.
É necessário aguardar um certo tempo, que varia conforme as condições de ensaio, tipo de
inspeção.
Devemos, então, remover o excesso do líquido deixando apenas o que penetrou nas imperfeições.
116
Revelação
Este pó fino recebe o nome de revelador e age como um mata-borrão, sugando o penetrante
Deve ser previsto um certo tempo de revelação, para garantir o sucesso do ensaio, mesmo que
comecem a surgir indicações logo após a aplicação do revelador. Este tempo é função das condições
Inspeção
A inspeção deve ser feita em boas condições de iluminação e a análise dos resultados deve,
Após esta etapa, é elaborado um relatório escrito, que, em linhas gerais, conste as condições
Limpeza final
A última etapa é a limpeza de todos os resíduos do ensaio, que podem prejudicar o trabalho
117
Figura 3.54 Figura 3.55
118
3.17.4. Classificação dos Métodos de Ensaio Quanto ao Tipo de
Penetrante
Quanto à cor
Nos penetrantes fluorescentes, as indicações, após a revelação, deverão ser observadas com
Assim se classificam os penetrantes cujo excesso é removido por água, exigindo secagem
Penetrantes altamente sensíveis e não laváveis a água podem ser utilizados para assegurar a
O excesso de penetrante, porém, necessita ser retirado, e, para isto, usa-se o emulsificador,
119
Removível por solvente
A remoção é efetuada com um pano levemente umedecido com solvente, que se passa sobre
a superfície do material.
• Material, tamanho, condições superficiais e processo de fabricação da(s) peça(s) por ensaiar;
Vantagens
• Baixo custo;
Desvantagens
120
3.17.6.2. Método fluorescente
Vantagens
Desvantagens
• O penetrante lavável a água não permite mais que uma inspeção no mesmo local e é afetado
Deve-se trabalhar em locais arejados e de preferência usar luvas de borracha, quando for ne-
Luz Negra
Devemos cuidar para que os filtros estejam em boas condições e, de qualquer modo, convém
não olharmos diretamente para a(s) lâmpada(s), pois podem prejudicar, parcialmente, a visão.
Vantagens
• É um exame rápido, de fácil execução e baixo custo;
121
• Não há limitações quanto a forma e tamanho das peças por ensaiar;
• Não deve ser usado em superfícies quentes ( > 65°C), pois pode provocar a evaporação do líquido;
• Não pode ser usado em superfícies frias ( < 15°C), pois pode dificultar a penetração;
3.18.1. Finalidade
O método de ensaio não destrutivo por Partículas Magnéticas destina-se a localizar descon-
Ele se baseia no fato de que, quando uma peça está magnetizada, as descontinuidades situa-
das transversalmente a esse campo magnético geram, em contato com partículas ferromagnéticas
finamente divididas, uma “imagem”. Esta imagem constituída pelo alinhamento dessas partículas sobre
122
3.18.2. Etapas do ensaio
O método de ensaios por partículas magnéticas pode ser dividido em três etapas básicas:
O campo magnético no interior da peça deve ser direcionado de forma que intercepte a(s)
descontinuidade(s).
Quando ocorre essa interceptação, uma parte do campo, escapa para a atmosfera, formando
A intensidade dessa fuga é que determina a forma como a descontinuidade irá aparecer. Quanto
Após a peça ter sido magnetizada, é feita a aplicação das partículas magnéticas na superfície
que se deseja examinar. Elas sofrerão influência do campo magnético, evidenciando quaisquer
descontinuidades.
Exame da superfície
O exame da superfície ensaiada requer boa iluminação, bem como uma boa visão por parte
do inspetor.
O inspetor marca o local da(s) indicação(ões) e com base em normas específicas, aceita ou
123
3.18.3. Classificação do ensaio
a) Técnica do Yoke
Os Yokes são núcleos em forma de U com uma bobina enrolada na sua base. Figura 3.63.
Podemos utilizar corrente alternada ou contínua, porém é mais usual o uso da alternada, sendo
Esta técnica consiste na injeção de corrente na peça através de dois eletrodos alimentados,
figura 3.64.
124
Figura 3.64 – Técnica de eletrodos.
c) Técnica da bobina
125
d) Técnica do contato direto
a) Coloridas ou visíveis: onde as cores mais usuais são o branco, amarelo, vermelho, cinza e
preto;
b) Via úmida: quando as partículas são aplicadas numa suspensão líquida. Os líquidos mais
126
3.18.4. Vantagens e limitações do ensaio
Vantagens
Limitações
A medição de espessuras é a utilização mais freqüente do ensaio por ultra-som, figura 3.67. A
importância deste ensaio deve-se primeiro ao fato de não necessitar do acesso à parede oposta para
de parada do mesmo.
treinamento e experiência profissional pode se habilitar a executar o ensaio, além da rapidez na sua
execução.
127
Figura 3.67 – Aparelho de ultra-som.
3.19.2. Aparelhos
modelos. Nos últimos anos as principais inovações introduzidas nos aparelhos foram a possibilidade de
O armazenamento das medições realizadas representa um ganho importante pois evita o erro na
transcrição da medida e pela possibilidade da transferência direta dos dados para um computador.
A correção do caminho em V eliminou uma possibilidade de erro na execução do ensaio que
existe com aparelhos antigos. Os aparelhos antigos, uma vez calibrados no bloco de 5 mm, não tinham
linearidade para realizar a medição em toda a faixa de espessuras. Os novos aparelhos que corrigem
o erro do caminho em V se mantêm lineares em toda a faixa de espessura indicada para o cabeçote.
3.19.3. Cabeçotes
cabeçotes tipo normal para a medição de espessuras muitos finas (0,01 a 1 mm) e outras aplicações.
128
Os cabeçotes normalmente utilizados em medição de espessuras são projetados para uma determinada
série de aparelhos, não sendo recomendado, e na maioria das vezes possível, utilizar o cabeçote de
A seleção do cabeçote é uma função da faixa de espessuras a ser medida, do material da peça
e da sua temperatura.
• Verificar se o bloco de calibração está aferido (A norma Petrobras N-1594, por exemplo, requer
que a espessura do bloco de calibração seja aferida com uma precisão de 0,05 mm).
a) Ajustar a velocidade do som para o material a ser medido, conforme instruções do aparelho;
calibração ± 25%) englobe as espessuras a serem medidas (o padrão embutido no aparelho geralmente
é de 5 mm de espessura);
c) Acoplar o cabeçote sobre o bloco de calibração com um acoplante (alguns aparelhos têm
luz indicativa do acoplamento);
d) Ler a medida após a espera de alguns segundos para a estabilização da leitura (alguns
e) Caso a medida lida no aparelho não corresponda a medida real do bloco, ajustar no controle
f) Repetir três vezes as etapas (c) e (d) para confirmar a correta calibração, repetindo a etapa
129
3.19.6. Preparação da superfície
A superfície da peça a ser medida deve estar limpa e livre de tintas, carepas, óxidos e quaisquer
outras impurezas que possam interferir no acoplamento do cabeçote e na precisão das medidas. A
3.19.7. Acoplante
Normalmente, utiliza-se graxa ou óleo da linha automotiva como acoplante. No caso de medição
130
No caso de medição de espessuras em tubulações e outras peças cilíndricas, deve-se observar
linha de separação dos cristais do cabeçote deve ficar transversal ao eixo do tubo figura 3.68.
A medição de espessuras a quente (temperatura da peça entre 60 e 550 ºC) é realizada com
as seguintes considerações:
• O cabeçote permanece acoplado por poucos segundos e é resfriado com água imediatamente
da peça e utilizando-se a equação 3.1 (as temperaturas devem ser medidas com pirômetro de contato
aferido).
131
Va - k * ∆t
er = emq
Va
Equação 3.1
Onde:
(aproximadamente 1m/s/ºC)
O ensaio por ultra-som é um método não destrutivo em que ondas sonoras de alta freqüência
(acima de 25 KHz) são introduzidas no material em teste, detectando descontinuidades no seu interior.
Essas ondas sonoras viajam através da peça, com pequenas perdas, sendo refletidas cada vez que
muda a densidade do meio, sendo os pontos, em que isso ocorrem, denominados interfaces.
A onda refletida é, então, analisada para que se determine a presença e localização de eventuais
falhas.
As ondas ultra-sônicas são geradas por cristais capazes de transformar energia elétrica em
mecânica e vice-versa.
Os cristais que possuem essa propriedade são denominados piezelétrico. E, quando utilizados
132
3.20.2. Equipamentos necessários para o exame por ultra-som
Detetor
Embora a nomenclatura utilizada pelos diferentes fabricantes possa variar, certos controles são
requeridos para as funções básicas de qualquer equipamento para exame por ultra-som. Figura 3.69.
Na maioria dos casos, todo este conjunto é montado em um único instrumento, que chamaremos
Cabeçotes
O cristal piezelétrico é alojado, juntamente com um bloco amortecedor, uma bobina sintonizadora
de freqüência e um conector, em uma pequena carcaça. Este conjunto é conhecido como cabeçote.
Figura 3.70.
133
Existem três tipos de cabeçotes:
a) Cabeçote normal
Recebe este nome, pois o cristal está situado num plano paralelo à superfície da peça em
exame, fazendo com que o som penetre numa direção perpendicular (normal) a mesma, figura 3.71.
b) Cabeçote duplo-cristal
É composto de dois cristais, um agindo como emissor e outro como receptor, dispostos em um
134
c) Cabeçote angular
Compõe-se de um cristal disposto em ângulo em relação ao plano da peça que será examinada.
Os cabeçotes angulares mais usuais para aços são os de 45º, 60º e 70º. Figura 3.73.
Cabo de ligação
Para se realizar o ensaio por ultra-som, é necessário o uso de acoplante entre o cabeçote e
a peça, pois o ar é um mau transmissor de ondas sonoras e mesmo uma pequena camada presente
Os acoplantes normalmente utilizados são feitos a base de óleo, graxa ou glicerina, devendo
135
3.21. Técnica de Exame
Tendo sido introduzida uma onda em uma peça, mediante um cabeçote é possível medir, na
parede oposta ao corpo de exame, “quanto” dessa onda conseguiu atravessar e, por meio disso, avaliar
a presença de descontinuidades.
A recepção na parede oposta é feita por outro cabeçote, idêntico ao que emitiu a onda sonora,
3.21.2. Pulso-eco
Na inspeção pela técnica pulso-eco, as ondas ultra-sônicas são disparadas a intervalos regulares
Se esses pulsos encontrarem uma superfície refletora, uma parte ou a totalidade das ondas será
refletida, gerando um eco no aparelho, onde é medido o intervalo de tempo entre a emissão e a recepção.
O transdutor emite um sinal para o detetor gerando na tela do aparelho um eco que pode ser
de fundo ou de defeito.
136
Figura 3.75 Figura 3.76
Pulso-eco.
Na inspeção de juntas soldadas, podem ser utilizados os três tipos de cabeçotes já vistos.
Contudo, os tipos normal e duplo-cristal têm a mesma finalidade, qual seja, detectar dupla-
Já os cabeçotes angulares encontram emprego na inspeção dos cordões de solda pois, para
As descontinuidades internas em juntas soldadas detectáveis pelo exame por ultra-som são:
137
3.23. Vantagens e Desvantagens do Ensaio por Ultra-
Som
Vantagens
• Não é perigoso para o operador, ou para as pessoas que trabalham nas proximidades.
Desvantagens
ensaios;
• Peças cuja forma, tamanho, geometria e rugosidade superficial impeçam o perfeito acoplamento
• A granulação grosseira de certos metais pode dispersar o som, gerando sinais que perturbam
o exame;
O exame radiográfico é um método não destrutivo que se baseia na absorção, pela peça em
138
Figura 3.79 – Exame radiográfico.
as várias partes de uma mesma peça podem ser mais ou menos permeáveis à radiação incidente. Se
colocarmos um filme na face posterior da peça em exame, obteremos, após a revelação, uma imagem
do material, representada por área mais clara e mais escura, correspondentes às partes do filme que
sofreram incidência de menor ou maior quantidade de energia radiante, respectivamente.
de substâncias menos absorventes serão, geralmente, evidenciadas por sombras escuras, enquanto
que as regiões mais espessas, ou contendo substâncias mais absorventes, apresentarão tonalidade
mais clara.
A radiografia é utilizada para determinar características de partes da peça que exibem diferenças
falhas internas.
139
3.24.3. Natureza das radiações x e γ
Figura 3.80.
Da mesma forma que a luz, os Raios X, propagam-se em linha reta e impressionam emulsões
• São invisíveis;
Outra maneira de estabelecer esta distinção é através das fontes que produzem os raios.
Os Raios X são produzidos quando elétrons em alta velocidade colidem com um alvo sólido.
Figura 3.81.
140
No tubo de raios X, os elétrons são gerados pelo filamento, quando aquecido por uma corrente
elétrica, que os dirige até o alvo, constituído por uma placa de tungstênio.
O conjunto é montado num tubo de vidro, onde se faz vácuo de 10-2 à 10-3 mm Hg, ocorrendo
a aceleração dos elétrons pela elevada diferença de potencial elétrico entre o filamento e o alvo.
e os últimos não.
Alguns átomos contêm maior número de nêutrons que outros do mesmo material.
Tais átomos recebem o nome de Isótopos e são instáveis, isto é, tendem a se transformar por
desintegração do núcleo, emitindo Raios α, β e γ. Os dois primeiros têm baixo poder de penetração em
sólidos, já os Raios γ são ondas eletromagnéticas de baixo comprimento de onda e com as mesmas
é necessário refrigerar este alvo. Por outro lado, a eficiência na produção dos Raios X é proporcional ao
número atômico do material de que é feito o alvo (preferencialmente o tungstênio). O alvo é ligeiramente
inclinado com a direção do feixe de elétrons (± 20º), para facilitar a obtenção de uma boa imagem.
O painel de controle possui instrumentos que permitem ao operador controlar a emissão sem
se aproximar do tubo.
Os aparelhos de Raios X são classificados de acordo com o seu potencial máximo (medido em
KV). A tabela 3.4, a seguir, orienta a escolha do aparelho apropriado para cada tipo de serviço.
141
Potencial máximo (KV) Tela intensificadora Aplicação e limites aproximados de
espessura em mm
Metais em pequenas espessuras,
50 SEM grafite e Berilo. Espessuras médias e
pequenos componentes eletrônicos,
plásticos, madeiras.
20 mm em Alumínio
150 SEM CHUMBO
25 mm em Aço
FLUORESCENTE 40 mm em Aço
FLUORESCENTE 75 mm em Aço
400 CHUMBO 75 mm em Aço
FLUORESCENTE 100 mm em Aço
1000 CHUMBO 100 mm em Aço
FLUORESCENTE 200 mm em Aço
2000 CHUMBO 200 mm em Aço
8 a 25 MEV CHUMBO 400 mm em Aço
aparelho manualmente, o potencial máximo fica limitado a cerca de 300KV, pois, para esta capacidade,
Como a emissão de Raios γ não pode ser controlada, é necessário conservar as fontes em
Para sua movimentação, elas são equipadas com dispositivos mecânicos, magnéticos ou
pneumáticos, que permitem que o operador não fique exposto nem receba dose excessiva de radiação.
A figura 3.82, abaixo, mostra um irradiador portátil, que é como se denomina o conjunto portátil
142
Figura 3.82 – Irradiador portátil.
Dos isótopos radioativos, o cobalto 60 e o irídio 192 são os mais utilizados em radiografia industrial
por causa de sua meia-vida, embora existam outras fontes, como pode ser verificado na tabela 3.5:
Energia (MeV) 0,084 e 0,054 0,137 e 0,651 0,66 1,17 e 1,33 0,24 e 2,20
Atividade específica Baixa Alta Baixa Alta Baixa
Custo Alto Baixo Médio Baixo Alto
Quanto maior a atividade específica, mais adequado é o isótopo para a inspeção radiográfica.
143
3.26. Comparação entre os Raios X e γ
• O aparelho de Raios X permite regulagem do poder de penetração, por meio do controle da corrente
elétrica, o mesmo não ocorrendo com o de Raios γ, onde é necessário mudar a fonte radioativa;
• A qualidade da imagem radiográfica obtida pelos Raios X é superior à dos Raios γ, pelo fato
elétrica, restringindo seu uso a locais onde exista energia elétrica disponível;
• Para espessuras acima de 90mm, o poder de penetração dos Raios X cai sensivelmente, se
• As instalações para uso dos Raios γ são bem mais baratas que as de Raios X;
• Caso o local de inspeção apresente dificuldades de acesso é, muitas vezes, preferível utilizar
• A maior vantagem dos Raios γ é a sua fonte, que emite em todas a direções, permitindo efetuar
144
UNIDADE IV - TÉCNICAS DE INSPEÇÃO
DE PINTURA INDUSTRIAL
Introdução
proteção dos metais contra a corrosão. A superfície metálica protegida pelos revestimentos orgânicos
e as industriais. As tintas arquitetônicas são as aplicadas na construção civil. Aqui, nos dedicaremos
às tintas usadas para a proteção dos materiais metálicos e iniciaremos por uma breve discussão sobre
corrosão.
Corrosão pode ser definida como a deterioração que ocorre quando um material ( normalmente
um metal ) reage com o seu ambiente, levando à perda de massa e de suas propriedades.
A corrosão é a volta do aço ao seu estado inicial, ou seja, o ferro na sua forma bruta, como é
encontrado na natureza.
geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos.
Todos os materiais metálicos estão sujeitos a corrosão se o meio for suficientemente agressivo.
ideais na reação.
145
O oxigênio está no ar atmosférico (20%) e a água pode estar presente na forma líquida ou de
vapor. A simples umidade do ar fornece a água necessária para propiciar condições para que a reação
se realize.
As perdas diretas são: custo de substituição de peças e equipamentos que sofreram corrosão,
incluindo-se energia, a mão de obra, custo de manutenção dos métodos de proteção (revestimentos
As perdas indiretas são mais difíceis de serem avaliadas, mas pode-se afirmar que, em muitos
casos, totalizam custos mais elevados que aqueles causados por perdas diretas. Podem-se citar, como
equipamento;
• Estima-se que cerca de 25% da produção mundial de ferro têm a finalidade de suprir, através
de substituição, todo efeito causado pela corrosão, o que evidentemente ocasiona consumo de
reservas naturais, nesse caso, de minério de ferro, carvão, usados como redutor no processo
metalúrgico.
146
4.1.2. Formas e mecanismos de corrosão
A corrosão pode ocorrer, quanto ao seu aspecto, de diferentes formas. A caracterização da forma
de proteção.
• Uniforme: a corrosão se processa por toda a extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme
• Placas: corrosão localizada em regiões de superfície metálica e não em toda sua extensão
metálica, produzindo pites, que são cavidades que apresentam profundidades, geralmente,
maiores que seus diâmetros. Em decorrência do aspecto, tem-se a conhecida corrosão por
ocorre geralmente em superfícies metálicas com revestimentos metálicos (estanho, níquel etc.)
147
e revestimentos mais permeáveis à penetração de oxigênio e água. Ela se inicia, geralmente,
em riscos ou falhas em revestimentos, que atinjam a superfície metálica. Embora não ocasione
grande perda de massa do material metálico, produz nas superfícies pintadas os filamentos
material metálico;
de um eletrólito;
produto de corrosão, restando a grafite intacta. Observa-se que a área corroída fica com aspecto
escuro, característico da grafite, que pode ser facilmente retirada com espátula. Em tubulações
de ferro fundido para condução de água potável, observa-se que, mesmo com corrosão grafítica,
metálicas;
dureza do metal, nível de tensões de tração desenvolvidas e contato com o meio corrosivo;
148
• Dezincificação: é a corrosão que ocorre em ligas de cobre-zinco (latões) observando-se o
solda. Ocorre, geralmente, em aços inoxidáveis com teores de carbono maiores que 0,03%.
orgânica contínua, aderente e quimicamente inerte, entre a superfície metálica e o meio corrosivo;
além disso, permitem a modificação completa da aparência e da cor da peça tratada, resultando, além
sua inércia química no meio corrosivo, da boa adesão da aplicação. Desde que o revestimento seja
e emulsões. São chamados, genericamente, de tintas e podemos aplicar esta denominação a qualquer
composição pigmentada, pastosa ou líquida, que aplicada em finas camadas sobre uma superfície,
A distinção nítida entre estes principais tipos de revestimentos tornou-se impreciso como aumento
da diversidade e complexidade das modernas formulações. Com espessura bem maior e diferentes
149
Os revestimentos orgânicos são constituídos dos seguintes componentes:
nos componentes da mistura. Visam a dar a cobertura do metal base, dar a cor desejada e
é um líquido não volátil (óleos secantes, resinas naturais ou sintéticos ou misturas destes) que
seja capaz de formar uma película sólida depois de aplicado em finas camadas, ao mesmo
• Aditivos: São vários e dois exemplos são: as cargas, que são materiais com funções diversas,
como baratear a mistura, espessá-la etc.. Os secadores são agentes catalíticos para acelerar
4.3. Pigmentos
Respondem pela cor e opacidade (poder de cobertura) dos revestimentos orgânicos, aumentam
sua impermeabilidade à umidade e aumentam sua resistência aos agentes atmosféricos e ao desgaste.
Além disso, encorpam as tintas, afetando sua viscosidade (e, portanto, seu escoamento), permitindo
revestir de maneira uniforme superfícies verticais ou desiguais. O tamanho das partículas de pigmentos
normalmente usados variam de 0,1 a 5,0 mícrons, em diâmetro médio. Os pigmentos inorgânicos mais
importantes são:
Óxido de ferro;
Óxido de zinco;
150
Outros – O litopônio é uma mistura de cerca de 30 % de sulfato de zinco e o restante é sulfeto
Apresentam enorme poder tintorial e por isso são usados em associação com pigmentos
inorgânicos que fornecem a cobertura necessária. São inúmeros, permitindo uma gama extraordinária
catódica só pode ser feita por pigmentos metálicos de um metal menos nobre que o aço ou ferro.
do pigmento devem estar em contato íntimo com a superfície do metal base (para permitir o fluxo de
difusão das tintas à base de alumínio em pó é devido a sua aparente, impermeabilidade à umidade e à
absorção dos raios ultravioleta. Esta absorção protege o veículo ou ligante da decomposição. Assim,
as tintas à base de alumínio não são usadas na primeira camada, mas sim nas camadas de cobertura
Os pigmentos inibidores da corrosão entram na composição dos primers, pois além de inibir
do metal.
à penetração da umidade, sua resistência à corrosão e suas propriedades óticas (absorção a reflexão
da radiação incidente).
151
4.4. Cargas
São compostos inorgânicos que, finamente moídos, são adicionados com os pigmentos para
melhorar algumas características da mistura e baratear o produto final. Estes compostos são: o talco,
carbonato de bário e sicilato de cálcio precipitados, a barita, o caulim, o quartzo e a mica. Além de
afetar (reduzir o custo) alteram o peso específico, a durabilidade, o brilho, as propriedades reológicas
• Secadores: São agentes usados para acelerar a secagem, isto é, a polimerização completa
do ligante.
• Agentes tixotrópicos e de sustentação: Atuam sobre o escoamento da tinta, tão logo cesse
formaldeido.
4.5. Solventes
do filme, e no aspecto final do revestimento. Influindo no custo interfere assim no processo de aplicação.
Este, realmente, não é o agente mais adequado para dispensar o polímero, mas não interfere nesta
152
4.6. Formação de Películas
uma camada sólida sobre o metal e que pode ser obtida por vários processos, cada qual aplicado a
definidos componentes.
uma série de reações químicas ou simplesmente a evaporação do seu solvente ou afinador específico.
Em ambos os casos, o filme seco consiste de moléculas polimerizadas, orientadas em certa extensão
pela presença da superfície metálica. A polaridade das moléculas que provoca esta orientação afeta a
adesão da película à superfície metálica. Quanto maior a polaridade, melhor será a adesão.
figura 1, (poli =muitos e mer = parte) resultam da reação em cadeia de moléculas, chamadas monômeros
(uma parte), que reagem entre si. Os monômeros, que antes da reação são constituídos de moléculas
Polímero é uma macromolécula de elevado peso molecular (este peso é variável e controlável no processo
químico e cresce de modo a se obter as propriedades físicas adequadas) - Ver figura 4.1. Em geral,
uma macromolécula de um polímero conta com mais de mil unidades (moléculas) do monômero. Esse
153
4.7. Termoestáveis (ou Termofixos)
Os monômeros são moléculas tri ou polifuncionais, também de baixo peso molecular. Com o
aquecimento e/ou adição de catalizador (cura), os grupos polifuncionais presentes nas moléculas se
interligam através de fortes ligações primárias, resultando uma rede tridimensional, que constitui uma
única macromolécula gigante. Se aquecida novamente, não pode mais amolecer (daí o seu nome), pois
Daremos a seguir uma descrição resumida dos principais materiais usados na prática, dividindo-
thinner) e, geralmente, contém como constituinte resinoso um polímero termoplástico, cuja polimerização
• Lacas nitrogenadas;
• Lacas vinílicas;
• Resinas acrílicas;
• Borracha clorada;
• Resinas betuminosas.
formulações, de modo a permitir diferentes processos de aplicação e obtenção da película sólida. Entre
Lacas
em solventes adequados e com grandes adições de resinas alquídicas, lacas de derivados de borracha,
acrílicas e asfaltos são também difundidas.
154
A secagem das lacas é baseada na evaporação do solvente e, por isso, este deve ser selecionado
Dispersões e emulsões
divididos ou de partículas de sólidos resinosos em água ou meios orgânicos, estabilizados com agentes
Nestes, a cura final se processa após a aplicação. São compostos por óleos não saturados
Os principais são:
Óleos secantes:
Os óleos mais empregados são os de linhaça, de soja, de tung e de mamona, menos usados
Nesta categoria de revestimento, convém lembrar os vernizes, que são materiais muito
empregados no acabamento de metais e de madeiras. São misturas de óleo secante, de uma resina
e um solvente. Após a aplicação, o solvente se evapora e a mistura óleo resina oxida-se e polimeriza
Resinas:
Tanto as resinas naturais como quase todas as sintéticas podem ser usadas como base de
revestimento orgânico. As resinas termoestáveis usadas como revestimento são elaboradas de modo a
se deter a polimerização nos estágios iniciais para se conseguir a solubilidade adequada nos solventes
ordinários e boa compatibilidade com os óleos e outras resinas. As resinas sintéticas são, em geral,
caracterizadas pela elevada resistência aos agentes atmosféricos e a ação dos corrosivos químicos, a
155
película é elástica, tem boa adesão especialmente em superfícies metálicas, alto lustre e alta estabilidade
• Resinas alquídicas;
• Esmaltes sintéticos;
• Resinas epóxi;
• Silicones;
• Resinas poliuretanas.
Qualquer revestimento independente da sua finalidade; deve ficar muito bem aderido ao metal-
base durante longos intervalos de tempo. O primeiro requisito para uma perfeita aderência é o que
o revestimento entre em contato direto com o metal. Se isto for possível (pela limpeza adequada), o
campo eletrostático dos átomos da superfície metálica interage prontamente com os dipolos elétricos
espécies, formas e tamanhos; esta heterogeneidade é uma característica essencial para a formação
de películas. Estas misturas contêm moléculas e agrupamentos moleculares que, sendo assimétricos,
originam diferentes campos de força na sua superfície que está em contato com o metal. A diferença
A textura também influi na adesão. Esta é mais difícil em superfícies lisas do que nas rugosas.
Em alguns casos, empregam-se processos destinados a tornar mais rugosas as superfícies lisas (jato
a aderência.
A natureza química do metal também influi na adesão devido às reações que se processam entre
zinco e suas ligações. Às vezes, torna-se conveniente tratar, previamente, o metal com substâncias que
ancoragem necessária.
156
4.10.1. Limpeza e preparação de superfície
O primeiro e mais importante passo para um bom revestimento consiste na limpeza adequada
ferrugens, contaminantes oleosos, graxas, sais, poeiras, ácidos, álcalis, umidade condensada e outros
materiais estranhos representa desperdícios de tempo, materiais e mão de obra. Estes contaminantes
superfície constitui uma etapa importantíssima na execução de qualquer tipo de revestimento. Existem
• Remover da superfície materiais e tudo aquilo que possa impedir o contato direto do
da camada de revestimento em contato com a superfície metálica que ser quer proteger.
As normas SIS, SSPC e NACE (National Association of Corrosion Engineers) classificam, com
ilustrações fotográficas, quatro graus de intemperismo ou grau de oxidação pra aço nu:
• Grau C – superfície de aço da qual a carepa de lâmina tenha sido removida pela corrosão
atmosférica ou possa ser retirada por meio de raspagem e que apresenta pequenos alvéolos;
• Grau D – superfície de aço da qual toda a carepa de laminação tenha sido removida pela
corrosão atmosférica e que apresente corrosão alveolar de severa intensidade.
157
A norma mais importante no campo de preparação da superfície de aço é a Norma Sueca SIS
– Swedish Standards Institution, elaborada pelo instituto sueco de corrosão em cooperação com a ASTM
– American Society for Testing and Materials, e SSPC – Steel Structures Painting Council.
Essa norma apresenta 24 ilustrações fotográficas que servem como padrões comparativos
ASa3 SP 5 1 N - 9 (grau S a 3)
Jateamento ao metal BSa3
branco CSa3
DSa3
158
4.10.2. Tipos de limpeza
Os tipos de limpeza de superfície podem ser divididos em dois grandes grupos, que são:
Limpeza auxiliar
Processos de limpeza
São aqueles que asseguram reais condições para uma boa aplicação do revestimento. Os
• Química;
• Manual;
• Mecânico;
• Abrasiva.
Limpeza química
Fosfatização:
consiste na aplicação, sobre a superfície, de uma solução de ácido fosfórico, com a presença
de zinco, manganês e outros sais, para eliminar todas impurezas, inclusive a carepa de
laminação.
Decapagem:
ocorre com a imersão da peça em solução de ácido sulfúrico e posterior neutralização, que
de laminação.
159
A fostafização e a decapagem não conferem rugosidade à superfície metálica.
Limpeza manual
É o meio mais antigo, mais barato e menos eficaz dentre os processos de limpeza de superfície
e só deve ser empregado na falta de qualquer possibilidade de emprego de método mais eficaz e
econômico. A limpeza com ferramentas de propulsão manual é feita com o emprego de escariadores,
Limpeza mecânica
relativamente lentos de qualidade bem inferior se comparada com jateamento abrasivo, porém com a
Existem dois graus de preparação de superfície obtidos por tratamento manual e mecânico:
limpeza com ferramentas mecânicas é feita com o emprego de escovas de aço rotativas, lixadeiras,
Limpeza abrasiva
inicio há mais de 100 anos. Inicialmente, o jateamento com areia era feito a céu aberto, ou em ambientes
160
Os abrasivos metálicos foram utilizados pela primeira vez em 1885, na Inglaterra, porém sua
aceitação industrial ocorreu somente por volta de 1920, quando começaram a aparecer evidências
das vantagens econômicas e técnicas como menor desgaste dos equipamentos, melhor acabamento
superficial, maior produtividade, menor custo por tonelada acabada, menor volume de material abrasivo
fundido coquilhado, que apesar de muito superior às areias, quebravam-se rapidamente, provocando
ferro fundido maleável e de aço, e os fios de aço cortados, todas com propriedades muito superiores às
de ferro fundido coquilhado. As granalhas de aço são empregadas atualmente em inúmeras aplicações,
tais como:
A limpeza de uma superfície através de jateamento com granalhas pode ser considerada uma
partículas arremessadas, na mesma proporção que se diminui a sua energia cinética. As partículas sofrem
uma violenta desaceleração no instante do impacto, transformando parte da energia cinética em calor,
parte em energia de deformação ou de fraturação e parte em trabalho e limpeza. Restando ainda uma
parcela de energia cinética que não é transformada (parte das granalhas sofre ricochete).
Verifica-se que, quanto mais perpendicular for o jato em relação à superfície de trabalho, maior
será a componente de energia disponível para o trabalho de quebra das impurezas aderidas à superfície
da peça. Neste caso, o acabamento superficial também será mais áspero, pois as granalhas disporão
de maior energia para deformar a superfície de trabalho, produzindo relevos mais acentuados.
161
Conseqüentemente, deverão existir inclinações e dimensões de granalhas ideais para diferentes
casos que combinem as dificuldades particulares de quebra e remoção de cada tipo de impureza
resulta, devido ao impacto dos abrasivos, numa superfície com perfil irregular, que chamamos de perfil
Este perfil variará conforme tamanho, tipo, dureza e geometria dos abrasivos, com a velocidade
do impacto, com a pressão do ar comprimido ou com a rpm da turbina e com o tempo de exposição
O perfil de rugosidade tem grande importância no rendimento prático de uma tinta, notadamente
• Comparativo – são gabaritos com diferentes rugosidades provocadas por abrasivos esféricos
e angulares, que são comparados visualmente e pelo tato com a superfície jateada;
vertical da agulha é ampliado e gravado com recursos eletrônicos. Mede todos os tipos de
rugosidade programáveis;
162
4.11.1. Estudo da rugosidade superficial
Superfície real
Superfície que limita o corpo e o separa do meio que o envolve. É a superfície deixada pelo
método empregado em sua produção, por exemplo: torneamento, retífica, ataque químico etc.. Superfície
Superfície efetiva
Superfície avaliada pela técnica de medição, com forma aproximada da superfície real de um
163
Perfil geométrico
Interseção da superfície geométrica com um plano perpendicular, por exemplo: uma superfície
plana perfeita cortada por um plano perpendicular originará um perfil geométrico que será uma linha
Perfil real
Interseção da superfície real com um plano perpendicular. Neste caso, o plano perpendicular
(imaginário) cortará a superfície deixada pelo método de usinagem e originará uma linha irregular.
Perfil efetivo
Imagem aproximada do perfil real obtido por um meio de avaliação ou medição, por exemplo:
o perfil apresentado por um registrador gráfico, sem qualquer filtragem e com as limitações atuais da
eletrônica.
Perfil de rugosidade
apresentado por um registrador gráfico após uma filtragem para eliminar a ondulação a qual se sobrepõe
geralmente a rugosidade.
Para facilitar o estudo da textura superficial, figura 4.6, é oportuno definir graficamente os
• Comprimento da rugosidade;
• Comprimento da ondulação;
• Amplitude da rugosidade;
• Amplitude da ondulação;
164
Figura 4.6 – Componentes de uma superfície.
filtrar alguns fatores indesejáveis que influenciam o resultado. No caso da definição de rugosidade, o
fator que deve ser eliminado é a ondulação, pois a esta curva encontra-se superposta a rugosidade, e
A ondulação ou textura secundária pode ser considerada como um erro macro-geonétrico, mas
a tendência atual é avaliá-la com os mesmos meios com que se avalia a rugosidade. Figura 4.7.
Filtragem da ondulação
estejam incluídos apenas detalhes da rugosidade com sua correspondente linha média acompanhando
a direção geral do perfil, poderemos assim isolar trechos de rugosidade para depois colocá-la em linha
165
Figura 4.8 – Conceito de comprimento de amostragem.
Extensão da primeira parte do trecho apalpado, projetando sobre a linha média, não utilizada
na avaliação. O trecho inicial tem a finalidade de permitir o amortecimento das oscilações mecânicas
166
Percurso de medição (lm)
sobre a linha média. Observar que o percurso de medição é sempre o mesmo, qualquer que seja o
perfil considerado: efetivo ou de rugosidade. Este é o trecho que será processado pelo rugosímetro
amostragem. Os valores mais comuns são: 0,08 mm – 0 25 mm – 2,5 mm – 8 mm e sua seleção depende
Extensão da última parte do trecho apalpado, projetado sobre a linha média e não utilizado
na avaliação. O trecho final tem a finalidade de permitir o amortecimento das oscilações mecânicas
e elétricas finais do sistema. Existem aparelhos que não possuem percurso final (ln) no percurso de
apalpamento (lt).
Lt = lv + lm + ln
167
4.12. Tipos de Rugosidade
Média aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamento (yi), dos pontos do perfil
de rugosidade em relação à linha média, dentro do percurso de medição (lm). Essa grandeza pode ser
representada como a altura de um retângulo, cuja área é igual à soma absoluta das áreas delimitadas
entre o perfil de rugosidade e a linha média, tendo, por comprimento, o percurso de medição (lrn).
Figura 4.10.
• Devido a sua grande utilização, quase a totalidade dos equipamentos apresenta este parâmetro
• Para a maioria das superfícies, o valor da rugosidade neste parâmetro está de acordo coma
isso, se um pico ou vale não típico aparecer na superfície, o valor da média não sofrerá grande
168
• O valor da Ra não define a forma das irregularidades do perfil. Dessa forma, poderemos ter
• Para alguns processos de fabricação, onde há uma freqüência muito alta de vales e picos,
como é o caso dos sinterizados, o parâmetro não é adequado, já que a distorção provocada
É conhecido também como RMS (Root Mean Square). Está definido como a raiz quadrada da
média dos quadrados das ordenadas do perfil efetivo em relação à linha média dentro do percurso de
medição lm. Fazendo analogia com o parâmetro Ra, pode-se dizer que é similar, porém, com os valores
Vantagens do parâmetro Rq
Comparando com Ra, este parâmetro trem o efeito de dar peso extra para altos valores (é cerca
Mais adequado para superfícies onde a detecção de picos ou vales se torna importante e
mesmo quando estes aparecem ao acaso, evidenciando-os mais que o Ra, pois eleva ao quadrado o
erro, acentuando-o.
Desvantagens do parâmetro Rq
• Pouco utilizado;
169
Rugosidade média (Rz ou Rz DIN)
Corresponde à média aritmética dos cinco valores de rugosidade parcial, sendo que se define por
rugosidade parcial (Zi) a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maior afastamento,
representação gráfica do perfil, este valor corresponde à altura entre os pontos máximo e mínimo do
Vantagens do parâmetro Rz
Desvantagens do parâmetro Rz
• Em algumas aplicações, essa consideração parcial dos pontos isolados não é aconselhável, pois
um ponto isolado acentuado será considerado somente em 20% mediante a divisa de 1/5;
• Assim como o Ry, o Rz não possibilita nenhuma informação sobre a forma do perfil, bem
170
Altura das irregularidades dos 10 pontos (Rz ISO)
(conforme normas ISO/JIS)
É diferente do Rz (DIN) anteriormente apresentado. Este é medido no perfil efetivo (sem filtrar)
e corresponde à diferença entre o valor médio das ordenadas dos cinco pontos mais salientes e o valor
médio das ordenadas dos cinco pontos mais reentrantes, medidos a partir de uma linha paralela à
Está definido o maior valor das rugosidades parciais (Zi) que se apresenta no percurso de
171
Vantagens do parâmetro Ry
vales).
Desvantagens do parâmetro Ry
preciso ter certeza se o perfil registrado é um perfil de rugosidade e, caso seja o perfil efetivo
• Pode dar uma imagem errônea da superfície, pois avalia erros que muitas vezes não
representam a superfície como um todo, por exemplo: um risco causado após a usinagem e
informa sobre a forma da superfície. A figura acima ilustrada, 4.13, demonstra esta idéia, onde
diversas formas de rugosidade podem ter o mesmo valor para Ry. Figura 4.14.
172
Profundidade de rugosidade (Rt)
Corresponde à distância vertical entre o pico mais alto e o vale mais profundo dentro do
Vantagens do parâmetro Rt
• É mais rígido na avaliação que o Ry, pois considera todo comprimento da avaliação e na
• Quando o equipamento de medição fornece o gráfico da superfície é mais fácil sua obtenção
do que o Ry;
Desvantagens do parâmetro Rt
Está definida como a média aritmética dos valores de rugosidade parcial (3Zi) correspondente
a cada um dos cinco módulos (cutoff). Em cada modulo, foram traçadas as distâncias entre o terceiro
pico mais alto e o terceiro vale mais fundo, em sentido paralelo a linha média.
• Caracteriza muito bem uma superfície que mantém uma certa periodicidade do perfil ranhurado;
173
Desvantagens do parâmetro R³z
• Não possibilita informação sobre a forma do perfil nem a distância do perfil entre ranhuras;
Vale ressaltar que existem ainda mais tipos de rugosidade, porém, para o nosso caso, os acima
A duração dos revestimentos orgânicos depende não somente da resistência química da película e
sua impermeabilidade ao meio corrosivo, mas, também, em grande extensão, dos métodos de aplicação.
A primeira demão da pintura deve ser aplicada no mesmo dia de limpeza. A umidade atmosférica
relativa não deve ser superior a 85%, e a temperatura da superfície metálica não deve estar mais fria
do que 10ºC e nem mais quente do que 65ºC. A superfície deve estar completamente seca.
Deve-se usar, de preferência, tinta recentemente produzida (há um prazo limitado de estocagem
para quase todas as tintas, que é sempre especificado pelo fabricante). A mistura deve ser feita
A tinta é preparada com uma viscosidade correta para a aplicação com ar comprimido, a uma pressão
definida, tão baixa quanto possível, que é função da tinta a ser aplicada, pois esta é atomizada e
Imersão:
Neste processo, a peça é mergulhada totalmente no tanque de tinta, sendo retirada a seguir.
174
Pulverização a quente:
A tinta é aquecida a cerca de 70ºC e aplicada por pistola sobre a peça, com economia de
solvente e mão de obra, dando um revestimento mais espesso e com melhor acabamento.
A tinta é lançada por bombeamento no jato da pistola, sendo pulverizada pela evaporação do
As peças são colocadas num barril rotativo, recebem a tinta, e a secagem é feita com ar
Flow-coating:
A tinta é bombeada de um reservatório e lançada sobre a peça, através de bocais. O excesso
de tinta escorre e recircula após filtração. As tintas, neste caso, têm composição igual às do
A resina em pó pode ser aplicada sobre a peça por dois processos. No primeiro, chamado
processo do leito fluidizado, o metal a ser revestido é aquecido, por exemplo, a cerca de 65ºC,
temperatura suficiente pra amolecer o pó, após isso, o metal é mergulhado no pó. No segundo
pó recebe uma carga de alta voltagem e baixa amperagem enquanto a peça é ligada à terra.
As partículas eletrizadas são atraídas pela peça, formando uma camada. Ver figura 4.15.
Figura 4.15 – Processos de revestimento em pó. A cura subseqüente é feita pelo calor.
175
Silk-screen:
É usado, especialmente, para fins decorativos. Uma tela de seda é preparada para o desenho que
se quer pintar. É colocada num quadro e este sobre a peça e passa-se a tinta com espátula ou
rolo. Usando-se uma série de telas, conseguem-se desenhos complicados e de várias cores.
Pinturas eletroforéticas:
As tintas neste processo são fragmentadas e dispersas em água, formando uma emulsão/
suspensão, onde as gotículas são suporte de carga elétrica, positiva ou negativa, dependendo
corrente elétrica de modo a atrair as gotículas, que vão se depositar uniformemente na superfície
da peça. Perdendo a carga, as gotículas se coagulam dando origem a uma película aderente e
uniforme. Como o produto coagulado é isolante, o processo só continua nos locais de menor
densidade de corrente, e chega até os locais internos e escondidos, fazendo com que arestas
A experiência mostra que, para a proteção máxima, devem-se aplicar três camadas de tinta;
a primeira chamada de base ou primer, geralmente chega a ser muito porosa, esta porosidade é
consideravelmente reduzida pela aplicação de uma segunda camada, mas ainda restarão alguns poros.
Quando a superfície apresenta, mesmo após o preparo, irregularidades relativamente grandes, a ponto
de impedir um acabamento liso e de bom aspecto, aplicam-se, sobre o primer, composições pastosas e
altamente pigmentadas, denominadas massas ou surfacers que, após polimento, permitam a aplicação
da segunda demão, chamada de cobertura intermédiaria. A aplicação de uma terceira demão reduzirá
a porosidade em toda extensão, qualquer outra camada subseqüente não altera significativamente a
porosidade final.
Disto depreende-se que uma pintura, no conceito de pintura industrial, não se trata de uma ou
várias demãos isoladas, mas sim, de um sistema no qual as operações, desde a limpeza, passando pelo
preparo, finalmente pelo revestimento, trabalham em conjunto para dar as melhores propriedades que
se tem vista. É exigido um preparo adequado de qualidade superior e cada demão deve ser formulada
176
com todos seus componentes perfeitamente dosados, e a aplicação deve ser correta e cuidadosa para
A espessura de cada demão deve ser controlada em função do teor de sólidos, da natureza e
viscosidade do veículo e do teor de solventes. Nas espessuras menores, é difícil evitar a presença de
poros e descontinuidades nos cantos, arestas, soldas, orifícios e outras irregularidades, normalmente,
presentes nas superfícies. Além disso, há sempre a possibilidade de uma ação erosiva ou abrasiva
destruir facilmente a continuidade das películas finas. Por isso, a escolha da espessura adequada deve ser
feita anteriormente, tendo em vista os fatores normalmente encontrados nas condições de serviço.
película úmida a ser aplicada para se obter uma certa espessura da película seca. E conseqüentemente,
Resta, finalmente, estabelecer a relação entre espessura obtida por um dado método de
Na tabela 4.2, abaixo, são dadas as espessuras recomendadas de acordo com os diversos
Escoamento
Para uma aplicação satisfatória, os materiais usados para revestimentos devem possuir
propriedades adequadas de escoamento a fim e assegurar um filme igual e uniforme, livre de poros e
• Concentração de pigmentos;
177
A concentração de pigmentos é tomada como o volume de pigmento no volume da parte não
volátil da tinta, soma dos volumes do pigmento e do veículo e é geralmente expressa pelo PVC (pigment
volume concentration).
volume do pigmento
PVC =
volume do pigmento + volume de outros sólidos
Devido ao uso, no decorrer do tempo, surge uma série de defeitos nos revestimentos que devem
ser detectados, analisados e corrigidos. Por isso, uma inspeção periódica conduz à detecção de falhas
Todavia, a aplicação correta dos revestimentos também deve ser verificada e inspecionada
criticamente, evitando-se, desta maneira, uma série de defeitos provocados pela falta de técnica ou
negligência. Abaixo, relacionamos uma série de defeitos, que se notam logo após a pintura e suas
prováveis causas.
Empolamento
• Insuficiência de limpeza (presença de sais solúveis);
• Solvente inadequado.
Casca de laranja
• Superfície não completamente limpa;
178
Escorrimento
• Excesso de solvente;
Enrugamento
• Camada espessa em demasia;
• Excesso de secante;
Falta de brilho
• Umidade excessiva na aplicação e secagem;
• Solventes inadequados;
179
Normas PETROBRAS, tabela 4.4, abaixo:
N-2843 PINTURA INTERNA DE TUBOS PARA TRANSPORTE DE GÁS NATURAL NÃO CORROSIVO
180
4.17. Ensaios na Película Seca de Tintas
Os ensaios de controle de qualidade na película seca de tintas devem ser realizados dentro
das condições descritas nas normas técnicas das mesmas. Diversos fatores podem influenciar nos
resultados, caso as condições de ensaio não sejam obedecidas. Dentre os mais importantes pode-
preparação dos corpos de prova para a realização dos ensaios de película seca.
Conforme Norma ABNT NBR 11003, dois métodos são apresentados para a determinação da
aderência em tintas. São eles: o método A ou corte em X, figura 4.16, e o método B ou corte em grade.
Estes métodos aplicam-se à avaliação da aderência sobre substratos metálicos de uma ou mais
camadas de tintas. Em caso de sistemas de pintura, os ensaios podem ser executados acompanhando
a aderência de cada demão sobre a anterior.
O método A, corte em X, é utilizado para espessuras até 600µm. O método B, corte em grade,
181
Dispositivo de corte A:
Lâmina de aço, de aproximadamente 10mm de largura e ângulo de corte com cerca de 17°,
Fita adesiva, semitransparente, de 25mm de largura, com adesividade de (32 ±4)g/mm, conforme
ASTM D 1000;
Borracha;
Dispositivo de corte B:
Dispositivo de corte C:
Conjunto de seis gumes, com distância de dois mm conforme figura 4.17, a seguir;
Fita adesiva, semitransparente, de 25mm de largura com adesividade de (32 ± 4)g/mm, conforme
ASTM D 1000;
182
Figura 4.17 – Dispositivos de corte B e C.
Espessura de Dispositivo b a
Película de Tinta de Corte Múltiplo Intervalo entre (mm)
(μmm) Gumes (mm)
Até 50 B 1 5
De 50 a 125 C 2 10
183
Procedimento para execução do ensaio Método A - Corte em X
• É recomendado efetuar este ensaio no mínimo dez dias após última demão, pois o tempo
ensaio;
• O ensaio deve ser realizado a temperatura de (25 ± 5)º C e umidade relativa até 70%;
• Selecionar uma área mais plana possível, livre de imperfeições, limpa e seca;
• Executar, com os dispositivos citados, em dois cortes de 40mm de comprimento cada um,
interceptados ao meio, formando o menor ângulo entre 35° e 45°, devendo os cortes alcançar
• Verificar se o substrato foi atingido, com auxílio de uma lupa com aumento de sete vezes,
observando-se o brilho nos cortes. Caso o substrato não seja alcançado, escolher outro local
• Remover duas voltas completas da fita no início de cada série de ensaios e descartar;
• Remover para o ensaio, de maneira uniforme e contínua, mais 10cm de fita e aplicá-la no
• Alisar a fita com o dedo na área das incisões e, em seguida, esfregar firmemente a borracha no
sentido longitudinal da fita para se obter uma uniformidade na transparência da fita aplicada.
com uma velocidade de 20cm/s, em um ângulo tão próximo de 180°, quanto possível.
184
Avaliação:
Examinar a área ensaiada, quanto ao destacamento, logo após a remoção da fita, classificando
utilizado;
• Executar, com um dos dispositivos de corte citados em 3.2, cortes cruzados em ângulo reto,
feitos com pressão normal e não através de impulsos, movimento uniforme e contínuo do
• Verificar se o substrato foi atingido, com auxílio de uma lupa com aumento de sete vezes,
observando-se o brilho nos cortes. Caso não seja possível atingir o substrato, devido à dureza
• Remover duas voltas completas da fita no início de cada série de ensaios e descartar;
• Remover para o ensaio, de maneira uniforme e contínua, mais 10cm de fita e aplicá-la sobre
• Alisar a fita com o dedo sobre a área quadriculada e em seguida esfregar firmemente a
fita aplicada;
185
Avaliação
Examinar a área ensaiada quanto ao destacamento, logo após a remoção da fita, classificando
Resultados
Método A - corte em X
O resultado deve ser expresso de acordo com as Tabelas 1 e 2 (Adendo). Em caso de situações
intermediárias, considerar como resultado o maior valor encontrado. Por exemplo, para resultados entre
O resultado deve ser expresso de acordo com a Tabela 3 (Adendo). Em caso de situações
intermediárias, considerar como resultado o maior valor encontrado. Por exemplo, para resultados entre
186
ADENDO 1
Destacamento na intersecção
Y0
Y1
Y2
187
Y3
Y4
188
ADENDO 2
X0
X1
X2
189
X3
X4
190
ADENDO 3
Gro
Gr1
Gr2
191
Gr3
Gr4
192
4.19. Método de Tração
Este método consiste em se aplicar tinta sobre um tarugo de aço cilíndrico. Sobre esta tinta,
depois de seca, aplica-se adesivo, à base de resina epóxi, e adere-se outro tarugo.
Após a cura do adesivo, ensaia-se o conjunto numa máquina de tração com velocidade de
Ao ocorrer o rompimento do conjunto deverá ser anotada a carga máxima alcançada. O resultado
é expresso em kg/cm2 ou MPa. Como complemento do ensaio, deve-se informar o local do rompimento
4.20. Flexibilidade
O ensaio consiste em se dobrar uma placa pintada, de até 0,8mm de espessura, sobre diversos
O resultado vem expresso em diâmetro do menor mandril sobre o qual a placa foi dobrada e
não foram constatadas trincas ou fissuras. Geralmente, usa-se uma lente com sete vezes de aumento
para se verificar melhor o aparecimento de trincas. Folha de flandres lixas, desengorduradas e pintadas
O teste é realizado em um aparelho que possui mandril cônico com menor diâmetro de 3,17mm
e diâmetro máximo de 38,10mm. A placa é presa no aparelho e dobrada a um ângulo de 180° sobre
o mandril. Verifica-se até que distância da menor extremidade do cone ocorreram trincas na pintura.
Com essa medida, entra-se em uma tabela da norma (ASTM D-522, ABNT MB 1097 e PETROBRAS
N-1760) e obtêm-se o mandril e o alongamento. Porém o valor do alongamento deve ser corrigido em
193
função da espessura da película de tinta. Para isso, utiliza-se outra tabela e soma-se o valor encontrado
A placa de aço utilizada neste ensaio deverá ter no máximo 0,8mm de espessura. Para se
realçar as trincas, pode-se utilizar grafite em tintas claras e giz branco em tintas escuras.
4.21. Impacto
descontinuidade na película pode afetar uma grande área, devido à penetração do agente agressivo.
As películas de tinta devem resistir aos impactos sem trincar, fissurar ou destacar-se.
O ensaio pode ser realizado com o impacto no lado pintado (impacto direto) ou no lado oposto
(impacto reverso).
O aparelho é constituído de um peso de duas libras (907,2g) dentro de um tubo guia, com uma
esfera de 15,9mm de diâmetro (macho) e uma base com orifício de 16,3 mm (fêmea). Solta-se o peso
sobre a placa pintada, de posições cada vez mais altas. Sob ação da rápida deformação a tinta poderá
trincar ou se soltará da placa. O resultado será a maior altura da qual o peso é liberado e não ocorrem
danos à pintura. De acordo com o sistema internacional, o resultado é expresso em Joules (1 J =m10,2
kg.cm) . Portanto, multiplica-se a massa do peso pela altura da queda e transforma-se em Joules (J).
194
UNIDADE V - TÉCNICAS DE
REVESTIMENTO
Introdução
barreira física contínua entre a superfície protegida e o meio corrosivo. Nas condições de serviço,
• Devem ser quimicamente inertes; devem ser contínuas para dar perfeito isolamento; devem
• Devem comunicar propriedades mecânicas e físicas tais como: dureza, resistência ao atrito,
Os materiais usados para a proteção abrangem inúmeros produtos que diferem muito entre si,
• Metálicos;
• Inorgânicos;
• Orgânicos;
• Cerâmicos.
os cerâmicos e alguns complementares (lining metálico, clad metálico, vidro, concreto etc.). O revestimento
orgânico (pintura) foi abordado na unidade IV – Técnicas de inspeção de Pintura Industrial. Os revestimentos
195
5.1. Características dos Revestimentos Protetores
Resistência à água - Talvez seja a primeira característica mais importante, uma vez que todos os
dutos estão submetidos a um meio onde a água sempre está presente, com maior ou menor intensidade.
Sabe-se que a água afeta os materiais orgânicos de uma maneira ou de outra. Até mesmo a rocha e
o concreto se dissolvem ou são, gradualmente, erodidos pela água. Além disso, a molécula da água é
suficientemente pequena para penetrar entre moléculas dos componentes orgânicos do revestimento
e percorrer até o substrato.
196
Eletroendosmose - A presença de um potencial elétrico na direção do pólo, com a mesma
carga elétrica que a membrana, favorece o fenômeno da osmose. Os revestimentos estão em geral
negativamente carregados e o metal da tubulação contém um excesso de elétrons, portanto a umidade
é forçada através do revestimento no sentido do catodo.
às tensões do solo.
197
Resistência à abrasão - Um revestimento precisa ser suficientemente rígido, para resistir à
Outras propriedades mecânicas são de capital importância, uma vez que determinadas
necessidades ditadas pelo projeto podem exigir um desempenho superior do revestimento nesse
aspecto. Alguns métodos de lançamento de dutos submarinos, por exemplo, exigem altos desempenhos
esforços de compressão.
Tensão de deformação - É a tensão sob a qual o material do revestimento deixa a sua zona
material do revestimento se alonga desde o momento em que uma carga lhe é aplicada até o seu
submetido à flexão.
198
Resistência a fungos e bactérias - Existem duas maneiras em que colônias de fungos e
bactérias podem afetar um revestimento. Primeiro, esteticamente; segundo, sua proliferação pode
aplicação industrial de forma controlada, mas também a que o produto atinja todos os pontos e frestas
zero afetam algumas propriedades mais que outras, como flexibilidade, aderência, resistência a impacto.
Temperatura muito acima da máxima especificada pode acelerar a decomposição dos revestimentos,
Resistência aos raios ultravioleta - Dutos enterrados e submersos não permanecem muito
tempo exposto aos raios solares. Exceção ocorre em pequenos trechos aflorados. Além disso, sempre
existem os períodos de estocagem e manuseio a céu aberto, que devem ser controlados, sob pena de
o revestimento sofrer uma acelerada degradação química devido a uma exposição prolongada aos raios
UV. Polipropileno não resiste mais que seis meses aos raios UV.
revestimento, caracteristicamente, pela proteção catódica (PC). O revestimento deve resistir aos
potenciais elétricos impostos pela PC (boa aderência e resistência eletroendosmótica); caso contrário,
favorecerá a criação de bolhas com presença de umidade. Havendo exposição do substrato ao ambiente,
porém, a reação de redução formada pode criar um meio altamente alcalino, com geração de íons de
hidrogênio, facilitando o descolamento progressivo do revestimento a partir das bordas da falha.
199
5.2. Revestimentos Orgânicos
São os revestimentos formados pelos materiais compostos de carbono, como por exemplo:
epóxi, polietileno, poliuretano, polipropileno, alcatrão de hulha. Revestimentos orgânicos consistem
na interposição de uma camada de natureza orgânica entre a superfície metálica e o meio corrosivo.
Os materiais orgânicos mais utilizados em revestimentos atualmente são:
Resina epóxi (termo rígido) - Resina sintética, portanto obtida por reação química, na qual
o bisfenol A reage, em meio alcalino, com a epicloridrina para formar a resina epoxídica básica.
É o chamado componente A. Este componente é misturado com uma amina, o componente B, (ou
endurecedor), logo antes da aplicação, gerando uma reação de conversão catalítica, de ligações
cruzadas, criando um novo polímero termofixo, epóxi-amina. Entretanto, o componente A pode reagir
com uma segunda resina ou componente B, por exemplo, de poliamida, em que o novo polímero epóxi-
poliamida, possui melhores propriedades de resistência e elasticidade que o anterior.
Material termofixo ou termorrígido é aquele que se funde quando aquecido, porém, nesse
estado, sofre reação química que causa deformação de ligações cruzadas intermoleculares, resultando
uma estrutura reticulada, infusível, insolúvel.
A resina epóxi pode se apresentar como uma resina líquida, de baixa viscosidade, em que a
película de revestimento, aplicada logo após a mistura dos componentes A e B, inicia seu processo
de secagem pela evaporação dos solventes e pela completa reação dos componentes à temperatura
ambiente. Já a resina sólida é apresentada de forma pulverizada (epóxi em pó), onde os dois componentes
já se encontram misturados e a reação, portanto, já se iniciou, lentamente, a à temperatura ambiente,
podendo ser acelerada pela aplicação de calor.
Os revestimentos a base de epóxi não apresentam boa resistência à incidência de raios UV
(ultravioleta), ocorrendo a calcinação (ou gizamento) da sua superfície: a resina se degrada lentamente,
iniciando a liberação do pigmento e apresentando perda de cor e brilho.
200
Três parâmetros básicos definem as características da estrutura molecular do polietileno: a
Nota: após a adição de negro de fumo (uma das formas em que o carbono é encontrado),
o polímero na cor preta (como é usado ao alimentar uma estrutura) apresenta as seguintes
densidades:
O índice de fluidez, que é medido pela massa de polietileno que flui numa determinada unidade
medidos em grama por 10 minutos, recomendados para diversos processos de fabricação são:
Injeção 5 a 125
Sopragem 0,1 a 10
processado adequadamente. Enquanto o índice de fluidez nos fornece a media dos tamanhos das
201
De dois polietilenos com o mesmo índice de fluidez, aquele com maior distribuição de PM
(distribuição larga) possui maior poder lubrificante, favorecendo um processo de extrusão, por exemplo:
oriundo do petróleo. Sua densidade (polímero aditivado, branco) varia entre 0,89 a 0,91, enquanto seu
índice de fluidez varia de 0,6 a 0,9. Trata-se de um polímero com resistência mecânica mais alta do que
o polietileno, menos flexibilidade, mais resistência ao calor e com menos condutividade térmica, pode
ser empregado, portanto, como isolante térmico. Do mesmo modo que o polietileno, o polipropileno
deles básico (eteno, propeno), chamado monômero A, e outro, o monômero B, como buteno( C4),
Polietileno, polipropileno e seus copolímeros são materiais termoplásticos - plásticos que pode
que são constituídos de moléculas extremamente longas, podendo resultar do encadeamento de milhares
um material cuja resistência mecânica depende unicamente das suas ligações cristalinas. Ao serem
derretidos, os cristais desaparecem de modo que as moléculas se desprendem umas das outras e o
Recordando: o polímero se funde quando aquecido, porém nesse estado sofre uma reação
termorrígido.
cruzadas, tornando-os mais fortes, elásticos e não quebradiços. O processo de introdução das ligações
• Alcatrão de hulha (coal-tar) - Esmalte formado pela mistura de alcatrão de hulha, carvão
mineral e cargas minerais, existentes no estado sólido à temperatura ambiente. Precisa ser aquecido
a uma temperatura de 220 º C a 240 º C para fluir num processo de aplicação de revestimento de alta
espessura.
202
• Asfalto: esmalte betuminoso formado por asfalto de petróleo oxidado e cargas minerais,
existentes no estado sólido a temperatura ambiente. Precisa ser aquecido a uma temperatura de 220
líquido é formado pela mistura dosada de dois componentes: o componente A é um grupo isocianato e
o componente B é uma mistura de um poliol, silicone e catalisadores. Se o produto final for uma espuma
misturados, o isocianato reage com o componente B, resultando numa massa sólida ou numa espuma
rígida de poliuretano. A reação é exotérmica (libera calor), fazendo com que, no caso da espuma, o
Outros polímeros:
• Rilsan - resina poliamida termoplástica, em pó, obtida a partir do óleo de mamona, com
mineral, nos quais são adicionados solventes, cargas e plastificantes, e são aplicados em duas
espessuras, normalmente uma de 2,5 mm a 3 mm, chamada de revestimento simples, e outra de 4mm
203
O revestimento de dutos submersos ou enterrados por meio de esmaltes de alcatrão de hulha
vem tendo sua utilização sensivelmente diminuída pelos seguintes motivos:
• Sua resistência elétrica decai cerca de 60% nos primeiros 10 anos depois de aplicado,
demandando maior solicitação do sistema de proteção catódica;
• Elevada incidência de reparos devido a danos ocorridos durante o manuseio, o transporte, o
armazenamento e o lançamento dos tubos revestidos;
• Problemas de poluição ambiental, devido ao desprendimento de gases durante a sua aplicação,
o que tem limitado sensivelmente a sua utilização em países com rigorosa legislação em termos de
preservação do meio ambiente e da vida humana;
• Degradação devido à ação dos raios solares, quando é armazenado por períodos de tempo
superiores a seis meses;
• Aparecimento de revestimentos modernos a base de polímeros.
Esmalte de asfalto – São compostos formados por uma base destilada de petróleo com cargas,
plastificantes e solventes, que são fundidos e derramados sobre o tubo ao mesmo tempo em que são
aplicados tecidos de fibra de vidro a titulo estrutural, à semelhança do esmalte de alcatrão de hulha.
Polietileno em duas camadas, aplicado por extrusão – É um processo constituído por filme
de polietileno obtido por extrusão e depositado sobre o tubo, o qual recebeu previamente a aplicação
de uma barreira anticorrosiva de adesivo ou mastique. Dessa forma, teremos um revestimento em duas
camadas. Os sistemas aplicados em duas camadas não são mais usados no Brasil, após a desastrosa
experiência no Nordeste.
204
Polímeros em três camadas, aplicados por extrusão – O mercado mundial evoluiu para
físicas, químicas, elétricas e mecânicas dos polímeros. Uma camada de 0,15mm de FBE, outra de
Fitas poliméricas aplicadas a frio – são sistemas de três camadas constituídas de uma tinta
de base, uma camada de fita polimérica adesiva com função anticorrosiva e uma camada externa
de fita polimérica adesiva com função de proteção mecânica. A tinta de base pode ser aplicada por
pulverização ou manualmente. As fitas são aplicadas helicoidalmente, com uma tensão de estiramento
controlada e uma sobreposição especificada. Os polímeros mais utilizados para a confecção das fitas
mastique ou de um material termofusível (hot melt). Esses são sistemas de duas camadas. A aplicação
previa de uma tinta epóxi, na utilização das massas hot melts, é característica dos sistemas em três
camadas.
Reticulação – Com o domínio da teoria atômica, descobriu-se que a radiação atômica arrastava
átomos de hidrogênio das moléculas, criando novas ligações cruzadas entre átomos de carbono de
Quanto mais rígido o material, menos alongamento ele sofrerá, resultando em menor percentual de
• A intensidade da radiação;
• O tempo de exposição;
A reticulação pode ser obtida, por processos químicos, em que líquidos oxidantes são adicionados
aos grãos do polímero com a finalidade de absorver átomos de hidrogênio, dentro de reatores ciclones.
205
Após serem aquecidos abaixo do ponto de fusão, os polímeros termofixos das mantas são alongados
respectivas ligações cruzadas estiradas. Quando aplicamos os polímeros ao redor da tubulação e são
novamente aquecidos abaixo do ponto de fusão, as moléculas tendem a retornar a situação anterior
(efeito memória), contraindo-se com tensão mecânica conferida pelas ligações cruzadas. Quando o
adesivo é um mastique, material de base betuminosa ou de borracha butílica (ou uma combinação dos
dois) mais agressivos, com ponto de fusão inferior ao polímero, o calor aplicado durante o processo
funde essa camada anticorrosiva e a força de contração da manta faz com que toda a superfície a
ser protegida seja atingida e uniformemente molhada pelo mastique. Já o adesivo termofusível ou hot
melt, material termoplástico à base de resinas poliméricas, é indicado para os sistemas em duas ou
O termoplástico hot melt, que também pode ser aplicado diretamente sobre o tubo, pode ser
submetido a uma leve reticulação, com a finalidade de ajustar seu ponto de amolecimento. O sistema
que emprega mantas termocontráteis é ideal para revestimentos em campo das juntas soldadas.
cerâmico, geralmente silicoso, de alta resistência a ácidos, utilizada, principalmente, para revestimentos
Revestimento com esmalte vítreo - Consiste na colocação de uma camada de esmalte vítreo
(vidro + cargas + pigmentos) aplicada sob a forma de esmalte e fundida em fornos apropriados. Este
revestimento é usado em alguns utensílios domésticos, em fogões, maquinas de lavar etc..
argamassa de cimento sobre a superfície metálica. Este revestimento é muito empregado na parte interna
diâmetro, é comum se usar um reforço com tela metálica. O revestimento interno com argamassa de
cimento é usado para transporte de água salgada, água de refrigeração, tubulações de água de incêndio
206
Revestimento com concreto armado - Consiste na colocação de uma camada de concreto
armado no exterior de tubulações que necessitam aumentar seu peso específico, para adquirirem
estabilidade num meio aquoso (valas inundáveis, rios, lagos, represas ou próprio mar). Além da função
quanto ao impacto de agentes externos. Os revestimentos de concreto são aplicados sobre revestimento
Revestimento com vidro - Consiste na colocação de uma camada de vidro sobre a superfície
metálica. Essa camada é aplicada sob a forma de esmalte e fundida em fornos apropriados. Dessa
forma, consegue-se uma película de alta resistência química, muito utilizada na indústria química.
Neste processo, uma camada densa e homogênea de certo metal é ligada, firme e
permanentemente, ao metal base, assim os dois metais passam a formar um material e não se separam
pela ação de temperatura, pressão, vácuo e deformações mecânicas nos processos de transformação. A
camada protetora contra a corrosão e/ou contra a ação do calor representa uma substancial proporção
(de 5% em peças grossas até 20% em peças finas) da espessura total do material composto.
A escolha do material para revestimento, bem como sua espessura, dependerão das condições
de serviço mecânico e do meio químico que a peça deve atuar. Quase todos os metais e ligas podem
ser usados para revestimentos. Em geral, a base é de aço doce (baixo teor de carbono) e a cobertura
é de aço inoxidável, níquel e suas ligas, cobre comercial e uma liga de alumínio de boa resistência
mecânica revestida por uma camada de alumínio puro (alclad) ou de uma liga deste metal que seja
Copper-Clad ou Copperweld consiste em aço doce revestido por uma camada de cobre, ambos
A produção deste material pode ser obtida por vários processos como ilustra a figura 5.1.
207
lingote metal base
solda
aço inoxidável
aço-doce
metal fundido
Fundição Sandwich
chapa de aço-doce
aço´doce
gás ou eletricidade
chapa de aço-doce
chapa de aço-doce
Figura 5.1 – Métodos comerciais de justaposição de metais, usando como exemplo o aço inoxidável sobre aço doce.
208
Duas importantes propriedades são características dos metais justapostos. A condutividade
térmica é igual à de um sólido metálico (sem descontinuidades) e o material composto pode ser
de espessuras.
A recobertura metálica consiste em forrar um dado recipiente com um lençol ou lâmina de metal,
que adota a forma do recipiente e não está intimamente ligada a este. Por isso, sempre há uma película
Este processo é geral, pode ser aplicado a recipientes de madeira e concreto e é bastante
usado em tanques, reatores químicos e torres de absorção, com a grande vantagem de fácil reposição
ou conserto.
Todos os materiais usados para o metal-clad podem ser usados em recoberturas. A espessura
dos lençóis varia em geral de 1/16” a 3/16”, sendo aplicado em tiras de largura variável, que são soldadas
O chumbo é o metal mais extensamente usado para recoberturas, pois é macio, facilmente
soldável (baixo ponto de fusão) e de elevada resistência aos agentes químicos. É muito empregado em
tanques de ácido e revestimentos de armação de aço.
209
UNIDADE VI - ACONDICIONAMENTO,
ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO
DE CARGA
6.1. Acondicionamento
Muitas vezes ignorado, o acondicionamento das peças merece atenção especial da gerência
da qualidade da peça, motivada, por exemplo, pela oxidação, umidade, corrosão, travamento ou
aquecimento excessivo. Estes fatores acabam por provocar, em última instância, o aumento da
Outro fator ligado à armazenagem está associado à perda do prazo de validade do item, pois
a falta de procedimento para manuseio de materiais perecíveis provoca perdas pela não utilização dos
Melhores práticas
Tubos
• A primeira camada de tubos da pilha deve ser apoiada em barrotes de madeira com comprimento
mínimo de três metros e com seção transversal de, pelo menos, 15 cm x 15 cm;
• Os apoios devem ser instalados de modo que os tubos armazenados tenham um caimento
mínimo de 1 % para evitar o acúmulo de água nos seus interiores;
211
• O empilhamento de tubos deve ser realizado de acordo com as figuras 6.5, 6.6, 6.7 e 6.8,
fabricante;
• Os biséis dos tubos devem ser protegidos, no recebimento, contra corrosão, com aplicação
e com luva plástica, luva de aço ou tiras de borracha, devendo ser esta proteção verificada a
As superfícies externas dos tubos devem ser protegidas contra a corrosão atendendo às
seguintes condições:
a) Proteger somente os biséis dos tubos com verniz removível a base de resina vinílica;
b) Para ambiente com salinidade e/ou gases derivados de enxofre, para períodos de
armazenamento de até um ano, o tubo deve ser pintado de acordo com procedimento de
c) Para ambiente com salinidade e/ou gases derivados de enxofre para períodos de
armazenamento superiores a um ano, o tubo deve ser pintado de acordo com procedimento
de pintura qualificado;
das extremidades dos tubos e conexões com lona plástica ou com dispositivo apropriado;
212
Escoramento em madeira ou metálico
Tábua
Barrote
213
Cunhas espaçadoras
Barrote
No caso da estocagem ser feita por período inferior a 12 meses, em condições normais ou inferior
a seis meses em áreas agressivas, os tubos podem ser estocados na forma piramidal ou prismática,
adotando-se o cálculo do número máximo de camadas.
Para estocagem de tubos revestidos com FBE, coaltar e esmalte de asfalto, devem ser utilizados
sacos com areia ou casca de arroz para espaçar os tubos (ver figuras 6.5 e 6.6). A vida útil dos sacos
deve ser compatível com o período de estocagem. Para proteção de tubos revestidos com FBE devem
No caso de estocagem por prazo superior a 12 meses, em condições normais, ou a seis meses
em áreas agressivas, deve ser adotado o sistema de empilhamento prismático com cunha espaçadora,
figura 6.9, entre os tubos de uma mesma camada, para impedir o acúmulo de resíduos e água.
Onde:
A = 2 + 1,17 X R;
B = 0,4 X R;
C = 7,5 cm para cunha móvel ou 12 cm para cunha fixa;
A = comprimento da cunha, em cm;
B = altura da cunha, em cm;
C = largura da cunha de segurança, em cm;
R = raio externo do tubo, em cm.
214
NOTA: Como alternativa ao uso das cunhas externas da base, travas laterais
Flanges
• Os biséis dos flanges, no recebimento, devem ser protegidos contra corrosão, utilizando
• As faces dos flanges devem ser protegidas contra corrosão e avarias mecânicas, utilizando
graxa anticorrosiva ou verniz removível à base de resina vinílica e discos de madeira prensada
impregnada com resina, fixados aos flanges por meio de parafusos comuns ou arame galvanizado
• A proteção anticorrosiva das faces deve ser feita no recebimento e a cada 90 dias, quando
expostas às intempéries, ou a cada 180 dias, quando armazenados em local abrigado. Em caso
• As roscas dos flanges devem ser protegidas, no recebimento, com graxa anticorrosiva ou
verniz removível a base de resina vinílica a cada 90 dias, quando expostas a intempéries, ou a
As superfícies externas e internas dos flanges devem ser protegidas no recebimento contra a
a) Proteger somente os biséis dos flanges com verniz removível à base de resina vinílica;
b) Ambiente com salinidade e/ou gases derivados de enxofre, de acordo com procedimento
c) Ambiente com salinidade e/ou gases derivados de enxofre de acordo com procedimento de
pintura qualificado para períodos de armazenamento de até um ano (neste caso aplicar apenas
215
Conexões
• As roscas das conexões devem ser protegidas, no recebimento, utilizando graxa anticorrosiva
• O armazenamento deve ser feito de modo a evitar acúmulo de água dentro das conexões e
Purgadores
• O armazenamento de purgadores deve ser feito em local abrigado em sua embalagem original
Juntas
• O armazenamento das juntas deve ser feito em local abrigado de modo que evite
amassamentos, avarias mecânicas e trincas. As juntas metálicas devem, também, ser protegidas
contra corrosão.
• As faces usinadas dos flanges das juntas de expansão e filtros devem ser protegidas contra
corrosão;
• Os biséis das extremidades das juntas de expansão e filtros devem ser protegidos contra
• O armazenamento das juntas de expansão deve ser feito em área abrigada de modo a evitar
danos, com especial atenção à proteção do fole, mantendo-se tirantes ou outros dispositivos
• O armazenamento dos filtros deve ser feito em suas embalagens originais, em local abrigado,
• As roscas dos tirantes de travamento, as ligações aparafusadas dos anéis de equalização (quando
existirem) e as articulações das juntas de expansão devem ser protegidas contra corrosão.
216
Raquetes e “figuras 8”
• As faces das raquetes e “figuras 8” devem ser protegidas contra corrosão utilizando graxa
• As faces das raquetes e “figuras 8” devem ser protegidas no recebimento contra avarias
Suportes de mola
• As articulações dos suportes de mola do tipo carga constante devem ser lubrificadas no
• Os suportes de mola devem ser armazenados em local abrigado e seguro sem que sejam
Válvulas
Tão importante como a fabricação das válvulas está a preservação das mesmas através da
embalagem, armazenamento, transporte e recebimento que muitas vezes podem ocasionar defeitos
• No transporte de válvulas, que também deve ser feito em caixas container de papelão Kraft
duplex, devem, igualmente, ser observadas as condições previstas para umidade, posicionamento
217
• Sempre que possível, as válvulas devem ser mantidas na sua embalagem original de
• Caso isto não seja possível, manter a válvula em local limpo e livre de esforços adicionais
• Exceto as válvulas macho e esfera, que devem ser mantidas abertas para preservação da graxa
e das sedes de teflon, respectivamente, todos os demais tipos de válvulas em estoque devem
ser mantidas na posição fechada para proteger os componentes internos de sujidades. Devem
estar dispostas de forma a evitar amassaduras, principalmente nas roscas das extremidades
• Caso submetidas a teste hidrostático no recebimento, todas as válvulas devem ser sopradas
com ar comprimido seco, na posição totalmente aberta, até ficarem totalmente secas.
Em seguida, as válvulas devem ser fechadas e suas superfícies internas recobertas com graxa
antioxidante, bem como todas as partes externas não pintadas como roscas, porcas, parafusos e
biseis, figura 6.10. As válvulas tipo esfera e macho devem ser acondicionadas na posição totalmente
aberta.
218
Graxa
Graxa
Graxa
Graxa
Graxa
Graxa
Graxa Graxa
Graxa Graxa
Graxa Graxa
Graxa
Graxa
Não é necessário proteger com graxa as válvulas de bronze, aço inoxidável e outras ligas
metálicas não oxidáveis, desde que todos os componentes da válvula sejam não oxidáveis, caso contrário
esses componentes devem ser protegidos com graxa. De qualquer modo as válvulas de bronze, aço
inoxidável e outras ligas metálicas não oxidáveis devem receber a proteção contra poeira e umidade.
219
Válvulas Flangeadas
Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber um tampão de plástico em cada
Todas as peças devem ser marcadas, em alto relevo com a classe de pressão e o diâmetro
nominal da válvula. As peças de diâmetro de 1/2”, 3/4”, 1”, 1 1/2”, 2”, 2 1/2” e 3” das classes 300 e
600, conforme a norma ASME B16.5, devem ter marcação dupla por servirem para as duas classes.
Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber uma placa de borracha colada nas
superfícies externas dos flanges, de modo que impeça a entrada de poeira e umidade. Em seguida, as
válvulas que não dispuserem de condições próprias para permanecerem na posição vertical, devem
receber uma tábua aparafusada a cada flange que permita o seu posicionamento na vertical, montadas
Placa de borracha ou
filme plástico
4 parafusos
220
Válvulas roscadas com extremidades ou com encaixe para solda, após a aplicação da graxa,
devem receber um tampão de plástico, encaixando internamente com pressão, conforme a figura 6.12,
a seguir.
Após a aplicação da graxa, estas válvulas devem receber uma placa de borracha colada nas
superfícies externas, de modo que impeça a entrada de poeira e umidade, similar à usada nas
b) Tampão
Os tampões, citados nos itens anteriores, devem ser fabricados em polietileno de baixa densidade,
ou material similar, capaz de resistir ao tempo por um período mínimo de dois anos.
Tampão de plástico
221
Vasos de pressão
ter uma marcação feita com tinta e com letras de 40 mm de altura, no mínimo, na própria peça ou na
• Identificação do equipamento;
• Nome do fabricante;
desmontados (para esta indicação, deve ser adotado o mesmo critério de numeração das
• Indicação do lado superior da peça ou da direção “Norte” de projeto, em todas as vezes que
for possível, por engano, montar a peça em posição invertida (no caso das peças ou partes
de equipamentos desmontados).
alívio de tensões e nos quais, portanto, não deve ser feita nenhuma solda no campo,
deve haver ainda um letreiro em local bem visível com os dizeres: “NÃO SOLDAR”.
Os equipamentos ou partes construídas de chapas finas ou que, de qualquer forma, possam sofrer
Todas as peças pequenas, tais como parafusos, porcas, estojos, juntas, flanges e borbulhadores,
devem ser devidamente encaixotadas. Deve ser colocada uma lista do conteúdo dentro da embalagem
a face das bandejas que possuem válvulas ou borbulhadores instalados, para evitar que ocorra
entrelaçamento.
As arestas de chapas com chanfro para solda, faces de flanges, outras superfícies usinadas,
devem ser recobertas com compostos especiais contra a corrosão e protegidas por barras, chapas de
aço ou peças em madeira, firmemente presas, contra danos mecânicos. As roscas de parafusos e de
outras peças também devem ser recobertas com compostos contra a corrosão.
222
Forno
• Os flanges devem estar com suas ranhuras devidamente protegidas contra choques mecânicos
e corrosão. As faces dos flanges devem ser protegidas com revestimento adequado e por uma
• As peças pequenas tais como: parafusos, grampos, estojos, arruelas e guarnições devem
ser acondicionados em caixas e ficar em lugar abrigado das intempéries. As roscas devem ser
• Cuidados especiais no armazenamento devem ser tomados com os motores, abafadores (dampers),
pré-aquecedor de ar, que devem ser colocados em locais ao abrigo das intempéries;
• As chaminés ou seções devem ser armazenadas de modo que evite a perda de circularidade e
amassamento do casco da chaminé e das aletas antivórtice (antivibração) e/ou reforço estrutural;
• As juntas de expansão devem ser armazenadas travadas, e de maneira que evite qualquer
portas de explosão, devem ser armazenadas de modo que evite empenamento, empoçamento
ou outros danos;
• Os furos de mandrilagem e as extremidades dos tubos devem ser protegidos contra a corrosão,
devendo ser utilizado tampão plástico externo nas extremidades dos tubos, e verniz removível
• A movimentação de peças longas deve ser feita de forma que evite empenamentos. Na
movimentação de peças esbeltas, devem ser utilizadas balanças. As peças devem estar com
223
• Não deve haver contato direto das peças com o solo e entre si. Para todas as partes do
mínimo, 30 cm do solo.
A superfície interna da chaparia deve ser protegida com tinta de base asfáltica sempre que ficar
- 1 demão de 50 µm;
• ambiente úmido com gases derivados de enxofre, com ou sem salinidade, com período de
armazenamento:
• Pintura ou verniz, de proteção provisória: deve estar com perfeita aderência, protegendo
• Pintura definitiva: deve estar com perfeita aderência, protegendo integralmente a superfície e
• Outras formas de proteção, por exemplo, graxa e óleo, devem formar um filme uniforme e impermeável
protegendo integralmente a superfície; a superfície deve estar isenta de corrosão sob o filme.
completa, a cada 15 dias, modificando sua posição de repouso para 90° defasado da posição
de repouso anterior.
224
• Ventilador: a cada seis meses;
6.2. Armazenamento
dependem da escolha adequada do sistema. Não há, para isso, uma fórmula pré-fabricada. O
químicas do material desempenham também papel muito importante na escolha dos métodos para
manuseio e estocagem.
movimentação. Além de evitar a rejeição de peças por efeito de batidas e impactos, reduz as perdas
6.2.1. Embalagem
Unidos perdem, anualmente, US$ três bilhões em danos de transporte. No Brasil, embora não haja dados,
sabe-se que os prejuízos também são grandes. Preocupada com essas perdas, a ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas - vem estudando a elaboração de normas técnicas para embalagens. A
225
mesma preocupação levou o IPT a criar o Grupo de Engenharia e Materiais de Embalagem, para estabelecer
O difícil não é projetar uma embalagem resistente, mas cara. O essencial é conceber uma
embalagem que, além de proteger convenientemente o produto, tenha também um custo acessível.
dos passos 1 e 2, considerando-se o custo do material de embalagem, tipos de proteção que deve
Com base no que expusemos, podemos concluir que o principal objetivo da embalagem é proteger
o produto da melhor maneira possível, de acordo com a modalidade de transporte utilizada na distribuição,
com o menor custo possível. Os tipos usuais de embalagens são: as caixas, os tambores e os fardos.
Entretanto, introduzidos no transporte de líquidos e materiais a granel, os recipientes plásticos para fins
industriais estão substituindo, em larga escala, as embalagens convencionais de vidro, madeira e metal.
polietileno. Ele pode adotar formas diversas com capacidade que oscila entre cinco e 5.000 litros.
Carga unitária
Um conceito formal de carga unitizada poderia ser o de “uma carga constituída de embalagens
maximização dos vários equipamentos de transporte, principalmente da empilhadeira de garfos, que pode
tornar-se o mais importante meio de transporte e armazenagem de cargas nos diversos tipos de empresas.
226
Os dispositivos que permitem a formação da carga unitária são vários, entre eles o mais
conhecido é o pallet, que consiste num estrado de madeira de dimensões variadas, de acordo com as
Com o aumento das trocas entre países dos vários continentes, tornou-se necessário
Foi então organizada uma comissão internacional para se estudar o assunto e para se chegar a um
resultado comum a todos; os mais variados padrões foram colocados num programa de computador,
cujo resultado elegeu um pallet de 1.100 mm x 1.100 mm, com área mais próxima a todos aqueles
colocados no programa. Esse resultado levou em consideração também as medidas dos containers,
nos quais são inseridas as cargas para transporte a grandes distâncias. No Brasil, também existem
unitárias. Saindo do campo das cargas de formatos regulares, como caixas de madeira ou papelão,
existe a necessidade de outros tipos de recipientes. Desse modo, o manuseio correto de peças a granel
(parafusos, porcas e arruelas em grande quantidade) demanda recipientes em madeira ou metal, sempre
elaborados dentro do conceito inicial do pallet, que permite ser apanhado por algum equipamento.
Conjuntos montados, como motores, por exemplo, podem ser dispostos em racks, figuras
6.2 e 6.3, que são estruturas metálicas, nas quais os dispositivos especiais montados sobre tampo da
base oferecem fácil acomodação ao conjunto, que, por sua vez, facilita o manuseio. Peças de grande
comprimento (barras, tubos e perfis) apoiadas sobre berços (estruturas metálicas na dimensão das
227
Figura 6.10 – Berço para barras e tubos.
228
Paletização
A paletização é utilizada, com freqüência cada vez maior, em indústrias que exigem manipulação
A manipulação em lotes de caixas, sacos, engradados etc. permite que as cargas sejam
transportadas e estocadas como uma só unidade. As principais vantagens são: economia de tempo,
de pilhas altas e seguras, oferece melhor proteção às embalagens, que são manipuladas em conjunto,
A área de aplicação dos pallets tem aumentado muito nos últimos anos. Inicialmente, empregados
simples prateleira até complexos sistemas de armações, caixas e gavetas. As maneiras mais comuns
Caixas - São adequadas para itens de pequenas dimensões, construídas pela própria empresa
para o apoio de gavetas ou caixas padronizadas. Utiliza-se a madeira não só por motivos econômicos,
mas também por ser mais mole, não danificando os produtos estocados quando sujeitos a eventuais
impactos. A estrutura metálica, por outro lado, tem a vantagem de ser mais flexível, permitindo
modificações na altura e largura das divisões e resistindo melhor aos danos acidentais causados por
229
Figura 6.12 – Prateleira ou porta palletes.
Racks -São construídos especialmente para acomodar peças longas e estreitas, como tubos,
vergalhões, barras, tiras etc. São, às vezes, montados sobre rodízios, permitindo seu deslocamento para
junto de determinada área de operação. Os racks são fabricados em madeira ou aço estrutural
Estocagem de matéria-prima - Ainda que existam certas matérias-primas que possam ser
armazenadas ao tempo, o caso mais comum é o da estocagem interna. A decisão em se adotar um
local único, centralizado para toda a matéria-prima ou armazená-la junto ao ponto de utilização é
considerada comparando as vantagens de cada um destes critérios. A armazenagem centralizada
facilita o planejamento da produção, facilitando o controle de inventário concentrado em um só ponto
da fábrica (almoxarifado). Esta centralização também permite um melhor controle sobre as peças ou
produtos defeituosos, tornando o ato de rejeição mais simples.
230
totalmente, entram na etapa seguinte da produção. Quando a armazenagem é centralizada, é comum o
emprego de transportadores, enquanto a descentralização pode exigir os pallets, caixas ou prateleiras,
junto ou próximo às estações de trabalho.
Estocagem de produtos acabados - É aquela feita para atender o usuário, seja o de entrega imediata,
seja o de encomendas sob pedido. No primeiro caso, o local de armazenagem deve situar-se próximo ao local
de expedição, enquanto para o atendimento de pedidos especiais, variáveis de cliente a cliente, a localização
passa a ter importância secundária; isto porque esta modalidade de estocagem quase se funde ao processo
interna da fábrica, equipamento de escritório etc., o sistema centralizado é o preferido. Caso a indústria
seja de grande porte, existe ainda a possibilidade de subdivisão do estoque em áreas específicas de
Para que a matéria-prima possa transformar-se ou ser beneficiada, pelo menos um dos três
elementos básicos de produção, homem, máquina ou material, deve movimentar-se; se não ocorrer
Em casos especiais, como na construção pesada de aviões, navios, equipamentos etc., homem
permita a seleção do equipamento que seja funcional, operacional e economicamente mais indicado para
a aplicação em cada caso. A experiência de muitas empresas demonstra que as economias que se podem
Para se manter eficiente um sistema de movimentação, existem certas “leis” que, sempre dentro
231
• Mínima distância – Deve-se reduzir as distâncias de deslocamento de equipamentos e materiais
A este grupo pertencem as pontes rolantes, pórticos, elevadores, guindastes fixos e talhas.
Toda vez que for necessário executar uma movimentação constante entre dois pontos pré-
232
gravidade
caixa
reia
or
viad
cor
des
A exemplo deste fato, constata-se que o transportador de esteiras tem aplicação em todas as
indústrias que precisem transportar material a granel e volumes, de forma uniforme e contínua. Não só
pelas vantagens descritas acima, a sua excelente performance acrescenta valioso auxílio nos processos
de fabricação, onde por seu intermédio é possível , misturar-se, distribuir-se e pesar-se materiais sem
Diversos tipos de transportadores são utilizados pela indústria para a movimentação de materiais.
• Transportadores de correntes;
• Transportadores de roscas;
• Transportadores magnéticos;
• Transportadores pneumáticos;
• Transportadores vibratórios.
233
6.3.2.2. Sistemas de manuseio para áreas restritas
Ponte rolante
Constituem-se, basicamente, de uma viga suspensa sobre um vão livre, que se movimenta
sobre dois trilhos; a viga é dotada de um carrinho que se movimenta sobre trilhos, figura 6.14.
como fundições, usinas siderúrgicas, linhas de montagem, em casas de máquinas de usinas elétricas,
em pátios de carga, depósitos e, geralmente, são instaladas um pouco abaixo do nível do telhado.
Combinam a capacidade de levantar carga com o movimento horizontal em dois sentidos, que só é
Esta ponte movimenta desde pequenas cargas de 500 kg a pesadíssimos componentes de 300 t.
ou pinça) amplia o campo de aplicação do equipamento, que vai desde o transporte de peças, tubos
e barras, passando por cargas a granel, sucatas, até lingotes quentes, “panelas” de aço líquido e
carregamento de fornos. As pontes são dotadas de um sistema de proteção, para garantir a segurança
tal, as pontes possuem limitadores de curso, freios eletromagnéticos, freios mecânicos de emergência
e sinalizador sonoro para aviso do público. A operação da ponte rolante pode se dar por meio de
comandos elétricos de botoeiras acionados do piso pelo operador ou de uma cabine de comando que
234
Na seleção, os pontos básicos são a capacidade de elevação, a freqüência de operação
e a velocidade desejada. Além de cobrir toda a área de operação, a ponte rolante proporciona
Uso
• Linhas de montagem;
• Usinas de açúcar.
Vantagens
• Durabilidade elevada;
Modelos para operação ao nível do solo podem ser operados por pessoal não especializado.
da carga.
Desvantagens
Estruturas
• Quando o edifício não é especialmente construído para receber a ponte, a adaptação encarece
muito o investimento;
Pórtico rolante
especialmente em portos. Possui estrutura própria que corre sobre trilhos assentados no piso, figura
6.15, adiante. Em relação à ponte, o pórtico oferece vantagens para comprimentos de rolamentos
maiores, pois a construção de uma estrutura metálica ou de concreto armado torna-se muito cara.
235
Quanto maior o vão, mais indicada torna-se a ponte-rolante, porque quando as pernas do pórtico
estão muito separadas torna-se difícil conseguir um funcionamento rápido e macio. Mas há certos
trabalhos, como o levantamento de cargas muito pesadas, em que o pórtico é definitivamente mais
Uso
de rolamento.
• Menos seguro;
• Mais caro.
236
Talhas
Indicadas para deslocar cargas pesadas, volumosas ou desajeitadas, com freqüência variável.
pode ser excelente solução para o transporte interno numa instalação, figura 6.16.
Podem ser utilizadas fixas - apenas para levantar cargas - ou serem adaptadas a monovias e
monotrilhos, para fazerem grandes deslocamentos de carga. O seu acionamento pode ser manual,
elétrico ou pneumático.
Uso
• Em deslocamentos verticais;
Vantagens
• Facilidade de instalação.
Desvantagens
237
Elevadores
categorias:
• Monta-cargas - Capacidade máxima para 300 kg e dimensões máximas de 1,10 x 1,· x 1,10
m;
• De alçapão - Utilizado na carga e descarga de garrafas, latas, caixas etc., entre pavimento
térreo e o subsolo.
Uso
Vantagens
Desvantagens
De todos os casos, os sistemas de manuseio entre pontos sem limites fixos são sem dúvida,
os mais versáteis. Isto porque suas aplicações não se restringem a dois pontos predeterminados nem
238
Carrinhos
São os mais antigos e mais simples equipamentos para manejo de cargas. O princípio básico
permanece sendo uma plataforma com rodas e um timão direcional, figura 6.17.
nos modelos mais simples, foram criados tipos aperfeiçoados, como o carrinho para plataforma elevatória
(para pallets), que inclui modelos especiais para manejo de tambores, bobinas e plataformas.
Ao longo do tempo, uma enorme variedade de modelos especiais derivou-se deste projeto
• Carrinhos tipo alavanca: Consistem em uma longa barra que termina em um nariz de aço.
Apóiam-se em duas rodas pequenas. Sua capacidade atinge 2,5 t, mas seu raio restringe-se
a curtas distâncias;
superfície carregadora plana. Grande capacidade de carga e raio de alcance limitado (menos
de 10m);
• Carrinhos de uma roda: Consistem em uma caixa ou plataforma montada sobre duas barras
e provida de roda central. São muito usados em construção e fundição. Com impulso de 20 kg
o trabalhador pode deslocar 100 kg. Seu raio de ação atinge algumas centenas de metros;
239
• Carrinhos de duas rodas: São os mais usados. Podem transportar cargas de até 250 kg
• Carrinhos de rodas múltiplas: Têm plataforma lisa e são equipados com três, quatro ou
seis rodas, dispostas em várias posições. São fabricados para trabalhar num raio de ação de
Uso
Vantagens
• Baixo custo;
• Versatilidade;
• Silenciosos;
Desvantagens
• Baixa produção.
240
Empilhadeiras manuais
borracha e é equipada com torre dobrável, para permitir a passagem por caminhos estreitos, porta etc..
• Tarugo - Eixo horizontal usado no transporte de rolos de arame, pneus, bobinas de papel;
• Lança com gancho - Semelhante ao tarugo, tem gancho na extremidade para pendurar a
• Tambor basculante - Arco que suporta o recipiente por alças ou garfos. Usado no transporte
e estocagem de tachos, tambores e barris. Serve também para entornar líquidos quentes,
ácidos etc..
Uso
• Alimentação de máquinas;
• Estocagem de cargas;
• Grande altura;
241
Vantagens
• Baixo preço;
Desvantagens
Empilhadeiras
Quando, além do peso e da distância, a carga tiver de ser empilhada, torna-se necessário o
uso de uma empilhadeira. Trata-se de um carro de elevação por garfos, motorizado e em condições
base próprios para manuseio, e por elevação executam a operação de empilhamento. Essas qualidades
242
Os modelos de empilhadeiras podem ter tantas características quanto as exigências de cada
material a ser movimentado, mas podem ser divididos em três classes fundamentais:
• Frontais de contrapeso;
• Empilhadeiras laterais.
cargas de frente e se reequilibra por meio do contrapeso, localizado na parte traseira, o que lhe garante
Vantagens
• Diminui a mão-de-obra.
Desvantagens
Guindastes
São estruturas compostas de coluna e lança, podendo serem fixas ou acionadas por veículos
provido de motor a explosão, cujo principal objetivo é movimentação de cargas pesadas por meio da
243
A aplicação de guindastes é recomendada para movimentação quando as cargas pesam mais
de cinco toneladas.
De todos, o mais importante é o guindaste de lança, cuja lança pode ser fixa ou móvel.
O uso de guindastes móveis, sobre palletes ou não, apresenta vantagens consideráveis na carga
de pesos unitários grandes, pois são um meio para movimentação tanto vertical quanto horizontal e
informações:
• Raio operacional;
• Altura de elevação.
O guindaste mecânico caracteriza-se por possuir lança fixa, o que limita bastante o seu raio
operacional. Além disso, todos os guindastes mecânicos são sobre pneus. Existem alguns que possuem
Os guindastes hidráulicos são os mais utilizados pela sua versatilidade. Podem ter três tipos
de lança: telescópica, tubular e treliça. Eles têm um giro de 360° e podem ser:
• Sobre chassi;
• Sobre esteiras;
• Fixos.
244
Figura 6.20 – Guindastes móveis.
Uso
• Montagem industrial;
• Construção pesada;
• Oficinas de manutenção.
Vantagens
Desvantagens
245
UNIDADE VII - REGISTROS
DA QUALIDADE
Introdução
execução, controle e registro das atividades fabris. Toda fabricação é regida por códigos e normas,
que requerem dos fabricantes domínio tecnológico e capacitação técnica para seu desenvolvimento.
o cumprimento dos requisitos estabelecidos é evidenciado, a informação sobre como desenvolver cada
Estruturar um sistema que contenha documentados todos os processos que afetam a qualidade
do produto ou serviço exige muito critério, conhecimento técnico e domínio de códigos e normas.
de processos de trabalho documentados e integrados, é necessário que o ciclo de fabricação seja bem
examinado, para que cada documento emitido seja representativo da atividade de trabalho em questão
e espelhe criteriosamente o controle das variáveis que podem afetar a qualidade do produto. Com a
de cada funcionário da empresa. Com isto, os processos de trabalho passam a ser concretamente
definidos por “documento físico”, e a empresa (com a atuação de seus colaboradores) tem domínio
247
O registro da qualidade, portanto, é um documento gerado com a função de comprovar como
determinada atividade foi desenvolvida. Ele atua como um “espelho” do sistema da qualidade. A partir
de sua análise, podem ser geradas ações corretivas e preventivas, detectar-se a necessidade de revisão
Todos os registros da qualidade devem ter a sua origem estabelecida no momento em que
se planeja a fabricação. O Plano de Fabricação (PF) e o Plano de Inspeção e Testes (PIT) ou Plano da
qualidade são os documentos que traduzem, em meio físico, como se planeja executar a fabricação
específicos para semelhante fabricação, os responsáveis pela qualidade têm todos os elementos para
pela qual passará cada parte do equipamento ou componente. Por meio dele, é possível se identificar
qual o posto, seção ou maquinário onde acontecerá cada etapa, o procedimento para sua execução,
quais os controles de qualidade cabíveis àquela atividade e se haverá algum registro da qualidade
O Plano de Inspeção e Testes possui conteúdo semelhante ao PF, com um adicional campo
em branco em cada atividade onde se indicará o planejamento de inspeção por parte do cliente ou
que dão origem aos registros da qualidade. É preciso que se diga que nem toda atividade de controle
representará um registro da qualidade. Esta determinação será função dos critérios que norteiam a
248
Relatórios de inspeção visual e dimensional;
Relatórios de Inspeção;
Toda e qualquer matéria prima que houver de ser empregada na fabricação necessita ter um
certificado para comprovar sua adequação ao uso. Esta adequação ao uso diz respeito à conformidade
com alguma norma ou especificação de materiais. Características como propriedades físicas, químicas,
identificação conforme norma, corrida, lote, data de fabricação, nome do fabricante, procedência,
rastreabilidade etc. são imprescindíveis para a sua aceitação como legítima e sua aplicabilidade.
Qualquer indicação de não conformidade em alguma de suas propriedades deve ser motivo
de suspeita e condição suficiente para uma possível rejeição, caso não se possa elucidar a razão da
divergência. Toda evidência e contestação numa análise de certificado de matéria prima deve estar
pautada numa confrontação com um dos seguintes documentos: requisição de compra, norma ou
249
7.2.2. Certificado de consumíveis de soldagem
Toda evidência e contestação, numa análise de certificado de matéria primam, devem estar
pautadas numa confrontação com um dos seguintes documentos: requisição de compra, norma ou
especificação de material.
mesmo documento. É evidente que, de um modo quase direto, as propriedades mecânicas decorrem da
250
composição química do material e do histórico de tratamentos térmicos e ou processos de conformação
O conteúdo de um certificado tal como este não poderia ser outro senão a apresentação da
• O limite de escoamento;
resultado de uma operação executada durante o processo fabril, por exemplo: tratamento térmico
de recozimento, têmpera seguida de revenido, alívio de tensões etc, pode ser necessário que outras
A discriminação dos elementos e os respectivos percentuais, que devem estar presentes, podem ser
constatados pela simples confrontação com estas especificações. Podem, contudo, existir ocasiões
em que a análise química deva ser realizada para suprir necessidades de comprovação ou identificação
da autenticidade de um material. Nestes casos deve-se tomar cuidado na análise do resultado, uma
vez que certos processos de fabricação costumam influenciar de modo negativo na composição química
• Numeração do certificado;
• Rastreabilidade, etc..
251
Toda evidência e contestação numa análise de certificado de propriedades mecânicas e
composição devem estar pautadas numa confrontação com um dos seguintes documentos: requisição
Não há como negar que o melhor instrumento de inspeção até hoje criado é o olho humano; isto
porque quem o comanda é o também poderoso cérebro. Aliados, o conhecimento e a experiência,
o olho torna-se um instrumento imbatível. O relatório de inspeção visual é o resultado crítico e preciso
deste instrumento, referendado pelos critérios de aceitação e rejeição de códigos e normas interpretados
devidamente pelo cérebro. Vide adendo 4.
Do mesmo modo, a inspeção dimensional é incontestável.
252
Toda evidência e contestação numa análise de relatório de inspeção visual e dimensional deve
• Norma de referência;
• Desenho de projeto.
• Inspeção visual;
• Teste de ímã e teste por pontos;
• Teste de estanqueidade;
• Inspeção por líquidos penetrante, por partículas magnéticas, por radiações ionizantes (raios-X
e raios gama) e por ultra-som. Vide adendo 6.
253
Os procedimentos de ensaios têm conteúdos específicos para cada tipo de ensaio. Entretanto,
todos eles têm em comum os seguintes itens:
• Objetivo;
• Normas de referência;
• Tipo, forma e processo de fabricação do material a ser inspecionado;
• Condição superficial;
• Critério de aceitação/rejeição;
• Formulário de relatório;
• Requisitos de segurança;
• Limpeza final.
Embora sendo elaborados por um profissional nível 3, os procedimentos podem ser analisados
pelo inspetor de fabricação e qualquer caso de divergência com qualquer documento aplicável à fabricação
deve ser motivo de suspensão de sua aplicação até o devido esclarecimento do problema.
Toda evidência e contestação na análise de um procedimento de ensaio não destrutivo devem
estar pautadas numa confrontação com um dos seguintes documentos:
• Normas de referência;
• Lista de profissionais certificados;
• Código de projeto.
por exemplo: normalização, recozimento, têmpera, revenido, alívio de tensões, solubilização etc. Todo
e qualquer tratamento térmico temo como registro da qualidade o seu gráfico. Vide adendo 7 e 7a.
modernos, em geral, possuem um grande número de termopares que podem ser ligados a registradores
254
Em todo tratamento térmico, a etapa crítica é a do tempo de encharque ou patamar. É nesta
etapa que efetivamente se alcança uma condição propícia para realização do efeito pretendido. A partir
realizados em corpos de prova ou no próprio componente ou equipamento. O ensaio mais usual realizado
é o ensaio de dureza. Entretanto, tratando-se de corpos de prova, uma infinidade de outros ensaios e
testes pode ser feita. Todo tratamento térmico deve vir precedido de um procedimento específico para
a sua realização. Todos os parâmetros devem ali constar e as condições para controle da qualidade
• Identificação do forno;
• Número do registrador;
255
7.2.7. Registros de qualidade da soldagem
motivo, fazer soldas com qualidade torna-se uma condição essencial para garantir o bom desempenho
descritas, em seu corpo, todas as variáveis a serem usadas num processo de soldagem para soldagem
de uma junta. A condição essencial para que a EPS possa ser usada é a demonstração de que ela
efetivamente resulta em uma solda com as propriedades mecânicas requeridas para aquela junta ou
procedimento de soldagem. A RQPS traz em seu corpo, além das mesmas variáveis apresentadas
pela EPS, os resultados dos ensaios mecânicos efetuados em corpos de prova soldados conforme
prescreve a EPS. Estes dois documentos são fundamentais para a execução de qualquer soldagem
numa fabricação.
Ainda que a EPS e RQPS estejam devidamente documentadas e seus resultados se mostrem
satisfatórios, é necessário que a soldagem seja conduzida por um profissional capaz de realizá-la. O
registro de qualificação de soldador (RQS) é o documento que comprova que o soldador ou operador de
soldagem em questão é capaz de produzir soldas sem defeitos, naquele processo de soldagem específico,
seguindo os parâmetros determinados numa EPS qualificada. Vide adendos 8, 9, 9 (verso) e 10.
Em nenhuma hipótese, poderá ser admitido um soldador sem a devida qualificação executando
Outro documento de uso bastante difundido nas operações de soldagem e que faz parte dos
extensões e tipos de exames ou ensaios não destrutivos aos quais estas deverão ser submetidas. Vide
adendo 11.
256
A especificidade destes documentos revela que o domínio deste assunto deve ser contar
com a avaliação criteriosa de um profissional devidamente qualificado para tal. No Brasil, a FBTS
– Fundação Brasileira de Tecnologia de Soldagem é quem certifica inspetores para atuarem na área de
necessitam familiarização com estes documentos e devem saber fazer uso deles. No entanto, reportar-
se aos inspetores de soldagem é algo salutar, que todo inspetor de fabricação pode e deve fazer, uma
vez que àqueles é delegada a responsabilidade pela qualidade das soldas produzidas.
• Plano de solda;
O relatório de inspeção é um documento de uso geral, que tem ampla aplicação servindo às
necessidades de comunicação entre inspetores, fiscais, técnicos e fabricante, das eventuais constatações
É comum durante o desenrolar do processo fabril, serem encontradas não conformidades que
poderão ou não comprometer a integridade do equipamento. Diante de tal situação, cabe ao inspetor
Em geral, neste documento, a descrição das observações procura ser objetiva, mediante um
relato cujo teor deve ser estritamente técnico e embasado na documentação de referência. Possíveis
causas e/ou conseqüências não são, necessariamente, o conteúdo deste relatório. Normalmente, quem
fará uso desta informação deverá propor uma disposição corretiva para tal situação. A disposição
dada e as possíveis conseqüências é que devem ser motivo de discussão, num momento posterior,
257
O conteúdo de um relatório de inspeção / relatório de não conformidade é composto de:
• Documentos de referência;
registradas e informadas a quem de direito. Devem estar pautadas numa confrontação com um dos
seguintes documentos:
• Plano de solda;
Este documento é emitido pelo órgão de inspeção ou empresa inspetora por ele autorizada,
de fabricação, plano de inspeção e testes, códigos e normas de referência. Vide adendo 12.
A emissão do CLM pressupõe a conclusão de toda a fabricação do equipamento ou componente
documentos acima mencionados à medida que estes são gerados no processo fabril, bem como os
e aceitas pelo cliente. A análise e aprovação do data-book é uma constatação de que nenhuma das
258
etapas de controle, previamente planejadas, foi esquecida e de que todos os registros, certificados,
relatórios foram devidamente elaborados, analisados e aprovados. O original do CLM deve ser entregue
ao fornecedor e, no mínimo, devem receber cópias, o órgão gerenciador do contrato, o órgão requisitante
Cabe ressaltar, que a emissão do CLM não exime o fornecedor de sua responsabilidade em
• Documentos de referência (códigos, normas, ET’s, RM’s, memoriais descritivos, etc.); texto
contendo por extenso que o equipamento ou componente foi devidamente inspecionado, testado e
Deve ser assinado pelo inspetor de fabricação, conter número, data e indicar quem deverá
Documento emitido pelo órgão ou empresa inspetora quando eventos previstos no Plano da
Qualidade são rejeitados por não estarem em conformidade com a documentação contratual. Este
documento deve conter uma descrição detalhada do motivo da rejeição, com as devidas justificativas
normas, ET’s, RM’s, relatórios de ensaios mecânicos, ensaios não destrutivos, inspeção dimensional
259
O conteúdo de um certificado de rejeição de material é composto de:
• Texto contendo, por extenso, que o equipamento foi rejeitado para fornecimento e uso.
Deve ser assinado pelo inspetor de fabricação, conter número, data e indicar quem deverá
260
Adendo 1 – Certificado de Matéria Prima
261
Adendo 2 – Certificado de Consumível de Soldagem
262
Adendo 3 – Certificado de Propriedades Mecânicas e Análise Química
263
Adendo 4 – Relatório de Inspeção Visual
264
Adendo 5 – Procedimento de Ensaio não Destrutivo por Ultra-som
265
Adendo 6 – Relatório de Ensaio por Ultra-som
266
Adendo 7 – Certificado de Tratamento Térmico
267
Adendo 7a – Registro Gráfico do Tratamento Térmico
268
Adendo 8 – Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS)
269
Adendo 9 – Registro de Qualificação de Procedimento de Soldagem
(RQPS)
270
Adendo 9 – Registro de Qualificação de Procedimento de Soldagem
(RQPS) - verso
271
Adendo 10 – Registro de Qualificação de Soldador
272
Adendo 11 – Instrução de Execução e Inspeção de Soldagem (I.E.I.S)
273
Adendo 12 – Relatório de Inspeção
274
Adendo 13 – Certificado de Liberação de Material
275
Adendo 14 – Certificado de Rejeição de Material
276
UNIDADE VIII - CONSUMÍVEIS DE
SOLDAGEM
Introdução
Para execução da soldagem são empregados materiais que têm a finalidade de influenciar
Os consumíveis são específicos de cada processo de soldagem, podendo variar sua composição
de acordo com o tipo de trabalho a ser executado. Portanto, é de fundamental importância, para seleção
dos consumíveis, ter conhecimento sobre o processo, geometria da junta, material a ser soldado,
• Gases Reativos: Oxigênio, Nitrogênio e Dióxido de Carbono - Normalmente estes gases são
misturados a gases inertes nas mais variadas proporções conforme a necessidade de cada
• Varetas;
• Fluxos.
277
8.1. Especificação de um Consumível
Essa especificação da American Welding Society (AWS) foi desenvolvida ao longo dos anos
conformidade com a especificação acima, com base nas propriedades mecânicas, também conhecidas
tipo de corrente - CA ou CC. O sistema de classificação é elaborado para fornecer certas informações
sobre o eletrodo e o metal de solda depositado. O significado das designações da AWS é mostrado
278
Figura 8.1 – Classificação de eletrodos revestidos para aços-carbono.
Essas classificações em conformidade com a especificação AWS A5.1 são determinadas pelo
fabricante de eletrodos de acordo com os resultados dos testes. A American Welding Society não
AWS A5.1 transforma-se na especificação ASME SFA5.1. Tanto a classificação quanto os requisitos
279
8.2.1. Características individuais dos eletrodos revestidos
modificada com silicatos minerais, desoxidantes e silicato de sódio. A quantidade de revestimento desses
eletrodos é pequena, cerca de 10 a 12% em peso. Como a massa de celulose se queima durante a
soldagem, a escória é mínima e é, normalmente, de fácil remoção. O arco tem uma penetração profunda
e, com manipulação adequada do arco, cordões de solda de boa qualidade podem ser depositados
em todas as posições.
Eletrodos E6011 - São similares aos E6010 exceto que compostos de potássio em quantidade
suficiente são adicionados ao revestimento para estabilizar o arco e permitir que o eletrodo seja utilizado
Eletrodos E6012 - Possuem vários nomes comuns. Na Europa, são chamados de eletrodos
rutílicos. O revestimento contém grandes quantidades do mineral rutilo (dióxido de titânio, TiO2). O arco
possui baixa penetração, e com manipulação adequada podem ser fechadas grandes aberturas de raiz.
Embora a especificação permita a soldagem com CA ou CC, o arco é mais suave e a quantidade de
Eletrodos E6013 - Também contêm um grande percentual de dióxido de titânio (rutilo - TiO2) em
seu revestimento. Eles são projetados para ter um arco de baixa penetração, permitindo que metais de
pequena espessura sejam soldados sem furar a peça. O revestimento contém compostos de potássio
Eletrodos E7014 - São parecidos com os eletrodos E6013, exceto que foi adicionado o pó de
ferro e é aplicado à alma do eletrodo um revestimento mais espesso. Isso resulta em taxas de deposição
Eletrodos E7015 - Foram os primeiros eletrodos de baixo hidrogênio. Eles foram desenvolvidos
entre 1940 e 1950 para soldar aços temperáveis. Todos os eletrodos, previamente analisados, têm
280
Eletrodos E7016 - São bem similares ao tipo E7015, exceto que o uso do potássio no
revestimento permite que esses eletrodos possam ser empregados tanto com CA como com CC+.
Eletrodos E7018 - São a versão mais moderna do eletrodo de baixo hidrogênio. A adição de
quantidades consideráveis de pó de ferro ao revestimento resulta num arco mais suave e com menos
respingos. Esse moderno balanço de ingredientes do revestimento resulta numa grande melhoria na
compostos de manganês e sílica. Eles produzem um arco do tipo spray e uma escória pesada que
proporciona proteção extra ao metal de solda fundido, que é muito fluido, limitando seu uso às juntas
Eletrodos E6022 - Servem para a soldagem de chapas finas sob altas correntes e altas
Eletrodos E7024 - Possuem um revestimento similar aos tipos E6012 e E6013, porém
apresentam um revestimento muito pesado que contém 50% de pó de ferro em peso. Sob correntes
relativamente altas apresenta altas taxas de deposição. As soldas são limitadas às posições plana e
Eletrodos E6027 – São, também, do tipo de alto teor de pó de ferro, consistindo o revestimento
de 50% de pó de ferro em peso. As correntes de soldagem podem ser CA, CC+ ou CC-. A penetração é
média, e os cordões de solda são levemente côncavos com boa fusão nas paredes laterais do chanfro.
Como em todos os eletrodos de alto teor de pó de ferro, a taxa de deposição desses eletrodos é alta.
Eletrodos E7028 - São bem semelhantes aos do tipo E7018, exceto que o revestimento é mais
pesado e contém 50% em peso de pó de ferro. Diferentemente dos eletrodos E7018, são adequados
Eletrodos E7048 - São bem similares aos do tipo E7018, exceto que são desenvolvidos para
281
8.3. Gases de Proteção
pelo nitrogênio (N2), oxigênio (O2) e vapor d’água (H2O) presentes na atmosfera.
Quando o hidrogênio (H), presente no vapor d’água e no óleo, combina-se com o ferro (Fe) ou
com o alumínio (Al), resultará em porosidade e pode ocorrer fissuração sob cordão no metal de solda.
Para evitar esses problemas associados com a contaminação da poça de fusão, três gases principais
são utilizados como proteção: argônio (Ar), hélio (He) e dióxido de carbono (CO2). Além desses, pequenas
quantidades de oxigênio (O2), nitrogênio (N2) e hidrogênio (H2) provaram ser benéficas em algumas
aplicações.
soldagem incluem:
• Reação química do gás com os vários elementos no metal de base e no arame de solda;
como a energia térmica transferida à solda. Quando a condutividade térmica aumenta, maior tensão
de soldagem é necessária para sustentar o arco. Por exemplo, a condutividade térmica do hélio e do
dióxido de carbono é muito maior que a do argônio; devido a isso, aqueles gases transferem mais calor
à solda. Portanto, o hélio e o dióxido de carbono necessitam de uma tensão de soldagem maior para
A compatibilidade de cada gás com o arame e o metal de base determina a adequação das
do metal e a profundidade à qual a peça é fundida — profundidade de penetração. A tabela 8.2 sumariza
282
Tabela 8.2 – Carta de seleção de gases.
Os eletrodos para o processo TIG são varetas sintetizadas de tungstênio puro ou ligado ao
tório ou zircônio, ambos na forma de óxidos.
O tungstênio, além de possuir elevado ponto de fusão (3392o C) e evaporação (5906o C), apresenta
também ótimas características de emissividade eletrônica. Estes eletrodos seguem a classificação AWS
A 5.12 (American Welding Society), conforme apresentado na tabela 8.4, para alguns eletrodos.
283
Tabela 8.3 – Classificação dos eletrodos segundo a AWS A5.12.
A adição destes elementos (tória, zircônia etc.) tem a finalidade de aumentar a emissividade
O eletrodo de tungstênio puro - EWP - é utilizado na soldagem com corrente alternada. Com
Na utilização de corrente contínua, a ponta do eletrodo deve ser afiada conforme indicado na
figura 8.2. É importante que a afiação seja no sentido longitudinal ao eixo do eletrodo e bem uniforme,
(perfil de penetração e largura). Ângulos mais agudos concentram menos o arco, diminuindo a penetração
e aumentando a largura do cordão. Por outro lado, ângulos mais rasos aumentam a penetração e
284
Figura 8.3 – Influência do ângulo da ponta do eletrodo na geometria do cordão.
Os metais de adição para o processo TIG são fornecidos, para soldagem manual, na forma
de varetas com um metro de comprimento e em vários diâmetros, sendo os de 1,6 a 6,4 mm os mais
utilizados.
Existe no mercado uma grande variedade de metais de adição para o processo TIG, tornando
este aplicável à soldagem de, praticamente, todos os metais industrialmente utilizados: aços-carbono,
aços inoxidáveis, alumínio e suas ligas, níquel e suas ligas, titânio e sua ligas etc.
Estes metais seguem a classificação AWS aplicável e são especificados pela composição
química e/ou propriedades mecânicas, como no exemplo abaixo para uma vareta de aço ao carbono.
ER 70S-3
Onde:
70 indica o limite mínimo de resistência à tração em 1000 psi, que neste caso seria de
70000 psi;
285
8.4. Arames Utilizados nos Processos MIG/MAG/arco
submerso
Um dos mais importantes fatores a considerar na soldagem a gás é a seleção correta do arame
de solda. Esse arame, em combinação com o gás de proteção, produzirá o depósito químico que
determina as propriedades físicas e mecânicas da solda. Basicamente, existem cinco fatores principais
— AWS — a simplificar a seleção. Foram desenvolvidos e fabricados arames que produzem os melhores
resultados com materiais de base específicos. Embora não exista uma especificação aplicável à indústria
Os fluxos podem ser do tipo fundido ou aglomerado consoante a forma como são fabricados. O
fluxo fundido, inicialmente utilizado e hoje pouco usado, é fundido e posteriormente esmagado e calibrado,
tendo a vantagem de não ser higroscópico, contrariamente ao que acontece com o tipo aglomerado.
A classificação dos fluxos quanto às suas características químicas (ácidos, neutros ou básicos)
CaO + MgO + SrO + LiO2 + Na2O + K2O + CaF2 + 0,5 (FeO + MnO)
IB =
SiO2 + 0,5 (Al2O3 + TiO2 + ZrO2)
286
Se este Índice for inferior a 1, o fluxo é considerado ácido; entre 1,0 e 1,5, o fluxo é neutro e
Quanto à sua capacidade de alterar a composição química do metal de solda, os fluxos podem
ser classificados como ativos ou neutros. Os primeiros são aqueles que podem transferir quantidades
significativas de um ou mais elementos de liga para a poça de fusão, tendo, portanto, uma participação
efetiva na composição química do metal de solda. Assim, este tipo de fluxo permite depositar aços
ligados usando-se eletrodos de aço de baixo carbono. Contudo, a operação de soldagem com este
tipo de fluxo deve ser cuidadosamente planejada e controlada, já que variações nos parâmetros de
soldagem, particularmente da tensão, influenciam esta transferência de elementos de liga para a solda,
e, portanto, a sua composição química, como indicado na tabela 8.4. Fluxos neutros influenciam de
A American Welding Society - AWS possui duas especificações relacionadas diretamente com
• A 5.17, que trata de arames de aço doce e fluxos para soldagem por arco submerso;
• A 5.23, que especifica arames de aço de baixa liga e fluxos para soldagem por arco submerso.
287
Em ambas as especificações, a designação de um fluxo é sempre feita em combinação com
um dado arame. Assim, um mesmo fluxo F pode ser designado como F6A2-EXXX ou F7A4-EXXX, de
acordo com o arame-eletrodo E utilizado. O esquema 8.1, de designação do par arame-fluxo adotado
Esquema 8.1.
metal depositado.
288
Já a tabela 8.6 indica os requisitos de composição química de arames para a soldagem por arco
Classe
AWS Carbono Manganês Silício Enxofre Fósforo Cobre
EL 8 0,10 0,25 - 0,60 0,07
EL 8K 0,10 0,25 - 0,60 0,10 - 0,25
EL 12 0,05 - 0,15 0,25 - 0,60 0,07
EM 12 0,06 - 0,15 0,80 - 1,25 0,10 0,035 0,035 0,035
EM 12K 0,05 - 0,15 0,80 - 1,25 0,10 - 0,35
EM 13K 0,07 - 0,19 0,90 - 1,40 0,35 - 0,75
EM 15K 0,10 - 0,20 0,80 - 1,25 0,10 - 0,35
EH 14 0,10 - 0,20 1,70 - 2,20 0,10
• A embalagem deve ser examinada quanto à integridade e à etiqueta, pois na mesma irão
• O eletrodo revestido deve conter a identificação individual por meio de inscrição legível ou
• Os eletrodos e as varetas que tiveram suas pontas expostas oxidadas não são aceitas;
• Para os eletrodos revestidos, defeitos no revestimento, tais como perda da espessura, trincas,
289
8.6. Manuseio, Armazenamento e Secagem dos
Consumíveis
Para a utilização correta dos eletrodos revestidos, alguns cuidados obrigatórios devem ser
realizados, como:
abertos em estufas.
• Os eletrodos devem ser empilhados em prateleiras; no máximo pilhas de três latas, na estufa,
II - Estufa sem bandeja que deve ter um misturador para homogeneizar a ressecagem do fluxo.
Devem sempre ser seguidas as recomendações dos fabricantes, para tal existe literatura
abundante e disponível. Os formulários para o controle dos consumíveis devem ser elaborados e devem
290
UNIDADE IX - INSPEÇÃO VISUAL E
DIMENSIONAL DE SOLDA
Introdução
Em razão de sua simplicidade, ele não deve ser ignorado, mesmo que, depois, a peça seja
Através do ensaio visual de uma junta, um Inspetor qualificado pode obter as seguintes
informações:
• Presença de corrosão;
291
9.1. Terminologia de Soldagem
9.1.1. Chanfro
É a abertura entre duas partes do conjunto que se quer soldar e que determina o espaço para
conter a solda.
chanfro
chanfro
O chanfro pode ser também um sulco (uma abertura) na superfície de uma peça. Abaixo, figura
corte A - A
sulco
A
292
Podemos diferenciar, no chanfro, as seguintes regiões:
• Bisel;
• Ângulo do bisel;
• Ângulo do chanfro;
• Face do chanfro.
Bisel
É a extremidade (borda) preparada de uma peça com a finalidade de ser submetida à soldagem.
Orientação do corte
O bisel também pode ser curvo. Observe a seqüência na figura 9.4, a seguir.
Orientação do corte
293
Ângulo do bisel
É o ângulo formado entre a borda preparada de uma peça e um plano perpendicular à superfície
dessa peça.
Ângulo do bisel
Ângulo do bisel
90º 90º
Ângulo do Bisel
90º
90º
294
Ângulo do chanfro
Ângulo total entre as partes que serão unidas por uma solda. Figuras 9.7a e 9.7b.
Ângulo do chanfro
Ângulo do chanfro
Ângulo do chanfro
Ângulo do chanfro
295
Face do chanfro
Superfícies de cada uma das partes de um conjunto que forma o chanfro, figura 9.8a e 9.8b.
Faces do chanfro
Faces do chanfro
296
Depois de ter conhecido as regiões de um chanfro, torna-se importante conhecer os vários
tipos de chanfros.
CHANFRO EM “U”
297
Observação:
As formas são escolhidas em função das espessuras das peças que serão soldadas, do
tipo de união entre as peças e do processo de soldagem (técnica) que será utilizado.
9.1.2. Solda
É o resultado da soldagem. Na maior parte dos casos, a solda é obtida ao se adicionar à junta
um metal em estado de fusão (alta temperatura), que se dilui (mistura) parcialmente com o material dos
alguns termos relativos à solda, pois são muito utilizados por Inspetores de exames não-destrutivos.
Figura 9.11.
São eles:
• Metal de adição - É o metal com o qual será preenchida a junta por soldar, ou seja, é o
• Metal de base - Material de que são constituídas as peças por soldar, ou seja, é o material
298
Metal de base Metal de base
Exemplos:
• Se a peça for constituída de aço inoxidável, o metal de base será Aço Inoxidável;
299
9.1.4. Reforço da solda
reforço reforço
reforço reforço
São os pontos nos quais a parte posterior da solda, ou seja, por onde a soldagem é iniciada,
raiz da solda
raiz da solda
raiz da solda
raiz da solda
300
9.1.6. Passe de solda ou cordão de solda
É o ato de deslocar a poça de fusão, com ou sem metal de adição, ao longo da junta, ou sobre
no mesmo plano.
Passes da solda
Camadas
301
1ª camada passes nº 1 e 2
2ª →
“ “ nº 3 e 4
3ª →
“ “ nº 5, 6 e 7
4ª →
“ “ nº 8, 9 e 10
5ª “ “ nº 11, 12 e 13
→
6ª →
“ “ nº 14, 15, 16, e 17
7ª →
“ “ nº 18, 19, 20 e 21
8ª →
“ “ nº 22, 23, 24 e 25
9ª “
→ “ nº 26, 27, 28 e 29
Observe a figura 9.17, abaixo. Ela possui oito passes de solda, que no caso, representam oito
Passes da solda
Camadas
302
9.1.8. Margem da solda
É a linha correspondente ao encontro da face da solda com o metal de base. Figura 9.18.
margem da solda
perna da solda
margem
raiz da solda
perna da solda
303
9.1.11. Garganta efetiva
Para solda em ângulo combinada com chanfro, é a menor distância entre a raiz da solda e a
garganta efetiva
garganta efetiva
garganta efetiva
garganta efetiva
garganta efetiva
304
9.1.12. Garganta real
É a menor distância medida entre a raiz e a face da solda de filete. Figura 9.21.
garganta real
garganta real
garganta real
garganta real
305
9.1.13. Garganta teórica
É a menor distância do início da raiz da junta à hipotenusa do maior triângulo retângulo inscrito
garganta teórica
garganta teórica
306
9.1.14. Solda de topo
Observe a figura 9.23, que mostra a representação gráfica de uma solda de topo.
Consiste em uma solda que une duas superfícies, aproximadamente, em ângulo reto.
As figuras 9.24, 9.25, 9.26, 9.27 e 9.28 mostram soldas em alguns tipos de juntas de ângulo e
de juntas sobrepostas.
as superfícies que
receberão a solda
estão em ângulo reto
solda
superfícies a
serem unidas solda
307
superfícies a
serem unidas solda
solda
as superfícies
que receberão a
solda estão em
ângulo
as superfícies que
receberão a solda
estão em ângulo reto
solda
308
9.1.16. Solda de aresta
É a solda executada em uma junta de aresta. Observe, na figura 9.29, como é representada.
bordas que
receberão solda solda
Parte do conjunto
É uma solda feita em um furo, circular ou não, situado em uma das partes do conjunto de uma
junta sobreposta, ligando esta parte à região da outra parte que está visível através do furo. Observe
A A’
parte do
conjunto
309
Observação: O furo circular poderá ou não ser totalmente preenchido por solda como
solda
Figura 9.33.
310
9.1.19. Regiões de uma junta soldada
Quando soldamos uma junta, podemos distinguir quatro regiões, figura 9.34:
• Zona de ligação - É o limite entre a zona fundida (que sofreu fusão) e a zona que não sofreu
processo de fusão;
• Zona afetada pelo calor - Também conhecida por Zona Afetada Termicamente (ZAT). É a
região do metal de base que não sofre processo de fusão, mas que tem suas propriedades mecânicas
zona afetada pelo calor zona de ligação zona afetada pelo calor
zona fundida
311
9.1.20. Posições de soldagem para chapas – figura 9.35.
312
9.1.21. Posições de soldagem para tubos – figura 9.36.
313
9.2. Descontinuidades em juntas soldadas – figuras
9.37, 9.38, 9.39 e 9.40.
Mordeduras:
Deposição insuficiente:
Depressão sobre a forma de entalhe, no metal de
Insuficiência de metal na face da solda.
base acompanhando a margem da solda.
Porosidade agrupada
(interna)
AA
314
Reforço excessivo: Rechupe de cratera:
Excesso de metal da zona fundida. Falta de metal, resultante da contração da zona
fundida, localizada na cratera do cordão de solda.
Rachupe
A:A’
315
Desalinhamento: Desalinhamento:
Junta soldada de topo, cujas superfícies, embora Deformação angular de junta
paralelas, apresentam-se desalinhadas, excedendo à soldada de topo.
configuração do projeto.
316
9.3. Simbologia de Soldagem e END
Cauda
Sempre que for necessário, fazer indicações complementares, tais como, especificações,
processos, número do procedimento, raios dos chanfros, goivagem etc. Todas elas serão colocadas
ou indicadas dentro da cauda, do símbolo, figura 9.41. A cauda pode ser dispensada, caso nenhuma
cauda
Linha de Referência
Os símbolos básicos de soldagem são colocados abaixo ou acima de uma linha, normalmente
horizontal, em relação ao desenho. Esta linha é denominada, linha de referência, figura 9.42.
linha de referência
Linha de Seta
A linha de seta é uma linha inclinada a 30º em relação à linha de referência e se estende desde
a junção com a linha de referência até a linha que indica a junção dos componentes a serem unidos ou
Quando a linha de seta é reta, significa que qualquer um dos componentes a serem unidos
poderá receber o chanfro, isto no caso de apenas um o ser. Exemplo: chanfro em meio V, figura 9.43.
Quando os dois são chanfrados (por exemplo, chanfro em V ou nenhum é chanfrado (chanfro
reto ou sem chanfro), só poderemos indicar através de uma linha de seta reta, figura 9.44.
Quando a linha de seta é quebrada ou em ziguezigue, a mesma aponta para o membro espe-
317
Como vimos, a seta quebrada só pode ser usada quando apenas um componente é chanfrado,
Figura 9.43 – Com esta indicação, tanto o membro 1 quanto o 2 podem ser chanfrados
Figura 9.44 – Com este tipo de chanfro ( X ) só permite o uso da seta reta, pois os dois membros serão
chanfrados
Quando o símbolo é colocado abaixo da linha de referência, a solda será executada do mesmo
Quando o símbolo é colocado acima da linha de referência, a solda será executada pelo lado
Quando o símbolo é colocado acima e abaixo da linha de referência, a solda será executada
em ambos os lados, figura 9.46 exceto em dois tipos de soldagem por resistência elétrica, que
veremos adiante.
318
Lado oposto
Mesmo lado
Mesmo lado
Lado oposto
Mesmo lado
Lado oposto
Lado oposto Mesmo lado
Lado oposto
Mesmo lado
Mesmo lado
Lado oposto
Nota: Quando a junção é mostrada por uma área paralela ao plano do observador (desenho
da planta), considera-se o lado da seta, como o lado próximo ao observador e o lado oposto da seta,
319
Em soldagem por resistência elétrica (solda por ponto ou projeção, figura 9.47 e solda de costura,
figura 9.48), quando a linha de referência passa pelo centro dos símbolos, significa que não há indicação
de lado.
No caso de soldagem de topo por descarga elétrica (flash butt welding) e soldagem de topo
por fluência (upset butt welding), o símbolo acima e abaixo da linha de referência não tem o significado
de ambos os lados; mas, sim, a representação sem indicação de lado, figura 9.49.
FW
A Tabela 9.1, a seguir mostra os símbolos básicos de soldagem e sua localização (em chanfro).
Lado
oposto
Ambos os
lados
Sem
indicação Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado
de lado
320
Nos símbolos de solda com chanfro em meio V, K, J, duplo J e com uma face convexa, a linha
à esquerda do símbolo não são alteradas pelo sentido da seta ou se ela aponta na superfície inferior
321
Na tabela 9.2 abaixo, mostra os símbolos básicos de soldagem e sua localização.
Lado
oposto Não usado
Ambos os
lados Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado
Sem
indicação de Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado Não usado
lado
Os símbolos de solda em ângulo, figura 9.51, e de solda tipo flange de canto, figura 9.52, têm
322
Veremos agora, as dimensões e o seu correto posicionamento em relação aos símbolos.
323
Quando as pernas são desiguais, cada dimensão é representada no seu respectivo componente
(8 x 12)
Quando existem notas gerais que, determinam no desenho, as dimensões das soldas em ângulo,
Exemplo: a dimensão das soldas em ângulo deve ser 8mm, a menos que indicado
ao contrário.
324
Garganta efetiva
É também colocada à esquerda do símbolo, porém, situa-se entre a profundidade de preparação
Nos exemplos observados, notamos que, mesmo quando há dimensões iguais, é obrigatório
Para juntas com chanfros em V ou em X, quando não houver indicação quanto a dimensões,
325
O comprimento e o espaçamento entre os centros de soldas descontínuas são posicionados
à direita do símbolo da solda em ângulo, figura 9.57. O comprimento dos cordões e o espaçamento
são separados por um traço horizontal, tanto para solda em cadeia como para solda em escalão. Na
solda em cadeia, os trechos de cordões são igualmente espaçados e coincidem entre si. Na solda em
escalão, a um trecho de cordão, opõe-se uma parte não soldada. Nota-se que, apesar das dimensões
Abertura da raiz
Deve ser aquela adotada pelo fabricante. Não sendo especificada pelo fabricante, a indicação
No caso do(s) componente(s) ser(em) chanfrado(s) em ambos os lados com uma só abertura
de raiz, esta poderá estar representada acima ou abaixo da linha de referência, figura 9.58.
326
O ângulo do chanfro ou do bisel é indicado como as figura 9.59:
Símbolos suplementares
São usados em combinação com os símbolos básicos de soldagem, tabela 9.3.
Perfil
Nivelado Convexo Côncavo
O símbolo de solda ou de exame, em todo o contorno, deverá ser representado por um círculo,
cujo centro seja o ponto de encontro entre a linha de referência e a linha de seta, em cada operação
Este símbolo nem sempre substitui as informações relativas ao lado da seta e ao lado oposto da seta.
327
O acabamento da solda, tabela 9.4 e figura 9.60, será indicado pelo contorno adequado, acres-
C Calafate (chippig)
G Esmerilhamento (grinding)
M Usinagem (Machining)
R Laminação (rolling)
H Martelamento (hammering)
Nota: Quando a simbologia é representada por mais de uma linha de referência, a sequên-
cia de operações será indicada em ordem a partir do símbolo que estiver mais próximo da junção,
figura 9.61.
1ª Operação
2ª Operação
3ª Operação
328
Simbologia de Exames Não Destrutivos
Conforme poderá ser observado, as partes que compõem os símbolos de exames não destruti-
Comprimento da seção
a ser examinada
Exame a
executar no
Quantidade de exames (N) campo
Cauda
indicação
os lados
Exame a
Procedi- Lado executar
lado
mento, es- oposto
pecificação em todo o
ou outra Lado contorno
Sem
de
Ambos
referência da seta
Linha de
referência
Líquido penetrante LP PT
Partículas magnéticas PM MT
Radiografia Rad RT
Teste de estanquidade TE LT
Exame visual EV VT
329
Apresentamos na tabela 9.5, alguns exemplos da utilização dos símbolos dos exames
não destrutivos.
Tabela 9.5 – Exemplos de Símbolos de Exames Não Destrutivos combinados com Símbolos de Soldagem
Simbologia Descrição
Exames de partículas magnéticas
em toda extensão do lado oposto
ao indicado pela seta.
330
Na tabela 9.6, apresentamos alguns exemplos de símbolos de Exames Não Destrutivos utiliza-
Tabela 9.6 – Exemplos de Símbolos de Exames Não Destrutivos combinados com os símbolos de soldagem
Simbologia Descrição
Soldar o chanfro em V do lado indicado
pela seta;
- Goivar pelo lado oposto e soldar o chanfro
em U;
- Executar exames combinados de líquido
penetrante e partículas magnéticas em
ambos os lados.
331
9.4. Inspeção Visual
• Na inspeção de soldas;
• Na inspeção de fundidos;
Vantagens
• Geralmente, também indica pontos de prováveis descontinuidades que devem ser detectadas
• Um ensaio visual bem executado proporciona uma diminuição do número de reparos de solda,
Limitações
332
9.6. Fatores que Afetam a Precisão do Ensaio Visual
Como dispositivo de ensaio, o olho humano é, notoriamente, pouco preciso. A acuidade visual
depende de inúmeros fatores e nunca é a mesma para dois indivíduos, ainda que ambos possam ser
boa definição da imagem, mesmo que estejam sendo utilizados instrumentos óticos auxiliares, o que
precisão do ensaio visual. Além disso, a presença de óxidos, areia, poeira e outros contaminantes pode
“mascarar” descontinuidades, razão pela qual, algumas vezes, se exige jateamento ou outro método
9.6.1. O inspetor
• Ser competente;
• Ser qualificado;
• É função do acesso;
333
A iluminação
• Sem iluminação, não é possível efetuar a inspeção visual, mesmo utilizando os melhores
instrumentos disponíveis;
• Boroscópios e fibroscópios possuem lâmpadas de 150 W que geram, aproximadamente,
1.000 lux. A área a ser inspecionada deve estar iluminada com, no mínimo, 1000 lux para detecção e
avaliação de descontinuidades de solda e/ou de juntas preparadas para solda.
Método Direto
Método Remoto
• Quando a distância máxima do olho do Inspetor, até o local examinado, ultrapassa 600 mm
ou o ângulo de observação for menor do que 30º;
• O exame é realizado com o auxílio de aparelhos óticos simples e/ou de controle remoto.
Instrumentos óticos, como espelhos, lupas, microscópios, comparadores etc, fornecem meios
de compensar os limites da acuidade visual do olho humano, principalmente no caso de pequenas
descontinuidades. Entre esses instrumentos, os mais utilizados são as lupas e os microscópios, que
serão comentados a seguir.
Método direto
As lupas são, em geral, pequenos instrumentos óticos portáteis providos de lentes capazes
de ampliar a imagem da superfície em ensaio. Seu emprego não é restrito ao ensaio visual, sendo
muito usadas em outros ensaios como, por exemplo, a macrografia. As lupas usadas no método direto
aumentam o objeto ou a superfície observada em até 4X.
334
As lanternas também são muito utilizadas na inspeção visual pelo método direto.
Método remoto
• Lanternas;
• Lupas;
• Espelhos;
• Boroscópios;
• Fibroscópios.
Outro instrumento bastante útil é o microscópio, largamente utilizado em metalografia, para o ensaio
da estrutura de metais e ligas. Pode-se lançar mão de microscópios, embora menos sofisticados, para o ensaio
visual, ainda que, obviamente, este se restrinja à análise de corpos de prova ou de peças pequenas.
Outros métodos
Método reprodutivo:
• fotografia;
• A padronização é difícil;
335
9.8. Seqüência da Inspeção Visual
Objetivos:
Exemplos:
• Incrustrações superficiais de areia;
• Oxidação;
• Escórias de soldas;
• Rugosidade superficial excessiva.
• Escovamento;
• Raspagem;
• Lixamento;
• Esmerilhamento;
• Jateamento abrasivo.
9.8.3. Inspeção
Consiste no exame visual das juntas preparadas para soldagem e/ou das juntas soldadas, com
a utilização de instrumentos ( réguas, paquímetros, calibres etc) e acessórios ( lupa, lanterna etc).
336
A forma como será realizada a inspeção deve atender a requisitos estabelecidos em Normas
adotadas para tal finalidade. Normalmente o inspetor utiliza um procedimento de inspeção qualificado
• ASME Seção V;
Após a inspeção o inspetor preenche o relatório de inspeção visual com dados do equipamento e/ou
características geométricas de uma junta preparada para soldagem, onde se obtêm os valores de ângulo
O úItimo é, taIvez, o mais importante. É ele o responsável pela análise dos resultados e pela
precisão das medidas, devendo conhecer perfeitamente os instrumentos e escolher os métodos mais
adequados para o seu uso. Ao lidar com tais instrumentos, é importante que o Inspetor tenha em mente
337
• Verificar se a peça por examinar está suficientemente limpa, de modo que não danifique o(s)
instrumento(s) nem prejudique a medição;
• Verificar se a sensibilidade do instrumento é adequada à medição que se irá executar;
• Evitar choque, oxidação e sujeira no(s) instrumento(s);
• Sempre que possível, deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de tocá-la com o(s)
instrumento(s) de medição.
Os instrumentos mais utilizados para Inspeção Dimensional de juntas preparadas para soldagem
e juntas soldadas já foram descritos no Módulo Básico – Unidade III – Metrologia Industrial.
São eles:
• Régua Graduada;
• Trena;
• Paquímetro;
• Calibre de Solda;
• Goniômetro.
A seguir serão apresentados outros instrumentos, que embora não sejam convencionais, são
9.9.2. Gabaritos
São dispositivos fabricados pelo usuário para verificar a conformidade do serviço com as normas
Vantagens
Desvantagens
• Nem sempre é possível ao usuário fabricar certos tipos de gabaritos com a precisão adequada;
• Como demandam tempo para a sua fabricação, só devem ser usados para verificações
338
Gabarito para verificação de Alinhamento. Gabarito para verificação de Alinhamento.
339
A seguir, veremos algumas verificações a serem efetuadas na inspeção dimensional de
equipamentos:
9.10.1. Definição
Spool – trecho de uma linha de tubulação fabricado em oficina, para ser unido no campo a
• Excentricidade das linhas do centro dos flanges e linhas de centro das tubulações;
340
• Alinhamento dos trechos retos das tubulações;
9.10.3.Tolerâncias
As verificações e dimensões executadas devem ser analisadas de acordo com os critérios das
341
OBS.: As tolerâncias não são acumulativas.
• Indicar a tolerância para a distância face a face, centro a face, centro a centro, etc. de ±3mm;
• O alinhamento do flange da posição indicada não pode se afastar mais do que ±1mm;
• A rotação do flange em relação à posição correta deve ser de ±1,5mm, medido da maneira
indicada;
• O ângulo de inclinação do flange em relação à linha de centro 90º deve ser de ± meio grau.
9.11.1. Definições
1. virola
2. tramo: antes da
soldagem a outro
Figura 9.66– Estruturas tubulares após soldagem.
componente
3. membro tubular
4. nó
5. subconjunto
6. tronco (CAN)
7. ramificação (STUB)
8. cone
9. contraventamento
342
Figura 9.67 – Estruturas tubulares após soldagem.
• Diâmetros;
• Perímetros;
343
Ângulo dos chanfros
Deve ser uniforme, e sua verificação ser feita através do goniômetro ou calibre específico.
Diâmetros e perímetros
Devem ser verificados nas extremidades e no corpo das virolas, através do perímetro medido
com trena.
A espessura da parede das virolas deve ser medida com D. Meter, em quatro pontos ortogonais,
Ovalização de componentes
soldadas.
O instrumento mais adequado é o micrômetro interno de varas. Devem ser medidos, no mínimo,
Deve ser verificado, no mínimo, 1000 lux para detecção e avaliação de descontinuidades de
Deve ser confeccionado um relatório que contenha croquis sobre o nó inspecionado, detalhando
os itens verificados.
344
UNIDADE X - VASOS DE PRESSÃO
Introdução
tipo, dimensões, formato ou finalidade, capazes de conter fluido pressurizado. Aqui, entenderemos por
vasos de pressão todos os reservatórios de qualquer tipo, dimensões ou finalidades, não sujeitos a
chama, que contenham qualquer fluido em pressão manométrica igual ou superior a 1,02 Kgf/cm2, ou
submetidos à pressão externa (sujeitos a vácuo), que trabalham como equipamentos de processo em
Nas indústrias de processo, existem três condições específicas características que tornam
necessário um maior grau de confiabilidade para este tipo de equipamento, em comparação com o que
• Estas indústrias trabalham em regime contínuo, dia e noite, durante muitos meses a fio. Logo,
processo. Por este motivo, qualquer falha ou paralisação de um único equipamento desta cadeia, faz com
que haja, geralmente, a paralisação de toda a instalação. É fácil perceber que este tipo de paralisação, de
natureza não programada, resulta em vultosos prejuízos de perda de produção e lucros cessantes;
• Nessas indústrias, existem, muitas vezes, condições de grande risco devido à natureza dos
fluidos manuseados (inflamáveis, tóxicos, explosivos, ou em elevadas pressões e/ou temperaturas). Nestas
condições, qualquer falha pode resultar em um acidente grave ou mesmo num desastre de grandes
proporções.
345
10.1 Classificação dos Vasos de Pressão
Caldeiras;
Fornos.
abrangem os mais variados usos. Além disso, constituem-se, de uma forma geral, nos itens de maior
tamanho, peso e custo unitário em uma indústria química ou petroquímica (cerca de 60% do custo total).
Os gases são quase sempre armazenados sob pressão, normalmente na fase líquida (liquefei-
tos), de forma que se possa ter um grande peso armazenado em um volume relativamente pequeno.
Isto ocorre onde há a necessidade de se armazenar estes líquidos ou gases entre as diversas
346
• Processamento
Existem inúmeros processos que necessitam de um ambiente pressurizado para a sua realiza-
ção. Os principais exemplos para esta finalidade são torres de processamento (destilação, retificação,
absorção etc.), vasos e reatores em unidades de reforma e craqueamento catalítico, vasos em unidades
ao seu projeto, fabricação, montagem, inspeção e testes. Isto porque falhas em um vaso de pressão
em operação, além da perda de produto e parada de um processo, podem acarretar perda de vidas.
de periculosidade. Por este motivo, torna-se de vital importância o cuidadoso acompanhamento das
usada para equipamentos e acessórios nas refinarias de petróleo. Com o objetivo de melhor familiarizar
o técnico de inspeção com esta nomenclatura, faremos uma breve descrição dos componentes usual-
10.2.1. Classificação
Nos vasos de pressão, podemos observar três dimensões através das quais podemos clas-
sificá-los. Estas dimensões são o diâmetro interno (DI), o diâmetro externo (DE) e o comprimento entre
tangentes (CET). O comprimento entre tangentes (CET) representa o comprimento total entre as linhas
Quanto à posição em que estas três dimensões encontram-se em relação ao solo, os vasos de
347
• Cilíndricos Verticais - vasos com casco cilíndrico e DI e DE paralelos ao solo e CET perpen-
dicular ao solo;
• Cilíndricos Horizontais - vasos com casco cilíndrico e DI e DE perpendiculares ao solo e CET
paralelo ao solo;
• Cilíndricos Inclinados - vasos com casco cilíndrico DI, DE e CET inclinados em relação ao solo;
• Esféricos - vasos onde a dimensão CET não pode ser definida.
10.2.2.1. Corpo
Também chamado de casco ou costado. Ele tem sempre o formato de uma superfície de
revolução e é normalmente cilíndrico, cônico, esférico ou combinação dessas formas. A figura 10.1, a
Transição cônica
CET
DI
DI
DI
CET
CET
CET
CET
Vaso - 1 Vaso - 2 DI
DI
DI
348
10.2.2.2. Tampos
Também chamados de calotas, apresentam-se normalmente nas formas plana, elíptica, toroes-
quais sejam a exigência do serviço, o diâmetro do vaso, a pressão de operação entre outros.
O tampo elíptico tem, teoricamente, as seções transversais como uma elipse geometricamente
perfeita. No tampo elíptico denominado “normal”, a relação entre os semi-eixos é 2:1, ou seja, o diâmetro
do tampo é igual a quatro vezes a sua altura. Este tipo de tampo pode, quase sempre, ser construído
com chapa de mesma espessura da chapa do casco, uma vez que a sua resistência à pressão interna
é praticamente igual à do cilindro de mesmo diâmetro. Estes tampos são de uso bastante raro no Brasil
Os tampos toroesféricos são constituídos por uma calota central esférica de raio L e por uma
seção toroidal de concordância, com raio r. Este tipo de tampo é bem mais fácil de se fabricar do que
o tampo elíptico, sendo tanto mais fácil quanto menor for o raio L. Inversamente, a sua resistência será
tanto maior quanto maior for L, fazendo com que possam ser usadas chapas de menor espessura.
Resumindo, qualquer tampo toroesférico tem sempre uma resistência menor do que um tampo elíptico
de mesmo diâmetro e com a mesma relação de semi-eixos. Estes tampos são os mais empregados
para vasos de quaisquer diâmetros, principalmente os chamados de “falsa elipse”. A tabela 1, a seguir,
L R h
ASME 2:1
0,904 D 0,173 D 0.25 D
(falsa elipse)
349
O tampo hemisférico é, proporcionalmente, o mais resistente de todos, podendo ter cerca da
metade da espessura de um casco cilíndrico de mesmo diâmetro. Por outro lado, é muito difícil de ser
construído e ocupa um espaço maior devido à sua maior altura. É empregado para vasos horizontais,
em geral, vasos verticais de diâmetro superior a 10 metros, quando as condições de processo per-
Os tampos cônicos, embora fáceis de serem construídos, são pouco usados por serem bem
menos resistentes do que qualquer um dos anteriores. O seu emprego limita-se praticamente ao tampo
inferior de vasos onde seja necessário o esvaziamento rápido e completo, ou que trabalhem com fluidos
Salvos casos em que o formato dos tampos decorre de uma exigência do serviço, a escolha
Na figura 10.2 a seguir, são mostrados os principais tipos de tampos, bem como suas princi-
pais dimensões.
Calota
Coroa Gomos
esférica
Concordância
toroidal
R
d
I Rc Rk
d
D D D
350
10.2.2.3. Aberturas
Todos os vasos de pressão têm, sempre, várias aberturas, com diversas finalidades. Dentre as
aberturas existentes, as principais são os bocais e as bocas de visita. Além destas, outras aberturas
existentes são feitas para permitir a ligação entre o corpo do vaso e outras partes do mesmo vaso,
como por exemplo, a ligação a potes de drenagem. Estas aberturas podem ser feitas tanto no corpo
parede do vaso, sendo este o motivo pelo qual estas aberturas devem ser evitadas.
Duas ou mais aberturas muito próximas entre si, também, causam um enfraquecimento
maior, uma vez que as regiões afetadas da parede do vaso se superpõem. A experiência mostrou que,
quando a distância livre entre as aberturas é superior ao diâmetro médio destas aberturas, o efeito de
superposição já não é mais sensível, podendo ser desprezado. O código ASME, Seção VIII, Divisão 1
(parágrafo UG-42), permite que a distância livre mínima entre duas aberturas, com um reforço único,
dimensões acima de certos limites, são feitas exigências especiais. Por exemplo, o código ASME,
Seção VIII, Divisão 1 (parágrafo UG-36), exige cálculos e reforços especiais para as aberturas em cascos
• Para vasos com diâmetro de até 1530 mm, a abertura deve ter a metade do diâmetro do vaso,
limitada a 510 mm de diâmetro;
• Para vasos com diâmetro acima de 1530 mm, a abertura deve ter a um terço do diâmetro do
351
A figura 10.3, a seguir, mostra vários exemplos de aberturas em vasos.
352
Bocais
São aberturas existentes nos vasos de pressão para possibilitar a ligação destes com tubu-
Bocas de visita
As bocas de visita (manhole) são aberturas fechadas com tampas removíveis por onde se dá o
acesso ao interior dos vasos de pressão, para inspeção, limpeza, manutenção, montagem e remoção
de peças internas. Na maioria dos casos, as bocas de visita são construídas de modo similar a um
10.2.2.4. Reforços
As aberturas, num vaso de pressão, apesar de necessárias para o seu funcionamento, causam,
como visto anteriormente, um enfraquecimento local na parede do vaso, tendendo a provocar uma
deformação local nesta parede. Além disso, elas são pontos onde há concentração de tensões, em
conseqüência da descontinuidade geométrica representada pela própria abertura. Logo, para combater
este efeito indesejável, é necessária a colocação de reforços junto a essas aberturas.
Todas as normas de projeto exigem que as aberturas com diâmetro superior a um certo limite
tenham um reforço adequado. É importante salientar que o reforço deve ser, obrigatoriamente, de mate-
rial de mesma qualidade e, pelo menos, a mesma resistência do material da parede do vaso.
De acordo com o código ASME, Seção VIII, Divisão 1 (parágrafo UG-36), por exemplo, o reforço
é exigido para aberturas de diâmetro nominal igual ou superir a 3.5”, quando a espessura do vaso é de,
no máximo, 10 mm. Quando a espessura de parede do vaso for superior a 10 mm, o reforço é exigido
para aberturas com diâmetro nominal igual ou superior a 2.375”.
Qualquer reforço é tanto mais eficiente, ou seja, menores serão as tensões e deformações,
quanto mais próximo estiver o reforço da borda da abertura e quanto mais simétrico for este reforço.
A maior vantagem da simetria do reforço é importante, principalmente, em vasos de parede fina. En-
tretanto, o reforço não deve ser excessivo uma vez que reforços muito volumosos podem ter o efeito
contrário de agravar as concentrações de tensões, porque dificultam a deformação natural do vaso
devido à pressão.
353
Os reforços, normalmente, utilizados são os seguintes:
• Discos de chapa soldados ao redor da abertura, também chamados de anéis de chapa. Eles
possuem, geralmente, a mesma espessura do casco. É sobreposto ao casco, sendo soldado a este por
soldas em ângulo. Este anel deve ter sempre um ou dois pequenos furos rosqueados (geralmente, com
6mm de diâmetro), para respiro e para injeção de ar para teste das soldas. É o sistema mais simples, barato
e de mais fácil execução. Contudo, eles não devem ser usados quando a parede do vaso tiver espessura
igual ou superior a 50 mm. Também não são recomendados para vasos que operam com baixas temper-
aturas e sujeitos a serviços cíclicos. Além disso, não devem ser utilizados em vasos para serviços com
hidrogênio. Entretanto, seu uso é permitido para qualquer diâmetro desde que respeitadas as condições
citadas anteriormente. A figura 10.4, abaixo, mostra, esquematicamente, este tipo de reforço.
Parede do vaso
• Reforço com um disco de maior espessura, soldado de topo na parede do vaso. Esse sistema
é permitido para qualquer diâmetro e pode ser usado nos casos em que o anel de chapa não é permitido
ou não é recomendado. Entretanto, apresenta como principal desvantagem a grande restrição nas sol-
das do disco de reforço com o casco e com o pescoço, que podem resultar em altas tensões residuais.
Contudo, podemos minimizar esta desvantagem pelo uso do tratamento térmico de alívio de tensões,
que somente pode ser dispensado quando o casco e o pescoço não possuírem grande espessura. A
figura 10.5 abaixo mostra, esquematicamente, este tipo de reforço.
Disco de reforço
354
• Reforço com uma peça forjada integral, soldada de topo com a parede do vaso, podendo
ser usado em vasos de quaisquer diâmetros. É uma construção cara, mas que resulta na melhor dis-
tribuição de tensões e na maior resistência mecânica. Devido à grande extensão e rigidez da solda no
casco, o tratamento térmico de alívio de tensões deve ser realizado. A figura 10.6, a seguir, mostra este
tipo de reforço.
Peça forjada
• Pescoço tubular com maior espessura, sendo muito conveniente e econômico para diâmetros
nominais de até 10”. Este pescoço pode ser um tubo forjado ou um tubo sem costura. A restrição da
solda é menor do que no caso do reforço com maior espessura, não sendo necessário, então, de uma
forma geral, realização de tratamento térmico de alívio de tensões. A figura 10.7, a seguir, mostra este
tipo de reforço.
Pescoço tubular
(tubo sem costura
ou tubo forjado)
A variedade de tipos e detalhes de peças internas em vasos de pressão é muito grande, de-
Todas estas peças internas, que devem ser desmontáveis, têm de ser obrigatoriamente subdi-
vididas em seções de tal maneira que cada seção possa passar com facilidade através das bocas de
visita dos vasos. Todas estas peças internas, devido à redução de peso, facilidade de desmontagem e
355
outros fatores, fazem com que seja extremamente difícil a utilização de qualquer sistema de proteção
anticorrosiva. Por este motivo, estes acessórios internos devem ser, quase que obrigatoriamente, con-
struídos de material resistente à corrosão. Logo, estes acessórios, são, com freqüência, de material
Bandejas
são construídas de chapa, possuem um vertedouro, e são cortadas alternadamente. Devem possuir um
alçapão, que também é chamado de boca de visita da bandeja, cuja finalidade é permitir a passagem
Borbulhadores
Seções desmontáveis ou válvulas
Vertedor
Anel de suporte
soldado ao casco
Distibuidores
São tubos internos, com ou sem ramificações, para espalhar o líquido que entra no vaso.
Gramo ou braçadeira de
fixação dos tubos (com folga)
356
Grades
Tela de Vergalhões
arame
Seções desmontáveis
Barras
Vigas
Anel de suporte
soldado ao casco
união daqueles acessórios por solda é a sua facilidade de remoção, além de evitar a necessidade de
realização de soldas dissimilares, uma vez que, na maioria das vezes, estes internos são de material
357
Vigas de sustentação
de 1,50 m) com a finalidade de melhorar a suportação e a rigidez das seções de bandejas e demais
internos. Essas vigas são integrais e atravessam todo o diâmetro do vaso, sendo fixadas por parafuso
Grade
Anel de
Vigas de sustentação suporte
Bocal Distribuidor
flangeado
Bandejas
Vertedor
Enchimento
Em algumas torres de processo, as bandejas são substituídas por pequenas peças na forma
cilíndrica, esférica ou de sela, cuja finalidade é aumentar o rendimento do processo. Essas pequenas
peças, também conhecidas como recheios, recebem nomes variados em função de sua forma e det-
alhes construtivos e são colocadas no interior do equipamento de maneira aleatória num espaço pre-
determinado. Os principais tipos de recheios utilizados, como enchimento, são os anéis de Rasching,
358
anéis de Pall, selas, esferas e anéis Lessing. As figuras, a seguir, mostram como são esses recheios e
Esferas
Anéis Lessing
Retentores de gotículas
Também chamados demisters. Eles podem ser usados tanto para reter gotículas como partículas
sólidas. Os retentores de gotículas são usados para evitar o arraste de líquido em correntes de vapores.
Os vapores em movimento no interior de um vaso arrastam gotículas que, ao passarem pelo retentor
ficam retidas nas suas malhas. As gotículas acumuladas formam gotas que caem novamente sobre o
Vista interna
do vaso
Grade de
suportação
Anel Pall
(Pall ring)
Distribuição
aleatória
Estes demisters são fabricados com fios de arame, formando malhas com dimensões controladas
e adequadas às exigências do processo. Eles são divididos em seções, compactadas e montadas entre
grades ligadas por arames, O que facilita seu manuseio, montagem, aumento ou redução do número
de camadas do retentor e permitem a sua instalação no interior dos vasos. Os materiais mais usados
359
na fabricação dos fios, que constituem o retentor e parte estrutural, são o aço-carbono ou inoxidável
austenítico para a parte estrutural e aço inoxidável, monel ou plástico para os fios que compõem a
malha do retentor.
Já os retentores de partículas são usados para reter as partículas sólidas contidas na corrente
de gases e são fabricados da mesma maneira que os retentores de gotículas. O material particulado
retido na malha será removido apenas nas paradas operacionais, quando o conjunto deve ser removido
Quando a espessura da malha do retentor estiver inferior à projetada ou parte dela estiver
danificada, podem ser adicionadas mais camadas ou substituídas as danificadas, sem a necessidade
de mexer nas demais camadas, desde que o fio usado na malha esteja em boas condições físicas.
com demister.
Saída de gás
Deminster Retentor de
gotículas
Entrada de
produto
Fase
líquida
Drenagem
São comuns, também, em vasos de pressão defletores, chicanas, calhas, coletores, potes de
selagem e quebra-vórtices. Os defletores, chicanas, calhas e coletores têm a finalidade de dirigir a corrente
fluida, evitar impactos ou coletar a saída de líquidos. Os quebra-vórtices destinam-se a evitar a formação
de vórtices, sendo recomendável a sua colocação nos bocais ligados à linha de sucção de qualquer
bomba. Devem ser colocados também defletores internos nos bocais superiores de instrumentos de nível
em vasos verticais, bem como quebra-jatos nos bocais de entrada de líquidos quando for julgado que o
impacto da corrente líquida em partes internas ou na parede do vaso seja prejudicial a estes.
360
Todas essas peças são construídas de chapas e, geralmente, soldadas à parede do vaso e
devem ser, sempre, do mesmo material do vaso ou, pelo menos, de material de mesmo P-Number,
como definido pelo código ASME, Seção VIII. Quando o vaso possuir algum tipo de revestimento anti-
corrosivo interno, essas peças devem ter também o mesmo revestimento. A seguir, serão relacionados
Os vasos de pressão podem ter diversos tipos de acessórios externos, dentre os quais, podemos
• Reforços de vácuo, que são anéis soldados ao casco para dar maior rigidez, evitando o co-
lapso em vasos que trabalham com pressões inferiores á atmosférica. Esses anéis podem ser feitos de
cantoneiras, perfis C, perfis I, barras chatas ou compostos de chapas e de barras, sendo este último o
sistema preferido. Esta preferência se dá, apesar da maior quantidade de soldas, devido à dificuldade
Viga “U”
Casco
Perfil composto
para permitir um acabamento adequado ao mesmo. Esses anéis devem ter uma largura, pelo menos,
igual à espessura do isolamento além de furos para a amarração de arames ou telas de fixação do
isolamento.
361
Tampo do fundo
Cantoneira
Casco
Isolamento
térmico ou
revestimento Porcas soldadas
igualmente espaçadas
Casco
Chapas compostas
ou viga
cortada
Furação
Orelhas para
fixar escadas
ou plataformas
• Suportes para turcos de elevação de carga em torres e outros vasos verticais que tenham
362
É importante que todas as peças soldadas diretamente à parede do vaso sejam, obrigatoria-
O código ASME, Seção VIII, Divisão (parágrafo AD-900), exige solda contínua (ou cordão de
solda contínuo), em volta e qualquer peça não-pressurizada soldada externamente à parede do vaso.
Uma peça externa obrigatória em todos os vasos de pressão é a sua placa de identificação.
Essa placa deve ser de material resistente à corrosão (geralmente bronze ou aço inoxidável).
363
10.2.2.7. Suportes
Todos os vasos de pressão devem ter suporte próprio, não se admitindo, mesmo para vasos
leves ou de pequenas dimensões, que fiquem suportados pelas tubulações a ele ligadas.
Existem vários tipos de estruturas de suporte, tanto para vasos verticais como para vasos
horizontais.
A maioria dos vasos horizontais é suportada em dois berços (selas), de construção metálica,
abrangendo, no mínimo, 120º de circunferência do vaso, sendo que, para permitir a livre dilatação do
vaso, em um dos berços, os furos para os chumbadores são ovalados (furos oblongos).
Os berços devem ser soldados ao casco do vaso por um cordão de solda contínuo e devem
Considerando-se o vaso de pressão em questão como uma viga bi-apoiada, com os extremos
em balanço, os berços deveriam ser colocados em uma posição tal que seja obtido, no meio do vão,
entre os suportes, um momento fletor igual à soma daqueles nos pontos de apoio, como mostra a
A figura 10.21, a seguir, mostra desenhos dos suportes de vasos de pressão horizontais mais
usados na indústria.
364
L.T.1
L.T.2
L
(ver desenho do vaso)
H/2
H/2
K K
Diâmetro Diâmetro
do furo do furo
H K
Sela fixa Sela móvel
Chapa de reforço
Solda 120º
Chapa de
Estrutura de chapas reforço
Chumbadores Costelas
c/furos redondos
Chapa
Chumbadores c/furos Concreto de base
ovalados (dilatação)
Eles são, usualmente, sustentados por meio de saias cilíndricas, de chapa, apoiadas dire-
tamente sobre uma base de concreto. Para os vasos construídos em qualquer tipo de aço-carbono,
excetuando-se os especiais para baixas temperaturas, a saia completa é sempre de aço-carbono de
qualidade estrutural. No caso de vasos construídos por outros materiais, deve-se ter um trecho de
saia com 500 mm de altura, junto ao vaso, do mesmo material do mesmo, sendo o restante da saia de
aço-carbono de qualidade estrutural.
Em vasos verticais de pequenas dimensões (com diâmetro de até 1.50 metros), é usual a sus-
tentação por meio de sapatas ou de colunas. As sapatas são estruturas de chapas, soldadas ao casco,
que se apóiam diretamente no concreto. Já as colunas de sustentação de vasos pequenos costumam
ser de cantoneiras ou de perfis, soldados ao casco e terminando cada um por uma chapa-base com
chumbadores. Na ligação da coluna com o casco do vaso, existe, às vezes, uma chapa de reforço, para
melhorar a distribuição de tensões. Sempre que possível, devem ser usadas colunas.
365
A seleção do tipo de suporte para os vasos verticais deve ser feita de acordo com a figura a
De uma maneira geral, as torres devem ser suportadas por meio de saias, sendo que a espes-
sura mínima das saias é 6,3 mm. A saia de suporte deve ter um trecho com 1 metro de comprimento a
partir da ligação com o vaso, com o mesmo material do casco, nas seguintes condições:
Na figura 10.22 a seguir, podemos observar os diversos tipos de suportes para os vasos verticais.
Corpo
do vaso
Saia
Tampo
inferior Viga
Saia
Saia cônica Coluna
cilíndrica
Base de
concreto
a) Vaso com saia cilíndrica b) Vaso com saia cônica c) Vaso de grande diâmetro com
saia curta (não confinada)
Vaso
superior
1000 (mínimo)
Chumbadores
mm
Chapa de
reforço
Saia Sapatas
intermediária de chapa
Vaso
inferior Coluna de
contoneira
ou perfil
e) Vaso suportado em
sapatas
Saia
inferior
366
Suportes para vasos esféricos
As esferas para armazenagem de gases (GLP, por exemplo) também são sustentadas, geralmente,
por seis ou mais colunas soldadas ao casco, aproximadamente, na linha do equador da esfera.
equatorial, de forma que se tenha uma coluna para cada chapa ou uma coluna para cada duas chapas.
367
10.3.1. B.S. 5500
Elaborado pela British Standards Institution, ele aborda aspectos relativos a materiais, projeto,
fabricação, inspeção e testes dos vasos de pressão. Inclui vários apêndices, entre os quais destacamos
os seguintes:
projeto que não puderem ser enquadrados nas fórmulas mais simplificadas de cálculo. É bastante similar
peso e vento;
• Apêndice G - Trata das tensões causadas por cargas localizadas. (Reações de apoio e esfor-
Elaborado pela Associação dos Construtores de Vasos de Pressão, este código alemão é
• Série A – Acessórios;
• Série B – Projeto;
• Série H – Soldagem;
• Série W – Materiais.
10.3.3. P-NB-109
A norma brasileira elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que se
368
10.3.4. Código ASME
A American Society of Mechanical Engineers tem a função de estabelecer regras para que os
métodos de projetos, fabricação, montagem, inspeção e testes utilizados possam oferecer condições
- Seção I - Caldeiras
Os seguintes tipos de vasos de pressão não se encontram no escopo do ASME - Seção VIII
- Divisão 1 e Divisão 2:
ou alternativos;
• Vasos para armazenamento de água com pressão de projeto menor do que 300 psig (21,0
369
• Vasos para armazenamento de água, aquecida por vapor ou outro meio indireto, quando
- Capacidade de 454 l.
• Vasos com o diâmetro interno, largura, altura ou diagonal da seção transversal inferior a 6”.
tabelecidas nesta divisão, deve ser tal que a tensão máxima primária geral de membrana, resultante
dos carregamentos a que esteve sujeito o equipamento durante a sua operação normal, não exceda os
limites de tensão admissível do material do vaso. Além disso, excetuando-se alguns casos especiais,
os carregamentos a que esteja sujeito o vaso não devem provocar uma tensão primária de membrana
Resumindo, as espessuras de parede devem ser calculadas de forma que a tensão de membrana
• Para temperaturas abaixo da faixa de fluência, o menor valor entre LR/4 e LE/1,5;
• LR/4;
• LE/1,5;
considerada e LE é o valor mínimo do limite de elasticidade ou a tensão que provoca uma deformação
de 0,2%, ambas na temperatura considerada. Para muitos materiais, a tensão admissível é considerada
370
A Divisão 1 do código ASME está dividida da seguinte forma:
• Apêndices obrigatórios;
• Apêndices não-obrigatórios.
A consulta a estas normas fica bastante facilitada se esquematizarmos a procura dos elementos
conforme o ASME-VIII-Div. 1, deveremos consultar as seguintes partes: UG, UW, UCS, Apêndices.
371
Sub-seção Parte Requisitos Aplicação
372
10.3.4.2. Código ASME - Seção VIII - Divisão 2
A filosofia de projeto da Divisão 2 estabelece regras específicas para o caso do projeto de vasos
mais comuns, assim como a Divisão 1. Quando isto não ocorre, uma completa análise de tensões é ne-
cessária e pode ser feita de acordo com os procedimentos estabelecidos nos seguintes apêndices:
- Parte AM – Materiais;
- Parte AD – Projeto;
- Parte AF – Fabricação;
- Parte AT – Testes;
- Apêndices obrigatórios;
- Apêndices não-obrigatórios.
Em resumo, podemos dizer que as principais diferenças entre os critérios de projeto no ASME
na teoria da membrana, ou seja, utiliza fórmulas de cálculo simplificadas. A Divisão 2, quando exige
373
análise de tensões, requer o cálculo detalhado e o tipo de tensão atuante em cada parte do vaso que
• Embora os critérios de aceitação para inspeções e testes sejam os mesmos para as duas
pela Divisão 1, como por exemplo, o fato de a Divisão 2 não admitir radiografia parcial (spot) em juntas
soldadas.
10.4. Materiais
A seleção dos materiais adequados a cada uma das partes de um vaso de pressão é um dos
ção; neste caso, o material tem que ser capaz de resistir à pressão em toda faixa possível de variação
de temperatura;
• Nível e natureza das tensões atuantes – o material deve resistir aos esforços solicitantes e,
por isso, a sua resistência mecânica deve ser compatível com o nível de tensões que se tenha, isto é,
com a ordem de grandeza dos esforços presentes. Para que as espessuras sejam razoáveis, dentro
dos limites de fabricação normal, é necessário que sejam empregados materiais de grande resistência
• Natureza, concentração e impurezas, por exemplo, dos fluidos em contato com o vaso – de-
vem ser considerados, ainda, aspectos tais como: existência de gases dissolvidos, temperatura, pH,
• Custo do material e segurança – na decisão de qual material é mais econômico, deve ser
considerado não só o custo direto do material, mas também uma série de outros fatores tais como:
custo de fabricação, tempo de vida, custo de paralisação e de reposição do equipamento etc. Quando
o aspecto a ser considerado for a segurança, há necessidade do emprego de materiais que ofereçam o
374
• Facilidade de fabricação, montagem e manutenção – todos os materiais têm determinadas
nados materiais com os quais não seja possível ou não seja econômico fabricar ou montar o vaso em
questão. Devem ser levados em conta, ainda, aspectos como soldabilidade, usinabilidade e facilidade
de conformação do material;
• Tempo de vida previsto para o equipamento, que deve ser compatível com o tempo de vida
• Disponibilidade;
• Experiência prévia - a decisão por um determinado material obriga sempre que se considere
a experiência prévia que possa existir com esse material no mesmo serviço.
Para os cascos, tampos e todas as outras partes do vaso submetidas à pressão, exige-se que
sejam especificados, no projeto, materiais qualificados.
propriedades são, intensamente, influenciadas por sua composição química e pela temperatura. Con-
tudo, outros materiais, dependendo dos fatores citados anteriormente, principalmente a temperatura
torna-se sujeito a um processo de deformação plástica ao longo do tempo, provocado por uma tensão
que pode mesmo ser inferior ao limite de escoamento do material. A este fenômeno denominamos
fluência.
Em termos práticos, normalmente, a fluência é importante acima de 0.3 Tf, onde Tf é a tem-
peratura de fusão, em graus Kelvin. Para aços-carbono, a temperatura de fluência situa-se em torno
de 370o C.
o que denominamos de curva típica de fluência, mostrada na figura 10.23, mostrada a seguir.
375
D
2ª Fase 1ª Fase 3ª Fase
Ruptura
C
Deformação
B
A’
A
Tempo
Na 1ª fase, a taxa de deformação por fluência é decrescente. Na 2ª, ocorre um balanço entre
estes dois mecanismos e, na 3ª fase, ocorre deformação localizada e uma aceleração nas taxas de
deformação.
e a 3ª fase de terciária.
A tensão admissível é o menor valor entre:
- 100% da tensão média para taxa de deformação por fluência de 0,01% em 1000 horas;
abaixo, os limites de temperatura para partes pressurizadas e não-pressurizadas dos vasos. Os limites
para partes pressurizadas foram estabelecidos em função da resistência à fluência do material; os limites
376
Temperatura Limite (oC)
Notas:
(1) Para temperaturas de projeto superiores a 5500 C, recomenda-se o uso de aços inoxidáveis
tipo “H”;
(2) Chama-se atenção para a possibilidade de formação de “Fase Sigma” para temperaturas
acima de 6000C, resultando em severa fragilização do material. Essa mudança na estrutura metalúrgica
ocorre, principalmente, para os aços tipos 316 e 310;
(3) Esses materiais são suscetíveis de sofrer fragilização operando em torno de 4750C por
períodos longos.
377
10.4.2. Influência de baixas temperaturas
tornar-se quebradiços quando submetidos a temperaturas baixas, ficando sujeitos a rupturas repentinas
Ao contrário das fraturas dúcteis, que são sempre precedidas por uma deformação considerável,
as fraturas frágeis caracterizam-se por apresentarem pouca ou nenhuma deformação prévia. Por isso
as fraturas frágeis têm caráter catastrófico, com perda total do equipamento quando ocorrem.
- Presença de entalhes;
Estas três condições deverão existir simultaneamente para que a fratura se inicie. O risco será
Os códigos atuam no nível de tensões especialmente no que diz respeito às tensões residuais
que possam existir no equipamento, recomendando, quando necessário, um tratamento térmico para
alívio de tensões. Atuam, também, no que diz respeito à presença de entalhes com recomendações
quanto a detalhes de fabricação e inspeção criteriosa das soldas. E, no que diz respeito à temperatura
de transição, estipulam regras para a seleção de materiais através dos testes de impacto.
operação abaixo de –200F (-290C), e o material deverá ser testado numa temperatura, no mínimo, igual
à temperatura mínima de operação, isto para a Parte UCS – aços-carbono ou de baixa liga.
378
10.4.3. Critérios para especificação dos materiais componentes de
vasos de pressão
Classe I - Partes da parede de pressão do vaso em contato com o fluido de processo (cascos,
tampos, pescoços de bocais, flanges, flanges cegos etc.) e outras partes pressurizadas em contato
com o fluido de processo (espelhos, p. ex.). Esta classe inclui, também, as partes internas soldadas aos
vasos e submetidas a esforços principais (anéis, chapas e outros elementos de suportes de bandejas,
grades, tampos internos etc.). Esta classe inclui, também, os reforços (de qualquer tipo) das aberturas
Classe II - Partes da parede de pressão do vaso não em contato com o fluido de processo,
exceto os reforços das aberturas, incluídos na Classe I (reforços externos, reforços de vácuo etc.);
Classe III - Partes internas soldadas ao vaso não-submetidas a esforços principais (chicanas,
defletores, quebra-vórtice, vertedores etc.). Partes externas soldadas ao vaso, submetidas a esforços
em operação, como, por exemplo, suporte de qualquer tipo (saias, colunas, berços etc.) elementos
de sustentação de escadas, plataformas, tubulações externas etc. Para os suportes, esta classe inclui
somente as partes dos suportes diretamente soldados ao vaso ou muito próximas do mesmo;
Classe IV - Partes internas desmontáveis (não soldadas ao vaso), como por exemplo, bandejas,
Classe V - Partes de suportes de qualquer tipo não incluídos na Classe III. Para todas as partes
Classe VI - Partes externas, soldadas ao vaso, mas submetidas a esforços apenas em mon-
tagem, manutenção, desmontagem etc., como, por exemplo, olhais de suspensão, turcos etc. Para
379
Classe da Aço-carbono para Aços-liga, aços
Parte do Vaso Aço-carbono baixas temperaturas inoxidáveis e metais
Considerado (com teste de impacto) não ferrosos.
Material com o
Mesmo material Mesmo material
II mesmo “P-Number”
do casco do casco
do material do casco
Materiais
Materiais especificados Materiais especificados
IV especificados
em cada caso em cada caso
em cada caso
Tabela 10.4 - Critérios para Especificação dos Materiais dos Componentes de Vasos.
380
10.5. Definições
O Código ASME, Seção VIII, estabelece que a pressão de projeto deverá ser determinada, conside-
rando-se a condição de pressão e temperatura mais severas que possam ocorrer em serviço normal.
estabelece que esta temperatura não deverá ser menor que a temperatura média da superfície metálica
componente mais solicitado do equipamento, uma tensão igual à tensão admissível do material, na
temperatura considerada, corrigida pelo valor da eficiência de exame radiográfico adotada no projeto
do equipamento.
A pressão máxima admissível de trabalho é calculada para a temperatura de projeto com o vaso
na condição corroída. Para determiná-la, devemos considerar a pressão máxima que poderá atuar em
cada componente do vaso, não devendo ser levadas em conta, no cálculo, espessuras decorrentes
da coluna de líquido atuante no vaso nem as espessuras decorrentes das tolerâncias de fornecimento
381
10.5.6. Pressão de ajuste do dispositivo de alívio de pressão
O Código ASME, Seção VIII, Divisão 1 aborda os requisitos para dispositivos de alívio de pressão,
Num vaso de pressão, instalamos dispositivos de alívio de pressão para proteção contra
dispositivo é utilizado, deve ter sua pressão de ajuste não superior à pressão máxima admissível de
10.6. Revestimentos
Devido à necessidade da disponibilidade de materiais que possuam ao mesmo tempo boa re-
sistência mecânica e ao desgaste, em muitas aplicações, é mais econômico utilizar materiais revestidos.
A filosofia em se optar por materiais revestidos é a redução do custo pela utilização de um material
menos nobre, como metal resistente, unindo à superfície deste, que ficará exposta ao meio agressivo,
outro material de baixa espessura, apenas com a finalidade de evitar o desgaste superficial.
é classificado interno quando a superfície revestida está voltada para o interior do equipamento; ou
A tabela 5 , a seguir, mostra uma classificação dos revestimentos usados em vasos de pressão,
Tabela 10.5 - Classificação de revestimentos para vasos de pressão quanto ao tipo de desgaste.
382
10.6.1. Revestimentos externos
Os revestimentos externos, usualmente, são empregados nos vasos de pressão com as seguintes
finalidades: proteção contra corrosão atmosférica, isolamento térmico e proteção contra-fogo.
A proteção contra a corrosão atmosférica é feita através da pintura do equipamento, que deve
ser compatível com o ambiente onde será instalado.
O isolamento térmico pode ser empregado nos vasos de pressão com as seguintes finalidades:
conservação de energia, proteção ou conforto pessoal, estabilização de fases de processos industriais
e manutenção da fluidez de produtos. No isolamento térmico para altas temperaturas, os materiais
usualmente empregados são a sílica diatomácea e o silicato de cálcio. No isolamento térmico para
baixas temperaturas, o mais comum é a espuma de poliuretano.
A proteção contra-fogo (fire proof) tem por objetivo evitar o colapso de elementos estruturais
considerados vitais para as unidades de processamento, a fim de facilitar as operações de combate a
incêndio. Este revestimento consiste de uma argamassa refratária, aplicada na estrutura de sustentação
e/ou suportação dos vasos, com a finalidade de impedir o desabamento ou inclinação destes quando
submetidos a um aquecimento excessivo, durante incêndios. Neste caso, o fire proof isola o material
usado na fabricação dos suportes ou estruturas por um curto período de tempo, enquanto são tomadas
• Evitar o contato de fluidos corrosivos com a parede metálica do vaso (revestimentos anti-
corrosivos);
• Evitar o contato de fluidos em temperatura muito elevada com a parede metálica do vaso
(revestimentos refratários).
• Custo: devido ao alto preço da maioria dos materiais resistentes à corrosão, é mais econômico
aplicar um revestimento delgado de material resistente sobre uma chapa base do que fabricar o equi-
383
• Resistência mecânica: numerosos materiais de alta resistência à corrosão têm pequena re-
sistência mecânica. Por isso, os equipamentos de aço revestidos com materiais de baixa resistência,
são utilizados quando desejamos aliar resistência à corrosão com resistência mecânica.
Sabemos que, em temperaturas elevadas, a resistência mecânica dos materiais diminui bas-
tante. Por isso, equipamentos que operam sob temperaturas elevadas necessitariam ser construídos
com materiais mais caros e com grande espessura de parede. Uma solução é a utilização de chapas
base de aço revestidas com concreto refratário ou materiais cerâmicos que chegam, em alguns casos,
Os materiais comumente usados nos revestimentos internos dos vasos de pressão são
os seguintes:
• Materiais metálicos, sendo que os mais utilizados são os aços inoxidáveis austeníticos e fer-
ríticos, as ligas de níquel (em particular o Monel), o chumbo e o titânio, sendo este último muito caro e
de difícil aplicação sobre aço- carbono, somente sendo usado em situações excepcionais. Quanto aos
inoxidáveis austeníticos, somente são aceitos aqueles não sensitizáveis (aços estabilizados ou com muito
baixo teor de carbono). Já no que se refere aos inoxidáveis ferríticos de baixo cromo (tipos 405 e 410),
eles são bastante usados por terem um coeficiente de dilatação próximo ao do aço-carbono, evitando-se,
desta forma, problemas de dilatação diferencial entre o casco e o revestimento. O chumbo é empregado
• Plásticos, usados quando se deseja excepcional resistência aos aços diluídos, aos cáusticos,
soluções salinas etc., não podendo, entretanto, a maioria deles, trabalhar em temperaturas muito acima
da ambiente;
384
10.6.2.1. Clad
385
10.6.2.2. Revestimentos com tiras soldadas (lining)
Os revestimentos com tiras soldadas consistem na colocação de tiras estreitas de chapa fina
do metal do revestimento sobre a chapa-base de modo a cobrir toda a superfície. As tiras são soldadas
Existem dois sistemas de aplicação do revestimento, quais sejam, com e sem recobrimento
entra as tiras. Em qualquer caso, as tiras devem ter pequenas dimensões (largura entre 100 e 140mm
e comprimento de 900 a 1500mm), para evitar grandes extensões de revestimento simplesmente ju-
staposto à chapa-base.
Ambos os sistemas de aplicação de tiras soldadas têm graves defeitos. Entretanto, o sistema
com sobreposição ainda é preferível, sendo usado, por exemplo, para os aços inoxidáveis austeníticos
Não devem ser utilizados para equipamentos que trabalhem ou que possam estar submetidos
a vácuo bem como destinados a temperaturas elevadas, uma vez que dilatações diferenciais e o vácuo
podem causar sérios danos ao revestimento, podendo até mesmo causar o seu desprendimento da
chapa-base. Por isso, não deve ser realizado nenhum tratamento térmico após a aplicação do reves-
timento. Pela possibilidade de descontinuidade do revestimento, ele não deve ser utilizado em vasos
Embora esses sistemas sejam muito inferiores em qualidade à construção cladeada, são usa-
dos, principalmente, em equipamentos ou parte deles onde não seja possível a construção cladeada
equipamento pronto. Este tipo de revestimento pode ser empregado sobre a parede do vaso ou, como
é mais comum, para completar o revestimento anticorrosivo em locais confinados ou com pequena
extensão. É usado também em superfícies pequenas onde não é possível outro tipo de revestimento
metálico (face de flanges) e em equipamentos com grande espessura de parede, quando não é pos-
sível o cladeamento.
A deposição direta do metal de solda sobre o metal-base só é possível quando os dois metais
diluem-se mutuamente. Quando eles não se diluem, pode-se resolver o problema pela deposição de
386
10.7. Inspeção
A inspeção nos vasos de pressão está presente no projeto, materiais, fabricação, montagem,
é de grande importância desde o estágio inicial de projeto. É importante conhecer quais serão os requi-
sitos necessários para a inspeção e levá-los em consideração no projeto, que deverá prever os acessos
Esta modalidade abrange a verificação do projeto do equipamento quanto aos detalhes con-
strutivos, especificação de materiais, método de fabricação etc. O parágrafo UG-96 da seção VIII do
código ASME, relaciona os requisitos mínimos que devem ser verificados na fabricação de um vaso de
pressão. Considerando as características da inspeção a ser realizada e o conhecimento que o inspetor
Esta fase, estando o projeto já concluído, exige do inspetor um bom conhecimento dos códi-
gos de construção e dos ensaios destrutivos mais usuais, tais como tração, dobramento e impacto.
387
10.7.1.2. Acompanhamento dos serviços
Essa fase caracteriza-se pelas atividades ligadas ao acompanhamento dos serviços de pré-
montagem e preparação de partes isoladamente. Exige do inspetor um bom conhecimento dos códigos
Essa fase exige do inspetor um bom conhecimento dos códigos de construção, tolerâncias
dimensionais de montagem, testes e análise de documentos. Uma vez que o equipamento já está pronto,
a uma pressão, cujo valor,no ponto mais alto do vaso, é a “pressão de teste hidrostático”.
Exceto para o casco de vasos integralmente construídos de materiais adequados para baixas
temperaturas, o teste hidrostático com água, não pode ser feito numa temperatura inferior a 15 ºC.
É conveniente que a pressão de teste hidrostático seja a mais alta possível, compatível com a
segurança da parte mais fraca do vaso. Esta pressão é, por isso, sempre superior à pressão de projeto
388
e, também, à pressão máxima de trabalho admissível do vaso. De acordo com o parágrafo UG-99 do
ASME ,seção VIII, a pressão de teste hidrostático deve ser, em cada ponto do vaso, no mínimo o valor
Onde:
temperatura de projeto;
Este valor é o mínimo estabelecido pelo código; mas, a critério do projetista e usuário do
equipamento, este poderá ser testado com uma pressão determinada através de um procedimento
alternativo. De acordo com o ASME, qualquer valor de pressão entre o procedimento padrão e o al-
A pressão de teste alternativo, atuando no topo do vaso, será calculada da seguinte forma:
tura do teste;
Obs: É importante lembrar que, na condição de teste hidrostático, a tensão máxima poderá
atingir 80% do limite de escoamento do material na temperatura ambiente, nas partes pressurizadas.
389
10.7.2.4. Realização do teste hidrostático
A pressão de teste hidrostático deve ser medida no topo e no fundo do vaso. A pressão de
teste-padrão calculada deve ser igual à pressão no topo do vaso. No fundo do vaso esta pressão estará
Devem ser usados, no mínimo, três manômetros aferidos para acompanhamento do teste. Pelo
menos, um deles deve ficar a uma distância segura do vaso. Estes manômetros devem possuir uma
escala graduada correspondente ao dobro da pressão de teste prevista. Porém, em nenhum caso, essa
faixa deve ser menor do que 1,5 vez ou maior do que 4 vezes essa pressão.
Os vasos horizontais são testados na posição horizontal. Já os vasos verticais, devem ser
testados na vertical ou na horizontal, se o teste mantiver as dimensões do vaso dentro das tolerâncias
permitidas. Neste último caso, deverá ser levada em consideração a modificação da coluna hidrostática
O código ASME recomenda que seja efetuada uma inspeção visual de todas as juntas e ligações
A N-269 recomenda que o teste hidrostático no campo seja realizado conforme o esquema da
Pt
T2
0,65 Pt
T3
0,5 Pt
T1
2ª Fase
1ª Fase
3ª Fase
Tempo
390
- 1ª Etapa: pressão igual a 50% da pressão de teste durante t1 = 15 minutos mais o tempo
- 2ª Etapa: pressão igual a 100% da pressão de teste durante t2 = 30 minutos (no mínimo, não
devendo ser executada, por motivos de segurança, nenhuma inspeção nesta etapa);
- 3ª Etapa: pressão igual a 65% da pressão de teste durante t3 = 15 minutos mais o tempo
necessário para a inspeção do vaso. Depois de completada esta etapa, a pressão deve ser reduzida, gra-
dativamente, até a pressão atmosférica e abrir os bocais superiores para evitar vácuo no esvaziamento.
Quando a pressão do teste hidrostático for superior à pressão de abertura da válvula de segu-
Este teste é executado quando o vaso e seus suportes e/ou fundações não sustentam o seu
peso com água ou quando não for possível uma perfeita secagem para a eliminação da água, restando
A pressão de teste, de forma alguma, deve exceder o valor calculado pela expressão a seguir:
Onde:
temperatura de projeto;
A pressão no vaso deve ser aumentada, gradualmente, até cerca da metade da pressão de
teste. Após ter sido alcançado este valor, a pressão no vaso deve ser aumentada em incrementos de
1/10 da pressão de teste, até a pressão requerida. Em seguida, a pressão deve ser reduzida para um
valor igual a 80% da pressão de teste, e mantida o tempo suficiente para a inspeção do vaso.
De acordo com o parágrafo UW-50 do código ASME, todas as soldas em volta de aberturas
e todas aquelas soldas de ângulo com espessura da garganta maior do que 6mm, nos vasos testados
391
magnéticas ou líquido penetrante, quando o primeiro não for possível, com a finalidade de detectar
possíveis trincas.
Como medida de segurança, o teste pneumático só deve ser adotado quando não houver
alternativa. Além disso, durante toda a execução do teste, até a completa despressurização, somente
deverão ter acesso ao vaso e às suas imediações as pessoas estritamente necessárias à execução do
10.7.4.1. Bandejas
produtos laterais no caso de torres de destilação. Podem ainda acarretar um acúmulo de produtos em
locais do vaso onde este não foi previsto, podendo influenciar na deterioração do equipamento.
O projeto de tais vasos admite um mínimo de perdas por vazamento nos pratos e isto pode ser
verificado no teste de estanqueidade da bandeja. Neste teste, a bandeja é inundada com água até a
altura da chapa de nível do vertedor, sendo seu esvaziamento espontâneo cronometrado. A inspeção
visual da parte inferior da bandeja indicará o número de gotas que vazam na unidade de tempo através
Este teste é usado para verificar a existência de vazamentos nas soldas de atracação de chapas
de reforço de bocais em vasos de pressão. Ressaltamos que este teste não visa à análise da resistência
mecânica da solda, nem da chapa de reforço. A Norma Petrobrás N-1593 orienta a realização deste teste.
O teste consiste em colocar ar comprimido ou gás inerte (nitrogênio, hélio ou argônio) através
de um niple com entalhe na extremidade, conectado no furo de ensaio. O entalhe no niple é para evitar
o bloqueio do gás no caso de a extremidade do niple entrar em contato com o casco do vaso.
A chapa deve ser pressurizada com uma pressão entre 0,7 e 1,0 kgf/cm2. Após 15 minutos de
pressurização, deve ser colocada sobre as soldas em teste uma solução formadora de bolhas.
A N-1593 sugere a utilização de uma solução de sabão líquido, glicerina e água à proporção
392
Detalhe do Niple
3 mm
Válvula reguladora
de pressão
Equipamento
de pressurização
Figura 10.25 – Esquema para pressurização em Teste de estanqueidade em chapa de reforço de bocais.
para operações de transferência de calor, predominantemente por condução, entre duas correntes
Nos permutadores de escoamento paralelo, os dois fluidos, quente e frio, entram no equipa-
mento pela mesma extremidade. Há elevada taxa de transferência de calor no início, mas à medida
que os fluidos avançam, a mesma diminui assintoticamente, atingindo um valor limite intermediário
(figura 26a).
393
No caso do escoamento em contra-corrente, os fluidos entram por lados opostos. A transfer-
ência de calor é, aproximadamente, constante em todo o equipamento. Observe (figura 26b) que, neste
caso, o fluido aquecido pode atingir, na saída, temperatura maior que o fluido esfriado. Além da maior
eficiência, este tipo de arranjo é menos sujeito aos danos causados por choques térmicos.
TA2
TA1
T2
T2 TA1
Temperatura
Temperatura
TA2 TB2
T1
TB2
T1
TB1
TB1
1 Comprimento 2 1 Comprimento 2
O arranjo dos permutadores, em relação a qualquer uma das correntes, pode ser classificado
como em série (figura 10.27a) ou paralelo (figura 10.27b), ou uma combinação dos dois sistemas.
394
10.8.1.2. Quanto à função
energia, aproveitando o calor contido num produto que se quer esfriar para aquecer uma outra corrente,
Aquecedores recebem um fluido de processo e outro auxiliar, (em geral, vapor d’água) ou
dois auxiliares, estando, geralmente, instalados nas baterias de pré-aquecimento das unidades, após
uma série de intercambiadores (há preferência sempre por estes, devido à economia de energia). Outra
casos, podem ser retirados de operação ou operar em condições precárias, sem grandes prejuízos
para o processo.
ou totalmente. São chamados de refervedores quando utilizados para aquecer o refluxo circulante de
fundo de uma torre de fracionamento, sendo que neste caso sua retirada de operação acarreta, geral-
mente, parada da unidade ou grande transtorno operacional. Muitas vezes, aparecem também como
auxiliar, em geral, água de resfriamento. Normalmente, seu fluido esfriado é efluente de um intercam-
abaixo da ambiente. Neste caso, empregam-se como fluidos auxiliares propano, amônia, metanol etc.
de processo ou auxiliar. Estão, na sua maior parte, montados nos sistemas de topo de seções de des-
tilação e na exaustão de ejetores e grandes turbinas a vapor (do tipo condensação total ou parcial). Por
estarem, em geral, ligados à especificação dos produtos, têm grande importância operacional, sendo
usual sua instalação em arranjo misto (série/paralelo), permitindo a manutenção e inspeção por etapas,
395
P-05
Incondensáveis
Água
Refluxo de topo
Fase aquosa
Fase orgânica
Vapor
Carga
Condensado
P-01 e P-02: Intercambiadores
Condensado P-03: Aquecedor
P-06 P-04: Resfriador
P-05: Condensador
P-04 P-06: Refervedor
Vapor
Resíduo de fundo
Água
Armazenamento
ência de calor do fluido quente para uma interface, em geral metálica, e desta para o fluido frio. Podem
ser subdivididos em permutadores tubulares e de placas.
por meio de um material (metálico ou cerâmico) que, alternadamente, é submetido ao contato com o
fluido quente e com o frio. Os exemplos mais comuns são os pré-aquecedores de ar de fornos e cal-
396
10.8.2. Permutadores tubulares
O membro mais simples desta classe de permutadores é o bitubular (figura 29), que apresenta
como unidade fundamental o grampo, consistindo em dois tubos concêntricos com curva ou cabeçote
Esses equipamentos têm baixo custo e poucos problemas ligados à dilatação diferencial. Todavia
seu arranjo acarreta dificuldades de inspeção, pois em geral, não se tem acesso à parede externa do
tubo interno nem à parede interna do tubo externo. A limpeza é dificultada quando a curva de retorno
é fixa. Alternativamente, podem ter o tubo interno removível, o que aumenta, porém, a possibilidade
de vazamentos.
Uma vantagem destes permutadores está na possibilidade de instalação em série, sem grande
ocupação de espaço, mas esta se torna antieconômica a partir de um certo número de módulos. Os
tubos internos podem ter aletas para aumentar a área de troca térmica, e o diâmetro do tubo interno
Entrada casco
Saída tubos
Cabeçotes
com curva Curvas
de retorno flangeadas
Solda de Aletas
resistência em “U”
elétrica
Tipo usual de tubos aletados
Saída Entrada
casco tubos
Conjunto de quatro aparelhos em série
Bocal
Curva do casco
180º Tubo(s)
afetado(s)
Tampa
removível Bocais de
tubo aletado
Suporte
Cabeçote
de retorno Bocal
do casco
Detalhe de um aparelho
397
Os bitubulares são os permutadores mais comuns em instalações de refino e petroquímicas,
depois dos casco-e-feixe, e podem ser empregados quando são requeridas baixa área de troca térmica
e pouca ocupação de espaço. Em geral, não são indicados para gases a altas pressões, por apresen-
operar com três fluidos no mesmo trocador. Não diferem muito dos bitubulares, com a ressalva de que
já apresentam problemas de dilatação diferencial. Seu emprego se resume às situações em que se quer
aliar o pouco espaço ocupado pelo bitubular com algum ganho de área de troca térmica.
Estes mantêm dos anteriores a concepção do grampo como unidade fundamental, mas só para
o tubo interno, sendo o externo constituído por um único tubo, lembrando o arranjo de um permutador
convencional (a diferença fundamental de concepção ficará clara no item 3.4). Mantêm as mesmas
características dos bitubulares quanto a vazamento e manutenção. São de uso cada vez mais raro.
Este tipo de permutador é muito conhecido pelos boêmios, sendo o seu exemplo mais con-
hecido as serpentinas de resfriamento de cerveja. Consistem num casco, aberto ou fechado (neste
caso podendo ser um vaso de pressão) no qual é inserida uma serpentina, geralmente helicoidal, onde
circula o fluido que se quer resfriar. Em algumas refinarias de petróleo, são membros desta classe as
“caixas resfriadoras”, instaladas na saída de correntes quentes como óleo combustível. Apresentam
custo baixo, porém eficiência menor ainda.
Apesar de seu custo mais elevado, são os mais comuns na indústria, por isso a denominação
Sua construção permite a operação com praticamente qualquer tipo de fluido, incluindo gases, líquidos
viscosos e com sólidos em suspensão. Por sua grande robustez, atendem também a todas as classes de
pressão. Em geral, apresentam o feixe tubular removível, o que facilita sua limpeza, inspeção e manutenção.
O arranjo dos tubos não se baseia no grampo. Nosso estudo se deterá principalmente nesta classe.
398
Um permutador convencional apresenta três partes principais (figura 10.30):
- Casco;
- Carretel;
- Feixe tubular.
O casco (ou corpo) do permutador é um vaso de pressão onde está contido o feixe tubular e
por onde circula o fluido externo a este. O produto pode percorrer o casco uma só vez (passe simples)
Feixe Carretel
Tampa tubular
flutuante (*)
Tampa do
carretel
Boleado (*)
Casco
tubular. Pode ser ou não removível (bem como sua tampa). Funciona quase sempre como câmara de
Por se tratarem de vasos de pressão, os dois componentes acima devem ser projetados segundo
o código ASME (American Society of Mechanical Engineers), seção VIII [Vasos de Pressão - Divisão 1
(regras de projeto padrão) ou 2 (regras de projeto alternativo] ou equivalente (BS-5500 - Reino Unido;
AD Merkblatt – Alemanha; SCNTTI - França). No Brasil, como em muitos outros países, o código ASME
é predominante.
O feixe tubular compreende, principalmente, os tubos e os espelhos, sendo estes placas es-
pessas onde as extremidades dos tubos são encaixadas e fixadas. Não é considerado, pela legislação
399
10.8.3. A Norma TEMA
não atendidos pelo ASME, pela norma TEMA (Tubular Exchangers Manufacturers Association), o que
limitações:
- Produto do diâmetro nominal (em polegadas) pela pressão de projeto (em psi) até 60.000;
- Pressão de projeto do casco ou dos tubos até 3000 psi (204 kgf/cm²).
Os permutadores são classificados por essa norma em três classes distintas. A classe “R” inclui
As categorias “C” e “B” abrangem equipamentos para serviços com risco e responsabilidade
moderados, cujo projeto atende principalmente à economia. Apesar dessas distinções, as diferenças
400
TIPOS DE CARRETEL TIPOS DE CASCO TIPOS DE EXTREMIDADE POSTERIOR
Tampa
Chicana
opcional L
E
A Espelhos fixos
Casco de um passe semelhante ao tipo ´A`
G Espelhos fixos
semelhante ao tipo ´C`
Carretel com tampa integral Sobreposta
Gaxeta
Fluxo dividido
Tampa
Espelho P
T
D Entrada/saída dividida
Espelho flutuante
removível pelo carretel
Espelho fixo
Tipo especial para
altas pressões K
Tipo refervedor
Feixe tubular em ´U`
X
W
Carretel integral com o
espelho - tampa removível Espelho flutuante com
feixe tubular não removível Tipo refervedor engaxetamento externo
401
O modelo mais simples de permutador convencional é o de ambos os espelhos fixos e ca-
beçotes estacionários, sem junta de expansão. Os espelhos são soldados ao casco. Embora seja de
- Tensões geradas pela dilatação diferencial. Essa construção só é indicada para pequenas
diferenças de temperatura;
de casco limpos e pouco corrosivos; caso contrário, será necessário, com freqüência, cortar o casco
- Dificuldade de retirada do feixe. Como o mesmo só pode ser removido após corte de juntas solda-
das, em caso de vazamento, a intervenção pode exigir um elevado tempo de parada do equipamento.
que contorna o problema da dilatação diferencial, mas introduz um componente suscetível a falhas por
fadiga e erosão. Essa concepção de projeto é pouco adotada (ver o modelo “BEM”).
Como já foi dito anteriormente, a questão da dilatação diferencial é crítica nos permutadores,
sendo, evidentemente, tanto mais séria quanto maiores forem as diferenças de temperatura e dos co-
eficientes de dilatação dos materiais. A construção com feixe tubular em “U” contorna este problema,
pois a região curva se dilata livremente. Esse tipo de feixe necessita de uma maior espessura dos tubos,
pois o curvamento a diminui externamente. A limpeza interna dos tubos é mais difícil, só sendo possível
por hidrojato (tubos retos admitem limpeza mecânica). A substituição seletiva de tubos só é possível
Outra alternativa, a mais consagrada, é a adoção do espelho flutuante, sobre o qual se instala
uma tampa semi-elíptica (ver o tipo “AES”, anexo 2). Esse arranjo, além de solucionar a questão das
dilatações diferenciais, facilita a limpeza interna, pela remoção desta tampa junto com a tampa do car-
retel. Esta construção permite, também, qualquer diferencial de temperatura entre correntes.
Quando o permutador só admite um único passe no feixe (perda de carga aceitável muito
baixa), instala-se um bocal de saída na própria tampa flutuante, com engaxetamento externo (bastante
402
10.8.4. Componentes
Os feixes tubulares típicos são removíveis com os tubos fixados em duas placas grossas e
planas, os espelhos. Nestes, existem sedes de vedação para acomodar as juntas, sendo que, no es-
pelho fixo (este termo significa, simplesmente, que este espelho não é o flutuante), há vedação pelos
dois lados, uma para o lado do casco e outra para o lado do carretel. Para remoção do feixe, existem
orifícios roscados na face do espelho fixo, onde são instalados olhais que permitem puxar o feixe. O
espelho flutuante, como o nome indica, move-se acompanhando a dilatação dos tubos. É sempre de
menor diâmetro que o fixo, para que possa passar por dentro do casco e apresenta uma única sede de
Os tubos são fixados aos espelhos por meio de solda ou, o que é mais usual, por mandrilagem.
Neste processo, os tubos são inseridos nos furos do espelho e neles é introduzida uma ferramenta
em forma de cunha, giratória, o mandril, que expande o tubo e força seu encaixe em sulcos (grooves)
existentes dentro dos orifícios. Esses sulcos são normalmente dois ou três, espaçados 6mm da face
do espelho e entre si. Pode ser recomendável, em alguns casos, uma solda de selagem. Embora a
mandrilagem deixe maior margem de vazamentos do que a solda, ela facilita, extraordinariamente, a
manutenção do equipamento, tanto em tempo de trabalho como financeiramente. Para tubos soldados
aos espelhos, deve haver atenção quanto à soldabilidade, e se faz necessário maior espaçamento entre
os tubos.
O arranjo dos tubos pode ser quadrado ou triangular, sendo este mais compacto (portanto
mais econômico), mas dificulta a limpeza externa do feixe. Os diâmetros usuais são os de ¾” e 1”. Não
são permitidas emendas (soldas circunferenciais) nos tubos, mas os mesmos podem ser com ou sem
A espessura dos tubos é, usualmente, indicada por um número chamado “BWG”. A Tabela 6,
abaixo, indica os valores determinados pela TEMA (a tabela original abrange outros diâmetros).
403
Diâmetro Aço-carbono, alumínio Cobre e suas ligas Aços inoxidáveis
externo e suas ligas
(pol)
BWG Espessura BWG Espessura BWG Espessura
(mm) (mm) (mm)
16
1,65 18 1,24 18 1,24
14
¾ 2,11 16 1,65 16 1,65
12
2,77 14 2,11 14 2,11
para suportar as pressões interna e externa, adotando-se a espessura que for maior. Faltando essa
Tubos em “U” devem ter raio de curvatura médio mínimo de 1,5 a 2 vezes o seu diâmetro.
mente, para suportar as pressões, temperaturas e corrosividade dos dois fluidos. É possível aplicar o
portanto, nesta interface, uma sede de vedação. Os estojos de fixação merecem especial atenção,
pois permanecem imersos no fluido de casco e, quando houver possibilidade de corrosão sob tensão,
A vedação desta tampa contra o respectivo espelho admite duas disposições mais usuais:
- Emprego de um anel bipartido, onde a tampa é aparafusada com o auxílio de um anel inter-
mediário integral (aliança), que serve de batente para a tampa e o bipartido (evitando flexão das peças
em conseqüência de aperto excessivo dos estojos). Esta solução, apesar de um pouco mais cara que
- Anel bipartido com encaixe especial no espelho, que dispensa o anel intermediário.
404
As chicanas têm a dupla função de sustentação dos tubos e de variar a direção do fluxo do fluido
de casco, para maior eficiência da transferência de calor. São arranjadas alternadamente (esquerda/
direita; centro/periferia etc.). Devem ter um rasgo na parte inferior para não prejudicar a drenagem do
casco. Sua espessura mínima recomendada é de duas vezes a sobreespessura de corrosão do casco.
É importante a compatibilidade eletroquímica destes componentes com os tubos para evitar corrosão
galvânica. Se os materiais forem de durezas muito diferentes, pode haver desgaste por abrasão do
Tirantes são instalados para proporcionar maior rigidez ao conjunto, sendo aparafusados a um
espelho e à última chicana oposta. Ficam inseridos em tubos, chamados espaçadores, para manter
Barras de selagem retangulares são encaixadas em rasgos periféricos nas chicanas e visam a
evitar que o fluxo se desvie do feixe, passando por fora dos tubos.
Para evitar severa erosão dos tubos, é sempre instalada uma chapa “quebra-jato” diante dos
bocais de entrada do casco, soldada a dois tirantes. Essa chapa pode ser maciça ou vazada. Neste
caso, deve haver pelo menos duas chapas sobrepostas com rasgos defasados. A soma da área dos
10.8.4.2. Carretel
Quando o permutador apresenta mais de um passe no feixe, há no carretel, pelo menos, uma
chapa divisória, soldada ao costado que direciona o fluxo para os tubos do passe. O número de passes
do permutador equivale a (n+1), onde (n) é o número de chapas divisórias do carretel. Carretéis muito
grandes costumam ter um furo de ¼” no centro da chapa para permitir a drenagem do fluido.
Este componente apresenta, para carretéis do tipo “A”, sedes de vedação pelos dois lados,
A tampa do carretel deve ser construída de material semelhante ao do próprio, inclusive quanto
aos revestimentos eventualmente empregados. Para meios altamente corrosivos, como água salgada,
405
10.8.4.3. Casco
internos, com exceção de trilhos de deslizamento para feixes muito pesados. Qualquer revestimento
interno, para permutadores com feixes removíveis, está sujeito a ser danificado quando da movimen-
tação deste.
Espelhos Detalhe 2
Fixação dos tubos nos espelhos
(dimensões em mm)
Detalhe 1
Em quadrado Em triângulo
Tipos de arranjos de tubos
406
10.8.5. Outros tipos de permutadores
10.8.5.1. Resfriadores de ar
Esta família de trocadores de calor compreende equipamentos sem casco, onde o fluido externo
aos tubos é o ar atmosférico soprado ou aspirado por um grande ventilador. O fluxo do ar é sempre
vertical, sendo o permutador de tiragem induzida quando o ventilador está à jusante do feixe e de tira-
gem forçada quando o mesmo está instalado à montante dos tubos. Esta última facilita a manutenção
tanto do feixe quanto dos componentes mecânicos, mas a anterior confere melhor distribuição de ar e
Como o fluido externo ao feixe é o próprio ar, estes permutadores acabam servindo sempre
BRAS que mais utiliza air-coolers é a REPAR, do Paraná). Esses permutadores ocupam uma área muito
grande, em geral, não permitindo a instalação de outros equipamentos no espaço abaixo deles. Além
O feixe tubular apresenta tubos retos aletados fixados aos cabeçotes, onde são instalados
os bocais de entrada e saída do fluido circulante. Em geral, esses equipamentos são montados em
vários módulos (células) que operam em paralelo. É usual que cada célula tenha dois ventiladores
operando simultaneamente. Nos cabeçotes, existem orifícios plugueados por onde são introduzidos
os mandriladores.
A detecção de vazamento nestes permutadores, quando o mesmo ocorre no feixe, pode ser
mascarada pelo arraste do produto vazado pelo ar soprado. Uma suspeita dessa natureza deve ser
407
Bocal
entrada Cabeçote
Tubos aletados
Bujões para
mandrilhagem
dos tubos Espelho
Bocal saída
Detalhe em corte
(Cabeçotes e feixe tubular)
Bocal entrada
Caixa de ar
(câmara plena)
Estrutura
de suporte Ventilador
de tiragem
forçada
Conjunto
(Estão omitidas as partes elétricas,
mecânicas e estruturas auxiliares)
408
10.8.5.2. Permutadores baioneta
São uma variação dos casco-e-feixe, sem casco, onde o carretel é flangeado ao casco de um
vaso ou tanque e os tubos são concêntricos, sendo que os tubos internos são vazados perto da extremi-
dade, fazendo com que o fluido, injetado através destes, retorne pelos tubos externos. Diferenciam-se
das serpentinas de aquecimento porque o carretel, como já falado aqui, é um vaso de pressão.
Neles, as superfícies de troca térmica são placas retangulares com relevos estampados em toda
a sua área e com orifícios nos quatro vértices. O relevo das placas e da área em torno dos orifícios, auxili-
ados por juntas de vedação, promovem a estanqueidade tanto entre os fluidos como com o exterior. As
placas são montadas com o auxílio de trilhos, limitadas por uma placa fechada fixa e outra ajustável.
409
Estes permutadores oferecem grande área de troca térmica ocupando um volume muito reduzido,
sendo, pois, indicados para instalações com pouco espaço, como unidades verticais, plataformas de
petróleo etc. Além disso, podem operar com mais de dois fluidos diferentes e ter a superfície de troca
térmica variada (pela alteração do número de placas). São de fácil manutenção e limpeza, principalmente
por seu peso reduzido. Seu uso não é mais extenso devido a algumas grandes limitações:
- Apresentam alto risco de vazamento, tanto maior quanto maiores forem as temperaturas e
pressões;
- Não são recomendáveis para operação com fluidos sujos ou muito viscosos.
Em decorrência desses fatores, o grande uso destes equipamentos acaba sendo o de res-
Recentemente, foram desenvolvidos permutadores de placas com casco externo, que mantém
as vantagens das placas tradicionais com a possibilidade de operar com quaisquer fluidos e pressões.
O único senão, ainda, é o preço, muito maior do que seus equivalentes tipo casco-e-feixe.
Também chamados, simplesmente, regeneradores (este termo pode causar confusão com outros
como finalidade a economia de energia, evitando que uma corrente fria (em geral, o ar atmosférico) con-
suma parte do calor a ser fornecido para o processo. Em siderúrgicas, consistem de grandes vasos, em
pares, nos quais é forçada a passagem dos gases quentes efluentes do alto-forno ou outro equipamento
gerador de correntes gasosas quentes. Esses gases, ao passar pelo interior de um dos regeneradores,
ar é desviado para passar por este regenerador, enquanto o outro inicia seu ciclo de aquecimento.
é recheado com módulos metálicos formados por dezenas de chapas finas corrugadas (semelhantes
às de um radiador).
Os dutos de gases quentes e de ar passam lado a lado, enquanto o rotor gira continuamente,
estando sempre com metade de sua área dentro do duto de gás e a outra metade no de ar. Esses
permutadores são, particularmente, atingidos por processos de corrosão por condensação ácida,
410
devido às diferenças de temperatura (que acabam ultrapassando, para menos, o ponto de orvalho
do ácido sulfúrico) entre as seções e à inevitável contaminação entre as correntes. A corrosão gera
desbalanceamento do conjunto (pela alteração do peso das peças), levando danos ao sistema de ac-
ionamento. Construídos, normalmente, de aços patináveis (como o “COR-TEN”), têm vida útil média
411
ANEXO I - ESTUDO DE CASOS
Introdução
alimentação, bebida, etc.. Estes equipamentos são empregados para conter e transportar fluidos, muitas
assegurar que tais equipamentos possam exercer suas funções, sem risco considerável, submetidos
cálculo e projeto destes equipamentos, mas principalmente garantir condições mínimas de segurança
Uma norma de projeto representa um conjunto coerente de premissas que relacionam critérios
e inspeção.
de fabricação.
Nesta unidade do curso, estaremos utilizando as normas e códigos pertinentes a cada disciplina
da atividade de inspeção de fabricação. Como primeiro passo serão apresentados os principais códigos e
normas de projeto e especificação de materiais buscando-se descrever como estes foram estabelecidos.
Em seguida são apresentados vários estudos de caso com base em cada um destes códigos ou normas
413
ASTM – American Standard for Testing and Materials
A associação Americana para teste e materiais (ASTM) foi fundada em 1898 nos Estados
Unidos por um grupo de cientistas e engenheiros liderados por Charles Benjamin Dudley, devotados
às freqüentes quebras de trilhos que incomodavam a crescente indústria ferroviária da época. O grupo
desenvolveu um padrão para o aço usado na fabricação de trilhos. Esta associação precedeu a outras
organizações de padronização tais como a BSI (1901), DIN(1917) e AFNOR(1926), mas difere destas
em que não é um corpo de padrões nacionais, que nos Estados Unidos é um papel desempenhado
pelo ANSI. Entretanto a ASTM tem um papel dominante dentre os criadores de padrões nos Estados
Unidos e pode ser considerado o maior organismo criador de padrões a nível mundial.
Nos dias de hoje a ASTM mantém milhares de comitês técnicos, os quais buscam seus membros
ao redor de todo o mundo e coletivamente mantém mais de 12.000 especificações padrões. O book
• A Especificação padrão que definem os requisitos a serem satisfeitos pelo objeto alvo de
uma padronização.
• O Método padrão de teste, que define de que modo um teste é executado. O resultado do
teste pode ser usado para estimar a conformidade com uma especificação.
• A Prática padrão, que define uma seqüência de operações que diferentemente de um teste,
• O Padrão de terminologia, que fornece definições concordantes dos termos usados nos
outros padrões.
• Seção 04 - Construção
• Seção 07 - Têxteis
• Seção 08 - Plásticos
414
• Seção 09 - Borracha
• Seção 00 – Índice.
especificações ASTM de chapas para Vasos de Pressão que estão descritas na lista de documentos
Esta especificação também cobre uma série de requisitos suplementares que são aplicáveis
a várias destas especificações quando restrições adicionais ou testes adicionais são requeridos pelo
• Materiais e Fabricação
• Tratamento Térmico
• Composição Química
• Microestrutura Metalúrgica
• Qualidade
• Métodos de Teste
• Teste de Tração
• Teste de Tenacidade
415
• Inspeção e Testes
• Retestes
• Retratamento
• Rejeição
• Teste de Soldabilidade
Esta especificação cobre chapas de aço carbono empregadas primariamente para a fabricação
especificação ASTM A 20 - Specification for General Requirements for Steel Plates for Pressure Vessels
e devem ser explicitados pelo comprador e fazer parte de sua ordem de compra.
• Fabricação
• Tratamento Térmico
• Composição Química
416
• Propriedades Mecânicas
Os requisitos suplementares abrangem, dentre outros, itens tais como:
deparou-se com os registros que são apresentados abaixo. Verificar se os resultados da inspeção são
• Espessura: 50 mm
• Quantidade de Chapas: 20
417
Requisitos Suplementares:
Temperatura = -40°C
Transversal: 20J
Transversal: 24 J
Resultado da Inspeção
Composição Química %
Corrida Quantidade
C Mn Si P S Cu Cr Ni V Ti Nb
10234 03 0,28 1,1 0,30 0,032 0,029 0,23 0,13 0,03 0,03 0,02 0,02
10237 02 0,26 1,2 0,29 0,035 0,031 0,24 0,12 0,10 0,03 0,03 0,02
11348 04 0,27 1,0 0,45 0,036 0,032 0,21 0,12 0,05 0,06 0,03 0,02
11349 03 0,27 1,1 0,31 0,031 0,031 0,23 0,12 0,04 0,06 0,04 0,02
12479 05 0,26 1,3 0,32 0,033 0,030 0,22 0,14 0,04 0,03 0,03 0,02
12568 03 0,28 1,1 0,41 0,027 0,031 0,21 0,13 0,06 0,03 0,03 0,02
418
B – Resultado dos Ensaios Mecânicos
Ensaio de tração
Corrida Identificação Limite de Limite de Alongamento Carbono
Resistência Escoamento em 50 mm Eq.
(MPa) (MPa)
AS324 523 276 22 0,47
10234 AS23 542 287 23 0,46
AS245 521 287 23 0,45
AD567 476 254 24 0,46
10237
AD568 532 290 23 0,45
BA112 556 298 23 0,46
BA113 617 320 23 0,46
11348
BA234 598 315 21 0,47
BA345 546 302 20 0,45
EF765 475 254 23 0,46
11349 EF756 512 301 24 0,47
EF467 509 263 25 0,47
FD012 498 279 23 0,47
FD034 532 289 21 0,48
12479 FD048 567 290 24 0,48
FD121 543 291 24 0,45
FD145 511 307 23 0,46
GR173 601 298 26 0,43
12568 GR198 587 287 23 0,45
GR344 578 278 21 0,45
419
Ensaio de Tenacidade
Corrida Identificação Charpy Longitudinal Charpy Transversal
Energia Mínima Energia Média Energia Mínima Energia Média
Individual (J) (J) Individual (J) (J)
10234 AS324 23 45 20 29
AS23 32 43 21 28
AS245 43 45 17 22
10237 AD567 32 46 23 30
AD568 37 47 24 34
11348 BA112 39 53 27 34
BA113 12 19 24 29
BA234 23 44 23 28
BA345 27 53 22 28
11349 EF765 31 56 18 23
EF756 34 53 21 25
EF467 24 34 20 26
12479 FD012 27 46 22 31
FD034 28 43 23 34
FD048 13 24 21 26
FD121 19 34 22 27
FD145 18 36 22 26
12568 GR173 17 31 22 27
GR198 23 46 21 25
GR344 26 47 24 29
420
C – Marcação nas Chapas
• Número
�����������������
da Corrida
• Nome
������������������
do Fabricante
• specificação
������������������������
do material
421
ASTM A 234-04 - Specification for Piping Fittings of
Wrought Carbon Steel and Alloy Steel for Moderate
and High-Temperature Service
a partir de produtos com e sem costura de aço carbono e aço liga cobertas pelas normas ASME B
16.9, B16.11, MSS SP-79 e MSS SP-95. Estas conexões são destinadas para serviço em tubulações
e Vasos pressurizados sob moderadas e altas temperaturas. Esta especificação não cobre conexões
Esta especificação também cobre requisitos suplementares que são aplicáveis quando um
maior grau de inspeção é desejado pelo comprador, devendo estar especificados na sua ordem de
compra. Requisitos não apresentados nesta especificação mas que são pertinentes a todas as con-
exões trabalhadas (wrought) podem ser encontrados na especificação ASTM A 960 – Specification for
• ���������������������������������������������
Informações para colocação da Ordem de Compra
• �����������������
Requisitos Gerais
• ���������
Materiais
• ����������
Fabricação
• ������������������
Tratamento Térmico
• ������������������
Composição Química
• ��������������������
Requisitos de tração
• ������
Dureza
• Teste
������ Hidrostático
������������
• �������������������
Teste de Tenacidade
• ���������
Dimensões
• ���������������������
Qualidade superficial
• ����������������
Reparo por solda
• ��������
Inspeção
• ��������
Rejeição
422
• ����������������������
Emissão de Certificado
• �������������������
Marcação do produto
• �����������������������������������������������
Tratamento térmico alternativo – para grau WP91
• ����������������������������
Restrição ao teor de Vanádio
• �������������������
Carbono Equivalente
seguintes registros:
Quantidade: 04
Requisitos Suplementares:
Material fornecido:
de documentos.
Avalie os seguintes itens de inspeção justificando sua resposta com o(s) item(ns) específico(s)
na norma:
423
a) Documentação
Foram apresentados:
b) Marcação
Ex.: CBV – RED Conc. Ø 8” x 4” Sch 80s - ASTM A-234 WP9 CL1
424
d) Análise das Propriedades Mecânicas/ Composição Química
Reduções Aprovadas:
Reduções Reprovadas:
Justificativa:
Reduções Aprovadas:
Reduções Reprovadas:
Justificativa:
e) Tratamento Térmico
ao ar livre.
425
Após este tratamento, as reduções foram submetidas a tratamento térmico de alívio de tensões
após soldagem (TTAT) a uma temperatura de patamar de 620°C por 30 minutos. O inspetor considerou
3 - O teste mecânicos poderiam ser feitos nas chapas que deram origem às reduções?
5 - O ensaio por ultra-som das soldas de costura das reduções foi realizado após a conformação
6 - É possível se fabricar uma curva ASTM A234 WPB a partir de um tubo ASTM A-106 Gr B.?
Esta especificação cobre os requisitos para uma série de graus de materiais forjados ou a
partir de anéis laminados para flanges de aço carbono e aço liga, para conexões forjadas e válvulas
entalhe. Embora esta especificação cubra alguns componentes de tubulação usinados a partir de barras
laminadas e componentes tubulares, ela não cobre o produto bruto produzido nestas formas.
Esta especificação também cobre requisitos suplementares que são aplicáveis quando testes
ou inspeções adicionais são desejadas pelo comprador, devendo estar especificados na sua ordem
de compra.
Requisitos não apresentados nesta especificação, mas que são pertinentes a todos os flanges
de aço, conexões forjadas, Válvulas e componentes para aplicação em tubulação podem ser encontra-
dos na especificação ASTM A 961- Specification for Commom Requirements for Steel Flanges, Forged
426
O requisitos normais desta especificação são:
• Requisitos Gerais
• Fabricação
• Composição Química
• Propriedades Mecânicas
• Teste Hidrostático
• Acabamento
• Reteste
• Retrabalho
• Inspeção
• Rejeição
• Emissão de Certificado
• Marcação do produto
• Expansão lateral
• Carbono Equivalente
427
Estudo de Caso – ASTM A 350
Pedido de Compra: Flange Weld-Neck 12” - Face Lisa com ressalto - ANSI B 16.5
Quantidade: 02
Requisitos Suplementares:
Avalie os seguintes itens de inspeção justificando sua resposta com o(s) item(ns) específico(s)
na norma:
a) Documentação
428
b) Marcação
Ex.: ¤¥¤ FLG WN 12” 300# FR - ASTM A-350 LF3 CL2 QT - H4365
429
Flange(s) Aprovada(s):
Flange(s) Reprovada(s):
Justificativa:
Uma luva com extremidade para solda de encaixe Ø 6” x 150 mm, Sch 80s foi fabricada através
de usinagem a partir de uma barra redonda forjada ASTM A 350 LF1. Esta luva atende aos
400 membros corporativos que representam todos os setores da indústria de óleo e gás natural
porte marítimo, bem como companhias prestadoras de serviço e suprimento. A partir de seu
primeiro padrão emitido em 1924, o API conta hoje com mais de 500 padrões cobrindo todo
segmento das áreas de petróleo e gás. Estes padrões representam um amplo conhecimento que
padrões tem sido incorporado pela ISO (International Organization for Standardization).
Geralmente os padrões API são revistos e revisados, cancelados ou revalidados pelo menos a
cada 5 anos. Algumas vezes um prolongamento de até dois anos poderá ser adicionado a este
ciclo de revisão. Nenhum padrão é considerado operacional 5 anos após a sua publicação,
430
catalogo com a lista de todos os seus padrões e este catálogo é revisado a cada dois anos.
Principais especificações:
Esta especificação cobre a fabricação de tubos com e sem costura e extremidades planas
(sem chanfro), biseladas, rosqueadas, preparadas para acoplamentos especiais tipo boca de
Esta especificação estabelece os requisitos pra dois níveis de especificação de tubos – PSL1 e
PSL2 (Pipe Specification Level) Estes dois níveis estabelecem diferentes requisitos técnicos. O
PSL2 tem requisitos obrigatórios relativos a carbono equivalente, tenacidade ao entalhe, limite
• Processos de Fabricação
• Propriedades Mecânicas
• Composição Química
• Tolerâncias dimensionais
• Acoplamentos
• Inspeção e testes
• Marcação
• Revestimento e proteção
• Documentação
431
Os apêndices estabelecem, entre outras, as seguintes especificações:
• Tabela de Alongamento de
• Requisitos suplementares
Comprimento: 12m
Requisitos suplementares
SR3
SR15
432
Material Apresentado: 20 tubos
Aço carbono API 5L X 70 com costura (SAW)
Não tratado termicamente
Resultado da Inspeção
a) Seleção da Amostra
O inspetor selecionou 2 tubos para efetuar a inspeção por amostragem. Segundo o inspetor
todo o lote (20 tubos) seria aprovado se houvesse apenas um tubo rejeitado e seria reprovado se
os 2 tubos fossem reprovados. Conforme N-115 Petrobras, o inspetor está certo? Justifique.
b) Inspeção dimensional
b1 b2 b3(pol.) b4 b5 b6 b7
Identificação
(mm) (pol.) ext 1 ext 2 (mm) (m) (mm) (°)
Tubo 1 8,5 20,07 19,91 20,01 11 11,70 1,8 31,5
Tubo 2 9,3 20,02 19,98 20,00 9 12,23 2,7 30,0
433
Pergunta:
A diferença entre os diâmetros médios nas extremidades está conforme a norma API 5L?
Perguntas
2. Caso deva ser indicado, qual o método, a localização e o conteúdo desta marcação?
1. Os corpos de prova de charpy usados no ensaio de charpy destes tubos devem ser de ta-
3. Admitindo que o ensaio de charpy e o ensaio de tração foram realizados com corpos de
434
Corrida Qtde Tag Largura LR LE Along. % Charpy “V”
do CP (mm) (MPa) (MPa) em 2”
Energia Mínima Energia
individual (J) Média (J)
K2544 3 - - - - - - -
K2543 5 Tubo 1 38,1 723 588 23 12 25
K5638 6 - - - - - - -
K5666 6 Tubo2 38,1 712 576 22 17 38
Perguntas:
1. Os tubos poderiam ter algum reparo de solda na chapa?
2. O que mudaria na marcação dos tubos se ele fosse testado hidrostaticamente numa pressão
acima da tabelada pela API 5L?
3. Qual foi a pressão de teste hidrostático dos tubos?
4. Seria necessário ter sido realizado teste de achatamento (Flatening Test) na fabricação
destes tubos?
5. Os tubos deste fornecimento foram submetidos a teste de tração longitudinal ou transversal?
testes e documentação de válvulas esfera, gaveta, retenção e bloqueio para sistemas de tu-
bulação das indústrias de petróleo e gás natural. Válvulas para faixas de pressão excedendo à
• Projeto
• Materiais
• Soldagem
• Controle de Qualidade
• Teste de Pressão
• Marcação
• Armazenamento e Embarque
• Documentação
435
Os anexos apresentam os seguintes requisitos:
1. A soldagem ou reparo com solda em válvulas ou partes de válvulas que estejam submetidas
à pressão deve ser conduzido com base em que norma ou código de soldagem, conforme API
6D?
química os seguintes resultados encontrados numa válvula gaveta com extremidade pra solda.
4. Uma válvula esfera cuja temperatura de projeto é de -10°C necessita ser submetida a ensaio
Composição Química
C P S Ceq
0,24 0,034 0,031 0,46
5. Uma válvula globo com extremidade flangeada, empregada em serviço onde a pressão parcial
de hidrogênio no fluido pode causar fragilização por hidrogênio, foi especificada com parafusos
cuja dureza máxima deveria ser Rockwell HRC 24. Esta condição está conforme API 6D?
436
6. Uma Válvula de retenção cujo corpo é fabricado em aço carbono da especificação ASTM A
350 LF6 CL1 deve ser submetida a ensaio de tenacidade. Qual é a mínima energia requerida
(mínima individual e média) para corpos de prova de tamanho padrão, conforme API 6D?
constituído de aço inoxidável duplex? O corpo da válvula poderá estar pintado, conforme API 6D?
8. Em que áreas da junta soldada deve ser executado o ensaio de dureza e quais os métodos de
ensaio de dureza que podem ser usados para uma qualificação de procedimento de soldagem
9. Quais os métodos de ensaio não destrutivos podem ser usados na avaliação da remoção de
feitos nas regiões abertas para reparo por solda em corpo de válvulas, conforme API 6D?
10. Qual a pressão e o tempo de teste hidrostático de uma válvula Globo de 8” x 900# con-
11. Numa qualificação de procedimento de soldagem entre uma válvula de retenção em ma-
terial ASTM A 350 LF5 CL1 (P-number 9A) e uma tubulação em material ASTM A 333 Gr. 4
(P-number 4), quantos conjuntos de corpos de prova de impacto serão necessários e em que
áreas deverão ser retirados estes corpos de prova, conforme API 6D?
437
ASME - AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL EN-
GINEERINGS
Este é o código tradicionalmente usado no Brasil que dita os requisitos necessários para A
seleção de materiais, projeto, fabricação, montagem e teste para a maioria dos vasos de pressão,
permutadores e caldeiras utilizados na indústria de petróleo. Possui as seguintes seções:
I - Caldeiras
II - Materiais
III – Instalações Nucleares
IV – Caldeiras de Aquecimento
V – Ensaios não destrutivos
VI – Instalação e recomendações para operação de caldeiras de aquecimento
VII – Guia de recomendações para operação de caldeiras
VIII – Vasos de pressão (Divisões 1, 2 e 3)
IX – Qualificação de Soldagem
X – Vasos de Pressão de Plástico
XI - Recomendações para inspeção de instalações nucleares
Os vasos de pressão são tipicamente projetados de acordo com o código ASME seção VIII.
A seção VIII é dividida em três partes. A divisão 1 é a mais usada uma vez que ela contem os
requisitos suficientes para a maioria das aplicações dos vasos de pressão.
A divisão 1 aplica-se a vasos de pressão que operam em pressões a partir de 15 psig ( 1,02
kgf/cm²) até 3000 psig.( 204 kgf/cm²). Para pressões abaixo de 15 psig o código ASME não é
aplicável e para pressões acima de 3000 psig regras de projeto adicionais são requeridas para
cobrir os requisitos adicionais de projeto e construção necessárias para trabalho a tais pressões.
O código ASME não é aplicável aos sistemas de tubulação conectados aos vasos de pressão.
O código também não se aplica a componentes não sujeitos a pressão soldados ou não às
partes do vaso sujeitas à pressão. Entretanto, a solda que faz a ligação entre a parte sujeita
a pressão e o componente não sujeito à pressão deve satisfazer certos requisitos do código.
438
Portanto, partes tais como componentes internos ou suportes externos não necessitam seguir
as regras do código, exceto se soldados ao vaso.
A divisão 2 é idêntica à divisão 1; entretanto a divisão 2 contem requisitos que diferem dos
contidos na divisão 1. As áreas onde os requisitos entre as duas divisões diferem entre si são
destacadas a seguir:
Tensão – A máxima tensão primária de membrana permissível para a divisão 2 é maior que
aquela da divisão 1. Os vasos projetados pela divisão 2 têm menor espessuras e usam menos
material. A divisão 2 compensa a maior tensão de membrana admissível por ser mais restritiva
que a divisão 1 em outros aspectos.
Cálculo da Tensão – A divisão 2 usa métodos contendo fórmulas complexas, cartas e projeto
por análise que resulta em cálculos de tensão mais precisos que os requeridos na divisão 1.
Projeto – Alguns detalhes de projeto permitidos na divisão 1 não são permitidos na divisão 2.
439
Estrutura da Seção VIII, Divisão 1.
Cada uma das partes acima detalha com maior minúcia os requisitos mínimos para satisfazerem
Cada uma das partes acima detalha com maior minúcia os requisitos mínimos para satisfazerem
os seguintes tópicos: materiais, projeto, fabricação, inspeção e testes aplicáveis a cada um dos
440
Assim, diante de um caso específico, os capítulos a serem consultados ficam reduzidos a três:
pressão para trabalho a baixa temperatura fabricado por soldagem, encontram-se na subseção
A e nas partes UW (subseção B) e ULT (subseção C). Neste mesmo exemplo, se estivéssemos
interessados em regras de fabricação, então somente os itens de fabricação das três partes
Além das subseções citadas anteriormente esta seção possui apêndices mandatórios e apên-
Apêndices Obrigatórios - Dedica-se a assuntos que não são cobertos em qualquer parte do
código. Os requisitos que estão contidos nestes apêndices são mandatórios quando o assunto
que é coberto esta relacionado ao vaso de pressão sob consideração. Exemplos de apêndices
obrigatórios são:
juntas tipo anel, Vasos com seção transversal não circular, regras de projeto para conexões
grampeadas.
Apêndices não obrigatórios – Fornecem informação e sugerem boas práticas. O uso desses
apêndices não obrigatórios não é requerido a menos que seu uso seja especificado numa ordem
Base para estabelecimento de cargas admissíveis pra as juntas tubo/espelho, Boas práticas
ASME SEÇÃO IX
O ASME seção IX é usado apenas quando requerido pela norma de projeto ou de construção
e montagem do equipamento.
441
A parte relativa à soldagem é divida em quatro artigos:
Os artigos a serem consultados dependem do tipo de problema a ser resolvido, ou seja, prob-
eradores de soldagem.
dores/operadores. Entretanto, apenas parte destas regras são aplicáveis em cada caso especí-
fico. Seleciona-se as regras aplicáveis em cada caso, consultando-se o artigo II na qualificação
Dentro dos artigos II e III, encontramos as condições gerais e a relação das variáveis aplicáveis
Caso deseje, pode-se consultar somente o artigo IV para se determinar a relação de variáveis
aplicáveis em função do processo d soldagem. Para isto, deve-se consultar o QW 350 para
saber as variáveis aplicáveis aos processos de soldagem e a tabela QW 416 para saber as
a operadores de soldagem.
para as qualificações e podemos verificar se um trabalho específico está sendo realizado com
442
Para maior facilidade de consulta, é conveniente entender a numeração dos itens, que obedece
à seguinte sistemática:
Exemplo – QW 304.1
.1 – Número seqüencial dentro do parágrafo QW 304 que indica regra referente a exame.
1) Quais cuidados devem ser tomados quando uma chapa para fabricação de um vaso é cortada
2) Abaixo de qual espessura não devem ser estampadas as marcas de identificação nas chapas
de aço para serviço em baixas temperaturas, segundo ASME sec. VIII div 1?
4) Quantos corpos de prova de ensaio de impacto devem ser ensaiados pra a qualificação de
procedimento de soldagem, quando este tipo de ensaio é requerido pra o metal base?
6) Quantos corpos de prova de impacto retirados das chapas de teste de produção são requeridos
segundo ASME sec. VIII div 1, quando o ensaio de impacto é requerido para o metal base?
7) Durante tratamento térmico de uma junta soldada, de aço baixa liga, acabou a energia quando
refazer o tratamento térmico ou basta complementá-lo, segundo ASME sec. VIII div 1?
443
8) Durante tratamento térmico de uma junta soldada, de aço carbono (P-number 1) de 50 mm
mento só consegue elevar até esta temperatura. Que solução pode ser adotada, segundo
9) Qual é o requisito de exame radiográfico para uma junta soldada de aço carbono, P number
10) Dados:
Espessura: 50,8mm
Perguntas:
Caso 1 – Durante inspeção de rotina, o inspetor de fabricação constatou que um soldador es-
tava soldando uma peça, usando um procedimento diferente daquele usado para qualificá-lo.
444
ANSI – American National Standards Institute
entidade privada sem fins lucrativos e mantida por organizações públicas e privadas americanas.
adoção de padrões internacionais como padrões nacionais onde eles servem às necessidades
Este padrão estabelece os requisitos para faixas de pressão e temperatura aplicáveis, dimen-
sões, tolerâncias, materiais, ensaios não destrutivos, testes e marcações em válvulas fundidas e
forjadas com extremidades flangeadas, rosqueadas e soldadas em aço carbono e aços liga.
• Marcação
• Materiais
• Dimensionamento
• Pressão de teste
• Teste de Pressão
445
Os apêndices obrigatórios apresentam os seguintes requisitos:
1. É possível construir uma válvula a partir da união soldada de seguimentos de forjados, fun-
3. É necessário que o material do corpo e do tampo em uma válvula seja de material de uma
4. Se a resposta acima for “sim”, quais seriam os requisitos necessários para que o reparo
5. Qual é a espessura mínima de parede uma válvula de classe600# cujo diâmetro interno é de
446
6. É possível efetuar-se reparo com solda no corpo de uma válvula de aço carbono fundida
7. No corpo de uma válvula esfera de 250 mm de diâmetro e classe 300# foram encontrados dois
pontos abaixo da espessura mínima: Ponto1 (11,5 mm), Ponto2 (11,9 mm). As áreas circulares
contendo as espessuras baixas medem respectivamente 227 mm2 e 197mm2 estão distantes
uma da outra de 95 mm. Este válvula pode ser aceita conforme ANSI B 16.34?
8. Se o defeito foi descoberto por inspeção radiográfica, será necessário efetuar-se ré-exame
447
ANEXO II - ESTUDO DE CASOS -
GABARITO
deparou-se com os registros que são apresentados abaixo. Verificar se os resultados da inspeção são
• Espessura: 50 mm
• Quantidade de Chapas: 20
Requisitos suplementares
Temperatura = -40°C
Transversal: 20J
Transversal: 24 J
449
Resultado da inspeção
Composição Química %
Corrida Quantidade
C Mn Si P S Cu Cr Ni V Ti Nb
10234 03 0,28 1,1 0,30 0,032 0,029 0,23 0,13 0,03 0,03 0,02 0,02
10237 02 0,26 1,2 0,29 0,035 0,031 0,24 0,12 0,10 0,03 0,03 0,02
11348 04 0,27 1,0 0,45 0,036 0,032 0,21 0,12 0,05 0,06 0,03 0,02
11349 03 0,27 1,1 0,31 0,031 0,031 0,23 0,12 0,04 0,06 0,04 0,02
12479 05 0,26 1,3 0,32 0,033 0,030 0,22 0,14 0,04 0,03 0,03 0,02
12568 03 0,28 1,1 0,41 0,027 0,031 0,21 0,13 0,06 0,03 0,03 0,02
• As chapas da corrida 11348 estão reprovadas devido ao percentual de fósforo e silício estarem
acima do limite especificado conforme ASTM A 516 – 04, item 6.1 e tabela 1, bem como o teor de
vanádio está acima do permitido conforme ASTM A 20 – 04, item 7.1.3 e tabela 1.
• As chapas da corrida 11349 estão reprovadas devido ao percentual vanádio e titânio estarem
• A chapa de corrida 12568 está reprovada devido ao teor de silício estar acima do limite
valores de molibdênio na análise química, conforme requerido no ASTM A 20 – 04, item 7.1.3 e tabela 1.
450
b) Resultado dos Ensaios Mecânicos
Ensaio de tração
• As chapas AD567 e EF765 estão rejeitadas por apresentarem o limite de resistência e o limite
de escoamento fora dos limites especificados conforme ASTM A 516 -04 item 7.1 e tabela 2.
• A chapa BA345 está rejeitada por apresentar o percentual de alongamento fora dos limites
• As chapas FD034 e FD048 estão rejeitadas por apresentarem o percentual de carbono equivalente
acima do limite especificado conforme ASTM A 20 -04 requisito suplementar S20 e tabela 2.
451
Ensaio de Tenacidade
• As chapas BA 113 e FD048 estão rejeitadas por apresentarem energia mínima individual e
energia média (BA113) para o ensaio de charpy longitudinal fora dos limites especificados conforme
ASTM A 20-04 requisito suplementar S5 tabela A2.15 (O aluno deve observar que existe diferença
entre a energia dada na tabela A1.15 que está em °F e a tabela A2.15 que está em °C).
• As chapas AS245 e EF765 estão rejeitadas por apresentarem energia mínima individual e
energia média para o ensaio de charpy transversal fora dos limites especificados no pedido de compra
• Número
�����������������
da Corrida
• Nome
������������������
do Fabricante
• E������������������������
specificação do material
452
d) Inspeção Visual e Dimensional
• Deveriam ser feitas duas marcações (uma em cada extremidade da chapa distantes no mínimo
• O conteúdo da marcação em cada chapa deverá ser: designação ASTM; grau; Letras “MT”
(Material Tratado); número de corrida, número da chapa; nome do fabricante ou marca comercial.
Espessura: ( +2,3 mm - 0,3 mm) conforme ASTM A 20-04 item 14.2 e Tabela A2.1.
453
• As Chapas AS245, AD568, BA112, EF467, FD012, FD034, FD048, FD145, GR173, GR198,
• As Chapas FD012, FD048 estão reprovadas por apresentarem largura abaixo do limite da norma.
• A Chapa FD012 está reprovada por apresentar descontinuidade laminar maior que 25 mm de
comprimento e profundidade maior que 3 mm, conforme ASTM A 20-04 item 9.3.3 tabela A2.14
seguintes registros:
Pedido de compra
Redução concêntrica Ø 8” x 4” com ou sem costura - ANSI B16.9
Quantidade: 04
Requisitos suplementares
S2 - conforme ASTM A-234-04
Material fornecido
de documentos.
Avalie os seguintes itens de inspeção justificando sua resposta com o(s) item(ns) específico(s)
na norma:
454
a) Documentação
Foram apresentados:
Conforme ASTM A-234-04 item 17.1 deveriam ser apresentados além dos documentos
acima citados:
b) Marcação
Ex.: CBV – RED Conc. Ø 8” x 4” Sch 80s - ASTM A-234 WP9 CL1
Não. Conforme ASTM A 234-04 tabela A1.1 nota A , as reduções deveriam ter acrescenta-
das as letras “WU” logo após o grau WP9 CL1 na marcação , pois elas são soldadas “W”
455
c) Resultado da Inspeção Visual e Dimensional
NOTA: Inserir na tabela e croquí acima as dimensões de espessura de parede (dimensões con-
forme ASME B36.10 e tolerância conforme ASME B16.9, tabela 2, nota 2).
• A redução 1 está reprovada por apresentar o ângulo do Bisel acima do especificado conforme
• A redução 1 está reprovada por apresentar uma imperfeição superficial cuja profundidade está
• A redução 2 está reprovada por apresentar o diâmetro externo da extremidade menos abaixo
• A redução 3 está reprovada por apresentar a dimensão “b” menor que a especificada na norma
456
d) Análise das Propriedades Mecânicas/ Composição Química
Justificativa: A redução 2 está reprovada por apresentar dureza acima do limite máximo
permitido conforme ASTM A 234-04 item 10.1.1 .
A redução 4 está reprovada por não ter sido apresentado os resultados dos ensaios
mecânicos para a corrida 2356, pois conforme ASTM A 960-04 item 9.3 deve ser efetuado
teor de vanádio está cima do limite máximo aceitável (0,03%) e o teor de cromo encontra-se
e) Tratamento Térmico
ao ar livre.
457
Após este tratamento, as reduções foram submetidas a tratamento térmico de alívio de tensões
após soldagem (TTAT) a uma temperatura de patamar de 620°C por 30 minutos. O inspetor considerou
Justifique: Conforme ASTM A 234-04 item 7.3.3 a temperatura de TTAT não poderia ser
3. Os testes mecânicos poderiam ser feitos nas chapas que deram origem às reduções?
Sim. Se as reduções forem feitas por processo de conformação a frio, conforme ASTM A 234-04
item 9.3, as amostras dos testes mecânicos poderão ser retiradas das chapas. As amostras
deverão ser submetidas ao mesmo tratamento térmico das reduções (normalização ou alívio
5. O ensaio por ultra-som das soldas de costura das reduções foi realizado após a conformação
6. É possível se fabricar uma curva ASTM A234 WPB a partir de um tubo ASTM A-106 Gr.B?
Sim. A ASTM A 234-04 item 5.1, estabelece que poderá ser feita uma conexão a partir de
produto tubular com ou sem costura cuja composição química atenda a Tabela 1.
Se compararmos a composição química do Tubo ASTM A 106 Gr. B verificamos que ela é
458
Estudo de Caso – ASTM A 350
Pedido de compra
Flange Weld-Neck 12” - Face Lisa com ressalto - ANSI B 16.5
Quantidade: 02
Requesitos suplementares
S5 - conforme ASTM A 350 - 04a
Avalie os seguintes itens de inspeção justificando sua resposta com o(s) item(ns) específico(s)
na norma:
a) Documentação
a2) Registros dos Testes Mecânicos (LR, LE, AL e % red. de área) de cada Flange;
459
b) Marcação
Ex.: ¤¥¤ FLG WN 12” 300# FR - ASTM A-350 LF3 CL2 QT - H4365
460
Os flanges estão aprovados quanto a inspeção dimensional com base nas tolerâncias abaixo:
O Flange 1 está reprovado na inspeção visual por conter uma imperfeição linear na área de
vedação cuja profundidade é maior que 1,6 mm, conforme ASTM A 961-04 item 15.5.1
O flange apresenta dureza acima do limite máximo permitido (197HB) conforme estabelecido
461
d2) Composíção Química
(0,03%) e o teor de manganês acima do limite máximo permitido (0,90%) conforme estab-
O flange 1 apresenta o teor de manganês acima do limite máximo permitido (0,90%) con-
1. Uma luva com extremidade para solda de encaixe Ø 6” x 150 mm, Sch 80s foi fabricada
através de usinagem a partir de uma barra redonda forjada ASTM A 350 LF1. Esta luva atende
Não. Conforme ASTM a 350-04 item 5.3.3 . Isto só é permitido para conexões até 4” ou NPS 4.
462
Estudos de Caso – API 5L
Pedido de compra
Tubo 20” - 9,5 mm de espessura de parede
Comprimento: 12m
Requisitos suplementares
SR3
SR15
Material apresentado
20 tubos
Nível de inspeção II
QL 10
Risco do consumidor de 5%
463
Resultado da Inspeção
a) Seleção da Amostra
O inspetor selecionou 2 tubos para efetuar a inspeção por amostragem. Segundo o inspetor todo
o lote (20 tubos) seria aprovado se houvesse apenas um tubo rejeitado e seria reprovado se os
2 tubos fossem reprovados. Conforme N-115 Petrobras, o inspetor está certo? Justifique.
Não. A mostra deveria ser de 5 tubos. Estaria aprovado todo o lote se não houvesse nenhuma
rejeição. Uma rejeição reprovaria todo o lote (20 tubos) conforme N-115 Tabelas B1 e B2.
b) Inspeção dimensional
b3) Diâmetro médio nas Extremidades - Conforme API 5L item 7.2 tabela 8
b1 b2 b3(pol.) b4 b5 b6 b7
Identificação
(mm) (pol.) ext 1 ext 2 (mm) (m) (mm) (°)
Tubo 1 8,5 20,07 19,91 20,01 11 11,70 1,8 31,5
Tubo 2 9,3 20,02 19,98 20,00 9 12,23 2,7 30,0
O tubo 1 está reprovado por apresentar a espessura de parede e o diâmetro médio na extremi-
Pergunta:
A diferença entre os diâmetros médios nas extremidades está conforme a norma API 5L?
Não. O tubo 1 apresenta uma diferença de diâmetro entre suas extremidades de 2,5 mm. O
464
c) Identificação nos tubos (Marcação)
Não.
Método: Conforme API 5L 2004 item 10.7, Tubos com espessura de parede menor que 4mm
e tubos com grau maior que A25 não tratados termicamente não podem ser submetidos
a tipagem a frio.
Localização: Conforme API 5L 2004 item 10.2 (c) – A marcação deveria ser a tinta na su-
perfície interna do tubo a uma distância da extremidade não menos que 152 mm (6”).
OBS.: O Tubo 2 está com a marcação da temperatura do ensaio de tenacidade (M30C) não
conforme com o pedido de compra (-40°C), estando em desacordo com o requisito suple-
Perguntas
2. Caso deva ser indicado, qual o método, a localização e o conteúdo desta marcação?
Deverá ser pintado à tinta na superfície interna do tubos numa localização conveniente ao
pés e décimos de pé, ou no sistema internacional (SI) em metros com duas casas decimais
465
Resultado das Propriedades Mecânicas
1. Os corpos de prova de charpy usados no ensaio de charpy destes tubos devem ser de
Devem ser de 2/3 do tamanho padrão, pois a espessura da chapa é menor que 10mm (es-
Deverá ser de acordo com figura F1 apêndice F conforme requisito suplementar SR5, item
SR5.4 (b)
3. Admitindo que o ensaio de charpy e o ensaio de tração foram realizados com corpos de
prova nas dimensões requeridas pela norma, analise o resultado abaixo
Alongamento = (mínimo 21%) Conforme API 5L 2004 item 6.2.1 tabela 3B nota (a) que manda
ver o apêndice D. Deve ser consultada a tabela D-2, verificar a coluna de 38,1 mm (largura do
CP) e como o corpo de prova de tração tem a espessura da chapa (9,5 mm) a área do CP é de
mínimo.
Charpy = A energia média mínima requerida para um conjunto de 3 CP’s de charpy é de 27J
para o ensaio charpy “V”Transversal. O ensaio de charpy no caso dos tubos deste forneci-
mento deve ser transversal conforme API 5L 2004 item 9.3.5.1 e tabela 14.
466
Conforme API 5L requisito suplementar SR5B, item SR5B.3, como o CP é 2/3 do tamanho padrão,
o valor da energia média encontrada no teste deve ser dividido pela razão entre o tamanho CP
utilizado e o CP padrão. O novo valor encontrado deve ser comparado com o valor estipulado
para o CP de tamanho padrão. Logo os valores de energia devem ser divididos 2/3 e o resul-
tado comparado com o valor de energia especificado (27J). Isto dá o seguinte resultado:
Charpy “V”
Energia Mínima Energia Média
individual (J) (J)
- -
21 37,5
- -
25,5 57
Conforme API 5L requisito suplementar SR5B item SR5B.3, o valor da energia mínima individual
não pode ser menor do que 75% do valor da energia especificada para o CP padrão, ou seja,
Perguntas:
Não. Conforme API 5L 2004 Apêndice B item B.1.1, tubos PSL2 não podem ter reparo com
solda no corpo.
2. O que mudaria na marcação dos tubos se ele fosse testado hidrostaticamente numa pressão
Conforme API 5L 2004 item 10.3.9, a palavra “TESTADO”deveria ser marcada, seguida do valor
A pressão de teste foi de 16300 kPa conforme API 5L 2004 item 9.4.3 e tabela E-6C.
467
4. Seria necessário ter sido realizado teste de achatamento (Flatening Test) na fabricação
destes tubos?
Não. Conforme API 5L 2004 item 9.3.2 o teste de achatamento só é requerido para tubos com
costura feita pelos processos de soldagem por resistência elétrica ( ERW), soldagem a laser
(LW) ou processo de soldagem contínua (aquecimento das chapas em forno + pressão dos
Conforme API 5L 2004 item 9.3.1.1 e figura 3, o teste aplicável para tubos com costura e com
1. A soldagem ou reparo com solda em válvulas ou partes de válvulas que estejam submetidas
a pressão deve ser conduzido com base em que norma ou código de soldagem, conforme
API 6D?
Conforme API 6D item 8.1, deverá ser com base no código ASME Boiler and Pressure
Vessel Code, Seção IX, Qualification standard for welding and brazing procedures, weld-
ers, brazers, and welding and brazing operators, ou EN 288-3, Specification and approval of
welding procedures for metallic materials—Part 3: Welding procedure tests for the arc welding
of steels.
Conforme API 6D item 8.3, deverá ser efetuado ensaio de dureza numa qualificação de
procedimento de soldagem para partes de uma válvula sujeitas a pressão quando for re-
querido para esta válvula o teste de resistência ao trincamento conforme NACE MR 0175,
468
3. Em inspeção de recebimento, um inspetor de fabricação verificou no certificado de análise
química da corrida os seguintes resultados encontrados numa válvula gaveta em aço carbono
com extremidade pra solda. Esta válvula pode ser aceita conforme API 6D?
Composição Química
C P S Ceq
0,24 0,034 0,031 0,46
Não. Conforme API 6D item 7.4 (c), o limite máximo para o Carbono equivalente é 0,45%
Conforme API 6D item 7.4 (a), o limite máximo para o carbono na análise da corrida é de
0,23%.
4. Uma válvula esfera cuja temperatura de projeto é de -10°C necessita ser submetida a ensaio
Não. Conforme API 6D item 7.5 será requerido ensaio de tenacidade para todas as partes
contendo pressão de válvulas fabricadas em aço carbono e aço liga cuja temperatura de
5. Uma válvula globo com extremidade flangeada, empregada em serviço onde a pressão parcial
de hidrogênio no fluido pode causar fragilização por hidrogênio, foi especificada com parafusos
cuja dureza máxima deveria ser Rockwell HRC 24. Esta condição está conforme API 6D?
Não. Conforme API 6D item 7.6, válvulas cujo serviço esta sujeito à fragilização por hidrogênio
6. Uma Válvula de retenção cujo corpo é fabricado em aço carbono da especificação ASTM A
350 LF6 CL1 deve ser submetida a ensaio de tenacidade. Qual é a mínima energia requerida
(mínima individual e média) para corpos de prova de tamanho padrão, conforme API 6D?
Conforme API 6D item 7.5 e tabela 8 a energia individual mínima é 16 J e a energia média
469
7. Qual cuidado deve ser tomado com relação ao fluído de teste hidrostático quando o material
do corpo da válvula é constituído de aço inoxidável duplex? O corpo da válvula poderá estar
Conforme API 6D item 10.1 o teor de cloro na água deve ser ≤ 30 ppm quando se efetundo
Não. Conforme API 6D item 10.3 o teste hidrostático deve ser feito antes da etapa de pintura
do corpo da válvula.
8. Em que áreas da junta soldada deve ser executado o ensaio de dureza e quais os métodos de
ensaio de dureza que podem ser usados para uma qualificação de procedimento de soldagem
Conforme API 6D item 8.3 e figura 14 deve ser efetuado ensaio de dureza nas regiões do
9. Quais os métodos de ensaio não destrutivos podem ser usados na avaliação da remoção de
defeitos nas regiões abertas para reparo por solda em corpo de válvulas, conforme API 6D?
Conforme API 6D item 9.4 poderão ser efetuados ensaio de partículas magnéticas (MT) ou
10. Qual a pressão e o tempo de teste hidrostático de uma válvula Globo de 8” x 900# em
Resposta correta: Conforme API 6D item 10.3, o corpo da válvula deve ser testado com no
mínimo 1,5 vezes da pressão de operação determinada na norma ASME B16.34 (conforme
Classificação da pressão de operação: (ASME B16.34 tabela 2-1.1 para materiais do grupo
Pressão de teste: (API 6D itens 6.1 e 10.3. 153,2 X 1,5) – 229,8BAR mínimo.
470
11. Numa qualificação de procedimento de soldagem entre uma válvula de retenção em ma-
terial ASTM A 350 LF5 CL1 (P-number 9A) e uma tubulação em material ASTM A 333 Gr. 4
(P-number 4), quantos conjuntos de corpos de prova de impacto serão necessários e em que
áreas deverão ser retirados estes corpos de prova, conforme API 6D?
Conforme API 6D item 8.2 deverão ser três conjuntos de três corpo de prova. Um conjunto
de três corpos de prova do metal de solda (WM) e dois conjuntos de corpos de prova das
zonas afetadas termicamente, um de cada lado da junta, pois a junta é formada por dois
1. Quais cuidados devem ser tomados quando uma chapa de aço carbono para fabricação de
um vaso é cortada em duas ou mais partes, segundo a norma ASME sec. VIII div 1?
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UG 77 as marcas de identificação deve ser transferidas
preferencialmente antes que o corte seja realizado, de maneira que todas as partes fiquem
identificadas.
2. Abaixo de qual espessura não devem ser estampadas as marcas de identificação nas chapas
de aço para serviço em baixas temperaturas, segundo ASME sec. VIII div 1?
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UCS 66 (e) não devem ser estampadas chapas abaixo de
6 mm de espessura.
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UG 84(h)2 é necessário ensaio de impacto apenas quando
4. Quantos corpos de prova de ensaio de impacto devem ser ensaiados pra a qualificação de
procedimento de soldagem, quando este tipo de ensaio é requerido pra o metal base?
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UG 84(c), UG 84(g) e UG 84(h)1 deverão ser ensaiados três
471
5. É requerida chapa de teste de produção para construção de vasos de pressão soldados, de
Sim. Conforme ASME sec. VIII div. 1 UG 84(i)1 e 2, UHA 51 deverá ser requerida chapa de teste.
6. Quantos corpos de prova de impacto retirados das chapas de teste de produção são requeridos
segundo ASME sec. VIII div 1, quando o ensaio de impacto é requerido para o metal base?
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UG 84(i) e UG 84(c) (1), deverão ser ensaiados três corpos
7. Durante tratamento térmico de uma junta soldada, de aço baixa liga, acabou a energia quando
refazer o tratamento térmico ou basta complementá-lo, segundo ASME sec. VIII div 1?
mento só consegue elevar até esta temperatura. Que solução pode ser adotada, segundo
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UCS 56(a), tabela UCS 56 nota 1 e tabela UCS 56.1 o tratamento
térmico pode ser feito a 500°C , aumentando-se o tempo de patamar para 20 horas.
9. Qual é o requisito de exame radiográfico para uma junta soldada de aço carbono, P number
Conforme ASME sec. VIII div. 1 UW 11 (a)(2), UCS 57 e tabela UCS 57 , UW 11(b e c), UW
472
10. Dados:
Espessura: 50,8mm
Perguntas:
Subseção A
Subseção C, Parte UHT – ASTM A 533 Gr. A -Chapas para vaso de pressão de aço liga
temperado e revenido, com 8% e 9% de níquel.
473
Estudo de Caso – ASME Seção IX
Caso 1 – Durante inspeção de rotina, o inspetor de fabricação constatou que um soldador estava
soldando uma peça, usando um procedimento diferente daquele usado para qualificá-lo. É necessário
Processo de Soldagem: Conforme ASME sec. VIII div. 1 QW-300.1, QW 301.2, QW 306, QW
350, QW 353 a qualificação de um soldador é válida apenas para o processo no qual ele foi qualificado
Metal de base (Material, Ø e espessura): Conforme ASME sec. VIII div. 1 QW 353, QW 403.18
não houve mudança de P-number.
Conforme ASME sec. VIII div. 1 QW 403.16, QW 452 e QW 452.3 ao soldador está apto a soldar
Metal de Adição: Conforme ASME sec. VIII div. 1 QW 353, QW 404.15, QW 432, QW 433 o
soldador está qualificado para soldar com metais de adição F4 e menores. Como o eletrodo SFA 5.1
Posição de Soldagem: ASME sec. VIII div. 1 QW 353, QW 405.1 e QW 461.9 o soldador
qualificado na posição 6G em tubo contendo chanfro está qualificado para soldar em chapa contendo
474
Tipo de Junta: ASME sec. VIII div. 1 QW 353, QW 402.4 não houve alteração de junta pois em
ambos os casos o soldador irá soldar sem cobre-junta.
Pré-aquecimento: ASME sec. VIII div. 1 QW 353 pré-aquecimento não é variável essencial.
Sim. Conforme ANSI B 16.34 item 2.1.6., desde que ela obedeça aos demais requisitos da
ANSI B B16.34, tenha a soldas e os tratamentos térmicos das soldas realizadas e inspe-
Conforme ANSI B 16.34 item 7.1.1 o fluido poderá ser com água, contendo inibidor de
corrosão, querosene ou outro fluido qualquer que não tenha viscosidade maior do que a
3. É necessário que o material do corpo e da tampa em uma válvula seja de material de uma
Não. Conforme ANSI B 16.34 item 5.1.1 não é necessário que o material da tampa seja
do mesmo material que o material do corpo. Entretanto deverá ser projetado para a mesma
classe de pressão.
4. Qual é a espessura mínima de parede uma válvula de classe 600# cujo diâmetro interno é
475
5. É possível efetuar-se reparo com solda no corpo de uma válvula de aço carbono fundida
6. Se a resposta acima for “sim”, quais seriam os requisitos necessários para que o reparo
• O reparo de solda seja tratado termicamente conforme ASME seção VIII div. 1. subseção C.
• O reparo de solda deve ser inspecionado por END. A área onde está o reparo deve ser
inspecionada pelo mesmo método de ensaio não destrutivo que detectou o defeito.
7. No corpo de uma válvula esfera de 250 mm de diâmetro e classe 300# foram encontrados dois
pontos abaixo da espessura mínima: Ponto1 (11,5 mm), Ponto2 (11,9 mm). As áreas circulares
contendo as espessuras baixas medem respectivamente 227 mm2 e 197mm2 estão distantes
uma da outra de 95 mm. Este válvula pode ser aceita conforme ANSI B 16.34?
Não. Conforme ANSI B 16.34 6.1.6 (c) as áreas circulares precisam estar distantes uma da
Conforme ANSI B 16.34 6.1.6 (c) d0 = d e t0 = tm Estes valores são obtidos na tabela 3A
8. Se o defeito foi descoberto por inspeção radiográfica, após o reparo por soldagem será
476
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