Corda de Viola
Corda de Viola
Corda de Viola
n. 94 - junho - 2010
INTRODUÇÃO BOTÂNICA
O Brasil possui a maior cafeicultura do mundo, Lorenzi (2000) relaciona 65 espécies de Ipomoea
com lavouras altamente tecnificadas e com altas pro- comumente conhecidas como corda-de-viola, corrio-
dutividades, orgulho para nós brasileiros. Contudo, la, campainha, jetirana e jitirana. Algumas destas são
há a preocupação com as pragas, as doenças, as va- espécies anuais, outras perenes e de portes variados
riedades, o espaçamento e ainda com as plantas da- (arbustivo, trepadeira, herbácea e ramificada). São
ninhas que constituem importante fator que acomete plantas da família das convolvuláceas, sendo algu-
a produtividade das lavouras de café. São espécies mas espécies cultivadas como ornamentais.
que, normalmente, estão presentes nas ruas e nas li-
nhas do cafeeiro e podem afetar a produtividade pela INFESTAÇÃO EM CAFEEIROS
competição por água e nutrientes presentes no solo.
Nas Figuras 1 e 2, observam-se cafeeiros infes-
O manejo dessas plantas, nas ruas das lavouras de
tados por corda-de-viola, respectivamente Ipomoea
café, pode ser feito por métodos mecânicos, quími-
purpurea (L.) Roth e Merremia cissoides (Lam.)
cos e manuais. Entretanto, as que ocorrem nas linhas
Hallier f. Na Figura 3, nota-se que os cafeeiros atin-
exigem maior atenção no manejo, pois muitas são
gidos pela corda-de-viola estão em fase final de fru-
trepadeiras e apresentam riscos ao cafeeiro. Ao atin-
tificação. Na Figura 4, no mesmo talhão, mostra-se o
girem sua copa, causam prejuízos na operação de
cafeeiro após a colheita.
colheita do café, seja manual ou mecanizada (Fig. 1).
Nestas condições, o cafeeiro tem não só sua fotos-
síntese prejudicada, mas também as aplicações de CONTROLE
adubos e outros defensivos foliares em pulverização. Nas Figuras 1 a 4, observa-se o hábito de cres-
Atualmente, na cafeicultura brasileira, dentre cimento das Ipomoea, que utilizam o cafeeiro como
as principais plantas trepadeiras estão as cordas-de- suporte para se desenvolverem. O cafeeiro não to-
-viola, plantas do gênero Ipomoea, que ocorrem de for- lera a competição com invasoras, e o manejo destas
ma generalizada em cafeeiros de todas as regiões do é difícil, uma vez que deve ser feito por capinas na
Brasil. Daí a necessidade de ser mais conhecida pelos linha (trilhação) com enxada ou por aplicação de her-
cafeicultores e técnicos, para seu devido controle. bicidas seletivos.
1
Circular Técnica produzida pela Unidade Regional EPAMIG Sul de Minas (U.R. EPAMIG SM). Tel.: (35) 3829-1190.
Correio eletrônico: [email protected]
2
Engo Agro, D.Sc., Pesq. U.R. EPAMIG SM - EcoCentro/Bolsista FAPEMIG, Caixa Postal 176, CEP 37200-000
Lavras-MG. Correio eletrônico: [email protected]
3
Graduando Agronomia, Bolsista FAPEMIG/U.R. EPAMIG SM, Caixa Postal 176, CEP 37200-000 Lavras-MG. Correio
eletrônico: [email protected]
2
A trilha ou capina na linha deve ser feita antes A capina química pode ser feita preferencial-
que a infestação atinja níveis que dificultem esse tipo mente com aplicação de herbicidas de pré-emergên-
de operação. Quando o controle manual com enxada cia, logo após a trilhação realizada e com o solo úmido.
ocorre tardiamente, a infestação pode afetar o cafeeiro Os produtos descritos no Quadro 1 estão re-
não só pela competição por água, mas também pela gistrados para o controle de plantas daninhas em
injúria causada com a retirada das ramas da corda-de- cafeeiro e permitem indicação para o controle de
-viola, as quais se entrelaçam nos ramos do cafeeiro. corda-de-viola.
planta o prejuízo já ocorrido quanto à competição. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres,
Portanto, recomenda-se a aplicação de herbi- aquáticas, parasitas e tóxicas. 3.ed. Nova Odessa:
cida em pré-emergência, pelo fato de utilizar produto Instituto Plantarum, 2000. 608p.
Departamento de Publicações