Parecer Técnico 2 - Linha de Transmissão
Parecer Técnico 2 - Linha de Transmissão
Parecer Técnico 2 - Linha de Transmissão
NÚCLEO DE LICENCIAMENTO - SC
Rua Conselheiro Mafra, 784, - Bairro Centro - Florianópolis - CEP 88010-102
1. INTRODUÇÃO
2.1. Neste item, a empresa jus ficou em especial que as propostas de alterações
locacionais sugeridas pelo IBAMA basicamente causariam maior impacto social, econômico e
minerário, não aderindo a nenhuma alteração locacional com obje vo de minimizar o impacto sobre a
vegetação nativa.
2.2. Vinte e nove torres veram alteração de locação, por questões de engenharia ou por
questões econômicas e sociais sem o propósito direto de reduzir a supressão de vegetação.
2.3. Algumas jus fica vas para que não fosse realizada nenhuma alteração locacional do
traçado da LT confirmam a priorização da redução de impactos econômicos e sociais diretos em
detrimento aos impactos ambientais de longo prazo e sociais indiretos.
2.4. Dos 15 fatores elencados que influenciam diretamente na conservação de áreas
vegetadas estão expostos como exemplo:
“3. Extensão interceptada de áreas antropizadas: o ideal é que o empreendimento consiga ser
instalado na maior extensão de áreas antropizadas possível para evitar supressão de
vegetação, porém, este fator está diretamente ligado à interferência com benfeitorias,
causando grandes transtornos sociais;
2.5. Apesar da convicção de que a localização das torres ainda poderia ser alterada para
locais de uso principalmente por Pinus, gerando inclusive acessos pelos reflorestamentos de pinus,
sem supressão de vegetação na va, porém com maior custo, percebeu-se o esforço da empresa em
reduzir o impacto ambiental direto do empreendimento sobre as florestas nativas.
2.6. É importante a empresa u lizar de forma correta o uso do termo "impactos
socioambientais", pois u lizam esse termo para valorar os impactos sociais diretos (alteração de
residência e uso econômico direto do solo), com os impactos ambientais que são nega vos ao meio
ambiente e a sociedade por causar deteriorização dos serviços ambientais oportunizados pelo meio
ambiente.
2.7. A forma que o relatório trata o termo "impacto socioambiental", u lizando apenas
indicadores sociais de impacto direto, faz com que os impactos socioambientais de indicadores sociais
indiretos (perda de biodiversidade, perda de habitats, redução da captação de água pelo solo,
filtragem do ar, etc) tenha menor valor.
2.8. Concluiu-se que o empreendedor não aceitou as alterações por priorizar evitar impactos
sociais e econômicos diretos, a evitar impactos ambientais diretos e impactos sociais indiretos.
2.9. Neste ponto a empresa aceitou diversas alterações que reduzem diretamente o
quantitativo de supressão proposto:
2.10. Segundo o documento, tais medidas reduziram o total de área de supressão de 101,80
ha para 63,27 ha (redução de 37,84%).
2.11. Em análise dos novos arquivos vetoriais enviados (SEI 10312023) percebeu-se o
refinamento das áreas de supressão e certo aumento dos comprimentos das estradas de acesso para
as torres. Tal aumento foi compensado pela redução da largura destes acessos (de 5 para 4 metros e
3 metros em APPs).
2.12. Em quase todos os trechos onde a faixa de serviço passa sobre a vegetação na va foi
previsto o alteamento de torres e o lançamento de cabos por drones, prevendo a manutenção da
cobertura florestal abaixo da linha de transmissão, essa alteração foi a que mais substancialmente
permitiu a redução da supressão prevista.
2.13. A questão foi devidamente esclarecida. O empreendedor alega ter reduzido o tamanho
dos acessos sem que tenha anotado essa redução documentalmente, sendo o valor válido o de menor
supressão.
d) Resumir em dados tabulares que demonstrem a diminuição das áreas de florestas na vas a
serem suprimidas, apresentando cada uma das medidas adotadas para ajuste do projeto, de
forma compara va com o projeto atual. Essa tabela resume os ganhos ambientais auferidos
com as mudanças no projeto;
2.14. Conforme requisitado os dados compara vos foram apresentados nas Tabelas
mostrando que as medidas que causaram mais impacto posi vo na redução da supressão prevista
foram a diminuição drás ca da supressão sobre a faixa de serviço (proporcionado pelo alteamento de
torres e uso de drones, e na redução da área das Praças das torres.
2.15. Foi apresentado o Anexo 3 (PLANO BÁSICO AMBIENTAL - PBA) contendo o Programa
Anticolisão da Avifauna revisado (11058856).
2.16. A versão do Programa An colisão da Avifauna revisado incorporou as demandas
técnicas que o Ibama havia requerido no Parecer n° 5/2021-NUBIO-SC/DITEC-SC/SUPES-SC.
2.17. Reitera-se que os ajustes relacionados à implementação do programa e do
acompanhamento dos resultados por meio do monitoramento futuro fornecerá subsídios para o Órgão
Ambiental Licenciador para proceder, caso necessário, eventuais ajustes, tanto do ponto de vista
metodológico, quanto do ponto de vista da eficiência dos sinalizadores que serão instalados (modelos
e locais).
f) Apresentar a proposta dos locais para o transplante dos indivíduos das famílias Bromeliaceae
e Orquidaceae listadas como ameaçadas de ex nção (mapa e arquivo vetorial). Deverão ser
descritas as áreas, justificando sua escolha;
2.18. Neste caso foi esclarecido que os indivíduos resgatados devem ser transplantados para
uma área do entorno da a vidade de supressão vegetal e que não seja a área de intervenção da
a vidade, com caracterís cas edafoclimá cas mais semelhantes possíveis às do local de resgate.
Cabe salientar a importância das plantas epífitas no que tange a conservação da biodiversidade dos
ecossistemas, sendo importante para o controle das a vidades exercidas em campo a descrição das
espécies encontradas, seu local de remoção e locação. Devido a quan dade de epífitas e trepadeiras
serem parâmetros propostos para a classificação do estágio de sucessão, deverá ser apresentado
quadro próprio com o nome das espécies, nome da planta hospedeira e o número da árvore no
inventario florestal. Se possível, a altura da epífita em relação ao solo e sua orientação geográfica.
g) Apresentar, caso necessário, levantamentos de flora atualizados. Atentar para: alterações e
ajustes de traçado e o emprego das alterna vas tecnológicas para os cálculos de suficiência
amostral, localização das amostragens, material do plaqueteamento das árvores amostradas e
critérios empregados para estabelecer o estágio sucessional;
Art. 5º Os parâmetros de área basal média, altura média e DAP médio definidos nesta Resolução,
excetuando-se manguezais e res ngas, estão válidos para todas as demais formações florestais
existentes no território do Estado de Santa Catarina, previstas no Decreto 750/93; os demais
parâmetros podem apresentar diferenciações em função das condições de relevo, clima e solos
locais; e do histórico do uso da terra. Da mesma forma, estes fatores podem determinar a não
ocorrência de uma ou mais espécies indicadoras, citadas no ar go 3º, o que não
descaracteriza, entretanto, o seu estágio sucessional. (GRIFO NOSSO)
2.26. Assim, cabe realçar que a indicação de estágio de sucessão dos remanescentes
amostrados no Inventário Florestal foi realizada considerando a soma dos parâmetros associados a
cada estágio de sucessão, sem atribuir maior peso a um ou outro. Desta forma, parâmetros com
menor expressão e com maior subje vidade ficam equiparados a parâmetros dendrométricos
específicos, podendo ocasionar interpretações distorcidas da realidade.
2.27. Parâmetros como epífitas, trepadeiras, serapilheira e subosque apresentam conforme a
Resolução CONAMA nº 04, apenas uma discreta diferenciação subje va, sendo que tanto no estágio
médio de regeneração quanto no estágio avançado de regeneração a presença ou não deste
(parâmetro), é realmente o fator de importância em comparação ao estágio inicial. Considerando
apenas os estágios médio e avançado, a resolução não apresentou intervalo de classe, devido à
2.38. Ao avaliar esse item das compensações, foi observada a necessidade de chamar
atenção ao que está descrito na Instrução Normativa IMA nº 23/2008.
4.25 As pessoas sicas ou jurídicas que u lizam matéria-prima florestal oriunda de supressão
de vegetação na va ou que detenham autorização para supressão de vegetação na va, são
obrigadas à reposição florestal (Lei n° 12.651/12, art. 33º, § 1o).
4 . 2 6 A reposição florestal poderá ser efetuada mediante o plan o de espécies
preferencialmente na vas através de processo de reposição florestal, conforme IN nº 46 IMA,
ou através da compra de créditos de reposição florestal no sistema SINAFLOR. (grifo nosso)
2.44. Entende-se que a medida é compa vel com a necessidade de compensação ambiental
por área equivalente, considerando-se adequada a proposição de regularizar área na FLONA de
Ibirama. Contudo essa medida deve constar como a prioritária na proposta do empreendedor.
2.45. Ressalta-se, também, que acreditamos ter havido equívoco na informação dessa área
relacionada à compensação, considerando que o inventário florestal apontou uma área total de 60,74
ha em estágio médio da regeneração, a qual deverá ser considerada para esse fim.
2.46. Considera-se que este item das compensações de certa forma se sobrepõe às demais
obrigações. Este pode ser excluído da proposta do empreendedor, que deverá seguir as demandas de
compensação apontadas como encaminhamentos deste Parecer.
2.47. Neste item, as opções apresentadas também poderão ser suficientes para o
atendimento, no entanto é necessário detalhamento técnico mais concreto para que a proposta seja
acatada. Portanto é necessário:
1. Quan ficar o mínimo de área que será atendida nos projetos de restauração e
recuperação;
2. Apontar os locais, dentro das prioridades indicadas pelo Ibama;
3. Quantificar o mínimo de valor que será aportado para os projetos;
4. Apresentar um cronograma básico de apresentação e execução dos projetos.
2.48. Cabe destacar, que o plan o de mudas nas APPs, deve respeitar as caracterís cas
ecológicas e empregar espécies adaptadas à esses ambientes.
2.49. Com relação aos critérios legais es pulados pelo empreendedor, para definir as áreas
prioritárias de APP a serem compensadas, nos posicionamos favoravelmente.
2.50. Neste item, as opções apresentadas também poderão ser suficientes para o
atendimento, no entanto são necessários dados concretos para que a proposta seja acatada. Portanto
é necessário:
Foi realizada farta justificativa para não alterar o traçado proposto, ainda assim entendemos que alguns ajustes poderiam ser realizados para
PARCIALMENTE
A reduzir a supressão, principalmente quanto ao posicionamento das torres, já que na faixa de serviço já houve boa redução da previsão de
ATENDIDO
supressão.
B ATENDIDO
C ATENDIDO
D ATENDIDO
E ATENDIDO
F ATENDIDO
Necessidade de melhoria nos processos de amostragem e marcação de indivíduos para fins de inventário florestal. Também é necessário se
PARCIALMENTE
G atentar para as orientações realizadas para a adequada classificação dos estágios sucessionais de Mata Atlântica. Apresentar como foi
ATENDIDO
realizada a classificação da Tipologia vegetal da área de supressão em APP, para fins de cálculos de compensação ambiental.
PARCIALMENTE
H Em alguns itens o projeto deve apresentar melhor detalhamento técnico concreto para que a proposta seja acatada.
ATENDIDO
Deve apresentar melhor detalhamento técnico concreto para que a proposta seja acatada., objetivando o efetivo replantio das espécies
I NÃO ATENDIDO
ameaçadas de extinção que serão suprimidas para a realização do empreendimento, com cronograma e prazo de execução.
4. Conclusão
4.1. Conforme análise apresentada neste Parecer, a demanda do item "a)" do Parecer
Técnico nº 5/2021-NUBIO-SC/DITEC-SC/SUPES-SC foi considerada parcialmente atendida. Foram
observados progressos na diminuição das áreas previstas para a realização de supressão ambiental
que saneiam a demanda. Se considerada a proposta avaliada pelo IMA e que previa a supressão de
114,38 ha, a apresentada ao Ibama e avaliada no supracitado Parecer e que previu a supressão
de 100,33 ha e a proposição atual que indica a supressão de 63,27 ha, é notável que houve relevante
diminuição de área e consequentemente de todos os impactos ambientais associados à supressão.
4.2. As demandas constantes dos itens b), c), d), e) e f) foram consideradas atendidas.
4.3. Aquelas lacunas relacionadas ao item g) foram consideradas parcialmente atendidas.
Essa questão merece destaque, em especial considerando que o empreendedor possui junto ao Ibama
outro pedido de anuência para a supressão de Mata Atlân ca (processo 02026.001204/2021-38). O
Ibama orienta que sejam tomadas as providências para melhorar a produção de dados e informações
relacionadas aos inventários florestais, em especial na salvaguarda de iden ficação dos indivíduos
amostrados (plaquetas de iden ficação com marcação resistentes à intempéries) e esclarecimentos
adicionais relacionados à classificação do estágio sucessional das áreas estudadas.
4.4. Para o tema compensação ambiental e que foram objeto da demanda do item h), que foi
considerada parcialmente atendida e a do item i), que consta como não atendida, permanecem
5. Encaminhamentos e Pendências
5.21. e) Compensação pela Supressão em áreas de APP (in tulado pelo documento como
Reposição Florestal por Plantio de Mudas)
5.22. A área de APP proposta para recuperação foi de 4:1 sendo um total de 31,64 hectares
em APP.
5.23. Apresentar projeto executivo detalhando os seguintes aspectos:
5.24. 1. Firmar o TERMO DE COMPROMISSO PARA COMPENSAÇÃO EM ÁREA PELO USO DE
APP. (Anexo a portaria IMA 43/21)
5.25. 2. Apresentar um cronograma básico de apresentação e execução da reposição
florestal por recuperação das APPs.
6. Próximos Passos
Atenciosamente,