Teste 3 - Direito Internacional Privado
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FACULDADE DE DIREITO
Tema:
MOÇAMBICANO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2 GENERALIDADE .................................................................................................. 2
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 11
O conflito entre norma é um assunto que é e foi bem discutido nos últimos tempos. Para
entendermos melhor vamos definir o Direito Interno como as normas que cada país
regula a sua sociedade, ou seja, a sociedade de seu Estado e, o Direito Internacional, por
sua vez, regulam as relações internacionais, ou as relações entre Estados. Assim, o
Estado que tem sua ordem jurídica interna estruturada e estabelecida, é o mesmo Estado
que se obriga no âmbito internacional quando celebra Tratados Internacionais.
Com o conflito em tela e questões não resolvidas pelas leis, foram adotadas algumas
teorias para tentar resolver esses problemas de hierarquia entre normas para a
aplicabilidade em cada caso concreto, assim, foi definida as teorias monista e dualista,
defendidas por grandes doutrinadores do direito.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
O trabalho tem como objectivo geral, retratar o entendimento sobre o conflito entre
tratado internacional e norma de direito interno no Estado Moçambicano.
1.1.2 Específicos
➢ Detalhar sobre o conflito entre tratado internacional e norma de direito interno
no Estado Moçambicano;
➢ Identificar os conceitos e direito internacional na ordem jurídica em
Moçambique;
➢ Descrever sobre Posição Do Direito Internacional Na Hierarquia De Fontes De
Direito Interno e o plano doutrinal.
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2 GENERALIDADE
A teorias monista vem a explicar que o direito internacional é uno com o direito interno
sendo dois ramos do direito, mas dentro de uma só ordem jurídica. Já a teoria dualista
tem um entendimento totalmente diferente da primeira teoria, esta entende que os dois
sistemas, que são o direito internacional e o direito interno, são rigorosamente
independentes e distintos, fazendo assim uma separação de ordem jurídica. Para
explicar melhor essas teorias serão estudadas mais afundo esse assunto, pois, as teorias,
além de sua di visão, também tem suas subdivisões que explicaram melhor cada
entendimento. Como sabemos os Tratados Internacionais são considerados por vários
autores como a principal fonte do Direito Internacional Público contemporâneo, pois,
traz segurança e certeza que as relações internacionais serão obedecidas. Evidenciando,
assim uma maior segurança jurídica entre as relações internacionais. No passado o
Direito Internacional Público tinha como principal fonte os costumes, mas agora tem
suas próprias regras que estão reguladas na Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados, de 23.05. 1969, que começou a vigorar internacionalmente em 27. 01.1980.
Sendo este, um resultado de um grande esforço para regularização do Direito
Internacional Público.
O direito internacional já vem fazendo tratados a décadas, o doutor Sidney Guerra (apud
MELLO, 1996, pag. 43) registra os seguintes dados: “desde 1500 a.C. até 1860 haviam
sido concluídos cerca de 8.000 t ratados de paz enquanto só desde 1947 até 1984 foram
coletados entre 30.000 e 40.000 tratados e, se prolongarmos essa pesquisa até 1992, esse
montante deverá ter subido para perto dos 50.000 tratados”. Ou seja, desde muito tempo
são feitos tratados e, como vimos na pesquisa acima, os Estados são regulados por estes
tratados a tempo, só que não tinha uma regra a ser seguida como atualmente tem, as
suas regras eram os costumes da época até pouco tempo. O conflito entre normas foi e é
motivo de muitas discussões entre doutrinadores até hoje, assim, temos teorias
doutrinárias como a monista e dualista que foram criadas para explicar o porquê da
aplicação ou não das normas jurídicas internacionais ou normas internas do Estado.
Será, também, analisado como o Brasil soluciona esses conflitos, a partir do estudo da
legislação brasileira, doutrinas e jurisprudências, contribuir com o pensamento crítico
sobre a teoria monista de Kelsen, que tem influenciado na doutrina em grande escala.
Ademais, analisaremos os conflitos entre tratados e norma interna e a supremacia da
Constituição em caso de conflito de normas.
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3 CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL
Entende-se, assim, que o tratado é o acto jurídico que se manifesta de acordo com a
vontade entre os sujeitos de direito internacional. Já na doutrina moderna, renomados
autores como Hidelbrando Accioly entende tratado como: “Por tratado entende-se o acto
jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre dois ou mais sujeitos
de direito internacional.” (ACCIOLY, 2015, P. 156).
Já a Convenção de Viena de 1969 no seu artigo 2º explica com sua redação o que é
considerado tratado com seu artigo exemplificativo:
“Tratado é um termo genérico que pode servir para designar um acordo entre
dois ou mais Estados para regular um assunto, determinar seus direitos e
obrigações, assim como as regras de conduta que devem seguir, mas em
nenhum caso é aplicável a um acordo entre um estado e uma pessoa privada.”
(GUERRA, 2013, P. 84).
Os tratados, apenas poderão ser aplicados aos Estados que consentirem entre si,
expressamente com sua adoção, ou seja, os tratados não criam obrigações aos Estados
que com eles não consentiram. Os tratados são, portando, a expressão do consenso.
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Neste caso, Sidney ainda frisa a questão de não poder, em hipótese alguma, um tratado
em que trata de assunto entre um Estado de direito e uma pessoa privada, completando
assim o raciocínio de outros autores.
Ao final dessa análise entende-se que tratado é um termo genérico que pode servir para
designar um acordo entre dois ou mais Estados para regular um assunto e determinar
seus direito e obrigações a serem seguidos.
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A constituição moçambicana prevê um regime diferenciado para a conclusão de tratados
e acordos. Estas são as duas espécies da fonte convencional, ou dos tratados em sentido
amplo, que se distinguem por os tratados (em sentido estrito ou solenes) exigirem um
acto interno posterior à sua assinatura, em regra um instrumento de ratificação, em que é
confirmada a vontade do Estado em se vincular aos mesmos. Nos acordos (em forma
simplificada), a vinculação internacional dos Estados ocorre imediatamente no
momento da assinatura.
O Governo pode apenas legislar, sob a forma de decreto-lei, com a expressa autorização
da Assembleia da República (art. 179.º, n.º 3, e art. 180.º, da CRM). Devem assim
seguir a forma de tratado as convenções internacionais que incluam matérias incluídas
no âmbito da competência legislativa da Assembleia da República e a forma de acordo
as convenções internacionais que versem exclusivamente sobre matérias compreendidas
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no âmbito da competência administrativa do Governo. A CRM não prevê qualquer
mecanismo pelo qual a Assembleia da República possa autorizar o Governo a vincular-
se a acordos internacionais em domínios que relevem da sua competência legislativa.
2) A segunda condição que os tratados e acordos devem cumprir para poderem ser
aplicados na ordem jurídica moçambicana é a publicação das resoluções que os
ratificam e aprovam (art. 18.º, n.º 1, in fine, e art. 144.º, al. f), da CRM). Estas
são publicadas na I Série do Boletim da República e devem incluir, em anexo, a
versão portuguesa integral dos textos dos instrumentos internacionais aos quais a
República de Moçambique se vinculou. A falta de publicação tem como
consequência a impossibilidade de aplicação interna do tratado ou do acordo.
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Da exigência de conexão de vigência internacional e da publicação no Boletim da
República decorrem um conjunto variado de possilidades de início de vigência interna
das convenções internacionais, a qual será:
a) a data prevista no tratado ou no acordo, caso esta data seja posterior ao momento
da publicação;
b) a data de publicação, caso esta seja posterior à data prevista no tratado ou no
acordo;
c) a data de produção de efeitos da notificação ao outro Estado (convenção
bilateral) ou depósito (convenções multilaterais) do instrumento de vinculação
de Moçambique a tratado ou acordo que já vigoram internacionalmente, caso
essa data seja posterior à publicação;
d) a data de publicação, caso esta seja posterior à produção de efeitos da
notificação ou depósito do instrumento de vinculação de Moçambique a tratado
ou acordo que já vigora internacionalmente;
e) a data em que Moçambique foi notificado da vinculação que perfaz o número
exigido para a entrada em vigor do tratado ou o acordo, caso esta notificação
ocorra em momento posterior à publicação;
f) na eventualidade de ser de Moçambique a vinculação que permite a entrada em
vigor do tratado ou do acordo, a data relevante será a da publicação ou a da
notificação ou depósito do instrumento de vinculação, dependendo da que
ocorrer em último lugar.
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A supremacia das normas constitucionais permanecerá meramente teórica se não
existirem mecanismos efetivos de fiscalização da constitucionalidade do direito
internacional. Ora, em Moçambique, a fiscalização abstrata da constitucionalidade
circunscreve a intervenção do Conselho Constitucional ao controlo da
constitucionalidade de normas de direito interno: i) a fiscalização preventiva versa
somente sobre leis da Assembleia da República que tenham sido enviadas ao Presidente
da República para promulgação (art. 163.º, n.º 1, e art. 246.º, n.º 1, da CRM); ii) a
fiscalização sucessiva apenas “pode ter por objeto quaisquer normas vigentes na ordem
jurídica interna, desde que emanadas de órgãos do Estado”
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III. O direito internacional foi colocado pela CRM no mesmo patamar hierárquico
dos atos normativos da Assembleia da República ou do Governo. Estes, de
acordo com o art. 143.º da CRM, incluem atos legislativos (leis da Assembleia
da República e decretos leis do Governo), regulamentares (decretos do Governo)
e políticos (moções e resoluções da Assembleia da República).
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fundamento na sua inconstitucionalidade (art. 43.º CRM). Não há, todavia, qualquer
registo de uma decisão judicial em que tal tenha acontecido.
6 PLANO DOUTRINAL
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7 CONCLUSÃO
A regularização dos tratados somente para relações internacionais vem a ser reforçada
em outro artigo constitucional, artigo este que trata sobre os princípios constitucionais
nas relações internacionais com o Moçambique.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Abass, Ademola, “Calibrating the Conceptual Contours of Article 4(h)”, in Dan
Kuwali e Frans Viljoen, Africa and the Responsibility to Protect: Article 4(h) of the
African Union Constitutive Act, Routledge, 2014, 38-53
[2] ACCIOLY, Hil debrando. Manual de direito internacional público. 21ª ed. São
Paulo: Sarai va, 2014.
[7] GUERRA, Sidney. Curso de Direito Internacional Público. 7ª ed. São Paulo: Sarai
va, 2013.
[8] REZEK, José Francisco. Direito internacional público. 13ª ed. São Paulo: Sarai va,
2011. Outras referencias
[9] VIENA. Convenção (1969). Convenção de Viena Sobre o Di reito dos tratados.
Disponível em: http://www.pl analto.gov.br/cci vil
_03/_ato20072010/2009/decreto/d7030.htm
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