Currículo em Movimento - Análise Dos Conteúdos Na Educação Física Escolar.

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA
CAMPUS DARCY RIBEIRO

CURRÍCULO EM MOVIMENTO: ANÁLISE DOS CONTEÚDOS NA


EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR.

Daniel Sales de Andrade

Prof.ª Dr.ª Rosana Amaro

Brasília – DF

2019
RESUMO

Os conteúdos diante de um planejamento educacional podem ser considerados como


fundamental e essencial aspecto para o processo de ensino aprendizagem de um aluno. O
objetivo deste artigo é analisar como são ministrados os conteúdos de Educação Física escolar,
verificando se existe uma sistematização diante das temáticas abordadas nas aulas e se o
planejamento e escolha do conteúdo passa em si pelo o documento Currículo em Movimento.
A pesquisa caracteriza-se como descritiva e aplicada com abordagem qualitativa. Como
procedimento técnico, utilizou-se o estudo de caso com professores de Educação Física dos
anos finais do ensino fundamental e ensino médio da secretaria de educação da região do plano
piloto. Os procedimentos utilizados para a coleta de dados foram: análise documental e o
questionário. Com base nos resultados, verificou-se que não é possível diante dessa pesquisa
afirmar que existe uma sistematização dos conteúdos ministrados nas aulas privilegiando os
esportes coletivos tradicionais como: Basquetebol, futebol, handebol e voleibol e que a
necessidade de uma gestão melhor e infraestrutura são primordiais para a seleção do conteúdo
ministrado na aula. Como contribuição desta pesquisa, esperam-se melhorias na gestão do Plano
de desenvolvimento de infraestrutura escolar e matérias de ensino para os professores.

Palavras-chave: Currículo em Movimento; Conteúdos; Educação Física Escolar.


INTRODUÇÃO

Desde dos primórdios da existência humana na sociedade, a prática corporal e o


desenvolvimento de técnicas motoras vem sendo desenvolvidas, pois todo movimento corporal
se torna essencial para o decorrer do andamento da sociedade.

Onde se houver uma análise crítica sobre o assunto, é possível entender a importância
do desenvolvimento das práticas corporais para a existência humana, onde as primícias da vida
humana tem como o homem pré-histórico, sua base inicial do que é viver, pois inicialmente era
nômade e buscava alimento e caça, tinha que desenvolver e se adaptar, onde os primeiros seres
humanos eram obrigados a correr, saltar, lançar, o desenvolvimento dessas práticas motoras se
tornou totalmente essencial para manter a sua própria sobrevivência.

Além disso, com o surgimento do homem também surgiu a cultura desses grupos
sociais, jogos, danças para homenagear deuses, entre outras práticas corporais, foram se
desenvolvendo ao longo da convivência humana naquele grupo social. A motricidade humana
traz consigo toda uma significação de nossa existência. Há uma extrema coerência entre o que
somos, pensamos, acreditamos ou sentimos, e aquilo que expressamos, através de pequenos
gestos, atitudes, posturas ou movimentos mais amplos (MEDINA 1983, apud BETTI, 2013,
p.87)

Por conseguinte, a esses fatores evidenciados acima e ao percorrer do tempo com a


evolução histórica do homem, deu início a uma preocupação maior com o entendimento e com
os processos que uma atividade física proporciona ao indivíduo por completo, obtendo assim o
início dos estudos sobre a área do desenvolvimento motor.

Consequentemente, através dos fatos históricos a Educação Física passou a ser vista
como uma área de conhecimento científico. Os estudos acadêmicos que abordam áreas como a
fisiologia humana e a cultura corporal possuem uma maior produção acadêmica, isso não quer
dizer que sua relevância seja mais significativa ou importante, pois o lado pedagógico da
educação física que contém a prática sistemática de atividades físicas, desportivas e que engloba
o desenvolvimento das atividades lúdicas, aborda temáticas distintas e variadas obtendo um
grau de relevância importantíssimo principalmente nas escolas, tudo indica que isso começou
através da manifestação exclusiva da cultura contemporânea, tendo o auxílio de um certo
crescimento populacional urbano e principalmente por meio do período de industrialização que
o Brasil estava sofrendo a discussão sobre essa temática começou a ser mais frequente a partir
do final do século XIX e início do século XX, onde a educação física se torna mais ampla no
âmbito do planejamento educacional brasileiro, se tornando um pouco mais fluente nas decisões
políticas sendo utilizada como meio de projetos que favorecem uma democracia política, social
e econômica.

Portanto é totalmente notório e perceptível que a educação física teve uma influência
significativa dos diversos e distintos momentos históricos vividos pelo sistema político nacional
brasileiro, assim a preocupação de identificar e presenciar as necessidades na qual a educação
física estava inserida era um desafio no qual os profissionais da área tinham como objetivo
vivenciar e se adequar a cada momento histórico vivido, ao analisar essas influências e possível
detectar e compreender todos esses acontecimentos.

Figura 1: Histórico da Educação Física no Brasil

Educação Física Higienista 1930

Educação Física Militarista 1930-1945

Educação Física Pedagogicista 1945-1964

Educação Física Competitivista pós 64

Educação Física Popular

Fonte: Elaborada pelo autor Andrade (2019)


Ao adentrar na realidade educacional da educação física e possível identificar que
mesmo com um processo de diversidade histórica que essa área de conhecimento vivenciou, a
realidade educacional não e das melhores a evolução não aconteceu de uma maneira totalmente
significativa pois ainda e perceptível analisar e visualizar que a Educação Física escolar segue
um contínuo esportivo repetitivo desde a quinta série do primeiro grau finalizando com o
enfoque recreativo no terceiro grau (Oliveira, 1992).

Esse fato só evidencia e mostra uma problemática que se torna a cada dia algo mais real
e presente no sistema educacional brasileiro onde infelizmente, a Educação Física é entendida
como atividade dentro do processo educacional, como uma prática sem interesse para a
formação integral dos educandos se tornando uma disciplina desvalorizada pelos alunos e pela
própria sociedade brasileira. Isso acontece também bastante por consequência da falta de uma
progressão curricular eficaz dos conteúdos ministrados nas aulas pelos professores, assim
percebendo essa debilidade que o currículo educacional e o projeto político pedagógico da
educação física demonstra, a progressão e o andamento do estudo em si acontece por meia
dessas informações, trazendo uma inquietação sobre como é administrado a seleção dos
conteúdos, com isso o referente estudo irá se preocupar em realizar uma análise mais crítica dá
utilização da base curricular para definição dos conteúdos ministrados nas aulas.

O desenvolvimento desse trabalho se baseia na perspectiva de analisar e compreender


como são definidos os conteúdos das aulas de educação física nas escolas da região do Plano
Piloto, onde será investigado se essa escolha tem uma base específica em algum documento
norteador, partindo do pressuposto que a não utilização desses documentos norteadores em
especial o currículo em movimento que é a base principal desse estudo, influência para o
desenvolvimento da sistematização dos conteúdos das aulas de educação física verificando se
os objetivos do planejamento de aula foram alcançados por meio dos alunos é se os mesmos
tiveram a oportunidade de vivenciar é aprender sobre o desenvolvimento é a prática de distintas
atividades.
HISTÓRICO EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

A base do contexto da realidade concreta da educação física no Brasil, vem de uma


representação histórica totalmente evidente, onde os momentos vividos em cada tempo
influenciaram o desenvolvimento das práticas desportivas, lúdicas e pedagógicas que englobam
essa realidade, a proporção que se deu a inicialização da implementação da educação física
escolar se dá no ano de 1810 quando foi inaugurada no Brasil, a Escola Militar com o nome de
Academia Real Militar, ao percorrer do tempo mais exatamente no ano de 1860 foi introduzido
a ginástica Alemã, entretanto por meio desses fatores que influenciaram e que proporcionaram
esse contexto histórico pode-se dizer que o assunto começou a ser discutido e analisado. A
partir do Renascimento, final do século XIV, a Educação Física torna-se assunto de intelectuais
que tentavam reintegrar o físico e o estético às preocupações educacionais (Oliveira, 1983).

Na perspectiva da introdução cronológica da implementação da educação física no


sistema educacional brasileiro ocorreu no ano de 1874 com a inicialização da ginástica, antigo
nome da educação física, onde houve primeiramente uma resistência muito grande a esse
modelo de disciplina no currículo existente naquela época por não estar enquadrado na
perspectiva intelectual de disciplina desejado como, por exemplo, matemática e português, ao
longo do tempo e por meio da vivência concreta e prática dessa disciplina no meio escolar a
educação física foi se desenvolvendo e evoluindo, proporcionando a criação de seis tendências
pedagógicas básicas ao longo da sua história.

ABORDAGEM EDUCAÇÃO FÍSICA

Conforme o percorrer histórico inserido dentro da realidade educacional da


educação física, a tendência higienista surgiu durante o período de industrialização, inicio do
século XX sendo mais específico no começo desse período, esse movimento se assemelhava
bastante ao movimento higienista europeu, adquirindo objetivos semelhantes, porém o contexto
social no qual o povo brasileiro estava inserido tinha algumas distinções do europeu, onde o
contexto político-econômico do Brasil era totalmente desregular possuindo uma segregação
socioeconômica muito grande, esses fatores citados acima demonstra um pouco da realidade
vivida naquela época , onde esse fato se evidencia dentro da realidade histórica da educação
física, segundo GOIS JUNIOR , E (2000 p .68.)

A segunda tendência na qual a educação física vivenciou ao longo da sua realidade


histórica foi a tendência militarista que se desenvolveu na época de 1930 a 1945. Segundo
Ghiraldelli Jr. (1998, p. 18) a educação física militarista era uma concepção que visava impor
a toda sociedade padrões de comportamento estereotipados, fruto da conduta disciplinar própria
ao regime de caserna. Os fatores que desencadearam a progressão desse movimento em questão
se deram pelo momento politico no qual o país estava enfrentando, onde existia um movimento
de ascensão política do regime militar.

Segundo Ghiraldelli Jr. (1998, p. 18), na educação física militarista, a ginástica, o


desporto, os jogos recreativos etc. Só tem utilidades se visam à eliminação dos “incapacitados
físicos”, contribuindo para uma “maximização da força e do poderio da população” por
consequência dessa afirmação o cenário da educação física começa a se reinventar e mudar as
proporções da sua prática, o movimento que engrenou no país durante o período de 15 anos
estava enfrentando diversas mudanças na sua estrutura governamental, isso acabou
proporcionando o surgimento de uma nova tendência que possuía características diferentes do
movimento militarista, esse movimento novo ficou conhecido como a Educação Física
Pedagogicista que aconteceu no ano de 1945 à 1964 e que apresenta objetivos diferentes as
tendências militaristas e higienistas que tinham como enfoque principal a promoção da saúde
pública e a melhoria do desempenho físico dos indivíduos.

Esse movimento apresentava um diferencial que era apresentar para a sociedade uma
nova educação física com objetivos diferentes, colocando em evidencia a disciplina não
somente como uma prática promovedora de saúde ou como uma matéria com o objetivo de
disciplinar a juventude, o grande diferencial que ocorreu foi que essa concepção encarra a
educação física como uma prática eminente educativa. Posteriormente a essa tendência
pedagogista a realidade educacional da educação física surgiu com uma nova proposta que teve
seu período de existência durante o ano de 1964 até o ano de 1970, essa concepção e conhecida
como Educação Física competitivista que tinha como principal objetivo a caracterização,
competição e da superação individual como valores fundamentais e desejados para a sociedade.
Visava à hierarquização e elitização social Ghiraldelli Jr (1988). Ao passar do tempo surgiu a
Educação Física popular concepção emergente da prática social dos trabalhadores, tinha por
objetivo privilegiar a ludicidade, a solidariedade e a organização e mobilização dos
trabalhadores Ghiraldelli Jr (1988).

Ao decorrer da contextualização histórica e por meio das alterações sócios


governamentais que o cenário político brasileiro presenciou durante todos esses anos de
vivência prática dentro da realidade educacional brasileira, ocorreu uma adequação há algumas
tendências liberais e renovadoras, dentre as que mais se destacaram ao longo da história foram
três concepções:

CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

As abordagens pedagógicas que permeiam o universo pedagógico da Educação Física ,


segundo estudos de Brun (2012) são definidas como movimentos que surgem em busca de uma
nova dimensão didático-metodológico e científica que defina e que resgate o papel, objetivos e
função da Educação Física escolar. Há várias tendências pedagógicas, que na atualidade
preponderam no meio escolar e que os tópicos que seguem irão abordar. A concepção crítica-
superadora visa à dinâmica da sala de aula, à intenção prática do aluno para apreender a
realidade.

Os conteúdos devem emergir da realidade concreta do aluno o projeto deve ser político
e pedagógico, proporcionando a possibilidade de demonstrar posicionamento político,
filosófico e econômico, fazendo que esses fatores reflitam na ação do homem dentro da
sociedade possuindo uma visão onde o coletivo se sobressaia sobre o processo individual. É
considerada também sob os aspectos teológicos, pois busca uma melhor via a depender da
perspectiva de classe de quem reflete (DARIDO, 2008). possuindo também uma educação
como prática social trazendo algumas características básicas que se identificam como reflexões,
sendo elas diagnóstica, judicativa e teológica, analisando assim a primeira reflexão está mais
inserida e relacionada com a constatação da leitura da realidade concreta, o segundo ponto se
caracteriza por julga a partir de valores éticos e morais. Consequentemente a cultura corporal
que é abordada com certa ênfase dentro da concepção crítico-superadora valoriza e atribui um
valor significativo a cultura do movimento humano, por conseguinte o trabalho de conexão
desse conteúdo chave com os objetivos principais e primordiais dessa abordagem trazem a
definição e caracterização de uma leitura concreta da realidade vivida por cada um, tendo
também um enfoque básico na necessidade de aprofundamento da origem do conteúdo e
verificar o verdadeiro motivou que determinou a necessidade de seu ensino, obtendo também
uma adequação às possibilidades sócio pedagógicas do aluno – Contextualização e confronto
com o senso comum. Trazendo dentre os seus principais conteúdos o jogo, esporte, capoeira,
ginástica e dança. “Por essas considerações podemos dizer que os temas da cultura corporal
tratados na escola, expressam um sentido/significado onde se interpenetram, dialeticamente, a
intencionalidade/objetivo do homem e as intencionalidades/objetivos da sociedade”
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.62).

Outra concepção que teve um valor fundamental para a contextualização histórica e


social para a Educação Física escolar foi a abordagem crítico-emancipatória que teve seu
surgimento nas Décadas de 80/90. Essa abordagem crítico-emancipatória traz consigo algumas
características que a denominam como tal, pois a mesma traz uma crítica ao modelo de
“denúncia” da própria Educação Física, propõe um olhar para a prática da Educação Física na
escola, implementando também a suspensão da estrutura autoritária e competitivista do esporte
na Educação Física escolar, onde o professor acaba por confrontar o aluno com a realidade de
ensino permitindo que aconteça uma transcendência de limites que por sua vez traz a descoberta
pela própria experiência, a Manifestação pela linguagem ou experiência cênica e o aprendizado
a partir de questionamentos sobre suas experiências e descobertas, essa abordagem
contextualiza a negligência da escola com a subjetividade do sujeito, traz consigo o processo
de desconsideração dos sentidos, da ênfase ao individualismo e da competitividade é evidencia
o movimento humano como linguagem.

Na Abordagem Construtivista-Interacionista, a intenção é a construção do


conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, respeitar o universo cultural do
aluno, explorando as diversas possibilidades educativas de atividades lúdicas espontâneas,
propondo tarefas cada vez mais complexas e desafiadoras com vistas à construção do
conhecimento , essa abordagem possui a influência da psicomotricidade para entender e
continuar na busca pela formação integral da criança e inclusão das dimensões afetivas e
cognitivas ao movimento humano proporcionando a construção do conhecimento a partir do
sujeito com o mundo durante toda a vida, possibilitando também o conhecer como uma ação
que implica em esquema de assimilação e acomodação em constante reorganização, trazendo
consigo um resgate da cultura de jogos e brincadeiras dos alunos envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem permitindo que os próprios alunos resolvam as situações problemáticas
de interação. Além da valorização de experiências, a cultura dos alunos, a abordagem
construtivista tem o mérito de proposição de alternativas aos métodos diretivos sob um alicerce
da EF (AZEVEDO e SHIGUNOV, 2010).

Nesta proposta, o jogo é privilegiado como sendo ‘um instrumento pedagógico’ ou seja,
o principal meio de ensinar. Logo enquanto a criança brinca, ela aprende, defende que este
momento ocorra em um ambiente lúdico e prazeroso. Dessa forma, apresenta-se como o oposto
das intervenções da EF na escola em especial no contexto do mecanicismo onde se buscava a
maximização dos movimentos, de padrões de comportamento, não considerando as diferenças
de cada indivíduo (AZEVEDO e SHIGUNOV, 2010).

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNS).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). têm como função primordial


subsidiar a elaboração ou a versão curricular dos estados e municípios, sendo divididos em
alguns ciclos básicos em 1997 foi elaborado o 1 e 2 ciclos, em 1998 o 3 e 4 ciclos e, por fim,
em 1999 foi colocado em ativação o trabalho com o ensino médio.

Os (PCNs) abordam os conteúdos da Educação Física como expressão de produções


culturais, conhecimentos historicamente acumulados e socialmente transmitidos, ou seja,
cultura corporal. Capacita o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais, e com
autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada. Trata-se de
compreender como o indivíduo utiliza suas habilidades e estilos pessoais dentro de linguagens
e contextos sociais, pois o mesmo gesto adquire significados diferentes conforme a intenção de
quem o realiza e a situação em que isso ocorre (BRASIL, 1997).

A proposta adquire critérios para a seleção de conteúdos que são: relevância social,
características dos alunos e características da própria área. Os blocos de conteúdos articulam-
se entre si e têm vários conteúdos em comum, mas guardam especificidades. São os blocos:
conhecimentos sobre o corpo; esportes, jogos, lutas e ginásticas; e atividades rítmicas e
expressivas.

Diante desses fatos o documento tinha como eixo norteador a cidadania e partia do
princípio da inclusão de dimensões dos conteúdos atitudinais, conceituais, procedimentais e dos
temas transversais. A percepção e a análise estratégica desse estudo surge por meio da
indagação é sobre a perspectiva de entender de uma maneira mais clara como ocorre a escolha
e o discernimento para a prática de um determinado conteúdo nas aulas de Educação Física
escolar do Distrito Federal, entretanto para obter um conhecimento prévio sobre o assunto e
totalmente necessário identificar e obter uma clareza maior sobre o que é um conteúdo escolar.
Coll et al. (2000) definem conteúdo como uma seleção de formas ou saberes culturais,
conceitos, explicações, raciocínios, habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos,
atitudes, interesses, modelos de conduta, etc., cuja assimilação é considerada essencial para que
se produza um desenvolvimento e uma socialização adequada ao aluno.
CONTEÚDOS

Quadro 1: conceito de conteúdo, as dimensões dos conteúdos atitudinais,


conceituais e procedimentais

1.1 Dimensão Conceitual


1.2Dimensão Procedimental 1.3Dimensão
Atitudinal
- Conhecer as transformações
porque passou a sociedade em
-Vivenciar e adquirir alguns
relação aos hábitos de vida
fundamentos básicos dos esportes, - Valorizar o
(diminuição do trabalho corporal
danças, ginásticas, lutas, capoeira. patrimônio de jogos
em função das novas tecnologias)
Por exemplo, praticar a ginga e a e brincadeiras do
e relaciona-las com as
roda da capoeira. seu contexto.
necessidades atuais de atividade
física.

-Vivenciar diferentes ritmos e


-Conhecer as mudanças pelas movimentos relacionados às - Respeitar os
quais passaram os esportes. Por danças, como as danças de salão, adversários, os
exemplo, que o futebol era jogado regional e outras. colegas e resolver
apenas na elite no seu início no os problemas com
país, que o voleibol mudou as suas atitudes de diálogo e
regras em função da Televisão etc. -Vivenciar situações de não violência.
brincadeiras e jogos.
- Conhecer os modos corretos da
execução de vários exercícios e - Predispor a
práticas corporais cotidianas, tais participar de
como; levantar um objeto do chão, atividades em
como se sentar à frente do grupos, cooperando
computador, como realizar um e interagindo.
exercício abdominal
adequadamente, etc.
-Reconhecer e
valorizar atitudes
não preconceituosas
quanto aos níveis de
habilidade, sexo,
religião e outras.

Fonte: Elaborada por Coll (2000)


CURRÍCULO EM MOVIMENTO

O Programa Currículo em Movimento busca diante dos preceitos


melhorar a qualidade da educação básica por meio do desenvolvimento do currículo
da educação infantil, do ensino fundamental e ensino médio. Atribuindo de uma
equipe gestora qualificada de vários integrantes de diversas áreas da educação
básica, caracterizado como um documento organizacional que possui proposições
para atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais da educação infantil, do
ensino fundamental e ensino médio.

O currículo em Movimento é um documento da Secretaria de Educação do


Distrito Federal (DF). Alinhado com as Leis educacionais evidencia um norte, uma
direção curricular para as modalidades de ensino, garantindo uma gestão
democrática do Sistema de Ensino Público do DF. O Currículo em movimento
objetiva desenvolver tempos, espaços e oportunidades educacionais. “O Currículo
em movimento é um documento a ser permanentemente avaliado e significado a
partir de concepções e práticas empreendidas por cada um e cada uma no contexto
concreto das escolas e das salas de aula da rede pública e particular de ensino.”
(Currículo em movimento – Pressupostos Teóricos p.20)

O documento trás uma maior especificidade para a Educação Física escolar


aborda algumas temáticas diversificadas sobre os conteúdos que devem ser
ministrados nas aulas, assim desse modo o documento está organizado em oito
Cadernos: Pressupostos Teóricos; Educação Infantil; Ensino Fundamental – Anos
Iniciais; Ensino Fundamental – Anos Finais; Ensino Médio; Educação Profissional
e EAD – Educação de Jovens e Adultos, e Educação Especial.

O Currículo em Movimento da Educação Básica da rede pública de ensino


do Distrito Federal ampara sua ação didática pedagógica em eixos transversais.
Educação para a Diversidade, Cidadania, Educação em e para os Direitos Humanos
e Educação para a Sustentabilidade, que evocam a definição de objetivos e
conteúdos dedicados às demandas sociais que se mostram significativas no contexto
da escola. O trato do conhecimento do componente curricular educação física
reflete sua direção epistemológica, organizada a partir da seleção e sistematização
de objetivos, assim a concretização deste Currículo ocorrerá por meio do PPP
(Projeto Politico Pedagógico) das escolas pois o mesmo pode ser identificado como
uma ferramenta de planejamento e avaliação fundamental para definir a identidade
da escola e os caminhos que ela irá percorrer para fornecer uma educação de
qualidade.

O PPP da Escola faz parte de uma gestão escolar democrática, e deve ser
elaborado por e para todos, gestores, professores, funcionários, alunos e familiares.
ele é construído de forma participativa e democrática, o que evidencia a reflexão
sobre o papel social e transformador da instituição escolar. “[…] pensar a
democracia passa, necessariamente, pela reflexão sobre a cultura de cada sociedade
e a forma como os indivíduos estabelecem relações com os espaços públicos”
(COSTA, 2010, p. 86).

Diante da evolução e construção desse programa onde é a segunda edição


do documento organizacional que tem como enfoque principal a transformação da
educação básica, tendo como principal órgão auxiliador a SEEDF (Secretária de
Educação e Ensino do Distrito Federal) que na elaboração do Currículo em
movimento, a SEEDF utilizou ideias da Teoria Crítica e também da Teoria Pós-
crítica: “O movimento deste Currículo é político, pedagógico, flexível,
transformador, crítico, reflexivo, diverso, libertador de correntes, sejam
ideológicas, científicas, filosóficas… O movimento é vida, é verdade prenhe de
realidade, é senso comum e ciência, é relação teoria e prática, é elemento de poder.
Poder como possibilidade de constituição da práxis transformadora da realidade
social”. (Currículo em movimento – Pressupostos Teóricos p.79)

Como base teórico-metodológica o mesmo currículo fundamenta-se na


Pedagogia Histórico-Crítica e na Psicologia Histórico-Cultural. Neste sentido,
buscasse uma organização curricular no campo da educação física refletindo sobre
a sua progressão em termos de objetivos e conteúdos, valorizando a autonomia do
professor e da escola para selecionar e planejar seu trabalho pedagógico, de acordo
os princípios epistemológicos de um currículo integrado que preconizam a
definição de objetivos e conteúdos contextuais, flexíveis, interdisciplinares e que
evidenciem a indissociabilidade entre teoria e prática.

Entende-se que mais importante que redigir uma habilidade a ser alcançada
pelo estudante, é conseguir identificar quais avanços cognitivos e sociais são
imprescindíveis e definir quais os objetivos e conteúdos são interessantes para
provocar essa aprendizagem.

METODOLOGIA.

Este trabalho constitui-se de uma abordagem qualitativa, caracterizada


pela pesquisa descritiva no qual se buscou analisar se existe uma sistematização dos
conteúdos ministrados nas aulas de Educação Física escolar, e como são abordadas
as temáticas pelos professores tendo seu enfoque na região do Plano Piloto. Esta
pesquisa pode ser classificada quanto ao seu objetivo como descritiva, pois exige
do investigador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar. Esse tipo
de estudo pretende descrever os fatos e os fenômenos de determinada realidade
(TRIVAÑOS,1987).

Quanto à abordagem, pode ser classificada como qualitativa. Para Minayo


(2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos
a operacionalização de variáveis porque a interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa (SILVA;
MENEZES, 2005).

Para a coleta de dados, foi utilizadas as seguintes técnicas: pesquisa


documental e questionário. No que se refere à pesquisa documental, foram
utilizados como fonte de pesquisa os Parâmetros curriculares nacionais ( PCN´s) e
o currículo em movimento como documentos norteadores para a análise dos
conteúdos ministrados, tendo em vista as práticas que constituem a cultura corporal
podem ser compreendidas como o conjunto de danças, esportes, ginásticas, jogos,
lutas, atividades rítmico-expressivas e outras intimamente ligadas a práticas sociais,
construídas e reconstruídas no transcorrer da história humana. Tais práticas
expressam formas e representações simbólicas de realidades vivenciadas pelo
homem com sentido lúdico, artístico, agonístico e estético entre outros (COLETIVO
DE AUTORES, 1992).

Através disso no que diz respeito à técnica de instrumento de coleta de


dados utilizado que foi o questionário, esta ocorreu de forma direta participante
tendo em vista que o público alvo da pesquisa são os professores de educação física
anos finais do ensino fundamental e o ensino médio da região do Plano Piloto, o
pesquisador teve uma participação direta, pois o questionário era online, tendo em
vista a percepção de uma maior praticidade e pensando em alcançar um número
menor de desistências da pesquisa. O mesmo utilizou do contato direto com as
instituições de ensino e os professore e por meio de e-mails eletrônicos e
telefonemas, visando alcançar um número significativo de pessoas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo deste artigo é analisar como são ministrados os conteúdos de


Educação Física escolar, verificando se existe uma sistematização diante das
temáticas abordadas na aulas e se o planejamento e escolha do conteúdo passa em
si pelo o documento Currículo em Movimento.
Assim com base em dados do Censo Escolar 2018, dentro do Centro
Regional de Ensino do Plano Piloto são no total oitenta e sete escolas com ensino
público que envolvem as regiões administrativas e também à cidade do Cruzeiro,
que também é considerado Plano Piloto, estão localizadas nove escolas públicas.
Desse total de escolas que envolvem o Plano Piloto, trinta e três escolas são
específicas de ensino fundamental e ensino médio. Com base na observação
indireta, pois em alguns momentos para conseguir o contato para o delinear da
pesquisa ocorreu o diálogo presente e a visitas em algumas escolas, análise
documental e por fim o questionário online que foi o instrumento que foi utilizado
nas coletas de dados.

É importante perceber que esse trabalho não é capaz de afirmar ou


evidenciar nenhum fator especifico, mas ajuda a compreender tais circunstâncias
que são indubitavelmente essenciais para a análise dos conteúdos e das temáticas
abordadas nas aulas, a princípio o estudo surgiu através de uma inquietação e
desconforto vivido dentro da realidade educacional, assim a priori o problema
identificado era compreender e ver se realmente existia uma sistematização e
esportivização dos conteúdos abordados nas aulas de Educação Física. A
esportivização teve seu auge na década de 70, do século XX, quando a Educação
Física passou a ser sinônimo de esporte. Apenas na década de 80, do mesmo século,
surgiram novas abordagens pedagógicas em oposição às concepções biologista,
tecnicista e esportivista (DARIDO, 2003).

Contudo, mesmo com as novas propostas, alguns professores de Educação


Física ainda resistem às mudanças, por vários motivos: sejam eles de formação
profissional, falta de acesso ao que se produz nas universidades, ou mesmo, falta de
infraestrutura escolar (materiais e espaços inadequados), além de baixos salários,
baixo status da disciplina e classes super lotadas.

Diante disso e com o objetivo do trabalho é necessário identificar se os


conteúdos abordados além de diversificados trabalham o corpo diante de uma
totalidade visando separar a visão dualista cartesiana de corpo/mente. Assim
conforme todos os quesitos o público alvo determinado foi os professores que
ministram aulas nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio da região do
plano piloto, diante da pesquisa não é possível afirmar que existe essa
sistematização com o trabalho dos esportes tradicionais o famoso quarteto
fantástico.

Nesse contexto, os resultados definidos a partir do plano de intervenção


devem ser claros para que sejam alcançados, monitorados e avaliados. Entendendo
a importância do mapeamento dos conteúdos abordados durante o processo de
ensino aprendizagem de um aluno, ressaltando e falando que o delinear da pesquisa
foi adquirido com muita persistência e dedicação, ao analisar a quantidade de
escolas que possuíam Educação Física no ensino médio e fundamental II o contado
foi iniciado sendo que das trinta e três escolas acionadas foi possível obter respostas
de quinze profissionais, assim levando todos esses pontos como primordiais, tendo
alguns objetivos específicos determinantes como verificar a existência de
planejamento prévio de um plano de aula para cada aula, com objetivos
determinados, antecedentes a atividade, identificar a possibilidade que os conteúdos
ministrados nas aulas, possam proporcionar uma experiência diversificada de
distintas práticas corporais e também investigar a correlação que os conteúdos
ministrados nas aulas tem com o currículo em movimento.

Assim conforme a informação adquirida no questionário o público alvo


constitui-se na totalidade de quinze professores sendo que nove desses professores
entrevistados, são do sexo masculino e seis do feminino. Diante da análise foi
possível identificar algumas afirmações: O tempo de formação desses profissionais,
sete deles informaram ser formados há mais de 10 anos, seis entre 1 e 5 anos, um
informou ser formado entre 5 e 10 anos, e o outro professor que restou tem menos
de 1 ano de formação. Os entrevistados foram perguntados há quanto tempo
trabalham nas instituições de ensino. Cinco deles dão aula nas escolas entre 1 e 5
anos, dois dos professores alegaram trabalhar entre 5 e 10 anos, e os dois últimos,
exercem a profissão há mais de 10 anos. Sendo que 13 desses profissionais tem
conhecimento do documento organizacional que rege a escola e 10 desses
professores mostram que o currículo em movimento é o documento que norteia suas
ações.

ANALISE DE GRÁFICOS

Essa análise consiste na perspectiva dos professores diante da correlação


dos conteúdos ministrados com a infraestrutura escolar, verificando através do
questionário se tal feito pode ter uma parcela importante na seleção dos conteúdos
ministrados nas aulas de Educação Física.

Figura 2: Representa se infraestrutura interfere nos conteúdos


ministrados.

Infraestrutura Escolar

Sim
Não

14

Fonte Elaborada pelo autor: Andrade (2019)


Comentários dos professores sobre tal questionamento sobre a infraestrutura:

Falta de materiais adequados as aulas e um local apropriado para ministrar


as aulas em decorrência das interrupções do tempo.

A infraestrutura não interfere na seleção dos conteúdos, mas em como ele


será abordado. Exemplificando na Escola que trabalho não há piscina, mas consigo
dar aula de Esporte Aquáticos, abordando o conteúdo de maneira menos prática e
improvisando algumas atividades. Há sempre limitações na escola, mas não
devemos utilizar disso como desculpa para não trabalharmos os conteúdos.

Falta ginásio coberto

Precisa melhorar

Por trabalhar com iniciação esportiva necessito de materiais que são


fornecidos pela Secretaria de Educação e muitas vezes temos bola, porém não
temos calibrador, "bombas", quadras sem cobertura... Temos o gol, porém não
temos a cesta de basquete com rede e própria para a altura deles, enfim temos
dificuldades quanto aos materiais.

A escola não tem material. Eu que levei para poder trabalhar

A escola onde eu trabalho é uma realidade à parte (CIEF). Uma escola


muito boa.

ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ABORDADO


COM TEMÁTICAS VARIADAS
Diante do objetivo da pesquisa, essa análise gráfica pode interpretar e
verificar um pouco da diversidade dos conteúdos abordados nas aulas, identificando
uma possível sistematização e a importância da participação dos docentes na
produção do Projeto Político Pedagógico da escola, ajudando a proporcionar um
melhor objetivo de ensino e aperfeiçoando o processo de ensino aprendizagem do
aluno. Sendo que 7 não acreditam e 8 acreditam que o PPP contempla conteúdos
variados.
Figura 3: Conteúdos variados abordados pelo PPP.

Conteúdos variados PPP

7 Não
8 Sim

Fonte Elaborada pelo autor: Andrade (2019)

Respostas dadas por alguns Professores:

Falta uma maior interação com o profissional da área.

Não há menção da Educação Física no PPP da Escola.

Dentro do currículo da Educação Física temos que trabalhar com uma diversidade de
conteúdos e práticas corporais. Eu, como professora trabalho bastante com jogos pouco
populares no BRASIL ou jogos antigos, pois acho muito rico no ambiente escolar, já que os
esportes tradicionais já é algo que os alunos têm facilidade e experiências... No meu
planejamento priorizo a construção de materiais recicláveis, pois consigo trabalhar com
diversos temas ambientais e amplio a opção de material da escola.

A escola fornece uma grande variedade de materiais fazendo com que o professor
tenha diversas opções para montar o plano de aula.
MAPEAMENTO DOS CONTEÚDOS MINISTRADOS NAS
AULAS
O mapeamento dos conteúdos é totalmente essencial para o delinear da
pesquisa, onde o objetivo direto passa por tal acontecimento, pois indubitavelmente
é preciso identificar os conteúdos que estão sendo ministrados pelos professores
para poder analisar todos os pontos chaves da pesquisa, principalmente ver se existe
uma correlação com o currículo movimento e se existe uma sistematização dos
conteúdos.

Figura 4: Conteúdos ministrados nas aulas.

Conteúdos ministrados na aulas


PRIMEIROS SOCORROS, ESPORTE DE INVASÃO E
REDE 1
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA BUSCA PELO CORPO
IDEAL 1

LUTAS ORIENTAIS E OCIDENTAIS 1

JOGOS RECREATIVOS 1

FUTSAL 2
ATIVIDADE FÍSICA SUA ABRANGÊNCIA E INICIAÇÃO
VOLEIBOL 1

ESPORTES TRADICIONAIS E NÃO TRADICIONAIS 1


LATERALIDADE, NOÇÕES DE TRABALHO COLETIVO,
BASQUETE COMO MEIO PARA ESSES OBJETIVOS 1

VÔLEI 2
PRÁTICA DESPORTIVA + CORRIDAS + JOGOS DE
SALÃO 2

NADO SINCRONIZADO 1

DIVERSIDADE ESPORTIVA COM OS ALUNOS 1

Fonte Elaborada pelo autor: Andrade (2019)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho mostra a perspectiva da Educação Física autônoma e


reconhecida em sua essência por toda a comunidade escolar e da sociedade em
geral, não apenas na contribuição para despertar talentos esportivos ou como a
disciplina “mais legal da escola”, mas como um conjunto de aprendizagens sobre a
cultura corporal de movimento que tradicionalmente nossa área pode proporcionar
à formação do cidadão.

A sistematização dos conteúdos, embora orientada pela relação de um


determinado contexto e da literatura sobre o assunto, pode ser adaptada pelo
professor de acordo com a metodologia escolhida e as propostas ligadas aos temas
característicos da cidade e/ou bairro em que a escola se encontra.

O professor, logicamente, tem que acompanhar a evolução dessa disciplina


no sentido de garantir aos educandos a aplicação de atividades que permitam a eles
uma movimentação constante e de exploração máxima do ambiente. É claro que a
cada atividade deve haver uma adequação às características de cada criança para
assim fazer com que os movimentos sejam próprios ao seu grau de desenvolvimento
morfofisiológico, o que contribui de maneira significativa para o avanço orgânico
e funcional dos alunos em cada etapa de sua vida escolar (BARROS E BARROS,
2015).

Em torno disso é que se situa a grande discussão que se faz a respeito da


Educação Física na atualidade, uma vez que muitos a veem como um estímulo ao
simples desenvolvimento físico através de gestos e movimentos padronizados,
tirando assim o caráter educacional pertencente à Educação Física que visa atuar
sobre a formação do caráter humano e contribuir para um maior rendimento do
trabalho intelectual (BARROS E BARROS, 2015). Sendo assim, identificou-se
que uma gestão adequada da demanda inibe impactos negativos para a logística de
vivencias práticas abordadas diante de um contexto escolar, colocando uma
diversificação que foi encontrada nos resultados onde os conteúdos eram variados
e distintos daquilo no qual imaginava. Espera-se que este estudo possa contribuir
para a melhoria da organização e seleção dos conteúdos abordados no ensino
fundamental anos finais e ensino médio e possa vir gerar maior eficiência nos
objetivos propostos diante do currículo em movimento
É fundamental ressaltar que os resultados encontrados nesta pesquisa
não devem ser generalizados, pois se trata de um estudo de caso, limitado ao
fenômeno estudado no âmbito educacional, onde não é possível afirmar que diante
desse público existe a sistematização dos esportes coletivos tradicionais.
Concluímos que a prática profissional docente na escola aliada ao compromisso
ético em desenvolver uma aula de Educação Física de boa qualidade para os alunos
é o caminho para a construção de uma Educação Física escolar plena de saberes
essenciais ao ser humano.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação


Física, 3 e o 4º ciclos, v.7, Brasília: MEC, 1998.

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Ensino Médio, v.7, Brasília: MEC, 1999.

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(Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:
https://bit.ly/2XLPi6R

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em


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