Aula - Herança Complexa e Multifatorial PDF
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• Vários genes, um deles pode ter um efeito principal ou maior (cor, altura,
diâmetro corpóreo e cefálico e outros);
• Fundamental na clínica;
• Quanto mais relacionados na mesma família, mais alelos dois ind. terão em
comum (o contrário, é verdadeiro);
• Mas se um MZ tem diabetes mellitus tipo I, apenas 40% dos outros gêmeos
também terão diabetes.
Esse valor estatístico varia entre −1,0 e +1,0 e mede o grau de homogeneidade de uma
característica em uma amostra de indivíduos.
Por exemplo, podemos querer avaliar o grau de similaridade entre gêmeos para uma
característica como a estatura.
• Gêmeos DZ que foram criados juntos permitem aos geneticistas medir a concordância da
doença em parentes que cresceram em ambientes similares, mas que não compartilham
todos os genes;
• Gêmeos MZ permitem comparar parentes com o mesmo genoma que podem ou não ter sido
criados no mesmo ambiente;
Uma fórmula simples para estimar a herdabilidade (h) a partir de correlações de gêmeos ou
de taxas de concordância é a seguinte:
Onde CMZ é a taxa de concordância (ou correlação intraclasses) para gêmeos MZ e CDZ é a
taxa de concordância (ou correlação intraclasses) para gêmeos DZ.
Risco de recorrência da doença
Para estimá-los, uma grande série de famílias foi examinada, nas quais um filho
desenvolveu a doença (o probando).
Para uma característica multifatorial, o risco de recorrência (%) diminuirá rapidamente nos parentes
mais remotos de um probando.
Risco de recorrência da doença
Risco de recorrência da doença
1 - outros familiares forem afetados (o risco é tanto maior quanto mais próximo
for o parentesco com o afetado);
Exemplo: risco de recorrência de um irmão para lábio leporino
• 4% se tiver um irmão afetado
• 10% se tiver dois irmãos afetados.
Em outras palavras, essa família tem mais fatores de risco (genéticos e/ou
ambientais) e maior probabilidade de ter uma criança afetada.
Risco de recorrência da doença
estreitamento ou obstrução do
piloro, a área entre o estômago e o
intestino.
Embora o risco de recorrência para doenças monogênicas diminua em 50% em cada grau de
parentesco (ou seja, uma doença autossômica dominante tem risco de recorrência de 50% para a prole das pessoas afetadas, 25%
para sobrinhos ou sobrinhas, 12,5% para primos em primeiro grau, e assim por diante), ele diminui muito mais
rapidamente para as doenças multifatoriais.
Isso reflete o fato de que muitos fatores genéticos e ambientais devam se combinar para
produzir uma característica.
Risco de recorrência da doença
Risco de recorrência da doença
4 - se a expressão no probando é mais grave, o risco de recorrência é maior
(indica que a pessoa afetada está em um EXTREMO DA DISTRIBUIÇÃO DE
SUSCETIBILIDADE)
Em vez disso, parece que elas estão presentes ou ausentes nos indivíduos (estenose do
piloro, por exemplo).
Contudo, essas doenças também não seguem os padrões esperados das doenças
monogênicas.
Observe que os homens, tendo limiar mais baixo, sempre apresentam risco maior que as
mulheres.
Isso reflete o conceito de que as mulheres com limiar mais alto de risco devem ser expostas a
mais fatores genético e ambiental causadores do que os homens para desenvolver a doença.
Nessa situação, poderíamos esperar que a categoria de risco mais alto seria a de parentes
masculinos de probandos femininos;
Várias outras malformações congênitas seguem esse modelo e incluem: fissura de lábio e/ou de
palato isoladas, defeitos do tubo neural (anencefalia e espinha bífida), pé torto e algumas formas de
cardiopatias congênitas.
EXEMPLOS DE CARACTERÍSTICAS MULTIFATORIAIS
PARA AS QUAIS FATORES GENÉTICOS E
AMBIENTAIS ESPECÍFICOS SÃO CONHECIDOS
EXEMPLOS DE CARACTERES MULTIFATORIAIS COM FATORES
AMBIENTAIS E GENÉTICOS CONHECIDOS
“Trombose venosa”
• Ocorre na interação gene-gene;
• É geneticamente heterogênea!
5% a 10% dos pacientes tem a doença familiar de início precoce (em geral segue padrão
autossômico dominante);
• De 15% a 25% tem a doença familiar de início tardio (com agregação familiar) e 75%
tem doença esporádica (não há agregação familiar).
“Doença de Alzheimer”
O gene mais importante associado com Alzheimer de início tardio codifica a proteína da
apolipoproteína E.
“Doença de Alzheimer” – Autossômica Dominante
Estudo de bebês com DTN, sugeriu que suas mães eram homozigotas para o alelo mutante que
codifica a enzima MTHFR (essencial no metabolismo do ácido fólico/vit B9).
Entretanto, é provável que haja uma variação genética na resposta ao ácido fólico, o que ajuda a
explicar porque a maioria das mães com deficiência dessa vitamina não gera crianças com DTNs
(o contrário também é verdadeiro).
Acredita-se que os defeitos do tubo neural resultem
de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
A fissura de lábio e/ou palato é observada com frequência em crianças sindrômicas com a
trissomia do cromossomo 13 ou 21.
Alguns outros genes foram identificados como contribuintes para incidências isoladas de
fissuras (variações do genes IRF6, PVRL1 e MSX1).
quatro genes que codificam enzimas responsáveis por metabolizar o ácido fólico (genes
MTHFR, MTHFD1, MTR e RFC1), também apresenta relação.
Alguns defeitos cardíacos isolados são herdados como traços multifatoriais esporádicos e a
chance de outro filho nascer com o traço é praticamente igual ao da população;
A exposição materna ao ácido retinóico usado para o tratamento de acne, também pode
causar defeitos congênitos ao coração, ao pavilhão auricular e ao sistema nervoso central.
Defeitos Cardíacos Congênitos (DCCs)
• Para lesões de fluxo, as razões do risco relativo λ para irmãos apoiam a agregação familiar, sugerindo
componente genético;
2 - DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA
Vários fatores de risco para DAC já foram identificados, incluindo obesidade, tabagismo,
hipertensão, nível elevado de colesterol e outros..
Um avanço importante foi o isolamento e a clonagem do gene que codifica o receptor de
lipoproteína de baixa densidade (LDL).
A heterozigosidade para uma mutação nesse gene quase dobra os níveis de colesterol LDL e é
observada em cerca de uma em cada 500 pessoas.
2 - DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA
O risco de apresentá-lo aumenta duas a três vezes caso um dos pais tenha sofrido um episódio.
Esses dados indicam que os genes podem influenciar a suscetibilidade individual a essa
doença.
3 - HIPERTENSÃO
A herdabilidade em gêmeos tendem a ser mais altas (cerca de 60%) e podem estar
superestimadas por causa de similaridades maiores de ambiente dos gêmeos MZ, comparados
aos DZ.
A herdabilidade inferior a 100% indica que fatores ambientais também devem contribuir de
forma significativa para a variação da pressão arterial.
3 - HIPERTENSÃO
Já está bem estabelecido que muitos tipos importantes de câncer (como de mama, de cólon,
de próstata e de ovário) formam agregados familiares muito fortes.
Embora vários genes causadores de câncer tenham sido isolados, os fatores ambientais
também desempenham um papel fundamental na manifestação do câncer.
4 - CÂNCER
A maioria dos tipos de cânceres (mais de 90%) não é herdada como condição mendeliana, sendo,
provavelmente, causada por uma interação complexa de alterações genéticas herdadas e
somáticas, além dos fatores ambientais.
1.Os fatores de risco não genéticos para câncer gástrico incluem a falta de atividade física e uma
dieta rica em gorduras e pobre em fibras.
2. Os fatores de risco não genéticos para câncer de pulmão inclui o tabagismo.
3. Os fatores de risco não genéticos para câncer de fígado inclui infecção viral/hepatite B/C.
5- DIABETES
“Diabetes Melito Tipo 1”
Irmãos das pessoas com esse tipo de diabetes enfrentam aumento substancial de risco: cerca
de 6%, em oposição ao risco entre 0,3% e 0,5% da população em geral.
O risco para a prole de mães diabéticas é apenas de 1% a 3%, mas sobe para 4% a 6% para a
prole de pais diabéticos (como homens e mulheres são afetados igualmente, não há modelo de
limiar para o sexo).
5- DIABETES
“Diabetes Melito Tipo 1”
Estudos com gêmeos mostram que o risco empírico para gêmeos MZ com diabetes tipo 1 varia
de 30% a 50%.
O fato de o diabetes tipo 1 não ter 100% de concordância entre gêmeos idênticos indica que
fatores genéticos não são os únicos responsáveis pela doença.
Existe evidência de que infecções virais específicas contribuem para causar o diabetes tipo 1
em pelo menos algumas pessoas, possivelmente por ativarem uma resposta autoimune.
O complexo principal de Histocompatibilidade e Diabetes
Tipo 1
• O principal fator genético no DiabetesT1 é o locus do MHC no cromossomo 5, que tem 3MB e é
o lócus mais polimórfico no genoma humano;
• O lócus tem mais de 200 genes conhecidos envolvidos em funções imunes e mais de 2 mil
alelos identificados;
• A principal associação no DT1 é com os alelos HLA-DR3 e HLA-DR4 (que ainda podem ser
subdivididos em uma dúzia ou mais de alelos diferentes no mesmo lócus);
Outras associações genéticas no Diabetes Tipo 1
As taxas de concordância entre gêmeos MZ são substancialmente mais altas do que aquelas do
diabetes tipo 1, frequentemente superando os 90%.
Os riscos empíricos de recorrência para parentes em primeiro grau de pacientes com diabetes
tipo 2 variam geralmente de 15% a 40%.
Associações genéticas no Diabetes Tipo 2
O gene mais importante identificado até hoje é o TCF7L2, que codifica um fator de transcrição
envolvido na secreção de insulina.
Existe uma forte correlação entre a obesidade dos pais e a dos filhos, sugerindo influência de
componentes genéticos.
A maioria dos estudos com gêmeos mostrou taxas de concordância para gêmeos DZ inferiores
a 30% e para gêmeos MZ superiores a 60%.
Estudos de adoção revelaram que filhos de um progenitor alcoolista, mesmo quando criados
por pais não alcoolistas, têm risco 4x maior de desenvolver a doença.
7 – ALCOOLISMO
Em especial, um alelo do gene ALDH2 (ALDH2*2) resulta em acúmulo excessivo de acetaldeído
e, por isso, há náusea, palpitações e vertigem.
Por causa desses efeitos desagradáveis, pessoas portadoras do alelo protetivo ALDH2*2 têm
menos probabilidade de se tornarem alcoolistas.
Associação com uma variante do gene do receptor dopaminérgico, subtipo 2 (DRD2 –alelo A1)
8 - TRANSTORNOS NEUROPSIQUIÁTRICOS
Os transtornos neuropsiquiátricos são o grupo multifatorial mais complexo e ainda menos
compreendido, afetando 4%? da população do mundo;
Mais de mil genes podem estar envolvidos (1.089?) em quase todos os cromossomos (2, 3, 5,
11, 15, 16, 7, 17, 19, 22..múltiplos???) e sexual X;
o risco empírico de recorrência é substancialmente maior nos irmãos das mulheres com TEA.
TEA é explicado mais por interações multigênicas, mutações mendelianas raras, epigenética,
imprinting genômico ou ambientais (deficiência de vitaminas/ácido fólico no pré-natal /8 semanas
de gestação??) com efeitos importantes;
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
Cap 12 – Genética Médica / Lynn B. Jorde, J.C. Carey,
M.J