O documento discute as políticas linguísticas jesuítas e pombalinas durante a colonização portuguesa da América que levaram à imposição da língua portuguesa sobre as populações indígenas brasileiras através da educação. Essas políticas, embora contrastantes, estabeleceram as bases para o português se tornar a língua dominante no Brasil em detrimento das línguas indígenas. O autor analisa documentos históricos para entender melhor como essas práticas educacionais influenciar
O documento discute as políticas linguísticas jesuítas e pombalinas durante a colonização portuguesa da América que levaram à imposição da língua portuguesa sobre as populações indígenas brasileiras através da educação. Essas políticas, embora contrastantes, estabeleceram as bases para o português se tornar a língua dominante no Brasil em detrimento das línguas indígenas. O autor analisa documentos históricos para entender melhor como essas práticas educacionais influenciar
O documento discute as políticas linguísticas jesuítas e pombalinas durante a colonização portuguesa da América que levaram à imposição da língua portuguesa sobre as populações indígenas brasileiras através da educação. Essas políticas, embora contrastantes, estabeleceram as bases para o português se tornar a língua dominante no Brasil em detrimento das línguas indígenas. O autor analisa documentos históricos para entender melhor como essas práticas educacionais influenciar
O documento discute as políticas linguísticas jesuítas e pombalinas durante a colonização portuguesa da América que levaram à imposição da língua portuguesa sobre as populações indígenas brasileiras através da educação. Essas políticas, embora contrastantes, estabeleceram as bases para o português se tornar a língua dominante no Brasil em detrimento das línguas indígenas. O autor analisa documentos históricos para entender melhor como essas práticas educacionais influenciar
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LER, ESCREVER E CONTAR: escolarização e populações indígenas na América
portuguesa.
Pedro Daniel dos Santos Souza
No processo de escolarização das populações indígenas na América portuguesa, podemos entrever duas políticas linguísticas que, embora se contrastem enquanto práticas, acabaram por definir os rumos do Brasil como país de língua majoritariamente portuguesa e não indígena, embora, no período colonial, há muito a(s) língua(s) geral(is) tenha(m) ultrapassado os limites das reduções jesuíticas, constituindo-se como uma ameaça à hegemonia do português. Esse quadro sócio-histórico teve suas bases iniciais na política dos jesuítas, manifestada nas atividades catequéticas e de conversão, através de métodos pautados na descrição das línguas ameríndias que visava à sua aprendizagem e, posterior, inserção das populações indígenas em práticas letradas em língua portuguesa. Com a política linguística pombalina de imposição da língua portuguesa às populações indígenas brasileiras, expressa no Diretório pombalino, ou dos índios, lei colonial que regulamentou as ações colonizadoras dirigidas às populações indígenas brasileiras entre 1757 e 1798, e as vias de sua implementação por meio da escolarização não mais sob a tutela dos jesuítas, testemunhamos a consolidação do projeto português de colonização linguística. Considerando esse quadro e, sobretudo, fundamentando-se em fontes documentais do acervo do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), tencionamos abrir espaço para uma renovada historiografia indígena, na medida em que, através do levantamento da documentação e sua respectiva análise e discussão, esperamos colaborar com a definição de novos olhares historiográficos sobre as práticas de escrita entre as populações indígenas brasileiras e, consequentemente, uma maior compreensão do complexo mundo da cultura escrita no Brasil colonial. Assim, nossa pesquisa, além de situar-se no campo da História da Educação, inscreve-se na linha de investigação da História da Cultura Escrita no Brasil, enquanto um forma particular de História Cultural, na medida em que identificamos, editamos e analisamos fontes documentais que revelam as práticas sociais da escrita e consequente penetração das populações indígenas brasileiras na cultura escrita ao longo processo de colonização. Evidenciamos, pela nossa análise, que os documentos que compõem nossas fontes de pesquisa, embora permeados de certa opacidade, demonstram que as práticas jesuíticas que tencionavam a catequização do gentio, manifestadas no ensino do “ler, escrever e contar”, bem como a proibição do uso da língua geral e das línguas indígenas, em detrimento da “língua do Príncipe”, como expresso no Diretório pombalino, constituíram instrumentos vitais de políticas linguísticas que resultaram num multilinguismo localizado, abrindo caminhos para a emergência e difusão do português brasileiro. Palavras-chave: Escolarização. Cultura escrita. Populações indígenas.