Modelos 1
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Processo: ____________________
CONTESTAÇÃO
I RESUMO DA INICIAL
II PRELIMINARMENTE
11. Não sendo a Contestante parte legítima para ser demandada, não se
encontram presentes os caracteres da necessidade e utilidade que o Autor
visa obter do pronunciamento jurisdicional. O Autor não tem interesse de
agir contra L____________________, porque não é necessário agir contra ela
para lograr uma solução ao problema. Já que se trata de atos
indisciplinares praticados pelo adolescente, I_____________, o que não diz
respeito ao mau exercício do pátrio poder por parte da Contestante, pois
esta cumpre com a sua obrigação de realizar a matrícula escolar do filho,
todos os anos. Assim volta-se o Autor contra a pessoa errada e, por estar
assim agindo, falta-lhe interesse de agir contra a Contestante.
III – NO MÉRITO
13. Caso V. Exa. não entenda por bem acolher quaisquer das alegações
feitas em preliminares, no mérito da ação deverá ser julgada improcedente,
pelos motivos que passa a expor:
14. Nas peças que instruem a inicial do Autor, docs. Fls. ____, notam-se
relatos de atos indisciplinares cometidos por I_____________, apurados pela
direção da Escola Estadual ______________, além das chamadas policiais
por esta, da Patrulha Escolar e da Polícia Militar que lavraram Boletim de
ocorrência, envolvendo o adolescente.
15. Em primeiro lugar, é preciso que fique bem claro que com o surgimento
da Lei 8.069/90 foi rompida, definitivamente, a doutrina da situação
irregular, até então admitida pelo Código de Menores (Lei 6.697/97), no
que ficou estabelecido como diretriz básica e única no atendimento de
crianças e adolescentes a doutrina de proteção integral, alinhando assim o
Estatuto da Criança e do Adolescente, reitere-se Lei 8.069/90, aos
postulados constitucionais de 1988 e aos documentos internacionais
aprovados com amplo consenso da comunidade das nações. Nesse sentido,
de acordo com o caput do art. 3.° do Estatuto e com o breve comentário de
Paolo Vercelone, Juiz de Direito na Itália, em comentário ao respectivo
texto legal, colhido na obra coordenada por Munir Cury, Estatuto da
Criança e do Adolescente Comentado, 6.° ed., Malheiros, São Paulo ? SP, p.
33, ano 2002, temos o seguinte pensamento:
16. Outra odiosa medida tomada pela direção da escola e que merece todo
juízo de reprovação por parte da mais sã consciência jurídico-democrática
é o fato de que foi chamada a Patrulha Escolar para comparecer a escola
no dia __/__/_____, instante em que esta não pode atender ao chamado,
por já estar atendendo outra escola, no que foi encaminhado ao local a
Polícia Militar que realizou a condução do adolescente à __.° Delegacia de
Polícia, para que este prestasse esclarecimentos ao Delegado de Polícia. De
acordo com as justificativas do policial condutor do adolescente, o garoto
foi levado porque quando este avistou a viatura policial acabou fugindo,
(doc. fls. 13). Diante disso, percebe-se que a medida foi totalmente
desnecessária, por dois breves motivos; primeiro, porque o adolescente não
estava no interior da escola mas apenas nos seus arredores, e nos termos
do art. 5.°, inc. XV da CF/88 é “livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, (…)”, o que significa que, nos dizeres de José Afonso da
Silva, “podem todos locomover-se livremente nas ruas, praças, logradouros
e nos lugares públicos, sem temor de serem privados de sua liberdade de
locomoção” (Curso de Direito Constitucional Positivo, 17.° ed. Malheiros,
São Paulo SP, 2000, p. 241), o que não justificava a medida tomada pelo
policial, até mesmo porque nada foi detectado com o garoto para que ele
pudesse ser conduzido a uma delegacia; o segundo é o de que a Polícia
Militar não é o órgão mais adequado no trato com crianças e adolescentes,
em virtude de sua área específica de atuação, voltada aos delitos penais,
em que seus policiais possuem um frequente contato com homicidas,
traficantes, assaltantes dentre outros. Assim frente essas questões fica
mais do que claro, que ao invés da escola estar resolvendo um problema
disciplinar do adolescente, está ela causando a este um grave problema à
sua formação psíquico-social, ao expor o aluno em contato com policiais
despreparados no trato com adolescentes, em ambientes de delegacias
totalmente desaconselháveis aos garotos, além de retirá-lo de sala de aula
por injustas suspensões o que faz com que o aluno sempre fique com o
conteúdo escolar atrasado diante dos demais colegas.
18. Diante disso, é sabido que convencer um jovem que não quer estudar é
uma tarefa difícil, exigindo muita conversa, ante a rebeldia peculiar da
idade, não ocorrendo da noite para o dia, necessitando tempo e habilidade
para a conscientização. Assim percebe-se que não será com a condenação
da Contestante a multa que a situação irá se resolver, até porque no caso,
não tem nenhum sentido prático a imposição de sanção “monetária” sobre
pessoas pobres, as quais não dispõem de dinheiro, portanto, não irão
cumprir a decisão, consequentemente, se a finalidade é conscientização
não será atingido o objetivo.
19. Neste sentido não está caracterizada a conduta dolosa ou culposa por
parte da Contestante que se apóia nas seguintes bases jurisprudenciais
dos Tribunais de Justiça de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul,
respectivamente, que abaixo seguem:
Por todos esses motivos expostos e mais o que poderá ser trazido pela
produção de provas e testemunhas arroladas no rol abaixo que desde logo
a Ré protesta realizar, espera-se que V. Exa. se digne de julgar a ação
totalmente improcedente, se antes não extinguir o processo, sem
julgamento do mérito, pelas razões arguidas nas preliminares. Por fim, que
seja obedecida a determinação do art. 159 do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
2) K______________
Endereço: ________________
3) Q______________
Endereço: ________________
4) E_______________
Endereço: ________________
5) V_________________
Endereço: ________________
Nesses Termos,
Assinatura do Advogado