VACINA CONTRA FEBRE AMARELA
1. COMPOSIÇÃO
A vacina é uma preparação de vírus vivo atenuado da febre amarela, da
cepa 17DD.
2. APRESENTAÇÃO
A vacina da febre amarela é apresentada sob a forma liofilizada, em
frasco de multidoses, acompanhada do respectivo diluente. Cuidado especial
com a apresentação dos frascos de 5, 10 e 50 doses (Bio-Manguinhos), pois
atualmente os frascos e a etiqueta são muito parecidos.
3. CONSERVAÇÃO E VALIDADE
A vacina contra a febre amarela e o respectivo diluente, no nível local, é
conservada entre +2°C à +8°C, preferencialmente a +5º C.
Apresentações de 5 e 10 doses: Deve ser utilizada no prazo máximo de
6 horas após a diluição.
Apresentações de 50 doses: Deve ser utilizada no prazo máximo de 4
horas após a diluição.
Esses prazos devem ser considerados desde que conservadas em
temperatura adequada e adotados os cuidados que evitem contaminação.
Anotar o horário em que a diluição da vacina foi feita.
4. INDICAÇÃO
A vacina está indicada para proteção contra a Febre Amarela em todo o
país atualmente. Pessoas que farão viagens internacionais caso seja
necessário a emissão do Certificado Internacional de Vacinação, não
necessitarão de doses extras.
5. ESQUEMA, DOSE, VOLUME E VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Deve ser administrada por via subcutânea (SC). A aplicação é realizada de
preferência, na região próxima ao deltoide, na face externa superior. A dose
corresponde a 0,5 mL.
Em algumas localidades do país, em 2018, houve administração de dose
fracionada na população, correspondendo a 0,1 mL, com registro especificado
em carteira de vacinação. Não há recomendação de revacinação dessas
pessoas no momento. Nesse caso, apenas viajantes internacionais que
necessitem do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP)
devem ser revacinados com dose plena (0,5 mL), devido à exigência do
Regulamento Sanitário Internacional.
INDICAÇÃO ESQUEMA VACINAL
Crianças de 9 meses a < 5 anos não Administrar uma dose aos 9 meses e
vacinadas ou sem comprovante de um reforço aos 4 anos de idade
vacinação (intervalo mínimo entre dose e
reforço: 30 dias).
Pessoas a partir de 5 anos de idade, Administrar uma dose de reforço
que receberam uma dose da vacina (intervalo mínimo entre dose e
antes de completar 5 anos de idade. reforço: 30 dias).
Pessoas com 5 anos de idade ou Administrar uma dose da vacina
mais que nunca foram vacinadas. (válida por toda a vida).
6. CONTRAINDICAÇÕES:
• Pessoas menores de 2 anos: De preferência, não administrar no mesmo
dia que outras vacinas virais vivas. Aguardar 4 semanas de intervalo.
• A partir de 2 anos de idade: Pode ser administrada concomitante às demais
vacinas virais vivas. Caso não seja administrada no mesmo dia que outras
vacinas virais vivas, aguardar intervalo de 4 semanas;
• Pessoa com história de uma ou mais das seguintes manifestações
anafiláticas após dose anterior de vacina, de seus componentes ou após
ingestão de ovo: urticária, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios,
hipotensão, choque, nas primeiras duas horas. Notificar Evento adverso
pós-vacinação.
• Gravidez - salvo em situações de alto risco. Nesse caso deverá haver
declaração de liberação médica ou documento formal que libere a
vacinação.
• Em pacientes imunodeprimidos por doença ou medicamento, avaliar junto
com a vigilância epidemiológica o risco-benefício entre a aplicação da
vacina e a situação epidemiológica vigente.
• Contraindicação temporária: 15 dias antes até 3 meses após o paciente
receber sangue/ derivados ou imunoglobulina homóloga.
• Não constituem contraindicações à vacina alergia ou intolerância a
ingestão de ovo que não sejam as descritas anteriormente.
• Se a vacina for realizada em intervalo menor que o recomendado:
avaliação médica (observar manifestações neurológicas e hepáticas).
Acompanhar por 40 dias – preencher ficha de Notificação de Procedimento
Inadequado na Administração de Imunobiológicos.
• Recomenda-se o adiamento da vacinação de puérperas até o lactente
completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de atender a esta
recomendação (situações de risco), aconselhar a mãe previamente à
vacinação praticar a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em
freezer ou congelador, para planejamento de uso durante o período da
viremia, ou seja, por 28 dias ou, pelo menos por 15 dias após a vacinação.
• Anotações legíveis como data da administração, lote, validade da vacina,
assinatura e carimbo do vacinador, carimbo da unidade de saúde; são
imprescindíveis para a Emissão do Certificado Internacional de Vacinação
e Profilaxia (CIVP). Para verificar quais países exigem este documento
acessar o site www.anvisa.gov.br/viajante.
• OBSERVAÇÕES:
• Indivíduos infectados pelo HIV, assintomáticos e com
imunossupressão moderada: poderão ser vacinados de acordo com a
contagem de células CD4 (aguardar liberação médica por escrito).
• Vacinação em pessoas aos 60 anos ou mais de idade: A
primovacinação em pessoas nesta faixa etária tem maior risco de evento
adverso grave. A vacina não está contraindicada para pessoas nessa faixa
etária. No entanto, deve-se investigar cuidadosamente nestes pacientes:
• avaliar doenças prévias (comorbidades);
• tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia;
• uso de corticoides em doses elevadas = prednisona 20 mg/dia ou mais;
• as morbidades que o paciente apresenta, que possam incorrer em risco de
imunossupressão.
• Em algumas situações epidemiológicas a vacina poderá ser indicada para
crianças entre 6 meses e 8 meses de idade, sendo que a dose
administrada nessa faixa etária não é considerada válida e, portanto, a
criança deverá ser revacinada a partir dos 9 meses de idade.
7. EVENTOS ADVERSOS:
Cerca de 2% a 5% dos vacinados poderão apresentar febre, cefaleia e
mialgia a partir do 3º/4º dia de aplicação.
Doença Viscerotrópica Aguda: similar à doença causada pelo vírus
selvagem e evolui com insuficiência de múltiplos órgãos. Trata-se de
suscetibilidade individual. Este quadro é muito raro.
Manifestações neurológicas, como encefalites, também são muito
raras.