Reflexões Sobre Festivais de Cinema, História e Cultura Audiovisual No Brasil

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Reflexões sobre Festivais de Cinema, História e Cultura Audiovisual no Brasil:

fotografia, arquivo, memória e identidade visual no É Tudo Verdade

Juliana Muylaert Mager


Laboratório de História Oral e Imagem/UFF1
[email protected]

A proposta deste texto é realizar um debate sobre alguns aspectos da relação entre
os festivais de cinema e a cultura visual em perspectiva histórica, buscando refletir sobre:
a conexão entre diferentes artes e instituições culturais na concepção e realização dos
festivais de cinema no Brasil; as formas como outras artes e imagens têm sido
historicamente exploradas na construção da identidade visual desses eventos.
Nossa reflexão parte de dois momentos históricos distintos na história dos
festivais audiovisuais brasileiros. O primeiro envolve o contexto de realização dos
primeiros festivais cinematográficos no país nos anos 1950. Sem nos determos nesse
debate, buscaremos levantar algumas questões sobre o papel de algumas instituições
culturais na promoção desses eventos, sobretudo os então recém-criados museus de arte
- o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo foi inaugurado em 1948 e o Museu de
Arte de São Paulo (MASP) em 1947, mas também os arquivos audiovisuais, valendo
lembrar que as primeiras cinematecas surgiram elas próprias no interior desses museus -
caso da Filmoteca do MAM/SP surgida em 1949 a partir de um acordo entre o museu e o
Clube de Cinema de São Paulo.
O segundo momento que mobiliza nosso debate, ao qual dedicaremos mais tempo,
se conecta com os festivais de cinema dos anos 1990, em que as articulações entre eventos
audiovisuais e instituições culturais ganham novos contornos, mantendo um lugar de
importância para os arquivos e museus. Também é um período em que a relação com
outras artes, sobretudo as artes gráficas, adquire relevância na elaboração da identidade
visual dos eventos.

1
Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da UFF, com pesquisa vinculada ao
LABHOI/UFF.
A fim de refletir sobre os usos das imagens na construção dessa identidade,
pontuaremos algumas questões a partir do material gráfico e de publicidade do É Tudo
Verdade - Festival Internacional de Documentários, buscando "reconectar" os dois
momentos históricos por meio de uma reflexão inicial sobre o uso de imagens fotográficas
do Foto Cine Clube Bandeirante na construção da identidade visual do É Tudo Verdade.

Cinema amador, festivais internacionais e a cena cultural paulista na década de 1950


Os anos 1950 representam um primeiro boom na criação de festivais de cinema
no Brasil, em que se buscava acompanhar as tendências internacionais de expansão das
exposições cinematográficas, tendo a Europa como modelo. A experiência brasileira
encontra nos recém-criados museus de arte de São Paulo e Rio de Janeiro instituições
centrais na organização desses eventos cinematográficos, como aponta Bianca Salles
Pires (2019). Foram importantes nesse contexto os departamentos de cinema, clubes de
cinema e cinematecas associados aos museus, valendo destacar o Clube de Cinema,
depois Filmoteca do MAM de São Paulo, bem como o departamento de cinema do MASP.
Igualmente relevante será a atuação de outros clubes de cinema, a exemplo do Foto Cine
Clube Bandeirante, que também manteve laços com os museus de arte da capital paulista.
Gostaríamos de assinalar a coincidência temporal e a circularidade de instituições
e agentes entre os festivais de cinema e outras exposições e exibições culturais de caráter
nacional e internacional, a exemplo das bienais de arte. Os primeiros festivais ocuparam
as salas dos museus de arte e tiveram entre seus públicos e agentes promotores nomes
ligados aos circuitos artísticos e culturais do país, como veremos em dois exemplos ainda
nos anos 1950.
Essa década foi marcada por grande “agitação cultural” na cidade de São Paulo, como
afirma Lila Foster (2016), lembrando o investimento da elite paulistana nessa área. Serão
citados Francisco Matarazzo por seu papel na criação do MAM/SP (1948), da Bienal de
São Paulo (1951) da Companhia Cinematográfica Vera Cruz (1949), entre outros espaços,
e Assis Chateaubriand no surgimento do MASP:

...todas essas instituições propiciaram uma abertura para o mundo e um


ambiente cultural mais cosmopolita, permitindo um contato com o que era
produzido internacionalmente em termos de artes, o intercâmbio de técnicos e
artistas, além de fomentarem a atividade de artistas brasileiros em diversas
áreas (Foster, 2016, p. 141)

Foi em meio a esse cenário de intensa atividade cultural e abertura internacional


que alguns dos primeiros festivais de cinema do país foram organizados na capital
paulista2. Um desses eventos audiovisuais, uma das primeiras iniciativas do país com
duração, visibilidade e impacto na cena cultural brasileira, sobretudo paulista, foram os
festivais de cinema organizados pelo Foto Cine Clube Bandeirante, a partir de 1950. A
primeira edição do Festival Internacional de Cinema Amador em outubro de 1950 foi
realizado na recém-inaugurada sala de projeções do MASP3, selando uma parceria com o
museu que duraria ainda por várias edições, como na edição do festival de 1954, em
comemoração ao quarto centenário da cidade de São Paulo.
O Bandeirante foi criado como Foto Clube em 1939, na cidade de São Paulo,
tornando-se importante espaço para a fotografia no país, cujo impacto vem sendo
revisitado nas últimas décadas (COSTA, 2016; MENEZES, 2018; ESPADA, 2015;
LENZINI, 2008; FOSTER, 2016). O departamento de Cinema do Bandeirante foi criado
em 1945, sendo presidido pelo holandês Jan Jure Roos e depois por Jean Lecoq. Esse
setor do clube foi responsável pela realização dos festivais cinematográficos, eventos que,
mesmo estando mais restritos aos circuitos clubistas, integravam o calendário cultural da
capital paulista e tiveram um papel na formação de figuras que seriam importantes para
o cinema brasileiro nas décadas seguintes, como Thomaz Farkas, membro atuante do
Bandeirante tanto na fotografia como no cinema.
Apesar das disputas internas e da tendência de compartimentação dos clubes
amadores, o Bandeirante não esteve ausente dos acontecimentos desse momento de
intensas transformações do cinema brasileiro. Em sua dissertação de mestrado, Vanessa
Lenzini (2008) mostra como as redes do FCCB se expandem para além dos circuitos de

2
Correndo o risco de deixar de fora outros eventos, devido ao caráter ainda incipiente das pesquisas sobre
os festivais brasileiros em perspectiva histórica e as dificuldades de acesso à documentação dos eventos
desse período, vale assinalar pelo menos dois outros festivais relevantes nessa década, o Festival
Cinematográfico do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, com várias edições e o I Festival Internacional do
Filme de Curta-Metragem da Bahia, organizado pelo Clube de Cinema da Bahia, na cidade de Salvador em
1951. Pesquisas em fontes da imprensa nos permitem afirmar a presença de outros eventos intitulados
festivais, mas com variados formatos, pouca regularidade nas iniciativas e menor impacto na cena
cinematográfica e cultural.
3
Alguns meses antes, no mesmo ano de 1950, Bandeirante havia participado do I Congresso de Clubes de
Cinema organizado pelo Centro de Estudos Cinematográficos do MASP.
seus membros, promovendo relações com diversas instituições da cidade de São Paulo,
mostrando como esse espraiamento se conecta com um projeto de modernidade associada
à prática fotográfica. A análise dessas redes de sociabilidade permite, assim, colocar
questões às leituras tradicionais tanto do fotoclubismo como da prática do cinema amador
nesses clubes enquanto espaços totalmente fechados, isolados do mundo artístico.
Retomando a trajetória de alguns desses cinegrafistas que produziram filmes
domésticos no país entre os anos 1920 e 1965, Blank (2015, p. 73) mostra as conexões
dessas imagens com outros modelos como da cavação e dos filmes de viagem. Com olhar
semelhante, Lila Foster (2016, p. 22) propõe a inclusão da produção amadora na história
da cinematografia nacional, apontando, ainda, para as relações com a fotografia, ao
analisar a atuação do departamento de cinema do Foto Cine Clube Bandeirante.
Essas trocas que conectam diferentes espaços da cultura visual e da cena cultural
paulista nos anos 1950 também aparecem na trajetória do evento que tem merecido maior
destaque entre os festivais da década, apesar de sua única edição, o I Festival
Internacional de Cinema do Brasil. Realizado em São Paulo em 1954, integrando as
atividades comemorativas do centenário da cidade, o evento de alcance internacional
movimentou e dividiu a cena cinematográfica e artística do país, combinando uma
elogiada programação de atividades de cunho cultural com não tão bem-sucedidos
eventos comerciais e palacianos.
Espalhado em vários espaços de exibição concentrados em sua maioria no centro
da capital paulista, o festival teve como seu “palácio” cinematográfico o Cine Marrocos.
Já as sessões paralelas, parte das retrospectivas, além de programas e atividades de cunho
cultural, foram exibidos em outros espaços, entre eles os museus de arte da cidade,
MAM/SP e MASP.
O festival brasileiro se revelou uma tentativa parcialmente frustrada de uma
mostra nos moldes europeus, tendo como referências além de Cannes e Veneza, outros
eventos menos conhecidos como o Festival Mondial de Beaux-Arts de Bruxelles e o
Festival de Knokke Le Zoute. A influência dos festivais belgas é destacada por Rafael
Zanatto (2021, p. 104) como relevante pelas características que diferenciavam esses
eventos dos demais europeus:
Ao lado das mostras, os belgas avançaram realizando em paralelo exposições
de artes plásticas, apresentações teatrais e musicais. Ao mesmo tempo,
exposições de documentos, revistas, fotografias, dispositivos ópticos,
equipamentos e objetos que integram a cultura material cinematográfica
reforçavam o caráter espetacular e os propósitos pedagógicos do festival,
voltado à formação cultural do público.

A relação com esses eventos nos ajuda a compreender as escolhas da programação do


festival paulista que enfatizou a formação e a integração nos circuitos artísticos e
culturais, obtendo destaque internacional pela qualidade do programa apresentado. Esse
formato final do evento resulta tanto de uma disputa sobre o papel do cinema e dos
festivais, como também das estratégias dos organizadores diante do fracasso de incluir o
evento na lista A da FIAPF, recusa que significava na prática a impossibilidade de
distribuir prêmios. Outro fator relevante para a composição do programa parece ter sido
a presença de nomes importantes tanto para a cena cultural mais ampla como para o
cinema, valendo lembrar Francisco Almeida Salles, Vinícius de Moraes, e especialmente
Paulo Emílio Salles Gomes, com um papel relevante na definição da programação e na
articulação internacional. Também merece menção a participação da Filmoteca do
MAM/SP no evento, tendo Caio Scheiby e Benedito Junqueira Duarte4 na organização da
Retrospectiva Brasileira.
Os Cartazes do I Festival Internacional assinado por Geraldo de Barros e
Alexandre Wollner nos oferecem algumas pistas para continuar essa reflexão. A arte
criada para o festival de 1954 é parte de uma série de cartazes assinados por Barros e
Wollner para o quarto centenário da capital paulista. Figuras relevantes na história da arte
e, particularmente, do design brasileiro, história do encontro entre os dois artistas,
remonta ao início da década de 1950 e à fundação do primeiro curso de Desenho Industrial
do país, no Instituto de Arte Contemporânea do MASP, onde Barros foi professor e
Wollner5 aluno (Benadetti, 2011).

4
B. J. Duarte também era membro do Foto Cine Clube Bandeirante do qual foi vice-presidente em 1939
(Foster, 2016, p. 147).
5
Wollner seria, ainda, responsável pelo design de materiais de divulgação de outros eventos e instituições
artísticas, merecendo menção a elaboração de cartazes para a Filmoteca do MAM/SP e do logo da
instituição em 1954. O sinal “baseado no corte transversal de um projetor de filmes" (Wollner, 2019, p.
293) permaneceu como marca do arquivo mesmo depois da transformação em Cinemateca Brasileira, no
ano de 1957. O logo original sofreu algumas modificações nos anos 1960 e foi trocado em 2018, em meio
à crise política que tem atingido a área da cultura na esfera federal do país nos últimos anos.
Por meio do cartaz e também do catálogo, o design gráfico assinalava a sua
presença na criação da marca do primeiro grande festival internacional do país. Naquele
momento, o evento pretendia ser apenas a primeira edição de uma festa do cinema a se
fixar no calendário nacional e a criação de uma marca fazia parte desse projeto. Vale
lembrar que o design integra a história dos eventos do cinema e faz parte das estratégias
para disputar e atrair apoio financeiro, cobertura da imprensa, filmes e públicos.
Um outro detalhe merece nossa atenção: Geraldo de Barros era ele próprio
fotógrafo membro do Foto Cine Clube Bandeirante, cujo departamento de cinema
promovia os festivais amadores anteriormente citados. Essa presença nos sugere mais
uma vez o intercâmbio com outras artes na realização dos festivais, particularmente para
as teias tecidas entre fotografia, cinema, artes visuais e design, tendo como elo os museus
de arte. Em texto que discute as relações entre o Foto Cine Clube Bandeirante e o MASP,
escrito a partir da incorporação de fotografias do clube ao acervo do museu nos anos
2010, Helouise Costa (2016, p. 22) lembra que a valorização da fotografia fez parte da
perspectiva ampla de Pietro Maria Bardi para o museu desde seus primeiros anos:

Abrir espaço para o FCCB estava, portanto, em perfeita sintonia com a


proposta de Bardi de valorizar a fotografia. Thomaz Farkas e Geraldo de
Barros foram os primeiros fotógrafos ligados ao clube que atuaram no MASP,
onde montaram um laboratório de fotografia, em 1950, e ministraram cursos a
partir de então. Farkas chegaria a atuar, por pouco tempo, como professor no
Instituto de Arte Contemporânea (IAC) do museu, enquanto Geraldo de Barros
inauguraria, também no MASP, a sua exposiçao ̃ Fotoformas, em 1951, hoje
considerada emblemática do processo de diluição das fronteiras entre arte e
fotografia no Brasil.

A plena incorporação da fotografia aos circuitos e espaços dos museus e o


reconhecimento artístico, sobretudo das práticas amadoras do clubismo, ainda demoraria,
no entanto, algumas décadas. Heloisa Espada (2015, p. 36) aponta que as relações de
Barros com outros membros do Bandeirante nos anos 1950 eram conflituosas, justamente
devido à ligação do mesmo com o campo das artes visuais, perspectiva recusada pela
maioria dos integrantes do clube. Esse relato nos permite perceber as tensões e conflitos
existentes entre distintos projetos para uma arte moderna perpassando os circuitos
artísticos e os próprios festivais de filmes. A realização do I Festival Internacional de
Cinema do Brasil, em 1954, é ela própria atravessada por distintas perspectivas para o
cinema brasileiro, incluindo o debate sobre seu valor como arte.
Taillibert e Wäfller (2016) iniciam artigo que discute a (pré)história dos festivais
cinematográficos levantando duas questões relevantes para esse debate. Os autores se
questionam sobre as possíveis influências das experiências anteriores à Veneza,
cristalizado como marco do fenômeno no interior dos Film Festival Studies, mas também
a respeito do processo de consolidação desse modelo e sua adoção internacional. Ao
longo do artigo, o desenvolvimento da argumentação busca evidenciar as relações entre
os festivais de cinema e outros eventos culturais e o caráter gradual da institucionalização
de um formato para os festivais internacionais nos anos 1930 e 1940.
Gostaríamos de partir de dois elementos dessa perspectiva de estudo para pensar
os festivais brasileiros dos anos 1950, quais sejam: a conexão entre festivais de cinema e
a categoria mais ampla dos eventos, festivais e exposições culturais, e o entendimento
dessa lenta institucionalização da forma festival e sua relativa instabilidade. Extrapolando
alguns dos argumentos iniciais dos autores, podemos interpretar as diferenças entre as
características dos eventos nacionais e seus correspondentes estrangeiros, sobretudo
europeus, para além da chave do atraso e da falta.
Além de apontar para a relativamente rápida implementação dos festivais de
cinema no país já na primeira fase de internacionalização dos circuitos, o olhar para os
eventos do cinema e audiovisual a partir da categoria mais ampla dos festivais culturais,
também presente na obra Une histoire des festivals (2013) permite abarcar sob o termo
tanto os festivais de cinema profissional e amador, como as bienais de arte e as exposições
e salões fotográficos. Desse modo, podemos compreender melhor algumas características
das experiências festivaleiros no Brasil, como a já apontada relação com os museus de
arte (Pires, 2019) e o campo cultural, bem como a presença de eventos de diversos
formatos sob a categoria festival, incluindo aqueles dedicados à cena amadora (Foster,
2016).
Conectando o cinema à cultura (audio)visual, perspectiva ainda pouco explorada
nos Film Festival Studies, essas redes e relações dos festivais de cinema com os mundos
da arte ganharam novas configurações ao longo do tempo, como veremos a seguir,
fazendo um salto para os festivais audiovisuais dos anos 1990, quando (re)encontraremos,
em novo contexto, alguns dos sujeitos, instituições e imagens da cena cultural dos anos
1950.

Anos 1990: festivais, documentário, design, fotografia, museus e arquivos


A partir da segunda metade da década de 1990, vivemos um novo boom na criação
de festivais de cinema no país, coincidindo com o momento conhecido como Retomada
do cinema brasileiro. Nesse período, notamos a permanência do papel de instituições
culturais já presentes desde os anos 1950, como os museus de arte e cinematecas, na
realização dos festivais. Observamos, ainda, a participação de outras instituições que
surgiram e/ou cresceram entre os anos 1950 e 1990, como os centros culturais, os circuitos
alternativos de salas de cinema e as universidades, incluindo os museus da imagem e do
som criados em 1965 no Rio – como parte das comemorações do quarto centenário da
cidade – e em 1970 em São Paulo. Os cursos e departamentos universitários de cinema,
mas também outros como arte e antropologia, se tornaram importantes agentes na criação
de novos festivais, sobretudo a partir dos anos 2000.
Como um exemplar dos eventos criados nos anos 1990, o É Tudo Verdade -
Festival Internacional de Documentários de 1996 trouxe como característica central a
especialização no cinema documentário. O diretor e curador do evento, Amir Labaki,
combina marcas características da cinefilia e programação das décadas anteriores e o
perfil dos diretores de eventos afinados com os novos modelos de organização e
patrocínio, ligados ao marketing cultural, na passagem para o século XXI. Esses traços,
e a presença de políticas públicas – agora ameaçadas pelo corte de investimentos na área
da cultura – contribuíram para a profissionalização do evento e sua relativa estabilidade
até o presente. A parceria entre diferentes instituições marca a trajetória do É Tudo
Verdade, como o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, do qual Labaki foi diretor e
onde nasce o festival, a produtora Kinoforum6 (do qual o festival se separou em 2003),
além da parceria com diferentes cinematecas e arquivos audiovisuais nacionais e
estrangeiros, centros culturais como o CCBB/RJ, salas dos circuitos alternativos de
cinema e universidades representadas sobretudo no trabalho conjunto com a USP.

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A Produção Executiva do É Tudo Verdade foi assumida pela produtora, tendo à frente Zita Carvalhosa. A
Kinoforum foi também responsável pelo Festival Internacional de Curta-Metragem de São Paulo, surgido
em 1990, tendo como sede o MIS-SP.
Depois dos anos 1990, os novos formatos de festivais, o processo de
profissionalização dos mesmos e sua crescente virtualização, contribuem para uma maior
importância do trabalho gráfico na elaboração da identidade visual dos eventos. O design
se torna um elemento relevante na competição por público e financiamento via editais,
conferindo um diferencial para cada mostra ou festival. Como mostra Tetê Mattos de
Moraes (2018, p. 18) em sua tese sobre o Festival do Rio, “o discurso institucional está
presente na comunicação visual do evento” e se expressa nos diferentes artefatos e
materiais, incluindo a marca e a identidade visual de cada edição.
A parte gráfica é composta por diferentes criações como catálogos, cartazes,
vinhetas, cadernos de programação e releases de imprensa, ocupando uma parte relevante
da identidade visual dos eventos. Desde a primeira edição do É Tudo Verdade7, ainda
uma mostra não competitiva de documentários, nota-se o cuidado com a elaboração dos
materiais, destacando o design gráfico assinado por Débora Ivanov, com arte produzida
a partir da colagem de imagens de dois filmes “os jangadeiros de Orson Welles em It’s
All True e um fotograma de Carl Dreyer - Meu métier do cineasta dinamarquês Torben
Jensen (LABAKI, 2010, p. 26). Ivanov assina o design gráfico do evento até 2006, função
assumida de 2007 a 2013 por Élcio Miazaki, ele próprio fotógrafo, e depois por outros
como Trame Design em 2014, Zozi Design de 2015 a 2018, e nos últimos anos por
diferentes profissionais, Murilo Thaveira, Dimitri Luppi Slavov e Tide Gugliano em
2019, Marcio Freitas e Marciana de Barros, em 2020 e Flávia Castanheira em 2021.
A presença de diferentes nomes na assinatura da concepção do design gráfico do
festival assinala fases diferentes na comunicação visual do evento, sem deixar de notar
uma continuidade que institui uma marca para o festival. Notamos como traços estáveis
dessa visualidade a logo formada pelo título, as fontes, o formato e diagramação dos
catálogos e cadernos de programação, além de outros elementos como a exploração de
imagens para a elaboração da arte gráfica, escolha presente desde a primeira edição.
A singularidade de cada edição fica pela escolha da imagem a compor a base da
identidade visual daquele ano presente nos diferentes materiais. Em termos da escolha
das imagens podemos apontar inicialmente algumas características predominantes como

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As informações e imagens de capa dos catálogos mencionadas podem ser encontradas no site do É Tudo
Verdade.
os usos do preto e branco, a presença de elementos do próprio audiovisual e seus
dispositivos, além da exploração de imagens de cenários urbanos.
Característica do evento, o uso de imagens, sobretudo fotográficas, está presente
em 25 das 26 edições. Assim, uma apenas não tem uma arte produzida a partir de imagens
(2005), todas as outras exploram imagens do cinema, da fotografia e das artes gráficas,
sendo três delas com fotogramas de filmes, duas delas colagens (1996 , 1997 e 2000),
uma edição elaborada a partir de um cartaz dos Irmãos Steinberg (2013) e as outras
produzidas com base em imagens fotográficas, sendo parte delas produzidas por cineastas
ou em contexto de realização de filmes, e a maioria da autoria de fotógrafos brasileiros
ou estrangeiros radicados no Brasil.
No total são 19 edições com a identidade visual construída com base em
fotografias. O primeiro trabalho de um fotógrafo homenageado na arte da identidade
visual foi uma imagem de Thomaz Farkas na edição 1998, o que Labaki (2010, p. 47)
descreve como "imensa honra" para o festival, destacando o caráter inovador da obra de
Farkas tanto na fotografia como no documentário. Na mesma edição, Farkas foi
presidente do júri da competição brasileira, movimento que assinala uma das distintas
estratégias para escolha da identidade visual observadas na trajetória do É Tudo Verdade,
com a presença do fotógrafo em atividades do evento. Nem sempre explicitadas nos
materiais do evento, as escolhas observadas envolvem ainda outras aproximações, como
a conexão com obras e seções da programação do evento.
Algumas das pistas sobre as opções do festival em sua comunicação visual são
encontradas nos próprios catálogos que desde a 6ª edição trazem textos sobre as imagens
de capa, identificando autoria e, por vezes, os arquivos em que os materiais estão
depositados. É por meio das informações presentes nesses pequenos textos que podemos
destacar a parceria com arquivos audiovisuais nacionais e estrangeiros, também
fundamental para a realização de mostras retrospectivas e outras seções paralelas do
programa, e observar a relevância de um desses arquivos em particular, o Instituto
Moreira Salles.
A partir desses elementos, notamos o estabelecimento de redes entre instituições,
sujeitos, eventos e imagens desde finais dos anos 1990, semelhantes às que tentamos
esboçar para os anos 1950. Uma outra coincidência liga as duas décadas. Farkas inaugura
na terceira edição a presença de fotógrafos, sendo o primeiro de uma série de
representantes da fotografia moderna e contemporânea no Brasil homenageados pela
identidade visual do É Tudo Verdade. A arte de 1998 marcará, ainda, a primeira aparição
do Foto Cine Clube Bandeirante entre essas imagens, sendo seguida por Chico
Albuquerque em 2001, Geraldo Barros em 2002, German Lorca em 2008, Roberto
Yoshida em 2012, Haruo Ohara em 2014, Eduardo Salvatore em 2019. Ainda na relação
com membros do Bandeirante, não poderíamos deixar de mencionar que Benedito
Junqueira Duarte, membro do clube, foi homenageado com uma retrospectiva de seus
filmes no festival de 2010.
Além do clubismo, o É Tudo Verdade também rendeu homenagem a fotógrafos
dos círculos profissionais, como o fotojornalismo e a fotografia artística contemporânea.
Parte deste último grupo, estão as imagens de Gal Oppido utilizada em 2004, de Cristiano
Mascaro em 2006, de Cássio Vasconcelos na edição de 2016, de Maureen Bisilliat em
2021. Poderíamos incluir entre os fotojornalistas que tiveram suas fotos na identidade
visual do festival, Hildegard Rosenthal em 2010, David Drew Zingg em 2018, e Henri
Ballot em 2020.
Um último conjunto é formado pelas imagens de autoria de cineastas e
profissionais da fotografia mais ligados ao cinema, como é o caso do das imagens do
diretor de cinema Johan Van Der Keuken8 em 1999, do diretor de fotografia Walter
Carvalho em 2003, do cineasta Kryzstof Kieslowski em 2007, do também cineasta
brasileiro Jorge Bodanzky em 2011. As fotografias de Chico Albuquerque também
poderiam ser incluídas nesse grupo, por terem sido produzidas nas filmagens de It's All
True, de Orson Welles.
Diferentes nomes e circuitos da fotografia aparecem entre os fotógrafos que
assinam as imagens trabalhadas pelo design gráfico no É Tudo Verdade. O gesto de
retomada dessas imagens apresenta novos usos e espaços de circulação para as mesmas,
sendo necessário interrogar os efeitos na construção de sentido que afetam tanto as
fotografias utilizadas com a imagem do festival de documentários. Vale questionar quais
associações surgem entre cinema documentário e fotografia, ou ainda, porque convocar
essas e não outras imagens para a comunicação visual do evento.

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Keuken foi homenageado pela Retrospectiva Internacional da edição de 1999.
Para concluir o texto, gostaríamos de apontar algumas questões a partir do estudo
de caso das imagens de membros do Foto Cine Clube Bandeirante incorporadas no
material gráfico do É Tudo Verdade, que se destacam tanto pelo número de fotógrafos do
clube homenageados pelo evento, como pelo lugar do Bandeirante nas discussões
historiográficas recentes sobre a fotografia brasileira moderna, sem deixar de mencionar
os elos evocados entre os festivais de cinema do presente com os eventos amadores do
passado, pontos que nos permitem recolocar o tema da relação entre os festivais de cinema
e a cultura visual.
Como vimos anteriormente, a fotografia de Farkas selecionada para a terceira
edição do É Tudo Verdade foi celebrada por Labaki como oportunidade de homenagear
a fotografia brasileira. A escolha do fotógrafo é emblemática pelo papel peculiar que
ocupa para a fotografia e para o documentário. No catálogo daquele ano não se faz
menção à imagem, diferente do que acontece em 2001, quando o segundo fotógrafo do
Bandeirante a ganhar a identidade visual do festival.
Chico Albuquerque, falecido no final de 2000, recebe texto no material do evento
com explicação sobre a imagem escolhida e dados biográficos. Não há menção ao
Bandeirante, mas sim ao trabalho de Albuquerque que o liga mais diretamente ao cinema,
e ao festival, a fotografia still de It's All True de Orson Welles nos anos 1940. Embora
não seja informada a origem exata da fotografia escolhida para a identidade visual, é
possível identificar a imagem que traz jangadeiros empurrando a embarcação na praia
como parte de um ensaio do fotógrafo de 1952 em Mucuripe, 10 anos depois das
gravações com Welles. As imagens desse ensaio foram publicadas em livro lançado
primeiramente em 1989 pelo próprio fotógrafo, e reeditado em janeiro de 2001. O Museu
da Imagem e do Som de São Paulo é lembrado no catálogo como depositário de uma
coleção de fotografias de Albuquerque, além do MIS/SP, parte do acervo de Albuquerque
encontra-se em Fortaleza.
Em 2015, Albuquerque retorna à identidade visual do É Tudo verdade com
fotografia do making of da produção de It's All True. Dessa vez, a descrição se refere à
carreira de Albuquerque na fotografia depois do filme, citando diretamente a passagem
pelo Foto Cine Clube Bandeirante. Welles foi o homenageado da retrospectiva
internacional da edição. As conexões múltiplas de sentido envolvem desde a relação com
o título do festival até o problema da sobrevivência das imagens do filme e das fotografias
de Albuquerque, permitindo esse trânsito entre passado e presente. A esse respeito, vale
assinalar a realização de exposições da obra do fotógrafo realizadas em momentos
próximos às edições do É Tudo Verdade acima citadas, primeiramente em 2000, Chico
Albuquerque - Fotografias, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, e
depois em outras capitais, e, anos mais tarde O estúdio fotográfico de Chico Albuquerque
no Museu da Imagem e do Som de São Paulo em 2013, também percorrendo outras
cidades em seguida.
O terceiro fotógrafo do Bandeirante a estampar os materiais gráficos do festival
foi Geraldo de Barros com uma fotografia da série Sobras em 2002. Em conexão com
essa escolha, o festival exibiu em sessão especial o filme Sobras em obras de Michel
Favre (1998), participante da edição anterior do evento, quando venceu o prêmio do
público. Citado como fotógrafo e artista plástico no texto do catálogo, Barros é celebrado
por seu papel para a arte concreta. Novamente, a presença no Bandeirante não é destacada
entre os aspectos marcantes da trajetória do artista no material do É Tudo Verdade. Barros
também foi objeto de várias exposições no período recente, valendo ressaltar pela relação
temporal e temática com a edição do festival de 2002, a realização da exposição Sobras
+ Fotoformas em vários centros culturais e museus de diferentes países, a partir de 2001.
Anos mais tarde, a exposição Geraldo de Barros e a fotografia seria exibida no Instituto
Moreira Salles entre 2014 e 2015.
German Lorca foi o homenageado em 2008. A imagem escolhida, Menino
correndo - dupla exposição do negativo (1967), é destacada por seu vanguardismo no
texto do catálogo que também inclui Lorca entre "uma geração que introduziu a
modernidade na fotografia brasileira, ao lado de Thomaz Farkas e Geraldo de Barros".
Um possível paralelo pode ser encontrado na programação, com a retrospectiva brasileira
que celebrou o cinema experimental em mostra com curadoria de Carlos Adriano e
Bernardo Voborow. Considerando a circulação da obra de Lorca nos mundos da arte
nesse período, merece menção a realização de uma exposição individual Fotografia como
Memória, em 2007, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, parte de uma série de mostras
dedicadas ao trabalho do fotógrafo nas últimas décadas.
Em 2012, foi a vez de uma fotografia de Roberto Yoshida figurar na arte do É
Tudo Verdade. Dessa vez, a página de apresentação da arte de capa no catálogo,
apresentou uma imagem da ficha de sócio do Foto Clube Bandeirante de Yoshida,
ressaltando no texto a relação com os clubes e o papel dos mesmos para a prática
fotográfica no século XX. Outra informação relevante observada é a inclusão de citações
de Helouise Costa e Renato Rodrigues da Silva, curadores e autores do livro de 1995,
reeditado nos anos 2000, A fotografia moderna no Brasil (2004). A imagem selecionada,
Arranha-céus (1959), foi lançada no 18º Salão Internacional de Arte Fotográfica de São
Paulo em 1959 e, no mesmo ano, circulou como imagem de capa do número 114 do
Boletim do Foto Clube Bandeirante (1959). Em 2012, o texto do catálogo do É Tudo
Verdade assinalou a relação entre o caráter abstrato e de intervenção no real da imagem
com "a fronteira do documentário" presente no festival.
Haruo Ohara foi o homenageado de 2014, com a imagem Brincadeira no canteiro
de flores (1950) que retrata a filha do fotógrafo. O texto do catálogo ressalta a trajetória
de Ohara na fotografia, mencionando sua militância no fotoclubismo, particularmente a
fundação do Foto Cine Clube de Londrina, mas sem citar o Bandeirante, do qual o
fotógrafo também fez parte. Uma informação importante que passa a se fazer presente em
alguns catálogos mais recentes do festival, é a referência aos arquivos, no caso de Ohara,
o texto menciona a presença da coleção no Instituto Moreira Salles desde 2008.
A identidade visual da edição de 2019 assinada por Murilo Thaveira, Dimitri
Luppi Slavov e Tide Gugliano foi criada a partir da fotografia Por aqui passaram de
Eduardo Salvatore. Outro membro do Foto Cine Clube Bandeirante, Salvatore é figura de
destaque do clubismo e foi diretor do clube de 1943 a 1990 - portanto, no período de
realização dos festivais de cinema amador mencionados anteriormente. De acordo com o
texto assinado pela pesquisadora Marly Porto para o catálogo do evento, a foto teria sido
exposta pela primeira vez no 10º Salão Internacional de Arte Fotográfica de São Paulo
em 1951. Alguns anos depois, sob o título “Pegadas”, a fotografia teria sido novamente
exibida na 2ª Bienal de Arte de São Paulo.
A trajetória dessas imagens até sua incorporação à identidade visual do É Tudo
Verdade nos fala dos trajetos de fotografias transformadas em imagens de arquivo ao
serem guardadas, incorporadas aos arquivos audiovisuais e desarquivadas para ser
exibida em distintos contextos, entre eles o festival. Fala ainda de seu retorno à condição
de arquivo ao ganhar a forma de artefatos que sobrevivem ao momento efêmero dos
festivais como catálogos, cartazes e cadernos de programação, eles próprios depositados
em filmotecas e/ou cuidadosamente guardados seja pela direção do evento ou em coleções
pessoais de membros do público.
Se retorno ao espaço público no festival de documentários é parte de uma série de
reencontros e novos caminhos pelos mundos da arte, com a aquisição de coleções por
museus e institutos culturais e a realização de uma série de exposições diretamente ligadas
ao FCCB ou à fotografia moderna no Brasil, de que citamos apenas alguns exemplos
ligados às obras individuais dos fotógrafos homenageados pelo É Tudo Verdade. Vale
destacar, ainda, as exposições Foto Cine Clube Bandeirante: do arquivo à rede no MASP,
com curadoria de Rosângela Rennó, em 2015, e inaugurada em 2021, ainda em cartaz,
Brazilian modernist photography 1946-1964 no MoMA, nos Estados Unidos.
O entendimento do caso específico do festival encontra eco nesse movimento
mais amplo de passagem das fotografias aos mundos da arte e do crescimento das
pesquisas historiográficas sobre as imagens fotográficas em geral, e sobre a fotografia
brasileira moderna, em particular. Lucas Menezes (2018) analisa esses processos de
institucionalização que ajudaram a estabelecer, nas últimas décadas, uma geração de
fotógrafos amadores brasileiros ligados ao clubismo, destacando nesse caso, o papel das
exposições de arte e a entrada da fotografia nos circuitos artísticos dos museus e galerias.
As exposições e publicações sobre a fotografia moderna e o Foto Cine Clube
Bandeirante realizadas nesse período ofereceram uma maior visibilidade para os acervos,
sendo importante para a sua legitimação. Essas conexões nos remetem ao passado das
imagens e dos festivais, mas também aos processos de valorização da fotografia nas
últimas décadas, que envolve, por um lado, o reconhecimento como arte e a incorporação
aos circuitos artísticos, e por outro, a valorização de seu caráter documental. A presença
da fotografia no É Tudo Verdade levanta um debate sobre o estatuto dessas imagens, entre
documento e arte. Essa ambiguidade das imagens fotográficas remete à própria condição
do documentário e seu crescimento nos últimos anos, entre a exploração de seus aspectos
criativos e das fronteiras com a ficção, e seu valor documental, histórico e político,
relações que atravessam a história do É Tudo Verdade.
Ligando passado e presente, a presença das fotografias do Bandeirante no festival,
conectam de alguma forma, como o rastro deixado pelas pegadas da imagem de Salvatore,
a história do É Tudo Verdade, aos primeiros festivais de cinema amador, nos lembrando
das redes que ligam as práticas cinematográficas e fotográficas à cultura visual, ao longo
de sua história, conexões que ainda estão por ser plenamente exploradas em pesquisas
futuras.

Referências

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