Plano Diretor Participativo Do Município de Porto Velho - Lei - Complementar - N. - 838 - de - 04.02.2021

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ESTADO DE RONDÔNIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO

SECRETARIA GERAL DE GOVERNO - SGG


LEI COMPLEMENTAR N° 838 , DE 04 DE FEVEREIRO DE 2021.

“Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do


Município de Porto Velho.”

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO,


usando da atribuição que lhe é conferida no inciso IV do artigo
87, da Lei Orgânica do Município de Porto Velho,

FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO


VELHO aprovou e eu sanciono a seguinte:

LEI COMPLEMENTAR:

TÍTULO I
DA POLÍTICA URBANA E TERRITORIAL DO
MUNICÍPIO DE PORTO VELHO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1° Esta Lei Complementar institui o Plano Diretor


Participativo do Município de Porto Velho, aprova o processo
de revisão do Plano instituído pela Lei Complementar nº 311,
de 30 de junho de 2008 e disciplina a Política Urbana e
Territorial do Município de Porto Velho.

Art. 2° A presente revisão do Plano Diretor é fruto de processo


democrático, contando com oficinas comunitárias, oficinas
técnicas, audiências públicas, reuniões técnicas e setoriais e
Conferência da Cidade, tendo sido organizada pelo Poder
Executivo Municipal com participação do Conselho Municipal
da Cidade (CONCIDADE), da Sociedade Civil, da população
de todos os Distritos do Município e acompanhada pelo Poder
Legislativo Municipal e Ministério Público Estadual.

Parágrafo único. A memória do processo de revisão do Plano


Diretor conduzido pela Equipe Técnica Municipal instituída
para essa finalidade está registrada em documentos produzidos
ao longo de mais de quinze meses de trabalho, que subsidiaram
a elaboração deste Plano Diretor e da legislação urbanística
complementar, em especial:

I – Diagnóstico Consolidado;
II – Diretrizes e Propostas Consolidadas;
III – Relatórios das Oficinas Comunitárias;
IV – Atas das Audiências Públicas.

Art. 3° A Política Urbana e Territorial do Município de Porto


Velho é regida pela Constituição Federal de 1988, pela Lei nº
10.257/2001 (Estatuto da Cidade), pelos artigos 144 a 148 da
Lei Orgânica do Município e por este Plano Diretor.

§ 1º O Plano Diretor se estrutura em torno dos compromissos


do Município de Porto Velho com a preservação do Bioma
Amazônia e da floresta em pé, com a valorização da
diversidade étnica e cultural no território municipal e com a
construção de alternativas sustentáveis para o desenvolvimento
urbano.
§ 2º O Plano Diretor está em consonância com os marcos
legais brasileiros das políticas urbana e ambiental e acordos
internacionais dos quais o Brasil é signatário.

§ 3º O Plano Diretor busca, ainda, incorporar temas emergentes


da agenda urbana nacional.

Art. 4° A Política Urbana e Territorial do Município de Porto


Velho expressa neste Plano Diretor compreende:

I – Estratégias de longo prazo para orientar as políticas


públicas em prol da efetivação de um cenário de
sustentabilidade para Porto Velho;

II – Diretrizes temáticas para orientação de políticas públicas e


ações de agentes públicos e privados que incidem direta ou
indiretamente na estruturação do território e do espaço urbano,
que devem ser consideradas na elaboração dos instrumentos de
planejamento orçamentário do Município;

III – Aperfeiçoamento e consolidação do Sistema Municipal de


Planejamento Urbano e Territorial, disciplinados no Título II
deste Plano Diretor;

IV – Definição de regras de ordenamento do território


municipal, disciplinadas nos Títulos III e IV deste Plano
Diretor que tratam, respectivamente, do ordenamento do
território municipal e dos instrumentos de política urbana.

Parágrafo único. Além do disposto neste Plano Diretor, a


Política Urbana e Territorial de Porto Velho se estende ao
disciplinamento da legislação urbanística, em especial do
Parcelamento do Solo Urbano, do Uso e da Ocupação do Solo
Urbano e do Código de Obras e Edificações.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 5° Na consecução dos objetivos fundamentais da


República expressos no artigo 3º da Constituição Federal de
1988, este Plano Diretor tem como princípios a serem
observados na execução da Política Urbana e Territorial de
Porto Velho, bem como na sua interpretação e na da legislação
urbanística dela decorrente:

I – A preservação e valorização da Floresta Amazônica como


direito de todas e todos, para as presentes e futuras gerações;
II – O direito à cidade sustentável em harmonia com a
preservação da Floresta Amazônica;
III – A função social da cidade;
IV – A função social da propriedade urbana;
V – A função social da propriedade rural;
VI – A inclusão territorial;
VII – A justiça socioambiental;
VIII – A gestão democrática da cidade

Art. 6º A preservação e valorização da Floresta Amazônica,


entendido como o asseguramento às comunidades tradicionais
da manutenção de seus modos de vida e práticas culturais,
visando o estímulo a alternativas sustentáveis para o
aproveitamento econômico da floresta.

Art. 7° O direito à cidade sustentável para todas e todos,


entendido como a garantia das condições para que o
desenvolvimento municipal seja socialmente inclusivo,
ambientalmente equilibrado e economicamente justo, visa à
qualidade, manutenção e permanência dos meios de
sustentação da vida para a presente e as futuras gerações, com a
prevalência da inclusão territorial e da redução das
desigualdades sociais.
Art. 8º A função social da cidade se cumpre pela realização de
medidas que visem assegurar que os moradores das áreas
urbanas de Porto Velho tenham acesso à terra urbanizada, ao
saneamento básico, à moradia digna, aos serviços e
equipamentos públicos, à mobilidade urbana com
acessibilidade, aos bens culturais e ambientais preservados,
considerando ainda a manutenção da interação positiva entre
áreas urbanas, áreas rurais e a Floresta.

Art. 9° Cumpre-se a função social da propriedade urbana


quando esta atende às diretrizes da política urbana e às
exigências para a organização do território expressas neste
Plano Diretor e nas leis complementares que a
operacionalizam, em especial as diretrizes e critérios de
aproveitamento do solo estabelecidos para a Macrozona
Urbana e para cada Zona Urbana.

Art. 10. A função social da propriedade rural compreende a


priorização do aproveitamento econômico da terra, orientado
ao suprimento das demandas essenciais da população; à busca
das condições de qualidade de vida; à inserção econômica e à
permanência da produtora ou produtor familiar e das
comunidades tradicionais em seu território e a observância às
condicionantes ambientais e legais do uso e ocupação da terra,
nos termos da legislação específica.

Parágrafo único. Cumpre-se a função social da propriedade


rural quando esta atende ao disposto no artigo 186 da
Constituição Federal de 1988 e nas estratégias e exigências
para a organização do território de Porto Velho expressas neste
Plano Diretor.

Art. 11. A promoção da inclusão territorial se dá pela


facilitação de acesso à terra urbanizada à parcela mais pobre da
população, cabendo ao Poder Público, por meio da implantação
das propostas do Plano Diretor e de políticas de atenção ao
cidadão e cidadã carentes, combater a especulação fundiária, a
dispersão da urbanização e a degradação ambiental.

Art. 12. A justiça socioambiental se dá pela promoção de ações


para mitigação de conflitos que se estabeleçam em função das
pressões exercidas pela prática do desmatamento ilegal, pelo
emprego de modelos de aproveitamento econômico da terra
que se oponham à conservação dos recursos naturais, à
proteção de comunidades tradicionais e à produção de menor
escala familiar, artesanal ou orgânica.

Parágrafo único. As ações de mitigação previstas no caput


deste artigo podem incluir o estímulo ao estabelecimento de
estruturas produtivas orientadas pela sustentabilidade, a
valorização da sóciobiodiversidade e o acesso aos recursos
necessários para o fortalecimento das cadeias produtivas das
populações tradicionais e familiares, que são alternativas
capazes de gerar renda e fomentar o mercado local, atenuando
as tensões e conflitos.
Art. 13. A gestão democrática da cidade tem por objetivo
garantir a participação da sociedade na implementação da
política urbana, desde a concepção de planos, programas e
projetos até a sua execução e acompanhamento.

CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS

Art. 14. São objetivos da política urbana e territorial do


Município de Porto Velho:

I – Promover a gestão ambiental integrada do território a partir


de uma agenda que considere o clima urbano e as situações
climáticas extremas, o saneamento básico, a habitação, a
mobilidade, a economia criativa e solidária e que valorize a
sociobiodiversidade;

II – Preservar as águas do Rio Madeira, seus afluentes,


nascentes e igarapés, trazendo integração entre o homem e
natureza nos contextos urbanísticos;

III – Valorizar a diversidade cultural e étnica presentes no


Município de Porto Velho, que se expressa por meio de
diferentes formas de apropriação do território, modos de morar,
manifestações artísticas, culinária, festivas, entre outras;

IV – Fortalecer o papel do Município de Porto Velho como


polo logístico regional, inclusive com a expansão de suas
atividades portuárias, observando as condições socioambientais
e territoriais existentes;

V – Fortalecer cadeias produtivas que envolvam assentamentos


rurais, povos indígenas, comunidades tradicionais e produtores
familiares, incluindo apoio aos processos produtivos,
articulação de parceiros privados e públicos, captação de
recursos, escoamento da produção e outras medidas;

VI – Promover a integração territorial dos Distritos por meio da


melhoria do sistema de transportes rodoviário e estruturação de
alternativas adequadas de transporte hidroviário dirigidas às
populações ribeirinhas, em especial na Região do Baixo
Madeira;

VII – Promover a melhoria da mobilidade nos Distritos e no


Distrito sede, por meio da elaboração do Plano de Mobilidade
em compatibilidade com as estratégias e diretrizes deste Plano
Diretor;

VIII – Universalizar o acesso aos serviços públicos de


saneamento básico, reconhecendo diversidades presentes no
território municipal e adotando tecnologias tradicionais e
alternativas adequadas ao contexto local;

IX – Restringir a expansão urbana do Distrito Sede, limitando


o perímetro urbano às áreas já urbanizadas e permitir a
expansão da cidade de Porto Velho sobre a margem esquerda
do Rio Madeira desde que orientado para implantação de
grandes empreendimentos habitacionais, hoteleiros e
comerciais verticais, sendo de exclusiva responsabilidade dos
empreendedores a instalação de toda infraestrutura urbana
conforme diretrizes e lei própria do município.

X – Adotar padrões urbanísticos compatíveis com a proteção


dos igarapés que permeiam as áreas urbanas, no Distrito Sede e
nos Distritos, de forma a contribuir para valorizá-los na
paisagem;

XI – Promover a interação da cidade com o Rio Madeira,


adotando soluções urbanísticas que contribuam para maior
presença do rio na vida dos moradores de Porto Velho;

XII – Identificar e salvaguardar as edificações e espaços


públicos que se configuram como registros materiais da
história e da memória de Porto Velho, em especial aqueles
situados nos bairros mais antigos e que pela proximidade de
localização podem ser entendidos como conjunto de interesse
histórico, cultural e paisagístico;

XIII – Qualificar os espaços públicos no Distrito Sede e demais


Distritos, bem como fomentar a criação de novos espaços, de
maneira a promover a cidadania por meio de ações continuadas
que resultem em melhores condições de conforto ambiental
urbano, mais segurança no uso da cidade e priorização dos
modos de circulação não motorizados, valorizando, assim, a
cidade para as pessoas;

XIV – Promover, também por meio da qualificação de espaços


públicos, uma cidade mais segura e inclusiva, em especial para
pessoas com deficiências, mulheres, jovens, crianças, pessoas
idosas e outras populações vulneráveis;

XV – Aprimorar o atual sistema de planejamento e gestão


municipal e urbana de modo a também englobar a
compreensão de dinâmicas sociais e econômicas em todo
território municipal;

XVI – Dar efetividade às diretrizes, programas e ações deste


Plano Diretor ou dele decorrentes por meio de sua
incorporação no Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentário Anual (LOA).

CAPÍTULO IV
DAS ESTRATÉGIAS

Art. 15. A sustentabilidade do Município, promovida pelas


políticas públicas e pela atuação de todos os agentes que
incidem na estruturação do território municipal e, em especial,
nas áreas urbanas, será orientada pelas seguintes estratégias de
longo prazo:

I – Cidade com a Floresta e as Águas;


II – Controle da Dispersão Urbana;
III – Pertencimento e Identidade;
IV – Modernização da Gestão Urbana;
V – Presença do Setor Público nos Distritos.

Art. 16. A estratégia Cidade com a Floresta e as Águas tem por


objetivos:

I – Promover a qualidade das águas dos rios e dos igarapés;

II – Implementar políticas de desenvolvimento local


comprometidas com a preservação do Bioma Amazônia;

III – Induzir o desenvolvimento urbano segundo padrões que


privilegiem posturas compreensivas do território, do regime
hídrico de rios e igarapés, que conduzam a uma cidade melhor
adaptada ao meio em que está inserida e que conviva de modo
saudável com a floresta e com as águas.

Art. 17. A estratégia Cidade com a Floresta e as Águas se


desenvolve por meio das seguintes iniciativas:

I – Desmatamento ilegal zero, com iniciativas de combate ao


desmatamento ilegal conjugadas com incentivos ao
cumprimento da regularidade ambiental das propriedades
rurais, que compreendem a recuperação de Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal e a conectividade
entre elas e entre áreas protegidas, como Unidades de
Conservação e Terras Indígenas, além da regulação do manejo
florestal sustentável madeireiro e não madeireiro;

II – Incentivo à agricultura familiar e ao extrativismo através


da priorização, sobretudo nas várzeas do Rio Madeira, de
políticas de produção agroflorestal que valorizem a
sóciobiodiversidade local e que favoreçam a reprodução dos
modos de vida rurais e ribeirinhos, garantindo a geração de
renda com atividades sustentáveis para essa população;

III – Valorização da relação cidade-rio a partir da


implementação de projetos e ações ao longo da orla do Rio de
Madeira que possibilitem maior incorporação e valorização do
Rio como elemento simbólico, assim como de todo o
patrimônio natural e ferroviário existente;

IV – Proteção dos igarapés a partir de sua compreensão como


elementos essenciais para a qualificação urbana e ambiental de
Porto Velho, devendo ser protegidos por meio da preservação e
recuperação de suas Áreas de Preservação Permanente,
restrições à intensificação da ocupação urbana nas
proximidades e implantação do sistema de saneamento básico;

V – Ampliação da arborização urbana com continuação e


ampliação do programa de arborização desenvolvido pelo
Município, buscando sempre integração com outras ações de
qualificação das vias públicas a partir de projetos paisagísticos
e de desenho urbano e a melhor adaptação da cidade às
condições climáticas locais.

VI – Porto Velho Resiliente, com adoção de medidas de


compensação, mitigação, adaptação e redução de riscos frente
aos eventos climáticos que afetam com gravidade o território
do Município de Porto Velho, em especial enxurradas, erosões
e inundações, considerando, entre outros, estudos realizados
pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM),
pelo Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), as
determinações do Plano de Contingência do Município e os
comandos da Política Municipal de Mudanças Climáticas,
Serviços Ambientais e Biodiversidade do Município.

Art. 18. A estratégia Controle da Dispersão Urbana tem por


objetivos:

I – Reverter a tendência de dispersão urbana do Distrito Sede


de Porto Velho em diferentes direções;
II – Melhorar o aproveitamento das áreas já urbanizadas, da
infraestrutura e dos serviços urbanos;
III – Evitar deseconomias e aumento dos custos de manutenção
da cidade, contribuindo para promoção do desejado cenário de
sustentabilidade.

Art. 19. A estratégia Controle da Dispersão Urbana se


desenvolve por meio das seguintes iniciativas:

I – Redução das áreas aptas à urbanização e congelamento do


perímetro urbano, com instituição por este Plano Diretor de
novo perímetro urbano definido a partir da análise da
urbanização existente, das estimativas de crescimento
populacional e da dinâmica urbana de Porto Velho, já incluindo
as glebas passíveis de parcelamento para fins urbanos;
II – Possibilitar a expansão da urbanização da margem
esquerda do Rio Madeira, definindo uma poligonal com
elaboração de lei específica o qual disciplinará a forma de
ocupação, com adoção de mecanismos de monitoramento da
margem esquerda, em articulação do Município com órgãos
estaduais ou federais competentes para impedir a abertura de
urbanização de forma desordenada;
III – A Reocupação de terrenos vazios, imóveis subutilizados e
construções abandonadas ou em ruínas, com implementação de
instrumentos urbanísticos e jurídicos que induzam sua
ocupação, utilização ou recuperação, de acordo com as
orientações do zoneamento urbano instituído por este Plano
Diretor;

IV – Qualificação da infraestrutura do Distrito Sede, com


implantação de infraestrutura de saneamento básico, praças,
calçadas, arborização, iluminação, ciclovias e outros elementos
que contribuam para que bairros de urbanização mais antiga
retomem atratividade, induzindo a cidade a se desenvolver
sobre ela mesmo.
Art. 20. A estratégia Pertencimento e Identidade tem por
objetivos:

I – Estimular a latente expectativa, em especial entre as


gerações mais novas nascidas e criadas em Porto Velho, de
qualificação dos espaços urbanos, de preservar a memória e
valores culturais;

II – Tornar a cidade mais vibrante.

Art. 21. A estratégia Pertencimento e Identidade se desenvolve


por meio das seguintes iniciativas:

I – Estruturação de uma política para o patrimônio histórico e


cultural de Porto Velho;

II – Reconhecimento do patrimônio local de interesse histórico


e cultural para além do conjunto da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré (EFMM) tombado pelo patrimônio nacional;

III – Elaboração de inventário de bens de interesse para


preservação e implementação de ações de sensibilização da
população para o patrimônio;

IV – Qualificação do ambiente construído, de espaços públicos


e de bens de interesse para preservação;

V – Orientações técnicas aos proprietários para reformas de


imóveis situados em área de interesse histórico e cultural;

VI – Fomento à economia criativa;

VII – Valorização dos povos indígenas e comunidades


tradicionais que fazem parte da história e da diversidade social
de Porto Velho, preservação de seus territórios e modos de vida
de suas populações, bem como a promoção de formas de
organização socioeconômicas sustentáveis e a salvaguarda de
suas identidades, memórias, saberes e expressões culturais;

VIII – Reconhecimento da presença ancestral indígena no


território de Porto Velho para a valorização da perspectiva
histórica e cultural como constituidora da memória e identidade
coletiva local.

Art. 22. A estratégia Modernização da Gestão Urbana tem por


objetivos:

I – Organizar a Administração Municipal para a


implementação deste Plano Diretor e da legislação urbanística
com ele atualizada;

II – Possibilitar ao Município exercer seu papel de indutor do


desenvolvimento urbano e enfrentar os grandes desafios de
Porto Velho por meio de uma gestão urbana mais eficiente; e

III – Prestar serviços públicos de melhor qualidade.

Art. 23. A estratégia Modernização da Gestão Urbana se


desenvolve a partir das seguintes iniciativas:

I – Sistema de Informações com aprimoramento das ações


desenvolvidas na organização das informações municipais
necessárias ao processo contínuo de planejamento urbano e
territorial, incluindo como medidas urgentes:

a) A atualização da base cartográfica georreferenciada do


Município;

b) A reunião de dados sobre o licenciamento urbanístico, sobre


assentamentos precários e a produção informal, sobre as obras
públicas, entre outros;

c) A integração do Sistema de Informações ao Cadastro


Técnico Multifinalitário que permita compatibilizar
informações dos diferentes setores da Prefeitura e também de
outras fontes.

II – Implementação do Plano Diretor com a constituição de


instância de acompanhamento da implementação do Plano
Diretor que conduza o trabalho de Monitoramento de ações e
que contribua para incorporação das diretrizes do Plano Diretor
nos programas municipais, de todos os setores da
administração, que incidam direta ou indiretamente na
estruturação do território e da cidade;

III – Valorização da atuação do Conselho Municipal da Cidade


como instância participativa, consultiva, na implementação do
Plano Diretor, efetivando o princípio da gestão democrática da
cidade.

Art. 24. A estratégia Presença do Setor Público nos Distritos


tem por objetivos:

I – Criar mecanismos para melhor compreensão dos processos


de formação dos Distritos e das condições de urbanização
existentes;

II – Viabilizar a positivação de parâmetros construtivos e de


ocupação do solo adequados à realidade de cada Distrito;

III – Melhorar as condições de moradia nos Núcleos Urbanos


dos Distritos.

Art. 25. A estratégia Presença do Setor Público nos Distritos se


desenvolve a partir das seguintes iniciativas:

I – Monitoramento dos Núcleos Urbanos dos Distritos com


aprimoramento da base de informações de cada núcleo urbano
com vistas a subsidiar planos específicos de uso e ocupação do
solo, quando for o caso, bem como a atuação do Município por
meio dos diferentes setores da administração pública;

II – Assistência técnica para melhorias habitacionais e redução


de riscos com estruturação de componente dirigido aos distritos
no âmbito do Programa Municipal de Assistência Técnica em
Habitação de Interesse Social, destinado à oferta de orientações
aos processos de autoconstrução, bem como para melhorias
habitacionais e redução de riscos associados tanto à localização
das edificações como às condições das construções.

Art. 26. Em atendimento ao § 1º do artigo 40 do Estatuto da


Cidade, a revisão do PPA, através de lei de revisão ou lei
específica, deverá incorporar, nas categorias de programas ou
de ações de programas já existentes, as estratégias e respectivas
iniciativas definidas neste Plano Diretor, respeitada a forma
instituída na Lei Municipal nº 2.470/2017 (Plano Plurianual –
PPA) e nas leis que a substituírem.

Parágrafo único. No caso de incorporação das estratégias e


suas iniciativas como ações de programas já existentes, a
inclusão poderá ser feita diretamente na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, quando envolver recursos do orçamento
municipal.

CAPÍTULO V
DAS DIRETRIZES TEMÁTICAS

Art. 27. As políticas públicas municipais, bem como quaisquer


ações implementadas por agentes públicos ou privados, que
incidem direta ou indiretamente na estruturação do território
municipal e em especial das áreas urbanas, devem estar
alinhadas com as diretrizes temáticas estabelecidas neste Plano
Diretor, organizadas nos seguintes temas:
I – Desenvolvimento Econômico Sustentável;
II – Meio Ambiente;
III – Clima Urbano e Mudanças Climáticas;
IV – Mobilidade e Acessibilidade Urbana e Territorial;
V – Saneamento Básico;
VI – Habitação;
VII – Patrimônio Histórico e Cultural.

Art. 28. São diretrizes para o tema Desenvolvimento


Econômico sustentável:

I – Elaborar o Plano de Desenvolvimento Econômico de Porto


Velho com vistas a fomentar a inovação, a economia criativa, a
pecuária intensiva, a agricultura de alto desempenho, a
capacidade logística do Município e outras potencialidades
para dinamização da economia local;

II – Promover políticas de desenvolvimento local de geração de


trabalho e renda e que se constituam em alternativas
sustentáveis baseadas no reconhecimento do território, arranjos
sociais existentes e ativos ambientais presentes no Município;

III – Estimular o desenvolvimento de cadeias produtivas


sustentáveis de produtos florestais madeireiros e não
madeireiros a fim de contribuir para a redução do
desmatamento, manutenção da floresta e de seus recursos
naturais;

IV – Fortalecer a produção rural familiar e de base


agroecológica por meio de apoio ao associativismo e ao
cooperativismo, à qualificação técnica e à estruturação de
estratégias de distribuição e comercialização dos produtos, com
especial atenção para a promoção da autonomia econômica das
mulheres ribeirinhas e de comunidades rurais;

V – Apoiar atividades rurais como aquicultura, agricultura,


psicultura e pecuária de alto desempenho de maneira
sustentável, respeitando o meio ambiente e as comunidades
rurais e os povos tradicionais;

VI – Apoiar o desenvolvimento do Turismo e Lazer de base


local;

VII – Desenvolver, em parceria com diferentes setores da


economia, programas de formação profissional dirigidos a
jovens e adultos residentes nos distritos;

VIII – Organizar o sistema de transporte hidroviário e


rodoviário para apoiar a produção rural e a consolidação de
cadeias produtivas;

IX – Estimular a adoção de instrumentos econômicos de


financiamento que possam contribuir para a preservação do
meio ambiente e do desenvolvimento rural sustentável, gerando
ganhos econômicos para o Município;

X – Estimular o aproveitamento econômico para o Município


do Porto Organizado, Terminais de uso privados e atividades
portuárias associadas;

XI – Fomentar a economia criativa, educacional ou cultural


alternativa em espaços públicos e privados ociosos na cidade;

XII – Estimular o intercâmbio entre a produção em Ciência e


Tecnologia (C&T) nas áreas de saúde e cosmética, como
aproveitamento dos recursos naturais da biodiversidade
amazônica;
XIII – Atualizar o Cadastro Imobiliário e revisar a Planta de
Valores Genéricos do Município de modo a aprimorar as bases
de cobrança do IPTU, ampliar a arrecadação municipal e
contribuir para melhoria das condições de prestação dos
serviços urbanos e realização de investimentos na cidade;

XIV – Regulamentar instrumentos urbanísticos de


financiamento do desenvolvimento urbano, consagrados no
Estatuto da Cidade, em especial a Outorga Onerosa do Direito
de Construir.

Art. 29. São diretrizes para o tema Meio Ambiente:

I – Adotar medidas de contenção ao desmatamento por meio da


fiscalização de atividades ilegais, da criação de novas Unidades
de Conservação quando adequado e do fomento a alternativas
sustentáveis de desenvolvimento nos distritos e localidades;

II – Aperfeiçoar os processos de trabalho relacionados ao


licenciamento, monitoramento e fiscalização ambiental, em
especial em áreas protegidas;

III – Valorizar a agricultura familiar e as comunidades


tradicionais para a conservação ambiental, estimulando a
produção sustentável e a geração de renda dos pequenos
produtores nos Distritos e na área rural;

IV – Apoiar a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e


planos de recuperação de áreas degradadas de produtores(as)
familiares;

V – Implementar o Plano Diretor de Arborização, instituído


pela Lei Complementar nº 590/2015 e suas alterações ou
substituição, de forma integrada com outras ações de
qualificação dos espaços urbanos e de melhoria do conforto
ambiental urbano, tais como intervenções sobre o sistema
viário, implantação de calçadas, renovação do sistema de
iluminação pública, implantação de parques e áreas verdes
entre outras;

VI – Desenvolver projetos de proteção das nascentes dos


igarapés, bem como de parques lineares ao longo deles, entre
outras medidas que favoreçam a proteção dos igarapés e sua
incorporação à cidade como elemento de qualificação do
espaço urbano;

VII – Instituir sistema de áreas verdes e espaços públicos que


condicione padrões de uso e ocupação do solo, que promova a
distribuição equilibrada desses espaços na cidade, prestigiando
a participação da população com plantio da gramados e arvores
intercaladas.

Art. 30. São diretrizes para o tema Clima Urbano e Mudanças


Climáticas:

I – Qualificar parâmetros de parcelamento, de uso e ocupação


do solo da Sede e dos Distritos, incluindo:

a) Diretrizes de recomendações em pontos específicas, nos


instrumentos de controle urbanístico, de acordo com os dados
climáticos do Município, visando a melhoria do clima urbano e
do conforto ambiental nas edificações;

b) orientação e afastamento das edificações de modo a


favorecer a ventilação e iluminação naturais, bem como a
captação e conversão mais apropriada da energia solar;

c) ampliação das áreas verdes e manutenção de áreas livres de


impermeabilização no interior dos lotes, de modo a contribuir
para a ampliação das áreas verdes na cidade e,
consequentemente, favorecer o conforto ambiental urbano.

II – Adotar diretrizes urbanísticas que favoreçam a qualificação


ambiental e da paisagem da cidade considerando aspectos tais
como: manutenção de áreas de vegetação nativa, recomposição
de matas ciliares, arborização viária com exemplares do bioma
local, ou, ainda, espelhos d`água em associação com soluções
para a drenagem e acomodação das cotas de cheias dos
recursos hídricos quando inseridos na área do empreendimento;

III – Incentivar a promoção do conforto ambiental e da


eficiência energética das edificações, tanto as novas como no
caso de reformas ou retrofits;

IV – Elaborar o Plano Municipal de Gestão da Energia Elétrica


(PLAMGE), instrumento norteador da Gestão Energética
Municipal (GEM) que contempla o conjunto de diretrizes
específicas, destinado principalmente:

a) ao estabelecimento de padrões de consumo, de


gerenciamento e de planejamento do uso da energia elétrica e a
adoção de ações de eficiência energética nos vários segmentos
(centros de consumo) do Município – sistema de iluminação
pública e prédios públicos;

b) À identificação e aplicação de medidas administrativas para


ampliação das ações de gestão e de eficiência no uso da energia
elétrica;

c) Ao incentivo da microgeração de energia elétrica, em


especial nos Núcleos Urbanos dos Distritos;

d) A promoção da gestão e do uso eficiente de energia elétrica


e a proposição de projetos de eficiência energética nas unidades
consumidoras pertencentes a Administração Municipal, em
especial no Distrito Sede.

V – Elaborar o Plano Diretor de Iluminação Pública (PDIP),


em complemento ao Plano Municipal de Gestão da Energia
Elétrica (PLAMGE) para determinação do conjunto de
diretrizes e normas gerais e específicas, destinado
principalmente a:

a) Orientar as atividades de implantação e expansão do sistema


de iluminação pública nos Distritos e no Distrito Sede;

b) Estabelecer critérios de elaboração de projetos eficientes,


levando em consideração conceitos de luminotécnica,
peculiaridades locais e princípios de eficiência energética;

c) Determinar os níveis adequados de desempenho funcional da


iluminação viária, em função das condições de tráfego e da
tipologia das vias.

VI – Ampliar a cobertura vegetal na área urbana, com a


arborização de vias, praças, com medidas que fazem a
minimização do desconforto térmico, relacionando-a, dessa
forma, diretamente com a redução do consumo de energia
elétrica;

VII – Desenvolver programas e projetos que contribuam para a


qualificação ambiental, direcionados principalmente para:

a) Recuperação de áreas degradadas e de matas ciliares dos rios


e igarapés;
b) Arborização urbana;
c) criação de parques lineares, praças municipais;
d) Manutenção da permeabilidade do solo;
VIII – Estimular a adoção, por cidadãos e iniciativa privada, de
práticas sustentáveis que acarretem benefícios para a
qualificação ambiental e redução de riscos no Município;

IX – Elaborar o Plano Municipal de Redução de Riscos


(PMRR) com vistas ao detalhamento de ações a serem
implementadas em áreas sujeitas a risco decorrente de impactos
de eventos naturais;

X – Promover ações de mitigação, adaptação e de redução de


riscos aos eventos climáticos, considerando o disposto na
Política Municipal de Mudanças Climáticas, Serviços
Ambientais e Biodiversidade e no Plano Municipal de Redução
de Riscos;

XI – Restringir o licenciamento de novas construções em áreas


sujeitas a inundações, enxurradas e erosões, de acordo com os
limites definidos na Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo
e disposições construtivas definidas no Código de Obras e
Edificações;

XII – Manter as condições necessárias para implementação do


Plano de Contingência do Município de Porto Velho.

Parágrafo único. As diretrizes estabelecidas neste artigo


deverão compor os aspectos a ser observados quando do
estabelecimento dos índices urbanísticos pelo Município de
Porto Velho, bem como pelos responsáveis técnicos de projetos
urbanísticos, de modo a respeitarem as normativas existentes
em relação às edificações.

Art. 31. São diretrizes para o tema Mobilidade e


Acessibilidade Urbana e territorial:

I – Buscar a ampla mobilidade de pessoas e deslocamento de


cargas pelo território municipal, visando garantir a qualidade
dos serviços, a segurança e a proteção à saúde de todos os
usuários, principalmente aqueles em condição de
vulnerabilidade social, além de contribuir para a mitigação das
mudanças climáticas;

II – Instituir a acessibilidade universal como diretriz básica


para todas as intervenções relacionadas ao sistema de
mobilidade, entendida como condição para utilização, com
segurança e autonomia, total ou assistida, dos componentes do
sistema de mobilidade urbana;

III – Classificar e hierarquizar o sistema viário, considerando o


uso do solo proposto e as diretrizes urbanísticas para ao
Macrozona Urbana e para os Núcleos Urbanos dos Distritos, no
que couber, com especial atenção aos relevantes usos não
residenciais geradores de impacto de vizinhança;

IV – Complementar, ajustar e melhorar o sistema viário em


especial nas áreas de urbanização incompleta, visando sua
estruturação, ligação interbairros e mitigação dos conflitos
entre pedestres e veículos;

V – Promover o adensamento populacional e construtivo, no


Distrito Sede, em áreas com boa oferta de transporte público
coletivo por meio da sua articulação com a regulação do uso e
ocupação do solo, incorporando no planejamento urbano e
gestão da cidade o conceito de Desenvolvimento Orientado ao
Transporte Sustentável (DOTS);

VI. Priorizar o transporte coletivo, os modos não motorizados,


em relação aos meios individuais motorizados;

VII – Empreender esforços para oferta de serviços de


transporte escolar rural e urbano acessíveis à população;
VIII – Promover os modos não motorizados como meio de
transporte urbano e escolar, em especial o uso de bicicletas, por
meio da criação de rede estrutural cicloviária em eixos de
centralidade, integrados aos sistemas de transporte coletivo;

IX – Promover o transporte de passageiros e de cargas por


meio do sistema hidroviário fluvial, na Região do Baixo
Madeira, em compatibilidade com a renda da população local;

X – Aprimorar o sistema de logística e cargas, de modo a


aumentar a sua eficiência, reduzindo custos e tempos de
deslocamento;

XI – Elaborar o Plano Municipal de Mobilidade de acordo com


os prazos e determinações estabelecidos pela legislação federal
que institui a política nacional de mobilidade urbana, deste
Plano Diretor e da legislação urbanística que o complementa;

XII – Articular as diferentes políticas e ações de mobilidade


urbana, abrangendo os três níveis da federação e seus
respectivos órgãos técnicos;

XIII – Promover transportes coletivos seguros para toda


população e a integração tarifária, inclusive na hipótese de uso
de diferentes modos de transporte;

XIV – Promover ampla participação de setores da sociedade


civil em todas as fases do planejamento e gestão da mobilidade
urbana, de modo a subsidiar à Administração nas deliberações;

XV – Definir o Contorno Norte, e sua implantação, o Contorno


Sul, em estudo, as alças de mobilidade na zona norte, ligação
da estrada do Belmont com a RO 005, como sistema viário
efetivamente perimetral, interligado à malha urbana apenas por
vias estruturais e, portanto, sem conexões com vias locais,
coletoras ou arteriais, de forma a conter a possibilidade de
espraiamento urbano e favorecer o deslocamento de cargas
junto ao distrito sede;

XVI – Orientar o maior adensamento do solo urbano e


conceder incentivos aos usos mistos prioritariamente ao longo
de vias arteriais, além da Avenida Jorge Teixeira, de forma
articulada com o sistema de transporte coletivo e com
intervenções de qualificação paisagística das vias, inclusive
arborização urbana;

XVII – Priorizar a indução à ocupação de terrenos vazios e


imóveis subutilizados, de forma legal, em conformidade com o
código civil brasileiro, sobretudo nas áreas de influência do
sistema viário arterial, como forma de otimização da
infraestrutura existente;

XVIII – Instituir leis de alinhamento viário e utilizar incentivos


para doação de áreas visando o alargamento do sistema viário,
a partir de parâmetros construtivos vinculados ao lote, que
possibilitem, quando necessário, o alargamento de calçadas e a
implantação de corredores de transporte;

XIX – Elaborar programa de incentivo à mobilidade ativa que


inclua:

a) Sistema de rotas acessíveis com tratamento adequado de


calçadas e implantação de ciclovias, por meio de projetos
integradores que qualifiquem os espaços públicos e contribuam
para aumentar o sentimento de pertencimento da população à
cidade;

b) Critérios técnicos para alargamento de calçadas, quando da


construção ou reforma de edificações, através da doação de
parte dos alinhamentos frontais dos lotes, incluindo
padronização de larguras, materiais de revestimento,
declividades e competência de gestão e responsabilidades;

c) Medidas para promoção de fachadas ativas;

d) Possibilidades de termos de cooperação entre o poder


público e agentes privados para a qualificação e manutenção do
espaço público;

e) Estudos técnicos e obras de implantação de ciclovias.

XX – Buscar alternativas de adaptação da frota do transporte


coletivo público urbano, visando à redução de emissão de gases
de efeito estufa, da poluição sonora e da utilização de
combustíveis fósseis, bem como condições adequadas de
acessibilidade;

XXI – Adotar critérios e medidas para desestimular o uso do


transporte individual;

XXII – Instituir a contribuição de melhoria como mecanismo


complementar de financiamento para a implantação de projetos
viários e de qualificação dos espaços públicos;

XXIII – Implantar sistemas de sinalização vertical e horizontal


em todo o município, com prioridade aos acessos aos distritos e
ao longo do trecho urbano da BR-364.

Art. 32. São diretrizes para o tema Saneamento Básico:

I – Universalizar os serviços públicos de saneamento básico,


com equidade, regularidade e qualidade, considerando a
possibilidade de utilização de tecnologias seguras e
ambientalmente adequadas, adaptadas às realidades locais, e,
ainda, a capacidade de investimento do Município e de
pagamento dos usuários, com adoção de medidas graduais e
progressivas;

II – Elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico


(PMSB), abarcando os serviços de abastecimento de água
potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
e respectivos planos e projetos

III – Elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada de


Resíduos Sólidos (PMGIRS);

IV – Considerar, nos planos e projetos de saneamento básico,


as situações de maior vulnerabilidade social, em especial das
famílias chefiadas por mulheres;

V – Considerar, nos planos e projetos de saneamento básico, os


cenários e projeções relativas aos efeitos das mudanças
climáticas;

VI – Orientar a expansão e adensamento urbanos segundo a


disponibilidade, atual e futura, de infraestrutura de saneamento
básico;

VII – Combater as perdas de água e estimular a racionalização


de seu consumo pelos usuários;

VIII – Compatibilizar a execução das redes de distribuição de


água, coleta de esgoto sanitário e drenagem pluvial com a
pavimentação das vias e calçadas, de modo a evitar a
realização de obras em duplicidade;

IX – Garantir a transparência dos serviços de saneamento


básico e a assegurar a confiança da população, por meio da
divulgação sobre a qualidade da água fornecida para consumo
humano pelo prestador público, entre outros;

X – Priorizar a separação absoluta dos esgotos domésticos e


das águas pluviais com a implantação de redes coletoras
diferenciadas;

XI – Promover soluções alternativas para o tratamento de


efluentes e de resíduos decorrentes de atividades agrícolas de
pequenos produtores rurais, em especial aqueles organizados
em núcleos familiares;

XII – Reservar áreas para serviços especiais, como disposição


final de resíduos sólidos, tratamento de esgotos domésticos e
outros, a serem definidas a partir de estudos técnicos
específicos;

XIII – Assegurar o cumprimento da responsabilidade dos


geradores de resíduos perigosos e não perigosos, que não sejam
equiparados aos resíduos domiciliares, conforme preconizado
no art. 20 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);

XIV – Assegurar o cumprimento da responsabilidade


compartilhada pelos resíduos sujeitos a logística reversa,
conforme preconizado no art. 33 da PNRS;

XV – Conceber de forma integrada instrumentos de prevenção,


minimização e gerenciamento de enchentes do Município,
considerando soluções de detenção ou retenção das águas
pluviais para o amortecimento de vazões de cheias;

XVI – Delimitar as planícies de inundação dos rios e igarapés a


fim de condicionar seu uso e ocupação, de acordo com a
probabilidade e a gravidade de ocorrência de cheias nas
respectivas bacias urbanas.

Art. 33. São diretrizes para o tema Habitação:

I – Observar a sustentabilidade, promover a melhoria e reduzir


riscos sobre as comunidades tradicionais ribeirinhas, por meio
de ações que contribuam para melhores condições sanitárias,
ambientais e de segurança das moradias, considerando a cota
máxima e medias de cheia registrada do Rio Madeira;

II – Complementar o mapeamento de moradias localizadas


dentro dos igarapés na área urbana do Distrito Sede, em suas
margens e em eventuais áreas de risco, para orientação de
programas de intervenção nessas áreas considerando as
especificidades de cada situação;

III – Utilizar, na implementação de programas de provisão de


moradias de interesse social, soluções que promovam o
aproveitamento de imóveis vazios na área de urbanização
consolidada, em áreas servidas por transporte público e
serviços sociais;

IV – Mapear os vazios urbanos e imóveis subaproveitados, na


área urbana no Distrito Sede, com potencial para utilização em
programas de habitação de interesse social;

V – Atualizar o Plano Municipal de Habitação e Regularização


Fundiária de Interesse Social;

VI – Prever atendimento preferencial às mulheres chefes de


família e mulheres em situação de violência doméstica que
estejam inseridas no serviço público de atendimento
psicossocial em programas de habitações de interesse social;

VII – Limitar o porte de loteamento ou conjuntos habitacionais


de interesse social a 300 unidades, bem como impedir a
contiguidade dos mesmos, de modo a evitar grandes
concentrações que configuram e reproduzem formas de
segregação social e urbana;

VIII – Regularizar os assentamentos precários de baixa renda,


em terras públicas ou privadas, por meio de projetos
urbanísticos que envolvam implantação de infraestrutura de
saneamento básico, qualificação de espaços públicos,
instalação de equipamentos sociais, assistência técnica para
melhorias habitacionais e apoio social, através do programa de
regularização fundiária;

IX – Criar Zonas de Especial Interesse Social (ZEIS) em áreas


de conjuntos habitacionais para conclusão e regularização de
obras paralisadas, promoção de medidas de integração dos
grandes conjuntos à cidade, ampliação da presença do poder
público municipal nesses espaços, implantação de serviços e
equipamentos sociais, qualificação dos espaços públicos
incluindo arborização, incentivo à instalação de comércios e
serviços, e apoio social à ocupação e para administração dos
condomínios;

X – Promover programa de ofertas de lotes urbanizados de


interesse social em vazios urbanos associado à prestação de
assistência técnica, em parceria com órgãos públicos, privados
e não governamentais, como forma de enfrentamento da
reprodução de loteamentos clandestinos e irregulares;

XI – Implementar programa de assistência técnica de habitação


de interesse social, em parceria com órgãos públicos, privados
e entidades não governamentais, que inclua:

a) Apoio a moradores de assentamentos precários de baixa


renda na área urbana do Distrito Sede;

b) Apoio à autogestão de grupos ou comunidades na produção


de habitação de interesse social, em especial em imóveis vazios
ou subutilizados;

c) Apoio a moradores dos Núcleos Urbanos dos Distritos para


orientação em processos construtivos, melhorias habitacionais
e redução de riscos nos assentamentos;

XII – Fortalecer a estrutura de fiscalização urbana para evitar


práticas de ocupação irregular do solo urbano, conciliando
ações preventivas com ações punitivas quando necessárias,
evitando-se a ocupação de áreas de preservação permanente, de
áreas de risco e da margem esquerda do rio Madeira;

XIII – Apoiar os órgãos competentes, nos processos de


regularização fundiária de pequenos assentamentos rurais ou
pequenos produtores rurais, orientando quanto à utilização
preferencial da Concessão do Direito Real de Uso (CDRU)
como alternativa transitória ao título definitivo.

Art. 34. São diretrizes para o tema Patrimônio Histórico e


Cultural:

I – Fomentar a produção, difusão e circulação de conhecimento


a respeito dos bens de valor histórico e cultural de Porto Velho,
incluindo os sítios arqueológicos, patrimônio construído,
natural, paisagístico e patrimônio imaterial;

II – Reforçar a compreensão do patrimônio histórico e cultural


como ativo valioso e a sua preservação como uma premissa do
Município para construção de cenários futuros;

III – Compreender o patrimônio histórico e cultural como


recurso não renovável a ser usado com cuidados e prudência
requeridos para sua adequada preservação;
IV – Reconhecer o patrimônio local de interesse histórico e
cultural para além do conjunto da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré (EFMM) tombado pelo patrimônio nacional;

V – Reconhecer e valorizar a diversidade étnica e cultural


presente no Município de Porto Velho, bem como a
importância da identidade cultural das comunidades indígenas,
de terreiros e ribeirinhas por meio da proteção de seus
territórios, saberes e modos de vida, de modo a contribuir para
o desenvolvimento sustentável;

VI – Respeitar a autodeterminação das populações indígenas


em relação as suas práticas socioculturais e modos de vida;

VII – Desenvolver projetos que favoreçam a reapropriação do


patrimônio histórico e cultural pela sociedade porto-velhense,
inclusive do conjunto tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) entre os galpões da
EFMM e a Igreja de Santo Antônio;

VIII – Estruturar a gestão do patrimônio histórico e cultural do


Município de Porto Velho de forma articulada com os órgãos
estadual e nacional que atuam no tema;

IX – Estimular parcerias entre os setores público e privado para


o financiamento de projetos e intervenções destinadas à
conservação dos bens de interesse histórico e cultural.

X – Inventariar os bens de interesse histórico e cultural que se


destacam na cidade de Porto Velho, em especial nos bairros
mais antigos, por seu valor histórico e cultural;

XI – Estabelecer critérios de uso e ocupação do solo


específicos para os bairros históricos de Porto Velho e/ou zonas
de interesse histórico e cultural que venham a ser delimitadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO
URBANO E TERRITORIAL

CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO E DOS OBJETIVOS

Art. 35. Integram o Sistema Municipal de Planejamento


Urbano e Territorial de Porto Velho:
I – O órgão municipal responsável pelo acompanhamento da
implementação do Plano Diretor;
II – O Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE), órgão
que exerce a função consultivo e propositivo.
III – Os órgãos municipais responsáveis pelo planejamento
urbano, gestão urbana, mobilidade urbana e meio ambiente;
IV – O Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de
Interesse Social e Urbanismo (FMHU).

Art. 36. São objetivos do Sistema Municipal de Planejamento


Urbano e Territorial de Porto Velho:

I – Monitorar a implementação do Plano Diretor e as dinâmicas


urbanas e territoriais do Município;
II – Promover o aperfeiçoamento institucional para garantir
processos contínuos e sistemáticos de monitoramento,
atualização e revisão do Plano Diretor;

III – Instituir mecanismos e práticas de participação da


sociedade na condução da política urbana;

IV – Garantir eficiência, eficácia e efetividade à gestão urbana


e territorial;
V – Organizar as bases de dados do Município, constituindo
um Sistema Municipal de Informações Urbanas e Territoriais.

Art. 37. Para fins de monitoramento da implementação do


Plano Diretor e da dinâmica urbana e territorial de Porto Velho,
o Município deverá realizar, dentro de programação
previamente estipulada pelo Chefe do Poder Executivo
Municipal, o Relatório Anual de Acompanhamento do Plano
Diretor, com dados e análises sobre as seguintes informações e
indicadores:

I – Balanço da situação de implementação das diretrizes,


programas, projetos e ações previstos no Plano Diretor;

II – Tipo e montante dos investimentos realizados na


implementação das propostas do Plano Diretor;

III – Total de loteamentos e condomínios de lotes para fins


urbanos aprovados no ano anterior, com indicação de área total,
número de lotes e localização;

IV – Total de unidades e de área construída licenciadas,


residencial e não residencial, na Macrozona Urbana no ano
anterior;

V – Total de unidades e de área construída, residencial e não


residencial, na Macrozona Urbana, que receberam "habite-se"
no ano anterior;

VI – Total de unidades e de área construída, residencial e não


residencial, na Macrozona Urbana, regularizadas no ano
anterior;

VII – Total de unidades de habitação de interesse social


produzidas no ano anterior;

VIII – Relação de empreendimentos aprovados no ano anterior


que foram objeto de Estudo de Impacto de Vizinhança;

IX – Relação de empreendimentos aprovados no ano anterior


que foram objeto de Relatório de Impacto sobre o Tráfego
(RIT);

X – Relação de empreendimentos aprovados no ano anterior


que foram objeto de Estudo de Impacto Ambiental ou outros
estudos definidos pelo órgão ambiental competente;

XI – Total de unidades imobiliárias residenciais e não


residenciais transacionadas na área urbana no ano anterior, de
acordo com dados do cadastro do ITBI (Imposto sobre a
Transmissão de Bens Imóveis);

XII – Total de estabelecimentos ativos na área urbana por


grupos de atividades, de acordo com o cadastro do ISSQN
(Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza);

XIII – Relação de empreendimentos licenciados com Outorga


Onerosa do Direito de Construir e valor total das
contrapartidas;

XIV – Quantidades de assistência técnica realizada no ano


anterior;

XV – Outras informações consideradas relevantes.

§ 1º O conteúdo do Relatório Anual de Acompanhamento do


Plano Diretor será apresentado ao Conselho da Cidade na
reunião subsequente à sua publicação.
§ 2º A partir dos resultados do Relatório Anual de
Acompanhamento do Plano Diretor, o Conselho da Cidade
poderá indicar priorizações e/ou ajustes a serem incorporados
no PPA, na LDO e na LOA.

CAPÍTULO II
DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE
ACOMPANHAMENTO DO PLANO DIRETOR

Art. 38. A Conferência Municipal de Acompanhamento do


Plano Diretor é um fórum de participação direta da sociedade
para discussão, avaliação, preposições a implantação da
política urbana e territorial.

Parágrafo único. Além das atribuições do caput deste artigo,


compete à Conferência:
I – Eleger as entidades da sociedade civil que terão assento no
CONCIDADE;
II – Analisar os Relatórios Anuais de Acompanhamento do
Plano Diretor.

Art. 39. A Conferência Municipal de Acompanhamento do


Plano Diretor será convocada e se reunirá a cada dois anos, no
segundo semestre dos anos ímpares.

§ 1º A organização da Conferência Municipal de


Acompanhamento do Plano Diretor é responsabilidade do
Poder Executivo Municipal, com monitoramento e controle
social pelo CONCIDADE.

§ 2º A convocação da Conferência Municipal de


Acompanhamento do Plano Diretor se fará mediante
publicação de Edital nas mídias utilizadas para publicação de
atos do Poder Executivo Municipal.

§ 3º O Edital de convocação deverá ser publicado com


antecedência mínima de 15 (quinze) dias, devendo conter local,
data e hora, objetivos gerais e específicos, pauta das atividades,
forma de participação e a proposta de Regimento Interno a ser
aprovada no início da Conferência.

§ 4º Além da forma de convocação da Conferência prevista no


parágrafo anterior, o Poder Executivo Municipal deverá
divulgá-la por outros meios de comunicação com a sociedade,
visando à efetiva participação dos munícipes.

CAPÍTULO III
DO CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE
(CONCIDADE)

Art. 40. O Conselho Municipal da Cidade é órgão colegiado de


apreciação e consulta do Sistema de Planejamento Urbano e
Territorial, com representação do governo municipal e dos
diversos setores da sociedade civil, com funções de caráter
prepositivo, consultivo e fiscalizador, tendo como objetivos:

I – Criar canais de participação da sociedade na gestão


municipal;

II – Orientar o Poder Executivo quanto a medidas a serem


tomadas para implementação da Política Urbana Municipal
expressa no Plano Diretor e na Legislação Urbanística;

III – Opinar, propor quanto às matérias da Política Urbana que


dependam de análise técnica, nos termos deste Plano Diretor;

IV – Fiscalizar as ações de implementação do Plano Diretor.

Art. 41. Compete ao Conselho Municipal da Cidade:


I – Receber e encaminhar para discussão matérias da sua área
de atuação, oriundas de setores da sociedade que sejam de
interesse público e coletivo;

II – Promover debates sobre temas de interesse coletivo


relativos à sua área de atuação;

III – Orientar o Poder Executivo quanto a medidas a serem


tomadas para implementação da Política Urbana Municipal
expressa no Plano Diretor e na Legislação Urbanística;

IV – Propor ao Executivo a elaboração de estudos sobre


questões relevantes para a promoção do desenvolvimento
urbano e ambiental de Porto Velho;

V – Solicitar a realização de Audiências Públicas relativas a


temas de sua área de atuação;

VI – Monitorar a organização da Conferência Municipal de


Acompanhamento do Plano Diretor;

VII – Acompanhar a revisão do Plano Diretor e da legislação


urbanística
VIII – Zelar pela integração de políticas setoriais que tenham
relação com o desenvolvimento urbano e ambiental do
Município;

IX – Propor, apreciar e opinar sobre a formulação de políticas,


do Plano Diretor, programas e projetos relativos ao
desenvolvimento urbano e ambiental do Município, bem como
sobre a complementação, ajustes e alterações do Plano Diretor;

X – Estabelecer prioridades para a elaboração do programa de


trabalho anual do Fundo Municipal de Habitação de Interesse
Social e Urbanismo (FMHU);

XI – Analisar propostas de Operações Urbanas Consorciadas;

XII – Opinar sobre os assuntos previstos no artigo 137 §3º


deste Plano Diretor.

Art. 42. O Conselho Municipal da Cidade será definido em lei


específica, garantida a paridade entre membros integrantes do
poder público, conselhos de classe, Instituição de ensino
superior, e integrantes da sociedade civil organizada.

§ 1º A representação do Poder Executivo Municipal constante,


deverá ser composta, no mínimo, por representantes das
seguintes áreas:

a) Planejamento e desenvolvimento urbano;


b) Habitação e/ou regularização fundiária;
c) Meio ambiente;
d) Transporte e/ou mobilidade urbana;
e) Infraestrutura urbana.

§ 2º A escolha das Entidades da Sociedade Civil Organizada a


terem assento no Conselho da Cidade será feita por seus pares
durante a solenidade própria a ser organizada pelo Poder
Executivo Municipal para um mandato de dois (02) anos.

§ 3º Caberá ao poder executivo e legislativo definir o novo


número de membros titulares e seus suplentes no Conselho
Municipal da Cidade, para a próxima renovação.

Art. 43. O Executivo Municipal assegurará a organização e


funcionamento do Conselho Municipal da Cidade fornecendo
os meios necessários para a sua instalação e funcionamento
com dotações orçamentárias do órgão municipal responsável
pelo planejamento urbano.
§ 1º A presidência do CONCIDADE será exercida pelo titular
ou adjunto do órgão responsável pelo planejamento e gestão
urbana ou regularização fundiária;

§ 2º Ato do Chefe do Poder Executivo Municipal


regulamentará o funcionamento do CONCIDADE.

Art. 44. O CONCIDADE deverá acompanhar e informar as


políticas seguidas pelo plano diretor à população residente nos
Distritos, Núcleos Urbanos ou localidades do Município.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES
URBANAS E TERRITORIAIS

Art. 45. O Sistema Municipal de Informações Urbanas e


Territoriais será constituído a partir de base cartográfica digital
georreferenciada do Município, contemplando
progressivamente a integração das diversas bases de dados da
Prefeitura para constituição do Cadastro Técnico
Multifinalitário Municipal, a ser utilizado no planejamento e
gestão por todos os setores da Administração e como
ferramenta de transparência das informações municipais.

Parágrafo único. A atualização da base cartográfica


georreferenciada é ação prioritária para qualificação da gestão
urbana e territorial.

Art. 46. O Sistema Municipal de Informações Urbanas e


Territoriais conterá os seguintes dados:

I – Macrozoneamento Municipal e Zoneamento Urbano;

II – Bairros legalmente delimitados;

III – Unidades de Conservação (UCs) instituídas;

IV – Áreas de Preservação Permanente (APPs) e outras áreas


protegidas por legislação específica;

V – Novos parcelamentos aprovados, de modo a garantir


atualização constante da base cartográfica georreferenciada do
Município;

VI – Assentamentos precários de baixa renda eventualmente


não demarcados como Zonas de Especial Interesse Social
(ZEIS);

VII – Áreas sujeitas a inundação, deslizamentos e outros riscos;


utilizando dados cheia máxima e media.

VIII – Bens tombados, preservados ou de interesse para


preservação de acordo com inventário a ser elaborado pelo
Município;

IX – Terrenos vazios na Macrozona Urbana;

X – Unidades de ensino e de saúde, praças e parques, centros


de referência de assistência social (CRAS), unidades policiais
de atendimento, entre outros;

XI – Hierarquia viária;

XII – Trajetos das linhas de ônibus do Município;

XIII – Uso e cobertura do solo na área rural;

XIV – Informações validadas do Cadastro Ambiental Rural


(CAR);
XV – Outras informações relevantes para a gestão urbana e
territorial.

TÍTULO III
DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DO
MACROZONEAMENTO

Art. 47. O Macrozoneamento abrange integralmente o


território municipal e estabelece Macrozonas e Áreas Especiais
com objetivo de orientar a política urbana e o desenvolvimento
local.

§ 1º As Macrozonas são delimitadas por polígonos que


estabelecem diferentes destinações para diferentes parcelas do
território municipal.

§ 2º As Áreas Especiais se sobrepõem espacialmente às


Macrozonas, indicando localizações onde devem ser
implementados planos, programas, projetos e ações que
contribuam para suas finalidades.

§ 3º As Macrozonas e Áreas Especiais são representadas nos


Mapas 1 e 1A que constam do Anexo 1 e anexo 5 ao 8 e
quadro de Coordenadas desta Lei.

Art. 48. Integram o Macrozoneamento as seguintes


Macrozonas e Áreas Especiais:
I – Macrozona de Valorização da Sociobiodiversidade;
II – Macrozona Rural Sustentável;
III – Macrozona Urbana;
IV – Áreas Especiais de Escala Municipal;
V – Áreas Especiais do Entorno da Macrozona Urbana.

CAPÍTULO II
DA MACROZONA DE VALORIZAÇÃO DA
SOCIOBIODIVERSIDADE

Art. 49. A Macrozona de Valorização da Sociobiodiversidade


corresponde às porções do território de Porto Velho que
conformam grandes corredores florestais, abarcando os modos
de vida dos povos indígenas, agroextrativistas, ribeirinhos,
seringueiros, assentamentos rurais, agricultores e pecuaristas.

Art. 50. A Macrozona de Valorização da Sociobiodiversidade


tem por objetivo garantir a efetividade na proteção florestal e
territorial das áreas já institucionalizada.

§ 1º São áreas já institucionalizadas, que compõem a


Macrozona de Valorização da Sociobiodiversidade, as
Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Projetos de
Assentamentos Rurais indicados no Mapa 2 do Anexo 1.

Art. 51. São diretrizes para a Macrozona de Valorização da


Sociobiodiversidade:

I – Fortalecer grupos e comunidades tradicionais existentes, a


partir da capacitação e do fomento de formas alternativas de
produção sustentável;

II – Promover mecanismos de governança social associados


aos instrumentos de planejamento e gestão de parques e
unidade de conservação extrativista municipais que venham a
ser criadas , em especial na elaboração de planos de manejos;

III – Desenvolver formas de cooperação entre as diferentes


esferas de governo para implementação de programas de
regularização fundiária e fiscalização nas Unidades de
Conservação existentes e que venham a ser criadas, sejam elas
federais, estaduais ou municipais;

IV – Reforçar ações de comando e controle nas áreas


protegidas e no entorno;
V – Incentivar o desenvolvimento e disseminação de
tecnologias e práticas para melhor aproveitamento da madeira;

VI – Desenvolver programas e realizar parcerias para


fornecimento de assistência técnica para a produção agrícola e
para a implantação de sistemas agroflorestais, em especial em
áreas a serem recuperadas;

VII – Desenvolver programas e ações que apoiem a geração de


renda nos distritos, tanto nos Núcleos Urbanos como em
comunidades rurais, em especial no Baixo Madeira, com a
utilização das agroindústrias ali instaladas;

VIII – Promover campanhas de divulgação da produção


agrícola ribeirinha e rural associadas a projetos de certificação
de produtos orgânicos;

IX – Apoiar a implantação de soluções de escoamento da


produção rural das comunidades ribeirinhas;

X – Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia e


inovações nas diversas etapas da cadeia produtiva das plantas
medicinais e fitoterápicos, através dos órgãos com finalidade
específica para matéria;

XI – Apoiar e fomentar projetos de Redução de Emissões


provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal
considerando o papel da conservação de estoques e carbono
florestal, manejo sustentável de florestas e aumento de
estoques de carbono florestal;

XII – Reconhecer os limites atuais das Terras Indígenas do


Município de Porto Velho como Áreas Especiais de Interesse
Sociocultural.

CAPÍTULO III
DA MACROZONA RURAL SUSTENTÁVEL

Art. 52. A Macrozona Rural Sustentável corresponde às


porções do território de Porto Velho situadas entre a
Macrozona de Valorização da Sociobiodiversidade e a
Macrozona Urbana, tendo por objetivos a produção rural
compatível com o aproveitamento racional de seus recursos
naturais;

§ 1º Fazem parte da Macrozona Rural Sustentável os Projetos


de Assentamentos Rurais indicados no Mapa 3 do Anexo 1
desta Lei.

§ 2º As atividades produtivas desenvolvidas na Macrozona


Rural Sustentável devem promover o aproveitamento
sustentável dos recursos naturais;

Art. 53. São diretrizes para a Macrozona Rural Sustentável:

I – Promover a regularidade ambiental e fundiária dos imóveis


rurais, investindo na criação de corredores ecológicos entre as
Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanentes das
propriedades;

II – Promover soluções para melhor escoamento da produção


rural;
III – Promover a integração produtiva das cadeias da
sociobiodiversidade, bem como trocas de sementes entre
produtores rurais e feiras regionais;

IV – Apoiar o desenvolvimento de plataformas digitais de


comercialização da produção rural;

V – Apoiar os órgãos Federais e Estaduais na implementação


do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF);

VI – Apoiar a conservação, a preservação e a recuperação


ambiental, a partir da regularização da situação das Áreas de
Preservação Permanente, Reservas Legais e outras áreas de
proteção ambiental instituídas por Lei;

VII – Identificar áreas potenciais para criação de parques


lineares municipais para criação de corredores ecológicos, com
a integração de Reservas Legais;

VIII – Apoiar os órgãos Estaduais e Federais na validação do


Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na elaboração dos Projetos
de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) das Unidades
Familiares de Produção Agrária que privilegiem a produção
por meio de sistemas agroflorestais;

IX – Apoiar os órgãos Estaduais e Federais no monitoramento


e fiscalização da execução dos PRADs dos lotes rurais do
Município;

X – Fortalecer a organização socioprodutiva a partir de


capacitação, assistência técnica e campanhas de incentivo à
criação de cooperativas e associações de produtores familiares,
visando propiciar o fortalecimento da produção familiar e sua
inclusão na política de compras públicas.

CAPÍTULO IV
DA MACROZONA URBANA

Art. 54. A Macrozona Urbana corresponde à área delimitada


como perímetro urbano no Distrito Sede de Porto Velho, de
acordo com os Mapas 1 e 1A do Anexo 1 e anexo 5 ao 8 os
quadros de Coordenadas desta Lei, considerada apta à
urbanização de acordo com as condições estabelecidas neste
Plano Diretor e nas Leis de Parcelamento, Uso e Ocupação do
Solo Urbano, respeitada a legislação ambiental.

§ 1º Sobre a área de expansão urbana, definida, incidirá os


critérios estabelecidos neste Plano Diretor e nas leis de
parcelamento, uso e ocupação do solo.

§ 2º Alterações no perímetro urbano, ou área de expansão


urbana só poderão ser feitas no âmbito de processo de revisão
do Plano Diretor.

§ 3º Sobre a área de expansão urbana, definida, incidirá os


critérios estabelecidos neste Plano Diretor e nas leis de
parcelamento, uso e ocupação do solo.

Art. 55. São diretrizes para a Macrozona Urbana:

I – Conter a dispersão da urbanização, promovendo o


desenvolvimento da Cidade sobre a malha urbana já
implantada;
II – Induzir o aproveitamento de terrenos vazios e imóveis
abandonados ou subaproveitados, tais como construções
desocupadas e/ou em ruínas, prioritariamente na área situada
ente o Rio Madeira e Avenida Guaporé e entre as Avenidas
Migrantes e Rio de Janeiro;
III – Orientar o maior adensamento do solo urbano e conceder
incentivos aos usos mistos prioritariamente ao longo de vias
arteriais, além da Avenida Jorge Teixeira, de forma articulada
com o sistema de transporte coletivo e com intervenções de
qualificação paisagística das vias;

IV – Aumentar o índice de área verde e de cobertura vegetal no


perímetro urbano;

V – Investir na qualificação dos espaços públicos da cidade,


tratando de forma integrada implantação e melhoria de
calçadas, arborização urbana, iluminação pública;

VI – Adotar as cotas conhecidas de cheia do Rio Madeira como


referências para orientar o uso e ocupação do solo e as
prioridades de intervenção nas áreas ocupadas sujeitas a
inundação e nas áreas suscetíveis a processos erosivos;

VII – Promover a proteção e valorização dos igarapés e


considerá-los como condicionantes no direcionamento da
urbanização;

VIII – Priorizar as áreas de maior densidade demográfica, em


especial nas regiões leste e sul da cidade de Porto Velho, nos
investimentos em infraestrutura de saneamento básico e
implantação de praças, parques lineares, áreas verdes e
equipamentos públicos;

IX – Reconhecer e valorizar o conjunto arquitetônico e


paisagístico do Centro Histórico na estruturação da política de
preservação do patrimônio histórico e cultural de interesse
local, por meio da qualificação dos espaços públicos,
orientações técnicas à recuperação de imóveis, promoção de
atividades culturais, entre outras iniciativas;

X – Promover intervenções e ações que contribuam para a


relação positiva entre a cidade e o Rio Madeira, entendido
como bem de valor inestimável para a população de Porto
Velho;

XI – Induzir à multiplicação de áreas verdes e ilhas de frescor


de modo a contribuir para a amenização térmica da cidade;

XII – Adotar soluções, tanto na legislação urbanística como na


ação pública, que favoreçam a distribuição de habitações de
interesse social em diferentes bairros na malha urbana
existente.

CAPÍTULO V
DAS ÁREAS ESPECIAIS

Art. 56. As Áreas Especiais, concebidas segundo o disposto no


artigo 49 deste Plano Diretor, indicam localizações que
requerem, do processo de planejamento, tratamento próprio na
definição de ações adequadas às suas finalidades.
Parágrafo único. Com base em estudos técnicos, admite-se a
delimitação de Zonas de Urbanização Específicas em Áreas
Especiais, considerando as características de cada uma
expressas nas descrições contidas neste Capítulo.

Art. 57. Para efeito de organização do planejamento, as Áreas


Especiais são subdivididas em:

I – Áreas representadas na escala municipal, de caráter mais


estruturante do território;

II – Áreas representadas na escala do entorno da Macrozona


Urbana, que embora localizadas fora do perímetro urbano
abrigam atividades diretamente vinculadas à cidade de Porto
Velho.
§ 1º Observados os princípios e diretrizes deste Plano Diretor,
outras Áreas Especiais poderão ser delimitadas por decreto,
com base em justificativas técnicas, ouvido o CONCIDADE.

§ 2º As regras de parcelamento, uso e ocupação do solo


incidentes em Zonas de Urbanização Específica localizadas em
Áreas Especiais serão estabelecidas por lei específica.

Art. 58. Na escala municipal ficam definidas as seguintes


Áreas Especiais, representadas no Mapa 1 do Anexo 1 desta
Lei:

I – Área Prioritária para Recuperação Florestal: compreende as


UCs FERS Rio Pardo e APA Rio Pardo e parte da Resex Jaci
Paraná, devendo ser objeto de reforço institucional em função
do avanço de desmatamento e de tratamento como área
prioritária para regularização e recuperação ambiental das
propriedades rurais;

II – Área Prioritária para Monitoramento dos Impactos


Socioambientais das Usinas Hidrelétricas: compreende áreas
sob impacto das usinas hidrelétricas com conflitos ainda não
pacificados na organização socioeconômica das comunidades e
sobre a situação de famílias a serem remanejadas ou
indenizadas, devendo ser objeto de atenção do Poder Público e
responsabilização dos empreendedores naquilo que couber;

III – Área Prioritária para elaboração de Estudos para Criação


de Unidades de Conservação: compreende áreas
ambientalmente relevantes que podem vir a ser protegidas por
meio da instituição de Unidades de Conservação, pelo próprio
Município ou outro ente federativo;

IV – Áreas Especiais de Interesse Sociocultural: correspondem


aos limites atuais das Terras Indígenas demarcadas pela União
na data de aprovação deste Plano ou áreas ocupadas por outras
Comunidades Tradicionais que, para o planejamento municipal
do território, devem cumprir a função de garantir a preservação
dos modos de vida dessas populações;

V – Área de interesse público para Instalação de Atividades


Portuárias: compreende a área de interesse para instalação das
atividades portuárias situada no baixo madeira “Portochuelo”,
Portos ao longo da estrada do Belmont da margem direita e
esquerda que deverá ser objeto de instrumento de planejamento
específico que determine com precisão os limites da respectiva
Zona de Urbanização Específica, critérios de usos e ocupação
do solo, que deverá os impactos acumulativos de sua ocupação
de inteira responsabilidades dos empreendedores no qual
deverão apresentar estudos que garantam a estabilidade dos
taludes (NBR 11682-2009);

VI – Núcleos Urbanos dos Distritos: são as sedes dos Distritos


e outras aglomerações que por seu porte assumem
características urbanas e devem ser objeto de políticas que
promovam maior presença do setor público no seu
desenvolvimento e melhor qualidade na prestação de serviços
urbanos.

§ 1º O Município fica autorizado a instituir Zonas de


Urbanização Específicas nas localidades de São Miguel e
Cavalcante para fins de reassentamento de famílias atingidas
por cheias do Rio Madeira, ainda que essas estejam em Área
Prioritária para elaboração de Estudos para Criação de
Unidades de Conservação.

§ 2º O instrumento de planejamento previsto no inciso V deste


artigo, ao indicar a responsabilidade dos empreendedores pelas
atividades que desenvolverem, deverá considerar, no mínimo:
I – Atração de novos usos, inclusive residencial, nas
proximidades do empreendimento;

II – Situação de comunidades afetada direta ou indiretamente


pelo empreendimento;

III – Pressões sobre a Macrozona Urbana e medidas


mitigadoras e compensatórias a serem adotadas;

§ 3º A aprovação, pelo Município, do instrumento de


planejamento tratado no parágrafo anterior poderá envolver
órgãos de outras esferas de governo afetos ao tema e deverá
preceder a autorização de novas atividades na área ou
ampliação das existentes.

§ 4º O Capítulo VII deste Título trata especificamente dos


Núcleos Urbanos dos Distritos.

Art. 59. No entorno da Macrozona Urbana ficam definidas as


seguintes Áreas Especiais representadas no Mapa 1A do Anexo
1 e anexo 5 ao 8, quadro de Coordenadas desta Lei:

I – Setor Chacareiro: tem por objetivo garantir a manutenção


da produção agrícola existente que contribui com o
abastecimento de hortifrutigranjeiros à cidade e a preservação
das áreas verdes em torno do perímetro urbano; e terá as
qualificações diferentes da área de expansão urbana tendo em
vista que as atividades rurais e urbanas se misturam,
dificultando a determinação dos limites físicos e sociais do
espaço rural;

II – Distrito Industrial: correspondente ao atual Distrito


Industrial do Estado de Rondônia em Porto Velho, tendo por
objetivo o fomento a atividades industriais que contribuam para
o desenvolvimento do Município e a regularização de
instalações existentes local, de acordo com as normas do
Estado para seu funcionamento;

III – Área de Atividades Portuárias na Estrada do Belmont:


compreende a área abaixo da Ponte Rondon-Roosevelt, ao
longo da Estrada do Belmont, que deverá ser objeto de
instrumento específico de planejamento que deverá estabelecer
critérios, no curto prazo, para o funcionamento de atividades
portuárias existentes ou instalação de novas e, no médio e
longo prazo, orientar a instalação de novas empresas no local;

IV – Campus da Universidade Federal de Rondônia e entorno:


tem por objetivo garantir o pleno funcionamento da
Universidade, inclusive em relação a eventuais projetos de
expansão, e ao mesmo tempo indicar a necessidade de
manutenção de transporte regular entre a Universidade e a
cidade, bem como outros serviços públicos afins;

V – Área Especial de Segurança Pública: área que engloba


diversas instalações penitenciárias, tendo por objetivo a
instituição pelo Município, em conjunto com demais entes
responsáveis, de perímetro de segurança em torno de cada
penitenciária ou do conjunto delas, onde só será admitida a
instalação de usos relativos a essa função principal ou usos
associados ao seu funcionamento;

VI – Área Especial de Saúde: compreende a área onde se


localizam o Hospital Santa Marcelina e o Hospital do Câncer
da Amazônia, próximos à BR 364, que poderá ser objeto de
estudos regras específicas, caso se pretenda estruturar cadeia de
empreendimentos relacionados a esse complexo de saúde;

VII – Área Especial da Vila Princesa: compreende a área do


lixão localizada a cerca de 10 km do centro de Porto Velho, às
margens da BR-364, e da comunidade Vila Princesa, que
deverá ser objeto de plano de intervenção para regularização
urbanística e fundiária, envolvendo melhorias habitacionais,
saneamento básico e qualificação do espaço urbano e
concebido com participação comunitária;

VIII – Área Especial do Cemitério de Santo Antônio:


corresponde ao perímetro do Cemitério Público de Santo
Antônio e sua área de entorno, que poderá objeto de
instrumento específico de planejamento para sua manutenção,
eventual expansão e ordenamento de usos no entorno.

§ 1º A Área Especial de Segurança Pública descrita no inciso V


deste artigo engloba as seguintes instalações penitenciárias:
I – Casa de Detenção Dr. José Mario Alves da Silva – Urso
Branco;
II – Centro de Ressocialização Vale do Guaporé;
III – Colônia Agrícola Penal Ênio dos Santos Pinheiro –
CAPEP I;
IV – Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo – Panda;
V – Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro;
VI – Penitenciária de Médio Porte – Pandinha;
VII – Presídio Provisório Feminino – PEPFEM;
VIII – Unidade de Internação Masculina Medidas de
Segurança.

§ 2º Para efeitos de intervenção do município, a Área Especial


da Vila Princesa deve ser equiparada a Zona de Especial
Interesse Social e priorizada no programa de regularização
urbanística e fundiária do Município.

§ 3º Com a desativação do lixão, instalação do aterro


emergencial e, posteriormente, do aterro sanitário, devem ser
implementadas remediação no lixão, e nas condições de
sustentabilidade econômica das famílias que residem na Vila
Princesa.

CAPÍTULO VI
DO ZONEAMENTO URBANO DO DISTRITO SEDE

Art. 60. O zoneamento urbano orienta as relações sustentáveis


das funções urbanas com o território a partir do
reconhecimento da cidade existente e suas diferenças internas,
das possibilidades de acesso à terra urbanizada e do melhor
aproveitamento da infraestrutura existente, no sentido de
promover a justiça socioterritorial.

Art. 61. As regras de uso e ocupação do solo que incidem


sobre os terrenos urbanos são definidas de acordo com a
Macrozona Urbana estabelecidas no artigo 57 desta Lei,
considerando as características de cada zona urbana, a
hierarquia viária e os seguintes critérios gerais:

I – Restrição à ocupação urbana em áreas ambientalmente


frágeis, mesmo dentro do perímetro urbano;
II – Compatibilização de usos por grau de impacto sobre a
vizinhança;
III – Condições de conforto ambiental urbano;
IV – Controle da drenagem urbana;
V – Proteção de bens ou áreas de valor histórico e cultural ou
ambiental;
VI – Favorecimento do acesso pelos mais pobres a áreas bem
localizadas e servidas por infraestrutura.

Art. 62. A Macrozona Urbana, definida pelo perímetro urbano


de Porto Velho revisado neste Plano Diretor, é subdividida nas
seguintes zonas urbanas:

I – Zona Beira Rio;


II – Zona de Proteção dos Igarapés;
III – Zona Portuária;
IV – Zona de Ocupação Prioritária;
V – Zona de Consolidação da Urbanização;
VI – Zona de Integração Urbana e Social;
VII – Zona de Expansão Urbana;
VIII – Zona Especial de Interesse Histórico e Cultural;
IX – Zona Especial de Interesse Institucional;
X – Zona Especial de Interesse Social;
XI – Zona Especial de Interesse Indígena;
XII – Zona especial - Completo Industrial;
XIII – Zona especial - Complexo Hospitalar;
XIV – Zona Especial Periurbana;
XV – Implantação do centro administrativo da Prefeitura de
Porto Velho.

§ 1º Integra a Macrozona Urbana, também, a Área do


Aeroporto, destinada aos usos de interesse da infraestrutura
aeroportuária e usos institucionais de interesse do Município,
com suas poligonais já definidas nos anexos quadro de
coordenadas.

§ 2º A implementação de quaisquer planos de expansão ou


intervenção na Área do Aeroporto estará condicionada aos
princípios, objetivos deste Plano Diretor, podendo ser
redefinido pelo executivo ouvindo o CONCIDADE.

§ 3º No processo de implementação do Plano Diretor, o


Município poderá instituir outras Zonas Especiais, inclusive de
outras categorias, de acordo com condições previstas na Lei de
Uso e Ocupação do Solo, ouvido o CONCIDADE.
§ 4º No caso de Zonas Especiais de Interesse Social, deverá ser
considerado o disposto no artigo 76 desta Lei.

§ 5º Os limites de cada zona urbana estão representados no


Mapa 4 do Anexo 1, Anexo 5 ao 8 e quadro de Coordenadas
desta Lei.

Art. 63. A Zona Beira Rio (ZBR) compreende o trecho da orla


do Rio Madeira entre a Zona Portuária e o limite da Macrozona
Urbana na Estrada de Santo Antônio, devendo as políticas
públicas para esta Zona, assim como as regras de
parcelamento, uso e ocupação do solo, observar o seguinte:

I – As áreas públicas serão prioritariamente destinadas à


implantação de parque público que valorize a visibilidade da
orla fluvial, a utilização dos espaços construídos e naturais e a
valorização do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Pátio
Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, bem
tombado nacional;

II – As áreas privadas observarão as restrições quanto ao


potencial construtivo dos terrenos, gabarito das construções e
usos;

III – Previsão de aplicação da transferência do direito de


construir dos terrenos com fundos para o Rio Madeira para
outras zonas urbanas, desde que o proprietário transfira o
terreno para o Município, que deverá realizar abertura de
acessos à margem do rio e, ao longo do tempo, consolidação do
parque público em toda extensão da Zona Beira Rio.

Parágrafo único. A aplicação da Transferência do Direito de


Construir admitida no inciso III deste artigo observará as
condições estabelecidas em lei específica para regulamentação
do instrumento, de acordo com o disposto nos artigos 126 a
131 deste Plano Diretor.

Art.64. As áreas demarcadas como Zona de Proteção dos


Igarapés (ZPI) englobam quadras e glebas em torno dos
igarapés e suas Áreas de Preservação Permanente definidas
legalmente, devendo as políticas públicas para esta Zona, assim
como as regras de parcelamento, uso e ocupação do solo,
observar o seguinte:

I – O padrão de ocupação de baixa densidade, podendo-se


estimular elevação do gabarito das construções desde que
associada ao remembramento de terrenos e baixas taxas de
ocupação, de modo a favorecer a preservação de matas ciliares,
adensamento da vegetação e formação ou expansão de “ilhas
de frescor”;

II – Cada bacia de igarapé deve ser objeto de estudos em toda


sua abrangência para definição de programas de intervenção
para proteção e valorização paisagística dos igarapés.

§ 1º O Município poderá instituir recuos de fundo de terrenos,


para além das Áreas de Preservação Permanente, quando a
medida se mostrar favorável para a implantação de parques
lineares, vias marginais ou ciclovias ao longo dos igarapés.

§ 2º Na hipótese de se instituir recuos de fundo de terrenos, a


área de recuo poderá ser contabilizada para efeito de cálculo do
potencial construtivo do terreno.

Art. 65. São Zonas Portuárias (ZP) destinadas a atividades


portuárias e afins:

I – O trecho que abrange o Porto Público e Terminais de Uso


Privado até o Igarapé dos Tanques;

II – O Terminal Hidroviário Porto Cai n’Água;

III – Ao longo do Belmont nas margens direita e esquerda do


Rio Madeira;

IV – Compreende também as áreas para instalação das


atividades portuárias situada no baixo madeira “Portochuelo”.

Parágrafo único. O Terminal Hidroviário Porto Cai N’Água


destina-se a mercadorias e passageiros.

Art. 66. A Zona de Ocupação Prioritária (ZOP) compreende a


área central de Porto Velho e seu entorno e possui melhores
condições de serviços e infraestrutura, devendo as políticas
públicas para esta Zona, assim como as regras de
parcelamento, uso e ocupação do solo, observar o seguinte:

I – Indução à ocupação de terrenos vazios e imóveis


subutilizados, visando o melhor aproveitamento da
infraestrutura existente;

II – Estímulo ao uso diversificado com mistura de usos e maior


adensamento, prioritariamente nas áreas de influência dos
principais eixos de transporte;

III – Requalificação e revitalização dos espaços públicos.

Art. 67. A Zona de Consolidação da Urbanização (ZCU)


compreende partes da cidade de maior densidade demográfica,
com diversidade de padrões construtivos e que requerem
melhorias urbanísticas para qualificação dos espaços públicos e
do ambiente construído e continuidade das ações de
regularização fundiária, devendo as políticas públicas para esta
Zona, assim como as regras de parcelamento, uso e ocupação
do solo, observar o seguinte:

I – Estímulo à consolidação de centralidades existentes, com


predominância do uso residencial na vizinhança;
II – Padrão de aproveitamento de solo que combine diversidade
de usos com tipologias residenciais de unidades unifamiliares e
pequenos edifícios.

Art. 68. A Zona de Integração Urbana e Social (ZIUS)


compreende as partes mais periféricas da cidade ao sul e a
leste, onde predomina a presença de famílias de mais baixa
renda, muitas vezes em assentamentos precários, onde a
carência de infraestrutura e serviços urbanos é mais acentuada,
caracterizando-se, ainda, pela existência de grande quantidade
de terrenos vazios, mas também pela concentração de
conjuntos habitacionais, alguns de grande porte e mal
integrados à malha urbana, devendo as políticas públicas para
esta Zona, assim como as regras de parcelamento, uso e
ocupação do solo, observar o seguinte:

I – Limitação das possibilidades de adensamento construtivo;

II – Estímulo à instalação de atividades geradoras de empregos


compatíveis com perfil social da população residente;

III – Prioridade de implantação de programas de assistência


técnica e social e de regularização urbanística e fundiária.

Art. 69. A área de expansão urbana consiste nas áreas


decorrentes do prolongamento da área Urbana, e estão
demarcadas no Anexo 1 mapas 1a, mapa 4 e no Anexo 5 ao 8,
Quadro de Coordenadas, bem como o excedente das matriculas
que abrangerem um percentual de até 50% da área total do
imóvel atingido, de forma a não recortar o referido imóvel.

Art. 70. A Zona Especial de Interesse Histórico e Cultural


(ZEIHC) compreende quadras da área central da cidade que
concentram construções e espaços públicos que, no seu
conjunto, representam testemunho relevante da história e da
cultura de Porto Velho, devendo as políticas públicas para esta
Zona, assim como as regras de parcelamento, uso e ocupação
do solo, observar o seguinte:

I – Adoção de parâmetros construtivos que preservem a


visibilidade dos bens de interesse histórico e cultural e
valorização dos mesmos no seu conjunto;

II – Estímulo a usos diversificados, em especial aqueles que


favoreçam sua utilização pelos mais diferentes grupos sociais e
os que contribuam para a dinamização desses espaços;

III – Compatibilização com as disposições do IPHAN para


proteção do Conjunto Histórico, Arquitetônico e Paisagístico
da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, tombado pelo referido
órgão, e sua área de entorno.

Art. 71. Zona Especial de Interesse Institucional (ZEII)


corresponde à área ocupada pelo 5º Batalhão de Engenharia de
Construção.

Art. 72. São demarcadas como Zonas Especiais de Interesse


Social (ZEIS) as áreas públicas ou privadas ocupadas,
subutilizadas ou vazias, destinadas à regularização urbanística
e fundiária, urbanização e/ou produção de unidades
habitacionais de interesse social.

Art. 73. As ZEIS, representadas no Mapa 5 do Anexo 1 desta


Lei, podem ser classificadas nos seguintes tipos:

I – ZEIS 1 – assentamentos precários informais localizados


junto ao rio Madeira e aos igarapés, em áreas de fragilidade
ambiental e/ou áreas de risco em que se deve avaliar caso a
caso as soluções adequadas para permanência das famílias
residentes no local em que moram, sendo enquadrados como
ZEIS 1:

a) Os assentamentos localizados nos bairros Nacional e São


Sebastião;
b) As áreas ocupadas próximas ao Terminal Hidroviário Porto
Cai n’Água;
c) A área ocupada ao longo da ferrovia Madeira-Mamoré no
bairro Triângulo.
II – ZEIS 2 – assentamentos precários informais localizados
em áreas públicas ou privadas que devem ser objeto de projetos
de regularização urbanística e fundiária, sendo enquadrados
como ZEIS 2:

a) Bairro Ulisses Guimarães;


b) Bairro Ronaldo Aragão;
c) Bairro Caladinho;
d) Bairro Marcos Freire;
e) As áreas do Projeto Fundiário do Alto Madeira (Matrículas
34.465 e 35.920), bem como outras que vierem a ser
transmitida ao Município.

III – ZEIS 3 – assentamentos precários localizados na margem


esquerda do rio Madeira carentes de infraestrutura em áreas
que devem ser monitoradas para contenção da ocupação,
estando enquadrada como ZEIS 3:

a) ZEIS Tomé de Souza, instituída pela Lei 467/2012, onde se


localizam a Vila DNIT, dotada de infraestrutura e passível de
regularização, e a ocupação Maravilha II, carente de
infraestrutura, situada sobre área destinada ao reassentamento
Tomé de Souza, com beneficiários oriundos dos setores Tomé
de Souza, Morrinho e Balsa, cuja regularização das unidades
existentes dependerá de análise da Comissão de Urbanização e
Legalização da ZEIS.

IV – ZEIS 4 – conjuntos habitacionais de interesse social,


carentes de equipamentos públicos ou infraestrutura e/ou que
devem ser monitorados em seu processo de ocupação, sendo
enquadrados como ZEIS 4 os conjuntos habitacionais:

a) Orgulho Madeira I e II;


b) Cristal Calama I e II;
c) Morar Melhor;
d) Porto Bello I, II, III, IV;
e) Porto Fino;
f) Porto Madero I, II, III, IV e V;
g) Cidade de Todos I, III e IX;
h) Triângulo;
i) Pro-Moradia Sul;
j) Pro-Moradia Leste I;
k) Pro-Moradia Leste II;
l) Cuniã I e II;
m) Floresta I e II;
n) Mato Grosso.

V – ZEIS 5 – terrenos vazios adequados à implantação de


programas habitacionais de interesse social, sendo enquadrados
como ZEIS 5 os imóveis cedidos pelo Serviço de Patrimônio
da União a cooperativas habitacionais ou entidades similares
para implantação de programas de habitação de interesse
social.

Parágrafo único. Os empreendimentos elencados nas alíneas


k, l, m e n do inciso IV se encontram com obras inconclusas,
devendo ser objeto de atenção especial para definição de
solução a ser adotada.

Art. 74. Além das ZEIS já demarcadas neste Plano Diretor,


outras poderão ser demarcadas no processo de planejamento da
seguinte forma:

I – ZEIS classificadas como 1, 2, 3 ou 4 em assentamentos


precários ou conjuntos habitacionais poderão vir a ser
demarcadas para dar viabilidade a programas de habitação de
interesse social, no âmbito da política e do plano de habitação
de interesse social ou a qualquer tempo por decreto, ouvido o
CONCIDADE;

II – ZEIS 5 poderão ser demarcadas por decreto em áreas


públicas e por lei em áreas privadas, ouvido o CONCIDADE.

Art. 75. A Zona Especial de Interesse Indígena (ZEInd)


delimita a área ocupada pelos índios Kassupá, com objetivo de
reconhecer a relevância histórica e cultural para o Município da
presença indígena na cidade Porto Velho e garantir condições
para que essa etnia preserve seus valores socioculturais,
respeitadas as competências dos entes federativos nesse tema.

Art. 76. O Município poderá delimitar por meio de decreto,


com base em estudos técnicos, áreas sujeitas a inundação em
que os critérios de parcelamento, uso e ocupação do solo
poderão ser restringidos de modo a reduzir a incidência de
ocupação em áreas de risco.

CAPÍTULO VII
DOS NÚCLEOS URBANOS DOS DISTRITOS

Art. 77. Os Núcleos Urbanos dos Distritos são considerados


como Áreas Especiais e devem ser objeto de atenção do Poder
Público por meio da orientação e prestação de assistência
técnica à construção, considerando as condições
socioeconômicas da população e incentivando soluções da
arquitetura vernacular adequadas às características locais.

Art. 78. São considerados Núcleos Urbanos:

I – Nova Califórnia;
II – Extrema;
III – Vista Alegre do Abunã;
IV – Fortaleza do Abunã;
V – Abunã;
VI – Nova Mutum Paraná;
VII – Jaci-Paraná;
VIII – União Bandeirantes;
IX – Rio Pardo;
X – São Carlos;
XI – Nazaré;
XII – Calama;
XIII – Demarcação.

Parágrafo único. Outras aglomerações ou localidades poderão


vir a ser classificadas como Núcleos Urbanos, de acordo com o
disposto no artigo 59 desta Lei.

Art. 79. A ação municipal nos Núcleos Urbanos dos Distritos


deve considerar as prioridades apontadas no processo de
revisão do Plano Diretor e sintetizadas no Anexo 3 desta Lei,
juntamente com mapas esquemáticos da ocupação atual.

Art. 80. Os Núcleos Urbanos Distritos poderão ser objeto de


estudos específicos para:

I – Avaliação da delimitação do núcleo indicada no Anexo 3


deste Plano Diretor;

II – Elaboração de mapa com representação de traçados das


vias e espaços públicos para auxiliar a atuação do
administrador distrital e orientar a população quanto a limites a
serem respeitados no ato de construir;
III – Definição de normas construtivas adequadas à realidade
socioambiental de cada lugar.

Parágrafo único. Os estudos de que trata este artigo deverão


confirmar ou ajustar a delimitação do Núcleo Urbano para
instituição de perímetro urbano e poderão indicar critérios de
parcelamento, uso e ocupação do solo específicos a serem
aprovados por lei municipal.

CAPÍTULO VIII
DOS SISTEMA DE MOBILIDADE

Art. 81. O Sistema de Mobilidade de Porto Velho é composto


por:

I – Rodovias federais e estaduais que atravessam o Município;


II – Estradas vicinais;
III – Hidrovia do Rio Madeira;
IV – Malha viária da Macrozona Urbana, dos Núcleos Urbanos
dos Distritos e das localidades, incluindo: as vias e seus
componentes, os logradouros públicos, as ciclovias, ciclofaixas
e seus elementos, as rotas acessíveis, ruas e servidões de
pedestres.

Parágrafo único. O Sistema de Mobilidade é representado no


Mapa 6 do Anexo 1 desta Lei.

Art. 82. A malha rodoviária no Município de Porto Velho é


composta por:

I – Sob tutela federal:


a) Rodovia BR-364;
b) Rodovia BR-319;
c) Rodovia BR-425;

II – Sob tutela estadual:


a) Rodovia RO-005;
b) Rodovia RO-006;
c) Ligação expresso porto e Estrada do Belmont.

III – Estradas vicinais, sob tutela municipal.

Art. 83. A malha viária urbana é composta por vias estruturais,


arteriais, coletoras e locais, conforme definições estabelecidas
na Lei de Parcelamento do Solo Urbano.

§ 1º O órgão competente poderá adotar subclasses na


hierarquia viária para acomodar situações existentes e orientar
prioridades de investimentos.

§ 2º A Lei de Parcelamento do Solo Urbano definirá os


parâmetros para os projetos geométricos mínimos do sistema
viário, a serem adotados em novos parcelamentos.

§ 3º O Contorno Norte em implantação e o Contorno Sul em


estudo, nos trechos dentro da Macrozona Urbana, serão
considerados como vias estruturais para efeito de aplicação dos
critérios de uso e ocupação do solo, desde que implantadas vias
marginais.

§ 4º As diretrizes viárias são orientadoras do processo de


ocupação de áreas ainda não parceladas, podendo o poder
executivo ou órgão competente fixar novas diretrizes, sem
prejuízo no disposto neste Plano Diretor.

§ 5º As vias existentes deverão ser objeto de programas e


projetos de qualificação para adaptá-las à sua classificação na
hierarquia viária, conforme disposição orçamentaria.
Art. 84. O Sistema de Mobilidade é estruturador do uso do
solo na Macrozona Urbana.

§ 1º Os critérios de enquadramento de usos e parâmetros


urbanísticos que condicionam o aproveitamento possível dos
terrenos urbanos são determinados também pela categoria de
via em que se localizam, considerando as finalidades da zona
urbana em que se situam.

§ 2º A Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano poderá detalhar


critérios e parâmetros que menciona o parágrafo primeiro,
considerando que as vias de maior hierarquia no sistema viário,
em geral, apresentam maior capacidade de suporte para
diversificação e intensificação do uso e ocupação do solo.

Art. 85. A hierarquia viária da Macrozona Urbana é


representada no Mapa 7 do Anexo 1 e pelo Quadro de Vias do
Anexo 2 desta Lei.

Parágrafo único. Fica definido que o poder executivo ou


órgão competente poderá a qualquer momento estipular novas
hierarquias viárias conforme necessidade, previamente
acompanhado de estudos.

CAPÍTULO IX
DOS SISTEMA DE ÁREAS VERDES E ESPAÇOS
PÚBLICOS

Art. 86. O Sistema de Áreas Verdes e Espaços Públicos é


composto pelas vias e logradouros públicos, praças, parques e
demais áreas verdes que destinadas a recreação, lazer e a
conservação ambiental, incluindo áreas às margens do Rio
Madeira e igarapés, com o objetivo de melhorar as condições
ambientais e paisagísticas da cidade de Porto Velho.

Parágrafo único. Os parques lineares implantados ao longo


dos igarapés, córregos ou riachos (APPs) poderão ser contados
como áreas verdes de laser em novos empreendimentos, desde
que todos os custos de implantação dos aparelhos urbanísticos
comunitários sejam dos empreendedores.

Art. 87. O Sistema de Áreas Verdes e Espaços Públicos


pressupõe o monitoramento permanente dos espaços que o
compõem, o que deverá orientar ações públicas e prioridades
de investimentos, de acordo com as diretrizes deste Plano
Diretor.

Art. 88. São finalidades do Sistema de Áreas Verdes e Espaços


Públicos:

I – Garantir a distribuição equilibrada de espaços públicos na


cidade, zelando pela qualidade e boa manutenção dos mesmos;

II – Promover a melhoria do microclima urbano e do conforto


térmico na Macrozona Urbana;

III – Integrar áreas verdes e espaços públicos, por meio de


ações de qualificação de calçadas nas vias públicas,
arborização urbana entre outras;

IV – Induzir à conectividade de áreas verdes urbanas e rurais,


priorizando a recuperação de Áreas de Preservação Permanente
dos igarapés;

V – Promover a integração de áreas verdes com a criação de


parques lineares, por meio de ações de qualificação na
implantação de Praças e seus aparelhos comunitários, calçadas
ou vias públicas ao longo de cursos de água (APPs), com
pequenas interferências, trazendo uma maior integração entre
conceitos urbanísticos e a natureza.
Art. 89. O Sistema de Áreas Verdes Espaços Públicos é
representado nos Mapa 8 e 8A do Anexo 1 desta Lei.

CAPÍTULO X
DO PATRIMÔNIO CULTURAL E DOS BENS DE
INTERESSE HISTÓRICO E CULTURAL

Art. 90. O patrimônio cultural de Porto Velho inclui bens


materiais e imateriais, tomados isoladamente ou em conjunto, e
cuja conservação seja de interesse histórico, paisagístico,
estético, científico, arqueológico, artístico, bibliográfico ou
etnográfico, ou ainda por serem representativos das tradições e
da identidade cultural local.

§ 1º As intervenções em áreas de sítios arqueológicos,


identificados ou a serem identificados, bem como em áreas de
alto potencial arqueológico, deverão ser antecedidas por etapas
de pesquisa, levantamentos, identificação, delimitação,
escavação e salvamento de áreas específicas, de acordo com
orientações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), motivando as medidas de preservação
adequadas.

§ 2º Em caso de achado fortuito de material arqueológico


durante escavações ou execução de fundações, a obra deverá
ser paralisada e o IPHAN comunicado para que determine o
procedimento a ser seguido.

§ 3º Com o objetivo de preservação do patrimônio cultural e


garantia da visibilidade de bens de interesse histórico e
cultural, o Município poderá fixar medidas e critérios a serem
observados em intervenções de qualquer natureza nos próprios
bens ou em suas áreas de entorno.

Art. 91. São considerados bens de interesse histórico e cultural


de Porto Velho, sem prejuízo de outros que venham a ser
identificados pelo órgão responsável pela política de
patrimônio cultural do Município:

I – Estrada de Ferro Madeira Mamoré;


II – Pátio Ferroviário;
III – Prédio do Relógio;
IV – Três Caixas d’Água;
V – Porto Cai N’água;
VI – Cemitério da Candelária;
VII – Vila Candelária;
VIII – Igreja de Santo Antônio;
IX – Castanheira do Estádio Aluízio Pinheiro Ferreira;
X – Mercado Cultural;
XI – Catedral Sagrado Coração de Jesus;
XII – Colégio Salesiano – Seminário Maior João XXIII;
XIII – Palácio do Governo – Palácio Presidente Vargas;
XIV – Porto Velho Hotel / Reitoria da UNIR;
XV – Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra;
XVI – Edifício Monte Líbano;
XVII – Edifício Feitosa;
XVIII – Ferroviário Atlético Clube;
XIX – Prédio da Antiga Câmara Municipal.

§ 1º Os bens listados nos incisos I a XIX deverão ser


inventariados pelo Município para efeito de confirmação da
orientação de preservação e definição das medidas e critérios
de preservação a serem adotados, quando for o caso.

§ 2º Os critérios de preservação adotados pelo Município serão


definidos a partir do interesse local, mesmo quando se tratar de
bens protegidos pelas esferas estadual e federal.
§ 3º O Mapa 9 do Anexo 1 desta Lei indica a localização dos
bens de interesse histórico de Porto Velho identificados neste
artigo.

CAPÍTULO XI
DA REGULAMENTAÇÃO DO PARCELAMENTO, DO
USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E DAS
OBRAS E EDIFICAÇÕES

Art. 92. As Zonas Urbanas serão submetidas ao disposto neste


Plano Diretor e na legislação de parcelamento, uso e ocupação
do solo urbano e de obras e edificações.

§ 1º Compõem a legislação específica referida no caput deste


artigo:
I – Lei de Parcelamento do Solo Urbano;
II – Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano;
III – Lei do Código de Obras e Edificações;
IV – Outras normas regulamentadoras de dispositivos deste
Plano Diretor ou das demais leis urbanísticas.

§ 2º A legislação urbanística municipal atenderá aos princípios,


objetivos, diretrizes e demais disposições deste Plano Diretor,
prevalecendo, no caso de eventual conflito de normas, as regras
de hermenêutica estabelecida na Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro (Lei 4.657/1942 e alterações posteriores).

Art. 93. A Lei de Parcelamento do Solo Urbano definirá:

I – formas de parcelamento do solo admitidas;

II – critérios urbanísticos bem como os procedimentos do


licenciamento a serem observados;

III – obrigações a serem cumpridas pelos empreendedores


interessados no parcelamento do solo.

Art. 94. A Lei de Uso e Ocupação do Solo detalhará critérios


para aprovação de novos empreendimentos na Macrozona
Urbana e em zonas de urbanização específica, bem como
procedimentos de licenciamento, complementando, no que
couber, o disposto neste Plano Diretor.

Art. 95. O Coeficiente de Aproveitamento Básico, é igual a


três e meio (3,5), sendo definidos para cada Macrozona
Urbana, Núcleos Urbanos dos Distritos e Zonas de
Urbanização Específica, conforme quadro do anexo 4 desta lei.

Parágrafo único. O Coeficiente de Aproveitamento é a relação


entre a área edificável e a área do terreno.

Art. 96. A concessão do direito de construir, por autorização


e/ou licenciamento de obras, com áreas acima do admitido pela
aplicação do Coeficiente de Aproveitamento Básico é
condicionada às regras estabelecidas pelo instituto da Outorga
Onerosa do Direito de Construir e limitada à aplicação do
Coeficiente de Aproveitamento Máximo e demais parâmetros
urbanísticos.

Art. 97. O Coeficiente de Aproveitamento Máximo e demais


parâmetros urbanísticos que incidem em um determinado
terreno dependem da Zona Urbana e da categoria de via em
que se situa, estando:

I – O Coeficiente de Aproveitamento Máximo definido no


Anexo 4 deste Plano Diretor;

II – Os demais parâmetros urbanísticos definidos na Lei de Uso


e Ocupação do Solo.
Parágrafo único. A Lei de Uso e Ocupação do Solo poderá
estabelecer, entre outros, os seguintes parâmetros urbanísticos:

I – Lote Mínimo e Lote Máximo;


II – Testada Mínima do Lote;
III – Taxa de Permeabilidade;
IV – Taxa de Ocupação;
V – Gabarito e Altura Máxima das Edificações;
VI – Afastamentos frontal, de fundos e laterais.

Art. 98. O Código Municipal de Obras e Edificações


estabelece os critérios e padrões para as obras e atividades
edilícias, tendo abrangência sobre todo o território municipal.

Parágrafo único. No caso das estruturas flutuantes, será


observada a Norma M-11/DPC, 2003 da Marinha do Brasil –
Diretoria de Portos e Costas, em conjugação com as regras para
construção de edificações em madeira.

Art. 99. É atribuição do Poder Executivo Municipal licenciar e


fiscalizar o parcelamento, o uso e a ocupação do solo na
Macrozona Urbana e Rural, em todo perímetro do Município.

Parágrafo único. Edificações instaladas fora da Macrozona


Urbana, Rural e dos Núcleos Urbanos dos Distritos ou de
Zonas de Urbanização Específica também devem ser
submetidas ao processo de licenciamento prévio pelo
Município, para verificação da adequação do projeto às regras
estabelecidas no Código Municipal de Obras e Edificações.

Art. 100. Para o aperfeiçoamento e modernização do sistema


de licenciamento e fiscalização urbanística municipal, o Poder
Executivo deverá:

I – Promover a integração e/ou articulação dos órgãos


licenciadores, internos e externos ao Município, juntamente
com os conselhos de classe CREA, CAU e CRECI;

II – Promover mecanismos de informação ao público sobre


procedimentos para autorização de novas construções no
Município;

III – Avaliar e, se for o caso, reestruturar processos de trabalho


adotados para análise de projetos e para fiscalização, inclusive
com a capacitação do seu quadro de técnicos e fiscais, visando
à aplicação do Plano Diretor e da legislação urbanística
complementar;

IV – Manter atualizados os cadastros municipais com


informações advindas do processo de licenciamento
urbanístico;

V – Aprimorar os processos de apuração de irregularidades e


de imposição de penalidades administrativas.

TÍTULO IV
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DOS INSTRUMENTOS APLICÁVEIS EM PORTO
VELHO

Art. 101. Na execução da política urbana e territorial de Porto


Velho e para atingir os objetivos do artigo 14 desta Lei serão
empregados, de acordo com disposto neste Plano Diretor, na
legislação urbanística complementar e em leis específicas,
quando for o caso, os seguintes instrumentos de política
urbana:

I – Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC);


II – Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios
(PEUC), IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriação com
Pagamento em Títulos da Dívida Pública;

III – Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

Art. 102. Além dos instrumentos previstos no artigo


antecedente, poderão ser empregados, quando associados a
projetos de interesse público, entre outros, os seguintes
instrumentos:

I – Direito de Preempção;
II – Transferência do Direito de Construir;
III – Operação Urbana Consorciada;
IV – Consórcio Imobiliário.

CAPÍTULO II
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE
CONSTRUIR

Art. 103. A aplicação da Outorga Onerosa do Direito de


Construir (OODC) tem por objetivo recuperar parte da
valorização fundiária decorrente do processo de urbanização e
da permissão, pela legislação urbanística, de se promover
aproveitamento de terreno urbano acima do limite estabelecido
pelo Coeficiente de Aproveitamento Básico.

Art. 104. As áreas passíveis de outorga onerosa são aquelas


onde o direito de construir poderá ser exercido acima do
Coeficiente de Aproveitamento Básico até o limite estabelecido
pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo, respeitados os
limites impostos pelos demais parâmetros urbanísticos
aplicáveis ao terreno.

Art. 105. A OODC será aplicada por meio de contrapartida


financeira a ser paga em espécie pelo interessado, calculada
pela seguinte fórmula:

VC = [AT x Vm x (Cp/ CAB)] x FR


Onde:
VC = Valor da Contrapartida;
AT = Área do Terreno;
Vm = Valor Venal atualizado do metro quadrado do terreno
fixado na planta de valores;
Cp = Diferença entre Coeficiente de Aproveitamento
Pretendido e Coeficiente de Aproveitamento Básico;
FR = Fator de Recuperação pública da valorização fundiária.

Art. 106. Os recursos auferidos com a OODC devem ser


recolhidos ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse
Social e Urbanismo (FMHU) e aplicados, necessariamente,
com as finalidades estabelecidas neste Plano Diretor.

Art. 107. Lei específica regulamentará a OODC, fixará o Fator


de Recuperação pública da valorização fundiária (FR) da
fórmula de cálculo da contrapartida financeira a ser paga pelo
beneficiário e definirá os casos passíveis de isenção.

CAPÍTULO III
DAS EXIGÊNCIAS POSITIVAS PARA A FUNÇÃO
SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA

Seção I
Do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios

Art. 108. No atendimento à função social da propriedade


urbana, são passíveis de parcelamento, edificação ou utilização
compulsórios, nos termos do artigo 182 da Constituição
Federal, os imóveis não edificados, não utilizados ou
subutilizados.

Art. 109. Para fins da aplicação da compulsoriedade considera-


se:

I – Não parcelados, os terrenos com área superior 50.500m2


(cinquenta mil e quinhentos metros quadrados), que não
tenham resultado de anterior processo de parcelamento
regularmente aprovado pela Administração.

II – Não edificados, os terrenos sem construções;

III – Não utilizados ou subutilizados, os terrenos com


construções sem uso ou com área construída igual ou inferior a
8% (oito por cento) de sua área total.

§ 1º Ficam excluídos da obrigação estabelecida no caput deste


artigo os imóveis:

I – Exercendo função ambiental essencial, tecnicamente


comprovada pelo órgão municipal competente;

II – De interesse do patrimônio histórico e cultural ou


ambiental;

III – Utilizado regularmente para atividades culturais ou de


lazer de acesso aberto ao público em geral;

IV – De até 300m2 (trezentos metros quadrados) cuja atividade


que abriga admite área construída inferior àquela indicada no
inciso III do caput deste artigo.

§ 2º Fica facultado aos proprietários dos imóveis de que trata


este capítulo propor ao Município o estabelecimento do
Consórcio Imobiliário, conforme disposições do artigo 46 do
Estatuto da Cidade.

Art. 110. Os proprietários de imóveis enquadrados nos critérios


do artigo 113 desta Lei deverão cumprir a obrigação de
parcelá-los, edificá-los ou utilizá-los sob pena de aplicação
sucessivamente dos seguintes instrumentos:

I – IPTU Progressivo no Tempo;

II – Desapropriação com Títulos da Dívida Pública aprovadas


pelo executivo e legislativo.

Art. 111. Lei Municipal específica regulamentará as condições


para cumprimento das obrigações de parcelar, edificar ou
utilizar e determinará a notificação dos proprietários dos
imóveis enquadrados nos critérios estabelecidos neste Capítulo.

§ 1º A notificação far-se-á:

I – Por funcionário do órgão competente do Executivo, ao


proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a
quem tenha poderes de gerência geral ou administrativa;

II – Por edital, quando frustrada, por três vezes, a tentativa de


notificação na forma prevista no inciso I.

§ 2º Os proprietários notificados, no prazo máximo de um ano


a partir do recebimento da notificação, deverão protocolar
pedido de aprovação e execução de parcelamento ou
edificação.

§ 3º O projeto protocolado poderá ser alterado uma única vez


antes da aprovação, salvo o cumprimento de exigências
estabelecidas no processo de licenciamento.
§ 4º Os parcelamentos e edificações deverão ser iniciados no
prazo máximo de dois anos a contar da aprovação do projeto.

§ 5º Em empreendimentos de grande porte, em caráter


excepcional, poderá ser prevista a conclusão em etapas,
assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o
empreendimento como um todo.

§ 6º As edificações enquadradas no inciso III do artigo 113


desta Lei deverão estar ocupadas no prazo máximo de dois
anos a partir do recebimento da notificação.

§ 7º A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa


mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações
de parcelamento, edificação ou utilização prevista neste artigo,
sem interrupção de quaisquer prazos.

§ 8º O Município deverá providenciar o registro da notificação,


que será anotada junto ao cadastro imobiliário da Prefeitura e
informada aos interessados juntamente com a notificação de
lançamento do IPTU, com as informações de quitação fiscal do
imóvel e com as guias de ITBI.

Seção II
Do IPTU Progressivo no Tempo

Art. 112. Em caso de descumprimento das etapas e dos prazos


estabelecidos na lei específica referida no artigo anterior, o
Município aplicará alíquotas progressivas do Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbano – IPTU, majoradas
anualmente, pelo prazo de cinco anos consecutivos até que o
proprietário cumpra com a obrigação de parcelar, edificar ou
utilizar, conforme o caso.

§ 1º A progressividade das alíquotas obedecerá aos limites


estabelecidos na legislação federal aplicável.

§ 2º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à


tributação progressiva de que trata este artigo.

Seção III
Da Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida
Pública

Art. 113. Decorridos os cinco anos de cobrança do IPTU


Progressivo no Tempo sem que o proprietário tenha cumprido a
obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o
Município poderá proceder à desapropriação do imóvel com
pagamento do imóvel.

Parágrafo único. Até efetivar-se a desapropriação, o IPTU


progressivo continuará sendo lançado na alíquota máxima, ao
não ser que ocorrendo a impossibilidade de utilização da
desapropriação com pagamento.

CAPÍTULO IV
DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 114. A Lei de Uso e Ocupação do Solo definirá os


empreendimentos e as atividades privados ou públicas que
dependerão da elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança
(EIV) para obtenção de licença de construção, ampliação ou
funcionamento.

§ 1º Para definição dos empreendimentos ou atividades,


públicos ou privados, potencialmente causadores de impacto de
vizinhança, serão considerados aspectos tais como:
I – Interferência significativa na infraestrutura urbana;
II – Interferência significativa na prestação de serviços
públicos;
III – Alteração significativa na qualidade de vida na área de
influência do empreendimento ou atividade, segurança,
locomoção ou bem-estar dos moradores.

§ 2º O Município poderá exigir a adoção de medidas


compensatórias e/ou mitigadoras como condição para
expedição da licença, objetivando adequar o empreendimento
ou atividade ao cumprimento das funções sociais da Cidade e
da propriedade urbana.

Art. 115. A elaboração e apreciação do EIV, incluindo a


fixação de medidas compensatórias e mitigadoras, observarão:

I – Diretrizes estabelecidas para a área de influência do


empreendimento ou atividade;

II – Estimativas e metas, quando existentes, relacionadas aos


padrões de qualidade urbana ou ambiental fixados nos planos
governamentais ou em outros atos normativos federais,
estaduais ou municipais aplicáveis;

III – Programas e projetos governamentais propostos e em


implantação na área de influência do empreendimento ou
atividade.

Parágrafo único. Para fins da efetividade de medidas


compensatórias, poderá haver flexibilização de parâmetros
urbanísticos.

Art.116. O EIV será executado de forma a contemplar os


efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade
quanto à qualidade de vida da população residente, ou área de
influência, incluindo a análise, do mínimo, os seguintes
aspectos:
I – Adensamento populacional;
II – Equipamentos urbanos e comunitários;
III – Uso e ocupação do solo;
IV – Valorização imobiliária;
V – Geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – Ventilação, iluminação e conforto ambiental;
VII – Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Art. 117. Para evitar, superar ou minimizar impactos negativos


a serem gerados pela atividade ou empreendimento, o
Município poderá solicitar, como condição para aprovação do
projeto, alterações e complementações no mesmo, bem como a
execução de medidas de qualificação da área de influência da
atividade ou empreendimento, tais como:

I – Ampliação das redes de infraestrutura urbana;

II – Área de terreno ou área edificada para instalação de


equipamentos comunitários em percentual compatível com o
necessário para o atendimento da demanda a ser gerada;

III – Ampliação e/ou adequação do sistema viário, faixas de


desaceleração, pontos de ônibus, faixas de pedestres,
semaforização, ciclofaixas, estacionamentos e rotas acessíveis;

IV – Proteção acústica com adoção de filtros ou outros


mecanismos que minimizem incômodos da atividade ou
empreendimento, em especial ao uso residencial existente;

V – Recuperação e/ou manutenção de imóveis, fachadas ou


outros elementos arquitetônicos ou naturais considerados de
interesse paisagístico, histórico, artístico ou cultural;
VI – Produção de unidades habitação de interesse social no
próprio empreendimento ou em sua área de influência;

VII – Implantação, recuperação e/ou manutenção de espaços


públicos e áreas verdes;

VIII – Disponibilidade de cotas de emprego e cursos de


capacitação profissional, ao longo da construção do
empreendimento, para moradores de baixa renda da área de
influência.

IX – Outras que se mostrem adequadas em razão do tipo de


empreendimento ou atividade.

§ 1º As exigências previstas no caput deste artigo deverão ser


proporcionais ao porte e ao impacto do empreendimento.

§ 2º A aprovação do empreendimento ou atividade ficará


condicionada à assinatura de Termo de Compromisso pelo
interessado, em que este se compromete a arcar integralmente
com as despesas decorrentes das obras e serviços necessários à
minimização dos impactos decorrentes da sua implantação e
funcionamento, bem como demais exigências do Município.

§ 3º O Certificado de Conclusão da Obra, de Habite-se ou o


Alvará de Funcionamento só será emitido mediante
comprovação da conclusão das obrigações previstas no
parágrafo anterior.

Art. 118. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do


EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão municipal
competente, por qualquer interessado.

Art. 119. A elaboração do Estudo Prévio de Impacto de


Vizinhança não substitui a elaboração e aprovação do Estudo
Prévio de Impacto Ambiental (EIA), quando requerido nos
termos da legislação ambiental.

CAPÍTULO V
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art.120. O Município poderá exercer o Direito de Preempção


para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa
entre particulares.

Parágrafo único. O Direito de Preempção será exercido


sempre que o Poder Público necessitar de áreas para:

I – Regularização fundiária;
II – Execução de programas e projetos habitacionais de
interesse social;
III – Constituição de reserva fundiária;
IV – Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – Criação de UCs ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
VIII – Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
paisagístico.

Art. 121. O Direito de Preempção poderá ser aplicado:

I – Na Zona Beira Rio para aquisição de terrenos que permitam


a conexão da cidade com o Rio Madeira;

II – Em Zona de Proteção dos Igarapés para aquisição de


terrenos voltados para os corpos hídricos necessários para a
implantação de parques, áreas públicas, equipamentos públicos
e outras medidas que contribuam para a preservação dos
igarapés e a qualidade urbana ambiental da cidade;
III – Em outras zonas ou áreas definidas por lei específica
necessárias à implantação de projetos em desenvolvimento
pelo Município.

§ 1º Os imóveis territoriais, com ou sem construção, colocados


à venda nas áreas definidas no caput deverão ser
necessariamente oferecidos ao Município, que terá preferência
para aquisição pelo prazo de dois anos.

§ 2º A lei municipal de que trata o inciso III do caput deste


artigo Lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o direito
de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas no
parágrafo único do artigo 124 desta Lei, bem como definir as
tipologias de imóveis sujeitos ao direito de preempção em cada
área e demais regras de aplicação do instrumento.

CAPÍTULO VI
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 122. A Transferência do Direito de Construir (TDC),


prevista no art. 35 do Estatuto das Cidades (Lei 12.257/2001),
poderá ser aplicada em áreas que o Município pretenda adquirir
imóveis para implantação de projetos de interesse público, para
fins de:

I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II – Preservação, quando o imóvel for considerado de interesse


histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural.

Art. 123. Os imóveis passíveis de transferir direito de construir


são aqueles situados nas seguintes zonas urbanas:

I – Zona Beira Rio;


II – Zona de Proteção dos Igarapés;
III – Zona Especial de Interesse Histórico e Cultural.

Art. 124. A TDC ocorrerá exclusivamente quando o Município


tiver interesse na aquisição do imóvel cedente e só será
concedida ao proprietário que doar ao Município seu imóvel,
para os fins previstos no artigo 122 desta Lei.

Art. 125. A TDC será efetuada mediante autorização especial a


ser expedida pelo órgão municipal responsável pelo
planejamento e gestão urbana, sendo especificada, em metros
quadrados, a quantidade de área a ser transferida, observados
os princípios de equiparação de valores dos terrenos cedentes e
dos terrenos receptores.

Parágrafo único. Lei específica definirá fórmula de cálculo e


demais condições para celebração da TDC.

Art. 126. Autorizada a TDC, o proprietário de imóvel urbano


poderá exercer o direito de construir correspondente,
considerando o disposto no artigo 125 desta Lei, em terreno
passível de receber potencial construtivo, ou aliená-lo mediante
escritura pública, desde que previamente autorizado pelo
Município.

§ 1º Cada imóvel poderá realizar uma única transação


destinada a transferir direito de construir, podendo transferir
integralmente o potencial construtivo resultante da aplicação
do Coeficiente de Aproveitamento Básico.

§ 2º Em qualquer caso, a transferência do direito de construir


respeitará o Coeficiente de Aproveitamento Máximo que incide
no imóvel receptor, bem como os demais parâmetros
urbanísticos.
§ 3º Fica vedada a transferência de direito de construir para
imóveis situados em perímetro de Operação Urbana
Consorciada.

Art. 127. Sobre o potencial construtivo transferido com base


na fórmula de cálculo e demais disposições da lei específica
que regulamentar o instrumento não incidirá a Outorga
Onerosa do Direito de Construir.

CAPÍTULO VII
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

Art. 128. Considera-se Operação Urbana Consorciada (OUC)


o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo
Município com a participação dos proprietários, moradores,
usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo
de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias
sociais, melhorias de infraestrutura e do sistema viário,
ampliação dos espaços públicos e valorização ambiental.

Parágrafo único. A instituição de uma OUC tem por objetivo


dar viabilidade a um projeto urbano concebido para uma
determinada área da cidade.

Art. 129. Os projetos urbanos a serem implementados por


meio de OUCs envolverão pelo menos uma das seguintes
finalidades:

I – Implantação de equipamentos estratégicos para o


desenvolvimento urbano;

II – Implantação ou qualificação de espaços públicos;

III – Implantação de programas de habitação de interesse


social;

IV – Valorização de patrimônio ambiental, histórico,


arquitetônico, cultural e paisagístico;

V – Melhoria e ampliação das redes de infraestrutura de


saneamento básico.

VI – Melhoria das condições de mobilidade urbana.

Art. 130. Cada OUC será criada por lei municipal específica,
de acordo com as disposições legais;

I – Delimitação do perímetro da área de abrangência;

II – Finalidades da operação;

III – Programa básico de ocupação da área e intervenções


previstas;

IV – Programa de atendimento econômico e social para a


população diretamente afetada pela operação;

V – Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV);

VI – Solução habitacional dentro de seu perímetro, no caso da


necessidade de relocação unidades ocupadas por famílias de
baixa renda localizadas em áreas de risco;

VII – Estratégias de preservação de imóveis e espaços urbanos


de especial valor cultural e ambiental;

VIII – Contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários


permanentes e investidores privados em função dos benefícios
recebidos;
IX – Forma de controle e monitoramento da operação,
obrigatoriamente compartilhado com representação da
sociedade civil;

X – Conta ou fundo específico que deverá receber os recursos


de contrapartidas financeiras decorrentes dos benefícios
urbanísticos concedidos.

Art. 131. O estoque de potencial construtivo adicional a ser


definido para as áreas de OUC deverá ter seus critérios e
limites definidos na lei municipal específica que criar e
regulamentar a operação.

§ 1º O potencial construtivo adicional na área da OUC poderá


ser adquirido por meio da venda de Certificados de Potencial
Adicional de Construção (CEPACs), nos termos do art. 34 do
Estatuto da Cidade, ou por outro mecanismo que garanta o
equilíbrio econômico-financeiro da operação.
§ 2º Os recursos obtidos pelo Poder Público serão aplicados
exclusivamente no perímetro da OUC, na implementação do
programa básico de ocupação da área e do programa de
atendimento econômico e social para a população diretamente
afetada pela operação.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 132. São partes integrantes do presente Plano Diretor os


seguintes anexos:
I – Anexo 1 – Mapas, sendo os mapas subscritos por técnicos
habilitados e compartilhados com autoridades municipal, sendo
responsável pelos respectivos arquivos digitais, que deverão
acompanhar as reproduções impressas ou eletrônicas desta Lei;

II – Anexo 2 – Quadro de vias (Hierarquia Viária);

III – Anexo 3 – Núcleos Urbanos dos Distritos de Porto Velho;

IV – Anexo 4 – Quadro dos Coeficientes de Aproveitamento


por Zona Urbana;

V – Anexo 5 ao 8 – Quadro de coordenadas georreferenciadas


do distrito sede.

§ 1º Os Mapas 1 – Macrozoneamento de Porto Velho (Escala


Municipal); 1a – Macrozoneamento de Porto Velho (Escalda do
entorno da macrozona urbana); 4 – Zoneamento Urbano de
Porto Velho e 7 – Sistema Viário da Macrozona Urbana são
representações das informações georreferenciadas constantes
dos arquivos eletrônicos mantidos pelo Poder Executivo
Municipal e que integram o Sistema Municipal de Informações
Urbanas e Territoriais conforme Anexo 5 ao 8, os quadros de
Coordenadas.

§ 2º Em até 180 (cento e oitenta) dias após a conclusão dos


trabalhos de confecção da base cartográfica georreferenciada
do Município, as Macrozonas, Zonas Urbanas e áreas
delimitadas nesta Lei deverão ser integradas à nova base.

Art. 133. O Poder Executivo elaborará projetos de lei dispondo


sobre a revisão da Lei de Parcelamento do Solo Urbano, da Lei
de Uso e Ocupação do Solo Urbano e do Código Municipal de
Obras e Edificações a fim de adequá-las às disposições deste
Plano Diretor.

Art. 134. Os projetos de parcelamento ou edificação já


licenciados com base na legislação anterior continuarão
valendo nos prazos estabelecidos nos respectivos processos
administrativos.
Parágrafo único. A renovação da licença estará condicionada
ao cumprimento das exigências deste Plano e da legislação
urbanística da época de sua aprovação inicial, garantida sua
adequação à nova legislação.

Art. 135. Os parcelamentos legalmente licenciados antes da


vigência desta Lei e que, por força dela, deixaram de integrar o
perímetro urbano, serão considerados como situação
constituída, em observância aos preceitos constitucionais da
segurança jurídica e do ato jurídico perfeito.

Art. 136. O Poder Executivo elaborará Plano de Ação e


Investimentos (PAI) que indique ações estruturantes para
implementação das estratégias e diretrizes do Plano Diretor, de
modo a orientar os investimentos do Município e fornecer
subsídios para alteração e revisão dos instrumentos de
planejamento orçamentário.

Art. 137. O Plano Diretor será revisado no prazo máximo de


dez anos a partir da data de sua publicação.

§ 1º O processo de revisão do Plano Diretor observará o


processo participativo, com realização obrigatória de
audiências públicas promovidas pelos Poderes Executivo e
Legislativo, leituras comunitárias e demais ações que visem
ampliar a discussão das propostas e seu conhecimento pela
população e setores afetados.

§ 2º Alterações pontuais, desde que tecnicamente justificadas,


poderão ser realizadas a qualquer tempo, desde que não
atentem contra as diretrizes basilares deste Plano Diretor,
ouvindo o CONCIDADE.

§ 3º Projetos de alterações pontuais do Plano Diretor, de


iniciativa do Executivo, poderão ser realizados com base em
estudo ou evidência técnica, podendo ser solicitado o parecer
opinativo do CONCIDADE acerca da mudança pretendida.

Art. 138. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 139. Revogam-se as disposições em contrário, em


especial:

I – A Lei Complementar nº 311/2008;

II – Os artigos 3º, 4º, 5º e 6º da Lei Complementar nº


570/2015;

III – Os Coeficientes de Aproveitamento estabelecidos na Lei


Complementar nº 097/1999 e suas alterações.

HILDON DE LIMA CHAVES


Prefeito

Anexos na íntegra no site oficial da Prefeitura Municipal


de Porto Velho, disponíveis
em: https://www.portovelho.ro.gov.br/arquivos/lista/37503/plano-
diretor

Publicado por:
Fernanda Santos Julio
Código Identificador:5E5ABFE3

Matéria publicada no Diário Oficial dos Municípios do Estado


de Rondônia no dia 12/02/2021. Edição 2902
A verificação de autenticidade da matéria pode ser feita
informando o código identificador no site:
http://www.diariomunicipal.com.br/arom/

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