Processo Civil Iii

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09/02

PROCESSO E PROCEDIMENTO,
FORMAÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCESSO
DIFERENÇA DAS EXPRESSÕES
- Apesar de terem nomes parecidos, processo e procedimento são coisas
distintas
- Processo é o meio, o instrumento, por meio do qual se obtém a prestação
jurisdicional, ou seja, é um caminho formado por atos processuais que
culminarão na sentença
- Procedimento é o modo como se executa os atos processuais,
determinando o ritmo do processo a partir do direito material postulado, pode
ser comum ou especial
a) Comum = demorado, solene
b) Especial = mais rápido, urgente
- A depender do modo como se executa o processo o procedimento será
diferente, podendo ser mais rápido e curto, ou mais longo e demorado, cheio
de formalidades
Exemplo 1: procedimento comum - ação indenizatória por erro médico é
mais lenta, pois é necessário a compilação de várias provas, o que demanda
tempo
Exemplo 2: procedimento especial - ação de alimento é rápida, pois é um
direito material que necessita ser atendido com urgência, para que a criança
não morra de fome
<

- O Direito material é quem determina o ritmo do processo, e o ritmo é


denominado procedimento

FORMAÇÃO DO PROCESSO
- Princípio da inércia/dispositivo = determina que a jurisdição é inerte, ou
seja, o juízo não age de ofício, sendo necessário que a parte (autor, ora
requerente) provoque a jurisdição (entrando com a petição inicial) para que
se dê início ao processo
- Em que momento se há processo?
Art. 312/CPC - “Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for
protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os
efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.”
Protocolo: designa o momento em que o advogado(a) insere a petição inicial
no sistema do TJ do respectivo estado, gerando então o número deste
processo que tramitará de forma online
- CPC/73: definia o momento que se dá início ao processo, o momento em que
a ação é proposta, como o despacho dado pelo juiz
OBS: aqui o processo começava com um ato do judiciário, criando assim a
necessidade de modificar o Código, visto que a ação deve ser proposta
(iniciada) pela parte, e não pelo Judiciário
- CPC/2015: o processo se inicia a partir do protocolo da petição inicial
(iniciativa das partes), ou seja, antecipou-se o seu momento de formação
- Após o protocolo da petição inicial, a mesma será encaminhada ao juiz, que
irá fazer um juízo de admissibilidade, isto é, vai analisar se cumpre os
requisitos do art. 320 CPC
- Passando pelo juízo de admissibilidade, o processo é encaminhado ao
despacho inicial, que antes era considerado o momento de início do processo

- Questão:
TRT - Juiz do trabalho - CPC - Leia a afirmação a seguir e responda se é
verdadeira ou falsa:
“Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada
pelo juiz, ou simplesmente distribuída onde houver mais de uma vara.”
R: Falsa, pois o art. 312 do NCPC/2015 antecipa o momento de formação do
processo, sendo suficiente que ela seja protocolada, independente de
qualquer manifestação do magistrado a seu respeito.
- Princípio do impulso oficial = Depois da propositura da ação, o processo se
desenvolverá por impulso oficial, ou seja, caberá ao JUIZ zelar pelo
andamento do processo até o seu desfecho, dando ordem por meio de
intimações que são enviadas através do despacho
- Em casos de vício extremo na petição inicial, impossibilitando até mesmo o
conserto da mesma, o juiz extingue o processo sem julgamento do mérito
- Porém, se for possível o conserto da petição inicial, o juiz encaminhará a
mesma para as partes, dizendo qual é o erro e estipulando um prazo para
que isso seja feito
<

- Com a emenda no NCPC o juiz é OBRIGADO a especificar qual requisito


de validade está errado
- ATO PROCESSUAL EXCLUSIVO DO AUTOR E OMISSÃO: Nesse caso, o
juiz o intimará para dar andamento, sob pena de extinção do processo sem
julgamento do mérito (Art. 485, III, CPC)
Exemplo: Juntada de um documento
Art. 485 - “O juiz não resolverá o mérito quando:
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias”
- Se o ato for exclusivo para o réu (contestação, por exemplo) e o mesmo
permanecer inerte, o processo não será extinto

SUSPENSÃO DO PROCESSO
- Conceito: “trata-se de uma “parada” no procedimento e veto (proibição) à
realização de atos, permanecendo viva a relação processual” (Cândido
Rangel Dinamarco)
- Existem dois tipos de suspensão:
a) Suspensão própria = paralisação total, nenhum ato processual é
permitido
b) Suspensão imprópria = alguns atos processuais podem ser realizados
- Na suspensão imprópria, podem ser realizados atos processuais com intuito
de salvar/resolver o incidente processual

CLASSIFICAÇÃO
- Critério Diferenciador: O incidente (a causa da suspensão) ocorreu dentro
ou fora do processo?
- OBS 1: Se ocorrer um incidente no próprio processo (dentro): Suspensão
imprópria (parcial)
Exemplo: Em uma ação de cobrança, em que “A” credor ingressa contra “B” –
devedor. “A”, autor, vem a falecer. Esse fato gera a suspensão do processo.
Trata-se de suspensão parcial, incidente dentro do processo. A cobrança do
crédito “para”, mas outros atos serão praticados, como: exclusão do morto do
polo ativo, intimação do espólio (herdeiros) à Embora esteja suspenso, são
realizados atos para sanear a questão incidente, não se verificando uma
situação estática; tem-se a suspensão imprópria
- OBS 2: Se o incidente for discutido em outro (fora) processo, caso dos
embargos de terceiro: suspensão própria, pois o processo fica realmente
estancado, ou seja, não se pratica nenhum ato dentro do processo, mas
apenas no incidental (embargos de 3º)
Exemplo: em um processo de execução de dívida de A contra B, o carro de
C, que anteriormente foi dado a B como empréstimo. Então um oficial de
justiça comunica C sobre a penhora, que apresenta embargos de declaração
afirmando que seu patrimônio não pode ser dado como penhora, pois não
possui relação com o processo de A e B. O juiz vai suspender o processo e
cria-se um incidente processual, por essa ser uma discussão alheia ao
conteúdo do processo inicial (penhora dos bens por dívida). A discussão
sobre o carro ficará em um ”Apenso”, que é um processo físico que fica
separado do processo inicial (pastas diferentes), mas unido a ele por um
grampo. Para o processo inicial conseguir ter andamento, tira-se o patrimônio
de C e dá continuidade ao que tinha sido interrompido.
- Questão prejudicial: é o incidente (causa) que impede que a questão
principal seja resolvido

16/02
CAUSAS DE SUSPENSÃO
1. Morte ou perda de capacidade processual de qualquer uma das partes, de
seu representante legal ou de seu procurador
- O juiz deverá determinar a paralisação do processo até:
a) Suprimento da Incapacidade
b) Abertura da sucessão
- É mais “facil de resolver” a incapacidade do que a morte, pois na
incapacidade o incapaz será assistido ou representado
- Art. 312, par 2º/CPC
“Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada,
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos
mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.”
- Ope legis e ope judicis
- Na morte do autor é ope judicis
- Curiosidade: Em 02/12/2020, foi aprovada, pela Corte Especial do STJ,
nova Súmula que versa sobre a possibilidade de indenização por danos
morais ser transmitida aos herdeiros, com o falecimento do titular do
direito (Súmula 642).

2. Convenção das partes


- É possível, desde que não exceda o prazo de 6 meses (art. 313, parágrafo
4º, CPC)
- Não é necessário fundamentar o motivo da suspensão
- As partes podem, em comum acordo, requerer a suspensão do processo

3. Arguição de impedimento ou suspeição


- Trata-se de uma hipótese ope judices, ou seja, ficará a critério do relator
(Tribunal).
Art. 146 - “No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a
parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida
ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de
testemunhas.
§ 2° Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo
que, se o incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o
julgamento do incidente.”

- Viola o princípio da imparcialidade


- Petição de alegamento de suspeição ou impedimento encaminhada para o
juízo
- O juiz vai reconhecer a suspeição ou impedimento então o processo é
remetido a outro juiz competente
- Caso ele não reconheça haverá a abertura de um incidente encaminhado ao
tribunal, que é quem decide decretando ou não o efeito suspensivo, dizendo
se o juízo será realocado ou não

4. Pela admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas:


- IRDR: É um incidente processual a ser instaurado quando houver repetição
efetiva de processos que possuem controvérsia sobre questão unicamente
de direito. Havendo risco de ofensa à isonomia e à segurança
- Não são necessárias provas
- Ativismo judicial
- O IRDR é uma espécie de ativismo judicial para combater a insegurança
jurídica
- O IRDR pode ser suscitado pelos seguintes legitimados:
a) Juiz ou Relator;
b) Partes;
c) Ministério Público;
d) Defensoria Pública.
- No caso de ser admitido o incidente, todos os processos com a mesma
matéria, no Estado ou Região, serão suspensos pelo prazo máximo de 01
(um) ano. Nesse período o Tribunal irá julgá-lo
- Julgado o incidente, a tese jurídica fixada será aplicada em todos os
processos, presentes e futuros. Logo, todos os juízes deverão aplicar a tese,
uma vez que há uma vinculação
- Tudo isso pra evitar a insegurança jurídica

5. Quando a sentença de mérito:


a) Depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou
de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro
processo pendente
b) Trata-se de questão prejudicial, que é aquela que impede o julgamento da
questão principal. Exemplo: Ação de alimentos x Ação negatória de
paternidade
c) Tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a
produção de certa prova, requisitada a outro juízo. Exemplo: Na ação de
cobrança no juízo cível ficará suspensa até que na ação penal, acerca da
falsidade documental, se realize prova pericial.
- A suspensão poderá ser de até 1 ano, entretanto, esse prazo poderá ser
prorrogado caso o magistrado entenda necessário

6. Força maior
- Trata-se de conceito vago e indeterminado. Deve ser verificada pelo
magistrado
- Exemplo: greve dos serventuários, inundações, etc

7. Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da


navegação de competência do Tribunal Marítimo

8. Demais casos
- Não se trata de um rol taxativo
- Há mais hipóteses no CPC, por exemplo
a) Irregularidade na representação (Art. 76, CPC)
b) Falta de bens penhoráveis (art. 921, III, CPC)

9. Suspensão em caso de licença maternidade e paternidade:


a) Trinta (30) dias de suspensão para a mãe; 8 dias para o pai (crítica: princípio
da igualdade)
b) Parto ou adoção (termo inicial)
c) Requisitos:
1. Ser o (a) único(a) patrono (a) nos autos
2. Juntada, nos autos, da certidão de nascimento ou documento que
comprove a data do parto
3. Prévia comunicação ao cliente (princípio da lealdade processual) -
indicação doutrinária - não está na lei

- Par 6º e 7º incisos novos que entraram em 2016 que da o direito à mãe e ao


pai
- 314
- 315

CAUSAS DE SUSPENSÃO DO PROCESSO


Art. 314, CPC - “Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato
processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes
a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e
de suspeição.”
- O ato praticado no período de suspensão é um ato inválido
- Exemplo: produção de prova pericial em alimento perecível
A única causa de suspensão onde não pode ser praticado atos processuais,
mesmo que urgentes, é a hipótese de arguição de impedimento ou
suspeição. Pois o que está em jogo é a imparcialidade do juiz, ou seja, a
credibilidade da justiça
Art. 315, CPC - “Se o conhecimento do mérito depender de verificação da
existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo
até que se pronuncie a justiça criminal.”
- Ou seja, se dois processos estiverem em trâmite simultaneamente, um de
natureza criminal e outro de natureza cível, havendo dependência entre eles,
é o processo cível que vai ficar parado, até que a justiça criminal se
pronuncie sobre o fato delituoso
- Exemplo 1: Ação de danos morais e a ação que investiga crimes cibernético,
primeiro se resolve a criminal pois a sentença da mesma terá impacto sobre
a civil
- Exemplo 2: se a ação é criminal e o autor também quer ingressar com a civil,
o juiz criminal autoriza o juiz civil a dar o seu parecer. Nesse caso, o juiz civil
pode se pronunciar no momento da fundamentação, que é onde se pronuncia
sobre as teses e consequências jurídicas. Ele não pode se pronunciar nem
no momento do relatório e nem no dispositivo, somente pode se manifestar
sobre a questão prévia/prejudicial no momento da fundamentação

CAUSAS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO


INTRODUÇÃO
- A extinção do processo ou da fase de conhecimento se dá com a prolação da
sentença

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO MÉRITO


- Conceito: o juiz tem o dever de enfrentar o pedido final do autor dizendo
quem tem razão, concedendo o direito e o satisfazendo
- Mérito = pedido do autor, o que ele quer quando provoca a jurisdição
- Quando o julgamento é feito sem análise do mérito, implica dizer que o juiz
encontrou um vício processual
Art. 49, CPC - "As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa."
Art. 6°, CPC - "Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva."
- Princípio da cooperação
- Princípio da duração razoável do processo
- Processo = CPC/2015 = sincretismo processual
- A fase de execução se inicia a partir do inadimplemento de 15 dias
- O autor tem o direito de ter o seu direito satisfeito

DISPOSIÇÕES DO CPC
Art. 316, CPC - “A extinção do processo dar-se-á por sentença.”
Art. 317, CPC - “Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.”
- Princípio do contraditório e ampla defesa
- O juiz tem que dar oportunidade (se possível) para as partes
corrigirem/sanarem/suprir eventuais erros ou vícios, caso contrário estará
sendo arbitrário
SENTENÇAS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
SENTENÇA TERMINATIVA
- É aquela que extingue o processo SEM análise do mérito
- Previsão: art. 485, CPC
- Padecem de vício processual
- Pressupostos negativos (não podem ter no processo) = perempção, coisa
julgada e litispendência
- Coisa julgada formal: só faz efeito em um processo específico, posso propor
a demanda novamente

SENTENÇA DEFINITIVA
- São aquelas que acolhem ou rejeitam o PEDIDO
- Trata-se de sentença de procedência ou improcedência = PEDIDO (mérito)
- Portanto, são aquelas que analisam o mérito -> Art. 487, CPC
- Faz coisa julgada formal e material
- CJF = Produzir a extinção daquele processo, só produz efeito naquele
processo
- CJM = é ao mesmo tempo formal e material pois extingue aquele processo
mas seus efeitos extrapolam aquele processo, impedem que se ingresse
nova demanda

QUESTÃO
02/03

PETIÇÃO INICIAL
- É chamada por alguns de “projeto de sentença”, pois é nela que o juiz vai se
basear para dar a sentença
- Princípio do dispositivo, da demanda ou da inércia:
Art. 2º, CPC - “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.”
- Princípio do dispositivo, da demanda ou da inércia: jurisdição é inerte, sendo
a petição inicial a peça apta a provocá-la
- Conceito: é a peça formal pela qual o autor provoca a jurisdição e veicula
sua pretensão
- Formalidades legais (art. 319, CPC): se forem desrespeitadas, a PI é
considerada inepta, ou seja, não apta a provocar a jurisdição
- Natureza jurídica: a petição inicial, em decorrência das suas características,
“vai ser guardada na gavetinha do” pressuposto de existência do
processo, que engloba:
a) Jurisdição = age, após provocação, para solucionar a lide
b) Petição Inicial = provoca a jurisdição
c) Citação = traz o réu para o processo

- Fundamento legal: art. 319 e seguintes do CPC

FUNÇÕES
1. LOCAL DE FORMULAÇÃO DOS PEDIDOS
- Preâmbulo: é onde se faz a qualificação das partes, ou seja, indica ao juiz
quem é autor e quem é réu

2. IDENTIFICAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR


- Autor legítimo: para que o autor tenha legitimidade ativa, deve-se
comprovar que o mesmo é titular do direito material postulado

3. LIMITAÇÃO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL: LIMITES


SUBJETIVOS E OBJETIVOS
- Limite subjetivo: se refere às partes do processo
a) A sentença do juiz está restrita a um limite subjetivo, ou seja, as partes do
processo
b) Não se pode, por exemplo, condenar uma pessoa que não é parte do
processo
- Limite objetivo: a PI fixa limites objetivos para as ações do juiz, ou seja, o
mesmo não pode dar a mais e nem a menos do que foi pedido

4. DEFINIÇÃO DO CONTRADITÓRIO
- A PI também serve para definir o contraditório, porque, quando usado para
manifestação, o contraditório é usado para se defender dos pedidos que
estão contidos dentro da própria PI
- Contraditório é composto por três pilares:
a) Direito de informação acerca dos atos e decisões judiciais = é o
direito de ter conhecimento dos atos do processo
b) Direito de manifestação acerca dos atos/decisões judiciais = é o
direito de se manifestar sobre todos os atos e decisões do processo
c) Direito de poder influenciar o juiz com a manifestação = é o direito de
fazer com que o juiz, no mínimo, enfrente (analise) sua manifestação,
devendo se pronunciar sobre tal
REQUISITOS DA PI
Art. 319 - “A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida; (endereçamento)
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; (preâmbulo)
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; (causa de pedir)
IV - o pedido com as suas especificações; (pedido)
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados; (protesto por provas)
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
de mediação.” (audiência de conciliação/mediação)

● INCISO I
- O legislador trocou “juiz”, do CPC de 1973, por "juízo"
- Com base no princípio do juiz natural, as partes não escolhem o juiz (pessoa)
que será responsável pela ação, mas sim o juízo

PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO NOVO CPC


1. QUALIFICAÇÃO MAIS COMPLETA
- Pelo Novo CPC (2015), a Petição Inicial deve indicar a qualificação do autor e
do réu, inclusive com o respectivo endereço eletrônico (e-mail), o domicílio, o
endereço da residência, o RG e a união estável
- Domicílio e residência: são elementos indispensáveis, pois é a partir deles
que o juiz enviará a citação

2. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO MÉRITO


Art. 319, §1º, CPC - “Não sendo disponíveis tais informações, poderá o autor,
na própria petição inicial, requerer ao juiz que sejam deferidas diligências
para a obtenção das mesmas”
- Se o juiz não permitisse que a ação fosse proposta somente pela falta de
uma das informações, como o RG, ele estaria indo contra o princípio do
acesso à justiça
- Portanto, a petição inicial não será indeferida por insuficiência dos dados
pessoais exigidos (ainda poderá ser feita), desde que possível a citação do
réu, ou seja, deve ter no mínimo algum endereço de contato do réu
- A P.I não será indeferida se a obtenção prévia de tais informações "tornar
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça"
3. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
- A petição inicial deverá também conter a expressa disposição do
demandante à realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação
(art. 319, VII, CPC)
“A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.”

4. INÉPCIA DA P.I
<

- O juiz determinará que o autor, no prazo de 15 dias, supra o defeito, sob


pena de indeferimento (artigo 321 e parágrafo único)
“O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts.
319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias,
a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.”

5. CITAÇÃO
- Ademais, vale lembrar que, dentre os requisitos da PI no CPC, não está mais
prevista a necessidade de requerimento para citação do réu (trata-se de uma
consequência lógica do ajuizamento)

CAUSA DE PEDIR

- Fatos = são os acontecimentos narrados ao juiz que geram uma


consequência jurídica e levam a uma dada pretensão (pedido)
- Fundamentos jurídicos = consequências jurídicas que derivam diretamente
dos fatos narrados
- Observação 1: fundamentos jurídicos se diferem de fundamentos legais, não
são sinônimos, visto que os fundamentos legais são os dispositivos (artigos)
de lei (ex: art. 186 CC)
- Observação 2: se o juiz invocar fatos não arguidos pelas partes para julgar o
mérito da lide, estará violando o princípio da inércia judicial (arts. 2° e 141):
"É nula a decisão que julga procedente o pedido com base em fatos diversos
do que foram alegados pelo autor como fundamento de seu direito". (STJ,
REsp 154.919, j. 20.05.2005). Neste sentido: TIRS, AP 70056366289,].
03.09.2014.
NOMENCLATURA
- A doutrina diferencia a causa de pedir em remota e próxima, para fins
doutrinários:
<

a) Causa de pedir remota = fatos (o que está longe do juiz)


b) Causa de pedir próxima = fundamentos jurídicos (o que está próximo do
juiz, pois ele tem o CPC em suas mãos)

TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO
- O que vincula o juiz?
R: O juiz está vinculado aos fatos, ou seja, jamais deve se afastar dos fatos
narrados na PI, não sendo permitido que sentencie baseando-se em fatos
diversos dos narrados.

DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS
Art. 320 - “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis
à propositura da ação.”
- Trata-se do momento para produção de prova documental
- O momento de produção dessa prova (prova documental) está no protocolo
da P.I.

16/03
- O autor e o réu devem se manifestar
- Basta um querer para audiência acontecer: Apesar de um não querer, a
audiência vai acontecer, pois a conciliação e mediação possui uma grande
importância (legislador deu)
- No mínimo 20 minutos as partes devem tentar o acordo
- Na audiência de conciliação, a omissão é vista como manifestação de
interesse
- Com o atual CPC a citação deixou de ser um requisito obrigatório
- Se chegar no final e não tiver citação, não terá consequência
- Pela citação ser obrigatória, ou seja, se tratar de um pressuposto de
existência do processo (n existe processo sem citação), é q o legislador
deixou de traze-la como requisito obrigatório, uma vez que, trata-se de uma
consequência lógica do ajuizamento da ação

VALOR DA CAUSA
Art. 292 - “O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até
a data de propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas
pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de
avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à
soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.”

- A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que ela não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível, pois é obrigatório atribuir o valor da
causa. É NECESSÁRIO colocar o valor da causa
- Logo, nas ações que não determinaram, o código manda dar um valor, pois o
processo vai gerar custas
- Essas custas do processo serão fixadas de acordo com o valor da causa
- Nas causas das quais eu não consigo mensurar/quantificar, existe uma
prática jurídica de atribuir o valor da causa em um salário mínimo

● Inciso “I”
- Ação de cobrança
- Juros + Mora + Penalidades + valor principal (valor do débito) = valor da ação
de cobrança (valor do débito)

● Inciso “II”
- Ação de resolução, modificação do negócio jurídico
- Vai ser o valor do contrato ou da parte controvertida

● Inciso “III”
- Ação de alimentos
- O valor da causa é 12x o valor da pensão

● Inciso “IV”
- Ação de divisão, demarcação ou reivindicação de terra
- O valor da causa vai ser o valor da área reivindicada ou que se pede a
demarcação

● Inciso “V”
- Ação indenizatória
- Inclui danos materiais e morais
- Vai ser o valor pretendido

● Inciso “VI”
- Ação de cumulação de pedido
- O valor da ação com vários pedidos será a soma do valor de todos esses
pedidos

● Inciso “VII”
- Ação de pedido alternativo (ou um ou outro)
- A quantificação da causa é feita a partir do valor do maior pedido

● Inciso “VIII”
- Ação que tiver pedido subsidiário
- É quando há um pedido principal mas se ele não for acolhido pelo juiz tem
um pedido subsidiário
- Nessa ação, o valor da causa vai ser o valor do pedido principal <<

● Protesto por prova


- Art. 319, VI - na PI o autor deve abrir um tópico onde faz o protesto por
provas
- “Protesto provado e alegado por todos os meios em lei admitido" = diz que,
no momento oportuno, provará os fatos citados na PI, utilizando-se de todos
os meios permitidos no código
- Prova documental = tem como momento de produção o protocolo da PI, ou
seja, pede-se a juntada das provas e documentos disponíveis na PI

● Prova documental
Art. 320, CPC - “A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.”
- Documentos indispensáveis
- Trata-se do momento para a produção de prova documental, que é na PI
- Tem como momento de produção o protocolo da PI, ou seja, pede-se a
juntada das provas e documentos disponíveis na PI

PEDIDO
- Pedido é a pretensão que o autor leva à apreciação do juiz
- Ou seja, é a parte mais importante da PI
- É composto por duas partes: pedido imediato e o pedido mediado

PEDIDO IMEDIATO
- É a tutela jurisdicional pretendida
- Ou seja, a decisão judicial
- As decisões judiciais podem ser de 3 ordens:
a) Condenação
b) Declaração
,,

c) Constituição/desconstituição

PEDIDO MEDIATO
<,

- É o bem da vida

MODIFICAÇÃO DO PEDIDO
1. Citação
- Até a citação acontecer, é possível a modificação do pedido sem o
consentimento do réu
- Motivo: não tem réu ainda, não está no processo

2. Saneamento
- A partir da citação até a fase de saneamento pode modificar sem o
consentimento do réu
- Porém, entrou na fase de saneamento, a modificação do pedido só pode
ocorrer com o consentimento do réu
- Essa fase possui duas funções:
a) Sanar/corrigir os vícios processuais
b) Fixar pontos controvertidos, identificando as provas que serão produzidas

3. Após o saneamento
- Depois da fase de saneamento, ocorre a estabilização objetiva da lide
- Após o saneamento, em decorrência dessa estabilização, não é permitida a
modificação do pedido
- Isso ocorre porque na fase de saneamento o juiz já teve o trabalho de corrigir
todos os possíveis vícios, fixar pontos controvertidos e identificar as provas,
logo, se o autor quiser acrescentar mais informação após essa fase, todo
esse trabalho teria que ser refeito
- “Estabilização objetiva” = refere-se a pedido
- “Estabilização subjetiva” = refere-se aos sujeitos processuais

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