Ensinamentos Dos Presidentes Da Igreja - Ezra Taft Benson

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Ensinamentos dos

Presidentes da Igreja
Ezra Taft Benson
ENSINAMENTOS DOS PRESIDENTES DA IGREJA

EZRA TAFT BENSON

Publicado por
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Salt Lake City, Utah
Livros da Série Ensinamentos dos Presidentes da Igreja
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (código 36481 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young (35554 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor (35969 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Wilford Woodruff (36315 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Lorenzo Snow (36787 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith (35744 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant (35970 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: George Albert Smith (36786 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: David O. McKay (36492 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith (36907 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Harold B. Lee (35892 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Spencer W. Kimball (36500 059)
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Ezra Taft Benson (08860 059)
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buição local ou visite o site store.​LDS.​org. Os livros também estão
disponíveis no site LDS.​org e no aplicativo Gospel Library para
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Street, Salt Lake City, UT 84150-­0024 USA.
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de mencionar o título do manual. Faça seus comentários sobre os
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Todos os direitos reservados
Impresso no Brasil
Aprovação do inglês: 3/11
Aprovação da tradução: 3/11
Tradução de Teachings of Presidents of the Church: Ezra Taft Benson
Portuguese
08860 059
Sumário

Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
Resumo Histórico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x
A Vida e o Ministério de Ezra Taft Benson. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1 O Grande Mandamento — Amar ao Senhor. . . . . . . . . . . . . 41
2 Orar Sempre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3 Liberdade de Escolha, um Princípio Eterno. . . . . . . . . . . . . 63
4 Viver com Alegria em Tempos Trabalhosos. . . . . . . . . . . . . 75
5 Princípios do Verdadeiro Arrependimento. . . . . . . . . . . . . . 83
6 Jesus Cristo, Nosso Salvador e Redentor. . . . . . . . . . . . . . . . 97
7 Joseph Smith, um Instrumento nas Mãos de Deus. . . . . . . 111
8 O Poder da Palavra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
9 O Livro de Mórmon — Pedra Angular de Nossa Religião. . 135
10 Inundar a Terra e Nossa Vida com o Livro de Mórmon . . . 145
11 Seguir o Profeta Vivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
12 Busquem o Espírito em Tudo Que Fizerem. . . . . . . . . . . . 167
13 As Bênçãos Inestimáveis da Casa do Senhor . . . . . . . . . . . 179
14 Casamento e Família — Ordenados por Deus. . . . . . . . . . 191
15 Os Chamados Sagrados de Pai e Mãe. . . . . . . . . . . . . . . . . 203
16 Os Idosos na Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
17 Guardar a Lei da Castidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231
18 Acautelai-­vos contra o Orgulho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
19 Liderança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257
20 “Apascenta as Minhas Ovelhas”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269
21 Princípios de Bem-­Estar Material e Espiritual. . . . . . . . . . . 279
22 Proclamar o Evangelho ao Mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
23 “Fortalece Tuas Estacas”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 305
24 Uma Vida Centralizada em Cristo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315
Lista de Auxílios Visuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
Índice. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329
Introdução

A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos criaram


a série Ensinamentos dos Presidentes da Igreja a fim de ajudá-­lo
a aproximar-­se do Pai Celestial e aprofundar seu conhecimento
do evangelho restaurado de Jesus Cristo. À medida que a Igreja
acrescentar volumes a esta série, você poderá montar uma coleção
de livros de referência do evangelho para seu lar. Os livros desta
série foram feitos para ser usados no estudo pessoal e nas aulas
de domingo. Eles também podem ajudá-­lo a preparar outras aulas
ou discursos e a responder a perguntas sobre a doutrina da Igreja.
Este livro apresenta os ensinamentos do Presidente Ezra Taft
Benson, que serviu como Presidente de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias de 10 de novembro de 1985 a 30 de
maio de 1994.

Estudo Pessoal

Ao estudar os ensinamentos do Presidente Ezra Taft Benson,


busque fervorosamente a inspiração do Espírito Santo. As perguntas
ao final de cada capítulo vão ajudá-­lo a ponderar, compreender e
aplicar os ensinamentos do Presidente Benson. As ideias a seguir
também podem ser úteis:
• Escreva os pensamentos e sentimentos que receber do Espírito
Santo ao estudar.
• Sublinhe as passagens que deseja lembrar. Considere a possibi­
lidade de memorizar essas passagens ou anotá-­las em suas escri-
turas, ao lado dos versículos a elas relacionados.
• Leia um capítulo ou uma passagem mais de uma vez para que
possa compreendê-­lo melhor.

v
I n t ro d u ção

• Faça a si mesmo perguntas como estas: De que maneira os ensi-


namentos do Presidente Benson aumentam minha compreensão
sobre os princípios do evangelho? O que o Senhor quer que eu
aprenda com esses ensinamentos?
• Fale do que você aprendeu aos membros de sua família e a seus
amigos.
• Pergunte-­se a si mesmo de que maneira os ensinamentos con-
tidos neste livro podem ajudá-­lo a vencer suas dificuldades e
preocupações pessoais.

Como Ensinar Usando Este Livro

Você pode usar este livro para o ensino no lar ou na Igreja. As


diretrizes a seguir podem ajudá-­lo.

Prepare-­se para Ensinar


Busque a orientação do Espírito Santo ao preparar-­se para ensi-
nar. Estude fervorosamente o capítulo para adquirir confiança em
sua compreensão dos ensinamentos do Presidente Benson. Você
ensinará com mais sinceridade e força se as palavras dele tiverem
influenciado sua vida pessoal (ver D&C 11:21).
Se for ensinar ao Sacerdócio de Melquisedeque ou à Sociedade
de Socorro, você não deve deixar este livro de lado nem preparar
as lições usando outros materiais. Selecione em espírito de oração
os ensinamentos deste capítulo que você sentir que serão mais úteis
para seus alunos. Alguns capítulos contêm mais material do que
você será capaz de abordar durante o período de aula.
Incentive os alunos a estudarem o capítulo antes da aula e a
terem o livro consigo durante a aula. Se eles fizerem isso, estarão
mais bem preparados para participar de um debate e para edificar
uns aos outros.
Ao preparar-­se para ensinar, dê especial atenção às “Sugestões
para Estudo e Ensino” no final de cada capítulo. Sob esse título,
você encontrará perguntas, escrituras relacionadas e um auxílio de
estudo ou um auxílio didático. As perguntas e escrituras relaciona-
das referem-­se especificamente ao capítulo em estudo. Os auxílios

vi
I n t ro d u ção

de estudo e os auxílios didáticos podem orientá-­lo em seus esforços


para aprender e viver o evangelho e ajudar outras pessoas a fazer
o mesmo.
Apresente o Capítulo
Ao apresentar o capítulo, e durante toda a lição, tente criar um
ambiente em que o Espírito Santo possa tocar o coração e a mente
de seus alunos. Para iniciar a lição, ajude os alunos a se concentra-
rem nos ensinamentos do capítulo. Você pode usar uma ou mais
das ideias a seguir:
• Leia e discuta a seção intitulada “Da Vida de Ezra Taft Benson”
no início do capítulo.
• Discuta uma ilustração ou escritura desse capítulo.
• Cantem juntos um hino relacionado ao tema.
• Relate uma breve experiência pessoal sobre o tema.
Incentive o Debate sobre os Ensinamentos do Presidente Benson
Ao ensinar usando este livro, convide as pessoas a compartilhar
seus pensamentos, fazer perguntas e ensinar umas às outras. Elas
aprendem melhor quando participam ativamente e, com isso, ficam
mais preparadas para aprender e para receber revelações pessoais.
Permita que um bom debate prossiga em vez de tentar abordar
todos os ensinamentos. Para incentivar o debate, use as perguntas
ao final de cada capítulo. Você também pode elaborar suas próprias
perguntas, especificamente para seus alunos.
As seguintes opções podem lhe dar mais ideias:
• Peça aos alunos que falem sobre o que aprenderam ao estuda-
rem o capítulo individualmente. Pode ser útil entrar em contato
com alguns alunos durante a semana e pedir-­lhes que venham
preparados para falar do que aprenderam.
• Designe alguns alunos para ler perguntas selecionadas do final
do capítulo (individualmente ou em pequenos grupos). Peça-­
lhes que procurem os ensinamentos do capítulo que estejam
relacionados a essas perguntas. Peça-­lhes que exponham seus
pensamentos e suas ideias.

vii
I n t ro d u ção

• Leiam juntos alguns ensinamentos do Presidente Benson desse


capítulo. Peça aos alunos que citem exemplos das escrituras e
de sua própria experiência que ilustrem esses ensinamentos.
• Peça aos alunos que escolham uma seção do capítulo e a leiam
em silêncio. Peça-­lhes que se reúnam em grupos de duas ou três
pessoas que tenham escolhido a mesma seção e discutam o que
aprenderam.
Incentive os Alunos a Partilhar e Aplicar os Ensinamentos
Os ensinamentos do Presidente Benson serão mais significativos
para os alunos que os partilham em classe com os demais e os
aplicam à própria vida. Você pode usar uma ou mais das ideias a
seguir:
• Pergunte aos alunos como podem aplicar os ensinamentos do
Presidente Benson às próprias responsabilidades no lar e na
Igreja. Por exemplo, ajude-­os a ponderar e discutir formas de
aplicar esses ensinamentos como marido ou mulher, pais, filhos
ou filhas, mestres familiares e professoras visitantes.
• Incentive os alunos a conversar com familiares e amigos sobre
alguns dos ensinamentos do Presidente Benson.
• Incentive os alunos a aplicar o que aprenderam e a partilhar suas
experiências no começo da próxima aula.
Conclua o Debate
Faça um breve resumo da lição ou peça a um ou dois alunos
que o façam. Preste testemunho dos ensinamentos discutidos. Se
desejar, convide outros a também prestarem testemunho.

Informações sobre as Fontes Citadas Neste Livro

Os ensinamentos contidos neste livro são citações diretas de dis-


cursos, artigos, livros e diários do Presidente Ezra Taft Benson. Nos
trechos extraídos de fontes publicadas, foram mantidas a pontuação,
a ortografia, o uso de maiúsculas e a paragrafação da fonte original,
excetuando-­se alterações editoriais ou tipográficas que tenham sido
necessárias para facilitar a compreensão. Por esse motivo, é possível
encontrar algumas pequenas inconsistências no texto.

viii
I n t ro d u ção

Além disso, o Presidente Benson frequentemente usava termos


como homens, homem ou humanidade para referir-­se a todos,
homens e mulheres. Ele usava frequentemente os pronomes ele e
dele para referir-­se a ambos os sexos. Isso era comum na linguagem
de sua época. Apesar da diferença entre essas convenções de lin-
guagem e o uso mais atual, os ensinamentos do Presidente Benson
se aplicam tanto a mulheres quanto a homens.

ix
Resumo Histórico

A cronologia a seguir apresenta um breve quadro histórico


dos ensinamentos do Presidente Ezra Taft Benson apresentados
neste livro.
4 de agosto de 1899 Nasce perto de Whitney, Idaho, filho de
George Taft Benson Jr. e Sara Dunkley
Benson.
1912 a 1913 Assume muitas responsabilidades em casa
enquanto o pai serve missão na região
norte dos Estados Unidos.
1914 a 1919 Frequenta e forma-­se na Oneida Stake
­Academy [Academia da Estaca Oneida],
em Preston, Idaho.
1918 É chamado a servir como Chefe Escoteiro
assistente (líder dos rapazes) em sua ala
em Whitney.
1920 Conhece Flora Smith Amussen, sua futura
esposa.
1921 Frequenta a Utah Agricultural College
[Faculdade Estadual de Agronomia de
Utah] (atualmente Universidade Estadual
de Utah) em Logan, Utah.
13 de julho de 1921 É ordenado élder por seu pai.
15 de julho de 1921 Serve como missionário de tempo integral
a 2 de novembro na Missão Britânica.
de 1923
25 de agosto de Flora serve missão de tempo integral nas
1924 a junho de Ilhas do Havaí.
1926

x
Re s u m o H i s t ó r ic o

outono de 1924 Junta-­se a seu irmão Orval na compra da


fazenda da família em Whitney.
primavera de 1926 Forma-­se na Universidade Brigham Young.
10 de setembro de Casa-­se com Flora no Templo de Salt Lake.
1926
setembro de 1926 a Frequenta a Iowa State College of Agricul-
junho de 1927 ture and Mechanical Arts [Faculdade Esta-
dual de Agronomia e Artes Mecânicas de
Iowa] (atualmente Universidade Estadual
de Ciência e Tecnologia de Iowa), da qual
obtém o mestrado em Economia Agrícola.
junho de 1927 Volta a morar na fazenda da família em
Whitney.
1929 Aceita o cargo de consultor agrícola muni-
cipal no Condado de Franklin, Idaho.
Deixa a fazenda e muda-­se para perto de
Preston, Idaho.
1930 a 1939 Trabalha como economista agrário e
­especialista de marketing na Divisão de
Extensão da Universidade de Idaho.
janeiro de 1935 a Serve como primeiro conselheiro na presi-
novembro de 1938 dência da Estaca Boise.
novembro de 1938 Serve como presidente da Estaca Boise.
a março de 1939
1939 a 1943 Trabalha como secretário executivo no
Conselho Nacional de Cooperativas
­Agrícolas em Washington, D.C. Mora
com sua família em Bethesda, Maryland.
junho de 1940 Chamado a servir como presidente da
Estaca Washington, em Washington, D.C.
26 de julho de 1943 Chamado a servir como membro do
­Quórum dos Doze Apóstolos.

xi
Re s u m o H i s t ó r ic o

7 de outubro de Ordenado apóstolo e designado mem-


1943 bro do Quórum dos Doze Apóstolos pelo
­Presidente Heber J. Grant.
janeiro de 1946 a Serve como presidente da Missão Europeia,
dezembro de 1946 ajudando a levar socorro material e espiri-
tual aos santos locais depois da devastação
da Segunda Grande Guerra.
16 de julho de 1946 Dedica a Finlândia para a pregação do
evangelho.
janeiro de 1953 a Serve como Secretário da Agricultura dos
janeiro de 1961 Estados Unidos, sob a liderança do Presi-
dente Dwight D. Eisenhower.
janeiro de 1964 a Serve novamente como presidente da
setembro de 1965 ­Missão Europeia.
10 de novembro de Rededica a Itália para a pregação do
1966 evangelho.
14 de abril de 1969 Dedica Cingapura para a pregação do
evangelho.
26 de outubro de Dedica a Indonésia para a pregação do
1969 evangelho.
30 de dezembro de Designado Presidente do Quórum dos
1973 Doze Apóstolos.
10 de novembro de Designado Presidente de A Igreja de Jesus
1985 Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
24 de outubro de Dedica o Templo de Denver Colorado.
1986
28 de agosto de Dedica o Templo de Frankfurt Alemanha.
1987 (Nove templos foram dedicados durante
seu serviço como Presidente da Igreja.)

xii
Re s u m o H i s t ó r ic o

2 de outubro de Profere o último discurso em pessoa numa


1988 conferência geral. (Depois de outubro de
1988, sua frágil condição física passou a
impedi-­lo de falar na conferência geral.
Seus conselheiros na Primeira Presidência
liam os discursos que ele preparava ou
citavam partes de mensagens contidas em
discursos anteriores.)
14 de agosto de Lamenta o falecimento de sua mulher,
1992 Flora.
30 de maio de 1994 Morre em sua casa, em Salt Lake City, Utah,
cerca de dois meses antes de completar
95 anos de idade.

xiii
Ezra Taft Benson ainda bebê, em 1900

xiv
A Vida e o Ministério
de Ezra Taft Benson

O s viajantes que seguiam pela estrada entre Logan, Utah, e


­Whitney, Idaho, presenciaram algo inusitado em 4 de junho de
1994. Eles viram pessoas em pé ao longo de alguns trechos des-
ses 39 quilômetros de estrada. No dia seguinte, o Élder Robert D.
Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou por que as pes-
soas haviam se reunido ali. Elas estavam aguardando o cortejo fúne-
bre que transportaria o corpo do Presidente Ezra Taft Benson ao
cemitério de sua cidade natal, depois da cerimônia realizada em
Salt Lake City, Utah. O Élder Hales descreveu a cena:
“A movimentação das pessoas para ver o cortejo para Whitney,
Idaho, foi um tributo emocionado a um profeta de Deus.
Foi um tributo dos membros da Igreja, que se alinharam à beira
da estrada e lotaram os viadutos durante o trajeto. Alguns vesti-
ram as melhores roupas de domingo, embora fosse uma tarde de
sábado. Outros ficaram parados em sinal de respeito, saindo de seu
veículo e levantando-­se reverentemente, aguardando a passagem do
profeta. Os agricultores pararam o que estavam fazendo e, tirando
o chapéu, colocaram-­no sobre o peito. Provavelmente ainda mais
significativo, foi a atitude dos rapazes, tirando o boné de beisebol e
levando-­o ao peito. Bandeiras também agitavam seu adeus na pas-
sagem do profeta. Havia cartazes onde se lia: ‘Amamos o Presidente
Benson’. Outros diziam: ‘Leiam o Livro de Mórmon’”.1
Toda essa efusividade foi de fato um tributo, mas também foi
mais do que isso. Foi uma prova visível de que a vida dessas pes-
soas se transformara por terem seguido o conselho de um profeta.
E o povo reunido ao longo da estrada representava muitos outros.
No período compreendido entre o nascimento de Ezra Taft Benson,
próximo a Whitney, Idaho, e o sepultamento de seus restos mortais

1
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

no local, ele foi um instrumento nas mãos do Senhor, viajando pelo


mundo e ajudando milhões a vir a Cristo.

Lições Aprendidas na Fazenda da Família


Em 4 de agosto de 1899, Sarah Dunkley Benson e George Taft
Benson Jr. receberam com alegria o primeiro filho na família.
Deram-­lhe o nome de Ezra Taft Benson em homenagem ao bisavô,
o Élder Ezra T. Benson, que servira como membro do Quórum dos
Doze Apóstolos.
Ezra nasceu na fazenda, na casa de dois quartos que seu pai
tinha construído no ano anterior. O parto foi longo e difícil; o
médico que os assistia chegou a pensar que o bebê de 5 quilos e
300 gramas não sobreviveria. Mas as avós desse bebê não pensa-
vam assim. Elas encheram duas panelas com água — uma quente,
a outra fria — e mergulharam o netinho alternadamente em cada
uma até ele começar a chorar.
O pequeno Ezra Taft Benson, a quem muitos familiares e amigos
chamavam de “T”, desfrutou de uma infância plena na fazenda que
circundava a casa onde nascera. O Presidente Gordon B. Hinckley,
que serviu com o Presidente Benson por quase 33 anos no Quórum
dos Doze Apóstolos e na Primeira Presidência, falou das lições que
o jovem Ezra aprendeu:
“Era um menino da fazenda, literal e verdadeiramente, um rapaz
queimado pelo sol, trajando o típico macacão, que, muito cedo
na vida, aprendeu o significado da lei da colheita: ‘Tudo o que o
homem semear, isso também ceifará’ (Gálatas 6:7).
Ele aprendeu nesses dias magros que, sem trabalho árduo, nada
cresce, exceto as ervas daninhas. É preciso trabalhar, persistente
e constantemente, se pretender colher algo. Assim, havia trabalho
com o arado no outono e na primavera — muito suor causado
pela tarefa de caminhar por um sulco de terra o dia inteiro, atrás
de uma parelha de fortes cavalos. Naquele tempo, usava-­se um
arado manual e era preciso segurar firmemente as extremidades
das hastes, que torciam e sacudiam a cada movimento da ponta
afiada de metal que rasgava a terra e a rolava para os lados. Depois

2
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

de um dia inteiro fazendo isso, o rapaz estava exausto e dormia


profundamente. A manhã seguinte, porém, começava muito cedo.
A terra precisava ser aplainada com o ancinho, ser arada nova-
mente a fim de desmanchar os torrões e ser preparada para receber
as sementes. Plantá-­las era uma tarefa árdua, de quebrar as costas.
E depois, vinha a irrigação. A fazenda Benson ficava numa região
seca, sobrevivendo graças ao milagre da irrigação. A água tinha de
ser vigiada não só durante o dia, mas durante a noite também. Não
existiam lanternas elétricas nem de propano. Só existiam lanternas
a querosene, que emanavam um brilho amarelo, fraco e pálido. Era
imperativo que a água chegasse até a última fileira de sementes.
Essa foi uma lição que ele nunca esqueceu.
Ainda consigo imaginar esse rapazinho, a pá sobre o ombro,
andando em meio às valas de terra, para formar um ambiente mais
propício à geração de vida naquele solo ressequido.
Logo chegava a época de cortar o feno; vários hectares de feno.
Os trabalhadores se posicionavam nas laterais da ceifadeira; o rapaz
assumia o velho assento de metal, e a barra cortante voava para
frente e para trás, cortando uma faixa de um metro e meio, con-
forme o grupo avançava. Importunados por moscas e pernilongos,
pela poeira e por um calor escaldante, executavam um trabalho
penoso. O feno, depois, tinha de ser limpo e, em seguida, era ati-
rado com um ancinho em montes, para secar. Não havia tempo a
perder. Quando o feno atingia o ponto certo, era lançado em uma
secadeira de feno, um tipo de celeiro suspenso, com um fundo
amplo e plano. No terreno ao lado, a empilhadeira movida por
um cavalo retirava o feno de dentro da secadeira para formar uma
enorme montanha lá fora. Não havia enfardadeiras nem empilha-
deiras mecânicas naquela época. Só o que havia eram forcados e
músculos.
(…) Não é de admirar a sua grande estatura e seu corpo forte.
Aqueles que o conheceram já com idade avançada sempre se admi-
ravam do tamanho de seus punhos. A robustez física, cujo alicerce
se formou em sua meninice, era uma das grandes bênçãos de sua
vida. Até os últimos momentos, foi um homem de excepcional
energia.

3
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

No percurso de sua vida madura, ao interagir com presidentes


e monarcas, nunca perdeu o toque de seus dias de infância na
fazenda. Jamais perdeu a disposição para o trabalho. Jamais perdeu
a vontade de acordar ao alvorecer e trabalhar noite adentro.
Contudo, ele trouxe do lar de sua infância muito mais do que
o hábito arraigado de trabalhar. Havia um quê de determinação
proveniente daquela terra. Havia o lembrete constante da sentença
dada a Adão e Eva, quando foram expulsos do Jardim: ‘No suor
do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra’ (Gênesis
3:19). O senso de autossuficiência era natural para aqueles que
lidavam com a terra. Não havia programas governamentais agrários
nem subsídios de nenhum tipo. Vivia-­se à mercê dos caprichos das
estações. Nevascas letais, tempestades antes do tempo, vento e seca
eram todos aceitos como riscos da vida, para os quais não havia
qualquer garantia. Era necessário armazenar para os dias de neces-
sidade, ou certamente haveria fome. O único recurso constante
para os riscos da vida era a oração; oração para nosso Pai, eterno
e amoroso, o Deus Todo-­Poderoso do universo.
Havia muita oração naquele pequeno lar em Whitney, Idaho.
Faziam a oração familiar à noite e pela manhã, na qual agradeciam
pela vida com suas dificuldades e oportunidades e na qual suplica-
vam forças para executar o trabalho diário. Os necessitados eram
lembrados e, quando a família concluía a oração, a mãe, que era
presidente da Sociedade de Socorro na ala, enchia um carroção de
víveres e os levava aos mais pobres, com o filho mais velho como
cocheiro. Tais lições nunca se perdem”.2

Lições Aprendidas com Pais Fiéis


As lições a respeito de trabalho árduo, união familiar, serviço e
viver o evangelho começaram a se magnificar certo dia, quando
os pais de Ezra, que na época tinha 12 anos de idade, voltaram da
reunião da Igreja com uma notícia inesperada. Tempos depois, o
Presidente Benson relembrou:
“Enquanto papai conduzia a charrete [vindo de uma reunião],
mamãe foi abrindo a correspondência e, para sua surpresa, havia
uma carta da Caixa B, em Salt Lake City — um chamado para a

4
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

missão. Ninguém perguntava se a pessoa estava preparada, se tinha


desejo ou mesmo condições de ir. O bispo devia saber, e o bispo
era o vovô George T. Benson, pai de meu pai.
Quando mamãe e papai entraram no jardim, estavam os dois
chorando, algo que nós nunca tínhamos visto acontecer em nossa
família. Cercamos a charrete, éramos sete e perguntamos o que
havia acontecido.
Eles disseram: ‘Está tudo bem’.
‘Então por que vocês estão chorando?’ perguntamos.
‘Vamos para a sala, e nós explicaremos’.
Reunimo-­nos ao redor do velho sofá, na sala de visitas, e papai
nos falou sobre o chamado que recebera. Então mamãe disse: ‘Esta-
mos orgulhosos por papai ser considerado digno de cumprir mis-
são. Estamos chorando um pouco porque isso significa dois anos
de separação. Vocês sabem, desde o nosso casamento, seu pai e
eu nunca nos separamos mais do que duas noites — e isso quando
papai ia à floresta buscar madeira, estacas e lenha’”.3
Com o pai na missão, Ezra assumiu grande parte da responsabi-
lidade de dirigir a fazenda da família. Ele “fazia o trabalho de um
homem, embora fosse só um garoto”, lembra sua irmã Margaret.
“Assumiu o posto do papai por quase dois anos.” 4 Sob a liderança
de Sarah, Ezra e seus irmãos trabalhavam juntos, oravam juntos
e liam juntos as cartas que recebiam do pai. Setenta e cinco anos
depois, o Presidente Benson refletiu sobre as bênçãos que a família
recebeu por seu pai ter servido missão:
“Suponho que havia pessoas no mundo que consideravam a
aceitação desse chamado como prova de que papai não amava a
família. De que maneira o fato de deixar sete filhos e a esposa, que
esperava mais um bebê, sozinhos em casa por dois anos, poderia
ser amor de verdade?
Mas meu pai tinha uma visão mais grandiosa do amor. Ele sabia
que ‘todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus’ (Romanos 8:28). Sabia que a melhor coisa que
poderia fazer em prol de nossa família era obedecer a Deus.

5
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Embora sentíssemos muita falta dele naqueles dois anos, e


embora sua ausência trouxesse grandes dificuldades para a famí-
lia, sua aceitação provou ser uma dádiva de caridade. Papai saiu
em missão, deixando mamãe em casa, com sete filhos. (O oitavo
nasceu quatro meses depois que ele chegou ao campo.) Mas pene-
trou naquele lar um espírito missionário que jamais o abandonou.
Não foi sem sacrifícios. Papai precisou vender nossa velha fazenda
improdutiva para financiar a missão. Precisou trazer para parte de
nossa casa um casal que iria cuidar das colheitas, e deixou aos
filhos e à esposa a responsabilidade pela terra em que se plantava
feno, pelo pasto e por um pequeno rebanho de vacas leiteiras.
As cartas que recebíamos dele eram um verdadeiro bálsamo para
a família. Para nós, crianças, pareciam vir do outro lado do mundo,
mas na verdade vinham de Springfield, Massachusetts; de Chicago,
Illinois; e de Cedar Rapids e Marshalltown, Iowa. Sim, penetrou em
nosso lar, como resultado da missão do papai, um espírito missio-
nário que jamais o abandonou.
Mais tarde, a família cresceu para 11 filhos — sete homens e
quatro mulheres. Os sete homens cumpriram missão, alguns deles
duas ou três vezes. Posteriormente, duas filhas, cada uma ao lado
do respectivo marido, cumpriram missão de tempo integral. As duas
outras irmãs, ambas viúvas — uma com oito filhos e a outra com
dez — serviram como dupla missionária em Birmingham, Inglaterra.
É um legado que ainda continua a abençoar a família Benson,
mesmo na terceira e na quarta geração. Foi ou não foi uma verda-
deira dádiva de amor?” 5

Serviço na Igreja Quando Jovem


Inspirado pelo exemplo de seus pais e motivado pelo próprio
desejo de edificar o reino do Senhor na Terra, Ezra Taft Benson
aceitava entusiasticamente seus chamados na Igreja. Quando com-
pletou 19 anos de idade, seu bispo, que também era seu avô, pediu-­
lhe que servisse como um dos líderes adultos dos 24 rapazes da ala.
Os rapazes participavam do Boy Scouts of America [Escoteiros da
América], e Ezra serviu como Chefe Escoteiro Assistente.

6
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Nesse chamado, uma das muitas responsabilidades de Ezra era


ajudar os rapazes a cantar no coro. Sob sua liderança, os rapazes
ganharam o concurso de coros entre as outras alas da estaca, o que
os qualificava para o concurso regional. A fim de motivá-­los a pra-
ticar e cantar o melhor que pudessem, Ezra prometeu-­lhes que, se
ganhassem o concurso regional, ele os levaria para uma caminhada
de 56 quilômetros pelas montanhas até o lago. O plano funcionou
— os rapazes de Whitney ganharam.
“Começamos a planejar a caminhada”, lembrou o Presidente
­ enson, “e, durante a reunião, um rapaz de 12 anos de idade ergueu
B
a mão e, muito formalmente, disse: ‘Eu gostaria de fazer uma pro-
posta’. (…) Eu disse: ‘Tudo bem. O que é?’ Ele disse: ‘Gostaria de
fazer a proposta de não termos de nos incomodar com pentes e
escovas nesse passeio, e de todos cortarmos o cabelo bem rente’”.
Todos os rapazes acabaram concordando em cortar o cabelo
bem rente, em preparação para a caminhada. Eles ficaram ainda
mais entusiasmados com a ideia quando um deles sugeriu que os
Chefes Escoteiros também fizessem o mesmo corte. E o Presidente
Benson continuou:
“Os dois Chefes Escoteiros ocuparam, um após outro, a cadeira
no barbeiro, enquanto o profissional, muito alegremente, passava
a máquina na cabeça deles. Quando a tarefa estava quase no fim,
disse: ‘Olhem que, se me deixarem passar a máquina zero, não vou
cobrar nada!’ E assim teve início o nosso passeio — 24 rapazes com
o cabelo cortado bem rente e dois Chefes Escoteiros com a cabeça
totalmente raspada”.
Refletindo sobre essa experiência com os rapazes de sua ala, o
Presidente Benson disse: “Uma das maiores alegrias de trabalhar
com os rapazes é o fato de que você é recompensado com o pas-
sar do tempo. Temos a oportunidade de observar os resultados de
sua liderança diariamente, ao conviver com eles por anos e vê-­los
crescer e tornar-­se homens fiéis, aceitando, com disposição, dificul-
dades e responsabilidades. Não há preço que pague essa satisfação;
ela só é adquirida por meio do serviço e da devoção. Que coisa
maravilhosa é ter ajudado, ao menos em parte, esses meninos a
serem homens, homens de verdade!” 6

7
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Presidente Benson nunca se esqueceu daqueles rapazes e


esforçou-­se para manter contato com eles. Muitos anos depois da
caminhada de 56 quilômetros com os rapazes, ele visitou a Ala
Whitney, já servindo no Quórum dos Doze Apóstolos, e conversou
com um grupo remanescente deles. Eles lhe contaram que 22 dos
24 rapazes permaneceram fiéis na Igreja. Tinham perdido contato
com os outros dois. O Presidente Benson acabou localizando os
dois homens, ajudou-­os a voltar à atividade na Igreja e realizou o
selamento deles no templo.7

O Namoro com Flora


No outono de 1920, Ezra foi até Logan, Utah, a uns 40 quilôme-
tros de Whitney, para matricular-­se na Faculdade Estadual de Agro-
nomia de Utah (atualmente Universidade Estadual de Utah). Ele
estava com alguns amigos quando uma jovem chamou sua atenção.
Ele relembrou posteriormente:
“Estávamos perto de uma leiteria quando uma jovem — muito
atraente e linda — aproximou-­se do estabelecimento em seu carro,
para comprar leite. Quando os rapazes acenaram para ela, ela tam-
bém acenou. Perguntei: ‘Quem é aquela jovem?’ Eles responderam:
‘É Flora Amussen’.
Eu disse a eles: ‘Sabem, acabo de ter a impressão de que vou me
casar com ela’”.
Seus amigos riram do comentário e disseram: “Ela é sofisticada
demais para um rapaz da roça”. O jovem Ezra não se intimidou:
“Isso torna tudo ainda mais interessante”, replicou.
Pouco tempo depois dessa conversa, Flora e Ezra se encontraram
pela primeira vez em Whitney, onde ela havia sido convidada por
uma das primas de Ezra a passar uns dias. Logo depois disso, Ezra
convidou-­a para um baile. Ela aceitou, e outros encontros leva-
ram ao que eles mais tarde chamaram de “período maravilhoso de
namoro”. Mas o namoro foi interrompido — e, de muitas maneiras,
fortalecido — quando Ezra recebeu o chamado para servir como
missionário de tempo integral na Missão Britânica.
Enquanto se preparava para a missão, Ezra conversou com Flora
sobre o relacionamento deles. Eles queriam manter a amizade, mas

8
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Flora Amussen, antes de se casar com Ezra Taft Benson

também reconheciam a necessidade de Ezra ser um missionário


dedicado. “Antes de minha partida, Flora e eu decidimos trocar
[cartas] apenas uma vez por mês”, disse ele. “Também decidimos
que nossas cartas deviam ser de incentivo, confiança e notícias. E
foi isso que fizemos.” 8

Dois Missionários
A Missão Britânica, que tinha sido um campo frutífero para os
primeiros missionários santos dos últimos dias, foi muito diferente
para o Élder Benson e seus companheiros. Antagonistas nas Ilhas
Britânicas, inclusive alguns clérigos, haviam incitado um ódio gene-
ralizado pelos santos dos últimos dias, publicando artigos, roman-
ces, peças e filmes antimórmons. O Élder Benson, sem dúvida,
entristeceu-­se devido aos amargos sentimentos do povo com rela-
ção ao evangelho restaurado, mas não permitiu que esse obstáculo
enfraquecesse sua fé. Na verdade, ele escreveu em seu diário a

9
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

respeito da juventude local, que tentava insultá-­lo e a seu compa-


nheiro, gritando “Mórmons!” Sua resposta silenciosa era: “Graças
ao Senhor, sou sim”.9
Além de pregar o evangelho às pessoas que não eram membros
da Igreja, o Élder Benson serviu como líder do sacerdócio e secre-
tário entre os santos na Grã-­Bretanha. Essa diversidade de oportuni-
dades serviu para que tivesse as mais doces experiências, em franco
contraste às dificuldades que sempre enfrentava. O Élder Benson
batizou e confirmou algumas pessoas e ajudou muitas outras a se
achegarem ao Senhor. Por exemplo, ele falou de uma ocasião em
que, numa reunião especial organizada pelos membros fiéis da
Igreja, foi inspirado pelo Espírito a falar de um modo que ajudou
os amigos daqueles membros a receberem um testemunho de que
Joseph Smith era um profeta de Deus.10 Em seu diário, ele contou
que ele e o companheiro, certa vez, deram uma bênção do sacerdó-
cio a uma mulher gravemente enferma e que ela se recuperou dez
minutos depois. 11 Ele vibrou quando, como secretário, encontrou
alguns santos cujos nomes constavam dos registros da Igreja, mas
que estavam perdidos para a liderança local. 12 Ele recebeu valioso
treinamento de liderança enquanto serviu sob a orientação de dois
presidentes de missão que também eram membros do Quórum dos
Doze Apóstolos: os Élderes Orson F. Whitney e David O. McKay.
O Élder Benson era grato pela proteção do Senhor no período
em que pregou o evangelho. Certa noite, ele e seu companheiro
foram cercados por um grupo de homens que ameaçava atirá-­los
no rio. Ele orou silenciosamente pedindo ajuda. Contou, mais tarde,
que “um grandalhão estranho abriu caminho no grupo e postou-­se
a meu lado. Olhou-­me direto nos olhos e disse em alto e bom som:
‘Rapazinho, acredito em tudo o que disse esta noite’. Assim que
falou, uma pequena clareira se abriu a meu redor. Isso foi, para
mim, uma resposta imediata à oração. Então, um policial britânico
apareceu”.13
Quando o Élder Benson não estava servindo ativamente aos
outros, estava “se aprimorando, ‘devorando o Livro de Mórmon’,
em especial as experiências missionárias dos filhos de Mosias”.14
Também recebia consolo e apoio por meio das cartas de casa, que
“lia várias vezes”. Ao relembrar sua missão, ele comentava: “Mamãe

10
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

e papai colocavam o coração nas cartas que escreviam, e elas eram


uma verdadeira fonte de forças para um rapaz como eu. As cartas
de Flora eram cheias de espiritualidade e incentivo, nunca de senti-
mentalismos. Acho que isso aumentou meu amor e apreço por ela,
mais do que qualquer outra coisa”.15
O Élder Benson recebeu a desobrigação do serviço missionário
de tempo integral em 2 de novembro de 1923. Ele hesitava em par-
tir, dizendo que o adeus aos “amados bons santos” da Grã-­Bretanha
fora “a parte mais difícil de [sua] missão”. 16 Apesar disso, estava
feliz diante da perspectiva de retornar para casa e para a família,
e ansiava ver Flora novamente.
Flora também mal podia esperar para ver Ezra. Mas ela fazia
mais do que esperar pela perspectiva de reencontrá-­lo. Na verdade,
ela via muito além — via o futuro e o potencial dele. Desde sua
adolescência ela dizia que queria “casar-­se com um fazendeiro” 17
e ficou feliz com o claro desejo de Ezra de viver na fazenda da
família em Whitney, Idaho. Todavia, ela achava necessário que, em
primeiro lugar, ele concluísse seus estudos. Mais tarde, ela recor-
dou: “Orei e jejuei para que o Senhor me ajudasse a saber como eu
poderia ajudá-­lo a oferecer o melhor serviço a seus semelhantes.
Ocorreu-­me que, se o bispo me considerasse digna, [ele] me cha-
maria para servir missão. A Igreja ocupava o primeiro lugar na vida
de Ezra; assim, eu sabia que ele não se oporia”.18
Ezra ficou surpreso quando, depois de Flora e ele começarem a
namorar mais seriamente, ela lhe disse que havia aceitado o cha-
mado para servir missão nas Ilhas do Havaí. Ela foi designada em
25 de agosto de 1924 e partiu no dia seguinte para o campo. Logo
depois que ela partiu, Ezra escreveu em seu diário: “Estávamos
ambos felizes, pois sentíamos o quanto o futuro reservava para nós
e que essa separação seria recompensada depois. É difícil, porém,
ver um sonho despedaçado. E, embora às vezes chorássemos um
pouco, recebemos a garantia Dele, que nos disse que tudo seria
para o nosso bem”.19
Tudo aquilo foi verdadeiramente para o bem deles. Flora foi,
segundo o presidente de sua missão, “uma missionária eficaz e
vigorosa” 20 que entregou o coração e a alma, seu tempo e seus
talentos em prol da obra do Senhor”.  21 Ela supervisionou a

11
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

organização da Primária em algumas áreas da missão; deu aulas


às crianças de uma escola de ensino elementar, serviu no templo e
participou de iniciativas para fortalecer os santos locais. Ela serviu
inclusive, durante um período, como companheira missionária de
sua mãe já viúva, Barbara Amussen, que foi chamada para uma
missão de curta duração. Juntas, a dupla composta de mãe e filha,
conheceram um homem que se havia filiado à Igreja anos antes nos
Estados Unidos graças aos esforços do pai de Flora, Carl Amussen.
O converso havia-­se afastado da atividade na Igreja, mas Flora e sua
mãe conseguiram reintegrá-­lo e o ajudaram a voltar para a Igreja.22
Durante a ausência de Flora, Ezra manteve-­se ocupado. Ele e seu
irmão Orval compraram a fazenda da família e prosseguiram com
os estudos. Durante algum tempo, Ezra frequentou a Universidade
Brigham Young em Provo, Utah, enquanto Orval ficou em Whitney
cuidando da fazenda. Eles fizeram um acordo, segundo o qual,
assim que Ezra concluísse os estudos, retornaria para a fazenda
para que Orval pudesse servir missão e concluir os estudos. Com a
firme determinação de concluir rapidamente o curso na BYU, Ezra
montou um calendário de aulas deveras ambicioso. Ele também
exercia funções sociais na universidade, que incluíam bailes, festas
e produções teatrais.
Embora Ezra tenha sido eleito “O Homem Mais Popular da BYU”
no último ano, ninguém conseguiu fazê-­lo esquecer Flora. Tempos
depois, ele disse que, quando ela completou a missão, em junho
de 1926, ele estava “ansioso” para vê-­la, embora insistisse que não
tinha ficado “esperando” que ela voltasse.23 Ele se formou com
mérito alguns meses antes da volta dela.

O Começo da Vida de Casados


Um mês depois do retorno de Flora do campo missionário, ela e
Ezra anunciaram seu noivado. Havia quem continuasse a questionar
a decisão de Flora. Eles não compreendiam por que uma jovem tão
cheia de atributos, saudável e popular se casaria com um rapaz da
fazenda. Mas ela continuava dizendo que sempre “quisera se casar
com um fazendeiro”.24 Ezra “era prático, sensível e decidido”, dizia.
E acrescentava: “Ele era amoroso com os pais; e eu sabia que, se

12
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

ele os respeitava, também me respeitaria”.25 Ela reconhecia que


ele era “um diamante na forma bruta” e prometia: “Farei tudo a
meu alcance para ajudá-­lo a ser conhecido e amado, não só nesta
pequena comunidade, mas também no mundo inteiro”.26
Flora e Ezra foram selados em 10 de setembro de 1926 no Tem-
plo de Salt Lake City, pelo Élder Orson F. Whitney, do Quórum dos
Doze Apóstolos. A única comemoração depois do casamento foi
um desjejum oferecido aos familiares e amigos. Depois do desje-
jum, os recém-­casados partiram imediatamente em sua caminho-
nete Ford, Modelo T, rumo a Ames, Iowa, onde Ezra tinha sido
aceito num programa de mestrado de Ciências em Economia Agrí-
cola na Faculdade Estadual de Agronomia e Artes Mecânicas de
Iowa (atualmente Universidade Estadual de Ciência e Tecnologia
de Iowa).
Grande parte da viagem foi feita por estradas de terra através de
áreas rurais praticamente desertas. Ao longo do caminho, passaram
oito noites em uma barraca furada. Quando finalmente chegaram
a Ames, alugaram um apartamento que ficava a um quarteirão de
distância do campus universitário. O apartamento era pequeno, e
os Benson compartilhavam o espaço com uma grande família de
baratas; mas Ezra dizia que “aquela não tardou a ser a casinha mais
aconchegante que alguém poderia imaginar”.27 Mais uma vez, Ezra
se dedicou aos estudos. Menos de um ano depois, após incontáveis
horas de estudo, palestras e dissertações, ele obteve o mestrado.
O casal, que agora esperava o primeiro bebê, voltou à fazenda da
família em Whitney.

Equilibrar Oportunidades Profissionais


e Chamados da Igreja
Quando voltaram a Whitney, Ezra dedicou-­se totalmente à faina
diária da fazenda, que incluía ordenhar vacas, criar galinhas e pinti-
nhos, e cultivar beterrabas, grãos, alfafa e outros. Orval foi chamado
para servir missão de tempo integral na Dinamarca.
Menos de dois anos depois, os líderes do governo local ofere-
ceram a Ezra o emprego de consultor agrícola municipal. Com o
incentivo de Flora, Ezra aceitou o cargo, mesmo sabendo que isso

13
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Ezra Taft Benson, na formatura da Universidade Brigham Young, em 1926

significaria deixar a fazenda e mudar para a Cidade de Preston,


perto dali. Ele contratou um fazendeiro local para cuidar da fazenda
até o retorno de Orval.
As novas responsabilidades de Ezra incluíam aconselhar os
agricultores locais em questões relacionadas à sua produtividade.
Acima de tudo, ele sabia que os agricultores precisavam melhorar
a habilidade comercial deles — algo que se tornou cada vez mais
necessário depois da Grande Depressão e que, devido a sua forma-
ção em economia agrícola, Ezra tinha condição de oferecer. Então,
incentivou os agricultores a participar de associações cooperativas,
o que os ajudou a diminuir custos e obter os melhores preços pela
mão de obra.28
A aptidão de Ezra como perito em agricultura gerou outras
oportunidades de emprego. De 1930 a 1939, trabalhou como eco-
nomista agrário e especialista de marketing na Divisão de Exten-
são da Universidade de Idaho em Boise, capital do Estado. Essas

14
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

responsabilidades foram interrompidas entre agosto de 1936 e


junho de 1937, quando a família se mudou para a Califórnia para
que Ezra pudesse estudar economia agrícola na Universidade da
Califórnia, em Berkeley.
Mesmo sob a pressão das responsabilidades no trabalho e no
lar, Ezra e Flora Benson ainda tinham tempo para servir na Igreja.
Em Whitney, Preston, e Boise, eles foram chamados para ensinar e
liderar os jovens.29 Eles aceitavam esses chamados com entusiasmo,
acreditando que “os jovens são o nosso futuro”.30 Ezra também teve
a oportunidade de ajudar a obra missionária local.31 Em Boise, foi
chamado para ser um dos conselheiros na presidência da estaca.
Ficou nesse cargo durante o período em que morou na Califórnia
com a família. A Estaca Boise cresceu rapidamente e, em novembro
de 1938, o Élder Melvin J. Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos,
dividiu a estaca em outras três novas estacas. Ezra Taft Benson foi
chamado para ser presidente de uma das estacas recém-­criadas.
Em janeiro de 1939, Ezra foi surpreendido com a oferta do cargo
de secretário executivo no Conselho Nacional de Cooperativas Agrí-
colas em Washington, D.C. Ele consultou Flora a respeito dessa
oportunidade. Por ter sido designado presidente de estaca havia
só dois meses, também conversou com a Primeira Presidência para
ouvir seu conselho. Eles o incentivaram a aceitar o cargo e, assim,
ele e a família se despediram dos amigos em Boise, em março de
1939, e se mudaram para Bethesda, Maryland, perto de Washington,
D.C. Em junho de 1940, foi chamado para ser presidente de estaca
de novo, desta vez na recém-­organizada Estaca Washington, em
Washington D.C.

Uma Família Amorosa e Unida


Ezra e Flora Benson sempre se lembravam da importância eterna
do relacionamento que tinham um com o outro e também com os
filhos, com os pais idosos e com os próprios irmãos. A ênfase dada
à manutenção da união familiar transcendia o senso de dever: eles
se amavam genuinamente e queriam ficar juntos — tanto nesta vida
como por toda a eternidade.

15
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

As numerosas responsabilidades dos chamados da Igreja e da


vida profissional afastavam Ezra do lar com frequência. Algumas
expressões dos filhos pequenos deixavam isso muito claro. Por
exemplo, quando ele saiu para participar de uma reunião da Igreja,
certo domingo, a filha Barbara disse: “Adeus, papai. E venha nos
visitar de vez em quando”.32 A tarefa de criar seis filhos peque-
nos não foi fácil para Flora durante as ausências do marido e, vez
por outra, admitia sentir-­se “meio sozinha e um pouquinho desa-
nimada”.33 Mesmo assim, apesar de tudo, ela amava seu papel de
esposa e mãe, e sentia-­se feliz pela dedicação do marido ao Senhor
e à família. Em uma carta a Ezra, ela escreveu: “Como sempre, os
dias parecem meses sem você aqui. (…) [Mas], se todos os homens
(…) amassem e vivessem sua religião como você, haveria pouca
tristeza [e] sofrimento no mundo. (…) Você é sempre tão dedicado à
família e está sempre tão disposto, em todos os momentos, a ajudar
os necessitados!” 34
Ezra demonstrava essa devoção sempre que estava em casa. Pas-
sava o tempo todo rindo e brincando com os seis filhos, ouvia-­os,
pedia sua opinião sobre assuntos importantes, ensinava-­lhes o
evangelho, ajudava-­os nas tarefas domésticas e reservava um tempo
específico para cada filho individualmente. As crianças se sen-
tiam seguras e fortalecidas pelo amor que ambos, pai e mãe, lhes
demonstravam. (Devido à importância que Ezra Taft Benson dava
à família, este livro contém dois capítulos de seus ensinamentos
sobre o assunto. Esses capítulos, intitulados “Casamento e Família
— Ordenados por Deus” e “Os Chamados Sagrados de Pai e Mãe”,
incluem lembranças dos filhos do casal Benson a respeito do amor
no lar de sua infância.)

Chamado ao Apostolado
No verão de 1943, Ezra partiu de Maryland com o filho Reed
e visitou várias cooperativas agrícolas na Califórnia, como parte
de suas responsabilidades no Conselho Nacional de Cooperativas
Agrícolas. Ele também planejava reunir-­se com a liderança da Igreja
em Salt Lake City e visitar familiares em Idaho.

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Em 26 de julho, depois de cumpridos os objetivos da viagem,


eles retornaram a Salt Lake City antes de voltarem para casa. Sou-
beram que o Presidente David O. McKay, com quem Ezra tinha-­se
reunido menos de duas semanas antes, estivera à sua procura. Ezra
ligou para o Presidente McKay e este lhe disse que o Presidente
Heber J. Grant, então Presidente da Igreja, gostaria de vê-­lo. Ezra
e Reed dirigiram-­se à residência de verão do Presidente Grant, à
distância de poucos minutos do centro de Salt Lake City. Quando
chegaram, “Ezra foi imediatamente levado ao quarto do Presi-
dente Grant, onde o profeta, já em idade avançada, descansava.
Ao sinal do Presidente, Ezra fechou a porta e aproximou-­se dele,
sentando-­se numa poltrona perto da cama. O Presidente Grant
tomou a mão direita de Ezra entre as suas e, com olhos cheios d’á-
gua, disse simplesmente: ‘Irmão Benson, de todo o coração, eu o
parabenizo e oro para que as bênçãos de Deus estejam sobre você.
Você foi escolhido como o mais jovem membro do Conselho dos
Doze Apóstolos’”.35
Em seu diário, Ezra relembra essa experiência:
“O anúncio parecia inacreditável, avassalador. (…) Por vários
minutos, [eu] só conseguia repetir: ‘Mas, Presidente Grant, não pode
ser!’ Devo ter dito essa frase muitas vezes, antes de conseguir pôr
os pensamentos em ordem o suficiente para dar-­me conta do ocor-
rido. (…) Ele segurou minha mão por bastante tempo, enquanto
ambos chorávamos. (…) Ficamos juntos por mais de uma hora e,
durante a maior parte desse tempo, ficamos de mãos dadas, calo-
rosamente. Embora [ele] estivesse debilitado fisicamente, sua mente
estava lúcida e alerta, e fiquei profundamente impressionado com
seu espírito doce, bondoso e humilde, enquanto ele parecia exa-
minar minha alma.
Sentia-­me tão fraco e indigno que as palavras de consolo e
confiança que ele me dirigiu em seguida foram particularmente
bem-­vindas. Entre outras coisas, ele disse: ‘O Senhor sabe como
magnificar os homens que são chamados para uma posição de
liderança’. Quando, em minha fraqueza, consegui dizer que amava
a Igreja, ele respondeu: ‘Sabemos disso, e o Senhor quer homens
que dão tudo por sua obra’”.36

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Quórum dos Doze Apóstolos, em algum momento entre outubro de


1950 e abril de 1951. Em pé, da esquerda para a direita: Delbert L.
Stapley; Henry D. Moyle; Matthew Cowley; Mark E. Petersen; Harold B.
Lee; Ezra Taft Benson; Spencer W. Kimball. Sentados, da esquerda
para a direita: John A. Widtsoe; Stephen L. Richards; David O. McKay,
Presidente do Quórum dos Doze; Joseph Fielding Smith, Presidente
Interino do Quórum dos Doze; Joseph F. Merrill; Albert E. Bowen.

Depois dessa entrevista, Ezra e Reed dirigiram-­se para a casa


do Presidente McKay. No percurso, Ezra não falou nada a respeito
de sua experiência com o Presidente Grant, e Reed também não
perguntou nada. Ao chegarem à casa dos McKays, o Presidente
McKay disse a Reed o que havia acontecido. Então Ezra e Reed se
abraçaram.
Ezra estava inquieto aquela noite, quando ele e Reed pegaram o
trem de volta para casa. No dia seguinte, ligou para Flora e falou-­
lhe sobre o chamado ao apostolado. “Ela disse o quanto achava isso
maravilhoso e expressou sua plena confiança de que eu estava à
altura dele”, relembrou. “Foi reconfortante conversar com ela. Ela
sempre teve mais fé em mim do que eu mesmo!” 37

18
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Nas várias semanas que se seguiram, Ezra e Flora fizeram os


preparativos da mudança para Utah; Ezra esforçou-­se ao máximo
para que a transição do cargo ao seu sucessor no Conselho Nacio-
nal de Cooperativas Agrícolas fosse a mais tranquila possível. Ele e
Spencer W. Kimball foram apoiados membros do Quórum dos Doze
Apóstolos em 1º de outubro de 1943 e foram ordenados apóstolos
em 7 de outubro; o Élder Kimball foi ordenado primeiro.
E assim teve início o ministério do Élder Ezra Taft Benson como
uma das “testemunhas especiais do nome de Cristo no mundo todo”
(D&C 107:23).

Levando Alimentos, Roupas e Esperança


à Europa no Pós-­Guerra
Em 22 de dezembro de 1945, o Presidente George Albert Smith,
então Presidente da Igreja, convocou uma reunião especial para a
Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos. Ele anunciou
que a Primeira Presidência sentira-­se inspirada a enviar um apóstolo
para presidir a Missão Europeia e supervisionar o trabalho da Igreja
na região. A Segunda Grande Guerra havia terminado no início
daquele ano, e muitas nações da Europa estavam começando a se
recuperar da ampla e devastadora destruição que dela resultou. O
Élder Ezra Taft Benson, na opinião da Primeira Presidência, era a
pessoa certa para o trabalho.
A notícia veio como um “grande choque” para o Élder Benson,
que era o mais novo e o mais jovem membro do quórum. Assim
como o chamado para a missão de seu pai, 34 anos antes, essa
designação exigiria dele que se separasse de sua querida família.
A Primeira Presidência não sabia ao certo quanto tempo ele ficaria
no exterior. Contudo, ele lhes garantiu que sua mulher e seus filhos
o apoiariam e expressou sua total disponibilidade para servir.38
Tempos depois, ele descreveu a designação que tinha aceitado:
“A magnitude da tarefa parecia torná-­la impossível. Eles [a Pri-
meira Presidência] deram-­nos uma incumbência com quatro pon-
tos principais: primeiro: coordenar os assuntos espirituais da Igreja
na Europa; segundo: disponibilizar alimentos, roupas pessoais e
roupas de cama aos sofridos santos de todas as partes da Europa;

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terceiro: dirigir a reorganização das várias missões da Europa; e


quarto: fazer os preparativos para a volta dos missionários a esses
países”.39 O Presidente Smith fez-­lhes esta promessa reconfortante:
“Não estou em absoluto preocupado com vocês. Estarão tão segu-
ros e a salvo nesse lugar quanto estariam em qualquer outro do
mundo se tiverem cuidado e conseguirão realizar um excelente
trabalho”.40
O Élder Benson descreveu o momento em que levou essas novi-
dades a sua mulher e aos filhos: “Durante uma doce e sensível
conversa com minha mulher, santificada por lágrimas, Flora expres-
sou amorosa gratidão e assegurou-­me seu apoio sincero e incon-
dicional. À hora do jantar, contei a nossos filhos, que se mostraram
surpresos, interessados e totalmente leais”.41
Quando o Élder Benson e seu companheiro, Frederick W. Babbel,
chegaram à Europa, ficaram estarrecidos com as doenças, a pobreza
e a devastação que viram a seu redor. Por exemplo, numa carta a
Flora, o Élder Benson falou sobre a enorme gratidão de algumas
mães que receberam um sabonete, uns carretéis de linha e algumas
agulhas, e uma laranja. Elas não viam essas coisas havia vários anos.
O Élder Benson observou que, devido ao duro racionamento a que
foram sujeitas no passado, elas “passavam fome para tentar dar um
bocado a mais aos filhos, no verdadeiro papel de mães”.42 Ele falou
de reuniões da Igreja realizadas sob “edifícios bombardeados” e em
“quase total escuridão”. 43 Falou dos refugiados — “pobres almas
indesejadas, (…) subtraídas à força de um lar outrora feliz e envia-
das a paradeiros desconhecidos”.44 Também mencionou milagres
em meio aos dividendos nefastos da guerra.
Um deles era evidente na vida dos santos dos últimos dias por
toda a Europa. Enquanto se dirigia para lá, o Élder Benson se per-
guntava como os santos o receberiam. “Será que seu coração está
cheio de amargura? Haverá ódio neles? Terão abandonado a Igreja?”
Mas sentiu-­se inspirado pelo que encontrou:
“Ao olhar aqueles rostos sofridos, pálidos e magros, e ao ver
muitos dos santos maltrapilhos, alguns descalços, reconheci a luz
da fé em seus olhos quando prestavam testemunho da divindade
desta grandiosa obra dos últimos dias e expressavam gratidão pelas
bênçãos do Senhor. (…)

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Descobrimos que os santos continuaram se esforçando de


maneira maravilhosa. Sua fé era forte, sua devoção ainda maior
e sua lealdade incomparável. Havia pouquíssimo, se é que havia,
desespero ou amargura. Compartilhavam um espírito de compa-
nheirismo e irmandade que se estendia de uma missão para outra;
durante nossas visitas, eles nos pediam que levássemos sua gratidão
aos irmãos e às irmãs de outros países, embora sua nação tivesse
estado em guerra contra eles poucos meses antes”. Até os refugia-
dos “cantavam canções de Sião (…) com fervor”, “ajoelhavam-­se
juntos em oração à noite e pela manhã, e prestavam testemunho
(…) das bênçãos do evangelho”.45
Outro milagre foi o vigor do programa de bem-­estar da Igreja.
Essa iniciativa, que havia começado dez anos antes, salvou a vida
de muitos santos dos últimos dias europeus. Eles foram abençoa-
dos porque aceitaram o princípio de bem-­estar para si mesmos.
Ajudavam-­se uns aos outros durante a necessidade, repartindo ali-
mentos, roupas e outros suprimentos, chegando até a fazer hortas
dentro dos prédios bombardeados. Também foram abençoados
porque os santos de outras partes do mundo fizeram doações para
ajudá-­los — aproximadamente 2.000 toneladas de suprimentos.
O Élder Benson relatou ter visto líderes da Igreja chorarem ao ver
de perto produtos básicos que distribuiriam aos membros locais;
disse também ter falado a congregações em que se estimava que
80% das roupas vestidas pelos membros tinham sido enviadas pelo
programa de bem-­estar. 46 Em um discurso feito na conferência geral
pouco depois de ter voltado ao país, ele disse: “Meus irmãos e
minhas irmãs, será que ainda têm dúvidas sobre a necessidade
desse programa e sobre a inspiração responsável por ele? (…) D­ igo-­
lhes que Deus dirige esse programa. Ele é inspirado!”  47

O Élder Benson e o irmão Babbel presenciaram outro milagre,


pela maneira como o Senhor abriu caminho para que eles pudes-
sem viajar entre as nações devastadas. Vezes seguidas, o Élder
Benson pediu aos líderes militares permissão para entrar em deter-
minadas regiões a fim de reunir-­se com os santos e distribuir os
suprimentos. Vezes seguidas, eles receberam basicamente a mesma
resposta desses e de outros líderes: “Não percebem que houve
uma guerra aqui? Nenhum viajante civil tem permissão de entrar”.

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Élder Benson, à direita, inspeciona os suprimentos


de bem-­estar em Bergen, Noruega.

E vezes seguidas, depois de olhar essas pessoas diretamente nos


olhos e explicar-­lhes calmamente qual era sua missão, ele e o irmão
Babbel obtinham permissão de passar e cumprir a tarefa que lhes
fora atribuída pelo Senhor.48
Depois de 11 meses, o Élder Benson foi substituído pelo Élder
Alma Sonne, Assistente dos Doze, que serviu na Europa com sua
mulher, Leona. O irmão Babbel lembra-­se de ter ajudado o casal
Sonne. Desde a época em que o Élder Benson saiu de Salt Lake
City, em 29 de janeiro de 1946, até o momento de seu retorno, em
13 de dezembro de 1946, percorreu um total de 98.550 quilôme-
tros. O Élder Benson sentia que a missão tinha sido bem-­sucedida,
mas apressava-­se a acrescentar: “Conheço a fonte do sucesso da
qual resultou nosso esforço. Nunca, em tempo algum, pensei que
teria sido possível, para mim ou meus companheiros, realizar a
missão à qual fomos designados, sem o poder orientador do Todo-­
Poderoso”. 49 O sucesso da missão só ocorreu devido ao vigor da
Igreja nas nações europeias, recém-­organizadas e crescendo. O
sucesso só poderia ocorrer na vida dos santos individualmente

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

— cada pessoa, como aquele homem que se aproximou do Presi-


dente Thomas S. Monson, muitos anos depois, durante uma reunião
em Zwickau, Alemanha. Ele pediu ao Presidente Monson que cum-
primentasse Ezra Taft Benson por ele. Então exclamou: “Ele salvou
minha vida. Deu-­me comida para me alimentar e roupas para vestir.
Deu-­me esperança. Que Deus o abençoe!” 50

Patriotismo, Diplomacia e Serviço no


Governo dos Estados Unidos
Quando o Élder Benson se ausentava do lar, lembrava-­se sem-
pre de algo que valorizava muito desde a juventude: sua cidadania
nos Estados Unidos da América. Com seu pai, George Taft Benson
Júnior, ele aprendeu a amar sua terra natal e os princípios sobre
os quais essa terra se fundara. Aprendeu que a Constituição dos
Estados Unidos da América — documento que governa as leis da
nação — tinha sido escrita por homens inspirados. Ele valorizava
o direito ao voto e nunca se esqueceu de uma conversa que teve
com seu pai depois de uma eleição. George apoiava publicamente
determinado candidato, tendo inclusive orado por esse homem nas
orações familiares. Depois que George soube que esse candidato
tinha perdido a eleição, Ezra ouviu-­o orar pelo homem que saíra
vencedor. Ezra perguntou-­lhe por que estava orando por um can-
didato a quem não apoiara antes. “Filho”, respondeu George, “Acho
que ele vai precisar de nossas orações muito mais do que o meu
candidato precisaria”.51
Em abril de 1948, o Élder Benson fez o primeiro de muitos dis-
cursos da conferência geral, abordando a “missão profética” dos
Estados Unidos da América e a importância da liberdade. Prestou
testemunho de que o Senhor havia preparado os Estados Unidos
para ser “o berço da liberdade” para que o evangelho fosse restau-
rado ali.52 “Somos seguidores do Príncipe da Paz”, declarou quase
no final do discurso, “e devemos rededicar nossa vida à pregação
da verdade e da retidão, e também à preservação da (…) liberdade
e da libertação”.53 Nos discursos subsequentes, ele falou sobre os
Estados Unidos da América como “a base de operações do Senhor
nestes últimos dias”.54

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Élder Benson fez uma advertência quanto a ameaças à liber-


dade tanto nos Estados Unidos como no mundo inteiro. Ele sempre
falava com eloquência contra os “sistemas coercivos de governo”
que considerava “contrários aos princípios eternos”.55 Também
advertiu sobre outras influências que ameaçavam a liberdade, inclu-
sive entretenimento imoral, falta de respeito pelo Dia do Senhor,
complacência e ensinamentos falsos.56 Ele incentivou os santos dos
últimos dias no mundo inteiro a usar sua influência para assegurar
que pessoas sábias e boas pudessem ser eleitas a cargos públicos.57
Ele declarou: “A pregação eficaz do evangelho só pode florescer em
uma atmosfera de liberdade. Sim, sei que todos dizem amar a liber-
dade. Mas isso não é suficiente. Precisamos proteger e salvaguardar
aquilo que amamos. Precisamos salvar a liberdade”.58
Em 24 de novembro de 1952, as vigorosas palavras do Élder
Benson a respeito do patriotismo foram testadas quando ele rece-
beu um convite para servir ao país. Ele viajou até a Cidade de
Nova York a convite de Dwight D. Eisenhower, que havia aca-
bado de ser eleito presidente dos Estados Unidos. O Presidente
Eisenhower pensara no Élder Benson para servir em seu governo
— em outras palavras, para ser um de seus altos consultores —
no cargo de Secretário da Agricultura para toda a nação. O Élder
­Benson sentiu-­se honrado pela atenção. “Só que”, confessou depois,
“eu não queria o emprego. (…) Ninguém em seu juízo perfeito,
dizia a mim mesmo, gostaria de ser Secretário da Agricultura num
momento daqueles. (…) Eu sabia um pouco sobre o que aquele
cargo exigiria: conflitos espinhosos, pressões intensas, problemas
emaranhados. (…)
Não eram só os problemas e as pressões que me preocupa-
vam. Todos nós passamos por isso. Assim como muitos norte-­
americanos, eu relutava em participar ativamente da política. Claro,
eu queria ver homens idealistas e de boa índole eleitos e indicados
para concorrer ao governo, mas isso era completamente diferente
de me ver incluído no processo. (…)
E acima de tudo, eu estava mais do que satisfeito com o trabalho
que fazia como membro do Conselho dos Doze. (…) Não era meu
desejo nem minha intenção mudar nada”.59

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Antes de reunir-­se com o Presidente Eisenhower, o Élder Benson


buscou o conselho do Presidente David O. McKay, Presidente da
Igreja na ocasião. O Presidente McKay lhe disse: “Irmão Benson,
não há dúvida em minha mente. Se a oportunidade vem com o
espírito apropriado, acho que deve aproveitá-­la”. 60 Esse conselho
direto, associado ao desejo intrínseco do Élder Benson de “lutar
efetivamente por [suas] crenças como bom norte-­americano”, levou
ao que ele chamou de “batalha interior”.61
Quando o Presidente Eisenhower e o Élder Benson se reuniram
pela primeira vez, não demorou para que o recém-­eleito governante
oferecesse ao Élder Benson o cargo de Secretário da Agricultura.
O Élder Benson fez imediatamente uma lista de razões pelas quais
ele poderia não ser a pessoa certa para o cargo, mas o presidente
não voltou atrás. Ele disse: “Temos uma tarefa a cumprir. Eu não
queria ser presidente, honestamente, quando a pressão começou.
Mas não podemos recusar o chamado de servir à América. Quero
que faça parte de minha equipe e não aceito não por resposta”.62
“Isso mudou tudo”, lembrou o Élder Benson. “As condições do
conselho do Presidente McKay foram atendidas. Mesmo sentindo
que já havia recebido de minha Igreja algo que, no meu entender,
era uma honra maior do que qualquer coisa que o governo pudesse
me conceder, e eu lhe disse isso, aceitei a responsabilidade de
tornar-­me Secretário da Agricultura por não menos que dois anos
— se ele me aguentasse por tanto tempo.” 63
Imediatamente após ter aceitado o cargo, o Élder Benson acom-
panhou o Presidente Eisenhower durante uma coletiva da imprensa,
na qual sua indicação foi anunciada à nação. Assim que a entrevista
terminou, ele voltou para o hotel. Ligou para Flora e contou que o
Presidente Eisenhower tinha-­lhe pedido para servir, e que ele tinha
aceitado o convite.
Ela respondeu: “Sabia que ele faria isso. E eu sabia que você ia
aceitar”.
Ele explicou: “Isso será uma responsabilidade terrivelmente séria
— e uma quantidade enorme de problemas para nós dois”.
“Eu sei”, ela disse, “mas parece ser a vontade de Deus”.64

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Como o Élder Benson previra, sua administração como Secre-


tário da Agricultura foi uma experiência tumultuosa tanto para ele
como para sua família. Ele dizia não estar tentando “ganhar nenhum
concurso de popularidade” — queria simplesmente “servir à agri-
cultura e servir à América” 65 — e seguiu este lema pessoal: “É uma
boa estratégia defender o que é certo, mesmo que não agrade a
todos. Talvez devesse dizer: principalmente quando não agrada a
todos”.66 O fato de não estar preocupado com a popularidade foi-­
lhe benéfico; enquanto ele permanecia constante e fiel a suas con-
vicções, sua popularidade entre os políticos e os cidadãos flutuava
drasticamente. Às vezes, queriam destituí-­lo do cargo de Secretário
da Agricultura.67 Outras vezes, sugeriam que ele poderia ser uma
boa escolha para vice-­presidente dos Estados Unidos.68
Mesmo em seu papel como líder do governo, o Élder Benson era
transparente quanto a seus ideais cristãos, seu testemunho do evan-
gelho restaurado e sua devoção para A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias. Sempre que conduzia uma reunião com
seus companheiros no Departamento da Agricultura, ela começava
com uma oração.69 Ele enviava ao Presidente Eisenhower passagens
do Livro de Mórmon que profetizavam sobre o destino dos Estados
Unidos da América, e o presidente disse, depois, que as lia “com
grande interesse”. 70 Presenteou também muitos outros líderes mun-
diais com exemplares do Livro de Mórmon.71 Em 1954, Edward R.
Murrow, repórter renomado da televisão norte-­americana, pediu
permissão ao Élder Benson para apresentar a família Benson num
programa de sexta-­feira à noite chamado “De uma Pessoa para
Outra”. O Élder e a irmã Benson recusaram a princípio, mas aca-
baram aceitando depois de ouvir o filho Reed, que via o convite
como uma grande oportunidade missionária. No dia 24 de setem-
bro de 1954, a nação inteira assistiu ao vivo a uma noite familiar
sem ensaio na casa da família Benson. O apresentador, Sr. Murrow,
recebeu mais cartas de fãs por causa desse programa do que já
havia recebido por qualquer outro. Pessoas de todas as partes do
país e de diversas formações religiosas escreveram para agradecer
à família Benson por seu exemplo extraordinário.72
O Élder Benson serviu como Secretário da Agricultura por oito
anos, isto é, por todo o período em que o Presidente Eisenhower

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Élder Benson sendo empossado como Secretário da


Agricultura dos Estados Unidos pelo Chefe de Justiça,
Fred M. Vinson, sob o olhar do Presidente Dwight D. Eisenhower.

liderou os Estados Unidos. O Presidente McKay disse que o trabalho


do Élder Benson “permaneceria na história como um crédito para a
Igreja e para a nação”. 73 O Élder Benson recordava esse período de
destaque no panorama nacional e dizia: “Adoro esta grande nação.
Meu serviço a ela foi uma honra”.74 Ele também comentava: “Se
tivesse de fazer tudo de novo, teria seguido exatamente o mesmo
curso”.75 Visualizando a continuação de seu ministério como após-
tolo, comentou: “Agora vou dedicar meu tempo para a única coisa
que amo mais do que a agricultura”.76
Embora o serviço governamental do Élder Benson tenha termi-
nado em 1961, seu amor pelo país e pelo princípio da liberdade
continuaram. Ele abordou esses assuntos em muitos discursos de
conferência geral. Referia-­se aos Estados Unidos da América como
“o país que amo de todo o coração”.77 Ele também disse: “Valorizo
o patriotismo e o amor à pátria em todos os países”.78 Ao acon-
selhar todos os santos dos últimos dias a amar seu país, ensinou:

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

“Patriotismo é mais do que o tremular de uma bandeira e palavras


de bravura. É a maneira como respondemos aos assuntos de inte-
resse público. Que nos consagremos novamente como patriotas no
real sentido do termo”.79 “Diferentemente do oportunista político, o
verdadeiro estadista valoriza mais o princípio que a popularidade,
trabalhando para dar popularidade a princípios políticos sábios e
justos.” 80

Uma Testemunha Especial do Nome de Cristo


Como apóstolo do Senhor Jesus Cristo, o Élder Ezra Taft ­Benson
obedecia ao mandamento de “ir por todo o mundo e pregar o
evangelho a toda criatura” (ver Marcos 16:15) e de “[abrir ] a porta
pela proclamação do evangelho de Jesus Cristo” (D&C 107:35). Ele
serviu em muitos lugares do mundo, visitando missões e ensinando
as pessoas.
Adorava o privilégio de reunir-­se com os santos dos últimos
dias. Em um discurso da conferência geral, ele comentou: “Já disse
algumas vezes a minha mulher, quando voltava da visita a alguma
estaca, que não sabia exatamente como o céu devia ser, mas não
esperaria encontrar lá nada melhor do que o prazer e a alegria
de conviver com o tipo de homens e mulheres que conheci na
liderança das estacas e alas de Sião e das missões na Terra. De
fato, somos ricamente abençoados”.81 Em outro discurso, ele disse:
“Existe um espírito verdadeiro de irmandade e integração na Igreja.
É muito poderoso, embora intangível, mas muito real. Eu o sinto,
assim como meus companheiros, ao viajarmos pelas estacas e alas
de Sião e pelas missões da Terra. (…) Sempre existe esse senti-
mento de integração e irmandade. É uma das coisas mais agradáveis
no que se refere aos membros da Igreja e ao reino de Deus”. 82
O Élder Benson também adorava prestar testemunho do Salva-
dor às pessoas de outras denominações religiosas. Por exemplo,
em 1959, ele, a irmã Benson e quatro membros do Departamento
da Agricultura dos Estados Unidos visitaram sete países, inclusive
a União Soviética. Embora estivesse ali em virtude de seu cargo de
Secretário da Agricultura, seu testemunho apostólico tocou o cora-
ção de muitas pessoas. Ele recordou:

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

“Em nossa última noite em Moscou, a caminho do aeroporto,


mencionei (…) a um de nossos guias minha tristeza por não ter tido
a oportunidade de visitar uma igreja na Rússia. Ele disse alguma
coisa ao motorista, o carro fez uma curva ampla no meio da ave-
nida e, por fim, estacionamos diante de uma antiga construção
branca em uma ruazinha de paralelepípedos, escura e estreita,
a pouca distância da Praça Vermelha. Era a Igreja Batista Central.
Fazia uma noite de outubro chuvosa e desagradável, com uma
brisa gelada no ar. Mas, ao entrarmos no edifício da igreja, estava
lotado; pessoas em pé ocupavam o salão, a entrada e até parte da
rua. Todos os domingos e todas as terça e quintas-­feiras, multidões
como aquela vinham se reunir ali.
Atentei para o rosto das pessoas. Muitas eram de meia-­idade e
idosas, mas havia um número surpreendente de jovens. Cerca de
quatro em cada cinco pessoas eram mulheres, a maioria com len-
ços cobrindo a cabeça. Fomos conduzidos a um lugar ao lado do
púlpito. (…)
O ministro disse algumas palavras e, em seguida, o órgão emitiu
alguns acordes e deu início a um hino ao qual toda a congregação
se uniu. Ouvir aquelas mil ou 1.500 vozes erguidas tornou-­se uma
das experiências mais tocantes de minha vida. Em nossa fé comum
como cristãos, eles nos transmitiram uma mensagem de boas-­vindas
que eliminava todas as diferenças de idioma, de governo e de his-
tória. Enquanto tentava me recuperar desse impacto emocional,
o ministro me pediu, por meio de um intérprete, que falasse à
congregação.
Precisei de um tempo e de muito esforço para dominar meus
sentimentos o suficiente para concordar. Então disse algo como: ‘É
muita bondade sua convidar-­me para cumprimentá-­los.
Trago-­lhes uma calorosa saudação dos muitos milhões de pes-
soas religiosas na América e do mundo inteiro’. E de repente, foi
a coisa mais natural deste mundo falar a esses irmãos cristãos a
respeito das mais sagradas verdades conhecidas pelo homem.
‘Nosso Pai Celestial não está longe. Ele pode estar muito perto de
nós. Deus vive, eu sei que Ele vive. Ele é nosso Pai. Jesus Cristo, o
Redentor do mundo, cuida desta Terra. Ele dirigirá todas as coisas.

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Não tenham medo, guardem Seus mandamentos, amem-­se uns aos


outros, orem pela paz e tudo ficará bem.’
À medida que cada sentença era traduzida para a congregação,
via as mulheres pegarem um lenço e, como um observador comen-
tou, começarem a ‘acená-­los, como a mãe que se despede para
sempre do único filho’. As cabeças concordavam vigorosamente,
enquanto murmuravam Da, Da, Da! (Sim, Sim, Sim!). Notei pela
primeira vez que mesmo o balcão superior estava lotado e que
havia muitas pessoas se comprimindo contra as paredes. Olhei para
baixo e fixei o olhar numa senhora idosa bem em frente a mim, a
cabeça coberta com um velho lenço, um xale sobre os ombros, o
rosto enrugado, sereno e cheio de fé. Falei diretamente a ela.
‘Esta vida é somente uma parte da eternidade. Vivíamos, antes
de vir para cá, como filhos espirituais de Deus. Continuaremos a
viver depois que partirmos desta vida. Cristo rompeu as ligaduras
da morte e ressuscitou. Todos nós ressuscitaremos.
Acredito firmemente na oração. Sei que é possível aproximar-­nos
e ter acesso a esse poder invisível, que nos dá forças e uma âncora
para o tempo de necessidade.’ A cada sentença proferida, aquela
senhora concordava com a cabeça. Embora idosa, frágil e enrugada,
essa mulher era linda em sua devoção.
Não lembro tudo o que disse, mas lembro que me senti edifi-
cado, inspirado pela expressão embevecida daqueles homens e
mulheres que mostravam fé inabalável no Deus a quem serviam e
amavam.
Para terminar, disse: ‘Deixo-­lhes meu testemunho, como servo da
Igreja por muitos anos, de que a verdade prevalecerá. O tempo está
do lado da verdade. Que Deus os abençoe e guarde por todos os
dias de sua vida. É minha oração, em nome de Jesus Cristo. Amém’.
Com isso encerrei aquele discurso curto e fragmentado, pois
não conseguia dizer mais nada, e sentei-­me. A congregação inteira,
então, irrompeu cantando um dos meus hinos favoritos da infância,
‘Deus Vos Guarde’. Saímos da igreja enquanto ainda cantavam e,
ao caminharmos para a rua, eles acenaram lenços em despedida
— parecia que todos os 1.500 estavam acenando.

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Tive o privilégio de falar diante de muitas congregações religio-


sas em várias partes do mundo, mas o impacto dessa experiência
é quase indescritível. Enquanto eu viver, jamais vou me esquecer
daquela noite.
Raras vezes, se é que já aconteceu, experimentei com tanta inten-
sidade o senso de união entre os homens e o desejo insaciável do
coração humano pela liberdade quanto naquele momento. (…)
Voltei para casa decidido a contar essa história sempre que pos-
sível, pois ela mostra como o espírito de liberdade, o espírito de
irmandade e o espírito de religião continuam vivos a despeito dos
esforços para destruí-­los”.83

Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos


Em 26 de dezembro de 1973, o Élder Benson recebeu a notí-
cia inesperada de que o Presidente da Igreja, Presidente Harold B.
Lee, falecera repentinamente. Devido à morte do Presidente Lee,
os conselheiros na Primeira Presidência retornaram a seus lugares
no Quórum dos Doze. Quatro dias depois, Spencer W. Kimball foi
designado Presidente da Igreja, e Ezra Taft Benson foi designado
Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos. Além dessa responsa-
bilidade, o Presidente Benson assumiu outros deveres administra-
tivos. Ele presidia as reuniões semanais do quórum e coordenava
o trabalho de seus irmãos, inclusive suas designações para presidir
conferências de estaca e visitas às missões e chamar patriarcas nas
estacas. Ele também tinha algumas responsabilidades de supervi-
são sobre outras Autoridades Gerais. Uma equipe administrativa
cuidava das tarefas eclesiásticas a fim de ajudá-­lo e a seus irmãos
a organizarem a obra.84
Durante uma reunião com o Quórum dos Doze, o Presidente
Benson externou-­lhes seus pensamentos acerca de servir como
seu presidente: “Tenho me preocupado muito com esta grande
responsabilidade — não se trata de um sentimento de medo, pois
sei que não podemos falhar neste trabalho (…) se nos esforçarmos
ao máximo. Sei que o Senhor nos sustentará, mas preocupa-­me
grandemente o chamado de liderar um grupo de homens como
vocês — testemunhas especiais do Senhor Jesus Cristo”.85

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Presidente Benson combinava essa humildade com a ousadia


e insistência no trabalho árduo, que lhe eram inerentes. Sempre
delegava responsabilidades para outros a fim de que tivessem opor-
tunidades de servir. Esperava sempre o melhor daqueles a quem
liderava, do mesmo modo como esperava sempre o melhor de si
mesmo. Mas, embora fosse exigente, era bondoso. Ouvia o ponto
de vista de seus irmãos, promovendo discussões abertas nas reu-
niões do quórum. Os Élderes Boyd K. Packer, Russell M. Nelson e
Dallin H. Oaks, que eram membros recém-­chamados para o Quó-
rum dos Doze sob sua liderança, diziam que ele sempre os incen-
tivava a expor seu ponto de vista, mesmo que suas ideias fossem
diferentes das dele.86
Os membros do Quórum dos Doze sabiam que a liderança do
Presidente Benson tinha por base princípios imutáveis. Por exem-
plo, ele dizia repetidamente: “Lembrem-­se, irmãos, de que nesta
obra o Espírito é o que mais importa”.87 E ele tinha um padrão pelo
qual mensurava todas as decisões do quórum: ele perguntava: “O
que é melhor para o reino?” O Élder Mark E. Petersen, que serviu
com ele no Quórum dos Doze, disse: “A resposta a essa pergunta
foi o fator decisivo em toda questão importante que foi colocada
diante do Presidente Ezra Taft Benson durante toda a sua vida”.88

Presidente da Igreja
O Presidente Spencer W. Kimball faleceu em 5 de novembro
de 1985, depois de uma longa enfermidade. A liderança da Igreja
repousava sobre o Quórum dos Doze Apóstolos, e o Presidente
Ezra Taft Benson era seu líder e o membro mais antigo. Cinco dias
depois, em uma reunião solene e reverente do Quórum dos Doze
no Templo de Salt Lake, o Presidente Benson foi designado Presi-
dente da Igreja. Ele foi inspirado a chamar o Presidente Gordon B.
Hinckley para servir como Primeiro Conselheiro na Primeira Presi-
dência e o Presidente Thomas S. Monson para servir como Segundo
Conselheiro.
O Presidente Benson sabia da fragilidade da saúde do Presi-
dente Kimball e tinha esperança de que a força física do amigo
fosse renovada. “Este é um dia pelo qual eu não esperava”, disse

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A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

o Presidente Benson à coletiva de imprensa pouco depois de ser


designado Presidente da Igreja. “Minha mulher, Flora, e eu oramos
continuamente para que os dias do Presidente Kimball se prolon-
gassem neste mundo e mais um milagre fosse realizado em seu
benefício. Agora que o Senhor falou, faremos o máximo, sob Sua
divina orientação, para levar a obra adiante sobre a Terra.” 89
Na primeira conferência geral como Presidente da Igreja, o Pre-
sidente Benson disse que sua ênfase principal seria levar adiante
a obra do Senhor. “Em nossos dias”, declarou, “o Senhor revelou a
necessidade de reenfatizar o Livro de Mórmon”.90
Como membro do Quórum dos Doze, o Presidente Benson pre-
gava repetidamente a importância do Livro de Mórmon.91 Como
Presidente da Igreja, deu ao assunto uma atenção ainda maior. Ele
declarou que “toda a Igreja [estava] sob condenação”, porque os
santos dos últimos dias não estavam estudando suficientemente o
Livro de Mórmon ou dando atenção a seus ensinamentos. Ele disse:
“O Livro de Mórmon não tem sido e ainda não é o ponto central
de nosso estudo pessoal, nosso ensino no lar, nossa pregação e
nosso trabalho missionário. Devemos nos arrepender disso”.92 Com
frequência, citava a declaração do Profeta Joseph Smith de que as
pessoas “se aproximariam mais de Deus seguindo seus preceitos
do que seguindo os de qualquer outro livro” 93 e explicava essa
promessa. “Há um poder no livro”, dizia, “que começará a fluir a
nossa vida no momento em que começarmos um estudo sério do
livro”.94 Ele exortou os santos dos últimos dias a “inundarem a Terra
e [a própria vida] com o Livro de Mórmon”.95
Na Igreja como um todo, os santos dos últimos dias seguiram
esse conselho de seu profeta. Como resultado, foram fortalecidos
individual e coletivamente.96 O Presidente Howard W. Hunter disse:
“Será que alguma geração, incluindo as que ainda virão, fará um
retrospecto da administração do Presidente Ezra Taft Benson sem
pensar de imediato em seu amor pelo Livro de Mórmon? Talvez
nenhum presidente da Igreja desde o Profeta Joseph Smith tenha
feito mais do que ele para ensinar as verdades do Livro de Mórmon,
para incentivar todos os membros da Igreja a estudarem-­no diaria-
mente e para ‘inundar a Terra’ ao distribuí-­lo”.97

33
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

O Presidente Benson com seus conselheiros na Primeira


Presidência: o Presidente Gordon B. Hinckley (à esquerda)
e o Presidente Thomas S. Monson (à direita).

Entrelaçado ao testemunho que o Presidente Benson tinha sobre


o Livro de Mórmon estava seu testemunho sobre Jesus Cristo. Numa
época em que muitos rejeitavam “a divindade do Salvador”, ele
afirmava que “esse livro divinamente inspirado é verdadeiramente
uma pedra angular ao testificar ao mundo que Jesus é o Cristo”.98
Desde sua ordenação ao apostolado em 1943, o Presidente B ­ enson
serviu diligentemente como testemunha da realidade viva do
­Salvador. Como Presidente da Igreja, testificou sobre Jesus Cristo e
Sua Expiação com renovado vigor e senso de urgência. Exortou os
santos a serem “capitaneados por Cristo”, a serem “consumidos em
Cristo” 99 e a terem “a vida centralizada em Cristo”.100 Ao falar sobre
o ­Salvador, disse: “Eu O amo com toda a minha alma”.101
O Presidente Benson também falou sobre outros assuntos com
urgência e ênfase. Advertiu-­nos contra os perigos do orgulho. Tes-
tificou sobre a importância eterna da família. Ensinou-­nos os prin-
cípios da fé e do arrependimento, enfatizando a necessidade do
trabalho missionário dedicado.

34
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Embora não tenha falado sobre os Estados Unidos da América


com a mesma frequência que o fazia antes de seu ministério, cele-
brou o aniversário de 200 anos da assinatura da Constituição dos
Estados Unidos proferindo um discurso sobre isso na conferência
geral da Igreja em outubro de 1987. Ele continuou a amar a liber-
dade e o verdadeiro patriotismo no mundo inteiro. No final dos
anos 1980 e início dos anos 1990, vibrou com a notícia da queda
do Muro de Berlim e de que a Rússia e a Europa Oriental estavam
recebendo maior liberdade de adoração religiosa graças a governos
mais abertos.102
O Presidente Benson fez uma sequência de discursos a grupos
específicos de membros da Igreja. Iniciando em abril de 1986, ele
preparou sermões dirigidos aos rapazes, às moças, às mães, aos
mestres familiares, aos pais, aos rapazes adultos solteiros, às moças
adultas solteiras, às crianças e aos idosos. Como comentou o Presi-
dente Howard W. Hunter: “Ele falou a todos porque se preocupou
com todos. Falou às mulheres da Igreja e aos homens. Falou aos
idosos. Falou aos que eram solteiros, aos jovens, e adorava falar às
crianças da Igreja. Deu conselhos maravilhosos e personalizados a
todos os membros, quaisquer que fossem suas circunstâncias. Esses
sermões continuarão a nos sustentar e orientar ao ponderarmos
sobre eles nos muitos anos que hão de vir”.103
O Presidente Benson chorou ao receber a carta de uma família
que disse ter sido influenciada por um desses discursos. Na carta,
o jovem pai explicava que ele e a mulher assistiam à conferência
geral pela televisão. O filhinho de três anos de idade estava brin-
cando em um quarto próximo, onde a conferência era transmitida
pelo rádio. Depois de ouvir a mensagem do Presidente Benson às
crianças, a mãe e o pai entraram no quarto onde o filho brincava. O
menininho “falou com empolgação: ‘O homem no rádio disse que,
mesmo quando cometemos erros, nosso Pai Celestial continua a nos
amar’. Essa simples declaração”, dizia o pai, “causou uma profunda
e significativa impressão em nosso filhinho. Se eu lhe perguntar
hoje o que foi que o Presidente Benson disse, vou receber a mesma
resposta empolgada. Para ele, é reconfortante saber que tem um Pai
Celestial bom e amoroso”.104

35
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Logo depois da conferência geral de outubro de 1988, o Presi-


dente Benson sofreu um derrame que o impossibilitava de falar
em público. Por algum tempo, compareceu às conferências gerais
e outras reuniões públicas. Nas conferências de 1989, seus con-
selheiros leram os discursos que ele havia preparado. A partir de
1990, seus conselheiros transmitiam seu amor aos santos e citavam
partes de seus discursos anteriores. A conferência de abril de 1991
foi a última à qual compareceu. Dessa época em diante, tornou-­se
fisicamente incapaz de fazer mais do que assistir às reuniões pela
televisão.105
O Presidente Gordon B. Hinckley relembrou: “Como era de se
esperar, seu corpo começou a se enfraquecer com a idade. Já não
caminhava como era de costume. Já não falava como de costume.
Houve um declínio gradual, mas ele ainda era o profeta escolhido
do Senhor enquanto vivesse”.106 O Presidente Hinckley e o Presi-
dente Thomas S. Monson dirigiam a Igreja com a autoridade a eles
delegada pelo Presidente Benson, mas a Igreja nunca implementava
uma iniciativa sem o conhecimento e a aprovação do Presidente
Benson.107
Enquanto o Presidente Benson se enfraquecia fisicamente, a
saúde de Flora também definhou, e ela faleceu em 14 de agosto
de 1992. Menos de dois anos depois, em 30 de maio de 1994, ele
se juntou a ela, e seus restos mortais foram enterrados junto aos
dela em sua amada Cidade de Whitney. Durante o funeral do Pre-
sidente Benson, o Presidente Monson relembrou: “Ele me disse,
certa ocasião: ‘Irmão Monson, lembre-­se, não importa o que outros
possam sugerir, desejo ser sepultado em Whitney, Idaho’. Presidente
­Benson, estamos cumprindo hoje esse seu desejo. Seu corpo retor-
nará para Whitney, mas seu espírito eterno retornou para Deus.
Sem dúvida ele está regozijando-­se ao lado de sua família, de seus
amigos e de sua amada Flora. (…)
O rapazinho do arado que se tornou profeta de Deus voltou para
casa. Que bênção divina é sua lembrança!” 108

36
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

Notas
1. Robert D. Hales, “A Testimony of 20. Eugene J. Neff, Ezra Taft Benson:
Prophets” [Um Testemunho dos Pro- A Biography, p. 84.
fetas], 5 de junho de 1994, speeches.​ 21. Eugene J. Neff, Ezra Taft Benson:
byu.​edu; ver também Twila Van Leer, A Biography, p. 87.
“Church Leader Buried beside Wife,
Cache Pays Tribute as Cortege Passes” 22. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
[Líder da Igreja É Sepultado ao Lado da p. 87.
Esposa: Multidão Presta Homenagem 23. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
Durante o Cortejo], Deseret News, 5 de p. 87.
junho de 1994. 24. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
2. Gordon B. Hinckley, “Farewell to a ­Benson: A Biography, p. 96.
Prophet” [Adeus a um Profeta], Ensign, 25. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
julho de 1994, pp. 37–38. ­Benson: A Biography, p. 88.
3. Ezra Taft Benson, “Características Divi- 26. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
nas do Mestre”, A Liahona, janeiro de ­Benson: A Biography, p. 89.
1987, p. 45.
27. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
4. Margaret Benson Keller, Sheri L. Dew, A Biography, p. 92.
Ezra Taft Benson: A Biography, 1987,
p. 34. 28. Francis M. Gibbons, Ezra Taft Benson:
Statesman, Patriot, Prophet of God,
5. Ezra Taft Benson, “Características Divi- 1996, pp. 85–89.
nas do Mestre”, p. 45.
29. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
6. Ezra Taft Benson, “Scouting Builds pp. 99–100, 101, 115.
Men” [O Escotismo Prepara Homens],
New Era, fevereiro de 1975, pp. 15–16. 30. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
A Biography, p. 115.
7. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
p. 44. 31. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
p. 100.
8. Ver “After 60 Years ‘Still in Love’”
[Depois de 60 Anos, Ainda Apaixona- 32. Barbara Benson Walker, Ezra Taft
dos], Church News, 14 de setembro de ­Benson: A Biography, p. 130.
1986, pp. 4, 10. 33. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
9. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: ­Benson: A Biography, p. 121.
A Biography, p. 58. 34. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
10. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, ­Benson: A Biography, p. 121.
p. 55; ver também o capítulo 7 deste 35. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio-
livro. graphy, p. 174, contendo citações do
11. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, diário pessoal de Ezra Taft Benson, 26
p. 59. de julho de 1943.
12. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, 36. Diário pessoal de Ezra Taft Benson, 26
p. 59. de julho de 1943; citado em Ezra Taft
Benson: A Biography, pp. 174–175;
13. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: ortografia atualizada.
A Biography, p. 62.
37. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
14. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- A Biography, p. 176.
graphy, p. 59.
38. Ver Ezra Taft Benson, A Labor of Love:
15. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: The 1946 European Mission of Ezra
A Biography, p. 53. Taft Benson [Ezra Taft Benson, Um Tra-
16. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: balho de Amor: A Missão Europeia de
A Biography, p. 63. 1946], 1989, p. 7.
17. Flora Amussen Benson, Ezra Taft 39. Ezra Taft Benson, Conference Report,
­Benson: A Biography, p. 75. abril de 1947, pp. 152–153.
18. Flora Amussen Benson, Ezra Taft 40. George Albert Smith, A Labor of Love,
­Benson: A Biography, p. 79. p. 7.
19. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: 41. Ezra Taft Benson, A Labor of Love,
A Biography, p. 79. pp. 7–8.

37
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

42. Ezra Taft Benson, A Labor of Love, Lord” [Presidente Ezra Taft Benson:
p. 120. Confiança no Senhor], New Era, agosto
43. Ezra Taft Benson, Conference Report, de 1989, p. 36.
abril de 1947, p. 154. 67. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
44. Ezra Taft Benson, Conference Report, pp. 313, 345.
abril de 1947, p. 155. 68. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
45. Ezra Taft Benson, Conference Report, p. 331.
abril de 1947, pp. 153–155. 69. Ver o capítulo 2 deste livro.
46. Ver Ezra Taft Benson, Conference 70. Dwight D. Eisenhower, Ezra Taft
Report, abril de 1947, pp. 155–156. ­Benson: A Biography, p. 292.
47. Ezra Taft Benson, Conference Report, 71. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
abril de 1947, p. 156. p. 292.
48. Ver Frederick W. Babbel, On Wings of 72. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
Faith [Nas Asas da Fé], 1972, pp. 28–33, pp. 297–299.
46–47, 106–108, 111–112, 122, 131–134, 73. David O. McKay, Cross Fire, p. 519.
136, 154.
74. Ezra Taft Benson, Conference Report,
49. Ezra Taft Benson, Conference Report, abril de 1961, p. 113.
abril de 1947, p. 152.
75. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
50. Thomas S. Monson, “President Ezra Taft A Biography, p. 358.
Benson—A Giant among Men” [Presi-
dente Ezra Taft Benson: Um Gigante 76. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
entre os Homens], Ensign, julho de A Biography, p. 355.
1994, p. 36. 77. Ezra Taft Benson, “A Witness and
51. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, a Warning” [Um Testemunho e um
p. 37. Aviso], Ensign, novembro de 1979,
p. 31.
52. Ver Ezra Taft Benson, Conference
Report, abril de 1948, p. 83. 78. Ezra Taft Benson, “The Constitution—
A Glorious Standard” [A Constituição:
53. Ezra Taft Benson, Conference Report, Um Padrão Glorioso], Ensign, maio de
abril de 1948, p. 86. 1976, p. 91.
54. Ezra Taft Benson, Conference Report, 79. Ezra Taft Benson, Conference Report,
abril de 1962, p. 104. abril de 1960, p. 99.
55. Ver Ezra Taft Benson, Conference 80. Ezra Taft Benson, Conference Report,
Report, abril de 1948, p. 85. outubro de 1968, p. 17.
56. Ver Ezra Taft Benson, Conference 81. Ezra Taft Benson, Conference Report,
Report, abril de 1962, pp. 104–105. outubro de 1948, p. 98.
57. Ver Ezra Taft Benson, Conference 82. Ezra Taft Benson, Conference Report,
Report, outubro de 1954, p. 121. outubro de 1950, pp. 143–144.
58. Ezra Taft Benson, Conference Report, 83. Ezra Taft Benson, Cross Fire, pp.
outubro de 1962, p. 19. 485–488.
59. Ezra Taft Benson, Cross Fire: The Eight 84. Ver Francis M. Gibbons, Statesman,
Years with Eisenhower [Fogo Cruzado: Patriot, Prophet of God, pp. 270–271.
Os Oito Anos com Eisenhower], 1962,
pp. 3–4. 85. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson:
A Biography, pp. 430–431.
60. David O. McKay, Cross Fire, p. 5.
86. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, pp.
61. Ezra Taft Benson, Cross Fire, p. 10. 429–430.
62. Dwight D. Eisenhower, Cross Fire, 87. Ezra Taft Benson, em Thomas S. Mon-
p. 12. son, “Um Plano Previdente — Uma
63. Ezra Taft Benson, Cross Fire, p. 12. Preciosa Promessa”, A Liahona, julho
64. Ezra Taft Benson, Cross Fire, p. 13. de 1986, p. 64.
65. Ezra Taft Benson, Ezra Taft Benson: 88. Mark E. Petersen, “President Ezra Taft
A Biography, p. 355. Benson”, Ensign, janeiro de 1986, pp.
2–3.
66. Ezra Taft Benson, Sheri Dew, “President
Ezra Taft Benson: Confidence in the 89. Ezra Taft Benson, Church News, 17 de
novembro de 1985, p. 3.

38
A V i d a e o Mi n i s t é r i o d e E z r a Ta f t B e n s o n

90. Ezra Taft Benson, “Uma Sagrada Res- 99. Ezra Taft Benson, “Nascido de Deus”,
ponsabilidade”, A Liahona, julho 1986, A Liahona, outubro de 1989, p. 2.
p. 79. 100. Ezra Taft Benson, “Vinde a Cristo”,
91. Ver, por exemplo: “O Livro de Mór- A Liahona, janeiro de 1988, p. 82.
mon É a Palavra de Deus”, A Liahona, 101. Ezra Taft Benson, “Jesus Cristo: Nosso
agosto de 1975, p. 31; republicado em Salvador e Redentor”, A Liahona,
maio de 1988, p. 2; “Uma Nova Teste- dezembro de 1990, p. 3.
munha de Cristo”, A Liahona, janeiro
de 1985, p. 5; ver também Ezra Taft 102. Ver Russell M. Nelson, “Drama no
Benson: A Biography, pp. 491–493. Palco Europeu”, A Liahona, maio de
1992, p. 8.
92. Ezra Taft Benson, “Limpar o Vaso Inte-
rior”, A Liahona, julho de 1986, p. 3. 103. Howard W. Hunter, “A Strong and
Mighty Man”, p. 42.
93. Joseph Smith, citação na introdução do
Livro de Mórmon. 104. Thomas S. Monson, “O Senhor Vos
Abençoe”, A Liahona, janeiro de 1992,
94. Ezra Taft Benson, “O Livro de Mórmon p. 95.
— Pedra Angular de Nossa Religião”,
A Liahona, janeiro de 1987, p. 3; repu- 105. Ver Francis M. Gibbons, Statesman,
blicado em outubro de 2011, p. 53. Patriot, Prophet of God, p. 315.
95. Ezra Taft Benson, “Acautelai-­vos do 106. Gordon B. Hinckley, “Farewell to a
Orgulho”, A Liahona, julho de 1989, Prophet”, p. 40.
p. 3. 107. Ver Francis M. Gibbons, Statesman,
96. Ver o capítulo 10 deste livro. Patriot, Prophet of God, pp. 317–318.
97. Howard W. Hunter, “A Strong and 108. Thomas S. Monson, “President Ezra
Mighty Man” [Um Homem Forte e Taft Benson—A Giant among Men”
Vigoroso], Ensign, julho de 1994, p. 42. [Presidente Ezra Taft Benson: Um
Gigante entre os Homens], Ensign,
98. Ezra Taft Benson, “O Livro de ­Mórmon julho de 1994, p. 36.
— Pedra Angular de Nossa Religião”,
p. 3.

39
Como o Salvador ensinou ao jovem rico, demonstramos nosso amor ao
Senhor quando ajudamos outras pessoas (ver Mateus 19:16–21).

40
C A P Í T U L O 1

O Grande Mandamento
— Amar ao Senhor

“Quando colocamos Deus em primeiro lugar,


todas as outras coisas entram no devido
eixo ou são eliminadas de nossa vida.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

A vida do Presidente Ezra Taft Benson refletiu seu amor pelo Senhor
e seu inabalável compromisso de viver o evangelho. Certa vez, um
membro da família disse: “Para Ezra e sua família, a religião é um verda-
deiro modo de vida — algo a ser vivido sete dias na semana. Era sem-
pre colocada em primeiro lugar antes de tomarem alguma decisão”.1
As pessoas que não eram da família também notavam o amor
que o Presidente Benson sentia pelo Senhor. Em 1939, quando
o Presidente Benson era presidente de estaca, foi convidado a
Washington D.C. para reunir-­se com os dirigentes do National
Council of Farmer Cooperatives [Conselho Nacional das Coopera-
tivas de Produtores Rurais]. “Depois de sabatiná-­lo e questioná-­lo, o
conselho diretor ofereceu-­lhe o cargo de secretário executivo dessa
organização. (…) Embora tenha ficado entusiasmado com essa
oferta inesperada, não quis aceitá-­la. Da maneira como o entendia,
o trabalho implicaria fazer lobby político em festas nas quais have-
ria bebidas alcoólicas, e isso não condizia com sua religião.
‘Senhor Benson’, respondeu-­lhe o Juiz John D. Miller, líder do
grupo, ‘é exatamente por isso que selecionamos você. Sabemos
quais são os seus padrões’. Só depois de obter garantia absoluta
do conselho diretor de que ele não precisaria negociar entendi-
mentos para problemas agrícolas durante rodadas de bebida é
que ele aceitou prazerosamente o cargo, não sem antes consultar
sua esposa e a Primeira Presidência.” 2

41
C ap í t u l o 1

O Presidente Benson ensinou que demonstramos o amor que


temos pelo Senhor por meio de nossa disposição em fazer Sua
vontade. Ele disse: “Eu gostaria que cada santo dos últimos dias
pudesse dizer sinceramente, de todo o coração: ‘Aonde mandares,
irei. O que ordenares direi. Tal como mandares, serei (ver Hinos, nº
167). Se pudéssemos fazer essas coisas, garantiríamos a máxima feli-
cidade aqui e a exaltação no reino celestial de Deus para sempre”.3
Em um sermão durante a conferência geral de abril de 1988 —
no qual este capítulo se baseia —, o Presidente Benson enfatizou
o primeiro e grande mandamento: amar a Deus. Quanto a esse
sermão, o Élder Francis M. Gibbons, dos Setenta, observou: “Tudo
pelo que o Presidente Ezra Taft Benson trabalhou, tudo quanto
defendeu e tudo quanto esperou — para si mesmo, para sua família
e para a Igreja — está contido nesse sermão”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O primeiro e grande mandamento é amar ao Senhor.
A grande prova desta vida é a obediência a Deus. “E assim os
provaremos”, disse o Senhor, “para ver se farão todas as coisas que
o Senhor seu Deus lhes ordenar” (Abraão 3:25).
A grande tarefa da vida é conhecer a vontade do Senhor e,
depois, fazê-­la.
O grande mandamento da vida é amar ao Senhor.
“Vinde a Cristo”, exortou Morôni em seu último testemunho,
“(…) e [amai] a Deus com todo o vosso poder, mente e força”
(Morôni 10:32).
Este, portanto, é o primeiro e grande mandamento: “Amarás,
pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças”
(Marcos 12:30; ver também Mateus 22:37; Deuteronômio 6:5; Lucas
10:27; Morôni 10:32; D&C 59:5).
E é o puro amor de Cristo, a caridade, que o Livro de Mór-
mon testifica ser a maior de todas as coisas — ela nunca falha,

42
C ap í t u l o 1

permanece para sempre; todos os homens deveriam tê-­la e, sem a


qual, nada são (ver Morôni 7:44–47; 2 Néfi 26:30).
“Portanto, meus amados irmãos”, adverte Morôni, “rogai ao Pai,
com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor
que Ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de Seu
Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando
Ele aparecer, sejamos como Ele” (Morôni 7:48).
Ao encerrar o relato tanto dos jareditas como dos nefitas, Morôni
registra que, a não ser que os homens tenham esse puro amor de
Cristo, chamado caridade, eles não poderão herdar o lugar que
Cristo preparou nas mansões de Seu Pai nem poderão ser salvos
no reino de Deus (ver Éter 12:34; Morôni 10:21).
O fruto que Leí comeu em sua visão, que encheu sua alma de
imensa alegria e que era mais desejável que qualquer outra coisa,
era o amor de Deus.5
Quando penso em caridade, (…) lembro-­me de meu pai e do dia
em que ele foi chamado a servir como missionário (ver páginas 4–6
deste livro). Suponho que haja pessoas no mundo que pensam que
sua aceitação desse chamado foi uma prova de que não amava a
família. De que maneira o fato de deixar sete filhos e a esposa, que
esperava mais um bebê, sozinhos em casa por dois anos poderia
ser amor de verdade? Mas meu pai tinha uma visão mais grandiosa
do amor. Ele sabia que “todas as coisas contribuem juntamente
para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Sabia
que a melhor coisa que poderia fazer em prol de sua família era
obedecer a Deus.6
Amar a Deus de todo o coração, alma, entendimento e forças
requer toda a energia em todos os aspectos. Não é algo que exija
pouco esforço. É necessário um comprometimento total de nosso
próprio ser — física, mental, emocional e espiritualmente — para
amar ao Senhor.
A extensão, profundidade e elevação desse amor de Deus se
estende a todos os aspectos de nossa vida. Nossos desejos, sejam
eles espirituais ou materiais, devem enraizar-­se no amor do Senhor.
Nossos pensamentos e afetos devem ser centralizados no Senhor.
“Que todos os teus pensamentos sejam dirigidos ao Senhor”, disse

43
C ap í t u l o 1

José do Egito preferiu ir para a prisão a negar sua lealdade a Deus.

Alma, “sim, que o afeto do teu coração seja posto no Senhor para
sempre” (Alma 37:36).7

2
Demonstramos nosso amor a Deus quando O
colocamos em primeiro lugar em nossa vida.
Por que Deus estabeleceu esse mandamento como o primeiro?
Pois Ele sabia que, se nós realmente O amássemos, desejaríamos
obedecer a todos os Seus outros mandamentos. “Porque este é o
amor de Deus”, diz João, “que guardemos os seus mandamentos”
(I João 5:3; ver também II João 1:6).
Devemos colocar Deus antes de tudo o mais que exista em nossa
vida. Ele deve vir primeiro, assim como Ele mesmo declara no pri-
meiro de Seus Dez Mandamentos: “Não terás outros deuses diante
de mim” (Êxodo 20:3).
Quando colocamos Deus em primeiro lugar, todas as outras coi-
sas entram no devido eixo ou são eliminadas de nossa vida. Nosso

44
C ap í t u l o 1

amor pelo Senhor governará o objeto de nosso afeto, as demandas


de nosso tempo, os interesses que buscamos e a ordem de nossas
prioridades.
Devemos colocar Deus adiante de todas as demais pessoas de
nossa vida.
Quando José estava no Egito, o que ele colocou em primeiro
lugar em sua vida — Deus, seu emprego ou a mulher de Potifar?
Quando ela tentou seduzi-­lo, respondeu dizendo: “Como pois faria
eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9.)
José foi lançado na prisão por ter colocado Deus em primeiro
lugar. Se nos víssemos na mesma situação, qual seria a nossa leal-
dade prioritária? Será que colocaríamos Deus à frente da segurança,
da paz, das paixões, da riqueza e das honras dos homens?
Quando José foi forçado a escolher, ele ansiava muito mais agra-
dar a Deus do que à mulher de seu patrão. Diante da necessidade
de uma escolha, será que ansiamos mais por agradar a Deus do que
ao nosso chefe, nosso professor, nosso vizinho, um(a) namorado(a)?
Disse o Senhor: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim
não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que
a mim não é digno de mim” (Mateus 10:37). Um dos testes mais
difíceis da vida ocorre quando precisamos escolher entre satisfazer
a Deus e satisfazer a alguém a quem amamos ou respeitamos —
especialmente um membro da família.
Néfi enfrentou esse teste e saiu-­se muito bem quando seu bom
pai murmurou por um breve período contra o Senhor (ver 1 Néfi
16:18–25). Jó preservou sua integridade diante do Senhor mesmo
quando sua esposa lhe disse que amaldiçoasse Deus e morresse
(ver Jó 2:9–10).
A escritura relata: “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êxodo 20:12;
ver também Mosias 13:20). Às vezes, precisamos escolher honrar
ao Pai Celestial em vez de a um pai mortal.
Devemos dar a Deus, o Pai de nosso espírito, uma proeminência
exclusiva em nossa vida. É Dele a principal prerrogativa paterna
quanto ao nosso bem-­estar eterno, antes de todos os outros laços
que possam nos unir agora e para sempre.

45
C ap í t u l o 1

Deus, nosso Pai; Jesus, nosso Irmão Mais Velho e nosso R ­ edentor;
e o Espírito Santo, o Testificador, são perfeitos. São Eles que nos
conhecem melhor e que nos amam mais intensamente. Eles farão o
que for necessário para o nosso eterno bem-­estar. Não deveríamos
nós, por isso, amá-­Los e honrá-­Los primeiro?
Existem membros fiéis que se filiaram à Igreja apesar das obje-
ções de seus familiares mortais. Mas, ao colocarem Deus em pri-
meiro lugar, muitos se tornaram, mais tarde, os instrumentos que
conduziram esses entes queridos de volta ao reino de Deus.
Jesus disse: “Eu faço sempre o que agrada [a Deus]” ( João 8:29).
Qual é a situação em nosso lar? Estamos nos esforçando para
colocar o Senhor em primeiro lugar e agradá-­Lo?
Pais, será que agradaria ao Senhor se houvesse diariamente em
seu lar orações familiares e estudo das escrituras em família? E
quanto à noite familiar semanal? E quanto a um tempo reservado
periodicamente com sua esposa e com cada filho? E se algum dia
um filho ou uma filha se desviasse, acham que agradaria ao Senhor e
Ele honraria seus esforços se continuassem a ter uma vida exemplar,
orassem constantemente e jejuassem frequentemente por ele(a), e
mantivessem o nome dele(a) na lista de orações do templo?
Vocês, mães, que receberam o encargo especial de criar a juven-
tude de Sião em justiça, não estariam colocando Deus em primeiro
lugar quando magnificam seu chamado divino? (…) Nossas mães
terrenas colocam Deus em primeiro lugar quando cumprem sua
grandiosa missão no interior de seu lar.
Filhos, vocês oram por seus pais? Tentam apoiá-­los em seus
nobres esforços? Eles cometerão erros, assim como vocês; mas eles
têm uma missão divina a cumprir na vida de vocês. Vocês vão
ajudá-­los nisso? Acrescentarão honra ao nome deles e darão a eles
consolo e sustento quando envelhecerem?
Se alguém quiser se casar com você fora do templo, a quem você
vai se esforçar para agradar — a Deus ou a um mortal? Caso você
insista em casar-­se no templo, agradará ao Senhor e abençoará seu
futuro cônjuge. Sabe por quê? Porque essa pessoa se tornará digna
de frequentar o templo — o que seria uma bênção — ou partiria — o

46
C ap í t u l o 1

que poderia também ser uma bênção —, porque nenhum de vocês


iria querer prender-­se a um jugo desigual (ver II Coríntios 6:14).
Você deve qualificar-­se para ir ao templo. Então saberá que não
existe ninguém tão bom assim para que você se case fora do tem-
plo. Se tais pessoas forem realmente boas, elas mesmas se coloca-
rão em uma condição de também poderem se casar no templo.8

3
Quando decidimos colocar Deus em primeiro lugar em
nossa vida, recebemos Suas bênçãos em profusão.
Os homens e as mulheres que dedicam a vida a Deus descobrem
que Ele pode fazer muito mais por sua vida do que eles consegui-
riam por si mesmos. Ele lhes ampliará a alegria, expandirá a visão,
acelerará o raciocínio, fortalecerá os músculos, elevará o espírito,
multiplicará as bênçãos, aumentará as oportunidades, consolará a
alma, suscitará amigos e encherá a vida de paz. Aquele que perder
a vida a serviço de Deus encontrará vida eterna.9
Deus pediu a Abraão que sacrificasse Isaque. Se Abraão tivesse
amado mais a seu filho Isaque do que a Deus, teria ele obedecido?
Como o Senhor indica em Doutrina e Convênios, tanto Abraão
como Isaque assentam-­se hoje em tronos e são deuses (ver D&C
132:37). Eles estavam dispostos a oferecer ou ser oferecidos con-
forme Deus havia solicitado. Eles têm um amor e respeito mais
intensos um pelo outro porque ambos estavam dispostos a colocar
Deus em primeiro lugar.
O Livro de Mórmon ensina que “é necessário que haja uma opo-
sição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11) — e assim é. A oposição
permite escolhas, e estas trazem consequências — boas ou más.
O Livro de Mórmon explica que os homens são “livres para esco-
lher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de
todos os homens, ou para escolher o cativeiro e a morte, de acordo
com o cativeiro e o poder do diabo” (2 Néfi 2:27).
Deus nos ama; o demônio nos odeia. Deus quer que tenhamos a
plenitude da alegria que Ele tem. O demônio quer nos ver miserá-
veis como ele é. Deus nos dá mandamentos para nos abençoar. O
demônio quer que violemos os mandamentos para nos amaldiçoar.

47
C ap í t u l o 1

Diariamente, constantemente, fazemos escolhas com base em


nossos desejos, pensamentos e em nossas ações, seja para nossa
bênção ou maldição, alegria ou tristeza. Um dos desafios da vida é
que, em geral, não recebemos imediatamente a bênção plena pela
retidão ou a maldição plena pela iniquidade. Que a consequência
virá, é certo; mas, muitas vezes, há um período de espera, como foi
o caso de Jó e de José.
Nesse ínterim, os iníquos pensam que podem pecar e sair ilesos.
O Livro de Mórmon nos ensina que os iníquos “terão alegria em
suas obras por um tempo, porque logo chegará o fim; e eles serão
cortados e lançados no fogo, de onde não há retorno” (3 Néfi 27:11).
Durante este período probatório, os justos devem continuar a
amar a Deus, confiar em Suas promessas, ser pacientes e ter a cer-
teza, como disse o poeta, de que “aquele que faz a obra de Deus
recebe a recompensa de Deus”. (…)
Presto testemunho de que a recompensa de Deus é o melhor
pagamento de que este mundo ou qualquer outro mundo tem
conhecimento. E derrama-­se em plena abundância exclusivamente
sobre os que amam ao Senhor e O colocam em primeiro lugar.
A grande prova da vida é a obediência a Deus.
A grande tarefa da vida é conhecer a vontade do Senhor e,
depois, fazê-­la.
O grande mandamento da vida é: “Amarás, pois, ao Senhor teu
Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças” (Marcos 12:30).
Que Deus nos abençoe para que coloquemos o primeiro man-
damento em primeiro lugar e, como resultado, que colhamos paz
nesta vida e a vida eterna com plenitude de alegria na vida futura.10

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Na seção 1, o Presidente Benson nos ensina sobre “o primeiro
e grande mandamento” (Mateus 22:38). Por que você acha que
esse mandamento deve ser colocado em primeiro lugar em nossa

48
C ap í t u l o 1

vida? Que conceitos você aprendeu pela maneira como o Presi-


dente Benson relacionou a caridade a esse mandamento?
• O que você entende por “colocar Deus em primeiro lugar”? (Ver
exemplos na seção 2.) Em que circunstância você já viu “todas
as outras coisas [entrarem] no devido eixo ou [serem] eliminadas
de nossa vida” quando colocamos Deus em primeiro lugar?
• Reflita sobre as promessas feitas pelo Presidente Benson às pes-
soas que “dedicam a vida a Deus” (seção 3). Que exemplos você
poderia citar de pessoas que dedicaram a vida a Deus? De que
maneira Deus torna essas pessoas melhores do que elas pode-
riam tornar-­se por si mesmas?
Escrituras Relacionadas
Josué 24:14 –15; Mateus 6:33; 7:21; João 14:15, 21–24; 17:3;
I Coríntios 2:9; 1 Néfi 3:7; Morôni 10:32
Auxílio Didático
“Lembre-­se sempre de que você não é o ‘verdadeiro professor’.
Isso é um sério engano. (…) Tenha cuidado para não interferir. O
principal papel do professor é criar condições para que as pessoas
tenham uma experiência espiritual com o Senhor” (Gene R. Cook,
citado em Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, p. 41).
Notas
1. Descendentes da Família de George T. 6. “Características Divinas do Mestre”,
Benson Jr., 1968. A Liahona, janeiro de 1987, p. 45.
2. Merlo J. Pusey, “Ezra Taft Benson: A 7. “O Grande Mandamento — Amar o
Living Witness for Christ” [Ezra Taft Senhor”, A Liahona, julho de 1988, p. 3.
Benson: Testemunha Viva de Cristo], 8. “O Grande Mandamento — Amar o
Improvement Era, abril de 1956, p. 269. Senhor”, A Liahona, julho de 1988, p. 3.
3. The Teachings of Ezra Taft Benson 9. “Jesus Cristo — Dávivas e Expectati-
[Ensinamentos de Ezra Taft Benson], vas”, A Liahona, dezembro de 1987,
1988, p. 344. p. 3.
4. Francis M. Gibbons, Ezra Taft Benson: 10. “O Grande Mandamento — Amar o
Statesman, Patriot, Prophet of God Senhor”, A Liahona, julho de 1988, p. 3;
[Ezra Taft Benson, Estadista, Patriota, verso do poema de Denis A. McCarthy,
Profeta de Deus], 1996, p. 313. como citado em Ralph S. Cushman, The
5. “O Grande Mandamento — Amar o Message of Stewardship [Mensagem de
Senhor”, A Liahona, julho de 1988, p. 3. Mordomia], 1922, p. 191.

49
“Se quisermos aumentar nossa santidade — crescer em graça
para com Deus —, nada existe que substitua a oração.”

50
C A P Í T U L O 2

Orar Sempre

“Eu os exorto a todos, humildemente (…)


que permaneçam em contato constante
com o Pai Celeste por meio da oração.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

“O conselho de depender da oração teve mais valor em toda


minha vida do que praticamente qualquer outro conselho que
recebi”, disse o Presidente Ezra Taft Benson. “Ele tornou-­se uma
parte de mim mesmo, uma âncora, a fonte constante de forças e a
base do meu conhecimento sobre as coisas celestiais.
‘Lembre-­se de que, o que quer que faça ou onde quer que esteja,
você nunca estará só’, foi o conselho afetuoso de meu pai quando
eu era menino. ‘Nosso Pai Celestial está sempre por perto. Você
pode achegar-­se a Ele e receber Sua ajuda por meio da oração.’
Descobri que esse conselho é verdadeiro. Somos gratos por poder
aproximar-­nos e ter acesso a esse poder invisível, sem o qual
nenhum homem pode atingir seu pleno potencial.” 1
O Presidente Benson seguiu esse conselho em todos os aspectos
de sua vida. Quando foi indicado para ser Secretário da Agricul-
tura dos Estados Unidos, selecionou “em espírito de oração e com
cuidado” um grupo de homens para trabalhar com ele, “pedindo
a Deus que [lhe] concedesse o espírito de discernimento”.2 Na pri-
meira reunião que fizeram, ele perguntou “se alguém se oporia a
iniciá-­la com uma oração. Ninguém se opôs. E assim teve início
uma prática que [ele] perpetuou por oito anos. Ele convidava cada
membro da equipe a se revezar no oferecimento da oração”.3 Os
participantes passaram a apreciar essa prática, ainda que se tenham
sentido pouco à vontade com ela no início. Um dos membros da
equipe admitiu, mais tarde, que alguns daqueles homens não ora-
vam em voz alta desde os tempos de infância. “Tropeçávamos nas

51
C ap í t u l o 2

palavras e nos atrapalhávamos com elas”, lembrou ele. “Mas o


Chefe [Presidente Benson] nunca deixava transparecer que notava.
E depois de algumas tentativas, todos se sentiram mais à vontade.
Isso ajudou? Bom, eu diria que, quando você começa uma reunião
dessa maneira, as pessoas não se deixam prender pelo orgulho
de fazer sua opinião prevalecer. Você chega a um consenso com
relativa rapidez quanto ao que deve ser feito em uma determinada
situação.” 4
Os conselheiros do Presidente Benson na Primeira Presidência
e também os membros do Quórum dos Doze Apóstolos se bene-
ficiaram de sua devoção característica. O Presidente Gordon B.
Hinckley, que foi Primeiro Conselheiro do Presidente Benson na
Primeira Presidência, disse:
“Já me ajoelhei e o ouvi orar.
Suas orações eram sempre interessantes. Quase sem exceção,
elas consistiam, na maior parte, de expressões de gratidão. Pedia
pouca coisa. Expressava gratidão por muitas coisas.
Agradecia ao Senhor pela vida, pela família, pelo evangelho, pela
fé, pela luz do sol e pela chuva, pela prodigalidade da natureza,
pelo instinto de amor à liberdade que é concedido ao homem.
Agradecia ao Senhor pelos amigos e conhecidos. Expressava amor
pelo Salvador e gratidão por Seu Sacrifício Expiatório. Agradecia ao
Senhor pela oportunidade de servir às pessoas”.5
O lar do Presidente Benson e sua mulher, Flora, era um lugar
onde todos oravam, individualmente ou em conjunto. Seu filho
Mark comentou: “Quando papai se ajoelhava para orar, não tinha
pressa nenhuma. Havia significado em cada uma de suas palavras.
Era claro e evidente que ele estava se comunicando com nosso
Pai que está nos céus”.6 O Presidente e a irmã Benson ensinaram
os filhos a orar pedindo orientação e fortalecimento pessoal, mas
também a orar uns pelos outros. Uma amiga da família observou
certa vez a influência desses ensinamentos ao comparecer a uma
sessão da conferência geral com a família Benson. Ela escreveu:
“Em um dia… de abril, descobri qual era a fonte de fortaleci-
mento de uma Autoridade Geral.

52
C ap í t u l o 2

Eu estava sentada com os seis filhos e filhas do Élder Ezra Taft


Benson; uma das filhas era minha colega de quarto na universidade.
Meu interesse aumentou quando o Presidente [David O.] McKay se
levantou e anunciou o orador seguinte. Olhei respeitosamente para
o Élder Benson, a quem eu ainda não conhecia, enquanto se diri-
gia ao púlpito. Era um homem alto, tinha bem mais que um metro
e oitenta. Era (…) internacionalmente conhecido como Secretário
da Agricultura dos Estados Unidos e uma testemunha especial do
Senhor, um homem que aparentava serenidade e segurança, que
já havia falado a audiências no mundo inteiro. De repente, alguém
tocou meu braço. Uma garotinha se inclinou e sussurrou breve-
mente: ‘Ore pelo papai’.
Pega de surpresa, pensei: ‘Essa mensagem deve ter vindo do
início da fileira, e eu devo passar adiante. Devo dizer: Ore pelo
Élder Benson? Devo dizer: Você precisa fazer uma oração por seu
pai?’ Sentindo-­me premida pela necessidade de agir, inclinei-­me e
sussurrei simplesmente: ‘Ore pelo papai’.
Vi que o sussurro prosseguiu ao longo da fileira até onde a irmã
Benson estava sentada, já de cabeça baixa. (…)
Com o passar dos anos, conferências gerais indo e vindo, todas
as vezes que via o Presidente Benson levantar-­se para falar, pen-
sava: ‘Seus filhos, hoje espalhados pelo continente, estão agora
unidos em oração por seu pai’”.7

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Jesus Cristo ensinou-­nos que devemos orar sempre.
Durante Seu ministério terreno, Jesus nos ensinou um padrão
de oração:
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, san-
tificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como
no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje;

53
C ap í t u l o 2

E perdoa-­nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos


nossos devedores;
E não nos induzas à tentação; mas livra-­nos do mal; porque teu é
o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém” (Mateus 6:9–13).
Ele ainda nos instruiu: Os homens “[devem] orar sempre, e nunca
desfalecer” (Lucas 18:1).
“Vigiai e orai”, disse Ele, “para que não entreis em tentação”
(Mateus 26:41).
Nesta dispensação, Ele nos advertiu: “Orai sempre, para que o
ser maligno não tenha poder em vós e não vos remova de vosso
lugar” (D&C 93:49).
O Salvador declarou a Joseph Smith: “Em nada ofende o homem
a Deus ou contra ninguém está acesa sua ira, a não ser contra os
que não confessam sua mão em todas as coisas e não obedecem a
seus mandamentos” (D&C 59:21).
Recebemos a seguinte instrução de nosso Senhor ressuscitado,
quando ministrou entre o povo nefita no Hemisfério Ocidental:
“Deveis vigiar e orar sempre, para que não sejais tentados pelo
diabo e levados cativos por ele. (…)
Deveis vigiar e orar sempre para não cairdes em tentação; por-
que Satanás deseja ter-­vos para vos peneirar como o trigo.
Portanto deveis sempre orar ao Pai em meu nome.
E tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, que seja justo,
acreditando que recebereis, eis que vos será dado” (3 Néfi 18:15,
18–20).8
Se quisermos aumentar nossa santidade — crescer em graça para
com Deus —, nada existe que substitua a oração. Assim, eu os
admoesto a colocar a oração — oração diária — oração secreta
— em primeiro lugar em sua vida. Que não passem um dia sem
ela. A comunhão com o Todo-­Poderoso tem sido uma fonte de
fortalecimento, inspiração e luz para homens e mulheres, através
da história da humanidade, que moldaram o destino de pessoas e
nações para sempre. 9

54
C ap í t u l o 2

“Precisamos da influência santificadora que advém


da devoção no lar — orar como família.”

2
As famílias que oram juntas são abençoadas com
laços mais fortes de amor e com a paz celestial.
O Senhor indica que é responsabilidade dos pais ensinar os
filhos a orar (ver D&C 68:28). Isso não significa fazer orações secre-
tas somente. Tenho certeza de que significa ensinar pelo exemplo
nas orações familiares. Precisamos da influência santificadora que
advém da devoção no lar — orar como família.10
É preciso que as famílias se ajoelhem para a oração familiar à
noite e pela manhã. Algumas palavras somadas à bênção do ali-
mento, o que está se tornando o hábito em alguns lugares, não são
suficientes. Precisamos cair de joelhos em oração e gratidão.11
A oração foi e é a âncora sempre presente para nosso fortale-
cimento e uma fonte de orientação para as atividades familiares.

55
C ap í t u l o 2

Lembro-­me de ajoelhar-­me ao lado da cama de nossos filhos


pequenos, ajudando-­os em suas orações nos primeiros anos de
vida e, mais tarde, de ver os irmãos e as irmãs mais velhos ajuda-
rem os menores. Fazíamos a oração familiar à noite e pela manhã,
dando oportunidade às crianças de proferi-­las, e fazíamos orações
especiais para resolver problemas específicos. Mencionávamos nas
orações familiares, por exemplo, os chamados de nossos filhos [na
Igreja]. (…) Pedíamos ajuda quando um dos filhos ia fazer uma
prova difícil no Ensino Médio. Mencionávamos especialmente os
membros da membros da família [que estavam] longe de casa. (…)
O fato de mencionar preocupações particulares na oração familiar
dava confiança, segurança e força aos membros da família que
enfrentavam problemas e designações difíceis.12
Os desentendimentos e as irritações do dia dissolvem-­se quando
a família se achega unida ao trono celeste. A união cresce. Os laços
de amor e afeição são reforçados e a paz celeste inunda o ambiente.
Em lares assim, os membros da família fazem orações individuais
à noite e pela manhã. Os problemas individuais e familiares são
discutidos com confiança depois de invocar a ajuda celeste. Os
jovens que participam desses devocionais familiares têm o coração
livre de más intenções quando participam de atividades de entre-
tenimento à noite. Esses [jovens] serão a influência controladora
no grupo quando surgirem os apelos e as tentações. Os pais que
cercam os filhos com a influência refinadora da devoção diária dão
sua contribuição para a proteção do (…) lar.13

3
Podemos aperfeiçoar nossa comunicação
com o Pai Celestial.
Aqui estão cinco maneiras de aperfeiçoar nossa comunicação
com o Pai Celestial:
1. Devemos orar com frequência. Devemos estar a sós com nosso
Pai Celestial pelo menos duas ou três vezes ao dia — “de manhã
como ao meio-­dia e à noite”, como dizem as escrituras (Alma
34:21). Além disso, somos ensinados que devemos orar sempre
(ver 2 Néfi 32:9; D&C 88:126). Isso significa que devemos deixar

56
C ap í t u l o 2

nosso coração encher-­se e voltar-­se continuamente para nosso Pai


Celestial em oração (ver Alma 34:27).
2. Devemos encontrar um lugar adequado onde possamos medi-
tar e orar. Somos ensinados que pode ser “em [nossos] aposentos e
em [nossos] lugares secretos e em [nossos] desertos” (Alma 34:26).
Isto é, deve ser um local livre de distrações, em oculto (ver 3 Néfi
13:5–6).
3. Devemos preparar-­nos para a oração. Se não sentirmos von-
tade de orar, devemos orar até que sintamos vontade de fazê-­lo.
Devemos ser humildes (ver D&C 112:10). Devemos orar por perdão
e misericórdia (ver Alma 34:17–18). Devemos perdoar todos por
quem nutrimos sentimentos ruins (ver Marcos 11:25). Mas as escri-
turas nos advertem que nossas orações serão vãs se “[negarmos]
ajuda aos necessitados e aos nus e não [visitarmos] os doentes e
aflitos nem [repartirmos] o [nosso] sustento” (Alma 34:28).
4. Nossas orações devem ser significativas e pertinentes. Devemos
evitar o uso das mesmas frases em cada oração. Qualquer um de
nós se sentiria ofendido se um amigo nos dissesse as mesmas pala-
vras todos os dias, tratasse da conversa como uma tarefa obrigatória
e mal pudesse esperar para ligar a televisão e nos esquecer. (…)
Pelo que devemos orar? Devemos orar por nosso emprego, con-
tra o poder de nossos inimigos e do diabo, por nosso bem-­estar e
pelo bem-­estar dos que estão ao nosso redor. Devemos aconselhar-­
nos com o Senhor no que diz respeito a todas as nossas decisões
e atividades (ver Alma 37:36–37). Devemos ser gratos e dar graças
por tudo quanto temos (ver D&C 59:21). Devemos confessar Sua
mão em todas as coisas. A ingratidão é um dos nossos maiores
pecados.
O Senhor declarou nas revelações modernas: “E aquele que rece-
ber todas as coisas com gratidão será glorificado; e as coisas desta
Terra ser-­lhe-­ão acrescentadas, mesmo centuplicadas, sim, mais”
(D&C 78:19).
Devemos pedir as coisas de que necessitamos, tomando o devido
cuidado para não pedir coisas que poderão nos fazer mal (ver Tiago
4:3). Devemos pedir forças para sobrepujar nossos problemas (ver
Alma 31:31–33). Devemos orar pela inspiração e pelo bem-­estar do

57
C ap í t u l o 2

Presidente da Igreja, pelas Autoridades Gerais, pelo presidente da


estaca, pelo bispo, pelo presidente do quórum, por nosso mestre
familiar, pelos membros da família e por nossos líderes cívicos. Há
outras sugestões, mas, com a ajuda do Espírito Santo, saberemos
pelo que devemos orar (ver Romanos 8:26–27).
5. Depois de fazer um pedido por meio da oração, temos a respon-
sabilidade de ajudar a realizá-­lo. Devemos ouvir. Talvez, enquanto
estivermos ajoelhados, o Senhor queira nos aconselhar.14

4
Deus Se preocupa conosco e Se prontifica a
responder-­nos a oração quando depositamos
nossa confiança Nele e fazemos o que é certo.
Há poder na oração. Tudo é possível por meio da oração. Foi por
meio da oração que os céus se abriram nesta dispensação. A oração
de um rapaz de 14 anos de idade, no Bosque Sagrado, abriu uma
nova dispensação do evangelho e ocasionou uma visão do Pai e do
Filho, que apareceram como seres celestiais glorificados diante do
jovem Joseph (ver Joseph Smith—História 1:11–17).15
É meu testemunho, meus irmãos, irmãs e amigos, que Deus
realmente ouve e responde às orações. Nunca duvidei desse fato.
Desde a infância, aos pés de minha mãe, quando pela primeira vez
aprendi a orar; depois, como adolescente; como missionário em ter-
ras estrangeiras; como pai; como líder da Igreja e como líder gover-
namental, sei sem sombra de dúvida que é possível aos homens e
às mulheres aproximar-­se em humildade e oração, ter acesso a esse
poder invisível e receber resposta a suas orações. O homem não
está sozinho ou, pelo menos, não precisa estar sozinho. A oração
abrirá portas, removerá barreiras, aliviará pressões, dará maior paz
interior e consolo em épocas de tensão, de estresse e dificuldade.
Sejamos gratos a Deus pela oração.16
Mesmo nas horas de tribulação e ansiedade, é possível
aproximar-­nos do Senhor e sentir — por meio de Sua influência e
Seu poder para suster-­nos — que ninguém está só se simplesmente
for humilde diante do Todo-­Poderoso. Sou grato por esse testemu-
nho e por essa certeza.17

58
C ap í t u l o 2

Por experiência própria, conheço a eficácia e o poder da


oração. (…)
Em 1946, fui designado pelo Presidente George Albert Smith a
ir à Europa devastada pela guerra e restabelecer nossas missões
desde a Noruega até a África do Sul, e estabelecer um programa de
distribuição de suprimentos de bem-­estar.
Montamos nosso escritório operacional em Londres. Fizemos os
preparativos preliminares com os militares no continente europeu.
Um dos primeiros homens que eu desejava ver era o comandante
das Forças Armadas americanas na Europa. Ele fora alocado em
Frankfurt, Alemanha.
Quando chegamos a Frankfurt, meu companheiro e eu fomos
marcar uma reunião com o general. O oficial responsável pela
agenda disse: “Cavalheiros, não há nenhuma possibilidade de vocês
se encontrarem com o general nos próximos três dias. Ele está
muito ocupado e sua agenda está lotada de compromissos”.
Eu disse: “É muito importante que nos reunamos com ele, e não
podemos esperar tanto. Somos esperados em Berlim amanhã”.
“Sinto muito”, disse ele.
Saímos do edifício, fomos para o carro, tiramos o chapéu e
unimo-­nos em oração. Depois, voltamos ao edifício e encontramos
um oficial diferente no posto de agendamentos. Em menos de 15
minutos, estávamos na presença do general. Tínhamos orado para
que pudéssemos nos reunir com ele e tocar seu coração, sabendo
que todos os suprimentos vindos de qualquer origem eram obri-
gatoriamente colocados nas mãos do exército para distribuição.
Nosso objetivo, como explicamos ao general, era distribuir nossos
suprimentos aos nossos irmãos da Igreja por meio de nossos pró-
prios canais, além de também fazer doações para a alimentação das
crianças em geral.
Explicamos-­lhe como funcionava o programa de bem-­estar. Por
fim, ele disse: “Bem, cavalheiros, sigam em frente e preparem seus
suprimentos; até terminarem de prepará-­los, a diretriz pode ter
mudado”. “General”, dissemos, “nossos suprimentos já estão pre-
parados, já estavam preparados antes. Vinte e quatro horas depois
de nos comunicarmos com a Primeira Presidência da Igreja em Salt

59
C ap í t u l o 2

O Élder Ezra Taft Benson e seus companheiros oraram por


orientação quando acompanharam a remessa de ajuda
enviada à Europa depois da Segunda Grande Guerra.

Lake City, cargas e cargas de suprimentos estarão sendo despacha-


das para a Alemanha. Temos muitos armazéns repletos de produtos
básicos”.
Então, ele disse: “Nunca tinha ouvido falar de um povo com tanta
visão”. Seu coração fora tocado conforme havíamos solicitado em
oração. Antes de sairmos de sua sala, ele nos entregou uma autori-
zação por escrito para fazermos nossa distribuição ao nosso próprio
povo por meio de nossos próprios canais.
É reconfortante saber que Deus Se preocupa conosco e Se pron-
tifica a responder quando depositamos nossa confiança Nele e faze-
mos o que é certo. Não há lugar para medo nos homens e nas
mulheres que depositam sua confiança no Todo-­Poderoso e que
não hesitam em ser humildes e buscar orientação divina por meio
da oração. As perseguições surgem, os revezes se manifestam, mas
na oração teremos confiança, pois Deus trará paz à alma. Essa paz,
esse espírito de serenidade é a maior bênção da vida.

60
C ap í t u l o 2

Quando era rapaz no Sacerdócio Aarônico, aprendi o poema a


seguir sobre a oração e o trago sempre comigo:
Não sei por quais métodos raros,
Mas isto eu sei: Deus responde às orações.
Sei que Ele deu Sua Palavra
Que me diz que a oração é sempre ouvida
E será respondida, cedo ou tarde;
Então, oro e espero serenamente.
Não sei se a bênção pedida
Virá da maneira que imaginei,
Mas deixo minhas orações aos cuidados Dele,
Que é mais sábio do que eu,
Com a certeza de que Ele atenderá meu pedido
Ou me enviará uma resposta bem mais abençoada.
(…) Presto testemunho a vocês, meus amados irmãos e irmãs,
de que Deus vive. Ele não morreu. (…) Presto testemunho de que
há um Deus no céu que ouve e atende às orações. Sei que isso é
verdade. Eu os exorto a todos, humildemente (…) que permaneçam
em contato constante com o Pai Celeste por meio da oração. Nunca,
jamais, nesta dispensação do evangelho, houve tanta necessidade
de oração. É meu desejo sincero que continuemos dependendo
constantemente de nosso Pai Celestial e que nos esforcemos cons-
cientemente para aperfeiçoar nossa comunicação com Ele.18

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse que não devemos “[passar] um dia
sem” orar (seção 1). De que maneira você já foi abençoado como
consequência da oração pessoal?
• Na seção 2, o Presidente Benson cita várias bênçãos que as famí-
lias recebem quando oram juntas regularmente. Em que circuns-
tância você viu a oração familiar gerar essas bênçãos? O que
podemos fazer para tornar a oração familiar uma prioridade?
• Reflita sobre as cinco sugestões do Presidente Benson na seção 3.
De que maneira cada sugestão nos ajuda a “aperfeiçoar nossa

61
C ap í t u l o 2

comunicação com nosso Pai Celestial”? Pense no que você fará


para seguir esse conselho.
• De que maneira as palavras do Presidente Benson na seção 4
poderiam ajudar alguém que duvida do poder da oração? Que
testemunho você poderia acrescentar ao do Presidente Benson?
Escrituras Relacionadas
Tiago 1:5–6; Enos 1:1–8; 3 Néfi 14:7–8; D&C 10:5; 19:38; 88:63
Auxílio de Estudo
Um princípio é uma verdade que dirige decisões e ações. “Ao ler,
pergunte a si mesmo: ‘Que princípio do evangelho esta passagem
ensina? Como posso aplicar isso em minha vida?’” (Ensino, Não Há
Maior Chamado, 2009, p. 17.)
Notas
1. “Oração”, A Liahona, outubro de 1977, 10. Conference Report, outubro de 1947,
p. 32. p. 24.
2. Cross Fire: The Eight Years with Eisen­ 11. Conference Report, outubro de 1950,
hower [Fogo Cruzado: Os Oito Anos p. 147.
com Eisenhower], 1962, p. 31. 12. “Family Joys” [Alegrias em Família],
3. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- New Era, janeiro de 1973, p. 4.
graphy [Biografia de Ezra Taft Benson], 13. Conference Report, abril de 1949, pp.
1987, p. 268. 197–198.
4. Citação de Ezra Taft Benson: A Bio- 14. “Pray Always”, pp. 2, 4.
graphy, p. 268.
15. Conference Report, outubro de 1956,
5. Gordon B. Hinckley, “Farewell to a p. 108.
Prophet” [Adeus a um Profeta], Ensign,
julho de 1994, p. 40. 16. Conference Report, outubro de 1956,
p. 104.
6. Citação de Ezra Taft Benson: A Bio-
graphy, p. 140. 17. Conference Report, abril de 1953, p. 39.
7. Elaine S. McKay, “Pray for Dad” [Ore 18. “Prayer” [Oração], pp. 33–34; poema
pelo Papai], New Era, junho de 1975, intitulado “Prayer”, de Eliza M. Hickok,
p. 33. como citado em Best Loved Religious
Poems [Os Poemas Religiosos Mais Ama-
8. “Orai Sempre”, A Liahona, junho de dos], ed. James Gilchrist Lawson, 1933,
1990, p. 2. p. 160.
9. Conference Report, abril de 1966, p.
131.

62
C A P Í T U L O 3

Liberdade de Escolha,
um Princípio Eterno

“O arbítrio foi-­nos dado para tomar decisões


importantes das quais depende a nossa salvação. Essas
decisões afetam nossa felicidade na eternidade.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

P or ter vivido e trabalhado numa fazenda, Ezra Taft Benson apren-


deu quais eram as consequências das boas decisões. Ele recorda:
“Cresci acreditando que a disposição e a aptidão para o trabalho
são os ingredientes básicos para uma boa lavoura. A chave está
no trabalho árduo, feito com inteligência. Use essa chave e terá
boa chance de sucesso”.1 Muito cedo Ezra aprendeu que ele e sua
família teriam mais alimento à mesa se decidissem cuidar da horta.
Viu que, se quisesse que a família se saísse bem no negócio de
laticínios, precisava acordar bem cedo todos os dias para ordenhar
as vacas.2 Percebeu que, quando decidiu trabalhar com empenho,
os fazendeiros locais o contrataram para desbastar o cultivo de
beterrabas e cortar o feno.3 Aprendeu que as provações ocorrem
mesmo para os fiéis, mas também aprendeu que as pessoas e famí-
lias podem optar por reagir a elas de modo a ajudá-­las a ser felizes
e bem-­sucedidas.4
Para o jovem Ezra Taft Benson, algumas consequências de boas
decisões puderam ser medidas em baldes de leite, caminhões car-
regados de feno e no pagamento generoso por um dia de trabalho
árduo. Outras, mais difíceis de medir, foram mais duradouras. Por
exemplo, ao observar seus pais, viu a alegria, a paz e a força que
desfruta uma família cujos membros escolhem ser fiéis uns aos
outros e ao Senhor.5 Aprendeu que a lei da colheita — “tudo o que

63
C ap í t u l o 3

O Jesus Cristo da existência pré-mortal seguiu o plano de salvação feito


pelo Pai Celestial, plano esse que preservava nossa liberdade de escolha.

64
C ap í t u l o 3

o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7) — se aplica


tanto às buscas espirituais como ao trabalho físico.
Com base nessa experiência, o Presidente Ezra Taft Benson lem-
brava frequentemente aos santos dos últimos dias e a outros quanto
à importância do arbítrio — liberdade de “escolher o caminho que
deverá seguir”.6 Seus ensinamentos sobre o princípio do arbítrio
contêm mais do que só um lembrete de “escolher entre o certo e o
errado”.7 Ele falou do arbítrio como a capacidade de “tomar deci-
sões importantes das quais depende a nossa salvação” e que elas
“afetam nossa felicidade na eternidade”. 8 Ele incentivou os santos
dos últimos dias e outros a usar seu arbítrio para “agir por si mes-
mos”, sem esperar que fossem mandados em todas as coisas.9 O
princípio do arbítrio, disse ele, “é como um fio de ouro que entre-
meia todo o plano do evangelho do Senhor para a bênção de Seus
filhos”.10

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O arbítrio — liberdade de escolha —
é um princípio divino eterno.
Presto testemunho de que somos geração de um Deus de amor,
nosso Pai Celestial (ver Atos 17:29; 1 Néfi 17:36). Dele é o grande
plano de salvação pelo qual Seus filhos podem ser perfeitos como
Ele é e podem desfrutar da alegria completa que Ele possui (ver
1 Néfi 10:18; 2 Néfi 2:25; Alma 24:14; 34:9; 3 Néfi 12:48; 28:10).
Presto testemunho de que, em nossa condição pré-­mortal, nosso
Irmão Mais Velho em espírito, sim, Jesus Cristo, tornou-­Se nosso Sal-
vador preordenado no plano de salvação feito pelo Pai (ver Mosias
4:6–7; Alma 34:9). Ele é o comandante de nossa salvação e o único
meio pelo qual podemos retornar a nosso Pai Celestial e receber
essa alegria completa (ver Hebreus 2:10; Mosias 3:17; Alma 38:9).
Presto testemunho de que Lúcifer estava presente no conselho
dos céus. Ele procurou destruir o arbítrio do homem. Ele se rebelou
(ver Moisés 4:3). Houve uma batalha no céu, e um terço das hostes
foram lançadas na Terra, e foi-­lhes negado receber um corpo (ver
Apocalipse 12:7–9; D&C 29:36–37). Lúcifer é o inimigo de toda

65
C ap í t u l o 3

retidão e procura a miséria de toda a humanidade (ver 2 Néfi 2:18,


27; Mosias 4:14).11
A questão principal desse conselho pré-­mortal era: Devem os
filhos de Deus possuir arbítrio ilimitado para escolher o caminho
que devem seguir, seja ele bom ou mau, ou devem eles ser coagi-
dos e forçados a ser obedientes? Cristo e todos os Seus seguidores
defenderam a primeira proposta — liberdade de escolha; mas Sata-
nás defendeu a segunda — coerção e força.12
As escrituras deixam claro que houve uma grande batalha no
céu, uma luta pelo princípio da liberdade, o direito de escolha (ver
Moisés 4:1–4; D&C 29:36–38; 76:25–27; Apocalipse 12:7–9).13
A guerra que se iniciou no céu por essa questão ainda não ter-
minou. O conflito continua no campo de batalha da mortalidade.14
A liberdade de escolha é um princípio divino eterno. O grande
plano para a liberdade é o plano do evangelho. Nele não há coer-
ção; não há violência nem intimidação. O homem é livre para acei-
tar o evangelho ou rejeitá-­lo. Ele pode aceitá-­lo e depois recusar-­se
a vivê-­lo ou pode aceitá-­lo e vivê-­lo na plenitude. Mas Deus jamais
nos forçará a viver o evangelho. Ele usará de persuasão por meio
de Seus servos. Ele nos chamará, e nos orientará, e nos persuadirá,
e nos incentivará, e nos abençoará quando Lhe respondermos, mas
Ele jamais forçará a mente humana (ver Hinos, nº 149).15

2
Esta vida é o tempo de provação durante o qual
somos livres para escolher entre o bem e o mal.
Abraão viu os filhos espirituais de nosso Pai Celestial antes que
viessem à Terra. Ele também viu a criação da Terra, e o Senhor lhe
disse: “E assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que
o Senhor seu Deus lhes ordenar” (Abraão 3:25). Essa declaração
divina incorpora também o direito de escolha.16
Esta vida é uma provação: provação na qual vocês e eu demons-
tramos nossa coragem, provação que tem consequências eternas
para cada um de nós. E este é o nosso tempo determinado — assim
como cada geração teve o seu — de saber quais são os nossos
deveres e de cumpri-­los.17

66
C ap í t u l o 3

É verdade que o Senhor Se desagrada com a iniquidade. Tam-


bém é verdade que Ele não quer que ela ocorra. É verdade que Ele
ajudará aqueles que se opõem a ela. Mas o fato de Ele permitir que
a iniquidade ocorra para todos os Seus filhos aqui na mortalidade
é prova de que Ele lhes concede a liberdade de escolha, embora
reserve para Si uma base para o julgamento final.18
Não existe mal que [ Jesus Cristo] não possa remover. Todas as
coisas estão em Suas mãos. Esta Terra é Seu domínio por direito.
Mesmo assim, Ele permite que o mal aconteça para que possamos
escolher entre o bem e o mal.19
A vida é o tempo de provação na existência eterna do homem,
durante o qual lhe é dado (…) o direito de escolher entre o certo
e o errado. (…) Dessas escolhas resultam grandes consequências,
não só para esta vida, mas, mais importante ainda, para a vida
que está por vir. Existem limites que Satanás não pode ultrapassar.
Dentro dessas limitações, ele ainda tem permissão de oferecer uma
alternativa injusta aos princípios justos de Deus, permitindo dessa
forma que os homens escolham entre o bem e o mal e, portanto,
determinem o lugar que deverão ocupar na vida futura. 20

3
Usamos nosso arbítrio para tomar as
decisões que determinam nossa felicidade
agora e por toda a eternidade.
Deus ama vocês como Ele ama a todo e qualquer um de Seus
filhos, e Seu desejo, propósito e glória é que vocês retornem a Sua
presença, puros e imaculados, depois de provarem que são dignos
de uma eternidade de alegria a Seu lado.
O Pai Celestial preocupa-­Se com vocês. Ele lhes deu mandamen-
tos para guiá-­los e discipliná-­los. Também lhes deu seu arbítrio —
liberdade de escolha — “para ver se [vocês] farão todas as coisas
que [Ele] lhes ordenar” (Abraão 3:25). Seu reino aqui na Terra está
bem organizado, e os líderes dedicam-­se a ajudar vocês. Saibam
que dedicamos a vocês nosso amor, nossa preocupação e nossas
orações constantes.
Satanás também se preocupa com vocês. Ele se empenha fir-
memente em sua destruição. Ele não disciplina vocês com

67
C ap í t u l o 3

mandamentos, mas lhes oferece, em vez disso, a liberdade de “fazer


o que bem entenderem”. (…) O programa de Satanás é “brinque
agora e pague depois”. Ele procura tornar todos os homens tão
miseráveis como ele próprio (ver 2 Néfi 2:27). O programa do
Senhor é felicidade agora e alegria para sempre, bastando viver o
evangelho.21
Somos livres para escolher, mas não temos liberdade de alterar
as consequências de nossas escolhas. 22
Obviamente, nossa fé não seria devidamente testada se recebês-
semos imediatamente a recompensa pelas boas ações ou o castigo
cada vez que pecássemos. Mas não há a menor dúvida de que, no
final, cada ato será computado.23
Embora o homem possa tirar algum prazer temporário do
pecado, o resultado final é a infelicidade. “Iniquidade nunca foi
felicidade” (Alma 41:10). O pecado cria desarmonia com Deus e
depressão para o espírito. Portanto, bom seria que cada qual se exa-
minasse a si mesmo para ver se está em harmonia com todas as leis
de Deus. Cada lei que guardamos nos traz uma bênção particular.
Cada lei quebrada produz uma punição. Aqueles que carregam o
pesado fardo do desespero devem vir ao Senhor, pois o seu jugo é
suave e seu fardo é leve (ver Mateus 11:28–30). 24
O propósito mais importante da vida humana é tomar decisões.
Embora um dos mais grandiosos dons que Deus deu ao homem
seja (…) o direito de escolha, foi-­lhe dada também a responsabi-
lidade por essas escolhas. (…) Colocamos nossa vida na direção
do sucesso ou do fracasso. Podemos não só escolher nossas metas
mais importantes, mas também determinar e decidir por nós mes-
mos, muitas vezes, os meios pelos quais alcançaremos essas metas
e, por meio de nosso árduo esforço ou pela falta dele, determinar
a velocidade com que elas serão alcançadas. Isso requer esforço e
energia pessoais e não ocorrerá sem oposição ou conflito.25
O destino da humanidade e de toda a civilização depende de
o homem usar seu (…) arbítrio para governar a si mesmo ou, por
própria conta e risco, ignorar as leis eternas e colher as conse-
quências. Portanto, os verdadeiros problemas da atualidade não

68
C ap í t u l o 3

são econômicos nem políticos. São espirituais — isto é, o homem


precisa aprender a sujeitar-­se às leis que Deus deu à humanidade.26
O arbítrio foi-­nos dado para tomar decisões importantes das
quais depende a nossa salvação. Essas decisões afetam nossa feli-
cidade na eternidade.27
Nossas decisões levaram-­nos a ser quem somos hoje. Nosso des-
tino eterno será determinado pelas decisões que ainda tomaremos.28

4
As decisões de crucial importância exigem
maior empenho em nossa oração.
Se quisermos tomar decisões cristãs adequadas, precisamos,
antes de tudo, viver de modo a alcançar e ter acesso àquele poder
invisível sem o qual nenhum homem atinge seu pleno potencial
para tomar decisões.
Uma das grandes decisões desta época foi tomada quando o
jovem Joseph Smith decidiu seguir a admoestação contida em
Tiago: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-­a a Deus,
que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-­lhe-­á
dada. Peça-­a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que
duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e
lançada de uma para outra parte” (Tiago 1:5–6).
A própria salvação de milhões de homens e mulheres na dispen-
sação da plenitude dos tempos depende dessa decisão! Precisamos
lembrar que as pessoas realmente são importantes, pois as decisões
que tomam podem afetar enormemente a vida de outras pessoas.29
O Senhor disse: “Batei e ser-­vos-­á aberto” (3 Néfi 14:7; Mateus
7:7). Em outras palavras, isso exige esforço da nossa parte.30
As decisões sábias geralmente são tomadas depois de muito tra-
balho, muita luta e muitas orações. A resposta que o Senhor deu a
Oliver Cowdery por seu esforço ineficaz deixa isso bem claro: “Mas
eis que eu te digo que deves estudá-­lo bem em tua mente; depois
me deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei arder den-
tro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo” (D&C 9:8).
Portanto, gostaria de dizer que a busca sincera por nosso Pai
Celeste com a firme convicção de que Ele responderá a nossas

69
C ap í t u l o 3

O Senhor quer que usemos nosso arbítrio para “[ocupar-­nos]


zelosamente numa boa causa” (ver D&C 58:27).

orações é uma base consoladora para começar. (…) O Senhor não


retirará água de um poço seco; assim, precisamos fazer nossa parte.
Às vezes, a tentativa de tomar a decisão correta requer grande dose
de energia, estudo e longanimidade.31
Nas decisões de crucial importância, o jejum, combinado à ora-
ção, pode trazer grande visão espiritual.32

5
Somos nossos próprios agentes, e o Senhor espera que
façamos boas coisas por livre e espontânea vontade.
Em 1831, o Senhor disse o seguinte a Sua Igreja:
“Pois eis que não é conveniente que em todas as coisas eu
mande; pois o que é compelido em todas as coisas é servo indo-
lente e não sábio; portanto não recebe recompensa.
Em verdade eu digo: Os homens devem ocupar-­se zelosamente
numa boa causa e fazer muitas coisas de sua livre e espontânea
vontade e realizar muita retidão.

70
C ap í t u l o 3

Pois neles está o poder e nisso são seus próprios árbitros. E se os


homens fizerem o bem, de modo algum perderão sua recompensa.
Mas o que nada faz até que seja mandado e recebe um man-
damento com o coração duvidoso e guarda-­o com indolência, é
condenado” (D&C 58:26–29).
Os propósitos do Senhor — os grandes objetivos — continuam
os mesmos: a salvação e exaltação de Seus filhos.
Geralmente o Senhor nos dá os objetivos gerais a serem cum-
pridos e algumas diretrizes para seguir, mas Ele espera que desen-
volvamos a maior parte dos detalhes e métodos. Os métodos e
procedimentos são geralmente desenvolvidos por meio do estudo
e da oração e por vivermos de modo tal que possamos seguir os
influxos do Espírito. (…) Pessoas menos desenvolvidas espiritual-
mente, como as da época de Moisés, tinham de ser comandadas
em muitas coisas. Hoje, aqueles que estão espiritualmente alertas
examinam os objetivos, verificam as diretrizes estabelecidas pelo
Senhor e Seus profetas e, depois, agem em espírito de oração, sem
precisar ser mandados “em todas as coisas”. Essa disposição prepara
os homens para ser deuses. (…)
Às vezes, o Senhor espera que Seus filhos ajam por si mesmos
e, quando não o fazem, perdem a recompensa maior; o Senhor
esquecerá o assunto completamente e permitirá que sofram as con-
sequências ou, então, terá de dar instruções com detalhes mais por-
menorizados. Temo que, em geral, quanto mais Ele precise explicar,
menor seja nossa recompensa. 33
Devemos “ocupar-­nos zelosamente” em boas causas e tornar o
mundo um lugar melhor para se viver.34

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• De que maneira você vê que “a guerra que se iniciou no céu (…)
ainda não terminou”? (Ver seção 1.) O que podemos fazer para
continuar a defender o princípio do arbítrio?
• Há pessoas que sempre se perguntam por que Deus permite
que exista o mal no mundo. De que maneira os ensinamentos

71
C ap í t u l o 3

do Presidente Benson na seção 2 ajudam a responder a essa


pergunta?
• O que podemos fazer para ajudar as crianças e os jovens a com-
preender as verdades contidas na seção 3? O que podemos fazer
para ajudar as crianças e os jovens a compreender as consequên-
cias das decisões que eles tomam?
• Reflita sobre o conselho do Presidente Benson quanto a “tomar
decisões cristãs adequadas” (seção 4). O que você aprendeu
quanto a combinar a oração a um esforço diligente nas tomadas
de decisão?
• Para você, o que significa “ocupar-­se zelosamente numa boa
causa”? De que maneira a sua vida muda quando faz boas coi-
sas “de [sua] livre e espontânea vontade”, em vez de esperar ser
mandado? (Ver seção 5.)
Escrituras Relacionadas
Deuteronômio 11:26–28; Josué 24:15; 2 Néfi 2:14–16; Alma 42:2–
4; Helamã 14:30–31; D&C 29:39–45; 101:78
Auxílio Didático
O debate em pequenos grupos proporciona “a um grupo maior
de alunos a oportunidade de participar de determinada aula. As
pessoas que costumam relutar em participar poderão expressar, em
grupos menores, ideias que talvez não tivessem coragem de exter-
nar em frente de toda a classe” (Ensino, Não Há Maior Chamado,
2009, p. 161).
Notas
1. Citado em Gene Allred Sessions, Latter-­ 8. The Teachings of Ezra Taft Benson,
day Patriots, 1975, pp. 77–78. 1988, p. 24.
2. Ver Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: 9. Conference Report, abril de 1965,
A Biography, 1987, pp. 18–19, 34. p. 122.
3. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, pp. 10. Conference Report, outubro de 1966,
40–41. p. 121.
4. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, pp. 11. “Eu Testico”, A Liahona, janeiro de
19–20. 1989, p. 91.
5. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, pp. 12. “Nossa Constituição Divina”, p. 3.
17, 22, 25–26, 29–31, 34–37. 13. Conference Report, outubro de 1966,
6. “Nossa Constituição Divina”, A Liahona, p. 121.
janeiro de 1988, p. 3. 14. “Nossa Constituição Divina”, p. 3.
7. God, Family, Country: Our Three Great 15. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Loyalties, 1975, p. 402. p. 82.

72
C ap í t u l o 3

16. So Shall Ye Reap [Isso Também Ceifará], 25. God, Family, Country, p. 145.
1960, p. 221. 26. The Teachings of Ezra Taft Benson,
17. Conference Report, abril de 1967, p. 59. pp. 83–84.
18. Strength for the Battle: An Address 27. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Given by Ezra Taft Benson at the New p. 24.
England Rally for God, Family and 28. God, Family, Country, p. 143.
Country, 1966, pp. 14–15.
29. God, Family, Country, p. 144.
19. Come unto Christ, 1983, p. 132.
30. The Teachings of Ezra Taft Benson,
20. God, Family, Country, p. 402. p. 451.
21. “Mensagem à Geração Que Se Forma”, 31. God, Family, Country, p. 149.
A Liahona, fevereiro de 1978, p. 41.
32. God, Family, Country, p. 152.
22. Come unto Christ, p. 40.
33. Conference Report, abril de 1965,
23. God, Family, Country, p. 326. pp. 121–122.
24. “Não Se Desespere”, A Liahona, março 34. The Teachings of Ezra Taft Benson,
de 1987, p. 2. pp. 676–677.

73
O Presidente Ezra Taft Benson foi um exemplo de vida alegre.

74
C A P Í T U L O 4

Viver com Alegria em


Tempos Trabalhosos

“A felicidade aqui e agora consiste em reconhecer


livre, amorosa e alegremente a vontade de Deus
para nós e cumpri-­la de todas as maneiras e em
todas as coisas, sejam elas grandes ou pequenas.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

U ma das primeiras designações do Presidente Ezra Taft B ­ enson


como apóstolo foi ajudar a levar ajuda aos santos na Europa depois
da Segunda Guerra Mundial. Enquanto viajava pela Alemanha,
conheceu pessoas fiéis que conseguiram prosperar mesmo em meio
à devastação. Ele escreveu em seu diário:
“O pior cenário de destruição que eu já vi descortinou-­se diante
de meus olhos hoje. (…) Ao dirigir pelas ruas [de Berlim] e cami-
nhar por outras vias intransitáveis por automóvel, vi mulheres quase
mortas de fome pagarem preços exorbitantes por algumas cascas
de batata. (…) Vi idosos, homens e mulheres, com machadinhas
nas mãos ansiosamente desenterrar tocos e raízes de árvores, na
esperança de conseguir um pouco de lenha, e depois os puxar
para casa, como burros de carga, sobre qualquer coisa que rolasse
— como as rodas do que fora no passado um carrinho de bebê ou
até pequenas carroças.
Pouco depois, eu estava em um frio auditório para uma conferên-
cia no terceiro andar de um edifício parcialmente destruído em uma
rua bombardeada, diante de 480 santos dos últimos dias, gelados e
famintos. Era inspirador testemunhar a luz de sua fé. (…) Não havia
amargura ou rancor, mas, sim, doce reciprocidade e expressão de
fé no evangelho”.1

75
C ap í t u l o 4

“Nenhum daqueles membros mencionou qualquer queixa a res-


peito de sua circunstância, apesar de alguns se acharem visivel-
mente no estágio final da inanição.
(…) Nossos irmãos (…) transbordam de esperança, coragem e
fé; em todo lugar, anseiam alegremente pelo que há de vir, com
expressões de intensa fé graças ao evangelho e ao fato de serem
membros da Igreja. Essa foi uma das maiores demonstrações que
vimos dos verdadeiros frutos do evangelho na vida de homens e
mulheres.”2
O Presidente Benson também viu exemplos de fé e otimismo
perto de sua casa, onde muitos de seus amigos fazendeiros manti-
veram o otimismo mesmo ao enfrentar dificuldades extremas. Ele
disse:
“Lembro-­me de uma reunião de que participei perto de B­ ancroft,
Idaho. (…) A reunião transcorrera muito bem e, depois de ter-
minada, eu cumprimentava alguns dos maravilhosos fazendeiros
presentes; entre eles, estava um homem chamado irmão Yost, e
eu lhe disse: ‘Irmão Yost, como vão as coisas em sua fazenda?’ Ele
disse: ‘Ah, vão bem, irmão Benson, só que tenho vinte mil dólares a
menos do que tinha há três dias’. Perguntei: ‘O que houve — outra
geada?’ Ele respondeu: ‘Sim; veio justo no momento em que o trigo
estava quase bom para colher, e você sabe o que isso significa. Já
colocamos as roçadeiras para trabalhar esta manhã; mas está tudo
bem. Ainda temos um pouco de trigo no silo e pelo menos parte do
nosso suprimento anual está reservada. Não vamos passar fome; e
sempre haverá outra colheita’. Ao nos despedirmos, comentei com
minha mulher: ‘Que espírito maravilhoso!’
Dirigimos de volta a Logan [cidade em Utah distante cerca de 130
quilômetros de Bancroft]. Nossos filhos estavam conosco, e para-
mos na Main Street a fim de ir ao mercado e comprar uns biscoitos
para as crianças. E quem eu encontro na calçada? O irmão Yost.
Eu lhe disse: ‘Ora, o que está fazendo aqui, tão longe?’ Respondeu:
‘Irmão Benson, é nosso dia de ir ao templo’. Comentei: ‘Parece que
a adversidade não abala o seu bom ânimo, não é?’ Foi aí que ele
me ensinou uma lição. Ele disse: ‘Irmão Benson, quando vem a
adversidade, precisamos do templo mais ainda’”.3

76
C ap í t u l o 4

A própria reação do Presidente Benson à adversidade edificou


aqueles que o conheceram exatamente da mesma forma que o
exemplo de outros santos o fortaleceu. O Élder Neal A. Maxwell,
do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu o Presidente Benson
como um “observador cuidadoso dos eventos, [que] mantém um
dinamismo e uma alegria que faríamos bem em imitar. Esse dina-
mismo”, continua o Élder Maxwell, “não provém de ignorar os even-
tos ao seu redor, mas, sim, de estar ciente e ainda ver através deles
as promessas relacionadas a como o reino por fim prevalecerá”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Com fé em nosso Pai Celestial, podemos ter
esperança no futuro, otimismo nas tarefas
do presente e mais paz interior.
Todos teremos decepções e desânimo — isso faz parte da vida.
Mas, se tivermos fé, nossos contratempos não demorarão mais que
um momento, e obteremos sucesso de nossos aparentes fracassos.
Nosso Pai Celestial tem poder de operar milagres por meio de cada
um de nós, bastando para isso depositar Nele a nossa segurança e
confiança. 5
É uma enorme bênção ter mais paz interior, mais segurança, ter
um espírito de serenidade e de calma nos tempos de desassossego
e de luta, nos tempos de tristeza e de oposição. Traz paz à alma
saber que Deus está no comando, que Ele Se preocupa com Seus
filhos e que podemos, com plena segurança, depositar nossa con-
fiança Nele.6
A oração — oração persistente — põe-­nos em contato com Deus,
nossa maior fonte de consolo e orientação. “Ora sempre, para que
saias vencedor” (D&C 10:5). “Usando todas as forças para clamar
a Deus que me livrasse” é como o jovem Joseph Smith descreve o
método que usou no Bosque Sagrado para que o adversário não o
destruísse ( Joseph Smith—História 1:16).7
Se não tivermos fé em nosso Pai Celestial, não nos é possí-
vel obter sucesso. A fé nos dá a visão do que pode acontecer,

77
C ap í t u l o 4

esperança no futuro e otimismo nas tarefas do presente. Quando


temos fé, não duvidamos do sucesso final da obra.8
Dentre todos os povos, nós, santos dos últimos dias, devemos
ser os mais otimistas e os menos pessimistas. Pois, embora saiba-
mos que “a paz será tirada da Terra e o diabo terá poder sobre seu
próprio domínio”, também foi-­nos assegurado que “o Senhor terá
poder sobre seus santos e reinará em seu meio” (D&C 1:35–36).
Diante da certeza de que a Igreja permanecerá intacta e de que
Deus a dirigirá através dos tempos trabalhosos que virão, torna-­se
então nossa responsabilidade individual cuidar para que cada um
permaneça fiel à Igreja e a seus ensinamentos. “Mas o que permane-
cer firme e não for vencido, esse será salvo” ( Joseph Smith—Mateus
1:11).9

2
A felicidade deve ser conquistada dia
após dia, mas vale o esforço.
Não temos motivo para realmente nos preocupar. Vivam o evan-
gelho, cumpram os mandamentos. Façam suas orações à noite e
pela manhã em seu lar. Mantenham os padrões da Igreja. Tentem
viver e vivam calma e alegremente. (…) A felicidade deve ser con-
quistada dia após dia, mas vale o esforço.10
Quando George A. Smith estava muito doente, foi visitado por
seu primo, o Profeta Joseph Smith. O homem angustiado relata: “Ele
[o Profeta] me disse que eu nunca deveria desanimar; fossem quais
fossem as dificuldades que me cercassem. Se fosse jogado no mais
profundo poço das minas de carvão da Nova Escócia e todas as
Montanhas Rochosas fossem empilhadas sobre mim, eu não deveria
desanimar, mas perseverar, exercitando a fé e mantendo a coragem
e, dessa forma, eu me sobressairia sobre todos”. (…)
Há ocasiões em que simplesmente precisamos aguardar em
retidão e sobrepujar o diabo até que seu espírito depressivo nos
abandone. Como disse o Senhor ao Profeta Joseph Smith: “Tua
adversidade e tuas aflições não durarão mais que um momento;
E então, se as suportares bem, Deus te exaltará no alto” (D&C
121:7–8).

78
C ap í t u l o 4

“Viver alegremente é crescer em força espiritual rumo à perfeição.”

Ao nos dedicarmos a serviços nobres, ainda que rodeados por


uma nuvem depressiva, isso nos elevará acima dos problemas e
veremos o brilho do sol. Até mesmo nosso Mestre, Jesus Cristo, ao
ter de enfrentar o teste supremo de ser temporariamente abando-
nado por nosso Pai, durante a crucificação, continuou realizando
sua obra para os filhos dos homens e, pouco tempo depois, foi
glorificado e recebeu a plenitude da alegria. Quando atravessarem
uma provação, recordem as vitórias passadas e contem as bênçãos
que por certo receberam, com a firme esperança de que outras
maiores se seguirão se permanecerem fiéis. E receberão o conheci-
mento seguro de que, no devido tempo, Deus secará suas lágrimas
e que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os
que o amam” (I Coríntios 2:9).11

79
C ap í t u l o 4

Sintam alegria em tudo o que fizerem. Vivam alegremente. Vivam


com felicidade. Vivam entusiasticamente, sabendo que Deus não
habita na tristeza e na melancolia, mas, sim, na luz e no amor.12

3
O Pai Celestial quer que sejamos felizes e nos abençoará
se fizermos a Sua vontade em relação a nós.
“Os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25). O
Pai Celestial quer que sejamos felizes. Ele espera que sejamos feli-
zes. Mas não há felicidade em abandonar os padrões. Não há felici-
dade quando deixamos de viver de acordo com nossas convicções,
de acordo com o que sabemos ser certo. É tão fácil desenvolver o
hábito de não nos esforçarmos ao máximo para fazer certas coisas.
É tão fácil desenvolver o hábito de encontrar falhas ou criticar,
de ocultar no coração algumas reservas quanto a certas coisas na
Igreja. É tão fácil tornar-­nos um pouco amargos e, depois, entregar-­
nos, tornar-­nos tristes e estampar isso no semblante. Um semblante
tristonho jamais ganhou uma batalha no amor ou na guerra.13
Será que nos damos conta de que a felicidade aqui e agora con-
siste em reconhecer livre, amorosa e alegremente a vontade de
Deus para nós e cumpri-­la de todas as maneiras e em todas as coi-
sas, sejam elas grandes ou pequenas? Viver perfeitamente é viver
alegremente. Viver alegremente é crescer em força espiritual rumo
à perfeição. Cada ação realizada de acordo com a vontade de Deus
faz parte desse crescimento. Que não consideremos a vida como
fragmentos independentes. Mas que a unifiquemos, deixando de
nos importar com honras e glórias fictícias que não são aprovadas
por Deus. Que nos lembremos de que a fonte real de nossa força e
felicidade está fora do alcance dos homens e das circunstâncias.14
Precisamos aprender e reaprender que só conseguiremos romper
as cadeias da ignorância e da dúvida que nos restringem quando
aceitarmos e vivermos o evangelho de amor como foi ensinado
pelo Mestre e fizermos a Sua vontade. Precisamos aprender essa
verdade simples e gloriosa, para que possamos experimentar a
doce alegria do Espírito agora e eternamente. Precisamos perder-­
nos fazendo a Sua vontade. Precisamos colocá-­Lo em primeiro lugar

80
C ap í t u l o 4

em nossa vida. Sim, nossas bênçãos se multiplicam ao compartilhar


Seu amor com nosso próximo.15
“Irmãos”, disse Paulo, “uma coisa faço, e é que, esquecendo-­me
das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante
de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13–14).
Que nossa mente seja preenchida pela meta de sermos como
o Senhor, e expulsaremos os pensamentos depressivos ao buscar
ansiosamente conhecê-­Lo e fazer a Sua vontade. “Que haja em vós
o mesmo sentimento”, disse Paulo (Filipenses 2:5). “Buscai-­me em
cada pensamento”, disse Jesus (D&C 6:36). E o que nos acontecerá
se o fizermos? “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme
em ti” (Isaías 26:3).16
Jamais ficaremos sozinhos se vivermos como devemos viver,
pois nosso Pai estará sempre conosco para nos abençoar. Ele quer
que tenhamos sucesso. Ele quer que sejamos felizes. Ele quer que
realizemos as boas metas que estabelecemos. Ele fará Sua parte se
fizermos a nossa.17

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Por que, em sua opinião, a fé em Deus dá-­nos “esperança no
futuro e otimismo nas tarefas do presente”? Que palavras de
aconselhamento você diria a alguém que anseia por mais paz
interior? Por que escolheria essas palavras?
• Examine novamente a seção 2 e tente lembrar-­se de algum
período de adversidade em que precisou “aguardar em retidão”.
Reflita sobre o benefício recebido dessa experiência. De que
maneira o Senhor nos ajuda quando estamos dispostos a perse-
verar com fidelidade em meio às dificuldades?
• Cite algumas experiências que o ajudaram a saber que o Pai
Celestial quer que você seja feliz e tenha sucesso na vida. Por
que você acha que “a felicidade aqui e agora consiste em reco-
nhecer (…) a vontade de Deus para nós”? (Ver seção 3.)

81
C ap í t u l o 4

Escrituras Relacionadas
Mateus 11:28–30; João 14:27; 16:33; Gálatas 5:22; Mosias 2:41;
Morôni 9:25–26; D&C 101:11–16
Auxílio de Estudo
“Tenha uma visão geral lendo rapidamente o livro, o capítulo
ou a passagem, ou revisando os cabeçalhos. Procure compreender
o contexto e a situação” (Pregar Meu Evangelho, 2004, p. 24). Leia
um capítulo ou uma passagem mais de uma vez para que possa
compreender melhor. Ao fazer isso, seu aprendizado se aprofun-
dará ainda mais.
Notas
1. A Labor of Love: The 1946 European 8. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Mission of Ezra Taft Benson [Um Tra- p. 67.
balho de Amor: A Missão Europeia de 9. “Não Se Desespere”, p. 2.
Ezra Taft Benson em 1946], 1989, pp.
64, 65. 10. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 342.
2. A Labor of Love, p. 65.
11. “Não Se Desespere”, p. 2; a declaração
3. “Receive All Things with Thankfulness” de Joseph Smith encontra-­se em Ensi-
[Receber Todas as Coisas com Grati- namentos dos Presidentes da Igreja:
dão], New Era, novembro de 1976, pp. Joseph Smith, 2007, p. 245.
7–8.
12. The Teachings of Ezra Taft Benson,
4. Neal A. Maxwell, Wherefore, Ye Must p. 339.
Press Forward [Deveis, Pois, Prosseguir],
1977, p. 69. 13. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 361.
5. The Teachings of Ezra Taft Benson,
1988, p. 68. 14. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 339.
6. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 68. 15. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 360.
7. “Não Se Desespere”, A Liahona, março
de 1987, p. 2. 16. “Não Se Desespere”, p. 2.
17. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 385.

82
C A P Í T U L O 5

Princípios do Verdadeiro
Arrependimento

“Para aqueles que pagam o preço exigido pelo


verdadeiro arrependimento, a promessa será cumprida:
É possível ficar limpo novamente. O desespero pode se
dissipar. E a doce paz do perdão fluirá em sua vida.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E m seu primeiro discurso numa conferência geral como Presi-


dente da Igreja, o Presidente Ezra Taft Benson afirmou: “Ao buscar
o conselho do Senhor, foi-­me confirmado, tanto na mente como
no coração, o que Ele declarou: ‘Não pregues coisa alguma a esta
geração, a não ser arrependimento’ (D&C 6:9; 11:9). Esse tem sido
o tema de todo profeta dos últimos dias”.1
Mesmo antes de ser chamado Presidente da Igreja, o Presidente
Benson fez do arrependimento um tema importante em seu minis-
tério. George Albert Smith, Presidente do Quórum dos Doze Após-
tolos na época, o aconselhou a fazer isso. Em uma carta escrita
pouco depois do chamado do Presidente Benson ao apostolado,
o Presidente Smith disse: “Sua missão de agora em diante é desco-
brir meios e maneiras de divulgar a verdade e, de todas as formas
possíveis, advertir as pessoas com as quais você tenha contato de
que o arrependimento será o único remédio capaz de eliminar os
males deste mundo”. 2
O Presidente Benson cumpriu fielmente esse encargo ao ensinar
o evangelho pelo mundo. Ele ensinou que “é melhor preparar-­se e
prevenir do que reparar e arrepender-­se”.3 Mas ele também obser-
vou que “todos nós precisamos nos arrepender”.4 Ele enfatizou a
“poderosa mudança” no coração associada ao arrependimento (ver

83
C ap í t u l o 5

O Senhor disse: “Minha graça basta a todos os que


se humilham perante mim” (Éter 12:27).

84
C ap í t u l o 5

Alma 5:12–14) e explicou o papel do Salvador na realização dessa


mudança:
“O Senhor opera de dentro para fora. O mundo opera de fora
para dentro. O mundo procura tirar as pessoas da miséria das
favelas. Cristo tira a miséria das pessoas e, então, elas mesmas se
livram das favelas. O mundo procura moldar os homens modifi-
cando o ambiente em que eles vivem. Cristo modifica os homens,
que então transformam seu ambiente. O mundo procura moldar o
comportamento humano; Cristo, porém, consegue mudar a natu-
reza humana. (…)
Sim, Cristo muda o homem, e os homens transformados podem
mudar o mundo”.5

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Para que o verdadeiro arrependimento ocorra,
devemos primeiro compreender que o plano
do evangelho é o plano de felicidade.
Na acepção costumeira do termo, ser membro da Igreja significa
que a pessoa tem seu nome registrado oficialmente nos anais da
Igreja. (…)
Mas o Senhor define um membro de Seu reino de um modo bem
diferente. Em 1828, por intermédio do Profeta Joseph Smith, Ele
disse: “Eis que esta é a minha doutrina: Aquele que se arrepende e
vem a mim, esse é a minha igreja” (D&C 10:67; grifo do autor). Esta
Igreja é Dele; e para Ele, ser membro envolve muito mais do que
um simples registro no papel.
Eu gostaria, portanto, de declarar conceitos importantes que pre-
cisamos compreender e aplicar se quisermos realmente nos arre-
pender e vir ao Senhor.
Um dos enganos mais frequentemente usados por Satanás é a
noção de que os mandamentos de Deus têm por objetivo restringir
a liberdade e limitar a felicidade. Em especial os jovens, às vezes,
acham que os padrões do Senhor se assemelham a cercas e cor-
rentes que bloqueiam seu acesso a atividades que parecem mais
divertidas. Porém, a verdade é exatamente o contrário. O plano

85
C ap í t u l o 5

do evangelho é o plano pelo qual homens e mulheres alcançam


a plenitude da felicidade. Esse é o primeiro conceito que desejo
enfatizar. Os princípios do evangelho são os passos e as diretrizes
que nos ajudarão a encontrar a verdadeira felicidade e alegria.
A compreensão desse conceito levou o Salmista a exclamar: “Oh!
quanto amo a tua lei! (…) Tu, pelos teus mandamentos, me fazes
mais sábio do que os meus inimigos. (…) Lâmpada para os meus
pés é tua palavra, e luz para o meu caminho. (…) Os teus testemu-
nhos tenho eu tomado por herança para sempre, pois são o gozo
do meu coração” (Salmos 119:97–98, 105, 111).
Se desejamos arrepender-­nos verdadeiramente e vir a Cristo para
sermos chamados membros de Sua Igreja, precisamos em primeiro
lugar compreender essa verdade eterna — de que o plano do evan-
gelho é o plano de felicidade. A iniquidade nunca foi, não é e
nunca será felicidade (ver Alma 41:10). A violação das leis de Deus
só trará infelicidade, cativeiro e trevas.6

2
A fé em Jesus Cristo precede o verdadeiro arrependimento.
O segundo conceito que considero importante para nosso
entendimento é o modo como o arrependimento se relaciona ao
princípio da fé. O arrependimento é o segundo princípio básico
do evangelho. O primeiro é que devemos ter fé no Senhor Jesus
Cristo. E por que será? Por que a fé no Senhor precede o verdadeiro
arrependimento?
Para responder a essa pergunta, precisamos compreender algo
a respeito do Sacrifício Expiatório do Mestre. Leí ensinou que
“nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que
seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias”
(2 Néfi 2:8). Mesmo o homem mais justo e digno não pode salvar
a si mesmo pelos próprios méritos, pois, como o Apóstolo Paulo
nos diz, “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Romanos 3:23).
Se não fosse pela vida do Salvador, perfeita e sem pecados,
que Ele voluntariamente deu por nós, não haveria remissão dos
pecados.

86
C ap í t u l o 5

Portanto, arrependimento significa mais do que simplesmente


uma modificação do comportamento. Muitos homens e mulheres
no mundo demonstram grande força de vontade e autodisciplina ao
vencer os maus hábitos e a fraqueza da carne. E, mesmo assim, em
momento algum se lembram do Mestre; pelo contrário, rejeitam-­No
abertamente. Tais mudanças de comportamento, ainda que na dire-
ção certa, não constituem o verdadeiro arrependimento.
A fé no Senhor Jesus Cristo é o alicerce sobre o qual o arrepen-
dimento puro e sincero deve ser erguido. Se verdadeiramente bus-
camos abandonar o pecado, precisamos em primeiro lugar buscar
Aquele que é o Autor de nossa salvação.7

3
O arrependimento envolve uma
poderosa mudança no coração.
O terceiro princípio importante para o nosso entendimento, se
quisermos ser verdadeiros membros da Igreja, é que o arrependi-
mento envolve não só uma mudança nas ações, mas uma mudança
no coração.
Quando o rei Benjamim terminou seu discurso extraordinário
na terra de Zaraenla, todos clamaram a uma só voz que acredita-
vam em suas palavras. Eles tinham certeza de que suas promessas
de redenção eram verdadeiras, porque disseram: “[O] Espírito do
Senhor Onipotente (…) efetuou em nós, ou melhor, em nosso cora-
ção, uma vigorosa mudança, [atentem para isto] de modo que não
temos mais disposição para praticar o mal, mas, sim, de fazer o bem
continuamente” (Mosias 5:2).8
O coração humano pode mudar? É claro que sim! Isso ocorre
todos os dias no grande trabalho missionário da Igreja. É um dos
mais difundidos milagres modernos feitos por Cristo. Se ainda não
aconteceu com você — vai acontecer.
Nosso Senhor disse a Nicodemos que “aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus” ( João 3:3). (…)
E Alma afirma: “E o Senhor disse-­me: Não te admires de que toda
a humanidade, sim, homens e mulheres, toda nação, tribo, língua
e povo tenham de nascer de novo; sim, nascer de Deus, serem

87
Capítulo 5

Por meio do arrependimento, Alma, o filho, passou


por uma poderosa mudança no coração.

mudados de seu estado carnal e decaído para um estado de retidão,


sendo redimidos por Deus, tornando-­se seus filhos e filhas;
E tornam-­se, assim, novas criaturas; e a menos que façam isto,
não poderão de modo algum herdar o reino de Deus” (Mosias
27:25–26). (…)
O quarto capítulo de Alma descreve um período da história nefita
em que “o progresso da Igreja começou a diminuir” (Alma 4:10).
Para enfrentar esse problema, Alma abdicou de sua cadeira de juiz
no governo “e dedicou-­se exclusivamente ao sumo sacerdócio”, que
era sua responsabilidade (Alma 4:20).
Ele prestou “um grande testemunho” contra o povo (Alma 4:19)
e, no quinto capítulo de seu livro, Alma propõe mais de 40 per-
guntas cruciais. Falando com franqueza aos membros da Igreja,
ele declarou: “Eis que vos pergunto, meus irmãos da igreja: Haveis
nascido espiritualmente de Deus? Haveis recebido sua imagem em

88
C ap í t u l o 5

vosso semblante? Haveis experimentado esta poderosa mudança


em vosso coração?” (Alma 5:14).
Ele continua: “Se haveis experimentado uma mudança no cora-
ção, se haveis sentido o desejo de cantar o cântico do amor que
redime, eu perguntaria: Podeis agora sentir isso?” (Alma 5:26.)
Será que o progresso da Igreja não aumentaria drasticamente,
com um número crescente daqueles que renascem espiritualmente?
Já imaginaram o que aconteceria em nosso lar? Já imaginaram o que
aconteceria com um número sempre crescente de exemplares do
Livro de Mórmon nas mãos de um número crescente de missioná-
rios que sabem como usá-­lo e que são nascidos de Deus? Quando
isso acontecer, haverá a abundante colheita de almas que o Senhor
prometeu. E foi o “nascido de Deus”, Alma, quem, como missioná-
rio, conseguiu transmitir a palavra para que muitos outros também
nascessem de Deus (ver Alma 36:23–26).9
Quando tivermos experimentado essa poderosa mudança, que
só pode acontecer por meio da fé em Jesus Cristo e por meio da
influência do Espírito em nós, será como se tivéssemos nos tornado
uma nova pessoa. Assim, a mudança relaciona-­se a um novo nas-
cimento. Milhares já experimentaram tal mudança. Vocês abando-
naram a vida de pecado, talvez um pecado grave e ofensivo e, pela
aplicação do sangue de Cristo à própria vida, tornaram-­se limpos.
Não têm mais disposição de voltar aos hábitos anteriores. Vocês
são realmente novas pessoas. Isso é o que significa uma mudança
no coração.10

4
A tristeza segundo Deus opera arrependimento.
O quarto conceito que gostaria de enfatizar é o que as escrituras
chamam de “tristeza segundo Deus” por nossos pecados. Não é
incomum encontrarmos homens e mulheres no mundo que sentem
remorso pelas coisas erradas que fizeram. Às vezes é porque seus
atos trouxeram mágoa e tristeza a si mesmos e a seres amados.
Outras, sua tristeza desperta por terem sido apanhados e punidos
por seus atos. Tais sentimentos mundanos não constituem “tristeza
segundo Deus”.

89
C ap í t u l o 5

(…) Nos dias finais da nação nefita, Mórmon disse a respeito de


seu povo: “Seu pesar não era para o arrependimento por causa da
bondade de Deus; ao contrário, era mais o pesar dos condenados,
porque o Senhor não lhes permitiria deleitar-­se continuamente no
pecado.
E eles não se chegavam a Jesus com coração quebrantado e espí-
rito contrito. Amaldiçoavam, porém, a Deus e desejavam morrer”
(Mórmon 2:13–14).
No Hemisfério Oriental, o Apóstolo Paulo trabalhou em meio
ao povo de Corinto. Depois de receber relatos sobre os graves
problemas que ocorriam entre os santos, inclusive a imoralidade
(ver I Coríntios 5:1), Paulo escreve uma carta com dura repreensão.
As pessoas reagiram com a atitude adequada e, evidentemente,
os problemas foram corrigidos, pois, em sua segunda carta a eles,
Paulo diz: “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque
fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados
segundo Deus. (…)
Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a
salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo
opera a morte” (II Coríntios 7:9–10).
Em ambas as escrituras, a tristeza segundo Deus é definida como
uma tristeza que nos leva ao arrependimento.
A tristeza segundo Deus é um dom do Espírito. É o profundo
reconhecimento de que nossas ações ofenderam nosso Pai e
nosso Deus. É a consciência clara e inequívoca de que nosso
comportamento levou o Salvador, Aquele que não conheceu o
pecado e é o maior de todos, à agonia e ao sofrimento. Nossos
pecados levaram-­No a sangrar por todos os poros. Essa angús-
tia mental e espiritual tão intensa é a que as escrituras se refe-
rem como “um coração quebrantado e um espírito contrito” (ver
3 Néfi 9:20; Morôni 6:2; D&C 20:37; 59:8; Salmos 34:18; 51:17; Isaías
57:15). Esse espírito é o pré-­requisito absoluto para o verdadeiro
arrependimento. 11

90
C ap í t u l o 5

5
O Pai Celestial e Jesus Cristo estão ansiosos para
ver-­nos mudar nossa vida, e Eles nos ajudarão.
O próximo princípio sobre o qual quero falar é este: Ninguém
está mais ansioso para ver-­nos mudar nossa vida do que o Pai
e o Salvador. No livro de Apocalipse, há um convite vigoroso e
profundo feito pelo Salvador. Ele diz: “Eis que estou à porta, e
bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa” (Apocalipse 3:20). Observem que Ele não diz: “Estou à porta
aguardando você bater”. Ele nos chama, gesticula e nos pede que
simplesmente abramos nosso coração e O deixemos entrar.
No grande sermão sobre a fé, feito por Morôni, o princípio é
ainda mais claro: O Senhor lhe disse: “E se os homens vierem a
mim, mostrar-­lhes-­ei sua fraqueza. E dou a fraqueza aos homens
a fim de que sejam humildes; e minha graça basta a todos”. Não
importa o que quer que nos falte ou qual seja nossa fraqueza ou
insuficiência. Seus dons e poderes são suficientes para supri-­las
todas.
Morôni continua a dizer as palavras do Senhor: “E minha graça
basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se
humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que
as coisas fracas se tornem fortes para eles ” (Éter 12:27; grifo do
autor).
Que promessa o Senhor nos faz! A origem de nossos problemas
pode ser mudada, moldada e transformada em uma força e uma
fonte de poder. Essa promessa é repetida de uma forma ou de outra
em muitas outras escrituras. Isaías diz: “Dá força ao cansado, e mul-
tiplica as forças ao que não tem nenhum vigor” (Isaías 40:29). O
Senhor disse a Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder
se aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios 12:9). Lemos em Doutrina
e Convênios: “E também aquele que estremece sob o meu poder
será fortalecido e produzirá frutos de louvor e sabedoria” (D&C
52:17; ver também 1 Néfi 17:3; 2 Néfi 3:13; D&C 1:28; 133:58–59).12
Uma das estratégias mais eficazes de Satanás com aqueles que
ele atrai para o pecado é sussurrar-­lhes ao ouvido que não são dig-
nos de orar. Ele vai-­lhes dizer que o Pai Celestial está tão desgostoso

91
Capítulo 5

O verdadeiro arrependimento se baseia na fé no Senhor


Jesus Cristo e dela flui. Não há outra maneira.

com vocês que nunca ouvirá suas orações. Isso é mentira; ele só diz
isso para enganá-­los. O pecado tem grande influência sobre nós. Se
quisermos extirpar de nós o pecado, em especial um pecado grave,
precisamos de um poder maior do que nós mesmos.
Ninguém está mais ansioso para ajudar vocês a fugir do pecado
do que seu Pai Celestial. Busquem o Pai. Reconheçam o pecado;
confessem sua vergonha e sua culpa e, depois, roguem a ajuda
Dele. Ele tem o poder de ajudá-­los a triunfar.13
Irmãos e irmãs, precisamos levar nossos pecados ao Senhor em
humilde e pesaroso arrependimento. Precisamos rogar-­Lhe forças
para vencê-­los. As promessas serão cumpridas. Ele virá em nosso
auxílio. Encontraremos forças para mudar nossa vida.14

92
C ap í t u l o 5

6
Não devemos perder a esperança de
nos tornar como Cristo.
O sexto e último aspecto que desejo ressaltar a respeito do pro-
cesso de arrependimento é que devemos ter cuidado, em nossos
esforços de nos tornarmos mais semelhantes a Deus, para não per-
der o ânimo e a esperança. Tornar-­se como Cristo é um trabalho
para a vida toda, e muito frequentemente exige desenvolvimento
e mudanças que são lentas e quase imperceptíveis. As escrituras
registram relatos extraordinários de homens cuja vida mudou dras-
ticamente, em um instante, por assim dizer: Alma, o filho; Paulo, na
estrada para Damasco; Enos, ao orar noite adentro; o rei Lamôni.
Esses exemplos assombrosos do poder de mudança, mesmo daque-
les que se haviam aprofundado no pecado, nos dão a confiança
de que a Expiação pode alcançar até os que se encontram no mais
profundo desespero.
Mas devemos ser cuidadosos ao discutir esses notáveis exemplos.
Embora reais e vigorosos, eles são uma exceção e não a regra. Para
cada Paulo, para cada Enos, para cada rei Lamôni, há centenas e
milhares de pessoas para quem o processo de arrependimento é
muito mais sutil, muito mais imperceptível. Elas se aproximam do
Senhor dia após dia, sem perceber que estão edificando a vida à
maneira de Deus. Levam uma vida silenciosa de bondade, serviço
e dedicação. São como os lamanitas, de quem o Senhor disse que
“foram batizados com fogo e com o Espírito Santo e não o soube-
ram” (3 Néfi 9:20; grifo do autor).
Não devemos perder a esperança. A esperança é a âncora da
alma dos homens. Satanás quer que joguemos fora essa âncora.
Dessa forma, ele consegue trazer desânimo e rendição. Mas não
devemos perder a esperança. O Senhor Se agrada com cada esforço
diário, por menor que seja, em que nos esforçamos para ser mais
semelhantes a Ele. Embora achemos que há um longo caminho
a percorrer rumo à perfeição, não devemos perder a esperança.15
Para aqueles que pagam o preço exigido pelo verdadeiro arre-
pendimento, a promessa será cumprida: É possível ficar limpo

93
C ap í t u l o 5

novamente. O desespero pode se dissipar. E a doce paz do perdão


fluirá em sua vida.
As palavras do Senhor ditas por meio de Isaías se cumprirão:
“Vinde então, e argui-­me, diz o Senhor: ainda que os vossos peca-
dos sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a
branca lã” (Isaías 1:18).
E nesta dispensação, o Senhor falou com igual clareza ao afirmar:
“Eis que aquele que se arrependeu de seus pecados é perdoado e
eu, o Senhor, deles não mais me lembro” (D&C 58:42).16
Espero que não estejamos presos ao passado. As pessoas que
vivem no passado não têm muito futuro. Existe em nós uma grande
tendência de lamentar nossas perdas, as decisões que tomamos e
que, ao pensar retrospectivamente, achamos que foram erradas.
Existe em nós uma grande tendência de sentir-­nos mal quanto às
circunstâncias nas quais estamos envolvidos, pensando que pode-
riam ser melhores se tivéssemos tomado decisões diferentes. Pode-
mos lucrar com as experiências do passado. Mas não percamos
tempo inquietando-­nos com as decisões que já foram tomadas e
com os erros que já cometemos. Que nos atenhamos ao presente
e ao futuro.17
Meus amados irmãos e irmãs, ao buscarmos nos qualificar para
ser membros da Igreja de Cristo — ser membros no sentido em que
Ele usa o termo, membros que se arrependeram e vieram a Ele —,
que nos lembremos desses seis princípios. Primeiro, o plano do
evangelho é o plano de felicidade, e o arrependimento existe para
dar-­nos alegria. Segundo, o verdadeiro arrependimento baseia-­se na
fé no Senhor Jesus Cristo e dela flui. Não há outro meio. Terceiro,
o verdadeiro arrependimento envolve uma mudança no coração, e
não apenas uma mudança no comportamento. Quarto, parte dessa
poderosa mudança no coração é sentir tristeza segundo Deus por
nossos pecados. Esse é o significado de um coração quebrantado e
um espírito contrito. Quinto, os dons de Deus são suficientes para
ajudar-­nos a vencer cada pecado e fraqueza, bastando que busque-
mos Sua ajuda. Por fim, devemos lembrar-­nos de que, na maioria
das vezes, o arrependimento não envolve mudanças sensacionais

94
C ap í t u l o 5

ou drásticas; em vez disso, é um movimento passo a passo, firme e


consistente, em direção à Deidade.
Se nos esforçarmos por incorporar esses princípios em nossa vida
e implementá-­los diariamente, certamente nos qualificaremos para
ser mais do que membros no papel dentro da Igreja de Jesus Cristo.
Como membros verdadeiros, reivindicamos Sua promessa: “Aquele
que é da minha igreja e nela persevera até o fim, esse estabelecerei
sobre minha rocha; e as portas do inferno não prevalecerão contra
ele” (D&C 10:69).
É minha oração que possamos todos ser merecedores dessa
promessa.18

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse que, para arrepender-­nos verdadei-
ramente, devemos primeiro compreender que “o plano do evan-
gelho é o plano de felicidade” e que a iniquidade “nunca vai
trazer-­nos felicidade” (seção 1). Por que você acha que a com-
preensão disso é essencial no processo de arrependimento?
• Em nosso esforço para nos arrepender, por que a mudança no
comportamento não é suficiente? (Ver seção 2.) Por que você
acha que precisamos voltar-­n os para Jesus Cristo a fim de
arrepender-­nos verdadeiramente?
• Você já experimentou, de alguma maneira, uma “poderosa
mudança no coração” como descrita na seção 3? O que podemos
fazer para ajudar outras pessoas a também experimentar essa
mudança?
• De que maneira “a tristeza segundo Deus” difere do pesar que
algumas pessoas sentem depois de fazerem algo errado? (Ver
seção 4.) De que maneira o pai, a mãe ou o bispo podem usar
os ensinamentos da seção 4 para ajudar alguém que precisa se
arrepender?
• Examine novamente a seção 5 e cite o ensinamento que você
achou particularmente consolador. Por que esse ensinamento lhe
traz consolo?

95
C ap í t u l o 5

• Ao prestar testemunho do poder da Expiação do Salvador, o


Presidente Benson disse: “Não devemos perder a esperança”
(seção 6). Leia novamente a seção 6 e identifique as verdades
sobre a Expiação que você acha que lhe dão esperança.
Escrituras Relacionadas
Lucas 15:11–32; Mosias 4:10–12; 26:30–31; Alma 34:17–18; 3 Néfi
27:19–20; D&C 18:10–16; 19:15–19
Auxílio Didático
“Sua principal preocupação deve ser ajudar as pessoas a apren-
der o evangelho e não fazer uma apresentação de impacto. Parte
disso inclui dar aos alunos a oportunidade de ensinar uns aos
outros” (Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, p. 64).
Notas
1. “Limpar o Vaso Interior”, A Liahona, 10. “Uma Grande Mudança de Coração”,
julho de 1986, p. 3. p. 2.
2. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 11. “Uma Grande Mudança de Coração”,
graphy, 1987, p. 184. p. 2.
3. “The Law of Chastity” [A Lei da Casti- 12. “Uma Grande Mudança de Coração”,
dade], New Era, janeiro de 1988, p. 6. p. 2.
4. Conference Report, abril de 1955, p. 47. 13. “The Law of Chastity”, p. 7.
5. “Nascido de Deus”, A Liahona, outubro 14. “Uma Grande Mudança de Coração”,
de 1989, p. 2. p. 2.
6. “Uma Grande Mudança de Coração”, 15. “Uma Grande Mudança de Coração”,
A Liahona, março de 1990, p. 2. p. 2.
7. “Uma Grande Mudança de Coração”, 16. “The Law of Chastity”, p. 7.
p. 2. 17. The Teachings of Ezra Taft Benson,
8. “Uma Grande Mudança de Coração”, 1988, p. 387.
p. 2. 18. “Uma Grande Mudança de Coração”,
9. “Nascido de Deus”, p. 2. p. 2.

96
C A P Í T U L O 6

Jesus Cristo, Nosso


Salvador e Redentor

“Declaramos a divindade de Jesus Cristo. Nós O


consideramos a única fonte de nossa salvação.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

“N ão me lembro de nenhum tempo em que não acreditei em


Jesus Cristo”, disse o Presidente Ezra Taft Benson. “Parece que a
realidade de Sua vida, morte e ressurreição sempre fez parte de
minha vida. Fui criado em um lar de pais fiéis que acreditavam
fervorosamente em Cristo e Dele testificavam; sou extremamente
grato por isso.” 1
Esse testemunho a respeito de Jesus Cristo alicerçou a vida do
Presidente Benson. Moldou suas prioridades, guiou suas decisões
e ajudou-­o a vencer as dificuldades. Deu-­lhe perspectiva do propó-
sito da mortalidade e confiança nas promessas e bênçãos da vida
eterna.
Durante seu ministério apostólico, como testemunha especial de
Jesus Cristo, o Presidente Benson prestou testemunho do Salvador
frequentemente. Ao reconhecer que “às vezes é feita a pergunta ‘Os
mórmons são cristãos?’”, ele testificou:
“Declaramos a divindade de Jesus Cristo. Nós O consideramos
a única fonte de nossa salvação. Esforçamo-­nos para viver Seus
ensinamentos e ansiamos pelo tempo em que Ele virá novamente
a esta Terra para governar e reinar como Rei dos reis e Senhor dos
senhores. Nas palavras de um dos profetas do Livro de Mórmon,
dizemos (…): ‘Nenhum outro nome se dará, nenhum outro caminho
ou meio pelo qual a salvação seja concedida aos filhos dos homens,
a não ser em nome e pelo nome de Cristo, o Senhor Onipotente’
(Mosias 3:17)”.2

97
C ap í t u l o 6

“Nenhum evento poderia ser mais importante para as pessoas


individualmente ou para as nações do que a Ressurreição do Mestre.”

98
C ap í t u l o 6

As declarações do Presidente Benson a respeito da divindade


de Jesus Cristo sempre se relacionavam ao Livro de Mórmon.3 “Por
meio do Livro de Mórmon, Deus proveu para nossos dias uma
prova tangível de que Jesus é o Cristo”, afirmou.4 Ele ensinou que
a “principal missão” do Livro de Mórmon é convencer as pessoas
quanto a essa verdade.5 “Mais da metade de todos os versículos do
Livro de Mórmon fala de nosso Senhor”, observou. “Ele tem mais de
cem nomes diferentes no Livro de Mórmon. Esses nomes têm um
significado específico ao descrever Sua natureza divina.” 6
O testemunho do Presidente Benson sobre o Salvador revelou a
proximidade pessoal que tinha com Ele:
“De toda minha alma, eu O amo.
Testifico humildemente que Ele é hoje o mesmo Senhor amoroso
e compassivo que foi quando andou pelas estradas empoeiradas
da Palestina. Ele está perto de Seus servos nesta Terra. Ele Se preo-
cupa com cada um de nós e nos ama individualmente. Disso vocês
podem ter certeza.
Ele vive hoje como nosso Senhor, nosso Mestre, nosso Salvador,
nosso Redentor e nosso Deus.
Deus nos abençoe a todos para que creiamos Nele, para que
O aceitemos e adoremos, para que confiemos plenamente Nele e
O sigamos”.7

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Devido a Seu infinito amor por nós, Jesus Cristo
redimiu-­nos da morte física e espiritual.
Nenhuma outra influência teve tanta repercussão nesta Terra
quanto a vida de Jesus, o Cristo. Não há como imaginar nossa
vida sem Seus ensinamentos. Sem Ele, estaríamos perdidos em uma
miríade de crenças e religiões falsas originadas pelo medo e pelas
trevas, dominadas pelas coisas sensuais e materialistas. Estamos
muito aquém da meta que Ele traçou para nós, mas não devemos
jamais perdê-­la de vista; tampouco devemos esquecer que nosso
grande salto para a luz, para a perfeição, não teria sido possível

99
C ap í t u l o 6

sem que houvesse Seus ensinamentos, Sua vida, Sua morte e Sua
Ressurreição.8
A fim de demonstrar um pouco de nosso apreço e nossa gratidão
pelo que [ Jesus Cristo] realizou em nosso benefício, precisamos nos
lembrar destas verdades cruciais:
Jesus veio à Terra para fazer a vontade do Pai.
Ele veio com o conhecimento prévio de que teria de suportar o
peso dos pecados de todos nós.
Sabia que seria levantado em uma cruz.
Ele nasceu para ser o Salvador e Redentor de toda a humanidade.
Ele foi capaz de realizar Sua missão porque era o Filho de Deus
e possuía o poder de Deus.
Ele Se dispôs a cumprir Sua missão porque nos ama.
Nenhum ser mortal tinha o poder ou a capacidade de redimir
todos os outros mortais de seu estado de perdição e queda; e
nenhum poderia voluntariamente entregar a vida proporcionando,
dessa forma, uma ressurreição universal a todos os outros mortais.
Somente Jesus Cristo podia e estava disposto a realizar tal ato de
amor e redenção. 9
Jesus Cristo (…) veio à Terra em um tempo predeterminado e
por uma linhagem real que preservou Sua divindade. Em Sua natu-
reza, combinavam-­se os atributos humanos de Sua mãe mortal e os
atributos e poderes divinos de Seu Pai Eterno.
Sua hereditariedade, portanto, fazia Dele o legítimo detentor do
honroso título de — Filho Unigênito de Deus na carne. Como Filho
de Deus, Ele possuía poderes e inteligência como ninguém possuíra
antes ou viria a possuir depois. Ele foi literalmente Emanuel, que
significa “Deus conosco” (ver Isaías 7:14; Mateus 1:23).
Embora Ele tenha sido o Filho que Deus enviou ao mundo, o
plano divino do Pai exigia que Jesus Se submetesse a todas as
dificuldades e tribulações da mortalidade. Assim, Ele Se sujeitou a
“tentações (…), fome, sede e cansaço” (Mosias 3:7).
A fim de qualificar-­Se como o Redentor de todos os filhos de
nosso Pai, Jesus teve de ser perfeitamente obediente a todas as leis

100
C ap í t u l o 6

“Nenhuma outra influência teve tanta repercussão


nesta Terra quanto a vida de Jesus, o Cristo.”

de Deus. Por ter-­Se submetido à vontade do Pai, Ele cresceu “de


graça em graça, até receber a plenitude” do poder do Pai. E assim,
Ele “recebeu todo o poder, tanto nos céus como na Terra” (D&C
93:13, 17).10
Por [ Jesus] ser Deus — sim, o Filho de Deus — Ele pôde tomar
sobre Si o fardo e o peso dos pecados da humanidade. Isaías profe-
tizou [da] disposição do nosso Salvador em fazer isso: “Verdadeira-
mente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores
levou sobre si; (…) foi ferido por causa das nossas transgressões, e
moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías
53:4–5).
Esse ato sagrado e altruísta de tomar voluntariamente sobre Si
os pecados de todos os homens chama-­se Expiação. A maneira
como apenas Um pôde expiar os pecados de todos é algo que trans-
cende a compreensão mortal. Mas de uma coisa sei com certeza:

101
C ap í t u l o 6

Ele realmente tomou sobre Si os pecados de todos os homens e fez


isso por amar infinitamente cada um de nós. Ele disse: “Pois eis que
eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer
caso se arrependam; (…) sofrimento que fez com que eu, Deus, o
mais grandioso de todos, tremesse de dor e sangrasse por todos os
poros; e sofresse, tanto no corpo como no espírito—e desejasse não
ter de beber a amarga taça e recuar” (D&C 19:16, 18).
Apesar da dor excruciante, Ele tomou da taça e bebeu. Ele sofreu
as dores de todos os homens para que nós não tivéssemos de
sofrer. Suportou a humilhação e os insultos de Seus perseguidores
sem reclamar nem revidar. Foi açoitado e, depois, sofreu a humi-
lhação da execução brutal — na cruz. 11
No Getsêmani e no Calvário, [ Jesus] concluiu a infinita e eterna
Expiação. Foi o maior ato de amor já registrado na história.
Seguiu-­se a isso Sua morte e Ressurreição.
Dessa forma, Ele Se tornou nosso Redentor — redimindo todos
nós da morte física e redimindo da morte espiritual aqueles dentre
nós que obedecerão às leis e ordenanças do evangelho.12
Talvez nunca venhamos a compreender ou entender na mortali-
dade como Ele fez isso, mas não podemos deixar de compreender
por que Ele o fez.
Tudo o que Ele fez foi movido por Seu amor altruísta e infinito
por nós.13

2
Jesus Cristo saiu do sepulcro e vive hoje
em dia como um ser ressuscitado.
Os eventos mais espetaculares da história são os que afetam o
maior número de pessoas pelo maior período de tempo. Seguindo
esse padrão, nenhum evento poderia ser mais importante para as
pessoas individualmente ou para as nações do que a Ressurreição
do Mestre.
A literal ressurreição de cada alma que já viveu e morreu sobre
a Terra é uma certeza; e, sem dúvida, todos deveriam preparar-­se
cuidadosamente para esse evento. A ressurreição gloriosa deveria

102
C ap í t u l o 6

ser a meta de todo homem e toda mulher, pois a ressurreição será


uma realidade.
Nada é mais absolutamente universal do que a ressurreição. Todo
ser vivente ressuscitará. “Porque, assim como todos morrem em
Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Coríntios
15:22).
O registro das escrituras nos conta que, no terceiro dia após a
crucificação de Jesus, houve um grande terremoto. A pedra colo-
cada na entrada do sepulcro foi rolada. Algumas mulheres, dentre
Seus seguidores mais dedicados, foram até o local com especiarias
e “não acharam o corpo do Senhor Jesus”.
Anjos apareceram-­lhes e disseram, simplesmente: “Por que bus-
cais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou”
(Lucas 24:3–6). Nada em toda a história se iguala a esse anúncio
dramático: “Não está aqui, mas ressuscitou”.
O fato da Ressurreição de nosso Senhor baseia-­se no testemunho
de muitas testemunhas confiáveis. O Senhor ressuscitado apareceu
a diversas mulheres, aos dois discípulos no caminho de Emaús, a
Pedro e aos apóstolos; e, “Depois”, como Paulo relata, “foi visto,
uma vez, por mais de quinhentos irmãos. (…) E por derradeiro de
todos me apareceu também a mim [Paulo]” (I Coríntios 15:6, 8). (…)
Sendo uma de Suas testemunhas nestes últimos dias, testifico que
Ele vive nos dias de hoje. Ele é um Ser ressuscitado. Ele é nosso
Salvador, nosso Senhor, o próprio Filho de Deus. Testifico-­lhes que
Ele virá novamente como nosso Senhor glorificado e ressuscitado.
Esse dia não demora. A todos os que O aceitam como Salvador e
Senhor, Sua Ressurreição literal significa que a vida não termina
na morte, pois Ele nos prometeu: “Porque eu vivo, e vós vivereis”
( João 14:19).14
Somente Ele tinha o poder de ressuscitar. Assim, no terceiro dia
após Seu sepultamento, Ele saiu vivo do sepulcro e mostrou-­Se a
muitos. (…) Por ser uma [de Suas] testemunhas especiais, como
hoje somos conhecidos, testifico-­lhes que Ele vive. Ele vive com
um corpo ressuscitado. Não existe nenhuma verdade ou nenhum
fato do qual eu tenha mais certeza ou esteja mais seguro do que a
verdade da ressurreição literal de nosso Senhor.15

103
C ap í t u l o 6

3
Devemos ser valentes em nosso
testemunho de Jesus Cristo.
A bênção mais inestimável disponível a todos os membros da
Igreja é o testemunho da divindade de Jesus Cristo e de Sua Igreja.
O testemunho é uma das poucas aquisições que poderemos levar
conosco quando deixarmos esta vida.
Possuir um testemunho de Jesus é possuir o conhecimento, por
meio do Espírito Santo, da missão divina de Jesus Cristo.
Ter um testemunho de Jesus é saber da natureza divina do nasci-
mento de nosso Senhor — que Ele é, realmente, o Filho Unigênito
na carne.
Ter um testemunho de Jesus é saber que Ele é o Messias prome-
tido e que, durante Sua permanência entre os homens, Ele realizou
muitos milagres grandiosos.
Ter um testemunho de Jesus é saber que as leis que Ele prescre-
veu como Sua doutrina são verdadeiras e viver segundo essas leis
e ordenanças.
Ter um testemunho de Jesus é saber que Ele voluntariamente
tomou sobre Si os pecados da humanidade no Jardim do Getsêmani
e que isso O fez sofrer, tanto no corpo como no espírito, a ponto
de sangrar por todos os poros. Tudo isso Ele fez para que não tivés-
semos de sofrer caso nos arrependêssemos (ver D&C 19:16, 18).
Ter um testemunho de Jesus é saber que Ele saiu do sepulcro
triunfantemente, com um corpo físico ressuscitado. E porque Ele
vive, a humanidade também viverá.
Ter um testemunho de Jesus é saber que Deus, o Pai, e Jesus
Cristo realmente apareceram ao Profeta Joseph Smith a fim de esta-
belecer uma nova dispensação de Seu evangelho, para que a salva-
ção seja pregada a todas as nações antes de Sua vinda.
Ter um testemunho de Jesus é saber que a Igreja que Ele estabe-
leceu no meridiano dos tempos e que foi restaurada na moderni-
dade é, como o Senhor declarou, “a única igreja verdadeira e viva
na face de toda a Terra” (D&C 1:30).

104
C ap í t u l o 6

É vital que tenhamos esse testemunho. Mas é muito mais impor-


tante ser valentes em nosso testemunho.
Ter um testemunho de Jesus significa que aceitamos a missão
divina de Jesus Cristo, aceitamos Seu evangelho e realizamos Sua
obra. Também significa que aceitamos a missão profética de Joseph
Smith e seus sucessores e seguimos seus conselhos. Disse Jesus:
“Seja pela minha própria voz ou pela voz de meus servos, é o
mesmo” (D&C 1:38).
Ao falar a respeito dos que receberão no final as bênçãos do
reino celestial, o Senhor disse a Joseph Smith:
“Esses são os que receberam o testemunho de Jesus e creram em
seu nome e foram batizados na semelhança de seu sepultamento,
sendo sepultados na água em seu nome; e isto de acordo com o
mandamento que ele deu” (D&C 76:51).
Esses são os valentes em seu testemunho de Jesus e que,
segundo a declaração do Senhor, “vencem pela fé e são selados
pelo Santo Espírito da promessa que o Pai derrama sobre todos os
que são justos e fiéis” (D&C 76:53).16

4
Ter fé em Jesus Cristo é confiar Nele
completamente e seguir Seus ensinamentos.
O princípio básico de nossa religião é a fé no Senhor Jesus Cristo.
Por que é tão recomendável que centralizemos nossa segurança,
nossa esperança e nossa confiança em uma pessoa somente? Por
que é tão necessário ter fé Nele para termos paz de consciência
nesta vida e esperança no mundo vindouro?
As respostas a essas perguntas mostram se vamos enfrentar o
futuro com coragem, esperança e otimismo ou com apreensão,
ansiedade e pessimismo.
Minha mensagem e meu testemunho são que: Somente Jesus
Cristo está especificamente qualificado para nos dar essa espe-
rança, essa confiança e essa força de que necessitamos para
vencer o mundo e superar nossas fraquezas. Para isso, devemos
depositar nossa fé Nele e viver de acordo com Suas leis e Seus
ensinamentos. (…)

105
C ap í t u l o 6

“Vinde após mim” (Marcos 1:17).

Ter fé Nele transcende o mero reconhecimento de que Ele vive.


É muito mais do que dizer que acreditamos.
Ter fé em Jesus Cristo significa confiar plenamente Nele. Por ser
Deus, Ele tem poder, inteligência e amor infinitos. Não há problema
humano que Ele não consiga resolver. Por ter descido abaixo de
todas as coisas (ver D&C 122:8), Ele sabe como nos ajudar a sobre-
pujar as dificuldades diárias.
Ter fé Nele significa acreditar que, mesmo que não entendamos
todas as coisas, Ele entende. Portanto, devemos buscá-­Lo “em cada
pensamento; não [duvidar] e não [temer]” (D&C 6:36).
Ter fé Nele significa acreditar firmemente que Ele tem poder
absoluto sobre todos os homens e todas as nações. Não há mal
que Ele não possa deter. Todas as coisas estão em Suas mãos. Esta
Terra é Seu domínio por direito. Mesmo assim, Ele permite que o
mal aconteça para que possamos escolher entre o bem e o mal.

106
C ap í t u l o 6

Seu evangelho é a fórmula perfeita para todos os problemas


humanos e todos os males sociais.
Contudo, Seu evangelho só será eficaz se o aplicarmos a nossa
vida. Por isso, devemos “[banquetear-­nos] com as palavras de Cristo;
pois eis que as palavras de Cristo [nos] dirão todas as coisas que
[devemos] fazer” (2 Néfi 32:3).
Se não praticamos Seus ensinamentos, não demonstramos ter
fé Nele.
Imaginem como este mundo seria diferente se toda a humani-
dade fizesse o que Ele disse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
(…) Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37, 39).
Portanto, qual é a resposta à pergunta “O que deve ser feito
quanto aos problemas e dilemas que as pessoas, comunidades e
nações enfrentam hoje?” Aqui está Sua simples fórmula:
“Acreditai em Deus; acreditai que ele existe e que criou todas
as coisas, tanto no céu como na Terra; acreditai que ele tem toda
a sabedoria e todo o poder, tanto no céu como na Terra; acreditai
que o homem não compreende todas as coisas que o Senhor pode
compreender. (…)
Acreditai que vos deveis arrepender de vossos pecados e
abandoná-­los e humilhar-­vos diante de Deus; e pedir com sinceri-
dade de coração que ele vos perdoe; e agora, se acreditais em todas
estas coisas, procurai fazê-­las ” (Mosias 4:9–10; grifo do autor).17

5
Somos muito mais abençoados e alegres quando
nos esforçamos para ser como Jesus Cristo.
Um dos propósitos desta vida é que sejamos provados para ver
se “[faremos] todas as coisas que o Senhor” nosso Deus nos orde-
nar (Abraão 3:25). Em resumo, devemos saber qual é a vontade do
Senhor e fazê-­la. Devemos seguir o exemplo de Jesus Cristo e ser
como Ele.
A pergunta essencial da vida deveria ser a mesma que Paulo fez:
“Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). (…)

107
C ap í t u l o 6

Precisamos de mais homens e mulheres de Cristo, que sempre


vão lembrar-­se Dele e cumprir os mandamentos que Ele lhes deu.
A melhor medida de nosso sucesso é ver o quanto conseguimos
seguir Seus passos em todos os momentos.18
Alguns (…) estão dispostos a morrer por sua fé, mas não estão
dispostos a viver plenamente por ela. Cristo tanto viveu como mor-
reu por nós. Por meio de Sua Expiação e ao seguir Seus passos,
podemos merecer o maior de todos os dons — a vida eterna, que é
o tipo de vida que tem o grande Ser Eterno — nosso Pai Celestial.
Cristo fez a seguinte pergunta: “Que tipo de homens [devemos]
ser?” Ele responde em seguida, dizendo que devemos ser como
Ele é (3 Néfi 27:27).
É grande, abençoado e ditoso o homem cuja vida se aproxima
do padrão de Cristo. Isso nada tem a ver com riqueza, poder ou
prestígio mundano. A única verdadeira prova de nossa grandeza,
santidade e nosso júbilo é a medida de nossa semelhança com o
Mestre, Jesus Cristo. Ele é o caminho certo, a verdade plena e a
vida abundante.
A pergunta que deveria ser mais frequente, sempre voltar à
nossa mente e influenciar cada pensamento e ato de nossa vida é:
“Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). A resposta a essa per-
gunta só nos vem por meio da Luz de Cristo e do Espírito Santo.
Feliz daquele que vive de modo a ter ambos em seu interior. (…)
Considerando tudo o que [ Jesus Cristo] já fez e ainda faz por nós,
há algo que devemos dar-­Lhe em retribuição.
Cristo nos deu a grandiosa dádiva de Sua vida e Seu Sacrifício.
Não deveria, pois, ser essa a nossa pequena dádiva a Ele — nossa
vida e nossos sacrifícios, não só agora como no futuro? 19
[Os que são] liderados por Cristo serão consumidos em Cristo.
(…) A vontade desses homens será absorvida pela vontade de
Cristo (ver João 5:30). Esses sempre fazem as coisas que agradam
ao Senhor (ver João 8:29). Não só morreriam pelo Senhor, mas, o
que é mais importante, querem viver por Ele.
Entrando no lar de um deles, os quadros nas paredes, os livros
na estante, a música no ar, suas palavras e seus atos mostram que

108
C ap í t u l o 6

são cristãos. Eles servem de testemunhas de Deus em todos os


momentos e em todas as coisas e em todos os lugares (ver Mosias
18:9). Têm Cristo na mente, pois O buscam em cada pensamento
(ver D&C 6:36). Têm Cristo no coração, pois seu afeto Lhe pertence
para sempre (ver Alma 37:36).
Quase todas as semanas tomam o sacramento e testificam nova-
mente ao Pai Eterno que estão dispostos a tomar sobre si o nome
de Seu Filho, a recordá-­Lo sempre e a guardar Seus mandamentos
(ver Morôni 4:3).
Na linguagem do Livro de Mórmon, eles “se banqueteiam com
as palavras de Cristo” (ver 2 Néfi 32:3), “falam de Cristo” (ver 2 Néfi
25:26), “regozijam-­se em Cristo” (ver 2 Néfi 25:26), “são vivificados
em Cristo” (ver 2 Néfi 25:25) e “gloriam-­se em [seu] Jesus” (ver
2 Néfi 33:6). Em resumo, perdem-­se no Senhor para encontrar a
vida eterna (ver Lucas 17:33).20

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson ensinou que, embora não possamos com-
preender plenamente como o Salvador realizou a Expiação,
podemos compreender por que Ele a realizou (ver seção 1). De
que maneira essa compreensão influencia sua vida?
• Leia novamente a seção 2 e pense a respeito do impacto da Res-
surreição do Salvador. De que maneira Sua Ressurreição afeta
sua vida?
• Por que você acha que um testemunho de Jesus Cristo é “a bên-
ção mais inestimável”? (Ver seção 3.) O que significa para você
ser valente em seu testemunho sobre o Salvador?
• Reflita sobre as palavras do Presidente Benson a respeito da fé
em Jesus Cristo (ver seção 4). De que maneira essa descrição
da fé em Cristo transcende “o mero reconhecimento de que Ele
vive”?
• O Presidente Benson disse que as pessoas “lideradas por Cristo”
estão dispostas a “morrer pelo Senhor, mas, o que é mais

109
C ap í t u l o 6

importante, querem viver por Ele” (seção 5). O que você acha
que significa viver pelo Salvador?
Escrituras Relacionadas
João 10:17–18; 2 Néfi 9:20–24; 31:20–21; Mosias 16:6–11; 3 Néfi
27:20–22; Morôni 7:33; D&C 19:1–3, 16–19; 76:22–24; Regras de
Fé 1:3
Auxílio de Estudo
“Ao sentir a alegria que provém da compreensão do evangelho,
você terá o desejo de colocar em prática o que aprendeu. Faça
um esforço para ter uma vida que esteja em harmonia com a sua
compreensão. Isso irá fortalecer sua fé, seu conhecimento e seu
testemunho” (Pregar Meu Evangelho, 2004, p. 19).
Notas
1. “O Significado da Páscoa”, A Liahona, 11. “Jesus Cristo: Nosso Salvador, Nosso
abril de 1993, p. 2. Deus”, A Liahona, dezembro de 1991,
2. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 2.
1988, p. 10. 12. “Keeping Christ in Christmas” [Lembrar
3. Ver “Vinde a Cristo”, A Liahona, janeiro Jesus no Natal], Ensign, dezembro de
de 1988, p. 82; “Eu Testifico”, A Lia- 1993, p. 4.
hona, janeiro de 1989, p. 91. 13. “Jesus Cristo: Nosso Salvador e Reden-
4. “Eu Testifico”, p. 91. tor”, p. 2.
5. “Vinde a Cristo”, p. 82; ver também 14. “O Significado da Páscoa”, p. 2.
“Nascido de Deus, A Liahona, outubro 15. “Jesus Cristo: Nosso Salvador, Nosso
de 1989, p. 2. Deus”, p. 2.
6. “Vinde a Cristo”, p. 82. 16. “Valentes no Testemunho de Jesus”,
7. “Jesus Cristo: Nosso Salvador e Reden- A Liahona, junho de 1987, p. 2.
tor”, A Liahona, dezembro de 1990, 17. “Jesus Cristo: Nosso Salvador e Reden-
p. 2. tor”, p. 2.
8. “Life Is Eternal” [A Vida É Eterna], 18. “Em Seus Passos”, A Liahona, fevereiro
Ensign, agosto de 1991, p. 4. de 1989, p. 3.
9. “Jesus Cristo: Nosso Salvador e Reden- 19. “Jesus Cristo — Dádivas e Expectati-
tor”, p. 2. vas”, A Liahona, dezembro de 1987,
10. “Jesus Cristo: Nosso Salvador e Reden- p. 3.
tor”, p. 2. 20. “Nascido de Deus”, p. 2.

110
C A P Í T U L O 7

Joseph Smith, um Instrumento


nas Mãos de Deus

“Joseph Smith, o Profeta dos últimos dias,


foi um instrumento nas mãos de Deus para
iniciar uma nova dispensação do evangelho, a
última e maior de todas as dispensações.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

Q uando o Élder Ezra Taft Benson serviu como missionário de


tempo integral na Inglaterra, no início da década de 1920, ele e seus
companheiros sofreram o que ele chamou de “grande oposição à
Igreja”. Ele relembra:
“Havia jornais, revistas e até filmes antimórmons espalhados pela
Grã-­Bretanha”. Tendo em vista que a oposição era tão grande, algu-
mas formas de trabalho missionário, como reuniões nas ruas e dis-
tribuição de folhetos, foram interrompidas. “Mas na porção norte da
Inglaterra, onde trabalhávamos”, disse ele, “conhecemos um grupo
de pessoas do Ramo South Shields que era muito fiel, dedicado e
leal; eles nos convidaram a mim e meu companheiro para ir até lá e
discursar na reunião sacramental deles. Eles disseram: ‘Muitos vizi-
nhos nossos não acreditam nas coisas que leem. Se vocês vierem,
vamos encher nossa capela’.
Assim, aceitamos o convite; começamos a nos preparar e passei a
estudar a respeito da apostasia. Era um assunto de que eu gostava e
achava que eles precisariam ouvir; assim, apliquei-­me nesse estudo
e pensei que poderia falar durante 15 minutos sobre isso.
Chegamos à pequena capela e vimos que estava repleta. Todos
estavam felizes. Logo após a abertura, meu companheiro falou pri-
meiro e depois eu falei, com uma desenvoltura que nunca havia
experimentado na vida. Ao sentar-­me, olhei para o relógio e vi que

111
C ap í t u l o 7

A mensagem da Primeira Visão era “destinada a todos os


filhos de nosso Pai que vivem sobre a face da Terra”.

112
C ap í t u l o 7

havia falado por 25 minutos; não havia mencionado nada sobre a


apostasia nem me lembrei dela. Falei sobre Joseph Smith e prestei
testemunho de que ele foi um profeta de Deus e que eu sabia disso.
Falei sobre a publicação do Livro de Mórmon como um novo testa-
mento de Cristo e prestei testemunho disso. Quando me dei conta
do que ocorrera, não consegui controlar as lágrimas.
Ao final da reunião, muitos dentre aqueles santos se aproxi-
maram e expressaram gratidão porque algo fora dito a respeito
de Joseph Smith. Eles disseram: ‘Muitos vizinhos nossos diziam:
‘Podemos aceitar tudo sobre a Igreja, mas não sobre Joseph Smith’.
E algumas dessas mesmas pessoas vieram nos dizer: ‘Estamos pron-
tos. Esta noite, estamos prontos. Recebemos um testemunho de que
Joseph Smith é um profeta de Deus’”. 1
O Presidente Benson aproveitou todas as oportunidades que
teve na vida para prestar testemunho do chamado de Joseph Smith.
Por exemplo, enquanto servia como Secretário da Agricultura dos
Estados Unidos, uma estação de rádio convidou-­o a escolher uma
passagem de escritura de sua preferência para ser lida no ar, e
ele escolheu uma parte de Joseph Smith—História, na Pérola de
Grande Valor.2
Acima de tudo, ele prestava regularmente um testemunho firme
e vigoroso a seus amigos santos. “Joseph Smith foi um profeta do
Deus Vivo”, declarou, “um dos maiores profetas que já viveram
sobre a Terra. Ele foi o instrumento nas mãos de Deus para iniciar
uma grande dispensação do evangelho, a maior já existente, e a
última de todas, em preparação para a Segunda Vinda do Mestre”. 3

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
A Primeira Visão de Joseph Smith foi o
maior evento ocorrido neste mundo desde
a Ressurreição de Jesus Cristo.
Quando ainda era rapaz, Joseph Smith procurava a verdade. A
confusão entre as igrejas da época levou-o a perguntar a Deus qual
delas era verdadeira. Em resposta a essa oração, ele declarou que
um pilar de luz brilhante apareceu. Estas são suas palavras:

113
C ap í t u l o 7

“Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo


esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar,
acima de mim. Um deles falou-­me, chamando-­me pelo nome, e
disse, apontando para o outro: Este é Meu Filho Amado. Ouve-­O! ”
( Joseph Smith—História 1:17).
Joseph perguntou ao segundo Personagem, que era Jesus Cristo,
qual de todas as seitas estava correta. Foi-­lhe respondido que não
se unisse a qualquer delas, pois nenhuma era correta. 4
Quando Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo vêm à Terra, como
o fizeram em 1820, quando apareceram ao jovem Profeta Joseph
Smith, não é algo que diga respeito a somente poucas pessoas. É
uma mensagem e uma revelação destinadas a todos os filhos de
nosso Pai que vivem sobre a face da Terra. Foi o maior evento
ocorrido neste mundo desde a Ressurreição do Mestre. Às vezes,
sinto que estamos tão acostumados com a Primeira Visão que não
apreciamos completamente seu significado, sua importância e sua
magnitude.5
A Primeira Visão do Profeta Joseph Smith é a doutrina funda-
mental da Igreja.6
A verdade mais evidente resultante da experiência do Profeta
em 1820 foi a realidade da existência de Deus e o fato de que Jesus
Cristo realmente ressuscitou. Ele Os viu como Personagens separa-
dos, distintos e glorificados, que falaram com ele da mesma maneira
que um homem fala com outro.7
Sou humildemente grato pelo conhecimento que tenho de que
Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo, como seres glorificados, visi-
taram novamente a Terra nos tempos atuais, nesta dispensação; e
que eles verdadeiramente apareceram ao menino-­profeta. (…) Essa
foi a mais gloriosa manifestação de Deus, o Pai, e do Filho de que
se tem registro.8

2
Consistente com a profecia do Novo Testamento, Joseph
Smith recebeu novas revelações e visitas angelicais.
É geralmente aceito que a crença dos membros de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias repousa na afirmação

114
C ap í t u l o 7

de que Joseph Smith é um profeta de Deus e também de que ele


declarou que o surgimento do Livro de Mórmon foi resultado de
visitas angelicais recebidas por ele entre os anos de 1823 e 1827.
Ao ouvir tais afirmações, algumas pessoas argumentam que
parece absurdo anjos visitarem a Terra na modernidade.
A Bíblia contém o testemunho de que Deus dirigiu os assuntos
de Sua Igreja na Terra por mais de 4 mil anos por revelação e,
quando necessário, por ministrações celestiais.
Ao descrever as condições dos últimos dias que antecederão a
Segunda Vinda de Jesus Cristo, João profetizou no Novo Testamento
que, antes do retorno do Salvador, o mundo receberia um aviso de
que a hora do julgamento de Deus estaria próxima. Esse aviso viria
por meio de um anjo vindo dos céus proclamando o “evangelho
eterno”. Ouçam suas palavras:
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a
nação, e tribo, e língua, e povo,
Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-­lhe glória; porque
é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra,
e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:6–7).
Se o testemunho de João, o Revelador, é aceitável, não seria de se
esperar que ocorressem novas revelações e visitas celestiais à Terra?
Nosso solene testemunho é de que esse mensageiro angelical
apareceu ao Profeta Joseph Smith no início do século 19. O anúncio
de que um anjo de Deus apareceu a um profeta em nossos dias é
inteiramente consistente com as profecias do Novo Testamento e
deve, portanto, atrair o interesse de todo aquele que busca fervo-
rosamente a verdade.9
Na noite de 21 de setembro de 1823, um anjo apareceu ao Pro-
feta Joseph Smith. O nome do anjo era Morôni. Ele era o último
de uma longa linhagem de antigos profetas de duas grandes civi-
lizações que viveram (…) no Continente Americano há muitos
séculos.10

115
C ap í t u l o 7

Morôni veio a Joseph Smith em cumprimento a uma profecia.

3
O Livro de Mórmon é a prova mais evidente do
chamado de Joseph Smith como profeta.
A prova mais evidente em defesa da reivindicação de Joseph
Smith de ser porta-­voz do Deus Todo-­Poderoso foi a publicação do
registro de escrituras denominado O Livro de Mórmon.
O Livro de Mórmon é um registro de antigos habitantes do con-
tinente americano e relata a visita e o ministério de Jesus Cristo ao
povo desse continente depois de Sua ascensão em Jerusalém. O
principal objetivo do registro é convencer uma geração futura de
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. O Livro de Mórmon, portanto,
é um testamento adicional, juntamente com a Bíblia, da divindade
de Jesus Cristo.
Joseph Smith recebeu esse registro antigo de um mensageiro
celestial, como João havia profetizado. Esse anjo apareceu a ele e
revelou-­lhe a localização dos registros, que estavam gravados em
placas metálicas e enterrados numa caixa de pedra. No devido

116
C ap í t u l o 7

tempo, o jovem profeta recebeu as placas e os meios pelos quais


elas haveriam de ser traduzidas. O livro foi depois publicado para
o mundo como escritura sagrada.
Além disso, em concordância com o testemunho de João, o livro
contém “o evangelho eterno”. Hoje, ele é pregado ao mundo por
nossos missionários.
Nós os convidamos a colocarem à prova a validade de nosso tes-
temunho sobre a origem do Livro de Mórmon. Façam isso lendo-­o
e perguntando a nosso Pai Celestial se essas coisas são verdadeiras.
Prometo-­lhes que, se forem sinceros, receberão uma confirmação
de sua veracidade pelo Espírito Santo. Milhões, com seriedade e
sinceridade, declaram saber que ele vem de Deus.11
Se o Livro de Mórmon for verdadeiro, então Jesus é o Cristo,
Joseph Smith foi Seu profeta, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias é verdadeira e está sendo liderada hoje por um
profeta que recebe revelação.12

4
Deus restabeleceu Seu reino sobre a Terra
por meio do Profeta Joseph Smith.
As denominações cristãs existentes no mundo inteiro oraram
durante séculos pedindo que o reino de Deus viesse (ver Mateus
6:10). Nós declaramos sincera e publicamente: esse dia já chegou! 13
A oração de um rapaz de 14 anos, no Bosque Sagrado, abriu uma
nova dispensação do evangelho.14
Deus estabeleceu novamente Seu reino sobre a Terra em cum-
primento às profecias. (…)
Joseph Smith foi chamado por Deus para restabelecer esse reino
— A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Testifico-­
lhes que ele realizou essa obra, que ele edificou o alicerce e que
ele entregou à Igreja as chaves e os poderes para a continuidade
da grande obra dos últimos dias, que ele iniciou sob a direção do
Deus Todo-­Poderoso.15
Outros seres celestiais apareceram a Joseph Smith, inclusive João
Batista e Pedro, Tiago e João, que o ordenaram com autoridade
para agir em nome de Deus (ver Joseph Smith—História 1:68–72;

117
C ap í t u l o 7

D&C 27:5–13). A igreja e reino de Deus foi restaurada nestes últi-


mos dias, sim, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
com todos dons, direitos, poderes, doutrinas, ofícios e bênçãos da
Igreja dos primeiros dias (ver D&C 65; 115:3–4).16
O Profeta Joseph recebeu o mandamento de continuar sendo
um instrumento nas mãos de Deus e organizar a Igreja, publicar ao
mundo o Livro de Mórmon, que foi extraído de registros sagrados,
como outro testamento da divindade de Jesus Cristo. (…)
Essa restauração do evangelho, o retorno da luz e da verdade,
tem por objetivo beneficiar e abençoar todos os filhos de Deus.
Assim, humildemente e cheios de gratidão, nossos missionários
saem pelo mundo a proclamar que houve um período de apostasia
da verdade, mas que, pela bondade de Deus, os céus se abriram
novamente e o evangelho foi revelado aos homens por meio de
Joseph Smith, o Profeta.17

5
Joseph Smith foi leal e fiel mesmo até a morte.
Simultaneamente ao início do desenvolvimento da Igreja, houve
um espírito de oposição e perseguição. Onde quer que a pequena
“semente de mostarda” fosse plantada, havia tentativas de impedir
seu crescimento.18
O rapaz de 14 anos permaneceu fiel à verdade diante do mundo.
Deus conhecia Seu filho quando foi escolhido. Sabia que ele per-
maneceria leal e fiel mesmo até a morte.19
Alguns trataram o testemunho de [ Joseph Smith] com grande
desprezo e começaram a contar histórias falsas e a incitar a perse-
guição contra ele. O jovem profeta, assim como o Apóstolo Paulo
da antiguidade, não renegou seu testemunho; em vez disso, defen-
deu sua afirmação com as seguintes palavras:
“Eu tivera uma visão; eu sabia-­o e sabia que Deus o sabia, e não
podia negá-­la nem ousaria fazê-­lo; pelo menos eu tinha consciência
de que, se o fizesse, ofenderia a Deus e estaria sob condenação”
( Joseph Smith—História 1:25).20
Joseph Smith, o Profeta, entregou a vida voluntariamente. Ele
selou seu testemunho com a vida — o próprio sangue. Naquele

118
C ap í t u l o 7

fatídico dia em Nauvoo, Illinois, ao olhar para trás, para a cidade e


as pessoas que amava, ao ser levado para a Cadeia de Carthage e
seu martírio, ele declarou: “Este é o lugar mais amável e o melhor
povo abaixo do céu; mal sabem eles os desafios que os aguardam”
(History of the Church, vol. 6, p. 554).
Mais tarde, o Profeta diria comovido, mas calma e corajosamente:
“Vou como um cordeiro para o matadouro; mas estou calmo como
uma manhã de verão. Tenho a consciência limpa em relação a Deus
e em relação a todos os homens. Morrerei inocente e ainda se dirá
de mim: ‘foi assassinado a sangue frio’ ” (History of the Church,
vol. 6, p. 555).21
Assim, o Profeta Joseph Smith culminou sua vida terrena e cum-
priu a parte mortal de sua missão divinamente designada. Essa
missão mortal, ele deixou bem claro, não terminaria antes de estar
completa. Assim como a missão do Salvador, o “cordeiro que foi
morto desde a fundação do mundo” (ver Apocalipse 13:8), Joseph
foi verdadeiramente preordenado para essa grandiosa missão.22

6
Joseph Smith hoje permanece como o cabeça desta que é
a última e maior de todas as dispensações do evangelho.
Sei que Joseph Smith, embora morto como mártir da verdade,
ainda vive e que, como o cabeça desta dispensação — a maior de
todas as dispensações do evangelho —, continuará vivendo pelas
eternidades vindouras. 23
A mensagem de Joseph Smith — a mensagem de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a mensagem do mormo-
nismo — é a mensagem mais importante deste mundo. E Joseph
Smith, o Profeta, que vive hoje, continua a ter uma participação
importante em sua direção aqui na Terra.24
Para ter uma visão da magnitude da missão terrena do Profeta,
precisamos vê-­lo sob uma perspectiva eterna. Ele estava entre os
“nobres e grandes” que Abraão descreveu assim:
“Ora, o Senhor mostrara a mim, Abraão, as inteligências que
foram organizadas antes de o mundo existir; e entre todas essas
havia muitas das nobres e grandes;

119
C ap í t u l o 7

E Deus viu que essas almas eram boas; e ele estava no meio
delas e disse: A estes farei meus governantes; pois ele se encon-
trava entre aqueles que eram espíritos e viu que eles eram bons; e
disse-­me: Abraão, tu és um deles; foste escolhido antes de nasceres”
(Abraão 3:22–23).
O mesmo aconteceu com Joseph Smith. Ele também estava lá.
Ele também participou do conselho com os nobres e grandes.
Ocupando um lugar preeminente de honra e distinção, ele sem
dúvida ajudou no planejamento e na execução da grande obra do
Senhor para “levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”,
a salvação de todos os filhos de nosso Pai (ver Moisés 1:39). Sua
missão teve e deveria ter uma repercussão em todos os que vieram
para a Terra, todos os que habitavam então na Terra e milhões
ainda por nascer.
O Profeta Joseph Smith tornou esse fato eterno bem claro com
estas palavras: “Todo homem que recebe o chamado para exercer
seu ministério a favor dos habitantes do mundo foi ordenado pre-
cisamente para esse propósito no grande conselho dos céus, antes
que este mundo existisse. Suponho que eu tenha sido ordenado
a este ofício naquele grande conselho. O testemunho que desejo
é o de que sou servo de Deus e que este povo é o Seu povo” (ver
History of the Church, vol. 6, p. 364). (…)
A atividade mais importante deste mundo ou do mundo que há
de vir está diretamente relacionada à obra e missão de Joseph Smith
— homem de destino, profeta de Deus. Essa obra é a salvação e a
vida eterna do homem. Para esse grandioso propósito foi esta Terra
criada, profetas de Deus foram chamados, mensageiros celestiais
enviados e, em ocasiões sagradas e importantes, Deus, o Pai de
todos nós, digna-­Se a vir à Terra e apresentar Seu Filho Amado.
O Profeta Joseph Smith foi não só “um dos nobres e grandes”,
mas deu e continua a dar atenção a assuntos importantes aqui na
Terra até hoje, nas esferas superiores. À vista do Senhor, Deus deste
mundo abaixo do Pai, tudo é um grande programa eterno no qual
o Profeta Joseph desempenha um papel importante, tudo por inter-
médio do sacerdócio eterno e da autoridade de Deus.25

120
C ap í t u l o 7

Testifico-­lhes que Joseph Smith foi e é um profeta de Deus, um


dos realmente grandes profetas de todos os tempos, um homem
de destino, homem de caráter, homem de coragem, homem de
profunda espiritualidade, um profeta do Senhor à semelhança de
Deus, um verdadeiro nobre e grande de todos os tempos. 26
Sim, Joseph Smith, o Profeta dos últimos dias, foi um instrumento
nas mãos de Deus para iniciar uma nova dispensação do evangelho,
a última e maior de todas as dispensações.27

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Por que você acha que a Primeira Visão de Joseph Smith foi “o
maior evento (…) desde a Ressurreição do Mestre”? (Ver seção 1.)
De que maneira esse evento influenciou sua vida?
• De que maneira o conhecimento de que João, o Revelador, pro-
fetizou as visitas de Morôni a Joseph Smith ajuda você? (Ver
seção 2.)
• O Presidente Benson disse que o Livro de Mórmon é “a prova
mais evidente” de que Joseph Smith é um profeta (ver seção 3).
De que maneira o estudo que você faz do Livro de Mórmon
influencia seu testemunho da missão de Joseph Smith?
• Reflita sobre as palavras de testemunho do Presidente Benson
contidas na seção 4. Quais são algumas bênçãos que você e sua
família já receberam graças à Restauração do evangelho?
• O que você aprendeu na seção 5 sobre como enfrentar persegui-
ções? O que aprendemos com o exemplo de Joseph Smith que
nos ajudará quando as pessoas criticarem nosso testemunho?
• Ao referir-­se à preordenação de Joseph Smith, o Presidente
­Benson disse: “Sua missão teve e deveria ter uma repercussão em
todos os que vieram para a Terra, todos os que habitavam então
na Terra e milhões ainda por nascer” (seção 6). De que maneira
a missão de Joseph Smith influenciou todos os que já viveram
sobre a Terra? Como isso influenciou você pessoalmente?

121
C ap í t u l o 7

Escrituras Relacionadas
Isaías 29:13–14; 2 Néfi 3:3–15; 3 Néfi 21:9–11; D&C 5:9–10; 135;
Joseph Smith—História
Auxílio Didático
“Peça aos alunos que falem do que aprenderam em seu estudo
pessoal deste capítulo. Pode ser útil entrar em contato com alguns
alunos durante a semana e pedir-­lhes que venham preparados para
falar do que aprenderam” (ver página vii deste livro).
Notas
1. The Teachings of Ezra Taft Benson, 13. “Que o Reino de Deus Vá Adiante”,
1988, pp. 206, 207. A Liahona, outubro de 1978, p. 3.
2. Ver Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: 14. Conference Report, outubro de 1956,
A Biography, 1987, p. 292. p. 108.
3. Conference Report, abril de 1961, 15. “A Message to the World” [Uma Mensa-
p. 114. gem ao Mundo], Ensign, novembro de
4. “Joseph Smith: O Profeta de Nossa 1975, p. 34.
Geração”, A Liahona, fevereiro de 16. “Eu Testifico”, A Liahona, janeiro de
1982, p. 107. 1989, p. 91.
5. God, Family, Country: Our Three Great 17. Conference Report, outubro de 1949,
Loyalties, 1974, p. 57. pp. 27, 28.
6. The Teachings of Ezra Taft Benson, 18. Come unto Christ, p. 81.
p. 101. 19. God, Family, Country, p. 38.
7. Come unto Christ, 1983, p. 74. 20. “Joseph Smith: O Profeta de Nossa
8. Conference Report, abril de 1958, p. 60. Geração”, p. 107.
9. “Joseph Smith: O Profeta de Nossa 21. God, Family, Country, pp. 37–38.
Geração”, p. 107. 22. God, Family, Country, p. 29.
10. The Teachings of Ezra Taft Benson, 23. “A Message to the World”, p. 34.
p. 46.
24. God, Family, Country, pp. 40–41.
11. “Joseph Smith: O Profeta de Nossa
Geração”, p. 107. 25. God, Family, Country, pp. 30–31.
12. “O Livro de Mórmon É a Palavra de 26. God, Family, Country, p. 37.
Deus”, A Liahona, agosto de 1975, p. 27. God, Family, Country, p. 39.
31; republicado em maio de 1988, p. 2.

122
C A P Í T U L O 8

O Poder da Palavra

“A palavra de Deus, como se encontra nas


escrituras, nas palavras dos profetas vivos e na
revelação pessoal, tem poder para fortalecer os
santos e armá-­los com o Espírito de maneira que
possam resistir ao mal, apegar-­se firmemente ao
que é bom e encontrar alegria nesta vida.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

Q uando o Presidente Thomas S. Monson servia como Segundo


Conselheiro na Primeira Presidência com o Presidente Ezra Taft
Benson, comentou: “O Presidente Benson tem uma percepção
rápida dos assuntos que lhe chegam às mãos. Ele não necessita
ponderar sobre um item por muito tempo antes de receber a inspi-
ração do Senhor orientando sua decisão. Com a natural expansão
da Igreja atualmente no mundo todo e a diversidade de assuntos
que chegam à Primeira Presidência, essa aptidão de eliminar os
detalhes e ir direto ao cerne da questão é vital para o devido desen-
volvimento do trabalho administrativo da Igreja”.1
Em 4 de abril de 1986, como parte de sua primeira conferên-
cia geral como Presidente da Igreja, o Presidente Benson presidiu
uma reunião especial para os portadores do sacerdócio. Os irmãos
presentes testemunharam sua habilidade em “eliminar os detalhes
e ir direto ao cerne da questão”. Ao dirigir-­se à congregação, ele
mencionou muitos desafios que os santos dos últimos dias enfren-
tavam — tentações, problemas familiares, além de dificuldades para
cumprir os mandamentos e os deveres na Igreja — e expressou o
que ele via como a solução desses problemas.
O Presidente Benson proferiu somente parte do discurso plane-
jado para aquela reunião de liderança do sacerdócio, mas solicitou

123
C ap í t u l o 8

O Presidente Ezra Taft Benson testificava frequentemente


sobre o poder da palavra de Deus.

124
C ap í t u l o 8

que o sermão fosse incluído em sua totalidade na edição da con-


ferência das revistas da Igreja. Este capítulo contém esse discurso
na íntegra. Embora o Presidente Benson dirigisse suas palavras aos
líderes do sacerdócio, os princípios que ensinou se aplicam a todos
os membros da Igreja.

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Ao enfrentarmos os grandes desafios de nosso
tempo, precisamos apegar-­nos à palavra de Deus.
Amados irmãos, que coisa maravilhosa é olhar para esse corpo
de líderes do sacerdócio e saber a quantos milhares de santos vocês
servem e quanta dedicação e fidelidade vocês coletivamente repre-
sentam! Não existe nenhuma outra organização, em lugar algum do
mundo atual, que se reúna pelo mesmo justo propósito que esta,
nem existe nenhum outro grupo — político, religioso ou militar —
que detenha o poder que vocês possuem aqui, esta noite.
Vivemos numa época de muitos desafios. Vivemos na época a
que se referia o Senhor, quando disse: “A paz será tirada da Terra
e o diabo terá poder sobre seu próprio domínio” (D&C 1:35).
Vivemos no dia previsto por João, o Revelador, no qual “o dragão
irou-­se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da
sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm
o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17). Esse dragão é
Satanás; a mulher representa a Igreja de Jesus Cristo. Satanás está
fazendo guerra contra os membros da Igreja que têm testemunho
e procuram guardar os mandamentos. Embora muitos de nossos
membros continuem fiéis e fortes, alguns vacilam. Outros caem.
Alguns estão cumprindo a profecia de João de que, na guerra con-
tra Satanás, alguns santos seriam vencidos (ver Apocalipse 13:7).
O profeta Leí também viu nosso tempo em seu grande sonho
visionário da árvore da vida. Ele viu que muitas pessoas vagariam
cegamente em meio à escuridão, simbolizando as tentações do
diabo (ver 1 Néfi 12:17). E viu alguns se desviarem “por caminhos
proibidos”, outros se afogarem nos rios da imundície e outros ainda
vagarem “por caminhos desconhecidos” (1 Néfi 8:28, 32). Ao lermos

125
C ap í t u l o 8

sobre a expansão do uso de drogas ilícitas ou sobre a perniciosa


inundação da pornografia e da imoralidade, há alguém que duvide
de que esses são os caminhos proibidos e os rios de imundície
descritos por Leí?
Nem todos os que Leí viu perecer eram do mundo. Alguns
tinham chegado à árvore e provado do fruto. Em outras palavras,
alguns membros da Igreja de hoje se encontram entre as almas
perdidas que Leí viu.
O Apóstolo Paulo também viu os nossos dias, descrevendo-­os
como uma época em que haveria em quantidade de coisas como
blasfêmia, desonestidade, crueldade, falta de afeto natural, orgulho
e busca do prazer (ver II Timóteo 3:1–7). Advertiu também que
“homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e
sendo enganados” (II Timóteo 3:13).
Essas sinistras predições dos profetas antigos dariam motivo a
grande temor e desânimo se aqueles mesmos profetas não tives-
sem, ao mesmo tempo, oferecido a solução. Em seus conselhos
inspirados, podemos encontrar a resposta para as crises espirituais
de nossa época.
Em seu sonho, Leí viu a barra de ferro que conduzia através das
névoas de escuridão. Ele viu que as pessoas que se agarravam fir-
memente à barra podiam evitar os rios de imundície, permanecer
à distância dos caminhos proibidos e parar de vagar por estradas
estranhas que levavam à destruição. Mais tarde, seu filho Néfi expli-
cou claramente o simbolismo da barra de ferro. Quando Lamã e
Lemuel perguntaram: “O que significa a barra de ferro?”, Néfi res-
pondeu: “Era a palavra de Deus; e [observem essa promessa] todos
os que dessem ouvidos à palavra de Deus e a ela se apegassem,
jamais pereceriam; nem as tentações nem os ardentes dardos do
adversário poderiam dominá-­los até a cegueira, para levá-­los à
destruição” (1 Néfi 15:23–24; grifo do autor). Não apenas a palavra
de Deus vai conduzir-­nos ao fruto mais desejável de todos, mas na
palavra de Deus e por meio dela podemos encontrar o poder de
resistir à tentação, o poder de frustrar o trabalho de Satanás e seus
emissários.

126
C ap í t u l o 8

A mensagem de Paulo é idêntica à de Leí. Depois de descrever


a terrível impiedade dos tempos futuros — futuros para ele, mas
presentes para nós! —, ele disse a Timóteo: “Tu, porém, permanece
naquilo que aprendeste. (…)
Desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem
fazer-­te sábio para a salvação” (II Timóteo 3:14–15; grifo do autor).
Meus queridos irmãos, essa é a resposta ao grande desafio de
nossa época. A palavra de Deus, como se encontra nas escrituras,
nas palavras dos profetas vivos e na revelação pessoal, tem o poder
para fortalecer os santos e armá-­los com o Espírito de maneira
que possam resistir ao mal, apegar-­se firmemente ao que é bom e
encontrar alegria nesta vida.2

2
Quando os membros, individualmente e como família,
mergulham no estudo das escrituras, outros aspectos da
atividade na Igreja são uma decorrência automática.
A vocês, líderes do sacerdócio, dizemos: atentem ao conselho
profético de Leí, de Paulo e de outros como eles. Nesse conse-
lho vocês encontrarão a solução para os problemas que enfrentam
para manter seu rebanho a salvo dos “lobos devoradores” que os
cercam (ver Mateus 7:15; Atos 20:29). Sabemos o quanto vocês se
preocupam com os membros de sua ala e estaca, e quanto tempo e
esforço dedicam em seu benefício. Sabemos que pedimos muito de
vocês, que foram escolhidos para a liderança. Depositamos muitos
fardos sobre seus ombros. Espera-­se que conduzam os programas
da Igreja, entrevistem e aconselhem os membros, providenciem
para que os assuntos financeiros das estacas e alas sejam ade-
quadamente resolvidos, que administrem projetos de bem-­estar,
construam edifícios e se envolvam em uma enorme quantidade de
outras atividades que tomam muito do seu tempo.
Embora nenhuma dessas atividades possa ser ignorada ou
menosprezada, elas não são a coisa mais importante que podem
fazer por aqueles a quem vocês servem. Nos últimos anos, temos
aconselhado vocês repetidamente que certas coisas são espiri-
tualmente mais proveitosas que outras. Já em 1970, o Presidente
Harold B. Lee disse o seguinte aos representantes regionais:

127
C ap í t u l o 8

Grandes bênçãos resultam “quando os membros, individualmente


e como família, mergulham no estudo das escrituras”.

“Estamos convencidos de que nossos membros têm fome do


evangelho, não diluído, com suas abundantes verdades e concei-
tos. (…) Algumas pessoas parecem esquecer que as mais pode-
rosas armas que o Senhor nos deu contra tudo o que é mau são
Suas próprias palavras, as claras e simples doutrinas de salvação
encontradas nas escrituras” (Seminário de Representantes Regionais,
1º de outubro de 1970, p. 6).
Numa mensagem da Primeira Presidência em 1976, o Presidente
[Spencer W. Kimball] disse:
“Estou convencido de que cada um de nós precisa, em algum
momento da vida, descobrir as escrituras por si mesmo — e não
apenas uma vez, mas redescobri-­las repetidamente. (…)
O Senhor não está brincando conosco ao nos dar essas coisas,
pois ‘a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá’ (Lucas

128
C ap í t u l o 8

12:48). O acesso a essas coisas significa responsabilidade por elas.


Precisamos estudar as escrituras de acordo com o mandamento do
Senhor (ver 3 Néfi 23:1–5). E precisamos fazer com que governem
nossa vida” (Ensign, setembro de 1976, pp. 4–5).
Em abril de 1982, o Élder Bruce R. McConkie dirigiu-­se aos repre-
sentantes regionais, falando da prioridade das escrituras em nosso
trabalho. Ele disse: “Estamos tão enredados em programas, estatís-
ticas e tendências, em propriedades, terras e dinheiro, em atingir
metas que ressaltem a excelência de nosso trabalho, que temos
desprezado ‘o mais importante da lei’. (…) Por mais talentosos que
sejam os homens em questões administrativas, por mais eloquentes
que sejam em expressar seus pontos de vista, por mais entendidos
que sejam nas coisas deste mundo, ser-­lhes-­ão negados os doces
sussurros do Espírito que poderiam ouvir a menos que paguem
o preço em termos de estudo, meditação e oração a respeito das
escrituras” (Seminário de Representantes Regionais, 2 de abril de
1982, pp. 1–2).
Nesse mesmo dia, o Élder Boyd K. Packer falou aos presidentes
de estaca e representantes regionais. Disse ele: “Edifícios e orça-
mentos, relatórios, programas e procedimentos são muito importan-
tes. Mas eles não trazem em si mesmos essa nutrição espiritual tão
essencial e não realizarão o trabalho a nós designado pelo Senhor.
(…) As coisas certas, aquelas que contêm a verdadeira nutrição
espiritual, estão nas escrituras” (Reunião com Presidentes de Estaca
e Representantes Regionais, 2 de abril de 1982, pp. 1–2).
Junto minha voz à desses irmãos sábios e inspirados e digo a
vocês que uma das coisas mais importantes que podem fazer, como
líderes do sacerdócio, é mergulhar fervorosamente nas escrituras.
Estudem-­nas diligentemente. Banqueteiem-­se com as palavras de
Cristo. Aprendam a doutrina. Dominem os princípios ali encon-
trados. Pouco mais existe em termos de esforços que traga mais
retorno ao seu chamado. Pouco mais existe em termos de maneiras
de receber mais inspiração em seu serviço.
Mas isso, por si só, por mais valioso que seja, não é suficiente.
Vocês devem duplicar os esforços e as atividades que incentivem o
estudo significativo das escrituras entre os membros da Igreja. Mui-
tas vezes nos empenhamos para melhorar o índice de frequência

129
C ap í t u l o 8

em nossas estacas. Trabalhamos diligentemente para elevar a por-


centagem do comparecimento à reunião sacramental. Esforçamo-­
nos para conseguir que mais rapazes sirvam missão. Procuramos
aumentar o número dos que se casam no templo. Todos esses
são esforços louváveis e importantes para o crescimento do reino.
Mas, quando os membros, individualmente e como famílias, mer-
gulham regular e consistentemente no estudo das escrituras, esses
outros aspectos da participação são uma decorrência automática.
O testemunho das pessoas se fortalece. O comprometimento será
fortalecido. As famílias se tornarão mais fortes. Haverá muito mais
revelação pessoal.3

3
Ao estudarmos a palavra de Deus, recebemos
orientação em nossa vida diária, cura para a alma e
poder para evitar o engano e resistir à tentação.
O Profeta Joseph Smith declarou que “o Livro de Mórmon era o
mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de
nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproxi-
maria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro”
(Livro de Mórmon, Introdução, grifo do autor). Não é isso que que-
remos para os membros de nossas alas e estacas? Não desejamos
que se acheguem mais a Deus? Vamos, pois, incentivá-­los de toda
maneira possível a mergulharem nessa maravilhosa testemunha
moderna de Cristo.
É preciso que vocês ajudem os santos a perceber que o estudo
e a pesquisa das escrituras não é um fardo imposto pelo Senhor,
mas uma maravilhosa bênção e oportunidade. Observem o que o
Próprio Senhor disse a respeito dos benefícios do estudo de Sua
palavra. Ao grande profeta-­líder Josué, Ele disse:
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia
e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto
nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e
serás bem-­sucedido” ( Josué 1:8; grifo do autor).
O Senhor não prometeu a Josué riqueza material e fama, mas
que sua vida prosperaria em retidão e que ele teria sucesso no

130
C ap í t u l o 8

que mais importa na vida, isto é, a busca da verdadeira alegria (ver


2 Néfi 2:25).
Há em sua estaca membros cuja vida se tenha destroçado pelo
pecado ou pela tragédia, que se encontrem aflitos e sem espe-
rança? Já perderam o sono tentando encontrar um meio de ajudar
e de curar suas feridas, aliviar sua alma atribulada? O profeta Jacó
oferece justamente isso em sua notável promessa: “E suponho que
eles tenham vindo aqui para ouvir a agradável palavra de Deus,
sim, a palavra que cura a alma ferida” ( Jacó 2:8; grifo do autor).
O mundo atual está cheio de ideias sedutoras e atraentes, capa-
zes de levar ao erro e ao engano até o melhor de nossos membros.
Os jovens universitários ficam às vezes tão impregnados das doutri-
nas do mundo que passam a questionar as doutrinas do evangelho.
O que vocês, líderes do sacerdócio, podem fazer para fortalecer os
membros contra esses ensinamentos enganosos? O Senhor deu-­nos
a resposta em seu grandioso sermão no Monte das Oliveiras, ao
prometer: “E o que entesourar minha palavra não será enganado”
( Joseph Smith—Mateus 1:37; grifo do autor).
As escrituras estão repletas de promessas semelhantes a respeito
do valor da palavra. Vocês têm membros que anseiam por orienta-
ção e direção em sua vida? Os Salmos nos dizem: “Lâmpada para
os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmos
119:105), e Néfi nos promete que, ao banquetear-­nos com as pala-
vras de Cristo, elas “[nos] dirão todas as coisas que [devemos] fazer”
(2 Néfi 32:3).
Há membros em seu rebanho que estão profundamente envol-
vidos no pecado e precisam ser resgatados? Esta é a promessa de
Helamã para eles: “Sim, vemos que quem o desejar poderá aderir à
palavra de Deus, que é viva e eficaz, que romperá ao meio todas as
artimanhas e as armadilhas e os artifícios do diabo” (Helamã 3:29).
“Prosperar em retidão, ter poder para evitar o engano e resistir
às tentações, receber orientação em nossa vida diária e cura para
a alma — essas são apenas algumas das promessas do Senhor aos
que buscarem Sua palavra. Acaso o Senhor promete e não cumpre?
Se Ele diz que receberemos essas coisas se aderirmos a Sua pala-
vra, certamente essas bênçãos estarão ao nosso alcance. E se não

131
C ap í t u l o 8

aderirmos, poderemos perdê-­las. Por mais diligentes que sejamos


em outros aspectos, determinadas bênçãos somente serão encon-
tradas nas escrituras, unicamente quando buscarmos a palavra do
Senhor e aderirmos a ela em nossa caminhada pelas névoas de
escuridão até a árvore da vida.” 4

4
A palavra do Senhor é uma dádiva valiosa, e
não devemos tratá-­la com leviandade.
E se ignorarmos o que o Senhor nos deu, poderemos perder
o poder e as bênçãos que buscamos. Em solene advertência aos
primeiros santos, o Senhor disse sobre o Livro de Mórmon: “Em
tempos passados, vossa mente escureceu-­se por causa da descrença
e porque tratastes com leviandade as coisas que recebestes—
Vaidade e descrença essas que levaram toda a igreja à
condenação.
E essa condenação encontra-­se sobre os filhos de Sião, sim, sobre
todos.
E eles permanecerão sob essa condenação até que se arrepen-
dam e se lembrem do novo convênio, sim, o Livro de Mórmon”
(D&C 84:54–57).
Oh, meus irmãos, não tratemos levianamente as grandes coisas
que recebemos das mãos do Senhor! Sua palavra é uma das mais
valiosas dádivas que Ele nos concedeu. Peço que renovem seu
compromisso de estudar as escrituras. Mergulhem nelas diariamente
para que o poder do Espírito os ampare em seus chamados. Leiam-­
nas em família e ensinem seus filhos a amá-­las e entesourá-­las. A
seguir, em espírito de oração, reúnam-­se em conselho e procurem,
por todos os meios possíveis, incentivar os membros da Igreja a
seguir seu exemplo. Se assim fizerem, verão tal como Alma que
“a palavra [exerce] uma grande influência sobre o povo, levando-­o a
praticar o que [é] justo—sim, [surte] um efeito mais poderoso sobre
a mente do povo do que a espada ou qualquer outra coisa que lhe
[tenha] acontecido” (Alma 31:5).
Tal como Alma, digo a vocês: “[É] aconselhável pôr à prova a
virtude da palavra de Deus” (Alma 31:5).5

132
C ap í t u l o 8

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Pondere acerca do que o Presidente Benson chamou de “res-
posta ao grande desafio de nossa época” (seção 1). De que
maneira essa resposta pode ajudar-­nos a resolver os desafios
que enfrentamos?
• Leia novamente os resultados que o Presidente Benson citou
“quando os membros, individualmente e como família, mergu-
lham no estudo das escrituras” (seção 2). Por que você acha que
o estudo das escrituras leva a tais resultados?
• O Presidente Benson disse que o estudo das escrituras é uma
bênção, não um fardo (seção 3). Cite algumas bênçãos que você
e sua família receberam graças ao estudo das escrituras. Que
conselho você daria a alguém que considera o estudo das escri-
turas um fardo?
• Que perigos podemos correr ao tratar a palavra de Deus com
leviandade? (Ver seção 4.) Cite algumas coisas que podemos
fazer para dar mais atenção à palavra de Deus.
Escrituras Relacionadas
Atos 17:11; II Timóteo 3:16–17; 1 Néfi 19:23–24; Alma 32:21–43;
D&C 18:33–36; 21:4–6; 68:1–4
Auxílio de Estudo
“Muitos acham que o melhor horário para estudar é pela manhã,
depois de uma noite de repouso. (…) Outros preferem estudar
nas horas calmas depois que as tarefas e preocupações do dia ter-
minaram. (…) Talvez, mais importante do que o horário em que
se estuda é reservar um período de estudo regular” (Howard W.
­Hunter, “Ler as Escrituras”, A Liahona, março de 1980, p. 93).
Notas
1. Thomas S. Monson, em Sheri L. Dew, 3. “O Poder da Palavra”, p. 81.
Ezra Taft Benson: A Biography, 1987, 4. “O Poder da Palavra”, p. 81.
pp. 487–488.
5. “O Poder da Palavra”, p. 81.
2. “O Poder da Palavra”, A Liahona, julho
de 1986, p. 81.

133
O Profeta Joseph Smith disse que o Livro de Mórmon
é “a pedra angular de nossa religião”.

134
C A P Í T U L O 9

O Livro de Mórmon — Pedra


Angular de Nossa Religião

“Não existe dentro de nosso coração algo que


anseia por se aproximar de Deus? (…) Se é esse
o caso, então o Livro de Mórmon nos ajudará a
consegui-­lo, mais do que qualquer outro livro.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E m 5 de janeiro de 1986, o Presidente Ezra Taft Benson presidiu


uma conferência de estaca em Annandale, Virgínia — sua primeira
conferência de estaca como Presidente da Igreja. Os santos dos
últimos dias na congregação estavam “visivelmente emocionados”
ao ouvi-­lo. Em seu discurso, “ele prestou testemunho do poder que
o Livro de Mórmon tem de mudar vidas e levar as pessoas a Cristo”.
Ele fez a todos um “desafio entusiástico [para] lerem esse livro de
escrituras”.1
Essa mensagem não era novidade no ministério do Presidente
Benson. Como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ele incen-
tivava frequentemente os santos dos últimos dias a estudar o Livro
de Mórmon e a seguir seus ensinamentos.2 Mas, como Presidente
da Igreja, foi inspirado a enfatizar ainda mais essa mensagem. Ele
disse: “O Senhor inspirou Seu servo Lorenzo Snow a reenfatizar o
princípio do dízimo para redimir a Igreja da servidão financeira.
(…) Hoje, em nossos dias, o Senhor revelou a necessidade de reen-
fatizar o Livro de Mórmon”.3 O Presidente Benson testificava sobre
o Livro de Mórmon onde quer que estivesse: nas reuniões missioná-
rias, nas conferências regionais e de estaca, nas conferências gerais
e nas reuniões com as Autoridades Gerais.4
Em seu primeiro discurso na conferência geral como Presidente
da Igreja, o Presidente Benson falou sobre uma das razões para a

135
C ap í t u l o 9

urgência dessa mensagem. “A menos que leiamos o Livro de Mór-


mon e demos ouvido a seus ensinamentos”, advertiu, “o Senhor
afirmou na seção 84 de Doutrina e Convênios que a Igreja como
um todo estaria sob condenação: ‘E essa condenação encontra-­se
sobre os filhos de Sião, sim, sobre todos’ (D&C 84:56). O Senhor
continua: ‘E eles permanecerão sob essa condenação até que se
arrependam e se lembrem do novo convênio, sim, o Livro de Mór-
mon e os mandamentos anteriores que lhes dei, não somente por
palavras, mas agindo de acordo com o que escrevi’ (D&C 84:57)”.5
As citações a seguir, extraídas de diversos sermões do Presidente
Benson como Presidente da Igreja, são exemplos da advertência e
das promessas relacionadas ao Livro de Mórmon:
“Agora precisamos não só falar mais sobre o Livro de Mórmon,
mas também precisamos fazer mais com ele. Por quê? O Senhor res-
ponde: ‘Para que produzam frutos dignos do reino de seu Pai; caso
contrário, há um flagelo e julgamento a derramar-­se sobre os filhos
de Sião’ (D&C 84:58). Nós já sentimos esse flagelo e julgamento!
(…) O Livro de Mórmon não tem sido e ainda não é o ponto
central de nosso estudo pessoal, nosso ensino no lar, nossa prega-
ção e nosso trabalho missionário. Devemos nos arrepender disso”.6
“Não temos usado o Livro de Mórmon como deveríamos. Nosso
lar não é forte o suficiente, a menos que o usemos para trazer nos-
sos filhos a Cristo. Nossa família pode se corromper com as tendên-
cias e os ensinamentos mundanos, a menos que saibamos usar o
livro para expor e combater a falsidade. (…) Nossos missionários
não são eficazes, a menos que o usem [para ensinar]. Os conversos
sociais, éticos, culturais ou educacionais não sobreviverão às provas
de sua fé, a menos que suas raízes se aprofundem na plenitude do
evangelho contida no Livro de Mórmon. As aulas na Igreja não são
cheias do Espírito a menos que o usemos sempre como padrão.” 7
“Eu os abençoo com uma compreensão cada vez maior do Livro
de Mórmon. Prometo-­lhes que, a partir deste momento, se nos
nutrirmos diariamente de suas páginas e vivermos conforme seus
preceitos, Deus derramará sobre cada filho de Sião e sobre a Igreja
uma bênção tal como nunca se viu — e imploraremos ao Senhor

136
C ap í t u l o 9

que comece a suspender aquela condenação — um flagelo e jul-


gamento. Disso presto solene testemunho.” 8
“Não sei exatamente por que Deus preservou minha vida até esta
idade, mas de uma coisa eu sei: Que para um tempo como este
Ele me revelou a absoluta necessidade de divulgarmos o Livro de
Mórmon doravante de uma forma maravilhosa. Vocês devem ajudar
a realizar essa tarefa e essa bênção que Ele disponibilizou para toda
a Igreja, sim, para todos os filhos de Sião.
Moisés não entrou na terra prometida. Joseph Smith não viu Sião
redimida. Alguns de nós não viveremos o suficiente para ver o dia
em que o Livro de Mórmon inundará a Terra ou o dia em que o
Senhor suspenderá Sua condenação (ver D&C 84:54–58). Mas, se
for Sua vontade, tenciono passar o resto de meus dias trabalhando
nesse glorioso empenho.” 9

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Livro de Mórmon é a pedra angular de nossa religião.
Qual é a importância do Livro de Mórmon? Joseph Smith o cha-
mou de “pedra angular de nossa religião” (History of the Church,
vol. 4, p. 461). “Tirando o Livro de Mórmon e as revelações”, disse
ele, “onde estará nossa religião? Não temos nada” (History of the
Church, vol. 2, p. 52). 10
A pedra angular é a pedra central de um arco. Ela mantém as
outras pedras no lugar e, se for removida, o arco desmorona.
(…) Assim como o arco desmorona se a pedra angular for remo-
vida, também toda a Igreja permanece de pé ou não em função da
veracidade do Livro de Mórmon. Os inimigos da Igreja compreen-
dem isso muito bem. É por isso que não medem esforços para
contestar o Livro de Mórmon, pois, caso venha a ser desacreditado,
o Profeta Joseph Smith também o será. Assim também será desacre-
ditada nossa afirmação de que possuímos as chaves do sacerdócio,
recebemos revelação e somos a Igreja restaurada. Porém, da mesma
forma, se o Livro de Mórmon for verdadeiro — e milhões de pes-
soas afirmam ter recebido o testemunho do Espírito quanto à sua

137
C ap í t u l o 9

veracidade —, então será preciso aceitar a Restauração e tudo o


mais que a acompanha.11
Talvez não exista nada que testifique mais claramente sobre a
importância desse livro moderno de escrituras do que a afirmação
do próprio Senhor:
Por Sua própria boca, Ele prestou testemunho de que (1) é verda-
deiro (D&C 17:6); (2) contém a verdade e a palavra de Deus (D&C
19:26); (3) foi traduzido pelo poder do alto (D&C 20:8); (4) contém
a plenitude do evangelho de Jesus Cristo (D&C 20:9; 42:12); (5) foi
dado por inspiração e conferido pelo ministério de anjos (D&C
20:10); (6) dá prova de que as santas escrituras são verdadeiras
(D&C 20:11) e (7) aqueles que [o] receberem com fé receberão vida
eterna (D&C 20:14).12

2
O Livro de Mórmon testifica de Jesus Cristo
e nos aproxima mais de Deus.
A missão principal do Livro de Mórmon, como está registrada na
página de rosto, é “convencer os judeus e os gentios de que Jesus é
o Cristo, o Deus eterno, que Se manifesta a todas as nações”.
Aquele que busca honestamente a verdade pode obter um teste-
munho de que Jesus é o Cristo ao ponderar em espírito de oração
sobre as palavras inspiradas do Livro de Mórmon.13
Será que nos lembramos do novo convênio, sim, o Livro de Mór-
mon? Na Bíblia, temos o Velho Testamento e o Novo Testamento.
A palavra testamento é a tradução de uma palavra grega que tam-
bém pode ser traduzida como convênio. Seria isso o que o Senhor
quis dizer ao chamar o Livro de Mórmon de “novo convênio”? Ele
é de fato outro testamento ou testemunha de Jesus. Esse é um dos
motivos pelos quais adicionamos recentemente as palavras “Outro
Testamento de Jesus Cristo” ao título do Livro de Mórmon. (…)
O Livro de Mórmon é a pedra angular de nosso testemunho
de Cristo que, por Sua vez, é a pedra angular de tudo o que faze-
mos. O livro presta testemunho da realidade de Cristo com poder
e clareza. Diferentemente da Bíblia, que passou por gerações de
copistas, tradutores e religiosos corruptos que adulteraram o texto,

138
C ap í t u l o 9

No Livro de Mórmon, o testemunho que o livro presta do


Mestre é “claro, inalterado e cheio de poder”.

o Livro de Mórmon passou do escritor ao leitor em uma única fase


inspirada de tradução. Assim, seu testemunho do Mestre é claro,
inalterado e cheio de poder. Mas ele faz ainda mais. A maioria do
mundo cristão atual rejeita a divindade do Salvador. As pessoas
questionam Seu nascimento miraculoso, Sua vida perfeita e a reali-
dade de Sua gloriosa Ressurreição. O Livro de Mórmon ensina, em
termos claros e inconfundíveis, a verdade de tudo isso. Também
oferece a explicação mais completa da doutrina da Expiação. Na
verdade, esse livro divinamente inspirado é uma pedra angular no
testemunho que prestamos ao mundo de que Jesus é o Cristo.14
O Profeta Joseph Smith (…) declarou: “Eu disse aos irmãos que
o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e
a pedra angular de nossa religião; e que, seguindo seus preceitos,
o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de
qualquer outro livro” (History of the Church, vol. 4, p. 461). (…)
Não existe dentro de nosso coração algo que anseia por se apro-
ximar de Deus, ser mais semelhantes a Ele em nosso viver e sentir
Sua presença conosco constantemente? Se esse é o caso, então o

139
C ap í t u l o 9

Livro de Mórmon nos ajudará a consegui-­lo, mais do que qualquer


outro livro. (…)
Nosso amado irmão, o Presidente Marion G. Romney, (…) que
conhece, por si mesmo, o poder existente nesse livro, testificou a
respeito das bênçãos recebidas por aqueles que o leem e o estu-
dam. Ele disse:
“Estou certo de que, se nós, os pais, em nosso lar, lermos fer-
vorosa e regularmente o Livro de Mórmon, tanto individualmente
como com nossos filhos, o espírito desse grande livro permeará
nosso lar e todos os que nele habitam. O espírito de reverência
aumentará, e crescerão o respeito e a consideração de uns para
com os outros. O espírito de contenda se afastará. Os pais acon-
selharão os filhos com mais amor e sabedoria. Os filhos reagirão
melhor e serão mais submissos aos conselhos de seus pais. Haverá
maior retidão. A fé, a esperança e a caridade — o puro amor de
Cristo — serão abundantes em nosso lar e em nossa vida, trazendo
consigo paz, alegria e felicidade” (“O Livro de Mórmon”, A Liahona,
outubro de 1980, p. 106).
Tais promessas — mais amor e harmonia no lar, mais respeito
entre pais e filhos, mais espiritualidade e retidão — não são pro-
messas vãs, mas exatamente o que quis dizer o Profeta Joseph
Smith quando afirmou que o Livro de Mórmon nos aproximaria
mais de Deus.15

3
O Livro de Mórmon ensina a verdadeira
doutrina, confunde as doutrinas falsas
e expõe os inimigos de Cristo.
O próprio Senhor declarou que o Livro de Mórmon contém a
“plenitude do evangelho de Jesus Cristo” (D&C 20:9). Isso não sig-
nifica que ele contenha todos os ensinamentos e todas as doutrinas
já reveladas. Mais exatamente, significa que no Livro de Mórmon
encontramos a plenitude das doutrinas requeridas para nossa sal-
vação. E são ensinadas de maneira clara e simples, para que até as
crianças possam aprender os caminhos da salvação e da exaltação.
O Livro de Mórmon oferece tanto que amplia nosso entendimento

140
C ap í t u l o 9

das doutrinas de salvação. Sem ele, muito do que é explanado em


outras escrituras não seria, de modo algum, tão claro e precioso.16
No que se refere à pregação do evangelho, o Livro de Mórmon
contém a explicação mais clara, mais concisa e mais completa.
Nenhum outro registro se compara a este. Em que outro registro
seria possível encontrar uma compreensão tão completa da natu-
reza da Queda, da natureza da morte física e espiritual, da doutrina
da Expiação, da doutrina da justiça e da misericórdia, relacionada
à Expiação, e dos princípios e ordenanças do evangelho? O Livro
de Mórmon contém o relato mais abrangente dessas doutrinas
fundamentais.17
O Livro de Mórmon (…) comprova os escritos da Bíblia e escla-
rece muito a seu respeito. Ele remove obstáculos e restaura muitas
coisas simples e preciosas. Testificamos que, quando usados em con-
junto, a Bíblia e o Livro de Mórmon confundem as falsas doutrinas,
acabam com as contendas e estabelecem a paz (ver 2 Néfi 3:12).18
Deveríamos conhecer o Livro de Mórmon melhor do que qual-
quer outro livro. Deveríamos não só conhecer os fatos históricos
e os relatos inspiradores nele contidos, mas também compreender
seus ensinamentos. Se fizermos de fato tudo o que devemos fazer
e encararmos o Livro de Mórmon do ponto de vista doutrinário,
seremos capazes de expor os erros e encontrar as verdades para
combater muitas das atuais teorias e filosofias falsas dos homens.
Já percebi que na Igreja existe uma diferença no discernimento,
na visão, convicção e no espírito daqueles que conhecem e amam
o Livro de Mórmon e daqueles que não o conhecem nem o amam.
Esse livro é um grande separador.19
O Livro de Mórmon expõe os inimigos de Cristo. Ele refuta as
doutrinas falsas e apazigua contendas (ver 2 Néfi 3:12). Fortalece os
humildes seguidores de Cristo contra os desígnios, as estratégias e
as doutrinas malignas do diabo em nossos dias. O tipo de apóstatas
mostrado no Livro de Mórmon é semelhante ao que encontramos
hoje. Deus, em Sua infinita sabedoria, moldou o Livro de Mórmon
de modo a permitir-­nos perceber o que é errado e combater os
conceitos falsos existentes em nossa época no campo da educação,
política, religião e filosofia.20

141
C ap í t u l o 9

4
Doutrina e Convênios é o elo entre o Livro de
Mórmon e a obra contínua da Restauração.
Gostaria de falar especialmente a respeito do Livro de Mórmon
e de Doutrina e Convênios. Esses dois grandes livros de escritura
moderna apoiam-­se mutuamente como revelações do Deus de
Israel, cujo propósito é a reunião e preparação de Seu povo para a
Segunda Vinda do Senhor. (…)
O Senhor disse ao Profeta Joseph Smith: “Esta geração, porém,
receberá minha palavra por teu intermédio” (D&C 5:10). O Livro
de Mórmon e Doutrina e Convênios fazem parte do cumprimento
dessa promessa. Juntas, essas duas obras grandiosas de escritura
trazem bênçãos extraordinárias a esta geração. (…)
Cada um desses dois grandes livros de escrituras modernas
presta vigoroso e eloquente testemunho do Senhor Jesus Cristo.
Praticamente todas as páginas de ambos os livros nos ensinam
a respeito do Mestre — Seu imenso amor por Seus filhos e Seu
Sacrifício Expiatório — e nos ensinam a viver de modo a podermos
voltar à presença Dele e do Pai Celestial.
Cada um desses dois grandes livros de escrituras modernas con-
tém o conhecimento e o poder de ajudar-­nos a viver melhor em
um tempo de grande maldade e iniquidade. Aqueles que examinam
suas páginas cuidadosa e fervorosamente encontrarão consolo, con-
selho, orientação e o calmo poder de aprimorar sua vida.21
Doutrina e Convênios é o elo entre o Livro de Mórmon e a obra
contínua da Restauração por meio do Profeta Joseph Smith e de
seus sucessores.
Em Doutrina e Convênios, aprendemos acerca do trabalho do
templo, das famílias eternas, dos graus de glória, da organização da
Igreja e de muitas outras verdades grandiosas da Restauração. (…)
O Livro de Mórmon é a “pedra angular” de nossa religião, e
Doutrina e Convênios é seu “pináculo”, com a continuidade das
revelações modernas. O Senhor manifestou Sua aprovação quanto
à pedra angular e quanto ao pináculo.22
Doutrina e Convênios é um livro glorioso de escrituras espe-
cialmente direcionado para nossa geração. Ele contém a vontade

142
C ap í t u l o 9

do Senhor para nós nestes últimos dias que antecedem a Segunda


Vinda de Cristo. Contém muitas verdades e doutrinas que não foram
plenamente reveladas em outras escrituras. Assim como o Livro de
Mórmon, ele fortalecerá aqueles que estudam cuidadosa e fervoro-
samente suas páginas.
Será que nós, os santos do Deus Altíssimo, valorizamos a pala-
vra que Ele preservou para nós a um custo tão elevado? Será que
estamos usando esses livros de revelações modernas para abençoar
nossa vida e resistir aos poderes daquele ser maligno? Esse é o pro-
pósito para o qual foram concedidos. Como não nos sentiríamos
em condenação diante do Senhor se os tratamos com leviandade,
deixando-­os na estante apenas acumulando poeira?
Meus amados irmãos e irmãs, presto-­lhes meu solene testemunho
de que esses livros contêm a mente e a vontade do Senhor para
nós nesses dias de provação e tribulação. Eles se erguem ao lado
da Bíblia para prestar testemunho do Senhor e de Sua obra. Esses
livros contêm a voz do Senhor para nós nestes últimos dias. Que
nos voltemos para eles de todo o coração e os usemos da maneira
que o Senhor deseja que sejam usados. 23

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Ao ler os ensinamentos do Presidente Benson quanto ao Livro
de Mórmon ser a pedra angular de nossa religião (ver seção 1),
reflita sobre a importância que você dá a ele. O que podemos
fazer para tornar o Livro de Mórmon prioridade em nosso esforço
de viver o evangelho?
• O Presidente Benson disse que o Livro de Mórmon testifica de
Jesus Cristo e nos aproxima mais de Deus (ver seção 2). Cite
algumas coisas que você aprendeu a respeito do Salvador
durante seu estudo pessoal do Livro de Mórmon. De que maneira
o Livro de Mórmon aproximou mais você e sua família de Deus?
• Por que deveríamos “conhecer o Livro de Mórmon melhor do
que qualquer outro livro”? De que maneira as doutrinas contidas
no Livro de Mórmon fortaleceram você contra as “doutrinas do
diabo em nossos dias”? (Ver seção 3.)

143
C ap í t u l o 9

• De que maneira o Livro de Mórmon e Doutrina e Convênios


trabalham juntos para nos fortalecer? (Ver seção 4.)
Escrituras Relacionadas
Isaías 29:9–18; 1 Néfi 13:35–41; 2 Néfi 25:23, 26; 29:6–9; D&C
1:17–29
Auxílio Didático
“A maioria dos manuais tem sugestões de perguntas para iniciar e
manter discussões. Você pode usá-­las ou elaborar as suas próprias.
Faça perguntas que ensejem comentários inteligentes e ajudem as
pessoas a realmente refletir sobre o evangelho” (Ensino, Não Há
Maior Chamado, 2009, p. 63).
Notas
1. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- de 1987, p. 3; republicado em outubro
graphy, 1987, p. 489. de 2011, p. 53.
2. Ver, por exemplo: “O Livro de Mór- 12. Ver “O Livro de Mórmon — Pedra
mon É a Palavra de Deus”, A Liahona, Angular de Nossa Religião”, p. 3.
agosto de 1975, p. 31; republicado em 13. “Vinde a Cristo”, A Liahona, janeiro
maio de 1988, p. 2; “Uma Nova Teste- de 1988, p. 82.
munha de Cristo”, A Liahona, janeiro
de 1985, p. 5; ver também Ezra Taft 14. Ver “O Livro de Mórmon — Pedra
Benson: A Biography, pp. 491–493. Angular de Nossa Religião”, p. 3.
3. “Uma Sagrada Responsabilidade”, A 15. Ver “O Livro de Mórmon — Pedra
Liahona, julho de 1986, p. 79; ver Angular de Nossa Religião”, p. 3. O
também Ensinamentos dos Presidentes Presidente Marion G. Romney foi con-
da Igreja: Lorenzo Snow, 2012, pp. selheiro na Primeira Presidência de
159–163. julho de 1972 a novembro de 1985.
4. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, p. 16. “O Livro de Mórmon — Pedra Angular
495. de Nossa Religião”, p. 3.
5. “Limpar o Vaso Interior”, A Liahona, 17. The Teachings of Ezra Taft Benson,
julho de 1986, p. 3. 1988, p. 56.
6. “Limpar o Vaso Interior”, p. 3. 18. Ver “Uma Nova Testemunha de Cristo”,
p. 5.
7. “O Livro de Mórmon É a Palavra de
Deus”, A Liahona, maio de 1988, p. 2. 19. “Jesus Cristo — Dádivas e Expectati-
vas”, A Liahona, dezembro de 1987,
8. “Uma Sagrada Responsabilidade”, A p. 3.
Liahona, julho de 1986, p. 79; itálicos
removidos do original. 20. “O Livro de Mórmon É a Palavra de
Deus”, A Liahona, maio de 1988, p. 2.
9. “Inundar a Terra com o Livro de Mór-
mon”, A Liahona, janeiro de 1989, p. 3. 21. “A Dádiva da Revelação Moderna”,
A Liahona, janeiro de 1987, p. 79.
10. “Uma Nova Testemunha de Cristo”,
p. 5. 22. “O Livro de Mórmon e Doutrina e
Convênios”, A Liahona, julho de 1987,
11. “O Livro de Mórmon — Pedra Angular p. 83.
de Nossa Religião”, A Liahona, janeiro
23. “A Dádiva da Revelação Moderna”,
p. 79.

144
C A P Í T U L O 1 0

Inundar a Terra e Nossa Vida


com o Livro de Mórmon

“Existe um poder [no Livro de Mórmon] que começa


a fluir para nossa vida no momento em que
iniciamos um estudo sério de seu conteúdo.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

N a conferência geral de abril de 1989, o Presidente Thomas S.


Monson leu uma mensagem do Presidente Ezra Taft Benson para
as crianças da Igreja. Nessa mensagem, o Presidente Benson disse:
“Sei que estão lendo o Livro de Mórmon, pois recebi centenas
de cartas suas em que vocês me dizem que estão lendo esse livro
sagrado. Choro de alegria quando alguém me diz isso. (…)
Como estou feliz por saber que vocês amam o Livro de Mórmon!
Eu também o amo, e o Pai Celestial deseja que continuem a apren-
der com o Livro de Mórmon todos os dias. Esse livro é uma dádiva
especial do Pai Celestial para vocês. Se seguirem o que ele ensina,
aprenderão a fazer a vontade de nosso Pai Celeste”.1
Na Igreja como um todo, os santos dos últimos dias seguiram
esse conselho de seu profeta. Os relatos que se seguem são exem-
plos das bênçãos recebidas por aqueles que aceitaram o desafio
do Presidente Benson de “inundar a Terra e [a própria] vida com o
Livro de Mórmon”.2
“‘Ele só pode estar brincando!’ pensou Margo Merrill (…) quando
ouviu o Presidente Ezra Taft Benson pedir que os pais lessem o
Livro de Mórmon com os filhos. ‘Meus filhos têm apenas seis, cinco
e dois anos de idade. Só vou perder meu tempo e minha paciência.’
Mas o irmão e a irmã Merrill decidiram tentar fazer a leitura do
Livro de Mórmon com os filhos assim mesmo. Quando chegaram

145
C ap í t u l o 1 0

Milhões já se aproximaram de Cristo graças às verdades


contidas no livro que Morôni entregou a Joseph Smith.

146
C ap í t u l o 1 0

à história de Néfi e seu arco quebrado, a pequena Melissa, de seis


anos, teve pneumonia e ficou de cama.
‘Melissa me implorou que a deixasse ir à escola, embora estivesse
enferma’, [disse] Margo. ‘Ela disse que, se não fosse, sua amiguinha
Pamela — que pertencia a outra denominação religiosa — não fica-
ria sabendo o que aconteceu a Néfi. Soluçando, Melissa me abraçou
com força. Enxuguei suas lágrimas e sugeri que ela telefonasse para
Pamela e lhe contasse o que aconteceu a Néfi.
‘Ao ouvir Melissa contar com tantos detalhes o incidente do arco
quebrado de Néfi, lembrei-­me do que havia pensado antes, sobre
perder meu tempo e minha paciência com a leitura do Livro de
Mórmon para meus filhos pequenos. Como eu havia subestimado
a capacidade deles de aprender as lições do Livro de Mórmon!’” 3
Howard J. McOmber II refletiu muito sobre a exortação do Pre-
sidente Benson de inundar a Terra com o Livro de Mórmon. Ele se
perguntava: “De que maneira eu, uma pessoa só, poderia contribuir
significativamente para essa inundação?”
“Então, certa noite”, disse ele, “enquanto ponderava sobre esse
problema, percebi que poderia dar a cada morador da minha rua a
oportunidade de receber um exemplar do Livro de Mórmon.
Só havia um problema: eles me conheciam. Eles conheciam meu
cão, que latia a toda hora — inclusive de madrugada. Eles conhe-
ciam meu jardim, que não era exatamente o mais bonito da vizi-
nhança. E também conheciam minha ineficácia como bom vizinho;
provavelmente rejeitariam minha oferta.
Decidi exercer fé e prosseguir com minha intenção. Eu lhes ofe-
receria o livro, mesmo que eles o atirassem longe ou o deixassem
acumulando pó na estante durante anos. Mesmo sendo uma visão
pessimista, estava quase totalmente convencido de que meu esforço
não daria nenhum resultado.
Foi então que me ocorreu que eu conhecia meus vizinhos tão
bem quanto eles me conheciam. Uns tinham contado piadas de
gosto questionável na mais recente reunião de desenvolvimento
da comunidade, e outros tinham bebido bastante no último chur-
rasco do bairro. Alguns aparentavam não ter muito propósito na
vida. Pensei no que poderia ter acontecido comigo se eu não fosse

147
C ap í t u l o 1 0

membro da Igreja ou se nunca tivesse ouvido falar no Livro de


Mórmon. Obviamente, esse livro poderia ajudar aqueles que o ten-
tassem ler.
Assim, conversei com todos os moradores da minha rua e ofe-
reci a eles um exemplar do Livro de Mórmon — e todos eles me
agradeceram! Deu tão certo que fui para a rua seguinte, concluí a
distribuição e, depois, fiz o mesmo na rua além daquela. Ao termi-
nar, tinha visitado 104 casas e entregado 40 livros!
Ficou mais fácil oferecer exemplares do Livro de Mórmon aos
meus conhecidos.
Por fim, entreguei exemplares do Livro de Mórmon aos 75 fun-
cionários da empresa onde eu trabalhava. Vinte e três concordaram
em receber a visita dos missionários. Sete deles foram batizados,
e quatro dentre os filhos de meus colegas também se filiaram à
Igreja. Certo homem participou de duas aulas com os missionários,
mas depois perdeu interesse pela Igreja. Sete meses mais tarde,
depois de ter ido trabalhar em outra companhia, ele me telefonou
para dizer que estivera lendo o Livro de Mórmon e sentira o toque
manso e delicado do Espírito, tal como eu lhe havia descrito. Ele
também, depois de concluir as palestras missionárias, foi batizado.
Adoro o Livro de Mórmon! Penso nele como o cartão de visita
do Senhor, e fiquei maravilhado com a facilidade de iniciar uma
inundação espiritual com ele numa escala pessoal. Quando fazemos
a obra do Senhor, Ele nos ajuda”.4
Outro membro falou da transformação ocorrida no próprio tes-
temunho depois de seguir o conselho do Presidente Benson de ler
o Livro de Mórmon: “Quando o Presidente Benson nos desafiou a
ler o Livro de Mórmon, eu tinha 15 anos de idade. Até então, era
um leitor fiel das escrituras, principalmente do Novo Testamento.
Mas depois do incentivo do Presidente Benson, comecei a estudar
o Livro de Mórmon todos os dias. Foi um momento decisivo em
minha vida. O Novo Testamento tinha-­me ensinado a respeito do
ministério terreno de Jesus Cristo, e serei eternamente grato por
isso. Mas eu necessitava do aprofundamento que adveio com o
estudo do Livro de Mórmon. Embora a Bíblia tenha-­me ajudado a
saber o que Jesus fez pelo povo na Terra Santa, o Livro de Mórmon

148
C ap í t u l o 1 0

abriu meu entendimento para o que Ele fez especificamente por


mim. Graças ao estudo do Livro de Mórmon, recebi um testemunho
da infinita Expiação do meu Salvador. E mais tarde, ao me defrontar
com as crises que testaram minha fé, foi no Livro de Mórmon que
encontrei consolo e forças. Hoje, não se passa um dia sequer sem
que eu leia o Livro de Mórmon”.5

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Livro de Mórmon foi escrito para nós.
O Livro de Mórmon (…) foi escrito para os nossos dias. Os nefi-
tas nunca tiveram acesso a esse livro, tampouco os lamanitas da
antiguidade. Ele foi redigido para nós. Mórmon escreveu perto do
fim da civilização nefita. Sob a inspiração de Deus, que vê todas as
coisas desde o princípio, ele resumiu séculos de registros e esco-
lheu as histórias, os discursos e os acontecimentos que nos seriam
mais úteis.
Cada um dos grandes autores do Livro de Mórmon testificou que
escreveu para as gerações futuras. (…) Se eles viram nossa época
e escolheram coisas que seriam de maior valor para nós, isso não
deve nos motivar em nossa maneira de estudar o Livro de Mórmon?
Devemos indagar-­nos constantemente: “Por que o Senhor inspirou
Mórmon (ou Morôni, ou Alma) a incluir isto em seu registro? Que
lição posso aprender com isto que me ajudará a viver nesta época?”
E há numerosos exemplos de como essa pergunta pode ser
respondida. Encontramos, por exemplo, no Livro de Mórmon um
modelo para nos prepararmos para a Segunda Vinda. Grande parte
do livro aborda as poucas décadas que antecedem a vinda de Cristo
à América. Um estudo criterioso desse período nos permite deter-
minar por que algumas pessoas foram destruídas nos terríveis juízos
que precederam Sua vinda e o que levou outras a permanecerem
no templo, na terra de Abundância, e tocarem as feridas das mãos
e dos pés Dele.
No Livro de Mórmon, aprendemos como os discípulos de Cristo
vivem em época de guerra. No Livro de Mórmon, vemos os males
advindos das combinações secretas descritos com um realismo

149
C ap í t u l o 1 0

explícito e assustador. No Livro de Mórmon, achamos lições para


lidarmos com a perseguição e a apostasia. Aprendemos muito sobre
como fazer a obra missionária. E, mais do que qualquer outra coisa,
vemos no Livro de Mórmon os perigos do materialismo e de colo-
carmos o coração nas coisas do mundo. Alguém poderia duvidar
de que esse livro foi escrito para nós e de que nele achamos grande
poder, consolo e proteção? 6

2
Ao estudarmos diariamente o Livro de Mórmon,
o poder desse livro fluirá para nossa vida.
O Livro de Mórmon nos ensina não apenas a verdade, embora
ele verdadeiramente o faça. O Livro de Mórmon não apenas presta
testemunho de Cristo, embora ele realmente o faça também. Há
algo mais. Existe um poder no livro que começa a fluir para nossa
vida no momento em que iniciamos um estudo sério de seu con-
teúdo. Vocês descobrirão maior poder para resistir à tentação.
Encontrarão mais poder para evitar as dissimulações. Encontrarão
poder para permanecer no caminho reto e estreito. As escrituras
são chamadas de “palavras de vida” (D&C 84:85), e em nenhum
outro lugar isso é mais verdadeiro do que no Livro de Mórmon.
Ao começarem a ter fome e sede dessas palavras, descobrirão vida
cada vez mais abundante.7
Os homens podem enganar uns aos outros, mas Deus não
engana os homens. Por isso, o Livro de Mórmon apresenta o melhor
meio para determinar sua veracidade, isto é, ler e, depois, perguntar
a Deus se ele é verdadeiro (ver Morôni 10:4). (…)
Esta é, pois, a suprema garantia para o coração honesto — saber,
por revelação pessoal de Deus, que o Livro de Mórmon é verda-
deiro. Milhões de pessoas o colocaram à prova e já sabem; e muitos
milhões ainda saberão.
Ora, o espírito, tanto quanto o corpo, precisa de nutrição cons-
tante. A refeição feita ontem não supre a necessidade de hoje. Da
mesma forma, uma leitura inconstante do “mais correto de todos os
livros da Terra”, como Joseph Smith o chamou, não basta (History
of the Church, vol. 4, p. 461).

150
C ap í t u l o 1 0

Assim como nem todas as verdades têm igual valor, o mesmo se


dá com as escrituras. O que haveria de melhor para nutrir o espírito
do que banquetear-­se frequentemente com o livro que, segundo o
Profeta Joseph Smith, levaria um homem a “aproximar-­se mais de
Deus seguindo seus preceitos do que os de qualquer outro livro”?
(History of the Church, vol. 4, p. 461.)8
Nossa reação a esse livro terá consequências eternas? Sim, seja
para nossa bênção, seja para nossa condenação.
Todo santo dos últimos dias deveria fazer do estudo desse livro um
projeto para toda a vida. Caso contrário, estará colocando sua alma
em risco e negligenciando aquilo que poderia dar unidade espiritual
e intelectual à sua vida inteira. Há uma diferença entre o converso
que está edificado sobre a rocha de Cristo por meio do Livro de
Mórmon e que se agarra à barra de ferro, e aquele que não [está].9
Existe um número crescente de pessoas que foram convencidas,
por meio do Livro de Mórmon, de que Jesus é o Cristo. Agora pre-
cisamos de um número crescente daqueles que usarão o Livro de
Mórmon para comprometer-­se com Cristo. Precisamos estar con-
vencidos e comprometidos.
(…) Amados irmãos e irmãs, que leiamos o Livro de Mórmon e
estejamos convictos de que Jesus é o Cristo. Que leiamos repetida
e continuamente o Livro de Mórmon para podermos mais plena-
mente vir a Cristo, comprometer-­nos com Ele, centrar-­nos Nele e
ser consumidos Nele.
Deparamo-­nos com o adversário todos os dias. Os desafios
do nosso tempo não têm rival no passado, e esses desafios serão
cada vez maiores tanto espiritual como materialmente. Precisamos
aproximar-­nos de Cristo; precisamos diariamente tomar sobre nós
o Seu nome, recordá-­Lo sempre e guardar os mandamentos que
Ele nos deu.10

3
Precisamos inundar a Terra e nossa
vida com o Livro de Mórmon.
Precisamos ter nosso próprio testemunho do Livro de Mórmon
por meio do Espírito Santo. Nosso testemunho, aliado ao Livro de

151
C ap í t u l o 1 0

“Tenho a visão da Terra sendo inundada com o Livro de Mórmon.”

Mórmon, deve ser compartilhado com outras pessoas, para que


elas também possam saber de sua veracidade por meio do Espírito
Santo.11
Já imaginaram o que aconteceria com um número sempre cres-
cente de exemplares do Livro de Mórmon nas mãos de um número
sempre crescente de missionários que sabem como usá-­lo e que
são nascidos de Deus? Quando isso acontecer, haverá a abundante
colheita de almas que o Senhor prometeu.12
Tenho a seguinte convicção: Quanto mais ensinarmos e pregar-
mos com base no Livro de Mórmon, mais agradaremos ao Senhor
e maior será o nosso poder de convencimento. Ao fazer isso,
aumentaremos muito o número de conversos, tanto dentro da Igreja
quanto entre aqueles a quem pregamos. (…) Nossa comissão, pois,
é ensinar os princípios do evangelho que se encontram na Bíblia e
no Livro de Mórmon. “E estes serão seus ensinamentos, conforme
forem dirigidos pelo Espírito” (D&C 42:13).13

152
C ap í t u l o 1 0

O Livro de Mórmon é o instrumento escolhido por Deus para


“[varrer] a Terra, como um dilúvio, a fim de reunir [Seus] eleitos”
(Moisés 7:62). Esse sagrado livro de escrituras precisa tornar-­se
mais importante em nossa pregação, em nosso ensino e em nosso
trabalho missionário.
(…) Nesta era de meios de comunicação eletrônicos e de dis-
tribuição maciça da palavra impressa, Deus nos responsabilizará
se não propagarmos o Livro de Mórmon de maneira monumental.
Nós temos o Livro de Mórmon, temos os membros, temos os
missionários e temos os recursos; o mundo tem a necessidade. A
hora é agora!
Meus amados irmãos e irmãs, mal podemos imaginar o poder do
Livro de Mórmon ou o papel divino que ele tem a desempenhar ou
a extensão que ele precisa alcançar. (…)
Lanço a todos nós o desafio de considerar fervorosamente os
passos que precisamos dar pessoalmente para trazer esse novo
testamento de Cristo mais plenamente a nossa vida e a um mundo
que precisa dele tão desesperadamente.
Tenho a visão de lares advertidos, aulas estimulantes e púlpitos
inflamados pelo espírito das mensagens do Livro de Mórmon.
Tenho a visão de mestres familiares e professoras visitantes, bis-
pados e presidências de ramo, líderes de estaca e de missão acon-
selhando nosso povo com base no livro mais correto da Terra — O
Livro de Mórmon.
Tenho a visão de artistas transformando em filmes, em peças de
teatro, em obras literárias, em músicas e em pinturas os grandes
temas e personagens do Livro de Mórmon.
Tenho a visão de milhares de missionários entrando no campo
missionário com centenas de passagens memorizadas do Livro de
Mórmon, a fim de saciarem a carência de um mundo espiritual-
mente faminto.
Tenho a visão da Igreja inteira aproximando-­se mais de Deus ao
seguir os preceitos do Livro de Mórmon.
Na verdade, tenho a visão da Terra sendo inundada com o Livro
de Mórmon.14

153
C ap í t u l o 1 0

Elogio vocês, santos fiéis, que se esforçam para inundar a Terra


e a própria vida com o Livro de Mórmon. Não só precisamos conti-
nuar, de maneira monumental, a propagação do Livro de Mórmon,
mas também precisamos levar corajosamente para nossa vida e o
mundo inteiro mais de suas mensagens maravilhosas.15

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Na seção 1, leia novamente o conselho do Presidente Benson
sobre como estudar o Livro de Mórmon. De que maneira esse
conselho nos ajuda a vencer obstáculos? Cite algumas passagens
do Livro de Mórmon que se relacionam com os desafios que
enfrentamos.
• De que maneira você já viu o cumprimento das promessas con-
tidas na seção 2? Cite algumas coisas que podemos fazer para
levar o Livro de Mórmon a pessoas que precisam dessas promes-
sas em sua vida.
• O que você acha que significa “inundar a Terra e [a sua] vida com
o Livro de Mórmon”? (Para exemplos, ver a seção 3.)
Escrituras Relacionadas
2 Néfi 27:22; Mórmon 8:26–41; Morôni 1:4; 10:3–5; ver também
a introdução do Livro de Mórmon
Auxílio de Estudo
Durante seu estudo, “sublinhe e marque palavras ou frases para
diferenciar as ideias de [uma única passagem]. (…) Nas margens,
escreva referências de escrituras que esclareçam a passagem que
você está estudando” (Pregar Meu Evangelho, 2004, p. 23).
Notas
1. “Às Crianças da Igreja”, A Liahona, Verdade no Livro de Mórmon], Ensign,
julho de 1989, p. 89. janeiro de 1996, pp. 10–11.
2. “Acautelai-­vos do Orgulho”, A Liahona, 5. Nome omitido, manuscrito não
julho de 1989, p. 3. publicado.
3. LaRene Gaunt, “Does the Book of Mor- 6. “O Livro de Mórmon — Pedra Angular
mon Count?” [Que Importância Tem o de Nossa Religião”, A Liahona, janeiro
Livro de Mórmon?], Ensign, junho de de 1987; republicado em outubro de
1991, p. 20. 2011, p. 53.
4. Howard J. McOmber II, “Finding Truth 7. Ver “O Livro de Mórmon — Pedra
in the Book of Mormon” [Descobrir a Angular de Nossa Religião, p. 3.

154
C ap í t u l o 1 0

8. “Uma Nova Testemunha de Cristo”, 12. “Nascido de Deus”, A Liahona, outubro


A Liahona, janeiro de 1985, p. 5. de 1989, p. 2.
9. “O Livro de Mórmon É a Palavra de 13. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Deus”, A Liahona, agosto de 1975, p. 1988, p. 58.
31; republicado em maio de 1988, p. 2. 14. “Inundar a Terra com o Livro de Mór-
10. “Vinde a Cristo”, A Liahona, janeiro de mon”, A Liahona, janeiro de 1989, p. 3.
1988, p. 82. 15. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3.
11. “O Livro de Mórmon e Doutrina e
­Convênios”, A Liahona, julho de 1987,
p. 83.

155
Hoje, os santos dos últimos dias reúnem-se no Centro de
Conferências e no mundo inteiro para ouvir o profeta vivo.

156
C A P Í T U L O 1 1

Seguir o Profeta Vivo

“O profeta mais importante, no que nos diz respeito,


é aquele que vive em nossos dias e em nossa época.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

C erta noite, quando Ezra Taft Benson tinha 15 anos de idade,


sentou-­se à mesa de jantar com toda a família para ouvir seu pai ler
uma carta do Presidente Joseph F. Smith e de seus conselheiros na
Primeira Presidência. Em determinado ponto, ele leu: “Aconselha-
mos e incentivamos que a Igreja como um todo passe a realizar uma
‘Noite Familiar’ na qual o pai e a mãe reúnam seus filhos e suas filhas
ao seu redor no lar e lhes ensinem a palavra do Senhor. (…) Se os
santos obedecerem a esse conselho, prometemos grandes bênçãos
como resultado. O amor no lar e a obediência aos pais aumentarão. A
fé se desenvolverá no coração dos jovens de Israel, e eles terão poder
para combater as influências e tentações maléficas que enfrentarem”.1
Tempos depois, o Presidente Benson relembrou: “Quando [meu
pai] terminou de ler a carta, disse: ‘A Presidência falou, e essa é a
palavra do Senhor para nós!’ A partir daquele instante, passamos a
realizar diligentemente as noites familiares no lar de minha infância”.2
Quando o Presidente Benson formou sua família, ele e a esposa
preservaram a tradição que ele aprendeu com os pais. Ele disse:
“Testifico-­lhes, devido a essa experiência [na casa de meus pais]
e às noites em família no meu próprio lar, que grandes bênçãos
espirituais podem ocorrer”.3
Em 1947, a Primeira Presidência orientou os membros da Igreja
a renovar os esforços para realizarem a noite familiar. O Presi-
dente Benson, na época membro do Quórum dos Doze Apóstolos,
enfatizou esse assunto em um discurso da conferência geral. Ele
prestou testemunho de que a família é “uma instituição divina” 4 e

157
C ap í t u l o 1 1

lembrou aos santos as bênçãos que lhes adviriam se seguissem o


conselho do profeta de fortalecer a família e realizar a noite fami-
liar. Ele testificou: “Nossa felicidade nesta vida e na vida futura está
atrelada ao total cumprimento dessa grande responsabilidade. Isso
merece, irmãos e irmãs, nosso planejamento e atenção em espírito
de oração, e tenho certeza absoluta de que disso resultarão grandes
bênçãos; que receberemos grande alegria e satisfação se obedecer-
mos a esse e a todos os outros conselhos da Presidência da Igreja”. 5
Por ter ele mesmo recebido as bênçãos resultantes da obediência
ao conselho dos servos escolhidos do Senhor, Ezra Taft Benson
exortava frequentemente os santos dos últimos dias a dedicar a
máxima atenção ao profeta vivo. Ele prestava vigoroso testemunho
sobre o chamado divino de cada Presidente da Igreja com quem
havia servido.6 Quando o Presidente Spencer W. Kimball, que havia
sido ordenado apóstolo no mesmo dia que o Presidente Benson,
fez seu primeiro discurso como Presidente da Igreja a um grupo de
líderes gerais da Igreja, o Presidente Benson “levantou-­se e, com a
voz embargada pela emoção e expressando o sentimento de todos
os presentes, disse, em essência: ‘Presidente Kimball, em todos os
anos em que estas reuniões foram realizadas, nunca ouvimos um
discurso seu tão eloquente como este que acabamos de ouvir. Em
verdade, existe um profeta em Israel’”.7 E quando esse divino cha-
mado foi feito ao Presidente Benson, depois do falecimento do
Presidente Kimball, ele o aceitou com humildade e determinação.
Ele disse: “Minha mulher, Flora, e eu oramos continuamente para
que os dias do Presidente Kimball se prolongassem neste mundo
e mais um milagre fosse realizado em seu benefício. Agora que o
Senhor falou, faremos o máximo, sob Sua divina orientação, para
levar a obra adiante sobre a Terra”. 8

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Presidente da Igreja é o porta-­voz
do Senhor sobre a Terra.
Aprendam a prestar especial atenção ao profeta. Ele é o porta-­
voz do Senhor e o único homem que conversa com o Senhor em
nossos dias. Coloquem seu conselho inspirado em primeiro lugar.

158
C ap í t u l o 1 1

Usem suas palavras inspiradas como base para avaliar o conselho


de quaisquer outras autoridades. E vivam próximos ao Espírito para
que possam saber a verdade de todas as coisas.9
O porta-­voz e profeta do Senhor sobre a face da Terra nos dias
de hoje recebe sua autoridade por meio de uma linha de profetas
que vai até Joseph Smith, que foi ordenado por Pedro, Tiago e João,
que foram ordenados por Cristo, que foi e é o Cabeça da Igreja, o
Criador deste mundo e o Deus diante de quem todos os homens
terão de prestar contas.10
Esta Igreja não é dirigida pela sabedoria dos homens. Eu sei que
não. O poder e a influência do Deus Todo-­Poderoso dirigem Sua
Igreja.11

2
O profeta mais importante para nós é o profeta vivo.
Deus conhece todas as coisas, o fim desde o começo, e nenhum
homem se torna presidente da Igreja de Jesus Cristo por uma ocor-
rência fortuita ou permanece nesse posto por acaso ou tem sua
jornada interrompida aleatoriamente.
O profeta mais importante, no que nos diz respeito, é aquele
que vive em nossos dias e em nossa época. Esse é o profeta que
recebe hoje as instruções que Deus tem para nós. A revelação que
Deus deu a Adão não instruiu Noé quanto à construção da arca.
Cada geração tem necessidade das antigas escrituras e das escrituras
atuais do profeta vivo. Portanto, a mais crucial leitura e ponderação
que vocês devem fazer são das palavras inspiradas mais recentes do
porta-­voz do Senhor. Por isso é essencial que vocês tenham acesso
a essas palavras e leiam-­nas cuidadosamente. (…)
Graças damos, ó Deus, por um profeta que nos guia no tempo
atual (ver Hinos, nº 9).12
Acautelem-­se daqueles que tentam colocar os profetas mor-
tos contra os profetas vivos, pois os profetas vivos sempre têm
prioridade.13
Cada Presidente foi especialmente escolhido para a época e a
situação que o mundo e a Igreja necessitavam. Todos eles foram
“a pessoa certa na hora certa”, como presenciamos no Presidente

159
C ap í t u l o 1 1

Como Presidente da Igreja, Ezra Taft Benson falava


com grande amor e espírito de urgência.

Spencer W. Kimball. Contemplem o milagre dessa preordenação


e preparação! Embora tenha sido chamado e tenha recebido as
chaves anos antes da época em que vestiu o manto, o Presidente
sempre foi o homem certo no lugar certo para cada época. Esse
milagre por si é uma das provas da divindade da Igreja.14
Pergunto-­lhes: Será que precisamos de um verdadeiro profeta do
Senhor sobre a Terra nos dias de hoje? Será que, nos dias de Noé,
as pessoas precisavam de um profeta que as alertasse espiritual e
materialmente? Se alguém se recusasse a seguir Noé, ter-­se-­ia sal-
vado do dilúvio? Mas a Bíblia nos diz que, nos últimos dias em que
vivemos, a iniquidade das pessoas se tornaria comparável à iniqui-
dade que existia na época de Noé, quando Deus purificou a Terra
por meio do dilúvio (ver Mateus 24:37–39). Será que precisamos
de um profeta nos dias de hoje que nos alerte e nos prepare para a
purificação que Deus prometeu enviar, desta vez pelo fogo? 15
Se quisermos saber qual é nossa situação perante o Senhor,
perguntemo-­nos qual é nossa situação perante Seu representante

160
C ap í t u l o 1 1

mortal. O quanto nossa vida se harmoniza com as palavras do


ungido do Senhor — o Profeta vivo, o Presidente da Igreja — e com
o Quórum da Primeira Presidência? 16

3
O profeta nos diz o que precisamos saber, e não
necessariamente o que queremos saber.
A característica reveladora de um verdadeiro profeta é que ele
declara uma mensagem de Deus. Ele não se escusa pela mensagem
nem teme por quaisquer repercussões sociais que possam levar ao
escárnio e à perseguição.17
Às vezes, há quem pense que seu conhecimento terreno sobre
determinado assunto seja superior ao conhecimento celestial que
Deus concede a Seu profeta quanto ao mesmo assunto. Eles acham
que o profeta precisaria ter as mesmas credenciais ou experiências
terrenas que eles para aceitar qualquer coisa que o profeta tenha
a dizer que possa contradizer sua educação formal. Qual era a
educação formal de Joseph Smith? Não obstante, ele fez revelações
sobre todo tipo de assunto. (…) Nós incentivamos o conhecimento
secular em muitas áreas; mas, se houver algum conflito entre o
conhecimento do mundo e as palavras dos profetas, lembrem-­se
sempre de seguir o profeta e serão abençoados; e o tempo mostrará
que fizeram a escolha certa.
(…) O profeta não precisa dizer “Assim diz o Senhor” para nos
dar uma escritura.
Às vezes, há quem discuta a respeito de palavras. Talvez digam
que o profeta nos deu um conselho, mas não temos obrigação de
segui-­lo a menos que ele declare ser um mandamento. O Senhor
disse sobre o Profeta: “Dareis ouvidos a todas as palavras e manda-
mentos que ele vos transmitir” (D&C 21:4).
(…) O profeta nos diz o que precisamos saber, e não necessaria-
mente o que queremos saber.
“Tu nos tens declarado coisas duras, mais do que somos capazes
de suportar”, reclamaram os irmãos de Néfi. Mas Néfi respondeu-­
lhes, dizendo: “Os culpados consideram, portanto, a verdade dura,
porque penetra-­lhes até o âmago” (1 Néfi 16:1–2).

161
C ap í t u l o 1 1

O Presidente Harold B. Lee disse:


“Talvez nem tudo o que provenha das autoridades da Igreja seja
de seu inteiro agrado. Alguma coisa pode conflitar com seus ideais
políticos, ou contradizer sua visão da sociedade, ou ainda inter-
ferir em parte de sua vida social. (…) A sua segurança e a nossa
dependerá de o seguirmos ou não. (…) Que prestemos especial
atenção no Presidente da Igreja” (Conference Report, outubro de
1970, pp. 152–153).
Todo profeta vivo realmente perturba o mundo. “Até na Igreja”,
disse o Presidente Kimball, “existem muitos que tendem a adornar
o sepulcro dos profetas antigos e a apedrejar mentalmente os que
estão vivos” (Instructor, vol. 95, p. 257).
Por quê? Porque o profeta vivo nos diz exatamente o que precisa-
mos saber hoje, e o mundo prefere que os profetas estejam mortos
ou que cuidem da própria vida. (…)
A maneira como reagimos às palavras de um profeta vivo quando
ele nos diz o que precisamos saber, mas que preferiríamos não
ouvir, é uma prova de nossa fidelidade. (…)
Os instruídos talvez achem que o profeta só esteja inspirado
quando diz o que lhes agrada; senão, o profeta só está dando sua
opinião, falando como homem. Os ricos talvez achem que não
precisam do conselho de um mero profeta. (…)
O profeta não será necessariamente popular no mundo nem
entre os que são do mundo.
Quando o profeta revela a verdade, esta divide o povo. Os de
coração sincero atentam para suas palavras, mas os que não vivem
em retidão ignoram-­nas ou combatem o profeta. Quando ele res-
salta os pecados do mundo, os mundanos querem calar sua boca
ou então agem como se ele não existisse, em vez de arrepender-­se
de seus pecados. A popularidade nunca foi prova de veracidade.
Muitos profetas foram mortos ou expulsos. À medida que nos apro-
ximarmos da Segunda Vinda do Senhor, por certo as pessoas se
tornarão mais iníquas, e o profeta será cada vez mais impopular
entre elas.18

162
C ap í t u l o 1 1

4
Seremos abençoados se seguirmos o profeta vivo.
A fim de ajudá-­los a vencer as provas cruciais que os esperam,
vou dar-­lhes (…) a grande chave que, se a honrarem, vai coroá-­los
com a glória de Deus e levá-­los à vitória, em vez de sujeitá-­los à
fúria de Satanás.
(…) Na congregação cantamos o hino “Graças Damos, Ó Deus,
por um Profeta” (Hinos, nº 9); pois bem, esta é a grande chave —
Seguir o profeta. (…)
 O profeta é o único homem que fala pelo Senhor em tudo.
Em Doutrina e Convênios, seção 132, versículo 7, o Senhor nos
fala sobre o profeta — o presidente — ao dizer:
“Nunca há mais que um, na Terra, ao mesmo tempo, a quem esse
poder e as chaves desse sacerdócio são conferidas”.
Depois, na seção 21, versículos 4–6, Ele afirma:
“Portanto vós, ou seja, a igreja, dareis ouvidos a todas as palavras
e mandamentos que ele vos transmitir à medida que ele os receber,
andando em toda santidade diante de mim;
Pois suas palavras recebereis como de minha própria boca, com
toda paciência e fé.
Porque, assim fazendo, as portas do inferno não prevalecerão
contra vós”.19
O profeta nunca fará a Igreja se desviar.
O Presidente Wilford Woodruff afirmou: “Digo a Israel: O Senhor
jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida
esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do
plano. Não é a intenção de Deus” (ver Ensinamentos dos Presiden-
tes da Igreja: Wilford Woodruff, 2004, p. 203).
O Presidente Marion G. Romney nos conta um incidente que lhe
aconteceu:
“Lembro-­me de que, há alguns anos, quando eu era bispo, pedi
ao Presidente Heber J. Grant que discursasse em nossa ala. Após
a reunião, levei-­o para casa. (…) Em pé, ao meu lado, ele colocou
o braço em volta de meus ombros e disse: ‘Meu rapaz, mantenha

163
C ap í t u l o 1 1

sempre seus olhos no Presidente da Igreja; e se ele algum dia lhe


pedir que faça algo que seja errado e você o fizer, o Senhor o
abençoará por isso’. Então, com um brilho nos olhos, acrescentou:
‘Mas não precisa se preocupar. O Senhor nunca permitirá que Seu
porta-­voz desencaminhe Seu povo’” (Conference Report, outubro
de 1960, p. 78).20
Conta-­se que Brigham Young, passando por uma comunidade,
viu um homem edificando uma casa e simplesmente lhe disse que
dobrasse a resistência das paredes. Aceitando o Presidente Young
como profeta, o homem mudou seus planos e duplicou as paredes.
Pouco tempo depois, sobreveio grande inundação na cidade, resul-
tando em imensa destruição. Todavia, as paredes daquele homem
permaneceram em pé. Enquanto colocava o telhado em sua casa,
ouviram-­no cantar: “Graças damos, ó Deus, por um profeta!” 21
Nós, membros da Igreja, temos muitos obstáculos a transpor se
desejamos voltar em segurança para o lar eterno. Poderemos esco-
lher se vamos seguir ou não os conselhos conflitantes de alguns.
Por isso, precisamos aprender — quanto antes, melhor — a prestar
especial atenção no profeta, o Presidente da Igreja.22

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse: “Aprendam a prestar especial atenção
no profeta” (seção 1). O que isso significa para você?
• Por que você acha que o profeta mais importante para nós é o
atual Presidente da Igreja? (Ver seção 2.) Qual foi o conselho que
recebemos recentemente do profeta vivo?
• Leia novamente a seção 3 e pense em uma época em que você
seguiu o conselho do profeta mesmo sem tê-­lo entendido com-
pletamente. O que aprendemos com experiências como essas?
• Pondere sobre a “grande chave” que o Presidente Benson iden-
tifica na seção 4. Que bênçãos você recebeu por ter sido fiel a
essa grande chave?

164
C ap í t u l o 1 1

Escrituras Relacionadas
II Crônicas 20:20; Amós 3:7; Efésios 2:19–20; 4:11–15; D&C 1:14–
16, 37–38; 107:91–92; Regras de Fé 1:6
Auxílio Didático
“Não tenha medo do silêncio. As pessoas muitas vezes precisam
de tempo para pensar nas perguntas, responder a elas ou externar
seus sentimentos. Você pode fazer uma pausa depois de lançar uma
pergunta, após o relato de uma experiência espiritual ou quando
uma pessoa estiver tendo dificuldade para expressar-­se” (Ensino,
Não Há Maior Chamado, 2009, p. 67).
Notas
1. Joseph F. Smith, Anthon H. Lund e 13. “Quatorze Princípios Fundamentais
Charles W. Penrose, “Home Evening” para Seguir o Profeta”, A Liahona,
[Noite Familiar], Improvement Era, junho de 1981, p. 1; ou ver o discurso
junho de 1915, pp. 733–734. de Claudio R. M. Costa, “Obediência
2. The Teachings of Ezra Taft Benson, aos Profetas”, A Liahona, novembro
1988, p. 528. de 2010, p. 11.
3. The Teachings of Ezra Taft Benson, 14. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 528. p. 142.
4. Conference Report, outubro de 1947, 15. “Listen to a Prophet’s Voice” [Vinde ao
p. 23. Profeta Escutar], Ensign, janeiro
de 1973, p. 59.
5. Conference Report, outubro de 1947,
p. 27. 16. “Quatorze Princípios Fundamentais
para Seguir o Profeta”, p. 8.
6. Ver, por exemplo, Conference Report,
outubro de 1968, p. 17; Conference 17. “Joseph Smith: O Profeta de Nossa
Report, abril de 1970, p. 127; Ensign, Geração”, A Liahona, fevereiro de
janeiro de 1973, p. 57; A Liahona, 1982, p. 107.
março de 1981, p. 44; A Liahona, julho 18. “Quatorze Princípios Fundamentais
de 1984, p. 8. para Seguir o Profeta”, p. 1; itálicos
7. W. Grant Bangerter, “Um Momento removidos do original.
Especial na História da Igreja”, A Lia- 19. “Quatorze Princípios Fundamentais
hona, fevereiro de 1978, p. 36. para Seguir o Profeta”, p. 1; itálicos
8. Citado em Don L. Searle, “President removidos do original.
Ezra Taft Benson Ordained Thirteenth 20. “Quatorze Princípios Fundamentais
President of the Church” [O Presi- para Seguir o Profeta”, p. 1; itálicos
dente Ezra Taft Benson É Ordenado o removidos do original.
Décimo Terceiro Presidente da Igreja], 21. “Civic Standards for the Faithful
Ensign, dezembro de 1985, p. 5. Saints” [Padrões Cívicos para os Santos
9. The Teachings of Ezra Taft Benson, Fiéis], Ensign, julho de 1972, p. 61;
p. 134. ver também Sidney Alvarus Hanks e
10. The Teachings of Ezra Taft Benson, Ephraim K. Hanks, Scouting for the
p. 132. Mormons on the Great Frontier [Esco-
tismo para os Mórmons na Grande
11. The Teachings of Ezra Taft Benson, Fronteira], 1948, pp. 78–80.
p. 132.
22. Conference Report, outubro de 1966,
12. “Jesus Christ—Gifts and Expectations” p. 122.
[ Jesus Cristo, Dádivas e Expectativas],
New Era, maio de 1975, pp. 16–17.

165
“Como podemos obter o Espírito? ‘Pela oração da fé’, disse o Senhor.”

166
C A P Í T U L O 1 2

Busquem o Espírito em
Tudo Que Fizerem

“Precisamos estar abertos e sensíveis aos sussurros do


Espírito Santo em todos os aspectos de nossa vida.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

Q uando o Presidente Ezra Taft Benson aconselhava outras


Autoridades Gerais quanto ao serviço na Igreja, dizia sempre:
“Lembrem-­se, irmãos, de que nesta obra o Espírito é o que mais
importa”.1 E quando ele e esses irmãos trabalhavam juntos, ele ensi-
nava tal princípio pelo exemplo, mostrando que o Senhor “está
bem perto de Seus servos, à distância de um sussurro”.2 O Élder
Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, lembra-­se da
ocasião em que acompanhou o Presidente Benson a uma conferên-
cia em que um novo presidente de estaca seria chamado:
“Depois de orarmos, fazermos entrevistas, estudarmos e orarmos
novamente, o Élder Benson perguntou se eu sabia quem seria o
novo presidente. Respondi que ainda não recebera a inspiração.
Ele olhou para mim por algum tempo e disse que também não.
Contudo, fomos inspirados a pedir que três portadores dignos do
sacerdócio discursassem na sessão de sábado à noite da confe-
rência. Momentos depois de o terceiro orador começar, o Espírito
indicou-­me que ele deveria ser o novo presidente da estaca. Olhei
para o Presidente Benson e vi lágrimas em seus olhos. Ambos tínha-
mos recebido revelação — mas somente por termos continuado a
buscar a vontade do Pai Celestial ao seguirmos avante com fé”.3
No início de uma conferência para novos presidentes de missão,
o Presidente Benson deu o seguinte conselho:
“Tenho repetido inúmeras vezes aos meus irmãos que o Espírito
é o elemento mais importante desta obra. Com a ajuda do Espírito

167
C ap í t u l o 1 2

e ao magnificar seu chamado, vocês poderão fazer milagres para o


Senhor no campo missionário. Sem o Espírito, jamais terão sucesso
sejam quais forem seus talentos e suas habilidades.
Vocês vão receber excelentes instruções nos próximos três dias.
Receberão manuais, discutirão responsabilidades e procedimen-
tos, analisarão as normas e tudo isso será da maior utilidade para
vocês. Mas a maior ajuda que jamais receberão como presidentes
de missão não será encontrada nos livros e manuais. Sua maior
ajuda virá do próprio Senhor ao suplicarem e implorarem diante
Dele em humilde oração. Ao se sentirem motivados a cair de joe-
lhos repetidamente, pedindo-­Lhe ajuda divina para administrar sua
missão, vocês sentirão o Espírito, receberão respostas provenientes
do alto, e sua missão prosperará espiritualmente graças a sua total
dependência Dele e sua plena confiança Nele”. 4
O Presidente Benson estendeu esse conselho a todos os mem-
bros da Igreja, inclusive às criancinhas.5 Ele disse: “Nesta obra, o
Espírito é o que mais importa, onde quer que sirvamos. Eu sei
que preciso confiar no Espírito. Que tenhamos a companhia desse
Espírito e sejamos membros fiéis da Igreja, filhos e pais dedicados,
mestres familiares eficazes, professores edificantes e líderes inspi-
rados da ala e da estaca”.6
Embora o Presidente Benson ensinasse aberta e energicamente
essa verdade pelo mundo todo, seu principal esforço para segui-­lo
era reservado e tranquilo. Começava no lar, em parceria com sua
mulher, Flora. Julia Dalley, meia-­irmã de Flora, visitou certa vez a famí-
lia B
­ enson e mais tarde escreveu uma carta a Flora, com o seguinte
comentário: “O que poderia ser mais ideal?” disse ela. “Admiro a sim-
plicidade de seu modo de vida, mas, acima de tudo, fiquei impres-
sionada com o fato de que o Espírito do Senhor habita em seu lar.” 7

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Devemos esforçar-­nos para ter a companhia constante
do Espírito Santo em todos os dias de nossa vida.
Um meio garantido de determinar se estamos no caminho reto e
apertado é termos o Espírito do Senhor em nossa vida.

168
C ap í t u l o 1 2

O fato de termos o Espírito Santo produz certos frutos.


O Apóstolo Paulo disse que “o fruto do Espírito é: amor, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão [e] tem-
perança” (Gálatas 5:22–23).
O Espírito é o elemento mais importante de nossa vida. Sem-
pre senti que era assim. Precisamos estar abertos e sensíveis aos
sussurros do Espírito Santo em todos os aspectos de nossa vida.
(…) Esses sussurros vêm quase sempre quando não estamos sob
a pressão de compromissos e quando não somos apanhados pelas
preocupações do cotidiano.8
A espiritualidade, isto é, estar em sintonia com o Espírito do
Senhor, é a maior necessidade de todos nós. Devemos esforçar-­nos
para ter a companhia constante do Espírito Santo em todos os dias
de nossa vida. Quando tivermos a companhia do Espírito, amare-
mos servir, amaremos ao Senhor e amaremos aqueles com quem
servimos e aqueles a quem servimos.
Muitos anos depois do martírio de Joseph Smith, ele apareceu ao
Presidente Brigham Young. Ouçam sua mensagem:
“Diga aos irmãos que sejam humildes e fiéis e que se certifiquem
de manter o Espírito do Senhor, que os conduzirá ao caminho
correto. Sejam cuidadosos e não afastem a voz mansa e delicada;
ela vai ensinar-­lhes o que fazer e para onde ir; ela proporcionará
os frutos do reino. Diga aos irmãos que mantenham seu coração
aberto à convicção, de modo que, quando o Espírito Santo vier, seu
coração esteja pronto para recebê-­Lo”. (…)
Esta obra dos últimos dias é espiritual. É preciso ter espirituali-
dade para compreendê-­la, amá-­la e discerni-­la. Portanto, busquem
o Espírito em tudo que fizerem. Mantenham-­No consigo continua-
mente. Esse é o nosso desafio.9
Vivemos num mundo muito iníquo. Estamos rodeados por
influências que nos tentam persuadir de que o mal é bem e o bem
é mal. Proliferam falsos ensinamentos que nos afetam. Quase tudo
que é salutar, bom, puro, edificante e fortalecedor está sob ataque
hoje, mais do que nunca.

169
C ap í t u l o 1 2

Uma das razões por que estamos no mundo é aprender a discer-


nir entre a verdade e o erro. Esse discernimento ocorre por meio do
Espírito Santo, não só por nossas faculdades mentais.
Quando buscamos dedicada e honestamente a verdade,
cumpre-­se esta maravilhosa promessa: “Deus vos dará conheci-
mento, por seu Santo Espírito, sim, pelo indescritível dom do Espí-
rito Santo” (Doutrina e Convênios 121:26).10

2
Se formos humildes e sensíveis, o Senhor vai
inspirar-­nos por meio de nossos sentimentos.
Orem ao Pai Celestial que os abençoe com Seu Espírito em todos
os momentos. Frequentemente referimo-­nos ao Espírito como Espí-
rito Santo. (…) O Espírito Santo ajuda-­nos a escolher o que é certo.
O Espírito Santo nos protegerá do mal. Ele sussurra com uma voz
mansa e delicada e nos inspira a fazer o bem. Quando fazem o
bem, vocês se sentem bem, e isso é o Espírito Santo falando a
vocês. O Espírito Santo é um companheiro maravilhoso. Ele está
sempre presente para nos ajudar.11
Ponderem sobre os assuntos que não compreendem. O Senhor
ordenou a Oliver Cowdery: “Deves estudá-­lo bem em tua mente;
depois me deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei
arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo”
(D&C 9:8; grifo do autor).
Perceberam o que foi dito na última sentença? “Sentirás que está
certo.”
Quase sempre, ouvimos as palavras do Senhor por meio de um
sentimento. Se formos humildes e sensíveis, o Senhor vai inspirar-­
nos por meio de nossos sentimentos. Por isso, os sussurros espiri-
tuais causam-­nos grande alegria e, às vezes, levam-­nos às lágrimas.
Muitas vezes, minha emoção se enterneceu e minha sensibilidade
aumentou ao ser tocado pelo Espírito.
O Espírito Santo leva nosso sentimento a se enternecer. Sentimos
mais caridade e compaixão uns pelos outros. Temos mais calma em
nossos relacionamentos. Aumentamos nossa capacidade de amar
uns aos outros. As pessoas buscam nossa companhia porque nosso

170
C ap í t u l o 1 2

semblante irradia a influência do Espírito. Nosso caráter torna-­se


mais divino. Como resultado, tornamo-­nos cada vez mais sensíveis
aos sussurros do Espírito Santo e, assim, mais capazes de com-
preender com clareza as coisas espirituais.12

3
O Espírito nos é dado pela oração sincera e pelo jejum.
Como podemos obter o Espírito? “Pela oração da fé”, disse o
Senhor (D&C 42:14). Portanto, precisamos orar com coração sincero
e real intenção. Precisamos orar para que nossa fé seja aumentada
e para que o Espírito acompanhe nosso ensino. Devemos pedir
perdão ao Senhor.
Nossa oração deve ser oferecida com o mesmo espírito e com
o mesmo fervor da oração feita por Enos, como descreve o Livro
de Mórmon. A maioria já conhece esse relato inspirador e, assim,
não vou me deter no contexto. Só gostaria de chamar sua atenção
para as palavras a seguir. Enos testifica: “E relatar-­vos-­ei a luta que
travei perante Deus antes de receber a remissão de meus pecados”.
Ele esclarece essa luta com Deus. Observem o fervor de sua prece:
“Minha alma ficou faminta”.
“Ajoelhei-­me ante o meu Criador.”
“Clamei-­lhe, em fervorosa oração e súplica, por minha própria
alma.”
“Clamei o dia inteiro.”
Então Enos testifica: “E ouvi uma voz, dizendo: Enos, perdoados
são os teus pecados e tu serás abençoado. (…) Portanto minha
culpa foi apagada”. Ao perguntar ao Senhor como isso tinha acon-
tecido, o Senhor lhe respondeu: “Por causa da tua fé em Cristo (…)
tua fé te salvou” (Enos 1:2, 4–8; grifo do autor).
Enos foi curado espiritualmente. Por causa de sua vigorosa
súplica a Deus, ele vivenciou aquilo que os fiéis de todas as dis-
pensações podem vivenciar, de fato vivenciam e devem vivenciar,
se quiserem ver a Deus e ficar cheios de Seu Espírito.13
Se quiserem receber o espírito de seu ofício e chamado (…)
tentem jejuar por algum tempo. Não se trata apenas de abster-­se de

171
C ap í t u l o 1 2

“O estudo diário das escrituras convida o Espírito.”

uma refeição e depois comer o dobro na seguinte. Refiro-­me a um


verdadeiro jejum e oração durante esse período. Isso será mais efi-
caz para proporcionar-­lhes o espírito real de seu ofício e chamado
e permitirá que o Espírito aja mais por meio de vocês do que de
qualquer outra coisa que eu conheça.14

4
O estudo diário das escrituras, inclusive a meditação
sobre passagens das escrituras, convida o Espírito.
Examinem as escrituras diligentemente no estudo pessoal diário.
O estudo diário das escrituras convida o Espírito.15
Reservem um tempo para ponderar. Ponderar sobre uma pas-
sagem das escrituras — Tiago 1:5 — levou um rapaz a entrar num

172
C ap í t u l o 1 2

bosque para se comunicar com o Pai Celestial. Isso foi o que abriu
os céus nesta dispensação.
Ponderar sobre uma passagem do livro de João, no Novo Testa-
mento, trouxe a grande revelação sobre os três graus de glória (ver
João 5:29; D&C 76).
Ponderar sobre outra passagem de escritura, na Epístola de
Pedro, abriu os céus ao Presidente Joseph F. Smith, e ele viu o
mundo espiritual. Essa revelação, conhecida como a Visão da
Redenção dos Mortos, atualmente faz parte de Doutrina e Convê-
nios (ver I Pedro 3:18–20; 4:6; D&C 138).
Ponderem sobre a grandeza da responsabilidade que o Senhor
nos deu. Ele nos aconselhou: “Que as verdades solenes da eter-
nidade repousem em vossa mente” (D&C 43:34). Não lhes será
possível fazer isso se sua mente estiver ocupada com os afazeres
do mundo.
Leiam e estudem as escrituras. Elas devem ser estudadas no lar
com pais e mães assumindo a liderança e dando exemplo. As escri-
turas devem ser compreendidas pelo poder do Espírito Santo, pois
o Senhor fez a seguinte promessa a Seus filhos fiéis e obedientes:
“[Conhecereis] os mistérios e as coisas pacíficas” (D&C 42:61).
A declaração a seguir, feita pelo Presidente Spencer W. Kimball,
ilustra como podemos desenvolver mais espiritualidade em nossa
vida:
“Percebo que, quando negligencio meu relacionamento com
a Deidade e tenho a impressão que nenhum ouvido divino está
escutando o que eu digo e nenhuma voz celestial está falando
comigo, parece que estou muito, muito longe. Se mergulho nas
escrituras, a distância diminui e a espiritualidade volta. Passo a amar
mais intensamente as pessoas que devo amar de todo o coração,
poder, mente e força e, por amá-­las mais, torna-­se mais fácil seguir
seus conselhos. (…)
Esse é um maravilhoso conselho, e sei por experiência própria
que é verdadeiro.
Quanto mais nos familiarizarmos com as escrituras, mais
nos aproximaremos da mente e vontade do Senhor, e mais nos

173
C ap í t u l o 1 2

aproximaremos como marido, mulher e filhos. Vocês verão que,


pela leitura das escrituras, as verdades da eternidade repousarão
em sua mente”.16
O adversário não quer que realizemos o estudo das escrituras
em nosso lar e, assim, ele criará os problemas que puder. Mas pre-
cisamos persistir.17
Não podemos conhecer Deus e Jesus sem estudar a respeito
Deles e, depois, fazer Sua vontade. Esse caminho conduz a mais
conhecimento revelado que, se obedecido, acabará nos guiando a
outras verdades. Se seguirmos esse padrão, receberemos mais luz
e felicidade, e seremos guiados à presença de Deus, onde nós, com
Ele, receberemos a plenitude.18

5
O Espírito Santo permanecerá conosco se honrarmos
e respeitarmos as leis de Deus e obedecermos a elas.
Foi-­nos ensinado que o Espírito não habitará em templos impu-
ros (ver Helamã 4:24). Por isso, uma de nossas prioridades máximas
é certificar-­nos de que nossa vida pessoal esteja em ordem.19
Gostaria de falar-­lhes sobre a obediência. Vocês estão apren-
dendo a cumprir todos os mandamentos do Senhor. Ao fazerem
isso, terão sempre consigo o Seu Espírito. Vocês se sentirão muito
bem consigo mesmos. Não vão conseguir fazer o que é errado e
sentir-­se bem. É impossível! 20
A promessa temporal para a obediência [à Palavra de Sabedoria]
é: “Receberão saúde para o umbigo e medula para os ossos; (…)
correrão e não se cansarão; e caminharão e não desfalecerão” (D&C
89:18, 20).
Contudo, sempre achei que a maior bênção decorrente da obe-
diência à Palavra de Sabedoria e de todos os outros mandamentos
é espiritual.
Ouçam a promessa espiritual: “E todos os santos que se lembra-
rem de guardar e fazer estas coisas, obedecendo aos mandamentos,
(…) encontrarão sabedoria e grandes tesouros de conhecimento,
sim, tesouros ocultos” (D&C 89:18, 19; grifo do autor).

174
C ap í t u l o 1 2

Há quem pense que essa promessa só se refere ao cumprimento


dos termos da Palavra de Sabedoria. Mas vocês hão de notar que
devemos obedecer a todos os mandamentos. Só então receberemos
as específicas promessas espirituais. Isso significa que devemos
obedecer à lei do dízimo, santificar o Dia do Senhor e permanecer
limpos e castos moralmente, além de obedecer a todos os outros
mandamentos.
Quando assim fazemos, esta é a promessa: Eles “encontrarão
sabedoria e grandes tesouros de conhecimento, sim, tesouros
­ocultos” (D&C 89:19).
Que pai ou mãe não gostaria de receber a inspiração do Senhor
para criar os filhos? Testifico a vocês que essas bênçãos podem ser
suas. Certamente os pais não desejariam que os filhos deixassem
de receber as bênçãos do Senhor devido à desobediência. Todo
pai e toda mãe em Israel devem qualificar-­se para essa promessa.
Viver os mandamentos de Deus é uma condição de dignidade
para entrar na casa do Senhor. Ali recebemos sabedoria e “grandes
tesouros de conhecimento” relativos à felicidade nesta vida e às
alegrias eternas. (…)
Não acredito que um membro da Igreja possa ter um testemu-
nho ativo e vibrante do evangelho sem guardar os mandamentos.
O testemunho é uma inspiração constante para saber que a obra é
verdadeira, e não algo que se recebe apenas uma vez. O Espírito
Santo permanecerá conosco se honrarmos e respeitarmos as leis
de Deus e obedecermos a elas. E é exatamente esse Espírito que
dá inspiração à pessoa. Testifico humildemente sobre a veracidade
dessa promessa.21

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse que esses sussurros do Espírito Santo
“vêm quase sempre quando não estamos sob a pressão de com-
promissos e quando não somos apanhados pelas preocupações
do cotidiano” (seção 1). De que maneira podemos permanecer
sensíveis ao Espírito mesmo quando ficamos sob tais pressões?

175
C ap í t u l o 1 2

• O Presidente Benson ensinou: “Se formos humildes e sensí-


veis, o Senhor vai inspirar-­nos por meio de nossos sentimentos”
(seção 2). O que você aprendeu a respeito de reconhecer tais
sussurros?
• Na seção 3, o Presidente Benson nos incentiva a seguir o exem-
plo de Enos, conforme registrado no Livro de Mórmon. Que
lições podemos aprender com Enos sobre a maneira de buscar
o Espírito?
• Na sua opinião, qual é a diferença entre ler as escrituras e “pon-
derar sobre uma passagem de escritura”? (Ver seção 4.) Por que
você acha que o estudo diário e diligente das escrituras nos ajuda
a estar abertos aos sussurros do Espírito?
• O Presidente Benson disse: “O Espírito Santo permanecerá
conosco se honrarmos e respeitarmos as leis de Deus e obede-
cermos a elas” (seção 5). Por que você acha que nossa capaci-
dade de receber inspiração depende do quanto nos esforçamos
para cumprir os mandamentos?
Escrituras Relacionadas
1 Néfi 10:17–19; 2 Néfi 4:15–16; Mosias 2:36–37; D&C 8:2–3;
45:56–57; 76:5–10; 121:45–46
Auxílio de Estudo
“Ao estudar, preste muita atenção às ideias que lhe vierem à
mente e aos sentimentos que tiver no coração” (Pregar Meu Evan-
gelho, 2004, p. 19). Talvez você queira registrar as ideias que tiver,
mesmo que pareçam não ter relação com as palavras que estiver
lendo. Elas podem ser efetivamente o que o Senhor quer lhe revelar.
Notas
1. Citado por Thomas S. Monson, “Um Missão], Seminário para Novos Presi-
Plano Previdente — Uma Preciosa Pro- dentes de Missão, 25 de junho de 1986.
messa”, A Liahona, julho de 1986, p. 5. Ver “Às Crianças da Igreja”, A Liahona,
64. julho de 1989, p. 89.
2. “Buscai o Espírito do Senhor”, A Lia- 6. “Uma Sagrada Responsabilidade”,
hona, setembro de 1988, p. 2. A Liahona, julho de 1986, p. 79.
3. Robert D. Hales, “Revelação Pessoal: 7. Julia Dalley, em Sheri L. Dew, Ezra Taft
Os Ensinamentos e Exemplos dos Pro- Benson: A Biography, 1988, p. 128.
fetas”, A Liahona, novembro de 2007,
p. 86. 8. “Buscai o Espírito do Senhor”, p. 2.
4. “My Challenges to Mission Presidents” 9. “Buscai o Espírito do Senhor”, p.
[Meus Desafios aos Presidentes de 2; a declaração de Brigham Young
encontra-­se em Manuscript History

176
C ap í t u l o 1 2

of Brigham Young, 23 de fevereiro de 16. “Buscai o Espírito do Senhor”, p. 2;


1947, 2 vols., ed. Elden Jay Watson, a declaração de Spencer W. Kimball
1968, 1971, vol. 2, p. 529. encontra-­se em Ensinamentos dos Pre-
10. Come unto Christ [Vinde a Cristo], sidentes da Igreja: Spencer W. Kimball,
1983, p. 22. 2006, p. 75.
11. “Às Crianças da Igreja”, p. 89. 17. “Uma Sagrada Responsabilidade”, p. 79.
12. “Buscai o Espírito do Senhor”, p. 2. 18. “Em Seus Passos”, A Liahona, fevereiro
de 1989, p. 2.
13. Come unto Christ [Vinde a Cristo],
pp. 92–93. 19. Come unto Christ [Vinde a Cristo],
p. 92.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson,
1988, pp. 331–332. 20. “Preparação para o Serviço Missioná-
rio”, A Liahona, julho de 1985, p. 41.
15. “My Challenges to Mission Presidents”,
Seminário para Novos Presidentes de 21. “Um Princípio com Promessa”, A Lia-
Missão, 25 de junho de 1986; itálicos hona, julho de 1983, p. 88.
removidos do original.

177
Templo de Los Angeles Califórnia

178
C A P Í T U L O 1 3

As Bênçãos Inestimáveis
da Casa do Senhor

“É no templo que recebemos as mais grandiosas


bênçãos de Deus referentes à vida eterna.
Os templos são efetivamente os portões do céu.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

“S ou grato ao Senhor por minha lembrança quanto ao templo


se estender até os tempos de criança”, disse o Presidente Ezra Taft
Benson. “Lembro-­me muito bem, ainda era menino quando vol-
tava do trabalho no campo e dirigia-­me à velha casa da fazenda
em Whitney, Idaho. Dava para ouvir minha mãe cantando ‘Neste
Mundo’ (Hinos, nº 136).
Ainda consigo vê-­la em minha lembrança, inclinada sobre a
tábua de passar, vários jornais no chão, passando longas faixas
de tecido branco, e gotículas de suor a cobrir-­lhe a testa. Quando
perguntei o que estava fazendo, ela disse: ‘São mantos do templo,
filho. Seu pai e eu vamos ao templo (…)’.
Ela, então, colocou o velho ferro de passar sobre o fogão, puxou
uma cadeira para perto de mim e me falou sobre o trabalho no
templo — como é importante poder ir ao templo e participar das
sagradas ordenanças ali realizadas. Também expressou sua fervo-
rosa esperança de que um dia seus filhos, netos e bisnetos tivessem
a oportunidade de desfrutar dessas bênçãos inestimáveis.
Essas doces lembranças sobre o espírito do trabalho no templo
foram uma bênção em nossa casa na fazenda. (…) Tais lembranças
voltaram quando realizei o casamento de cada um de nossos filhos
e netos, isto é, os netos e bisnetos de minha mãe, sob a influência
do Espírito, na casa do Senhor.
Essas lembranças me são muito caras.” 1

179
C ap í t u l o 1 3

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Os templos são símbolos de tudo o que mais amamos.
O templo é o lugar na Terra mortal mais próximo do céu.2
[O] templo será uma luz para todos [da] região — um símbolo de
tudo o que mais amamos.3
O templo é uma lembrança constante de que Deus deseja que
a família seja eterna.4
[O templo] é um símbolo persistente e visível de que Deus não
deixou o homem tateando na escuridão. É um lugar de revelação.
Embora vivamos em um mundo decaído — um mundo iníquo —,
lugares santos foram designados e consagrados para que homens
e mulheres dignos pudessem aprender a ordem do céu e obedecer
à vontade de Deus.5
[O templo é] uma testemunha viva de que o poder de Deus pode
derrotar os poderes do mal em nosso meio. Muitos pais, mem-
bros da Igreja ou não, procuram uma proteção contra a crescente
avalanche de iniquidade que ameaça engolfar os princípios cris-
tãos. Concordo plenamente com uma declaração feita pelo Presi-
dente Harold B. Lee, durante a Segunda Grande Guerra. Ele disse:
“Falamos de segurança nos dias de hoje e ainda não conseguimos
compreender que (…) nós construímos o templo santo em que
podemos encontrar os símbolos por meio dos quais será gerado
um poder que salvará esta nação da destruição”.6
Durante uma festa no Hilton Hotel, em Beverly Hills, Los Angeles,
Califórnia, o Presidente dos Estados Unidos pediu-­me que [como
seu Secretário da Agricultura] cumprimentasse o líder de uma das
repúblicas mais jovens no mundo, presidente de 88 milhões de
pessoas espalhadas em cerca de 3 mil ilhas em 1.600 quilôme-
tros de extensão, uma nação que passara a existir havia poucos
anos. Ao sentar-­nos à mesa para o jantar, que fora patrocinado em
grande parte pela indústria do cinema e ao qual compareceram
muitos astros e estrelas famosos, pude olhar para uma bela janela
de sacada. Lá fora, no final da avenida, sobre uma colina, vi a
suave claridade dos holofotes em torno do glorioso Templo de Los

180
C ap í t u l o 1 3

Angeles e, com alegria, mostrei-­o a meus convidados e amigos da


nossa mesa e de outras mesas. Pensei, naquele momento: “Muito
do que acontece aqui, esta noite, é passageiro e sem importância.
As coisas duradouras, as coisas que são reais, as coisas que são
importantes são aquelas representadas no templo de Deus”.7
Que [o templo] seja uma lembrança constante de que a vida é
eterna e de que os convênios que fazemos na mortalidade podem
durar para sempre.8

2
Precisamos das ordenanças e dos convênios do
templo para poder entrar na plenitude do sacerdócio
e preparar-­nos para voltar à presença de Deus.
Quando nosso Pai Celestial colocou Adão e Eva sobre esta Terra,
assim o fez tendo em mente o objetivo de ensinar-­lhes uma maneira
de voltarem a Sua presença. Nosso Pai prometeu-­lhes um Salvador
para redimi-­los de sua condição decaída. Ele lhes deu o plano de
salvação e ordenou-­lhes que ensinassem seus filhos sobre a fé em
Jesus Cristo e o arrependimento. Além disso, Adão e sua posteri-
dade receberam de Deus o mandamento de ser batizados, receber
o Espírito Santo e entrar na ordem do Filho de Deus.
Entrar na ordem do Filho de Deus equivale hoje a entrar na
plenitude do Sacerdócio de Melquisedeque, que só é recebida na
casa do Senhor.
E tendo Adão e Eva concordado com esses requisitos, Deus lhes
disse: “Tu és segundo a ordem daquele que foi sem princípio de
dias ou fim de anos de toda a eternidade para toda a eternidade”
(Moisés 6:67).
Três anos antes da morte de Adão, ocorreu um grande evento.
Ele tomou seu filho Sete, o neto Enos e outros sumos sacerdotes
que faziam parte de sua linha direta de descendência, com outros
de sua posteridade digna e levou-­os a um vale chamado Adão-­
ondi-­Amã. Nesse lugar, Adão deu sua última bênção a esses des-
cendentes dignos.
Então o Senhor apareceu a eles (ver D&C 107:53–56). (…)

181
C ap í t u l o 1 3

Como, pois, Adão levou seus descendentes à presença do


Senhor?
Resposta: Adão e seus descendentes entraram na ordem do
sacerdócio de Deus. Hoje diríamos que eles entraram na casa do
Senhor e receberam suas bênçãos.
A ordem do sacerdócio de que falam as escrituras também é às
vezes citada como a ordem patriarcal, porque foi conferida de pai
para filho. Mas essa ordem também é descrita na revelação moderna
como uma ordem de governo familiar, no qual um homem e uma
mulher fazem um convênio com Deus — exatamente como Adão e
Eva — de ser selados para a eternidade, de ter progênie e de fazer
a vontade e a obra de Deus durante toda a mortalidade.
Se um casal for fiel a seus convênios, eles terão o direito de rece-
ber a bênção do mais alto grau do reino celestial. Tais convênios,
hoje, só podem ser realizados na casa do Senhor.
Adão seguiu essa ordem e trouxe sua posteridade à presença de
Deus. (…)
 Só se pode entrar nessa ordem do sacerdócio quando obede-
cemos a todos os mandamentos de Deus e buscamos as bênçãos
dos pais, como fez Abraão (ver Abraão 1:1–3), indo à casa de nosso
Pai. Elas não são recebidas em nenhum outro lugar sobre a Terra!
(…) Vão ao templo — a casa de nosso Pai — receber as bênçãos
de seus pais para que possam ter direito às mais elevadas bênçãos
do sacerdócio! “Pois, sem isso, nenhum homem pode ver o rosto
de Deus, o Pai, e viver” (D&C 84:22).
A casa de nosso Pai é uma casa de ordem. Frequentamos Sua
casa para entrar nessa ordem do sacerdócio que nos dará direito a
tudo o que o Pai possui, se formos fiéis.9

3
Por meio das ordenanças e dos convênios do
templo, podemos receber proteção e as maiores
bênçãos de Deus referentes à vida eterna.
As bênçãos da casa do Senhor são eternas. Elas têm a maior
importância para nós porque é no templo que recebemos as mais

182
C ap í t u l o 1 3

grandiosas bênçãos de Deus referentes à vida eterna. Os templos


são efetivamente os portões do céu.10
O Senhor deseja que todos os homens e mulheres adultos da
Igreja recebam as ordenanças do templo. Isso significa que eles
devem ser investidos e que todos os casais casados legalmente
devem ser selados para a eternidade. Essas ordenanças fornecem
proteção e bênção ao casamento. Seus filhos também são aben-
çoados ao nascer no convênio. O fato de nascer no convênio dá a
esses filhos o direito a uma bênção de progenitura que lhes garante
paternidade eterna independentemente do que aconteça com os
pais, e enquanto os filhos permanecerem dignos das bênçãos.11
Não acham significativo que atualmente os santos estejam dis-
persos sobre a face do mundo e que, nessa situação, templos sejam
disponibilizados para eles? Por meio das ordenanças que recebe-
rem nos templos santos, eles estarão armados com retidão e com o
poder de Deus, em grande glória.12
Existe um poder associado às ordenanças do céu — sim, o poder
da divindade — que pode e vai vencer as forças do mal se esti-
vermos dignos dessas bênçãos sagradas. [Nossa] comunidade será
protegida, nossa família será protegida, nossos filhos estarão a salvo
se vivermos o evangelho, se frequentarmos o templo e se vivermos
próximos ao Senhor. (…) Que Deus nos abençoe como santos para
vivermos dignos das ordenanças e dos convênios feitos nesse local
sagrado.13
A cerimônia do templo foi concedida por um Pai Celestial sábio
para ajudar-­nos a tornarmo-­nos mais semelhantes a Cristo.14
Não conseguiremos habitar na companhia de seres celestiais, a
menos que sejamos puros e santos. As leis e ordenanças que levam
homens e mulheres a afastar-­se do mundo e tornar-­se santificados
são administradas somente nesses locais sagrados. Elas nos foram
concedidas por revelação e são compreendidas por revelação. É por
isso que um dos Presidentes da Igreja referiu-­se ao templo como a
“universidade do Senhor”.15
Nenhum membro da Igreja pode se aperfeiçoar sem as ordenan-
ças do templo. É nossa missão ajudar aqueles que não possuem
essas bênçãos a recebê-­las.16

183
C ap í t u l o 1 3

4
Temos o privilégio de abrir as portas da
salvação a nossos antepassados.
Os templos são construídos e dedicados para que, por meio
do sacerdócio, os pais possam ser selados a seus filhos e os filhos
possam ser selados a seus pais. Essas ordenanças de selamento
aplicam-­se tanto aos vivos quanto aos mortos. Se deixarmos de ser
selados a nossos progenitores e a nossa posteridade, o propósito
desta Terra, a exaltação do homem, será completamente destruído,
no que nos diz respeito. 17
Não é suficiente que o marido e a mulher sejam selados no
templo para garantir sua exaltação — se forem fiéis —, eles devem
também estar eternamente ligados a seus progenitores e fazer com
que [essas ordenanças] sejam realizadas para seus ancestrais. “Eles,
sem nós”, disse o Apóstolo Paulo, “não podem ser aperfeiçoa-
dos—nem podemos nós, sem nossos mortos, ser aperfeiçoados”
(D&C 128:15). Nossos membros precisam entender que eles têm
a responsabilidade pessoal de garantir que estejam ligados a seus
ancestrais — ou, como as sagradas escrituras denominam, a nossos
“pais”. Esse é o significado da seção 2, versículo 2, de Doutrina e
Convênios, em que Morôni diz que Elias “plantará no coração dos
filhos as promessas feitas aos pais e o coração dos filhos voltar-­se-­á
para seus pais”.18
Quando penso em genealogia, vejo pessoas — pessoas que eu
amo e que estão esperando que nossa família, a posteridade delas,
ajude-­as a alcançar a exaltação no reino celestial.19
Temos o privilégio de abrir as portas da salvação para as almas
que podem estar presas nas trevas do mundo dos espíritos, a fim
de que recebam a luz do evangelho e sejam julgadas da mesma
forma que nós. Sim, “as obras que eu faço” — realizar as salva-
doras ordenanças do evangelho em favor de outros — “também
[as fareis]” (ver João 14:12). Quantos milhares de nossos familiares
ainda aguardam essas ordenanças seladoras?
Convém perguntar: “Já fiz tudo o que poderia como alguém que
está neste lado do véu? Serei eu um salvador para eles — meus
próprios ancestrais?”

184
C ap í t u l o 1 3

Sem eles, não podemos ser aperfeiçoados! A exaltação é um


assunto de família.20
O véu é muito fino. Vivemos na eternidade. Tudo é como um
dia para Deus. Imagino que, para o Senhor, não exista o véu. Tudo
é um grande e único evento. Tenho certeza de que há regozijo
no céu quando nos encontramos [no templo]. Nossos ancestrais
se regozijam; e minha esperança e oração é que aproveitemos ao
máximo as oportunidades que nos são concedidas de frequentar o
templo regularmente.21
Aqueles dentre vocês que já trabalharam em sua genealogia, que
sabem o quanto é importante esse trabalho e já sentiram a empol-
gação gerada por unir as famílias e conhecer seu nobre legado, pre-
cisam compartilhar essa empolgação com outros. Ajude-­os a ver a
alegria e o senso de realização que você vê nessa obra. Precisamos
converter mais membros da Igreja a esse trabalho. Há muito ainda
a ser feito, como devem saber; e há muitos, muitos membros que
poderiam trabalhar e que adorariam fazer essa obra, bastando que
alguns de nós — todos vocês — acendam a chama que há neles
por meio do seu entusiasmo, seu exemplo e sua devoção. 22

5
As crianças e os jovens precisam saber quais são
as bênçãos que os aguardam no templo.
O templo é um local sagrado, e as ordenanças do templo têm
natureza sagrada. Devido a essa característica, às vezes relutamos
em conversar sobre o templo com nossos filhos e netos.
Como consequência, muitos não desenvolvem um desejo
genuíno de frequentar o templo; ou, quando o visitam, fazem-­no
sem terem sido preparados para as obrigações e os convênios que
ali assumem.
Creio que uma compreensão ou informação adequada ajudaria
imensuravelmente a preparar nossos jovens para irem ao templo.
Essa compreensão, acredito, reforçará neles o desejo de buscar as
bênçãos de seu sacerdócio da mesma maneira que Abraão buscou
as suas (ver Abraão 1:1–4).23

185
C ap í t u l o 1 3

“Que Deus nos abençoe para ensinarmos a nossos filhos e netos


as grandes bênçãos que os aguardam ao irem ao templo.”

Quando seus filhos lhes perguntam por que se casaram no templo,


vocês devem ensiná-­los que o templo é o único lugar sobre a face
da Terra onde certas ordenanças podem ser realizadas. E também
devem contar a seus filhos quais foram seus sentimentos quando se
ajoelharam diante do altar sagrado e fizeram juntos os convênios que
tornaram possível que eles fossem selados a vocês para sempre.24
É muito adequado que mães e pais apontem o templo para os
filhos e digam: “Este é o lugar onde nos casamos para a eterni-
dade”. Ao fazerem isso, o ideal do casamento no templo pode ser
instilado na mente e no coração de seus filhos enquanto ainda são
bem jovens.25
Devemos falar aos nossos familiares sobre o amor que sentimos
por nossos antepassados e nossa gratidão por termos a possibili-
dade de ajudá-­los a receber as ordenanças de salvação, como meus
pais fizeram comigo. Ao fazermos isso, laços mais fortes de apreço
e afeição vão se desenvolver entre os membros da família.26

186
C ap í t u l o 1 3

Acredito que os jovens não só estão dispostos e são capazes de


realizar a pesquisa genealógica, mas também são excelentes recur-
sos para dar vida ao programa como um todo.27
Que Deus nos abençoe para ensinarmos a nossos filhos e netos
as grandes bênçãos que os aguardam ao irem ao templo.28

6
Mais frequência ao templo leva a mais revelação pessoal.
Desenvolvi o hábito, sempre que realizo um casamento, de suge-
rir ao jovem casal que retorne ao templo o quanto antes e conti-
nue a frequentar o templo como marido e mulher. Não é possível
ainda que eles compreendam plenamente o significado da sagrada
investidura ou dos selamentos na primeira vez que vêm ao templo;
mas, ao repetirem sua visita ao templo, toda a beleza, todo o signi-
ficado e toda a importância dessas coisas se reforçará neles. Recebi,
depois, cartas de alguns desses jovens casais expressando gratidão
devido a isso ter sido particularmente enfatizado. Ao repetirem sua
visita ao templo, o amor de um pelo outro vai aumentar e seu casa-
mento vai se fortalecer.29
Ao frequentarmos o templo regularmente, receberemos reve-
lações sobre o significado da jornada eterna do homem. Vemos
simbolismos belos e impressionantes dos eventos mais importan-
tes — passados, presentes e futuros — que representam a missão
do homem em relação a Deus. Recordamos nossas obrigações ao
fazermos convênios solenes quanto à obediência, à consagração,
ao sacrifício e ao serviço dedicado a nosso Pai Celestial.30
Prometo-­lhes que, com uma maior frequência aos templos de
nosso Deus, vocês receberão mais revelações pessoais para aben-
çoar sua vida enquanto abençoam aqueles que já faleceram.31
É na calma paz desses templos maravilhosos que, às vezes,
encontramos solução para os graves problemas da vida. Nesse local,
sob a influência do Espírito, às vezes sentimos o conhecimento
puro fluir para nós. Os templos são locais onde recebemos revela-
ção pessoal. Sempre que me senti sobrecarregado por um problema
ou uma dificuldade, fui à casa do Senhor com uma prece no cora-
ção, em busca de respostas. Essas respostas me foram concedidas
de maneira clara e inequívoca. 32

187
C ap í t u l o 1 3

Será que voltamos ao templo frequentemente a fim de receber


as bênçãos pessoais que advêm da adoração constante no templo?
Nos templos santos do Senhor, orações são respondidas, revelações
são concedidas e somos instruídos pelo Espírito.33
Que façamos do templo um lar sagrado à imagem de nosso lar
eterno.34

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse que o templo é “um símbolo de tudo o
que mais amamos” e identificou algumas verdades que os templos
simbolizam (ver seção 1). O que o templo representa para você?
• De que maneira os ensinamentos do Presidente Benson sobre as
bênçãos do sacerdócio se aplicam a todos os membros da famí-
lia? (Ver a seção 2.) Leia novamente essa seção e pondere sobre
seu privilégio e sua responsabilidade de ajudar os membros da
família a se prepararem para voltar à presença de Deus.
• Ao ler a seção 3, reflita sobre os ensinamentos do Presidente
Benson sobre as bênçãos que recebemos por meio das orde-
nanças do templo. De que maneira você já se sentiu abençoado
pelas ordenanças do templo? Se ainda não recebeu as ordenan-
ças do templo, pense no que você pode fazer a fim de se prepa-
rar para recebê-­las.
• O Presidente Benson disse: “Quando penso em genealogia, vejo
pessoas — pessoas que eu amo” (seção 4). De que maneira essa
observação influencia sua opinião sobre a história da família?
O que podemos fazer para ajudar um número maior de nossos
antepassados a receber as bênçãos do evangelho?
• Cite algumas coisas que podemos fazer para ajudar as crianças e
os jovens a se prepararem para as ordenanças e os convênios do
templo. De que maneira os jovens poderiam “dar vida ao programa
como um todo” no tocante à história da família? (Ver seção 5.)
• O Presidente Benson nos incentivou a fazer “do templo um lar
sagrado à imagem de nosso lar eterno” (seção 6). O que essa

188
C ap í t u l o 1 3

declaração significa para você? Reflita sobre as bênçãos que já


recebeu por ter voltado ao templo.
Escrituras Relacionadas
Isaías 2:1–3; D&C 97:15–16; 109:8–23; 124:39–41; 138:32–34
Auxílio Didático
“Muitas vezes, uma aula contém mais informações do que você
conseguirá passar no tempo de que dispõe. Nesses casos, escolha
o que será de maior utilidade para seus alunos” (Ensino, Não Há
Maior Chamado, 2009, p. 99).
Notas
1. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos- 17. The Teachings of Ezra Taft Benson,
sos Filhos sobre o Templo”, A Liahona, p. 248.
maio de 1986, p. 1. 18. The Teachings of Ezra Taft Benson,
2. The Teachings of Ezra Taft Benson, pp. 248–249.
1988, p. 260. 19. The Teachings of Ezra Taft Benson,
3. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 164.
p. 256. 20. Come unto Christ [Vinde a Cristo],
4. “O Que Se Espera Que Ensineis a 1983, p. 126.
­Vossos Filhos sobre o Templo”, p. 1. 21. The Teachings of Ezra Taft Benson,
5. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 253.
p. 252. 22. The Teachings of Ezra Taft Benson,
6. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 162.
p. 256; a declaração de Harold B. Lee 23. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos-
encontra-­se em Conference Report, sos Filhos sobre o Templo”, p. 1.
abril de 1942, p. 87.
24. The Teachings of Ezra Taft Benson,
7. God, Family, Country: Our Three Great p. 258.
Loyalties, 1974, p. 85.
25. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos-
8. The Teachings of Ezra Taft Benson, sos Filhos sobre o Templo”, p. 1.
p. 256.
26. Come unto Christ through Temple Ordi-
9. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos- nances and Covenants [Vinde a Cristo
sos Filhos sobre o Templo”, p. 1. por Meio das Ordenanças e dos Convê-
10. The Teachings of Ezra Taft Benson, nios do Templo], folheto, 1987, p. 2.
p. 255. 27. The Teachings of Ezra Taft Benson,
11. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 163.
p. 259. 28. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos-
12. The Teachings of Ezra Taft Benson, sos Filhos sobre o Templo”, p. 1.
pp. 255–256. 29. God, Family, Country, p. 183.
13. The Teachings of Ezra Taft Benson, 30. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 256. p. 251.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson, 31. “O Livro de Mórmon e Doutrina e
p. 250. ­Convênios”, A Liahona, julho de 1987,
15. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. p. 83.
252; ver também ElRay L. Christiansen, 32. “O Que Se Espera Que Ensineis a Vos-
Conference Report, abril de 1968, p. sos Filhos sobre o Templo”, p. 1.
134.
33. “Vinde a Cristo, Sede Perfeitos Nele”,
16. The Teachings of Ezra Taft Benson, A Liahona, julho de 1988, p. 87.
p. 252.
34. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 256.

189
O Presidente e a irmã Benson sempre foram leais e fiéis um ao outro.

190
C A P Í T U L O 1 4

Casamento e Família —
Ordenados por Deus

“A família é uma das maiores fortalezas de Deus contra


os males da atualidade. Ajude a manter sua família
forte, unida e digna das bênçãos de nosso Pai Celestial.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

D esde o começo de seu casamento, Ezra e Flora Benson fizeram


do lar e da família sua maior prioridade. Desde quando os filhos
eram pequenos, o casal se esforçou para garantir que não hou-
vesse “cadeiras vazias” em sua família na eternidade. 1 O Presidente
­Benson ressaltou essa mesma mensagem durante seu serviço como
líder da Igreja. Ele disse:
“Deus deseja que a família seja eterna. De todo o coração,
testifico-­lhes da veracidade dessa declaração. Que Ele nos abençoe
para fortalecermos nosso lar e a vida de cada membro da família
a fim de que, no devido tempo, possamos prestar contas a nosso
Pai Celeste, em Seu lar no céu, de que estamos todos lá: pai, mãe,
irmão, irmã, todos os que mais amamos. Todas as cadeiras ocupa-
das. Todos de volta ao lar”.2
Para o Presidente e a irmã Benson, o esforço de fortalecer sua
família começou no fortalecimento do próprio casamento. Eram
amáveis e devotados, leais e sinceros. Embora sem inclinação para
brigar, tinham frequentemente francas discussões.3 Contavam tudo
com absoluta confiança um no outro, o que consideravam um dos
pontos mais fortes de seu casamento. “Nunca, jamais duvidei da
lealdade de Flora”, disse o Presidente Benson. 4
O Presidente e a irmã Benson apoiavam e fortaleciam um ao
outro. “Flora sempre teve uma perspectiva melhor sobre mim e meu
potencial do que qualquer outra pessoa em minha vida. Sua fé e

191
C ap í t u l o 1 4

seu apoio foram uma grande bênção”, disse o Presidente Benson.5


Com frequência, quando ele se sentia incapaz diante de suas enor-
mes responsabilidades, a irmã Benson secava suas lágrimas e o
consolava. 6 Ela buscava a ajuda do Senhor para apoiá-­lo e exortava
os filhos a fazerem o mesmo. “Havia muita oração e muito jejum
pelo papai”, disse a filha Bárbara.7
Edificados na sólida fundação de seu casamento, o Presidente e a
irmã Benson ensinaram aos filhos a importância do relacionamento
familiar eterno. “Nossos pais instilaram nos filhos, desde crianças,
sentimentos profundos de lealdade e amor entre nós”, disse o filho
Mark. “Não acho que esse tipo de ambiente se crie espontanea-
mente no lar, mas, sim, é incentivado e promovido por pai e mãe
que se importam com os filhos e os amam.” 8
O padrão de comportamento esperado pelo casal Benson, assim
como a prioridade que deram à família, centrava-­se no evangelho.
Eles trabalharam com dedicação para criar um lar onde o amor
prevalecia, as crianças aprendiam e se desenvolviam, e onde todos
se divertiam. Eles queriam que seu lar fosse um santuário fora do
mundo. “Isso não significa que não enfrentávamos problemas”,
relata o filho Reed. “Nem sempre concordávamos. Nem sempre
fazíamos nossas tarefas domésticas. Às vezes, testávamos a paciên-
cia da mamãe até o seu limite. Mas, entrelaçado a tudo isso, havia
um senso de união familiar que tentávamos manter coeso.” 9 A irmã
Benson reconhecia: “Ninguém é perfeito. Em nossa família, não
temos o objetivo de fixar o foco nas ineficiências, mas, sim, incen-
tivar o aperfeiçoamento uns dos outros.10
Os filhos do casal Benson ainda eram crianças quando o pai foi
chamado para servir no Quórum dos Doze Apóstolos, e ele ficou
preocupado com o cronograma de viagens e como isso afetaria o
tempo que passaria com eles. Ele escreveu no diário: “As viagens
longas para fazer o trabalho da Igreja vão-­me afastar de minha
família por bastante tempo. (…) Espero sinceramente que possa
permanecer fiel a minha família, mantê-­los firmes na Igreja e ainda
cumprir minhas obrigações como uma das Autoridades Gerais. Sei
que não será uma tarefa fácil”.11

192
C ap í t u l o 1 4

O fato de não ser fácil motivou o Presidente Benson a esforçar-­se


para ficar próximo de sua família. “Algumas das mais doces, mais
espiritualmente satisfatórias impressões e experiências de [minha]
vida estão associadas ao lar e aos laços familiares”, disse ele.12
Em 1957, como Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, o
Presidente Benson fez uma viagem de quatro semanas ao redor do
mundo para promover oportunidades comerciais. A irmã Benson
e as filhas Beverly e Bonnie o acompanharam. Foram a 12 paí-
ses, onde puderam reunir-­se com líderes governamentais e visitar
pontos culturais, campos de refugiados e operações agrícolas. O
Presidente Benson achou que a viagem tinha sido um sucesso no
aumento de oportunidades comerciais e também no estabeleci-
mento da boa vontade para com a Igreja. Ao retornarem para casa,
a filha Beth os aguardava no aeroporto. Ao ver os pais, correu em
sua direção com lágrimas nos olhos. O pai estendeu-­lhe os braços
e a envolveu amorosamente. Ele recorda: “Depois de [ter visto]
tantas maravilhas do mundo, esse momento se tornou, de repente,
o melhor da viagem inteira”.13

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
A família é a organização mais importante
desta vida e da eternidade.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias considera a
família a organização mais importante desta vida e da eternidade.
A Igreja ensina que todas as coisas deveriam centrar-­se na família e
rodeá-­la. Ela ressalta que a preservação da vida familiar nesta vida
e na eternidade tem precedência sobre todos os outros interesses.14
Não pode haver nenhum substituto satisfatório para o lar. Seus
fundamentos são tão antigos quanto o mundo. Sua missão foi orde-
nada por Deus.15
Nenhuma nação é melhor do que os lares que a compõem. Esta
Igreja não será melhor do que os lares que a compõem. Não somos
melhores, como pessoas, do que nossas reuniões familiares, do que
o nosso lar. (…) O bom lar é o alicerce de rochas, a pedra angular
da civilização. Ele deve ser preservado. Deve ser fortalecido.16

193
C ap í t u l o 1 4

Há quem me pergunte, como líder da Igreja, a razão pela qual


enfatizamos tanto o lar e a família, enquanto há problemas tão
maiores ao nosso redor. A resposta é, obviamente, que os proble-
mas maiores são apenas um reflexo dos problemas individuais e
familiares.17
O casamento e a família foram ordenados por Deus. No sentido
eterno, a salvação é uma questão familiar. O Senhor considera os
pais responsáveis pela mordomia de criar sua família. É uma res-
ponsabilidade muito sagrada.18

2
Nos casamentos felizes, o marido e a mulher
amam e servem a Deus e um ao outro.
O casamento, o lar e a família são muito mais do que instituições
meramente sociais. São divinais, não foram criados pelo homem. O
casamento foi ordenado por Deus desde o princípio de tudo. No
registro do primeiro casamento, contido em Gênesis, o Senhor faz
quatro pronunciamentos importantes: primeiro, que não é bom que
o homem esteja só; segundo, que a mulher foi criada para ser uma
adjutora do homem; terceiro, que eles seriam ambos uma carne;
e quarto, que o homem deixaria pai e mãe e apegar-­se-­ia a sua
mulher (ver Gênesis 2:18, 24).
Mais tarde, como para reforçar essa declaração, o Senhor disse:
“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus
19:6). Também disse: “Amarás tua esposa de todo o teu coração e
a ela te apegarás e a nenhuma outra” (D&C 42:22).19
As escrituras nos dizem: “Adão começou a lavrar a terra (…)
como eu, o Senhor, lhe ordenara: E Eva, sua mulher, também tra-
balhava com ele. (…) Eles começaram a multiplicar-­se e a encher a
Terra. (…) E Adão e Eva, sua mulher, invocaram o nome do Senhor
(…). E Adão e Eva bendisseram o nome de Deus; e deram a conhe-
cer todas as coisas a seus filhos e suas filhas. (…) E Adão e Eva, sua
mulher, não cessaram de clamar a Deus” (Moisés 5:1–2, 4, 12, 16).
Vemos nesse registro inspirado que Adão e Eva nos dão o
exemplo ideal de um relacionamento de casamento no convê-
nio. Eles trabalhavam juntos, tiveram filhos juntos, oravam juntos

194
C ap í t u l o 1 4

e ensinavam o evangelho aos filhos — juntos. Esse é o padrão


que Deus desejaria que todos os homens e mulheres dignos
seguissem.20
O casamento por si só deve ser considerado um convênio
sagrado diante de Deus. O casal legalmente casado tem obriga-
ções não só um com o outro, mas também com Deus. Ele prometeu
bênçãos aos que honrarem esse convênio.
A fidelidade aos votos matrimoniais é absolutamente essencial
para que haja amor, confiança e paz. O adultério é inequivocamente
condenado pelo Senhor. (…)
A contenção e o autocontrole devem ser os princípios domi-
nantes no relacionamento conjugal. Os casais precisam aprender a
refrear sua língua e também suas paixões.
A oração no lar e a oração feita um com o outro fortalecerão a
união [do casal]. Gradualmente, os pensamentos, as aspirações e
ideias vão-­se fundir em união, e logo ambos estarão buscando os
mesmos propósitos e as mesmas metas.
Confiem no Senhor, nos ensinamentos dos profetas e nas escri-
turas para obter orientação e ajuda, especialmente quando houver
divergências e problemas.
O crescimento espiritual resulta da solução de problemas juntos,
e não da fuga. A atual ênfase irrestrita no individualismo traz con-
sigo o egocentrismo e a separação. O padrão do Senhor ainda per-
manece que [o homem e a mulher] se tornem “ambos uma carne”
(ver Gênesis 2:24).
O segredo de um casamento feliz é servir a Deus e um ao outro.
A meta do casamento é a união e a unidade em propósito, e tam-
bém o desenvolvimento individual. Paradoxalmente, quanto mais
servimos uns aos outros, maior é o nosso crescimento espiritual e
emocional.21
O conselho do Apóstolo Paulo é o mais belo e pertinente. Ele
simplesmente diz: “Maridos, amai vossas mulheres, como também
Cristo amou a igreja” (Efésios 5:25).
Numa revelação moderna, o Senhor falou novamente dessa obri-
gação. Ele disse: “Amarás tua esposa de todo o teu coração e a ela te

195
C ap í t u l o 1 4

“O amor que vivenciamos aqui (…) é a substância que une


as famílias para o tempo e por toda a eternidade.”

apegarás e a nenhuma outra” (D&C 42:22). Que eu saiba, há só uma


outra coisa em toda a escritura que nos é ordenado amar de todo o
coração, e trata-­se do próprio Deus. Ponderem o significado disso!
Esse tipo de amor poderá ser demonstrado a sua esposa de mui-
tas maneiras. Em primeiro lugar e mais importante de tudo, nada
exceto Deus tem prioridade sobre sua esposa em sua vida — nem
trabalho, nem diversão, nem passatempos. Sua mulher é sua pre-
ciosa adjutora eterna — sua companheira.
O que significa amar alguém de todo o coração? Significa amar
com toda a força emocional e com toda a devoção. Amando sua
esposa de todo o coração, certamente você não será capaz de
menosprezá-­la, criticá-­la, ver defeitos nela nem ofendê-­la com pala-
vras ou atos.
O que significa “apegar-­se a ela”? Significa estar perto dela, ser-­
lhe leal e fiel, comunicar-­se com ela e externar-­lhe o seu amor.22

196
C ap í t u l o 1 4

Marido e mulher que se amam descobrirão que o amor e a leal-


dade são recíprocos. Esse amor propiciará uma atmosfera muito
favorável para o crescimento emocional dos filhos. A convivência
familiar deve ser um período de felicidade e alegria que os filhos
recordarão com gratas lembranças e interações.23

3
As famílias fortalecidas cultivam o amor, o respeito
e o apoio por todos e cada um dos membros.
Que fortaleçamos a família. As orações individuais e familiares
pela manhã e à noite convidam as bênçãos do Senhor sobre nossa
casa. As refeições oferecem um momento maravilhoso para rever
as atividades do dia e não só alimentar o corpo, mas também o
espírito, quando os membros da família se revezam na leitura das
escrituras, especialmente do Livro de Mórmon. A noite é uma exce-
lente oportunidade para o pai atarefado achegar-­se à cabeceira de
cada filho, conversar com eles, responder a suas perguntas e dizer-­
lhes o quanto os ama.24
A família é uma das maiores fortalezas de Deus contra os males
da atualidade. Ajude a manter sua família forte, unida e digna das
bênçãos de nosso Pai Celestial. Ao fazerem isso, vocês receberão
fé e forças que abençoarão sua vida para sempre.25
Uma das coisas mais importantes que o Senhor requer de cada
um de nós é que tenhamos um lar onde exista uma influência feliz
e positiva para o bem. Nos anos vindouros, a beleza da mobília ou
o número de banheiros na casa não vai importar muito; o que real-
mente vai importar é se nossos filhos se sentiram amados e aceitos
dentro do lar. O que vai importar de verdade é se o que existiu foi
felicidade e risos ou brigas e contendas.26
As famílias bem-­sucedidas amam e respeitam cada um dos mem-
bros. Os membros da família sabem que são amados e respeitados.
Os filhos sentem o amor de seus pais. Dessa forma, sentem-­se
seguros e confiantes.
As famílias fortes cultivam o atributo da boa comunicação. Elas
conversam sobre seus problemas, fazem planos juntas e cooperam
para atingir objetivos comuns. A noite familiar e os conselhos em
família são bons instrumentos usados para atingir esse fim.

197
C ap í t u l o 1 4

Pais e mães de famílias fortes estão sempre ao lado dos filhos.


Eles conversam. Alguns pais entrevistam formalmente cada filho ou
filha; outros o fazem informalmente e outros, ainda, dedicam regu-
larmente um período de tempo exclusivo para cada filho ou filha.
Todas as famílias têm problemas e obstáculos. As famílias bem-­
sucedidas, porém, trabalham juntas para chegar à solução, em vez
de recorrer ao criticismo e à contenda. Elas oram uns pelos outros
e incentivam-­se mutuamente. Às vezes, essas famílias jejuam juntas
para dar apoio a um dos membros.
As famílias fortes apoiam uns aos outros.27

4
O lar é o melhor lugar para os filhos aprenderem
os princípios e as práticas do evangelho.
A família é o local mais eficaz para instilar valores eternos em
seus membros. Quando a vida familiar é forte e tem por base os
princípios e as práticas do evangelho de Jesus Cristo, (…) os pro-
blemas não surgem com frequência.28
Pais bem-­sucedidos perceberam que não é fácil criar os filhos
em um ambiente poluído pelo mal. Portanto, tomam determinados
passos para exercer a melhor das influências. Ensinam princípios
morais. Disponibilizam e leem bons livros. Controlam o que é assis-
tido na televisão. Promovem a música boa e edificante. E, acima
de tudo, leem e discutem as escrituras como um meio de ajudar os
filhos a desenvolverem sua espiritualidade.
Nos lares santos dos últimos dias bem-­sucedidos, os pais ensinam
os filhos a compreender a fé em Deus, o arrependimento, o batismo
e o dom do Espírito Santo (ver D&C 68:25).
A oração familiar é uma prática constante nessas famílias. [Sua]
oração é o meio de demonstrarem gratidão pelas bênçãos e de
reconhecerem com humildade sua dependência do Deus Todo-­
Poderoso para terem forças, sustento e apoio.
É sábio e verdadeiro o ditado de que as famílias que se ajoelham
juntas levantam-­se e ficam de pé diante do Senhor! 29
Os filhos precisam saber quem são, no sentido eterno de sua
identidade. Eles precisam saber que têm um Pai Celestial eterno

198
C ap í t u l o 1 4

em quem podem confiar, a quem podem orar e de quem podem


receber orientação. Precisam saber de onde vieram para que sua
vida tenha significado e propósito.
Os filhos precisam ser ensinados a orar, a confiar na orienta-
ção do Senhor e a expressar gratidão pelas bênçãos que recebem.
Lembro-­me de me ajoelhar à cabeceira de nossos filhos pequenos,
ajudando-­os a fazer suas orações.
Os filhos precisam ser ensinados a distinguir o que é certo do
que é errado. Eles podem e devem aprender os mandamentos de
Deus. Precisam ser ensinados que é errado roubar, mentir, trapacear
e cobiçar o que é dos outros.
Os filhos devem ser ensinados a trabalhar em casa. É ali que
devem aprender que o trabalho honesto desenvolve a dignidade e
o autorrespeito. Eles devem descobrir o prazer de trabalhar e fazer
bem feito.
O tempo livre dos filhos deve ser orientado construtivamente
para objetivos bons e salutares.30
Planejado para fortalecer e salvaguardar a família, o programa
de noites familiares da Igreja determina uma noite a cada semana
em que o pai e a mãe devem reunir os filhos e as filhas à sua volta,
em casa.31
Os princípios do evangelho podem ser instilados por meio de
reuniões familiares eficazes nas quais os jovens sejam fortalecidos
para que não necessitem temer pelo próprio futuro. Tais ensina-
mentos devem ser feitos com fé, testemunho e otimismo.32
Colocar a casa em ordem é guardar os mandamentos de Deus.
Isso traz harmonia e amor. (…) É fazer a oração familiar diaria-
mente. É ensinar sua família a compreender o evangelho de Jesus
Cristo. É cada membro da família cumprir os mandamentos de
Deus. É (…) ser digno de receber a recomendação para o templo,
cada membro da família receber as ordenanças de exaltação e todos
serem selados como família para a eternidade. É estar livre de dívi-
das excessivas e os membros da família pagarem honestamente o
dízimo e as ofertas.33

199
C ap í t u l o 1 4

5
Deus nos revelou que os laços familiares
podem continuar mesmo depois da morte.
O amor que vivenciamos aqui não é uma sombra passageira,
mas, sim, a substância que une as famílias para o tempo e por toda
a eternidade.34
Por meio de Joseph Smith, o Deus dos céus revelou a verdade
de que a família pode permanecer unida depois da morte — que
nossa simpatia, nosso afeto e amor um pelo outro podem existir
para sempre. 35
Nenhum sacrifício é grande demais para se conseguir as bênçãos
de um casamento eterno. A maioria de nós tem grande facilidade de
chegar ao templo, e isso talvez seja tão conveniente que a bênção
não é levada a sério. Assim como para outras questões de fide-
lidade em viver o evangelho, o casamento à maneira do Senhor
requer disposição de negar-­se à impiedade — mundanismo — e
determinação de fazer a vontade de nosso Pai. Por esse ato de fé,
demonstramos nosso amor a Deus e nossa preocupação com uma
posteridade ainda não nascida. Assim como a família é nossa maior
fonte de alegria nesta vida, também deverá ser na eternidade.36
Lar e família. Quantas doces lembranças dilatam nosso peito
à simples menção dessas palavras queridas! Em espírito de ora-
ção, quero desejar, com todo o fervor de minha alma, que vocês
conheçam o gozo inefável e glorioso da honrosa paternidade. Vocês
perderão uma das mais intensas alegrias desta vida e da eternidade
se evitarem deliberadamente a responsabilidade da paternidade
e da edificação do lar. Como foi revelado por meio do Profeta
Joseph Smith, o glorioso conceito de lar e de laços familiares eter-
nos embasa o alicerce de nossa felicidade aqui e na eternidade.37

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson ensinou: “No sentido eterno, a salvação é
uma questão familiar” (seção 1). O que isso significa para você?
O que os membros da família podem fazer pela salvação uns dos
outros?

200
C ap í t u l o 1 4

• Ao estudar o conselho do Presidente Benson contido na seção 2,


reflita: De que maneira tudo se refere ao que ele denomina
“o segredo de um casamento feliz”? Por que você acha que esse
“segredo” leva à felicidade?
• Na seção 3, observe o que o Presidente Benson disse sobre as
práticas das famílias bem-­sucedidas. De que maneira essas prá-
ticas fortalecem a família? Reflita sobre o que você pode fazer
para seguir esse conselho.
• Por que você acha que a família é o “local mais eficaz para ins-
tilar valores eternos”? (Leia a seção 4, observando o conselho
específico do Presidente Benson sobre o ensino na família.) Em
que ocasiões você já viu os membros da família ajudarem uns
aos outros a aprender os princípios do evangelho?
• O Presidente Benson testificou que a família “pode permanecer
unida depois da morte” (seção 5). Quais são suas ideias e seus
sentimentos quando reflete sobre essa verdade? Cite algumas
“doces lembranças” que lhe ocorrem ao ouvir as palavras lar e
família.
Escrituras Relacionadas
Salmos 127:3–5; I Coríntios 11:11; 3 Néfi 18:21; D&C 49:15;
132:18–19; ver também “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Lia-
hona, novembro de 2010, última contracapa.
Auxílio de Estudo
“Seu estudo do evangelho será mais eficaz quando você for ensi-
nado pelo Espírito Santo. Sempre comece seu estudo do evangelho
orando para que o Espírito Santo o ajude a aprender” (Pregar Meu
Evangelho, 2004, p. 18).
Notas
1. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 5. Em “Flora Amussen Benson: Adjutora
graphy, 1987, p. 363. de um Profeta, Serva do Senhor”, p. 14.
2. The Teachings of Ezra Taft Benson, 6. Ver Ezra Taft Benson: A Biography,
1988, p. 493. p. 179.
3. Ver Ezra Taft Benson: A Biography, 7. Barbara Benson Walker, Ezra Taft
p. 126. ­Benson: A Biography, p. 179.
4. Em Derin Head Rodriguez, “Flora 8. Mark Amussen Benson, “Flora Amussen
Amussen Benson: Adjutora de um Benson: Adjutora de um Profeta, Serva
Profeta, Serva do Senhor”, A Liahona, de Deus”, p. 14.
junho de 1987, p. 14. 9. Reed Amussen Benson, Ezra Taft
­Benson: A Biography, p. 140.

201
C ap í t u l o 1 4

10. Flora Amussen Benson, Ezra Taft 24. The Teachings of Ezra Taft Benson,
­Benson: A Biography, p. 133. p. 491.
11. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 178. 25. “Aos ‘Jovens de Nobre Estirpe’”, A Lia-
12. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 126. hona, julho de 1986, p. 43.
13. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 327. 26. “As Grandes Coisas Requeridas de Seus
Pais”, A Liahona, agosto de 1981, p. 55.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 489. 27. “Conselho aos Santos”, A Liahona,
julho de 1984, p. 8.
15. Conference Report, abril de 1949,
p. 198. 28. “Fundamentos do Relacionamento
Familiar Duradouro”, p. 102.
16. Conference Report, outubro de 1953,
p. 122. 29. “Conselho aos Santos”, p. 8.
17. The Teachings of Ezra Taft Benson, 30. “Fundamentos do Relacionamento
p. 521. Familiar Duradouro”, p. 102.
18. “Fundamentos do Relacionamento 31. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Familiar Duradouro”, A Liahona, p. 528.
janeiro de 1983, p. 102. 32. “Que o Reino de Deus Vá Avante”,
19. The Teachings of Ezra Taft Benson, A Liahona, outubro de 1978, p. 53.
p. 534. 33. “As Grandes Coisas Requeridas de Seus
20. The Teachings of Ezra Taft Benson, Pais”, p. 55.
p. 534. 34. The Teachings of Ezra Taft Benson,
21. “Fundamentos do Relacionamento p. 492.
Familiar Duradouro”, p. 102. 35. The Teachings of Ezra Taft Benson,
22. Sermons and Writings of President p. 490.
Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos 36. “Este É um Dia de Sacrifício”, A Lia-
do Presidente Ezra Taft Benson], 2003, hona, outubro de 1979, p. 51.
pp. 209–210. 37. The Teachings of Ezra Taft Benson,
23. “Fundamentos do Relacionamento pp. 491–492.
Familiar Duradouro”, p. 102.

202
C A P Í T U L O 1 5

Os Chamados Sagrados
de Pai e Mãe

“Que sejamos fiéis ao grande chamado


de pais, essa obrigação sagrada.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

T anto por palavras como pelo exemplo, no lar como ao redor


do mundo, na Igreja como nos círculos governamentais, o Presi-
dente Ezra Taft Benson ensinou a importância de sermos bons pais.
“Criem seus filhos com amor e com as admoestações do Senhor”,
disse ele.1 “O Senhor considera os pais responsáveis pela mordomia
de criar sua família. É uma responsabilidade muito sagrada.” 2
O Presidente Benson e sua mulher, Flora, trabalharam juntos
para cumprir suas responsabilidades sagradas de pais. Eles “cum-
priram a tarefa de criar a família usando de energia e entusiasmo”.3
Aconselhavam-­se frequentemente um com o outro sobre os filhos
e outros assuntos. “Era evidente que eu tinha uma mulher espiri-
tualmente perceptiva ao meu lado”, disse o Presidente Benson.4
Trabalhavam juntos para criar um lar onde os filhos pudessem
crescer e aprender — um lugar onde desejassem estar. “Eu preferia
ficar em casa a ficar em qualquer outro lugar”, disse o filho Mark.
“Era um refúgio contra a tempestade. Mamãe era o elemento pro-
tetor, e papai estava lá com sua força.” 5
O Presidente e a irmã Benson cumpriram suas responsabilidades
de pais em espírito de oração. Mark disse: “Mamãe era mais fervo-
rosa do que qualquer outra mulher que eu conhecia. (…) Nunca
em minha vida vi ninguém orar tanto assim. Em um piscar de olhos
ela já estava de joelhos, orando pelos filhos, fosse por uma prova
ou por uma briga na escola, por qualquer coisa. Tanto ela como o
papai tinham esse tipo simples de fé”.6

203
C ap í t u l o 1 5

Ezra Taft Benson com seus filhos, Reed e Mark

204
C ap í t u l o 1 5

O Presidente Benson ausentava-­se do lar com frequência devido


a seu trabalho e aos deveres na Igreja; assim, Flora assumiu grande
parte da responsabilidade pela criação e educação dos seis filhos.
Desempenhava seu papel de mãe com puro prazer. “O lar é o cen-
tro de nossas afeições mortais”, ela dizia.7 Mark relembra: “Mamãe
simplesmente amava ficar em casa. E ela nos amava — não porque
amar fosse seu dever, mas porque amar era sua vida”.8 Expressando
seus sentimentos sobre a importância de ser mãe, Flora escreveu:
“Quem quiser encontrar grandeza, não a procure num trono, mas,
sim, num berço. Existe nas mães um imenso poder. Ela é quem
molda corações e vidas; é quem constrói o caráter”.9
Quando o Presidente Benson ficava longe de casa, sempre bus-
cava um meio de cuidar de sua família e fortalecê-­la. Mantinha con-
tato regular com eles por meio de telefonemas e cartas. E quando
estava em casa, ficava com eles tanto tempo quanto lhe fosse pos-
sível. Ele sempre contava a história de “um pai ocupado que expli-
cava as horas que passava jogando bola com os filhos, dizendo:
‘Prefiro ter dor nas costas agora a ter dor no coração mais tarde’”.10
Ele também passava um tempo individualmente com cada filho.
Mark se lembra de quando o pai levou-­o a Salt Lake City, Utah,
para uma consulta médica: “Foi muito divertido viajar com o papai,
só ele e eu! Conversamos sobre qualquer coisa que eu quisesse.
Mesmo sendo só um menino, sabia que papai me amava, pois ele
estava ali comigo, me ajudando a melhorar”.11
Sempre que possível, o Presidente Benson levava os filhos com
ele em suas viagens. Em março de 1948, levou sua filha Bonnie,
de sete anos de idade na época, a uma reunião de agricultura no
Nebraska. “A imprensa ficou tão impressionada pela compostura
da menininha e pelo exemplo incomum de o pai trazer a filha bem
pequena numa viagem extremamente longa, para participar de um
evento tão distinto, que uma fotografia da Bonnie foi destaque na
primeira página [do jornal] na manhã seguinte. Mas, para o Élder
Benson, esse incidente não era incomum. Ele trazia frequentemente
os filhos consigo nas viagens para fora da cidade, tanto para con-
solidar seu bom relacionamento como para educá-­los.” 12

205
C ap í t u l o 1 5

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O chamado de pai é eterno.
Pais, vocês têm um chamado eterno do qual não serão jamais
desobrigados. Por mais importantes que sejam, os chamados na
Igreja são temporários por sua própria natureza; depois de algum
tempo, vem a desobrigação. O chamado de pai, porém, é eterno,
e sua importância transcende o tempo. É um chamado tanto para
esta vida quanto para a eternidade.13
O nosso padrão, ou modelo, de paternidade é nosso Pai ­Celestial.
Como Ele trabalha com Seus filhos? Bem, para saber isso, obvia-
mente, [os pais] precisarão saber alguma coisa sobre o evangelho,
o grande plano do Senhor.14
Para um homem, não há chamado tão elevado como o de
patriarca justo, casado na casa do Senhor, presidindo Seus filhos.
Até o próprio Eloim pede que nos dirijamos a Ele desta forma: “Pai
nosso, que estás nos céus” (Mateus 6:9; 3 Néfi 13:9).15

2
O pai tem o dever de prover liderança
espiritual em sua família.
O Pai deve desejar ansiosamente abençoar sua família, dirigir-­se
ao Senhor, ponderar as palavras de Deus e viver pelo Espírito para
conhecer a mente e a vontade do Senhor, e o que ele deve fazer a
fim de liderar sua família.16
[Pais], vocês têm a sagrada responsabilidade de prover liderança
espiritual para sua família.
Num folheto publicado há alguns anos pelo Conselho dos Doze,
dissemos o seguinte: “Paternidade é liderança, a mais importante
forma de liderança. Sempre foi assim e sempre será assim. Pai, com
a assistência, o conselho e o incentivo de sua companheira eterna,
você preside o lar” (Father, Consider Your Ways [Pai, Considere Sua
Responsabilidade], folheto, 1973, pp. 4–5). (…)

206
C ap í t u l o 1 5

Com grande amor no coração pelos pais em Israel, gostaria de


sugerir dez coisas específicas que os pais podem fazer para oferecer
liderança espiritual a seus filhos:
1. Deem bênçãos paternas a seus filhos. Batizem e confirmem
seus filhos. Ordenem seus filhos ao sacerdócio. Esses serão momen-
tos espirituais marcantes na vida de seus filhos.
2. Dirijam pessoalmente as orações familiares, a leitura diária das
escrituras e a noite familiar semanal. Sua participação ativa mostrará
a seus filhos como essas coisas são importantes.
3. Sempre que possível, assistam às reuniões da Igreja juntos,
em família. A adoração em família sob sua liderança é vital para o
bem-­estar espiritual de seus filhos.
4. Acompanhem seus filhos e suas filhas nas atividades. (…)
5. Criem uma tradição familiar em relação a férias, viagens e
passeios. Essas recordações jamais serão esquecidas por seus filhos.
6. Conversem regularmente a sós com cada filho. Deixem que
falem sobre o que quiserem. Ensinem-­lhes princípios do evange-
lho. Ensinem-­lhes valores verdadeiros. Expressem-­lhes seu amor.
O tempo dedicado aos filhos mostra quais são as suas prioridades.
7. Ensinem seus filhos a trabalhar; mostrem-­lhes o valor de se
esforçarem para atingir uma meta digna. (…)
8. Incentivem o gosto pela boa música, arte e literatura no lar. O
lar em que reina uma atmosfera de refinamento e beleza abençoará
a vida de seus filhos para sempre.
9. Se a distância permitir, frequentem regularmente o templo com
sua esposa. Assim, seus filhos compreenderão melhor a importância
do casamento no templo, dos convênios do templo e da unidade
familiar eterna.
10. Deixem que seus filhos vejam a alegria e satisfação com que
vocês servem na Igreja. Isso pode tornar-­se contagiante; então eles
também desejarão servir na Igreja e terão amor ao reino.
Oh, maridos e pais em Israel, vocês podem fazer tanto pela sal-
vação e exaltação de sua família! Suas responsabilidades são extre-
mamente importantes.17

207
C ap í t u l o 1 5

“Conversem regularmente a sós com cada filho.”

Temos, às vezes, notícias de homens, mesmo na Igreja, que


acham que estar à testa da família os coloca em posição superior,
dando-­lhes permissão de dar ordens e fazer exigências.
O Apóstolo Paulo ressalta que “o marido é a cabeça da mulher,
como também Cristo é a cabeça da igreja” (Efésios 5:23; grifo do
autor). Esse é o modelo que devemos seguir em nossa função de
presidência no lar. Não vemos o Salvador dirigir a Igreja com mão
dura e severa. Não vemos o Salvador tratar Sua Igreja com desres-
peito ou negligência. Não vemos o Salvador recorrer à força ou
coerção para realizar Seus propósitos. Em parte alguma, vemos o
Salvador fazendo qualquer coisa senão o que edifica, eleva, con-
forta e exalta a Igreja. Irmãos, digo-­lhes com toda a seriedade, Ele
é o modelo que devemos seguir na liderança espiritual de nossa
família.18
Como o patriarca do lar, vocês têm a grave responsabilidade de
assumir a liderança no trato com os filhos. Cabe-­lhes ajudar a criar
um lar no qual possa habitar o Espírito do Senhor. (…)
Seu lar deve ser um refúgio de paz e alegria para a família.
Nenhum filho deve temer o próprio pai — sobretudo um pai por-
tador do sacerdócio. O pai tem por dever tornar o lar um lugar de

208
C ap í t u l o 1 5

felicidade e alegria. (…) O poderoso efeito de um pai justo dando


exemplo, disciplinando e educando, acalentando e amando é vital
para o bem-­estar espiritual dos filhos.19

3
O papel de mãe é ordenado por Deus.
[As mães] são, ou deveriam ser, o coração e a alma da família.
Não existe palavra mais sagrada nos escritos seculares ou canôni-
cos do que a palavra mãe. Não há trabalho mais nobre do que o
realizado por uma mãe bondosa e temente a Deus.
Na família eterna, Deus determinou que o pai deve presidir o lar.
O pai deve ser o provedor, amar, ensinar e dirigir. O papel da mãe
também foi ordenado por Deus. A mãe deve conceber, gerar, nutrir,
amar e ensinar. Assim declaram as revelações.20
Sabemos que algumas mulheres, sem ter culpa disso, não podem
gerar filhos. A essas maravilhosas irmãs, todos os profetas de Deus
prometeram que serão abençoadas com filhos nas eternidades e
que não lhes será negada uma posteridade.
Por meio da pura fé, orações fervorosas, jejum e bênçãos espe-
ciais do sacerdócio, muitas dessas irmãs, com seu nobre compa-
nheiro a seu lado, viram milagres acontecer em sua vida e foram
abençoadas com filhos. Outras, após terem orado a respeito, deci-
diram adotar filhos. Nós cumprimentamos esses maravilhosos casais
pelos sacrifícios e pelo amor que deram a esses filhos que esco-
lheram para si.21
Que Deus abençoe nossas maravilhosas mães. Oramos por
vocês. Nós as apoiamos. Nós as honramos por gerar, nutrir, educar,
ensinar e amar para toda a eternidade. Prometo-­lhes as bênçãos do
céu e “tudo o que [o] Pai possui” (ver D&C 84:38) ao magnificarem
o mais nobre de todos os chamados: o chamado de mãe em Sião.22

4
As mães devem amar, ensinar e passar um
tempo de qualidade com seus filhos.
Mães em Sião, o papel que lhes foi concedido por Deus é vital
para sua própria exaltação e para a salvação e exaltação de sua

209
C ap í t u l o 1 5

família. Uma criança precisa mais da mãe do que de todas as coisas


que o dinheiro pode comprar. Passar um tempo com seus filhos é
o maior de todos os presentes.23
Com amor no coração pelas mães em Sião, gostaria de sugerir
dez maneiras específicas para que vocês, nossas mães, passem o
tempo de modo eficaz com seus filhos.
Primeiro: sempre que possível, estejam presentes para interagir
com seus filhos quando estiverem indo ou vindo: quando forem
para a escola e quando voltarem dela, quando saírem para um
encontro e quando voltarem, e quando trouxerem amigos para
casa. Estejam sempre presentes, quer seus filhos tenham 6 ou
16 anos. (…)
Segundo: mães, procurem ser uma verdadeira amiga de seus
filhos. Ouçam seus filhos, de verdade. Conversem com eles, riam
e brinquem com eles, cantem com eles, joguem com eles, chorem
com eles, abracem-­nos, elogiem-­nos com sinceridade. Sim, passem
alguns momentos tranquilos, sem pressa, com cada filho individual-
mente. Sejam uma verdadeira amiga de seus filhos.
Terceiro: leiam para seus filhos. Comecem desde o berço, leiam
para seus filhos e para suas filhas. (…) Vocês incutirão neles o amor
pela boa literatura e um verdadeiro amor pelas escrituras se lerem
regularmente para seus filhos.
Quarto: disponham de tempo para orar com seus filhos. A ora-
ção familiar, sob a direção do pai, deve ser realizada pela manhã
e à noite. Façam com que seus filhos sintam sua fé ao invocar as
bênçãos do céu sobre eles. (…) Incentivem seus filhos a fazer as
orações em família e individualmente, e regozijem-­se com suas
ternas expressões ao Pai Celestial.
Quinto: realizem uma noite familiar significativa todas as sema-
nas. Façam com que seus filhos participem ativamente. Ensinem-­
lhes princípios corretos. Façam disso uma das grandes tradições de
sua família. (…)
Sexto: façam as refeições juntos sempre que possível. Isso se
torna um desafio quando os filhos crescem e a vida fica mais ata-
refada. Mas há conversas alegres, compartilham-­se os planos e as

210
C ap í t u l o 1 5

“Desenvolvam o hábito de ler para seus filhos.”

atividades do dia e ocorrem momentos especiais de ensino durante


as refeições porque a mãe, o pai e os filhos se empenham para isso.
Sétimo: reservem um horário para ler as escrituras todos os dias
com a família. (…) Ler o Livro de Mórmon juntos como família é
algo que aumentará a espiritualidade em seu lar e dará tanto aos
pais quanto aos filhos o poder de resistir à tentação e de ter o Espí-
rito Santo como companheiro constante. Prometo que o Livro de
Mórmon vai mudar a vida de sua família.
Oitavo: façam coisas juntos, em família. Façam com que os pas-
seios em família, os piqueniques, os aniversários e as viagens em
família sejam momentos especiais e criem boas recordações. Sem-
pre que possível, assistam com toda a família a eventos em que um
dos familiares esteja envolvido, como peças de teatro na escola, um
evento esportivo, um discurso, um recital. Assistam às reuniões da
Igreja juntos e sentem-­se juntos como família, quando puderem.
A mãe que ajuda a família a orar e a brincar junta faz com que a
família permaneça sempre unida e abençoa a vida dos filhos para
sempre.
Nono: mães, disponham de tempo para ensinar seus filhos. Este-
jam atentas às oportunidades de ensino durante as refeições, em

211
C ap í t u l o 1 5

situações informais ou em ocasiões especiais em que a família esteja


reunida, ao pé da cama no final do dia ou numa caminhada bem
cedo pela manhã. (…)
O amor materno e sua preocupação fervorosa com os filhos
são os mais importantes ingredientes ao ensiná-­los. Ensinem-­lhes
princípios do evangelho. Ensinem a eles que vale a pena ser bom.
Ensinem a eles que não há segurança no pecado. Ensinem a eles
o amor pelo evangelho de Jesus Cristo e um testemunho de sua
divindade.
Ensinem o recato a seus filhos e suas filhas, e ensinem o respeito
pelo sexo oposto. Ensinem a seus filhos a pureza sexual, os devidos
padrões de namoro, o casamento no templo, o trabalho missionário
e a importância de aceitar e magnificar os chamados na Igreja.
Ensinem seus filhos a amar o trabalho e a valorizar a instrução
e a educação.
Ensinem a importância do tipo certo de entretenimento, inclu-
sive filmes, vídeos, músicas, livros e revistas adequados. Conversem
sobre os males da pornografia e das drogas, e ensinem-­lhes o valor
de se ter uma vida pura.
Sim, mães, ensinem a seus filhos o evangelho em sua própria
casa, em seu próprio serão. Esse é o ensino mais eficaz que seus
filhos receberão na vida. (…)
Décimo e último: mães, disponham de tempo para amar verda-
deiramente seus filhos. O amor irrestrito da mãe se assemelha ao
amor de Cristo.
Seus filhos adolescentes também precisam desse mesmo tipo de
amor e atenção. Parece mais fácil para muitas mães e pais expressar
seu amor aos filhos quando são pequenos, e mais difícil à medida
que eles crescem. Trabalhem nisso em espírito de oração. Não é
preciso haver um abismo que separe as gerações. O segredo é o
amor. Nossos jovens precisam de amor e atenção, não de condes-
cendência. Precisam de empatia e compreensão, não da indiferença
do pai e da mãe. Eles precisam do tempo de seus pais. Os gentis
ensinamentos da mãe e sua confiança e seu amor por um filho ou
uma filha adolescente podem literalmente salvá-­los deste mundo
iníquo.24

212
C ap í t u l o 1 5

Sabem por que razão as mães justas amam tanto seus filhos?
Porque elas sacrificam muito por eles. Amamos aquilo pelo que nos
sacrificamos, e nos sacrificamos por aquilo que amamos.25

5
Os pais devem trabalhar juntos em união
e amor na criação dos filhos.
Marido e mulher, como cocriadores, devem acolher calorosa e
fervorosamente os filhos em seu lar. (…) Abençoados são o marido
e a mulher que têm uma família com filhos. As alegrias e bênçãos
mais profundas da vida estão associadas à família, à paternidade e
maternidade e ao sacrifício. Receber esses doces espíritos no lar é
algo digno de praticamente qualquer sacrifício.26
Quando os pais, com companheirismo, amor e união, cumprem
sua responsabilidade divina, e os filhos respondem com amor e
obediência, o resultado é uma grande alegria.27
Que Deus nos ajude a apoiar-­nos mutuamente. Que isso comece
no lar, ao apoiarmos nossa família. Que exista um espírito de leal-
dade, união, amor e respeito mútuo. Que o marido seja leal a sua
mulher, seja fiel, ame-­a, esforce-­se para aliviar seu fardo e divida
com ela a responsabilidade de cuidar dos filhos, educá-­los e criá-­
los. Que a mãe e esposa demonstre um espírito de auxílio a seu
marido, que o edifique e apoie em seus deveres do sacerdócio,
e seja leal e fiel aos chamados que ele receber do sacerdócio de
Deus.28
Que sejamos fiéis ao grande chamado de pais, essa obrigação
sagrada, para que edifiquemos nosso lar solidamente sobre prin-
cípios eternos, para não nos arrepender. Que jamais deixemos de
corresponder [ser fiéis] à grande confiança que foi depositada em
nós. Que sempre nos lembremos de que esses espíritos que entram
em nosso lar são espíritos escolhidos.29

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse: “O nosso padrão, ou modelo, de
paternidade é nosso Pai Celestial” (seção 1). De que maneira

213
C ap í t u l o 1 5

os pais terrenos podem seguir o padrão estabelecido pelo Pai


Celestial?
• Examine a lista de “dez coisas que os pais podem fazer para
oferecer liderança espiritual a seus filhos” sugerida pelo Presi-
dente Benson (seção 2). Como você acha que cada uma dessas
recomendações pode influenciar os filhos?
• O Presidente Benson declarou: “Não há trabalho mais nobre do
que o realizado por uma mãe bondosa e temente a Deus” (seção
3). Que exemplos você poderia citar de mães nobres? Conside-
rando a mudança de atitude do mundo em relação à materni-
dade, o que podemos fazer para apoiar as nobres e sagradas
responsabilidades das mães?
• Quais são alguns benefícios advindos do fato de pais e filhos
passarem tempo juntos? (Para mais exemplos, ver a seção 4.)
• Quais são algumas das bênçãos derramadas sobre o lar quando
os pais são unos em suas responsabilidades? (Ver seção 5.) O
que o pai e a mãe podem fazer para serem mais unidos? De que
maneira o pai ou a mãe que cria os filhos sozinho(a) recebe a
força necessária para cumprir essas responsabilidades?
Escrituras Relacionadas
Provérbios 22:6; Efésios 6:4; Mosias 4:14–15; Alma 56:45–48;
3 Néfi 22:13; ver também “A Família: Proclamação ao Mundo”,
A Liahona, novembro de 2010, última contracapa.
Auxílio Didático
“Caso se prepare espiritualmente e reconheça a influência do
Senhor em seu ensino, você se tornará um instrumento nas mãos
Dele. O Espírito Santo concederá poder a suas palavras” (Ensino,
Não Há Maior Chamado, 2009, p. 41).
Notas
1. “Fundamentos do Relacionamento 5. Mark Amussen Benson, Ezra Taft
Familiar Duradouro”, A Liahona, ­Benson: A Biography, p. 133.
janeiro de 1983, p. 102; itálicos removi- 6. Mark Amussen Benson, Ezra Taft
dos do original. ­Benson: A Biography, p. 139.
2. “Fundamentos do Relacionamento 7. Flora Amussen Benson, Ezra Taft
Familiar Duradouro”, p. 102. ­Benson: A Biography, p. 134.
3. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 8. Mark Amussen Benson, Ezra Taft
graphy, 1987, p. 127. ­Benson: A Biography, p. 133.
4. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 141.

214
C ap í t u l o 1 5

9. Flora Amussen Benson, Ezra Taft 20. Sermons and Writings of President
­Benson: A Biography, p. 130. Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
10. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 134. do Presidente Ezra Taft Benson], p. 215.
11. Mark Amussen Benson, Ezra Taft 21. Sermons and Writings of President
­Benson: A Biography, p. 138. Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
do Presidente Ezra Taft Benson], p. 216.
12. Francis M. Gibbons, Ezra Taft Benson:
Statesman, Patriot, Prophet of God, 22. Sermons and Writings of President
1996, p. 165. Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
do Presidente Ezra Taft Benson], p. 222.
13. Sermons and Writings of President
Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos 23. Sermons and Writings of President
do Presidente Ezra Taft Benson], 2003, Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
p. 205. do Presidente Ezra Taft Benson], p. 217.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson, 24. Sermons and Writings of President
1988, p. 503. Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
do Presidente Ezra Taft Benson], pp.
15. The Teachings of Ezra Taft Benson, 218–221.
p. 496.
25. “Jesus Cristo — Dádivas e Expectati-
16. The Teachings of Ezra Taft Benson, vas”, A Liahona, dezembro de 1987,
p. 511. p. 3.
17. Sermons and Writings of President 26. Sermons and Writings of President
Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
do Presidente Ezra Taft Benson], pp. do Presidente Ezra Taft Benson], p. 216.
208, 212–213.
27. “Conselho aos Santos”, A Liahona,
18. Sermons and Writings of President julho de 1984, p. 8.
Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos
do Presidente Ezra Taft Benson], p. 209. 28. Conference Report, outubro de 1951,
p. 155.
19. Sermons and Writings of President
Ezra Taft Benson [Discursos e Escritos 29. Conference Report, outubro de 1953,
do Presidente Ezra Taft Benson], p. 211. p. 123.

215
“Tenho um sentimento especial pelos idosos. (…) Sinto que,
ao menos em parte, eu os compreendo, pois sou um deles.”

216
C A P Í T U L O 1 6

Os Idosos na Igreja

“Que esses anos dourados sejam seus melhores


anos à medida que vivam, amem e sirvam
plenamente. E que Deus abençoe aqueles que
suprem suas carências — seus familiares, seus
amigos e seus irmãos e líderes da Igreja.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E zra Taft Benson tinha 86 anos quando se tornou Presidente da


Igreja. Ele compreendia as alegrias e os desafios que acompanham
os últimos anos de vida. Uma dessas alegrias, para ele, era a compa-
nhia constante de sua mulher, Flora. O casal celebrou os 60 anos de
casamento durante seu primeiro ano como Presidente. Adoravam
a companhia um do outro e frequentavam o templo juntos pratica-
mente todas as manhãs de sexta-­feira. Em sua festa de aniversário
de 87 anos, alguém perguntou ao Presidente Benson qual era o
segredo de sua vida longa e feliz. “Antes que pudesse responder,
a irmã Benson disse, com graça, mas com intenção: ‘Ele teve uma
ótima esposa’.” 1
Ao atingirem uma idade mais avançada, o Presidente e a irmã
Benson adoravam ficar em companhia dos filhos e dos netos, e
a família continuava aprendendo com seu exemplo. “Uma das
netas morou com os avós durante os primeiros 18 meses dele
como Presidente e, a convite do casal, sempre viajava com eles
para auxiliá-­los e para cuidar de suas necessidades individuais.
Ela acompanhou muito de perto os avós na rotina doméstica — as
idas até a sorveteria; o modo como se sentavam no sofá, de mãos
dadas, e como recordavam o passado, cantavam e riam juntos; e
a maneira calorosa como recebiam os mestres familiares e outros
que os visitavam.” 2

217
C ap í t u l o 1 6

Os netos sabiam a grande bênção que era poder receber a


influência de avós tão sábios e amorosos. “Uma das netas escreveu
uma carta de agradecimento ao Presidente Benson pelo conselho
que ela e o marido receberam quanto a uma decisão difícil. ‘Nós lhe
perguntamos o que fazer e você disse: ‘Orem a respeito. Acredito
firmemente que tomarão a decisão certa’. A sua fé em nós deu-­nos
mais autoconfiança.’” 3
Para a conferência geral realizada imediatamente após seu ani-
versário de 90 anos, o Presidente Benson preparou um discurso
dirigido “aos idosos na Igreja e seus familiares e aos que cuidam de
suas necessidades”. Na introdução, ele expressou sua relação pes-
soal com o assunto: “Tenho um carinho especial pelos idosos, esse
maravilhoso grupo de homens e mulheres. Sinto que, ao menos em
parte, eu os compreendo, pois sou um deles”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Senhor conhece e ama os idosos e conferiu-­lhes
muitas de Suas responsabilidades mais importantes.
O Senhor conhece e ama os idosos entre Seu povo. Sempre foi
assim; e sobre eles Ele conferiu muitas de suas responsabilidades
mais importantes. Em várias dispensações, Ele guiou Seu povo por
intermédio de profetas que tinham idade bem avançada. Ele preci-
sava da sabedoria e da experiência que só se adquire com a idade,
da orientação inspirada daqueles com longos anos de comprovada
fidelidade a Seu evangelho.
O Senhor abençoou Sara, já idosa, para que desse um filho a
Abraão. Provavelmente o maior sermão do rei Benjamim foi pro-
ferido quando ele já era bem idoso, quase à morte. Ele foi de fato
um instrumento nas mãos do Senhor, pois foi capaz de liderar seu
povo e manter a paz entre eles.
Muitos outros homens e mulheres através dos séculos realizaram
coisas grandiosas ao prosseguirem, mesmo na velhice, servindo ao
Senhor e aos filhos Dele.
Em nossa dispensação, dentre os profetas que foram chamados
pelo Senhor, muitos o foram com mais de 70, 80 ou com mais

218
C ap í t u l o 1 6

idade. O Senhor realmente conhece e ama Seus filhos que doaram


muito de si durante seus anos de experiência.
Nós amamos vocês, que são os idosos na Igreja! Vocês formam o
segmento da população que mais cresce no mundo atual e também
na Igreja.
Desejamos que seus anos dourados sejam maravilhosos e com-
pensadores. Oramos para que sintam a alegria de uma vida bem
vivida e repleta de boas recordações e de expectativas ainda maio-
res por meio da Expiação de Cristo. Esperamos que sintam a paz
que o Senhor prometeu aos que continuam a se esforçar para cum-
prir Seus mandamentos e seguir Seu exemplo. Desejamos que seus
dias sejam cheios de coisas para fazer e de meios de prestar serviço
a outros menos afortunados que vocês. Ser mais velho quase sem-
pre significa ser melhor, pois seu tesouro de sabedoria e experiên-
cia pode continuar a se expandir e aumentar ao estender a mão
para outros. 5

2
Podemos tirar o máximo proveito de nossa idade avançada.
Gostaria de sugerir oito áreas nas quais podemos tirar o máximo
proveito de nossa idade avançada:
1. Oficiar no templo e frequentá-­lo amiúde. Nós, que somos mais
velhos, devemos usar nossa energia não só para abençoar nossos
antepassados, mas também para garantir que, tanto quanto possível,
toda a nossa posteridade receba no templo as ordenanças de exal-
tação. Trabalhem com sua família; aconselhem aqueles que porven-
tura ainda não estiverem dispostos a se preparar e orem por eles.
Exortamos todos os que puderem a ir ao templo com frequência
e aceitar chamados para servir no templo, desde que a saúde, as
forças e a distância assim o permitam. Dependemos de vocês para
realizar o trabalho nos templos. Com o número crescente de tem-
plos, precisamos de mais membros que se preparem para esse doce
encargo. A irmã Benson e eu somos gratos por poder frequentar o
templo juntos quase todas as semanas. Que bênção isso tem sido
em nossa vida!

219
C ap í t u l o 1 6

2. Coletar e escrever histórias familiares. Conclamamos a todos


que busquem com empenho reunir e registrar histórias pessoais e
familiares. Muitas vezes, vocês são os únicos que conhecem a his-
tória e se lembram de entes queridos, datas e eventos. Há situações
em que vocês são a história da família. Há pouquíssimas manei-
ras pelas quais seu legado será mais bem preservado do que pela
coleta e pelo registro que vocês fazem de suas histórias.
3. Envolver-se com a obra missionária. Precisamos de um
número cada vez maior de casais na obra missionária. Se a saúde e
as finanças permitirem, conclamamos muitos mais casais a coloca-
rem a vida e outros negócios em ordem e partirem para a missão.
Precisamos muito de vocês no campo missionário! Vocês conse-
guem realizar a obra missionária de uma maneira que os jovens
missionários não conseguem.
Sou grato por duas de minhas irmãs viúvas terem servido juntas
como companheiras missionárias na Inglaterra. Tinham 68 e 73
anos de idade quando foram chamadas, e a experiência de ambas
foi maravilhosa.
Quando os avós servem missão, isso é um grande exemplo e
uma bênção para a posteridade da família. Muitos casais seniores
que fazem isso são fortalecidos e revitalizados pelo serviço mis-
sionário. Por meio dessa vereda sagrada de serviço, muitos são
santificados e sentem a alegria de trazer outros ao conhecimento
da plenitude do evangelho de Jesus Cristo. (…)
4. Exercer a liderança na edificação da união familiar. Exor-
tamos todos os membros idosos, se possível, a reunir sua família.
Organize-­os em unidades coesas. Exerça a liderança nos encontros
familiares. Organize encontros familiares em que a interação e o
legado familiar possam ser sentidos e aprendidos. Algumas das
minhas recordações mais doces são os encontros e as reuniões da
nossa família. Desenvolvam boas tradições familiares que os unam
eternamente. Ao fazer isso, estarão criando um pedacinho do céu
aqui mesmo na Terra, dentro de cada família. Aliás, a eternidade
será apenas uma extensão da vida familiar justa.
5. Aceitar e cumprir chamados na Igreja. Acreditamos que todos
os membros idosos que tenham condições podem aceitar chamados

220
C ap í t u l o 1 6

“Que esses anos dourados sejam seus melhores anos à


medida que vivam, amem e sirvam plenamente.”

na Igreja e cumpri-­los com dignidade. Sou grato por conhecer pes-


soalmente irmãos com 70 ou 80 anos de idade que servem como
bispos e presidentes de ramo. Como precisamos do conselho e da
influência daqueles que já trilharam as sendas da vida! Todos nós
precisamos ouvir suas histórias de sucesso e de como superaram
um coração partido, uma dor, uma decepção, tornando-­se mais
fortes graças a essas experiências.
Existem ótimas oportunidades de serviço para vocês na maio-
ria das organizações da Igreja. Vocês dispõem de tempo e de um
sólido alicerce no evangelho, o que lhes permite oferecer excelente
trabalho. Seu serviço fiel na Igreja se evidencia das mais variadas
maneiras. Agradecemos por tudo quanto têm feito e oramos para
que o Senhor os fortaleça para fazerem mais.
6. Planejar seu futuro financeiro. Ao prosseguirem pela vida em
direção à aposentadoria e às décadas que se seguirão, convidamos
todos os nossos membros idosos a planejarem economicamente o
período seguinte ao do emprego por tempo integral. Que evitemos
dívidas desnecessárias. Também recomendamos precaução quanto

221
C ap í t u l o 1 6

a assinarem em conjunto notas promissórias, mesmo com familiares,


o que pode colocar em risco a renda da aposentadoria.
Sejam ainda mais cuidadosos nesse período da vida com os
esquemas de “enriquecimento rápido”, hipoteca da casa e investi-
mento em negócios incertos. Tenham cuidado para que o planeja-
mento de uma vida inteira não seja desperdiçado por causa de uma
ou de uma série de más decisões financeiras. Planejem seu futuro
financeiro com antecedência e atenham-­se ao plano.
7. Prestar serviço cristão. O serviço cristão exalta. Sabedores
disso, conclamamos todos os membros idosos capazes a lançar
[suas] foices no serviço ao próximo. Isso pode fazer parte do pro-
cesso de santificação. O Senhor prometeu que aqueles que per-
dessem a vida no serviço ao próximo a achariam. O Profeta Joseph
Smith nos disse que deveríamos “esgotar nossa vida” para levar a
efeito os propósitos do Senhor (D&C 123:13).
Paz, alegria e bênçãos acompanharão aqueles que prestarem
serviço ao próximo. Sim, recomendamos o serviço cristão a todos,
mas é especialmente recompensador na vida dos idosos.
8. Manter a boa forma física, ser saudáveis e ativos. Estamos
empolgados com os esforços feitos por muitos idosos a fim de
garantir boa saúde na idade avançada. (…)
Como gostamos de ver nossos idosos sempre vigorosos e ativos!
Ao manterem a atividade, tanto a mente como o corpo funcionam
melhor.6

3
O serviço ao próximo ajuda a curar aqueles que
perderam um ente querido ou temem a solidão.
Queremos também expressar nosso amor aos que perderam o
cônjuge. Às vezes pode haver, para alguns, um sentimento de inuti-
lidade e de solidão que pode ser quase insuportável. Muitas vezes,
não é preciso que seja assim. Além das oito sugestões mencionadas,
seguem-­se alguns exemplos de atividades que comprovadamente
ajudaram outras pessoas.
Há pessoas sozinhas que se mantêm ocupadas costurando col-
chas para cada neto que se casa ou cada recém-­nascido na família.

222
C ap í t u l o 1 6

Outras escrevem cartas nos aniversários ou comparecem, sempre


que possível, aos eventos escolares e esportivos dos netos. Algumas
montam álbuns de fotografias de cada neto para entregar-­lhes nos
aniversários. (…)
Vemos um número incontável de irmãs viúvas que são voluntá-
rias (…) em hospitais ou prestam outros tipos de serviço comunitá-
rio. Muitas delas sentem-­se realizadas ajudando dessa forma.
A fórmula para superar a solidão e o sentimento de inutilidade,
para quem é fisicamente capaz, é olhar para fora de si mesmo
e ajudar aqueles que estão realmente necessitados. Prometemos
a quem prestar esse tipo de serviço que, de alguma forma, você
será curado da perda de entes queridos ou do medo da solidão. A
maneira de se sentir melhor quanto à própria situação é melhorar
as circunstâncias de outra pessoa.7

4
Em ocasiões de enfermidade e dor, podemos
permanecer fortes em atitude e em espírito.
Estendemos particularmente nosso amor e nossa preocupação
aos que estão enfermos ou sofrem a dor e as vicissitudes da vida.
Preocupamo-­nos com vocês e oramos por vocês. Lembrem-­se
daquilo que Leí disse ao abençoar seu filho Jacó, que havia sofrido
nas mãos de seus irmãos mais velhos Lamã e Lemuel. Ele disse:
“Conheces a grandeza de Deus; e ele consagrará tuas aflições para
teu benefício” (2 Néfi 2:2). Ele fará o mesmo por vocês.
Oramos para que continuem se esforçando para permanecer
fortes na atitude e no espírito. Sabemos que nem sempre é fácil.
Oramos para que aqueles que hoje fazem por vocês as tarefas que
vocês não conseguem mais fazer sozinhos façam-­nas com amor,
com gentileza e com carinho.
Desejamos que continuem a ter bons pensamentos e sentimen-
tos na mente e no coração, dispersando rapidamente os que lhes
sejam nocivos e destrutivos. Confiamos que estejam oferecendo
suas orações diariamente e mesmo a toda hora se necessário. Como
nos ensina o Livro de Mórmon: “Que vivais rendendo graças diaria-
mente pelas muitas misericórdias e bênçãos que ele vos concede”
(Alma 34:38).

223
C ap í t u l o 1 6

Vocês verão que o estudo diário do Livro de Mórmon elevará seu


espírito, levá-­los-­á a se achegarem mais ao Salvador e os ajudará a
ser estudantes do evangelho que compartilham grandes verdades
com outras pessoas.8

5
É importante que as famílias ofereçam aos pais e avós
idosos o amor, o cuidado e o respeito que merecem.
Agora gostaria de falar um pouco à família dos idosos. Referimo-­
nos à escritura que se encontra em Salmos: “Não me rejeites no
tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a
minha força” (Salmos 71:9).
Incentivamos as famílias a oferecerem aos pais e avós idosos
o amor, o cuidado e a atenção que merecem. Lembremo-­nos do
mandamento bíblico de cuidar das pessoas de nossa família para
que não sejamos considerados “[piores] do que o infiel” (I Timóteo
5:8). Sinto-­me extremamente grato por minha própria família e pelo
cuidado amoroso que dedicam a seus pais há tantos anos.
Lembrem-­se de que os pais e os avós são nossa responsabilidade,
e devemos cuidar deles da melhor forma possível. Quando os ido-
sos não têm familiares que cuidem deles, a liderança do sacerdócio
e da Sociedade de Socorro deve envidar todos os esforços para
cuidar de suas necessidades com o mesmo tipo de amor. Apresen-
tamos algumas sugestões à família dos idosos.
Desde quando o Senhor gravou os Dez Mandamentos nas tábuas
de pedra, Suas palavras ecoam do Sinai através dos séculos: “Honra
a teu pai e a tua mãe” (Êxodo 20:12).
Honrar e respeitar nossos pais significa ter por eles grande
apreço e admiração. Nós os amamos, apreciamos e nos preocupa-
mos com sua felicidade e seu bem-­estar. Nós os tratamos com cor-
tesia e consideração sincera. Buscamos compreender seu ponto de
vista. Certamente, a obediência às aspirações e aos desejos justos
dos pais faz parte do ato de honrá-­los.
Acima de tudo, nossos pais merecem que os honremos e os res-
peitemos porque eles nos deram a vida. Além disso, quase sempre
fizeram inúmeros sacrifícios para nos criar e alimentar durante toda

224
C ap í t u l o 1 6

a infância. Eles cuidaram de nossas necessidades, atenderam-­nos


nas horas de enfermidade e nas tensões emocionais da adolescên-
cia. Muitas vezes, deram-­nos a oportunidade de receber instrução
formal e, ao menos em parte, eles nos educaram. Muito do que
sabemos e fazemos foi aprendido graças ao exemplo deles. Que
sempre sejamos gratos a eles e demonstremos essa gratidão.
Que desenvolvamos a capacidade de perdoar nossos pais que,
apesar dos erros que cometeram ao nos criar, quase sempre fize-
ram o melhor que puderam. Que sempre os perdoemos da mesma
forma que esperamos ser perdoados por nossos filhos pelos erros
que cometemos.
Mesmo quando os pais envelhecem, devemos honrá-­los dando-­
lhes liberdade de escolha e a oportunidade de independência
enquanto for possível. Que não lhes privemos das escolhas que
ainda podem fazer. Alguns pais conseguem viver e cuidar bem de
si mesmos até a idade avançada, e preferirão fazê-­lo. Quando eles
conseguem, deixem que façam.
Se eles se tornarem menos capazes de viver independentemente,
então a família, a Igreja e os recursos da comunidade podem ser
necessários para ajudá-­los. Se os idosos se tornarem incapazes de
cuidar de si mesmos, mesmo com ajuda suplementar, poderão rece-
ber tais cuidados no lar de um membro da família se possível. Os
recursos da Igreja e da comunidade podem ser também necessários
nessas situações.
O papel do cuidador é vital. Há uma grande necessidade de
apoio e ajuda para alguém nessas condições. Em geral, trata-­se do
cônjuge idoso ou de uma filha de meia-­idade que tem os próprios
filhos para cuidar além do idoso, seja o pai ou a mãe.9

6
Aqueles que são abençoados com a proximidade
dos avós e de outras pessoas de idade desfrutam de
uma companhia e interação muito proveitosa.
Também esperamos que vocês incluam os idosos nas ativida-
des familiares sempre que possível. Sentimos grande alegria ao ver
netinhos animados e gentis tendo os avós amorosos em seu meio.
As crianças adoram essas ocasiões. Elas adoram quando os avós os

225
C ap í t u l o 1 6

“Os avós podem exercer uma grande influência nos netos.”

visitam e quando estão presentes no jantar, nas reuniões de noite


familiar e em outros eventos especiais. Essas são oportunidades
excelentes para ensinar as crianças a honrar, amar e respeitar aque-
les que estão vivendo seus últimos anos e cuidar deles.
Os avós podem exercer uma grande influência nos netos. O
tempo de que dispõem não está todo comprometido e limitado
como o dos pais; assim, podem abrir livros e ler, podem contar
histórias e podem ensinar as crianças a aplicar os princípios do
evangelho. Com isso, as crianças adquirem uma perspectiva de
vida que não só os beneficia, mas também lhes dá segurança, paz
e força. É possível enviar cartas, [gravações] e fotografias, especial-
mente quando a distância é grande e isso torna impossível ver um
ao outro com frequência. Aqueles que são abençoados com a pro-
ximidade dos avós e de outras pessoas de idade desfrutam de uma
companhia e interação muito proveitosa. Haverá ocasiões em que
eles poderão comparecer a formaturas, casamentos, caravanas ao
templo (…) e outros eventos especiais com os membros da família.
Adoramos ver nossos filhos e netos crescer e ter sucesso em
áreas específicas ao partilhar de muitas das suas alegrias e nos

226
C ap í t u l o 1 6

regozijar com suas vitórias. A felicidade abençoa nossa vida à


medida que nossos filhos se esforçam e encontram realização na
própria vida. Lemos em III João 1:4: “Não tenho maior gozo do
que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade”. Esse
conhecimento ajuda-­nos a renovar nosso amor e nossa coragem
para continuar com nossos esforços.10

7
Os líderes da Igreja devem buscar fervorosamente
o Espírito para ajudar os membros a
cuidar das necessidades dos idosos.
Nós (…) exortamos os líderes do sacerdócio responsáveis pelos
idosos a serem sensíveis aos influxos do Espírito de nosso Pai
Celestial ao avaliar as necessidades espirituais, físicas, emocionais
e financeiras dos idosos e cuidar delas. Confiamos que utilizarão
seus conselheiros, os líderes do quórum do Sacerdócio de Melqui-
sedeque e as líderes da Sociedade de Socorro, os mestres familiares
e as professoras visitantes nessa grande responsabilidade, pois pre-
cisamos cumprir esses deveres sem relutância ou hesitação.
Esperamos que a liderança do sacerdócio e das auxiliares conti-
nue a dar chamados aos idosos nos quais eles possam usar toda a
sabedoria adquirida e seus conselhos. Esperamos, se possível, que
cada um seja mestre familiar ou professora visitante. Mesmo aqueles
que de alguma forma estejam confinados a uma cama ou a seu lar
podem, às vezes, ajudar nesse encargo por meio de telefonemas,
bilhetes e outras atribuições especiais.
Um líder do sacerdócio pode fazer muito para ajudar e incentivar
as pessoas e os casais a se prepararem para o serviço missionário. A
extração de nomes para o templo [que hoje se denomina indexação
de História da Família] e os programas de bem-­estar são grande-
mente abençoados por aqueles que estão numa idade avançada e
têm a oportunidade de servir nessas áreas.
Esperamos que sejam designados mestres familiares e professo-
ras visitantes cuidadosos e amorosos para cada pessoa idosa e para
cada casal idoso. Aqueles que sabem que há alguém a quem podem
recorrer em momentos de emergência e necessidade desfrutam de

227
C ap í t u l o 1 6

grande consolo e paz. É importante que se evidenciem tato, diplo-


macia e sinceridade ao avaliar tais necessidades e cuidar delas.
Esperamos que incluam os idosos independentes nas atribuições
de serviço caridoso. Incluam-­nos também nas atividades sociais da
ala e da estaca, especialmente os membros solteiros e os que têm
o cônjuge dependente. Eles são constantemente esquecidos. Princi-
palmente por ocasião do falecimento do cônjuge, eles precisam de
muito amor. É um momento muito delicado para a maioria.
Às vezes, uma ajuda temporária é muito necessária e apreciada
pelos membros da família que provêm constante cuidado físico e
emocional às pessoas com necessidades especiais. É importante
ajudar a família a manter-­se funcional como família, com liber-
dade periódica das pesadas responsabilidades impostas por uma
enfermidade de longo prazo ou terminal. Todos precisam de apoio
amoroso e de alívio dos deveres avassaladores de uma doença ou
um problema grave.
O transporte é com frequência uma grande preocupação para os
idosos. Podemos ajudá-­los oferecendo um meio pelo qual eles pos-
sam frequentar as reuniões de domingo, visitar seus entes queridos,
fazer compras, ir ao consultório médico ou a uma clínica.
Novamente, devemos buscar fervorosamente inspiração e orien-
tação para cuidar dos idosos. Sempre há uma grande diversidade
de pessoas e de necessidades pessoais.11

8
Os últimos anos podem ser os melhores da vida.
Que Deus abençoe os idosos da Igreja. Amo-­os do fundo do
coração. Sou um de vocês.
Vocês têm muito pelo que viver. Que esses anos dourados sejam
seus melhores anos à medida que vivam, amem e sirvam plena-
mente. E que Deus abençoe aqueles que suprem suas carências
— seus familiares, seus amigos e seus irmãos e líderes da Igreja.
Presto-­lhes meu testemunho sobre a alegria de viver — das ale-
grias de viver plenamente o evangelho e de subsistir ao fogo do
Ourives e ao processo de santificação dele resultante. Como bem
disse o Apóstolo Paulo: “Sabemos que todas as coisas contribuem

228
C ap í t u l o 1 6

juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos


8:28).
Deixo-­lhes a minha bênção. O Salvador vive. Esta é a Igreja Dele.
A obra é verdadeira e, nas palavras de nosso Senhor e Salvador:
“Confiai em mim e perseverai até o fim e vivereis; porque àquele
que perseverar até o fim, darei vida eterna” (3 Néfi 15:9).12

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Como você já se beneficiou da “sabedoria e experiência” de pes-
soas mais velhas que você? (Ver seção 1.)
• Na seção 2, o Presidente Benson faz uma lista de oito coisas
que as pessoas idosas podem fazer para “tirar o máximo pro-
veito de [sua] idade avançada”. Examine cada sugestão. De que
maneira essas sugestões enriquecem nossa vida seja qual for a
nossa idade?
• Por que você acha que o serviço é “a fórmula para superar a
solidão e o sentimento de inutilidade”? (Ver seção 3.) Em que
circunstâncias você percebeu que isso é verdade?
• Reflita sobre o conselho que o Presidente Benson nos deu para
ocasiões de enfermidade e dor (ver seção 4). Como esse con-
selho pode ajudar-­nos a “permanecer fortes em atitude e em
espírito”?
• Reflita sobre os ensinamentos do Presidente Benson contidos na
seção 5. De que maneira os filhos e netos podem honrar seus
pais e avós idosos?
• Em que circunstâncias você já viu pessoas jovens e idosas des-
frutando da companhia uns dos outros? (Ver seção 6.) O que
podemos fazer em nossa família e na Igreja para cultivar esse
relacionamento?
• Cite algumas maneiras pelas quais os líderes da Igreja e os mem-
bros da ala ou do ramo podem ajudar a cuidar das necessidades
dos idosos. (Para mais exemplos, ver a seção 7.)

229
C ap í t u l o 1 6

• O que você acha que significa experimentar “as alegrias de viver


plenamente o evangelho”? (Ver seção 8.) Cite exemplos de pes-
soas que você viu perseverarem fielmente até o fim.
Escrituras Relacionadas
Provérbios 20:29; Isaías 46:3–4; Lucas 2:36–38; Efésios 6:1–3; Tito
2:1–5; Tiago 1:27; D&C 121:7–8
Auxílio de Estudo
“Colocar em prática o que você aprendeu irá proporcionar-­lhe
uma compreensão maior e mais duradoura (ver João 7:17)” (Pre-
gar Meu Evangelho, 2004, p. 19). Pergunte a si mesmo como você
poderia aplicar os ensinamentos do evangelho em casa, no trabalho
e em suas responsabilidades na Igreja.
Notas
1. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 7. Conference Report, outubro de 1989,
graphy, 1987, p. 502. p. 5; ver também A Liahona, janeiro de
2. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 1990, p. 3.
graphy, p. 504. 8. Conference Report, outubro de 1989,
3. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- pp. 5–6; ver também A Liahona,
graphy, pp. 504–505. janeiro de 1990, p. 3.
4. Conference Report, outubro de 1989, 9. Conference Report, outubro de 1989,
p. 3; ver também A Liahona, janeiro de pp. 6–7; ver também A Liahona,
1990, p. 3. janeiro de 1990, p. 3.
5. Conference Report, outubro de 1989, 10. Conference Report, outubro de 1989,
p. 3; ver também A Liahona, janeiro de p. 7; ver também A Liahona, janeiro de
1990, p. 3. 1990, p. 3.
6. Conference Report, outubro de 1989, 11. Conference Report, outubro de 1989,
pp. 3–5; ver também A Liahona, pp. 7–8; ver também A Liahona,
janeiro de 1990, p. 3. janeiro de 1990, p. 3.
12. Conference Report, outubro de 1989,
p. 8; ver também A Liahona, janeiro de
1990, p. 3.

230
C A P Í T U L O 1 7

Guardar a Lei da Castidade

“O código moral do céu, tanto para homens como


para mulheres, é a castidade completa antes
do casamento e a total fidelidade depois.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

D evido às inúmeras viagens que realizou como líder religioso e


político, o Presidente Ezra Taft Benson estava perfeitamente a par
do contínuo declínio moral no mundo, especialmente no que se
refere à lei da castidade. Assumiu uma franca oposição a esse declí-
nio, ensinando que “a lei da castidade é um princípio de importân-
cia eterna”.1 Ele declarou: “Na Igreja e reino de Deus, a castidade
jamais sairá de moda, não importa o que o mundo faça ou diga”.2
Ele também ensinou: “Precisamos estar no mundo amoral e imoral,
(…) sem ser do mundo. Precisamos ser capazes de dormir à noite
sem ter de driblar nossa consciência”.3
Para ilustrar a importância de manter-­nos limpos das influências
imorais do mundo, o Presidente Benson fez o seguinte relato:
“Lembro-­me da história de uma garota que queria ir com o
namorado a um lugar de reputação questionável, contrariando o
sábio conselho dos pais dela. Ela questionava: ‘Que é que tem de
mal entrar e dar uma olhada no que acontece lá?’ Os pais aparen-
temente cederam a seus pedidos, mas sugeriram que ela vestisse
seu lindo vestido branco na ocasião. Antes de o rapaz chegar, o
pai disse à filha: ‘Você me faria o favor, antes de sair, de ir até a
despensa e me trazer um pedaço de toucinho?’
A garota ficou surpresa com esse pedido e disse: ‘Com meu
melhor vestido? Não vou conseguir tirar aquele cheiro horrível!’ A
mãe disse: ‘Isso mesmo, é impossível entrar na despensa e sair de lá
sem trazer algum tipo de vestígio. Achamos que você é inteligente

231
C ap í t u l o 1 7

Quando obedecemos à lei da castidade, desfrutamos de um


“sentimento mais intenso e significativo de alegria e felicidade”.

232
C ap í t u l o 1 7

o bastante para não entrar em um lugar de onde você sairia menos


bonita e menos limpa do que quando entrou’. Graças a esse sábio
conselho, a jovem tomou a decisão correta de se conservar limpa
das manchas do mundo”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Deus estabeleceu o padrão da castidade para Seus filhos.
O Senhor reiterou nesta dispensação o mandamento dado no
Sinai, quando disse: “Não (…) cometerás adultério (…) nem farás
coisa alguma semelhante ” (D&C 59:6, grifo do autor). Desde o
princípio, o Senhor criou um padrão claro e inequívoco de pureza
sexual. Ele sempre foi, é hoje e sempre será o mesmo. Esse padrão
é a lei da castidade. Ele é o mesmo para todos — homens e mulhe-
res, jovens e idosos, ricos e pobres.5
A Igreja não tem um padrão duplo de moralidade. O código
moral do céu, tanto para homens como para mulheres, é a cas-
tidade completa antes do casamento e a total fidelidade depois.6
No Livro de Mórmon, o profeta Jacó nos diz que o Senhor Se
deleita na castidade de Seus filhos (ver Jacó 2:28). Ouviram isso,
meus irmãos e minhas irmãs? O Senhor não está apenas satisfeito
quando somos castos: Ele Se deleita na castidade. Mórmon ensinou
o mesmo a seu filho Morôni ao escrever que a castidade e a virtude
são “[aquilo] que é mais caro e precioso do que tudo” (Morôni 9:9).7
O desejo natural de o homem e a mulher ficarem juntos vem de
Deus. Mas essa união está limitada por Suas leis. Tudo aquilo que
é devidamente reservado para o casamento, quando feito dentro
dos laços do matrimônio, é correto e agradável diante de Deus e
cumpre o mandamento de multiplicar e povoar a Terra. Mas as
mesmas coisas, quando feitas fora dos laços do casamento, são
uma maldição.8
Apresentem-­se puros e limpos no altar do templo. Reservem para
o relacionamento conjugal as doces e íntimas manifestações que
o Deus do céu criou para fazerem parte do casamento, não para
serem permitidas fora do convênio do casamento. Não me importo
com o que o mundo diz, mas esse é o padrão do reino de Deus.9

233
C ap í t u l o 1 7

2
O pecado que assola esta geração é a imoralidade sexual.
O pecado que assola esta geração é a imoralidade sexual. Esse
mal, ensinou o Profeta Joseph, seria a fonte de mais tentações, mais
dificuldades e mais problemas para os élderes de Israel do que
qualquer outro.10
A imoralidade sexual é uma víbora que ataca não só o mundo,
mas também a Igreja de hoje em dia. Não admitir esses ataques é
ser perigosamente complacente ou esconder a cabeça na areia. Na
categoria de crimes, somente o assassinato e a negação do Espírito
Santo superam as relações sexuais ilícitas, às quais chamamos for-
nicação, quando envolvem alguém que seja solteiro, ou o pecado
mais grave do adultério, quando envolvem alguém que seja casado.
Sei que as leis civis não levam a imoralidade tão a sério como o
Senhor nem a punição do mundo é tão grave quanto a do Senhor,
mas nem por isso ela deixa de ser abominável. Aos olhos de Deus,
existe apenas um padrão de moralidade para homens e mulheres.
Aos olhos de Deus, a castidade jamais sairá de moda. (…)
Nenhum pecado causa mais a perda do Espírito do Senhor em
nosso meio, hoje, do que a promiscuidade sexual. Ela leva nosso
povo a tropeçar, condena seu crescimento e obscurece seu poder
espiritual, tornando-­o mais suscetível a outros pecados.11
Há um perigo terrível na coabitação antes do casamento com
base num relacionamento físico íntimo. (…) Os efeitos devastado-
res dessas uniões ilícitas continuam depois do casamento, trazendo
decepções, tristezas e o enfraquecimento da estrutura do lar.12
A pureza moral é um princípio eterno. O Espírito do Senhor
“não habita em templos impuros” (ver Helamã 4:24). A pureza dá
vida; a impureza traz morte. As santas leis de Deus não podem ser
transgredidas impunemente. Grandes nações sucumbiram ao se
tornarem moralmente corruptas, porque os pecados da imoralidade
resultaram em pessoas marcadas e criaturas deformadas incapazes
de sobreviver aos ditames de sua época.13
A imoralidade é o mais condenável de todos os males, enquanto
a pureza moral é um dos maiores baluartes da edificação de

234
C ap í t u l o 1 7

um lar feliz. Lares felizes e bem-­sucedidos não se edificam na


imoralidade.14
Há quem justifique sua imoralidade com o argumento de que as
restrições a ela são meras regras religiosas, leis que são insignifi-
cantes, porque na verdade Deus não existe. Certamente vocês hão
de reconhecer que isso se trata de mera racionalização infundada,
cuja intenção é justificar o apetite carnal, a luxúria e a paixão. A lei
de Deus é irrevogável. Ela se aplica a todos, quer creiam em Deus
ou não. Todos estão sujeitos a seus castigos, não importa o quanto
alguns tentem racionalizar ou ignorá-­las.
A imoralidade (…) vem sempre acompanhada do remorso. Uma
pessoa não pode envolver-­se em relações promíscuas sem sofrer
as consequências. Não pode fazer o que é errado e sentir-­se bem
— é impossível! Sempre que alguém transgride uma lei de Deus,
recebe como castigo dor, tristeza, remorso e baixa autoestima, além
de afastar-­se da companhia do Espírito de Deus.15

3
A fim de permanecermos moralmente limpos,
precisamos nos preparar para resistir à tentação.
A maioria das pessoas comete pecados sexuais na tentativa equi-
vocada de tentar suprir necessidades humanas básicas. Todos nós
temos necessidade de nos sentir amados e valorizados. Todos nós
buscamos ter alegria e felicidade na vida. Sabedor disso, Satanás
atrai as pessoas para a imoralidade aproveitando-­se de suas neces-
sidades básicas. Ele promete prazer, felicidade e satisfação.
Mas isso, é claro, é mentira. Disse o escritor de Provérbios: “O
que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que
faz isso destrói a sua alma” (Provérbios 6:32). Samuel, o lamanita,
ensinou o mesmo, ao dizer: “Buscastes felicidade na iniquidade, o
que é contrário à natureza da (…) retidão” (Helamã 13:38). Alma
o fez de um modo ainda mais simples: “Iniquidade nunca foi feli-
cidade” (Alma 41:10).16
Há um velho ditado que afirma: é melhor se preparar e prevenir
do que remediar e se arrepender. Isso é absolutamente verdadeiro
em relação à lei da castidade. A primeira linha de defesa para nos

235
C ap í t u l o 1 7

mantermos moralmente limpos é preparar-­nos para resistir à tenta-


ção e evitar cair no pecado.17
Pensamentos puros
Controlem seus pensamentos. Ninguém se envolve com a imo-
ralidade de um momento para outro. As primeiras sementes da
imoralidade sempre são plantadas na mente. Quando permitimos
que nossos pensamentos se detenham em coisas imorais ou lasci-
vas, já teremos dado o primeiro passo no caminho da imoralidade.
Quero adverti-­los particularmente contra os males da pornografia.
Repetidamente ouvimos daqueles que caíram em grave pecado que
o primeiro passo na senda para a transgressão foi a pornografia.
O Salvador ensinou que até quando um homem olha para uma
mulher para cobiçá-­la, ou seja, quando ele permite que seus pen-
samentos comecem a ficar sem controle, ele já cometeu adultério
com ela em seu coração (ver Mateus 5:28; D&C 63:16).18
Aqueles que têm pensamentos puros não cometem ações impu-
ras. Vocês são responsáveis perante Deus não apenas por seus atos,
mas também por controlar seus pensamentos. Portanto, vivam de
modo a não terem de envergonhar-­se por seus pensamentos e suas
ações se eles pudessem ser mostrados em uma tela em sua igreja.
Ainda é verdadeiro o velho ditado de que semeamos pensamentos
e colhemos ações, semeamos ações e colhemos hábitos, semeamos
hábitos e colhemos um caráter, e nosso caráter determina nosso
destino eterno. “Porque, como imaginou no seu coração, assim é
ele” (ver Provérbios 23:7). 19
Considerem atentamente as palavras do profeta Alma ao seu
problemático filho Coriânton: “Quisera que (…) abandonasses teus
pecados e que não mais sucumbisses à concupiscência dos teus
olhos” (Alma 39:9).
“A concupiscência dos teus olhos.” O que significa essa expres-
são em nossos dias?
Filmes, programas de TV e vídeos que sejam sugestivos e
impróprios.
Revistas e livros obscenos e pornográficos.

236
C ap í t u l o 1 7

Nós os aconselhamos a (…) não poluir sua mente com coisas tão
degradantes, pois a mente pela qual essa imundície passa jamais
será a mesma.20
Sejam puros. Sejam virtuosos em pensamentos e ações. Leiam
bons livros. Jamais permitam que sua mente se sujeite à porno-
grafia. (…) Nas palavras do Senhor: “Que a virtude adorne teus
pensamentos incessantemente; então tua confiança se fortalecerá
na presença de Deus (…). O Espírito Santo será teu companheiro
constante” (D&C 121:45–46).21
Orações para pedir forças
Orem sempre para conseguir resistir à tentação. A tentação virá
para todos nós. Ela assumirá formas diversas e aparecerá sob muitos
disfarces, mas o Senhor nos deu a fórmula para resistir a ela. Disse
Ele ao Profeta Joseph Smith: “Ora sempre, para que saias vencedor;
sim, para que venças Satanás e escapes das mãos dos servos de
Satanás, que apoiam o trabalho dele” (D&C 10:5). Devemos incluir
em nossas orações diárias um pedido ao Senhor para que sempre
tenhamos forças para resistir à tentação, em especial às tentações
que envolvam a lei da castidade.22
Não há tentação diante de nós que não possamos evitar. Não
se permitam entrar em situações nas quais seja fácil cair. Ouçam
os sussurros do Espírito. Caso estejam participando de algo para
o qual não achem que possam orar e pedir as bênçãos do Senhor,
isso significa que estão envolvidos no tipo errado de atividade.23
Evitar situações impróprias
Homens e mulheres casados às vezes flertam e provocam pes-
soas do sexo oposto. Arranjam-­se reuniões consideradas inofensivas
ou passam muito tempo juntos. Em todos esses casos, as pessoas
racionalizam, dizendo que são expressões naturais de amizade. Mas
o que pode parecer uma brincadeira inofensiva ou simplesmente
um pouco de divertimento com alguém do sexo oposto pode tam-
bém facilmente levar a um envolvimento mais sério e acabar em
infidelidade ao cônjuge.
Aqui está uma boa pergunta: Será que meu cônjuge ficaria con-
tente se soubesse que estou fazendo isto? 24

237
C ap í t u l o 1 7

“Os solteiros que estejam saindo com alguém, planejem


cuidadosamente atividades positivas e construtivas.”

Se forem casados, evitem ficar sozinhos com pessoas do sexo


oposto sempre que possível. Muitas tragédias da imoralidade come-
çam quando um homem e uma mulher estão sozinhos no escritório,
na igreja ou dentro de um carro. Talvez, a princípio, nem existisse
pensamento ou intenção de cometer o pecado. Mas as circunstân-
cias proporcionam um solo fértil para a tentação. Uma coisa leva à
outra, e rapidamente pode resultar em tragédia. É muito mais fácil
evitar essas circunstâncias logo no começo para que a tentação não
tenha nenhuma chance de ser alimentada.25
Recato
Tenham recato. O recato no trajar, na linguagem e no modo de
conduzir-­se é uma verdadeira marca de refinamento e uma carac-
terística do santo dos últimos dias virtuoso. (…) Evitem tudo o que
seja degradante, vulgar e sugestivo.26
Atividades positivas e construtivas
Vençam o mal com o bem. É possível vencer muitas inclinações
para o mal por meio da prática de exercícios físicos e de atividades
salutares. A alma saudável, livre da influência do álcool e do fumo,

238
C ap í t u l o 1 7

que são substâncias que entorpecem o corpo e o espírito, estará


mais bem preparada para vencer o inimigo. 27
Os solteiros que estejam saindo com alguém, planejem cuida-
dosamente atividades positivas e construtivas para que não fiquem
sem fazer nada, a não ser trocar carícias. (…) Esse é o princípio de
preencher a vida com atividades positivas para que as negativas
não tenham ocasião de se desenvolver.28
Preencham sua vida com fontes positivas de vigor. Não basta
simplesmente tentar resistir ao mal ou eliminar o pecado de nossa
vida. Precisamos também preencher nossa vida com retidão. Temos
de nos empenhar em atividades que proporcionem vigor espiritual.
Falo de atividades como mergulhar nas escrituras. Há um vigor
que flui para nossa vida quando lemos e estudamos diariamente as
escrituras que não pode ser encontrado de nenhuma outra maneira.
A oração diária é outra fonte de grande vigor. Jejuar pedindo espe-
cificamente forças ou uma bênção especial pode fortalecer-­nos
acima de nossa capacidade normal. O serviço cristão, a frequência
às reuniões da Igreja, um chamado no reino, tudo isso pode aumen-
tar nossas reservas de força e vigor.
Precisamos fazer mais do que simplesmente remover as influên-
cias negativas de nossa vida. Temos de substituí-­las por ativida-
des justas que nos encham de força e determinação para viver da
maneira adequada.29

4
Por meio do devido arrependimento, aqueles
que se envolveram com o pecado sexual
podem tornar-­se limpos novamente.
Pode haver algumas pessoas para quem o conselho de
preparar-­se e prevenir chegou tarde demais. Possivelmente já estão
profundamente envolvidas em pecado grave. Se for esse o caso, não
há outra escolha a não ser remediar sua vida e arrepender-­se de
seus pecados. A essas pessoas eu gostaria de sugerir cinco passos
importantes para que voltem ao estado de pureza moral. Fujam
imediatamente de qualquer situação que já os esteja levando a
cometer o pecado ou que possa vir a facilitá-­lo. Peçam ao Senhor
que lhes dê forças para vencer. Permitam que seus líderes do

239
C ap í t u l o 1 7

O Presidente Ezra Taft Benson aconselhou os pais a


ensinarem aos filhos a viver a lei da castidade.

sacerdócio os ajudem a resolver a transgressão e a reintegrar-­se ple-


namente com o Senhor. Bebam da fonte divina e encham sua vida
com fontes positivas de vigor. Lembrem-­se de que, por meio do
devido arrependimento, vocês podem se tornar novamente limpos.
A vocês, que pagam o preço exigido pelo verdadeiro arrependi-
mento, a promessa será cumprida: Vocês podem ficar limpos nova-
mente. O desespero se dissipará. E a doce paz do perdão fluirá em
sua vida. E nesta dispensação, o Senhor falou com igual clareza,
ao afirmar: “Eis que aquele que se arrependeu de seus pecados é
perdoado e eu, o Senhor, deles não mais me lembro” (D&C 58:42).30

5
Os pais devem ensinar os filhos a viver a lei da castidade.
Os pais devem dar aos filhos instruções específicas sobre a cas-
tidade desde quando ainda são bem pequenos, para sua proteção
tanto física como moral.31
Se os pais amarem e respeitarem um ao outro e se, em sua
sagrada parceria, existir total apoio e inquestionável fidelidade,

240
C ap í t u l o 1 7

esses princípios serão transmitidos para os lares de amanhã. Mas a


recíproca também é verdadeira: se houver brigas, discussões, falta
de harmonia no lar e participação na perigosa prática de flertes com
outras pessoas quando estão longe de casa, então da mesma forma
os lares de amanhã serão enfraquecidos por isso. (…)
Nosso lar deve tornar-­se um baluarte de força, onde façamos rei-
nar a justiça e para onde levemos paz, união e altruísmo gerados da
pureza pessoal, da fidelidade inquestionável e da simples devoção
familiar. Os pais devem aceitar o casamento como instituição divina
e honrar a paternidade e a maternidade. Os filhos devem ser inspira-
dos por preceito e pelo exemplo, ao preparar-­se para o casamento, a
precaver-­se contra a imoralidade como o fariam contra uma doença
repugnante e a praticar outras virtudes cristãs fundamentais.32

6
Deus instituiu a lei da castidade para dar-­nos alegria.
Nosso Pai Celestial deseja unicamente que sejamos felizes. Ele
nos ordena somente coisas que nos trarão alegria. Um dos princí-
pios mais seguros dados por Deus para nos ajudar a encontrar essa
alegria é a lei da castidade. Oro de todo o coração para que consi-
derem com mais seriedade a feliz consequência do cumprimento
dessa lei e a trágica consequência de sua violação.33
Uma das razões de preservarmos a virtude — que inclui casti-
dade pessoal, atos e pensamentos puros e integridade — é que
devemos ter o Espírito e o poder de Deus em nossa vida para fazer
a obra do Senhor. Sem esse poder e essa influência, não seremos
melhores do que as pessoas de outras denominações religiosas.
Essa virtude brilha constantemente e influenciará outras pessoas
a desejar uma vida melhor e as levará a se interessar por nossa
religião.34
Sejam fiéis às santas leis de Deus. Lembrem-­se de que elas não
podem ser violadas impunemente. Se quiserem ser felizes e bem-­
sucedidos em seus relacionamentos terrenos, no namoro e na edi-
ficação de um lar, vivam de acordo com as leis eternas do céu. Não
há outra maneira.35
Não existe felicidade duradoura na imoralidade. Não há
nenhuma alegria na violação da lei da castidade. O que acontece

241
C ap í t u l o 1 7

é exatamente o oposto. Pode haver um prazer momentâneo. Por


algum tempo, pode ser que tudo pareça maravilhoso. Mas rapida-
mente o relacionamento se deteriora, dando lugar à culpa e à ver-
gonha. Tememos que nossos pecados sejam descobertos. Passamos
a agir furtivamente e a nos esconder, mentir e enganar. O amor
começa a fenecer. O ressentimento, a inveja, a raiva e até o ódio
começam a crescer. Todas essas coisas são o resultado natural do
pecado e da transgressão.
Por outro lado, quando obedecemos à lei da castidade e nos
mantemos moralmente limpos, sentiremos a bênção de mais amor
e paz, mais confiança e respeito por nosso cônjuge, mais dedicação
mútua e, portanto, um sentimento mais intenso e significativo de
alegria e felicidade.36

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson disse que o padrão instituído pelo Senhor
para a pureza sexual é “claro e inequívoco” (seção 1). De que
maneira esse padrão é diferente das mensagens do mundo?
• Quais são algumas das consequências da violação da lei da cas-
tidade? (Para exemplos, ver a seção 2.)
• Cite algumas coisas específicas que podemos fazer para proteger
a nós mesmos e a nossa família contra a tentação sexual. (Para
exemplos, ver a seção 3.)
• Leia novamente o conselho do Presidente Benson aos que se
encontram “em pecado grave” (seção 4). O que você pensa e
sente ao ponderar sobre a promessa do Senhor de acolher o
arrependido que se “reintegra plenamente”?
• Por que você acha importante que os pais deem “aos filhos ins-
truções específicas sobre a castidade desde quando ainda são
bem pequenos”? De que maneira a plena fidelidade entre o pai e
a mãe influencia os sentimentos dos filhos quanto ao casamento
e à lei da castidade? (Ver seção 5.)
• Quais são algumas “alegres consequências” do cumprimento da
lei da castidade? (Para exemplos, ver a seção 6.)

242
C ap í t u l o 1 7

Escrituras Relacionadas
Gênesis 39:7–21; I Coríntios 6:18–20; Gálatas 5:16; Alma 38:12;
39:3–5; 3 Néfi 12:27–30; D&C 42:22–25
Auxílio Didático
“Incentive seus alunos a virem para a sala de aula preparados
para aprender e participar. Quando estiverem se esforçando indi-
vidualmente para aprender o evangelho, é mais provável que con-
tribuam para uma atmosfera propícia ao aprendizado durante as
aulas” (Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, p. 80).
Notas
1. “A Lei da Castidade”, A Liahona, outu- 17. “A Lei da Castidade”, p. 36.
bro de 1988, p. 36. 18. “A Lei da Castidade”, p. 36.
2. “Mensagem à Geração Que Se Forma”, 19. Conference Report, outubro de 1964,
A Liahona, fevereiro de 1978, p. 41. p. 60.
3. The Teachings of Ezra Taft Benson, 20. “Aos ‘Jovens de Nobre Estirpe’”, A
1988, p. 285. Liahona, julho de 1986, p. 43; ver tam-
4. The Teachings of Ezra Taft Benson, pp. bém “Às Moças da Igreja”, A Liahona,
282–283. janeiro de 1987, p. 82.
5. “A Lei da Castidade”, p. 36. 21. The Teachings of Ezra Taft Benson,
6. “Mensagem à Geração Que Se Forma”, p. 285.
p. 41. 22. “A Lei da Castidade”, p. 36.
7. “A Lei da Castidade”, p. 36. 23. Conference Report, outubro de 1964,
8. Conference Report, outubro de 1964, p. 60.
p. 59. 24. “A Lei da Castidade”, p. 36.
9. The Teachings of Ezra Taft Benson, 25. “A Lei da Castidade”, p. 36.
p. 281. 26. “Às Moças da Igreja”, A Liahona,
10. “Limpar o Vaso Interior”, A Liahona, janeiro de 1987, p. 82.
julho de 1986, p. 3; a declaração de 27. Conference Report, outubro de 1964,
Joseph Smith é citada em Brigham p. 60.
Young, “Instructions to Missionaries”
[Instruções aos Missionários], Deseret 28. “A Lei da Castidade”, p. 36.
News, 13 de junho de 1860, p. 113. 29. “A Lei da Castidade”, p. 36.
11. Conference Report, outubro de 1964, 30. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 59. p. 284.
12. “Your Charge: To Increase in Wisdom 31. Conference Report, outubro de 1964,
and Favor with God and Man” [Seu p. 59.
Dever: Crescer em Sabedoria e Graça 32. Conference Report, abril de 1949,
para com Deus e os Homens], New Era, pp. 197, 198.
setembro de 1979, p. 43.
33. “A Lei da Castidade”, p. 36.
13. Conference Report, outubro de 1959,
p. 113. 34. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 278.
14. Conference Report, abril de 1949,
p. 196. 35. “Your Charge: To Increase in Wisdom
and Favor with God and Man” [Seu
15. This Nation Shall Endure [Esta Nação Dever: Crescer em Sabedoria e Graça
Perdurará], 1977, p. 97. para com Deus e os Homens], p. 43.
16. “A Lei da Castidade”, p. 36. 36. “A Lei da Castidade”, p. 36.

243
O Salvador, que é “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29),
é nosso grande exemplo de humildade.

244
C A P Í T U L O 1 8

Acautelai-­vos contra o Orgulho

“O orgulho é o pecado universal, o grande vício.


O antídoto para o orgulho é a humildade.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E m seu primeiro discurso numa conferência geral como Presi-


dente da Igreja, o Presidente Ezra Taft Benson falou sobre as dife-
renças entre o orgulho e a humildade:
“O orgulho não atenta para Deus e não se importa com o que é
certo. Olha de lado para os homens e discute quem está certo. (…)
O orgulho se caracteriza por: ‘O que eu quero da vida?’ Em lugar
de ‘O que Deus quer que eu faça com minha vida?’ É a vontade pró-
pria opondo-­se à vontade de Deus. É colocar o temor aos homens
acima do temor a Deus.
A humildade responde à vontade de Deus — ao temor de Seu
julgamento — e às necessidades de nossos semelhantes. O aplauso
do mundo agrada ao ouvido do orgulhoso; mas, para o humilde,
o aplauso dos céus aquece o coração”.1
Esses ensinamentos eram costumeiros aos homens que serviram
ao lado do Presidente Benson no Quórum dos Doze Apóstolos. Eles
sabiam que, como presidente de seu quórum, ele nunca se apegaria
a suas opiniões pessoais: tudo o que ele queria era conhecer a von-
tade de Deus e segui-­la. O Presidente Boyd K. Packer, que depois
veio a ser, ele mesmo, Presidente do Quórum dos Doze, disse, a
respeito do modo como o Presidente Benson via as discussões
nas reuniões do quórum: “Vocês podem discordar do Presidente
Benson sem a preocupação de haver alguma coisa de pessoal na
questão. Tínhamos discussões francas sobre os assuntos sem nos
preocupar com qual poderia ser sua opinião pessoal”. 2 O Élder
Russell M. Nelson, que serviu no Quórum dos Doze por dois anos

245
C ap í t u l o 1 8

sob a liderança do Presidente Benson, disse: “Em todas as conside-


rações, mesmo que o resultado não refletisse sua opinião, o Presi-
dente Benson examinava a situação mediante um só padrão: O que
é melhor para o reino? Se isso significasse que um papel tinha de
ser dobrado de um jeito que ele talvez não faria, acatava a decisão
final. Ele só queria o que fosse melhor para o reino”.3
Como líder no governo norte-­americano, o Presidente Benson
dedicava-­se igualmente, fazendo o que fosse melhor para o reino
de Deus. No período em que serviu como Secretário da Agricultura
dos Estados Unidos, recebeu muito “aplauso do mundo” 4 e tam-
bém foi alvo de duras críticas. Mas não deixava que nem um, nem
outro o abalasse. Em vez disso, mantinha-­se fiel a um lembrete que
recebia sempre de sua mulher, Flora: “Não se preocupe com a opi-
nião que o mundo tem de você, desde que faça o que é certo para
o Senhor”.5 Satisfeito com o suave “aplauso dos céus” 6, procurou
sempre responder à vontade de Deus.

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Senhor nos advertiu a acautelar-­nos contra o orgulho.
Doutrina e Convênios nos diz que o Livro de Mórmon é o “regis-
tro de um povo decaído” (D&C 20:9). E por que ele caiu? Essa é
uma das principais mensagens do Livro de Mórmon. Nos derradei-
ros capítulos desse registro, Mórmon dá a resposta nestes termos:
“Eis que o orgulho desta nação, ou seja, do povo nefita, mostrou ser
a sua destruição” (Morôni 8:27). E depois, para que não ignoremos
essa significativa mensagem do Livro de Mórmon a respeito desse
povo decaído, o Senhor nos adverte em Doutrina e Convênios:
“Precavei-­vos contra o orgulho, para que não vos torneis como os
nefitas de outrora” (D&C 38:39).
Peço sinceramente o benefício de sua fé e suas orações ao pro-
curar lançar luz sobre esta mensagem do Livro de Mórmon — o
pecado do orgulho. Essa mensagem vem-­me inquietando a alma já
há algum tempo. Sei que o Senhor quer que essa mensagem seja
transmitida agora.

246
C ap í t u l o 1 8

No conselho pré-­mortal, foi o orgulho que derrubou Lúcifer,


o “filho da manhã” (2 Néfi 24:12–15; ver também D&C 76:25–27;
­Moisés 4:3). Quando este mundo findar e Deus purificar a Terra
pelo fogo, os orgulhosos serão queimados qual restolho e os
mansos herdarão a Terra (ver 3 Néfi 12:5; 25:1; D&C 29:9; Joseph
Smith—História 1:37; Malaquias 4:1).
Em Doutrina e Convênios, o Senhor usa três vezes a frase
“acautela-­te (…) contra o orgulho”, inclusive advertindo o segundo
élder da Igreja, Oliver Cowdery, e Emma Smith, a mulher do Profeta
(D&C 23:1; ver também 25:14; 38:39).7

2
O cerne do orgulho é a inimizade para com
Deus e para com nossos semelhantes.
O orgulho é um pecado muito mal compreendido, e muitos
pecam por ignorância (ver Mosias 3:11; 3 Néfi 6:18). Nas escrituras,
o orgulho nunca é considerado justo — sempre é pecado. Portanto,
não importa como o mundo empregue o termo, temos de com-
preender o sentido que Deus dá a ele para entender a linguagem
dos escritos sagrados e deles tirar proveito (ver 2 Néfi 4:15; Mosias
1:3–7; Alma 5:61).
A maioria considera o orgulho egocentrismo, convencimento,
jactância, arrogância ou soberba. Tudo isso faz parte do pecado,
mas continua faltando a essência, o cerne.
O cerne do orgulho é a inimizade — inimizade para com Deus
e para com nossos semelhantes. Inimizade quer dizer “ódio, hos-
tilidade ou oposição”. É o poder pelo qual Satanás quer reinar
sobre nós.
O orgulho é essencialmente competitivo por natureza. Opomos
nossa vontade à de Deus. Quando dirigimos nosso orgulho contra
Deus, é no sentido de “seja feita a minha vontade, não a tua”. Como
dizia Paulo, eles “buscam o que é seu, e não o que é de Cristo
Jesus” (Filipenses 2:21).
Nosso desejo de competir com a vontade de Deus gera uma
vazão desenfreada de desejos, apetites e paixões (ver Alma 38:12;
3 Néfi 12:30).

247
C ap í t u l o 1 8

O orgulhoso não consegue aceitar que sua vida seja dirigida pela
autoridade de Deus (ver Helamã 12:6). Ele opõe sua percepção da
verdade ao conhecimento maior de Deus, sua capacidade ao poder
do sacerdócio de Deus, suas realizações às poderosas obras Dele.
Nossa inimizade para com Deus assume muitos rótulos, como:
rebeldia, coração endurecido, obstinação, impenitência, soberba,
suscetibilidade e incredulidade. Os orgulhosos querem que Deus
concorde com eles. Não estão interessados em mudar de opinião
para concordar com Deus.
Outro componente importante desse pecado imperioso é a ini-
mizade para com nossos semelhantes. Somos tentados diariamente
a considerar-­nos melhores do que os outros e a diminuí-­los (ver
Helamã 6:17; D&C 58:41).
Os orgulhosos fazem de todos os homens seus adversários, lan-
çando seu intelecto, suas opiniões, suas obras, suas posses, seus
talentos ou qualquer outro mecanismo mundano de medida contra
seus semelhantes. Nas palavras de C. S. Lewis: “O orgulho não se
compraz em ter alguma coisa, somente em ter mais do que o pró-
ximo. (…) É a comparação que os torna orgulhosos: o prazer de
sentir-­se acima dos demais. Tirando-­lhe o elemento competitivo, o
orgulho desaparece” (Mere Christianity [Cristianismo Puro e Sim-
ples], New York: Macmillan, 1952, pp. 109–110, tradução livre).
No conselho pré-­terreno, Lúcifer apresentou sua proposta con-
tra o plano do Pai, que era defendido por Jesus Cristo (ver Moisés
4:1–3). Ele queria ser honrado mais do que todos os outros (ver
2 Néfi 24:13). Em suma, desejava em sua soberba destronar Deus
(ver D&C 29:36; 76:28).
As escrituras estão repletas das graves consequências que o
pecado do orgulho causou e causa a pessoas, grupos, cidades e
nações. “A soberba precede a ruína” (Provérbios 16:18). Causou a
destruição do povo nefita e da cidade de Sodoma (ver Morôni 8:27;
Ezequiel 16:49–50).8

248
C ap í t u l o 1 8

O orgulho do rei Noé causou a morte de Abinádi


e o levou também à própria morte.

3
O orgulhoso teme mais o julgamento dos
homens do que o julgamento de Deus.
Foi o orgulho que provocou a crucificação de Cristo. Os fariseus
se enfureceram por Jesus declarar-­Se o Filho de Deus, pois isso
ameaçava sua posição; então, tramaram Sua morte (ver João 11:53).
Saul tornou-­se inimigo de Davi por orgulho. Ficou enciumado
porque as mulheres israelitas saíram ao seu encontro cantando:
“Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares”
(I Samuel 18:6–8).
O orgulhoso teme mais o julgamento dos homens do que o jul-
gamento de Deus (ver D&C 3:6–7; 30:1–2; 60:2). “O que os homens
pensarão de mim?” pesa mais do que: “O que Deus pensará de mim?”
O rei Noé estava disposto a libertar o Profeta Abinádi, mas um
apelo ao seu orgulho, da parte dos sacerdotes iníquos, mandou
Abinádi para a morte pelo fogo (ver Mosias 17:11–12). Herodes

249
C ap í t u l o 1 8

afligiu-­se quando a mulher dele pediu que João Batista fosse


decapitado. Mas seu desejo orgulhoso de sobressair-­se aos olhos
“dos que estavam à mesa com ele” causou a morte de João Batista
(Mateus 14:9; ver também Marcos 6:26).
O temor do julgamento dos homens se manifesta na luta pela
aprovação deles. O orgulhoso ama “mais a glória dos homens do
que a glória de Deus” ( João 12:42–43). O pecado se manifesta
nos motivos pelos quais fazemos as coisas. Jesus disse que fazia
“­sempre” o que agradava a Deus ( João 8:29). Não faríamos melhor
se agradar a Deus fosse o nosso estímulo, em vez de procurarmos
nos sobressair aos outros e fazer melhor do que eles?
Para certas pessoas orgulhosas, é mais importante saber se seu
salário é superior ao de outra pessoa do que se a quantia que
recebem atende às próprias necessidades. Sua recompensa é estar
sempre acima dos demais. Essa é a inimizade do orgulho.
Quando o orgulho toma conta de nosso coração, perdemos
nossa independência do mundo e entregamos nossa liberdade ao
cativeiro do julgamento humano. O mundo fala muito mais alto
do que os sussurros do Espírito Santo. O raciocínio dos homens
prevalece sobre as revelações de Deus, e o orgulhoso larga a barra
de ferro (ver 1 Néfi 8:19–28; 11:25; 15:23–24).9

4
O orgulho se manifesta de várias maneiras.
O orgulho é o pecado que vemos facilmente nos outros, mas
raramente reconhecemos em nós mesmos. A maioria considera o
orgulho como um pecado de pessoas eminentes, como os ricos e os
instruídos, que olham de cima para o resto de nós (ver 2 Néfi 9:42).
Existe, porém, um mal muito mais comum entre nós: o orgulho
dos que de baixo olham para cima. Este se manifesta de inúmeras
maneiras, como críticas, maledicência, difamação, resmungos, viver
acima das posses, inveja, cobiça, reprimir gratidão e louvor que
poderia edificar outra pessoa, e mostrar-­se insensível e invejoso.
A desobediência é basicamente uma arrogante luta de poder
contra qualquer autoridade superior, que pode ser do pai ou da
mãe, do líder do sacerdócio, do professor ou, sobretudo, de Deus.

250
C ap í t u l o 1 8

A pessoa orgulhosa odeia o fato de que alguém esteja acima dela.


Pensa que isso a rebaixa.
O egoísmo é um dos aspectos mais comuns do orgulho. “Como
isso me afeta” é o centro de tudo o que importa — presunção, auto-
comiseração, realização aos olhos do mundo, gratificação própria
e egoísmo.
O orgulho resulta em combinações secretas, destinadas a obter
poder, proveito e a glória do mundo (ver Helamã 7:5; Éter 8:9, 16,
22–23; Moisés 5:31). Esse fruto do pecado do orgulho, isto é, as
combinações secretas, derrubou a civilização jaredita e a nefita, e
tem sido e ainda será a causa da ruína de muitas nações (ver Éter
8:18–25).
Outro aspecto do orgulho é a contenda. Discussões, disputas,
domínio injusto, conflito de gerações, divórcios, maus tratos con-
jugais, motins e tumultos, tudo isso se enquadra na categoria de
orgulho.
Contendas na família afastam o Espírito do Senhor e também
afastam muitos membros de nossa família. A contenda varia de uma
palavra ofensiva a conflitos mundiais. Dizem-­nos as escrituras que
“da soberba só provém a contenda” (Provérbios 13:10; ver também
Provérbios 28:25).
As escrituras testificam que o orgulhoso se ofende facilmente e
guarda ressentimento (ver 1 Néfi 16:1–3). Ele se nega a perdoar a
fim de manter o outro em débito e justificar sua mágoa.
Os orgulhosos não aceitam facilmente conselho ou repreensão
(ver Provérbios 15:10; Amós 5:10). Usam uma atitude defensiva
para justificar e racionalizar suas fraquezas e falhas (ver Mateus
3:9; João 6:30–59).
Os orgulhosos dependem do mundo para lhes dizer se têm valor
ou não. Sua autoestima depende da posição que ocupam pretensa-
mente na escala do sucesso mundano. Sentem-­se dignos de mérito
como pessoa se houver um número suficiente de indivíduos abaixo
deles em termos de realizações, talento, beleza ou inteligência. O
orgulho é feio. Ele diz: “Se outro tem sucesso, sou um fracasso”.

251
C ap í t u l o 1 8

A humildade traz união e força ao casamento e à família.

Se amarmos a Deus, fizermos Sua vontade e temermos Seu julga-


mento mais do que o dos homens, teremos autoestima.10

5
O orgulho limita ou impede o progresso.
O orgulho é um pecado condenatório na verdadeira acepção
do termo. Ele limita ou impede o progresso (ver Alma 12:10–11).
Os orgulhosos não se deixam ensinar (ver 1 Néfi 15:3, 7–11). Não
mudam de ideia para aceitar a verdade, porque fazê-­lo implicaria
admitir seu erro.
O orgulho afeta negativamente todos os relacionamentos — o
relacionamento com Deus e Seus servos, entre marido e mulher,
entre pais e filhos, entre empregador e empregado, entre professor
e aluno, e entre toda a humanidade. O grau de nosso orgulho deter-
mina como tratamos nosso Deus, nossos irmãos e nossas irmãs.
Cristo quer elevar-­nos até onde Ele está. Será que desejamos fazer
o mesmo com os outros?

252
C ap í t u l o 1 8

O orgulho debilita nosso sentimento de filiação para com Deus


e de fraternidade para com os homens. Ele nos separa e divide
em “classes” de acordo com nossas “riquezas” e “oportunidades de
instrução” (3 Néfi 6:12). É impossível haver união em meio a um
povo orgulhoso; e, se não formos um, não somos do Senhor (ver
Mosias 18:21; D&C 38:27; 105:2–4; Moisés 7:18).
Pensem no que o orgulho já nos custou no passado e no que nos
custa hoje em nossa vida, em nossa família e na Igreja.
Pensem no arrependimento que pode ocorrer, em termos de
vidas transformadas, casamentos preservados e lares fortalecidos,
se o orgulho não nos impedir de confessar os pecados e abandoná-­
los (ver D&C 58:43).
Pensem nos inúmeros membros que se tornaram menos ativos
na Igreja porque foram ofendidos e porque o orgulho não lhes
permitiu perdoar ou banquetear-­se plenamente à mesa do Senhor.
Pensem nas dezenas de milhares a mais de jovens e de casais que
poderiam estar cumprindo missão se o orgulho não os impedisse
de entregar o coração a Deus (ver Alma 10:6; Helamã 3:34–35).
Pensem no crescimento do trabalho realizado nos templos se o
tempo que dedicamos a esse serviço sublime fosse mais importante
do que o que gastamos em interesses pessoais.11

6
O antídoto para o orgulho é a humildade.
O orgulho afeta todos nós em diversas ocasiões e em vários
graus. Agora podem ver que o edifício representativo do orgulho,
no sonho de Leí, era grande e espaçoso, e enorme era a multidão
que nele entrava (ver 1 Néfi 8:26, 33; 11:35–36).
O orgulho é o pecado universal, o grande vício. Sim, o orgulho
é o pecado universal, o grande vício.
O antídoto para o orgulho é a humildade — mansidão, submis-
são (ver Alma 7:23). É o coração quebrantado e o espírito contrito
(ver 3 Néfi 9:20; 12:19; D&C 20:37; 59:8; Salmos 34:18; Isaías 57:15;
66:2). Como dizem tão bem as palavras de Rudyard Kipling:

253
C ap í t u l o 1 8

Morrem os gritos e o clamor;


Passa dos reis o vão poder.
Mas Teu divino esplendor
Há de viver, há de viver.
Teus mandamentos, ó Senhor,
Não nos permitas esquecer! (…)
Deus terá um povo humilde. Podemos escolher ser humildes ou
podemos ser compelidos à humildade. Alma disse: “Benditos são
os que se humilham sem serem compelidos a ser humildes” (Alma
32:16).
Que escolhamos ser humildes.
Podemos escolher ser humildes voluntariamente vencendo a ini-
mizade para com nossos irmãos e nossas irmãs, estimando-­os como
a nós próprios e elevando-­os até onde estamos ou mais alto ainda
(ver D&C 38:24; 81:5; 84:106).
Podemos escolher ser humildes ao receber conselhos e punições
(ver Jacó 4:10; Helamã 15:3; D&C 63:55; 101:4–5; 108:1; 124:61, 84;
136:31; Provérbios 9:8).
Podemos escolher ser humildes perdoando aqueles que nos
ofenderam (ver 3 Néfi 13:11, 14; D&C 64:10).
Podemos escolher ser humildes prestando serviço abnegado (ver
Mosias 2:16–17).
Podemos escolher ser humildes saindo em missão e pregando a
palavra capaz de tornar outros humildes (ver Alma 4:19; 31:5 48:20).
Podemos escolher ser humildes indo mais frequentemente ao
templo.
Podemos escolher ser humildes confessando e abandonando
nossos pecados e nascendo de Deus (ver D&C 58:43; Mosias 27:25–
26; Alma 5:7–14, 49).
Podemos escolher ser humildes amando a Deus, submetendo
nossa vontade à Dele e colocando-­O em primeiro lugar em nossa
vida (ver 3 Néfi 11:11; 13:33; Morôni 10:32).
Que nossa escolha seja ser humildes. Podemos fazê-­lo. Sei que
podemos.

254
C ap í t u l o 1 8

Meus queridos irmãos e irmãs, temos de nos preparar para redi-


mir Sião. Foi essencialmente o pecado do orgulho que nos impediu
de estabelecer Sião nos dias do Profeta Joseph Smith. Foi o mesmo
pecado que decretou o fim da consagração entre os nefitas (ver
4 Néfi 1:24–25).
O orgulho é a grande pedra de tropeço no caminho de Sião.
Repito: O orgulho é a grande pedra de tropeço no caminho de Sião.
Temos de limpar o vaso interior vencendo o orgulho (ver Alma
6:2–4; Mateus 23:25–26).
Temos de ceder “ao influxo do Santo Espírito”, despojar-­nos do
orgulhoso “homem natural”, santificar-­nos “pela expiação de Cristo,
o Senhor” e tornar-­nos “como uma criança”, submissos, mansos e
humildes (Mosias 3:19; ver também Alma 13:28).
Que assim procedamos e sigamos avante para cumprir nosso
destino divino, é minha fervorosa oração.12

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson ressaltou que o orgulho levou à destruição
do povo nefita (ver seção 1). Por que você acha que o orgulho
tem um poder tão destrutivo?
• De que maneira as pessoas poderiam “opor [sua] vontade à de
Deus”? (Ver seção 2.) Cite algumas bênçãos que recebemos
quando fazemos a vontade de Deus.
• Por que você acha que às vezes perguntamos “O que as outras
pessoas pensarão de mim”? em vez de perguntarmos “O que
Deus pensará de mim”? (Ver seção 3.) Como nossa vida muda
quando nosso maior desejo é agradar a Deus?
• Releia as manifestações de orgulho listadas na seção 4. Como
podemos evitar essas manifestações de orgulho em nossa vida?
• O Presidente Benson disse: “O orgulho afeta negativamente todos
os nossos relacionamentos” — com Deus e com outras pessoas
(seção 5). Por que será? De que maneira nossos relacionamentos
melhoram quando somos humildes?

255
C ap í t u l o 1 8

• Na seção 6, o Presidente Benson faz uma lista de maneiras pelas


quais podemos escolher ser humildes. Por que você acha que é
melhor escolher ser humilde do que ser compelido à humildade?
Escrituras Relacionadas
Mateus 23:12; Lucas 18:9–14; Tiago 4:6; Alma 5:27–28; D&C
112:10; 121:34–40
Auxílio de Estudo
Para aplicar as palavras de um profeta a sua vida, pense em
como os ensinamentos dele se relacionam a você (ver Ensino,
Não Há Maior Chamado, 2009, p. 170). Comece perguntando a si
mesmo como esses ensinamentos podem ajudá-­lo a lidar com suas
preocupações, seus questionamentos e desafios na vida.
Notas
1. “Limpar o Vaso Interior”, A Liahona, 7. “Acautelai-­vos do Orgulho”, A Liahona,
julho de 1986, p. 3. julho de 1989, p. 3.
2. Boyd K. Packer, citado em Sheri L. 8. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3.
Dew, Ezra Taft Benson: A Biography, 9. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3.
1987, pp. 429–430.
10. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3.
3. Russell M. Nelson, Ezra Taft Benson:
A Biography, p. 430. 11. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3.
4. “Limpar o Vaso Interior”, p. 3. 12. “Acautelai-­vos do Orgulho”, p. 3;
texto do hino “God of Our Fathers,
5. Flora Amussen Benson, citado em Ezra Known of Old” [Deus de Meus Pais],
Taft Benson: A Biography, p. 293. de Rudyard Kipling, Hymns, nº 80.
6. “Limpar o Vaso Interior”, p. 3.

256
C A P Í T U L O 1 9

Liderança

“Se vocês pretendem preparar a futura liderança da


Igreja, de [seu] país e de seu próprio lar, precisam
permanecer firmes na fé e constantes diante do mal.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E zra Taft Benson começou a desenvolver características de lide-


rança ainda jovem. Não tinha completado 13 anos de idade quando
seu pai foi chamado para servir missão. Como o filho mais velho
na família, Ezra assumiu muitas responsabilidades de liderança na
fazenda da família durante a ausência do pai. Muitos anos depois,
quando ele mesmo foi chamado para a Missão Britânica, serviu
como presidente de ramo e presidente da Newcastle Conference
(equivalente a um distrito, hoje). Depois, serviu em três presidên-
cias de estaca — uma vez como conselheiro, uma vez por pouco
tempo como presidente da estaca e uma outra vez por um período
maior como presidente da estaca. Em sua carreira profissional, tra-
balhou em muitos cargos de liderança na área de agricultura. Por
ter-­se tornado líder e perito nos assuntos de agricultura, o Presi-
dente Dwight D. Eisenhower convidou-­o para ocupar o cargo mais
elevado na administração da agricultura dos Estados Unidos. Ele
trabalhou por oito anos ao lado do Presidente Eisenhower como
Secretário da Agricultura dos Estados Unidos.
Antes de ser Presidente da Igreja, o Presidente Benson serviu
por 12 anos como Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos.
Os membros do quórum tinham grande respeito por ele como
seu líder. O Élder Bruce R. McConkie “sempre dizia aos familiares
que nada se comparava à administração do Presidente Benson na
Igreja”.1
Na liderança dos Doze, o Presidente Benson incentivou os mem-
bros do quórum a expressar francamente suas ideias, mesmo que

257
C ap í t u l o 1 9

O Presidente Ezra Taft Benson e seus conselheiros na


Primeira Presidência: o Presidente Gordon B. Hinckley (à esquerda)
e o Presidente Thomas S. Monson (à direita).

258
C ap í t u l o 1 9

sua opinião fosse diferente. Quando o Élder Russell M. Nelson era


o membro mais recente do quórum, achou que talvez não devesse
opinar. “Mas [o Presidente Benson] não se contentava com isso”,
relembra. “Na verdade, se ele me visse calado por qualquer motivo,
ele insistia até que eu falasse.” 2
Embora o Presidente Benson sempre pedisse a opinião de todos,
não deixava que a discussão se afastasse do tema. O Presidente
Howard W. Hunter disse que ele “sabia como ninguém conduzir
uma discussão aberta e franca entre [os] irmãos e conseguia dirigi-­la
e controlá-­la, chegando a decisões unânimes e preservando a união
entre todos”.3 Quando “achava que a discussão tinha sido suficiente,
costumava dizer: ‘Creio que já cortamos bastante feno; temos agora
de fazer os feixes’”, trazendo o debate à conclusão.4
O Presidente Benson amava aqueles a quem liderava e ensinava
pelo exemplo. “Desconheço a existência de alguém que tenha mais
consideração ou se preocupe mais pelo bem-­estar das pessoas a
seu redor”, disse o Presidente Gordon B. Hinckley. “Ele não pede a
outros que façam o que ele mesmo não esteja disposto a fazer; ao
contrário, é um exemplo vivo de serviço que devemos imitar.” 5 O
Presidente Benson também era eficaz ao delegar responsabilidades
a outros, ensinando-­os e edificando-­os nesse processo.
Na conferência geral em que o Presidente Benson foi apoiado
como Presidente da Igreja, o Presidente Gordon B. Hinckley expres-
sou sua convicção de que o Senhor tinha escolhido e preparado o
Presidente Benson para liderar a Igreja:
“Presto-­lhes meu testemunho de que foi o Senhor quem escolheu
Ezra Taft Benson para tornar-­se membro do Conselho dos Doze há
quase 43 anos. Foi o Senhor quem, em todos esses anos, testou-­o,
disciplinou-­o, instruiu-­o e o preparou. (…)
Como alguém que o conhece bem e está sempre a seu lado,
presto testemunho de que ele é um homem de fé, de liderança
certificada, de profundo amor pelo Senhor e Sua obra e de amor
pelos filhos e pelas filhas de Deus, onde quer que se encontrem.
É um homem de capacidade comprovada”.6

259
C ap í t u l o 1 9

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Os líderes que são eficazes permanecem
firmes na fé e dão bom exemplo.
O poder da liderança de Cristo cresceu a partir do desafio de Seu
exemplo. Seu chamado inequívoco foi: “Vem, e segue-­Me”. (…) Seu
[sucesso ao obter] a lealdade e a devoção dos homens aos princí-
pios de retidão depend[ia] do amor como grande fator motivacional.
Ele nos ajudou a perceber que as qualidades divinas em cada um
de nós, clamando por expressão, podem tornar-­se gloriosas reali-
dades vivas. Seu exemplo continua a ser a maior esperança e força
da humanidade.7
Se vocês pretendem preparar a futura liderança da Igreja, de
[seu] país e de seu próprio lar, precisam permanecer firmes na fé e
constantes diante do mal, como disse Paulo: “Revesti-­vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas
ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o
sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, con-
tra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais
da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:11–12).8
Nossos jovens precisam de menos críticas e mais modelos. Vocês
são os modelos para os quais eles olham em busca de um padrão
na vida que possam imitar e adotar. Eles precisarão da inspiração
que pode vir de vocês ao enquadrarem sua vida plenamente aos
ensinamentos do evangelho.9

2
As pessoas respondem à liderança eficaz.

Humildade
Uma das características de uma boa liderança sempre foi e sem-
pre será o espírito humilde.10
Força espiritual
A força espiritual promove pensamentos positivos, ideais positi-
vos, hábitos positivos, atitudes positivas e esforços positivos. Essas

260
C ap í t u l o 1 9

são as qualidades que promovem sabedoria, bem-­estar físico e men-


tal e aceitação e resposta entusiástica de outras pessoas.11
Somente os íntegros têm capacidade de elevar e incentivar uns
aos outros ao melhor serviço, à melhor realização, à maior força.12
A inspiração é essencial para a liderança adequada. (…) Deve-
mos ter o espírito de inspiração sempre que estivermos ensinando
(ver D&C 50:13–14) ou administrando os assuntos do reino (ver
D&C 46:2).13
Não existe um substituto satisfatório para o Espírito.14
Conhecimento
O verdadeiro líder se esforça para estar bem informado. Ele é a
pessoa que age de acordo com o princípio e não com a conveniên-
cia. Tenta aprender com toda experiência humana confrontada com
os princípios revelados pela sabedoria divina.15
Uma das melhores formas de os líderes compreenderem os prin-
cípios corretos é terem profundo conhecimento e compreensão das
escrituras e do devido manual. A maioria das situações já surgiu
antes, talvez repetidas vezes, e já existem normas e procedimentos
determinados para lidar com o problema. Portanto, é sempre bom
conhecer bem e referir-­se às instruções escritas e às normas da
Igreja sobre as questões que possam surgir.16
Os líderes são aconselhados a estudar as doutrinas da Igreja
e também a estar preparados para expor adequadamente nossas
doutrinas para outras pessoas. Parafraseando o Apóstolo Paulo,
esperamos que vocês sejam “[obreiros] que não [têm] de que se
envergonhar” (II Timóteo 2:15).17
Lealdade
Um bom líder espera lealdade. Por sua vez, oferece lealdade.
Ele ajuda aqueles a quem deu emprego. A lealdade se estende a
questões além do chamado do dever. Ele é leal quando uma honra
é dada aos que servem com ele. E orgulha-­se do sucesso deles.
Não cancela nenhuma decisão alheia sem primeiro conversar com
a pessoa cuja decisão pretende cancelar. Não envergonha ninguém
na presença de outros. É franco e aberto com a pessoa.18

261
C ap í t u l o 1 9

“Ter amor pelas pessoas é essencial para a liderança eficaz.”

União
Existe a “união exigida pela lei do reino celestial; e Sião não
pode ser edificada a não ser pelos princípios da lei do reino celes-
tial” (D&C 105:4–5). Entre os requisitos e atributos principais está
a união da mente e do coração. “Digo-­vos: Sede um; e se não
sois um, não sois meus”, é o que ordena o Salvador a Sua Igreja
moderna (D&C 38:27; João 17:20–23). Em lugar algum, esse requi-
sito é mais essencial do que entre aqueles a quem Ele chamou para
presidir Seu reino.19
Amor e expressões de confiança
Ter amor pelas pessoas é essencial para a liderança eficaz. Vocês
amam aqueles com quem trabalham? Dão-­se realmente conta de
que o valor das almas é grande à vista de Deus? (Ver D&C 18:10.)
Têm fé nos jovens? Costumam elogiar suas virtudes, parabenizá-­los
por suas realizações? Ou será que sua atitude para com eles é crítica
por causa de suas falhas? 20
Com frequência, pior do que suportar a crítica é suportar o silên-
cio de nosso líder sobre o trabalho para o qual fomos chamados.

262
C ap í t u l o 1 9

Um rápido comentário ou um bilhete sincero e específico é um


excelente incentivo para a jornada. 21
Sabemos (…) que o tempo que o líder passa em contato pessoal
com os membros é mais produtivo do que o despendido em reu-
niões e deveres administrativos. O contato pessoal é a chave para
a conversão do membro menos ativo.22
Na Igreja, especialmente, o ato de pedir produz melhor resultado
do que o de mandar — e também produz um sentimento melhor.
Lembrem-­se de explicar o porquê. Acompanhem para ver como
andam as coisas. Demonstrem apreço quando as pessoas cumprem
bem as instruções. Expressem confiança quando isso puder ser feito
honestamente. Se algo sair errado, é bom ver o que foi feito antes
e descobrir onde foi que vocês erraram — e não tenham medo de
admitir o erro. Lembrem-­se: os membros são trabalhadores volun-
tários e têm o arbítrio. Eles também amam ao Senhor e a Sua obra.
Amem todos eles. Elogiem seu trabalho. Quando se sentirem ten-
tados a repreender um colaborador, não o façam. Em vez disso,
experimentem o interessante desafio de incentivarem-­no com um
abraço fraternal ou um tapinha nas costas. Os filhos de nosso Pai
espalhados pelo mundo são, em essência, bons. Ele os ama. Deve-
mos amá-­los também.23
Ninguém gosta de ser forçado a fazer nada, mesmo que seja para
o próprio bem. Mas as pessoas respondem bem à liderança eficaz.24

3
Os bons líderes delegam com sabedoria.

O exemplo de delegação deixado pelo Senhor


A própria fundação do mundo foi feita por autoridade delegada.
Muitas vezes Jesus lembrou ao povo que Sua missão na Terra era
cumprida por autoridade delegada. A restauração de Sua Igreja teve
início por autoridade delegada.
Ao falar aos judeus na sinagoga, Jesus lhes disse que fora dele-
gado por Seu Pai: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha
vontade, mas a vontade daquele que me enviou” ( João 6:38).25
Jesus nos dá o exemplo máximo da boa administração por
meio da delegação apropriada. (…) Muitos de Seus missionários

263
C ap í t u l o 1 9

Em Seu ministério mortal, Jesus Cristo delegou


autoridade a Seus Doze Apóstolos.

delegados viajaram sem bolsa nem alforje. Homens passaram por


grande sofrimento para cumprir Suas instruções. Alguns deles pade-
ceram morte cruel estando a Seu serviço. Mas Seus discípulos dele-
gados seguiram adiante pelo mundo, audazes como leões, devido
a Seu encargo. Realizaram coisas que jamais sonharam ser capazes.
Nenhum líder jamais motivou tanto homens e mulheres como Ele
o fez.26
A Igreja de Jesus Cristo prepara líderes pelo envolvimento das
pessoas delegadas pela devida autoridade. Em Seu ministério ter-
reno, Jesus chamou 12 apóstolos para ajudá-­Lo a administrar a
igreja. Ele também chamou os setenta. E delegou [a] outros. Não
deveria haver espectadores nesta Igreja. Todos deveriam estar
envolvidos ativamente na edificação do reino. E ao edificarem o
reino, edificavam-­se a si mesmos.
A meta de Jesus era exaltar a pessoa individualmente. (…)
Jesus queria fazer de cada homem um rei, edificar suas caracte-
rísticas de liderança para toda a eternidade. Na noite memorável

264
C ap í t u l o 1 9

depois da última ceia, Ele disse aos 11 (…): “Na verdade, na ver-
dade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras
que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para
meu Pai” ( João 14:12). Por meio da delegação, Jesus desejava edi-
ficar a pessoa, em vez de reprimi-­la. E por toda a Igreja nos dias de
hoje, homens e mulheres crescem em estatura graças aos cargos
que lhes são delegados.27
Delegar em nossas organizações
A boa administração significa delegar autoridade. O ato de dele-
gar parte da carga do trabalho ajuda vocês e sua organização. A
administração eficaz é a arte de multiplicar-­se por meio de outras
pessoas.28
A delegação sábia requer preparação fervorosa, do mesmo modo
que o ensino ou o proselitismo eficaz. O Senhor esclarece isso com
estas palavras: “E o Espírito ser-­vos-­á dado pela oração da fé; e se
não receberdes o Espírito, não ensinareis” (D&C 42:14). E acrescen-
taríamos: não deveis delegar sem ter o Espírito.29
O administrador sábio na Igreja de hoje não tentará fazer todo
o trabalho sozinho, dando a impressão de que ninguém mais está
qualificado o suficiente. E, ao delegar, transmitirá a segurança de
que aquele que é delegado tem todo o seu respaldo.30
Ao dar a alguém uma responsabilidade, o líder não se esquece
da pessoa que a recebeu nem da atribuição em si. Ele acompanha
com interesse, sem, contudo, “intrometer-­se”. Faz elogios específicos
quando merecidos. Oferece incentivos de ajuda quando necessá-
rios. Ao achar que a tarefa não será feita e que é preciso mudar
algo, age com coragem e firmeza, mas com brandura. Quando tiver
completado seu período de serviço no cargo, faz reconhecimentos
e agradecimentos. 31
Nenhum líder sábio acredita que todas as boas ideias são dele.
Ele pede sugestões àqueles a quem lidera. Deixa claro que eles são
uma parte importante na tomada de decisões. Deixa claro que as
normas a que obedecem não são só suas, mas de todos.32

265
C ap í t u l o 1 9

4
Os líderes da Igreja são instrumentos nas mãos de Deus e
devem buscar o Espírito para liderar e edificar os outros.
Na Igreja, hoje em dia, um líder geralmente obtém, em termos
de desempenho, aquilo que verdadeiramente espera. Ele precisa
elevar sua expectativa. Deve garantir às pessoas a quem dá atri-
buições que, quando estão a serviço do Senhor, elas detêm um
poder muito maior do que quando lidam com as responsabilidades
cotidianas. Não pode haver falha na obra do Senhor quando [faze-
mos] o máximo que [nos] é possível. Não passamos de instrumen-
tos, pois esta é a obra do Senhor. Esta é a Sua Igreja, o plano do
Seu evangelho. Estes, com quem trabalhamos, são Seus filhos. Ele
não permitirá que fracassemos se fizermos a nossa parte. Ele nos
concederá talentos e capacidade maiores que os nossos, quando
necessário. Eu sei disso! 33
Precisamos nos lembrar de que (…) a Igreja (…) não faz parte
do mundo dos negócios. Seu sucesso não se mede em termos de
almas salvas nem em termos de lucros e perdas. Necessitamos, é
óbvio, ser eficientes e produtivos, mas também necessitamos manter
nosso foco em objetivos eternos. Tenham cuidado para não usar
métodos e terminologias seculares nas sagradas funções do sacer-
dócio. Lembrem-­se de que os procedimentos racionais de resolução
de problemas, embora úteis, não serão por si mesmos suficientes
na obra do reino. A obra de Deus deve ser feita pela fé, pela oração
e pelo Espírito, “e se for de alguma outra forma, não é de Deus”
(D&C 50:18).34
O grande propósito da Igreja é edificar homens e mulheres que
serão semelhantes à Deidade na atitude, nos atributos e nos ideais.35

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson ensinou que os líderes devem ser bons
exemplos (ver seção 1). Por que o exemplo tem uma influência
tão grande? De que maneira o exemplo de bons líderes influen-
ciou você?

266
C ap í t u l o 1 9

• Estude as características dos bons líderes explicadas na seção 2.


Por que você acha que as pessoas “respondem bem [a esse tipo
de] liderança”? Pense no que pode fazer para desenvolver essas
características.
• O Presidente Benson ensinou que os líderes da Igreja devem
seguir o exemplo do Salvador quanto à delegação de autoridade
(ver seção 3). De que maneira a delegação ajuda a edificar o
reino de Deus? De que maneira você se beneficiou com as res-
ponsabilidades que foram delegadas a você?
• Como o serviço que prestamos na Igreja poderia mudar se nos
lembrarmos de que “esta é a obra do Senhor” e que “estes, com
quem trabalhamos, são Seus filhos”? (Ver seção 4.) Quais foram
seus sentimentos ao agir como instrumento nas mãos de Deus
para ajudar outras pessoas?
Escrituras Relacionadas
Êxodo 18:13–26; Mateus 5:13–16; Lucas 22:31–32; Alma 17:1–11;
D&C 38:23–27
Auxílio Didático
“As pessoas são tocadas quando suas contribuições são reconhe-
cidas. Faça um esforço especial para valorizar os comentários de
cada pessoa e, se possível, torná-­los parte das discussões da aula”
(Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, pp. 35–36).
Notas
1. Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- 11. The Teachings of Ezra Taft Benson,
graphy, 1987, p. 429. p. 371.
2. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 430. 12. The Teachings of Ezra Taft Benson,
3. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 430. p. 455.
4. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 429. 13. God, Family, Country: Our Three Great
Loyalties [Deus, Família, País: Nossas
5. Ezra Taft Benson: A Biography, pp. Três Grandes Lealdades], 1974, p. 126.
474–475.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson,
6. Gordon B. Hinckley, “Vinde e Partici- p. 375.
pai”, A Liahona, julho de 1986, p. 47.
15. The Teachings of Ezra Taft Benson,
7. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 377.
1988, p. 345.
16. The Teachings of Ezra Taft Benson,
8. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 375.
p. 372.
17. The Teachings of Ezra Taft Benson,
9. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 375.
pp. 375–376.
18. The Teachings of Ezra Taft Benson,
10. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 371.
p. 371.

267
C ap í t u l o 1 9

19. The Teachings of Ezra Taft Benson, 27. God, Family, Country, pp. 135–136.
p. 372. 28. The Teachings of Ezra Taft Benson,
20. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 379.
p. 370. 29. The Teachings of Ezra Taft Benson,
21. The Teachings of Ezra Taft Benson, pp. 379–380.
p. 371. 30. The Teachings of Ezra Taft Benson,
22. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 379.
p. 147. 31. God, Family, Country, p. 140.
23. The Teachings of Ezra Taft Benson, 32. The Teachings of Ezra Taft Benson,
pp. 376–377. p. 371.
24. The Teachings of Ezra Taft Benson, 33. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 345. p. 372.
25. The Teachings of Ezra Taft Benson, 34. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 378. pp. 372–373.
26. The Teachings of Ezra Taft Benson, 35. The Teachings of Ezra Taft Benson,
p. 378. p. 373.

268
C A P Í T U L O 2 0

“Apascenta as Minhas Ovelhas”

“Todos nós precisamos aprender a ser verdadeiros


pastores. Precisamos expressar pelos outros o
mesmo amor que o Bom Pastor tem por todos
nós. Cada alma é preciosa à Sua vista.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

O Presidente Ezra Taft Benson contou uma experiência que teve


quando serviu como conselheiro numa presidência de estaca:
“Durante uma reunião de presidência de estaca em Boise, Idaho,
há vários anos, estávamos tentando escolher um presidente para o
mais fraco e menor quórum de élderes na estaca. Nosso secretário
havia trazido uma lista de todos os élderes do quórum e, nessa lista,
estava o nome de um homem a quem eu conhecia havia alguns
anos. Ele viera de uma tradicional família de santos dos últimos
dias, mas não havia feito muita coisa na Igreja.
Se o bispo o chamasse para fazer algum trabalho na capela, ele
em geral comparecia; e se os élderes quisessem jogar uma partida
de futsal, provavelmente vocês o veriam participando também. Não
possuía, porém, características de liderança; era presidente de um
clube de prestação de serviços e até que se saía muito bem.
Eu disse ao presidente da estaca: ‘Você me autoriza a entrevis-
tar esse homem e desafiá-­lo a adequar plenamente sua vida aos
padrões da Igreja e assumir a liderança desse quórum? Sei que isso
é arriscado, mas ele tem capacidade’.
O presidente da estaca disse: ‘Vá em frente, que o Senhor o
abençoe’.
(…) Fui até a casa desse homem. Jamais me esquecerei do olhar
que me dirigiu ao abrir a porta e ver um membro da presidência
da sua estaca parado ali. Com hesitação, convidou-­me a entrar; sua

269
C ap í t u l o 2 0

“Este é o momento de aplicar o ensinamento do Senhor sobre o bom pastor.”

270
C ap í t u l o 2 0

mulher estava preparando o jantar, e pude sentir o aroma do café


vindo da cozinha. Pedi-­lhe que chamasse sua mulher para conver-
sarmos juntos e, ao nos sentarmos, disse-­lhe o motivo da minha
visita. ‘Não espero que me dê sua resposta hoje’, disse-­lhe. ‘O que
desejo é que me prometa que vai pensar no assunto, orar e refletir
sobre ele em termos do que isso vai significar para sua família;
depois, voltarei para visitá-­lo daqui a uma semana. Se não quiser
aceitar, vamos continuar amando você’, acrescentei.
No domingo seguinte, assim que me atendeu à porta, percebi
que algo havia mudado. Ficou feliz em me ver; logo me fez entrar
e chamou a mulher para se juntar a nós. Ele disse: ‘Irmão Benson,
fizemos o que nos pediu. Pensamos a respeito do assunto, oramos
sobre ele e decidimos que vou aceitar o chamado. Se vocês, nossos
líderes, têm tanta confiança em mim, estou disposto a adequar ple-
namente minha vida aos padrões da Igreja, o que deveria ter feito
muito tempo atrás’.
Ele acrescentou: ‘Não tomei café nenhuma vez depois de sua
visita na semana passada, e não vou tomar mais’.
Ele foi designado presidente do quórum de élderes; a frequência
em seu quórum começou a crescer — e continua crescendo. Ele
saiu à procura dos élderes menos ativos, acolheu-­os num abraço
e trouxe-­os de volta. Alguns meses depois, mudei-­me para outra
estaca.
Os anos se passaram e, certo dia, na Praça do Templo, em Salt
Lake City, um homem se aproximou, estendeu a mão e disse: ‘Irmão
Benson, lembra-­se de mim?’
‘Sim, lembro’, disse-­lhe. ‘Só não me lembro do seu nome.’
Ele disse: ‘Lembra-­se de ir visitar um élder delinquente em Boise,
sete anos atrás?’ Então, obviamente, tudo me voltou à lembrança.
Ele então me disse: ‘Irmão Benson, esta vida não será suficiente
para agradecer-­lhe por ter ido a minha casa naquela tarde de
domingo. Hoje, sou bispo. Pensava que era feliz, mas não tinha
ideia do que era a felicidade verdadeira’”.1
Ao ser inspirado por essa experiência e por outras, o Presidente
Benson incentivava os santos dos últimos dias fiéis a procurar os
membros da Igreja que viviam “longe da Igreja e da influência do

271
C ap í t u l o 2 0

evangelho”.2 Na conferência geral de abril de 1984, ele disse: “Esta-


mos felizes com a ativação de muitos de nossos irmãos e irmãs.
Incentivamos a liderança do sacerdócio e das auxiliares a manter esse
grande esforço”. 3 Naquela mesma semana, ele falou a um grupo de
líderes do sacerdócio a respeito da necessidade de integração dos
homens da Igreja que ainda não tinham sido ordenados élderes:
“Meu coração se volta para esses homens, chefes de família. (…)
Não acredito que exista hoje na Igreja um desafio maior do que
reativar esses homens e trazê-­los até o ponto em que possam levar
sua família à casa do Senhor e proporcionar-­lhes as mais preciosas
bênçãos conhecidas pelos homens e pelas mulheres neste mundo
e no mundo vindouro.
Irmãos, nossa esperança e oração é que vejam esse empenho na
reativação como algo muito maior do que um programa temporário.
Esperamos que, quando este período da história de nossa Igreja
for registrado, seja dito que isso marcou uma época em que muitas
almas errantes e perdidas foram regeneradas pela Igreja de Deus”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Como seguidores do Senhor, parte de nossa
missão é sair à procura de nossos irmãos
e irmãs que se afastaram da Igreja.
O propósito da Igreja do Senhor é incentivar o progresso de
cada filho e cada filha de Deus em direção às bênçãos derradeiras
da vida eterna. (…)
Gostaria de conversar sobre nossa missão de aperfeiçoar os san-
tos, em especial sobre o desafio da reativação dos que se afasta-
ram da atividade plena na Igreja. Esses membros, nossos irmãos e
nossas irmãs, vivem atualmente longe da Igreja e da influência do
evangelho.
Nesse grupo de membros menos ativos, há muitos que não fre-
quentam as reuniões talvez por indiferença ou por não se importa-
rem. Também há os que estão temporariamente perdidos por não
sabermos onde encontrá-­los. Alguns são recém-­conversos que apa-
rentemente não receberam a atenção e os ensinamentos necessários

272
C ap í t u l o 2 0

que os fariam sentir-­se “concidadãos dos santos” (ver Efésios 2:19).


Muitos são adultos solteiros.
A todas essas pessoas nós, membros da Igreja e seguidores do
Senhor, devemos estender e renovar nosso amor e sincero convite
para que voltem. “Voltem! Voltem e banqueteiem-­se na mesa do
Senhor e provem novamente os doces e prazerosos frutos da inte-
gração com os santos” (Ensign, março de 1986, p. 88).
O desafio que nos aguarda é grande. (…) Devemos exercer
grande fé, energia e comprometimento se quisermos chegar até
esses irmãos e irmãs. Mas devemos fazê-­lo. O Senhor espera que
façamos isso. E nós o faremos! 5

2
Ao procurar nutrir aqueles que se desviaram, devemos
aplicar o ensinamento do Senhor sobre o bom pastor.
Este é o momento de aplicar o ensinamento do Senhor sobre o
bom pastor, a fim de vencermos o desafio de recuperar as ovelhas
perdidas e os cordeiros rebeldes.
“Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma
delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e
nove, em busca da que se desgarrou?
E, se porventura achá-­la, em verdade vos digo que maior prazer
tem por aquela do que pelas noventa e nove que não se desgarra-
ram” (Mateus 18:12–13).
No tempo de Jesus, o pastor palestino conhecia cada uma de
suas ovelhas. As ovelhas conheciam sua voz e confiavam nele. Elas
não seguiriam um estranho. Assim, quando chamadas, as ovelhas
iam até ele (ver João 10:1–5, 14).
À noite, os pastores costumavam levar as ovelhas a um curral ou
redil, que era cercado de muros altos com espinhos no topo para
evitar que animais selvagens e ladrões os escalassem e entrassem.
Contudo, às vezes um animal selvagem faminto pulava os muros e
se introduzia entre as ovelhas, assustando-­as e atacando-­as.
Essa situação distinguia o verdadeiro pastor — que amava suas
ovelhas — do mercenário — que trabalhava apenas por obrigação
e dinheiro. O verdadeiro pastor estava disposto a dar a vida pelas

273
C ap í t u l o 2 0

Ao cultivarmos a amizade em nossas alas e nossos ramos, ajudamos


uns aos outros a permanecer no rebanho do Bom Pastor.

ovelhas. Ele ia para o meio das ovelhas e lutava pelo bem-­estar


delas. O mercenário, por sua vez, prezava mais a própria segurança
do que a das ovelhas e geralmente fugia do perigo.
Jesus usou essa ilustração comum de Sua época para declarar
que Ele era o Bom Pastor, o Pastor Verdadeiro. Devido a Seu amor
por Seus irmãos e Suas irmãs, Ele daria Sua vida por eles de modo
voluntário e desprendido (ver João 10:11–18).
Por fim, o Bom Pastor realmente deu Sua vida pelas ovelhas —
por vocês e por mim, por todos nós.
O simbolismo do bom pastor tem um significado paralelo na
Igreja atual. As ovelhas precisam ser conduzidas por pastores alertas.
Há muitas ovelhas errantes. Algumas, porque são atraídas por distra-
ções momentâneas. Outras, porque estão completamente perdidas.
Com o passar do tempo, percebemos que algumas dessas ove-
lhas vão se rebelar e são “como um rebanho selvagem que foge
do pastor” (Mosias 8:21). Mas grande parte dos nossos problemas
tem origem na ausência de uma direção amorosa e atenta, e faz-­se
necessário treinar mais pastores.

274
C ap í t u l o 2 0

Com os cuidados do pastor, nossos membros novos, os recém-­


nascidos no evangelho, devem ser nutridos por meio de uma
integração atenta, à medida que crescem no conhecimento do
evangelho e começam a viver novos padrões. Essa atenção ajudará
a garantir que eles não voltarão aos hábitos antigos.
Com os cuidados amorosos do pastor, nossos jovens, nossos
cordeirinhos, não terão tanta inclinação para vagar. E mesmo que
o façam, o arco do cajado do pastor — um abraço amoroso e um
coração compreensivo — ajudará a trazê-­los de volta.
Com os cuidados do pastor, muitos daqueles que vivem distantes
do rebanho ainda podem ser reintegrados. Muitos que se casaram
fora da Igreja e assumiram um estilo de vida mundano podem
atender a um convite de retorno ao rebanho.6

3
Os santos dos últimos dias que se desviaram necessitam
da preocupação real e sincera de pastores amorosos.
Não existe uma solução nova para esse antigo problema da ove-
lha perdida, exceto apascentá-­la. A ordem que Jesus deu a Pedro,
que Ele enfatizou ao repeti-­la três vezes, é a solução comprovada:
“Apascenta os meus cordeiros. Apascenta as minhas ovelhas. Apas-
centa as minhas ovelhas” (ver João 21:15–17).
Assim também na gloriosa admoestação do Livro de Mórmon, os
que eram batizados na Igreja de Cristo deviam ser constantemente
“lembrados e nutridos pela boa palavra de Deus” (Morôni 6:4).
A resposta, assim, está em apascentar o rebanho em espírito de
oração e alimentá-­lo — isto é, cuidar de cada pessoa individual-
mente. É preciso haver uma preocupação real e sincera de um pas-
tor fiel e amoroso, não só a atenção superficial que um mercenário
demonstraria.
Ao discutirmos o conceito de um verdadeiro pastor, reconhece-
mos que o Senhor deu essa responsabilidade aos portadores do
sacerdócio. Mas as irmãs também receberam chamados para “apas-
centar” por meio do serviço caridoso e amoroso que prestam umas
às outras e às demais pessoas. Assim, todos nós precisamos apren-
der a ser verdadeiros pastores. Precisamos expressar aos outros o

275
C ap í t u l o 2 0

mesmo amor que o Bom Pastor tem por todos nós. Cada alma é
preciosa à Sua vista. Seu convite se estende a todos os membros —
cada filho e cada filha de Deus.
“Eis que ele envia um convite a todos os homens, pois os braços
de misericórdia lhes estão estendidos e ele diz: Arrependei-­vos e
receber-­vos-­ei. (…)
Vinde a mim e participareis do fruto da árvore da vida; sim,
comereis e bebereis livremente do pão e da água da vida;
Sim, vinde a mim e apresentai obras de retidão” (Alma 5:33–35).
Ninguém deve recusar Seu convite. Todos os que receberem Seu
gracioso convite de participar de Seu evangelho são bem-­vindos.
As ovelhas — mesmo as desgarradas, as indiferentes, as preocupa-
das — necessitam ser localizadas e, com amor, conduzidas de volta
à atividade. Todo recurso do sacerdócio e das auxiliares deve ser
usado para ajudar nesse empenho.
Esse é um problema que jamais será resolvido a menos que a
liderança da estaca, da ala, do quórum e das auxiliares, assim como
os membros fiéis de todo lugar, exerça sua determinação e fé para
trazer os menos ativos de volta à plena atividade na Igreja.
Ao se empenharem diligentemente na realização dessa meta tão
digna, nós os exortamos a darem renovada ênfase ao ensino fami-
liar eficaz do sacerdócio e à visita eficaz da professora visitante da
Sociedade de Socorro. As visitas dos mestres familiares e das profes-
soras visitantes fazem parte de programas inspirados. Eles recebem
a designação de visitar todos os membros da Igreja a cada mês,
tanto os ativos como os menos ativos. Pedimos-­lhes que deem maior
ênfase às visitas dos mestres familiares e das professoras visitantes.7

4
Ao continuarmos ensinando nossos irmãos e
nossas irmãs, podemos ajudá-­los a receber todas
as bênçãos e ordenanças do evangelho.
Nossas orações de hoje devem ser feitas com a mesma intensi-
dade e preocupação que as orações de Alma ao tentar trazer de
volta os zoramitas errantes, que se tinham afastado do Senhor:

276
C ap í t u l o 2 0

“Ó Senhor, permite que tenhamos êxito em trazê-­los novamente


a ti, em Cristo.
Eis, ó Senhor, que sua alma é preciosa e muitos deles são nossos
irmãos; dá-­nos, portanto, ó Senhor, poder e sabedoria para trazer-
mos esses nossos irmãos novamente a ti (Alma 31:34–35; grifo do
autor). (…)
Os princípios para ativar almas não mudam. São eles:
1. Os perdidos ou menos ativos precisam ser encontrados e
contatados.
2. É necessário demonstrar uma preocupação amorosa. Eles pre-
cisam sentir o nosso amor.
3. Precisam ser ensinados sobre o evangelho. Precisam sentir o
poder do Espírito Santo por meio dos professores.
4. Precisam ser incluídos em nosso convívio.
5. Precisam ter responsabilidades significativas na Igreja.
Nas palavras do Livro de Mórmon, devemos “continuar a minis-
trar” (3 Néfi 18:32).
Estamos particularmente interessados em que os recém-­
conversos sejam integrados ao pleno convívio na Igreja. Eles devem
ser recebidos de braços abertos.
Que nos unamos nos esforços de trazer os menos ativos de volta
à plena atividade na Igreja. Ao fazer isso, estaremos mais coesos
para cumprir juntos a missão da Igreja — levar o evangelho, com
todas as suas bênçãos e ordenanças, mais plenamente à vida de
todos os membros da Igreja. A Igreja “tem necessidade de todos
os membros” (D&C 84:110), e cada membro tem necessidade do
evangelho, da Igreja e de todas as suas ordenanças.
Que todos nós busquemos as bênçãos do Senhor para fortalecer-­
nos e dar-­nos o poder e a influência que precisaremos ao trabalhar
juntos nessa grande obra de amor.8

277
C ap í t u l o 2 0

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O que você sente ao pensar em seus familiares ou amigos que
“vivem atualmente longe da Igreja e da influência do evangelho”?
O que você pode fazer para buscá-­los? (Ver seção 1.)
• Pondere sobre os ensinamentos do Presidente Benson a respeito
das diferenças entre um mercenário e um pastor (ver seção 2). O
que podemos fazer para ser melhores pastores?
• O Presidente Benson nos lembrou de que as pessoas precisam
da “preocupação real e sincera de um pastor fiel e amoroso” (ver
seção 3). De que maneira podemos desenvolver uma preocupa-
ção real e sincera pelos outros? Ao ponderar sobre essa pergunta,
pense em seu serviço como mestre familiar ou professora visitante.
• O que você acha que significa “continuar a ministrar”? (3 Néfi
18:32.) Considere os cinco princípios que o Presidente Benson
mencionou para nos ajudar a servir àqueles que precisam voltar à
atividade na Igreja (ver seção 4). De que maneira cada um desses
princípios ajuda uma pessoa a receber as bênçãos do evangelho?
Escrituras Relacionadas
Mateus 9:10–12; Lucas 15; 22:32; I Pedro 5:2–4; Morôni 6:4; D&C
18:10–16; 84:106
Auxílio de Estudo
“Ler, estudar e ponderar não são a mesma coisa. Lemos o que
está escrito, e podem ocorrer-­nos ideias. Estudamos e descobrimos
padrões e conexões nas escrituras. Mas quando ponderamos, con-
vidamos a revelação pelo Espírito. Ponderar, para mim, é a reflexão
e a oração que faço depois de ler e estudar as escrituras cuida-
dosamente” (Henry B. Eyring, “Servir com o Espírito”, A Liahona,
novembro de 2010, p. 59).
Notas
1. “Feed My Sheep” [Apascenta as Minhas 4. The Teachings of Ezra Taft Benson,
Ovelhas], Ensign, setembro de 1987, 1988, p. 234.
pp. 4–5. 5. “Feed My Sheep”, p. 3.
2. “Feed My Sheep”, p. 3. 6. “Feed My Sheep”, pp. 3–4.
3. “Conselho aos Santos”, A Liahona, 7. “Feed My Sheep”, p. 4.
julho de 1984, p. 8.
8. “Feed My Sheep”, pp. 4, 5.

278
C A P Í T U L O 2 1

Princípios de Bem-­Estar
Material e Espiritual

“Tudo o que interessa ao bem-­estar econômico,


social e espiritual da família humana
interessa e sempre interessará à Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E m 1936, enquanto as pessoas no mundo inteiro lutavam para


vencer as dificuldades econômicas da Grande Depressão, a Pri-
meira Presidência instituiu um novo programa de bem-­estar. Esse
programa, chamado de Plano de Segurança da Igreja, não foi esta-
belecido para a distribuição gratuita de bens aos necessitados, mas,
sim, “para ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas”.1 Quando a
Primeira Presidência e outros líderes da Igreja organizaram esse
programa, ensinaram princípios básicos de trabalho árduo, autossu-
ficiência e serviço. Eles incentivaram os membros da Igreja a pagar
o dízimo e as ofertas de jejum, a produzir e armazenar alimentos,
a evitar dívidas desnecessárias e a economizar para necessidades
futuras.
Nessa época, o Presidente Ezra Taft Benson servia como conse-
lheiro em uma presidência de estaca em Boise, Idaho. Era também
economista, com especialização em propaganda, e especialista em
gestão agrícola para o Estado de Idaho. Aceitou uma designação do
presidente de sua estaca para comparecer a uma reunião na qual
o Plano de Segurança da Igreja seria apresentado. Tempos depois,
ele relembrou: “Minha alma concordou sinceramente com tudo o
que ouvi naquele dia. Voltei à Estaca Boise e disse a meus irmãos
que esse programa que fora anunciado era econômica, social e
espiritualmente sábio, e expressei-­lhes minha certeza de que os

279
C ap í t u l o 2 1

O Élder Ezra Taft Benson, à direita, com o Presidente Max


Zimmer, presidente interino da Missão Suíça, verifica os
suprimentos de bem-estar em Genebra, Suíça, em 1946.

280
C ap í t u l o 2 1

membros da Igreja responderiam a ele de todo coração, como algo


que não só era sábio, mas também necessário”. 2
Dois meses depois de o Presidente Benson apresentar o pro-
grama em sua estaca, “inúmeros projetos de bem-­estar tiveram iní-
cio: uma ala plantou uma horta multiacre, outra semeou 15 acres de
beterrabas e a Sociedade de Socorro de outra produziu enlatados e
fez colchas e roupas. [Uma das alas] até criou uma pequena fábrica
de enlatados”.3
O Presidente Benson viu a extensa influência do programa de
bem-­estar dez anos depois. Como membro do Quórum dos Doze
Apóstolos, foi designado para presidir a Igreja na Europa logo
depois da Segunda Guerra Mundial. Naquela terra destroçada pela
guerra, conduziu uma força-­tarefa da Igreja para levar mantimentos
que ajudariam as pessoas a recuperar sua autossuficiência. Ele con-
tou essa experiência quando o primeiro carregamento de artigos de
bem-­estar chegou a Berlin, Alemanha:
“Levei comigo o Presidente Richard Ranglack, presidente interino
da missão. Caminhamos até o velho armazém esburacado que, sob
uma guarda armada, abrigava os preciosos mantimentos. Lá no
fundo do armazém, vimos as caixas empilhadas quase até o teto.
‘Essas caixas contêm alimentos?’ Richard perguntou. ‘Quer me
dizer que essas caixas estão cheias de alimento?’
‘Sim, meu irmão’, respondi, ‘alimentos, roupas pessoais, roupas
de cama — e, espero, alguns medicamentos’.
Richard e eu descemos uma das caixas. Nós a abrimos. Estava
cheia do mais simples dentre os mais simples alimentos — feijão.
Ao ver aquilo, esse bom homem enfiou as mãos na caixa e deixou
que os grãos passassem entre os dedos; aí, não se conteve e chorou
como uma criança, cheio de gratidão.
Abrimos outra caixa, cheia de trigo integral, nada mais nada
menos que isso, como o Senhor o criou e como queria que fosse.
Levou uma pitada do trigo até a boca. Depois de um instante,
olhou-­me com emoção — meus olhos também marejaram — e
disse, enquanto balançava lentamente a cabeça: ‘Irmão Benson,
é difícil acreditar que pessoas que nunca nos viram possam fazer
tanto por nós’.

281
C ap í t u l o 2 1

Esse é o sistema do Senhor! Doações voluntárias motivadas por


amor fraternal e sacrifício voluntário para ajudar outros a se aju-
darem a si mesmos. Isso garante a dignidade e o autorrespeito”.4

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O Senhor está ansioso e desejoso de abençoar Seu
povo tanto materialmente como espiritualmente.
Acredito, meus irmãos e irmãs, que, no que se refere a questões
materiais, o Senhor tenha dito:
“Todas as coisas são espirituais para mim e em tempo algum vos
dei uma lei que fosse terrena (…)” (D&C 29:34).
O objetivo, é claro, é espiritual. Vivemos, porém, em um mundo
material, físico e temporal. (…)
O homem é um ser dual, material e espiritual; e, nas primeiras
revelações a este povo, o Senhor aproveitou, muitas vezes, para
nos dar orientações e mandamentos quanto a assuntos materiais.
Ele orientou os santos e os líderes da Igreja na compra de terras e
outras propriedades; na construção de templos; mesmo no estabe-
lecimento de uma imprensa, de uma loja e na edificação de uma
pensão para o “viajante cansado” (ver D&C 124:22–23). Na grande
revelação conhecida como Palavra de Sabedoria, Ele não só indi-
cou o que é bom e o que não é bom para o homem, mas também
delineou um plano para a alimentação do gado que, por mais de
um século, foi gradualmente confirmado pela investigação científica
humana (ver D&C 89). Tudo o que afete o bem-­estar do homem
foi e sempre será a preocupação da Igreja. Nosso povo sempre foi
aconselhado quanto aos assuntos materiais. (…)
É importante que mantenhamos nosso raciocínio claro, meus
irmãos e irmãs. Que sempre nos lembremos de que todas as coisas
materiais são apenas meios para um fim; que o fim é espiritual,
embora o Senhor esteja ansioso e disposto a abençoar Seu povo
materialmente. Ele indicou isso em muitas revelações. Ele ressaltou,
repetidamente, que devemos orar por nossas plantações, nosso
gado, nossos familiares, nosso lar e invocar as bênçãos do Senhor

282
C ap í t u l o 2 1

em nossos negócios materiais. Ele prometeu que vai nos ajudar e


estará pronto para nos abençoar e desejoso de fazê-­lo. (…)
O Senhor não fará por nós o que podemos e devemos fazer
sozinhos. Mas Seu propósito é cuidar de Seus santos. Tudo o que
interessa ao bem-­estar econômico, social e espiritual da família
humana interessa e sempre interessará à Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.5
Ao administrarmos qualquer aspecto do programa de bem-­estar,
devemos sempre nos lembrar do principal propósito para o qual ele
foi criado. Esse propósito declaradamente é “estabelecer, se possí-
vel, um sistema sob o qual a maldição da indolência fosse banida,
os males da esmola abolidos e a independência, a industriosidade,
a frugalidade e o autorrespeito fossem mais uma vez estabelecidos
entre o nosso povo. O objetivo da Igreja é ajudar as pessoas a
se ajudarem. O trabalho deve ser reentronizado como o princípio
governante na vida dos membros de nossa Igreja”.6
A força do programa de bem-­estar da Igreja repousa em que
cada família siga a orientação inspirada dos líderes da Igreja de
ser autossuficiente por meio de uma preparação adequada. Deus
deseja que Seus santos se preparem para que “a Igreja [conforme
disse o Senhor] permaneça independente, acima de todas as outras
criaturas abaixo do mundo celestial” (D&C 78:14).7
A parábola das escrituras sobre as cinco virgens sábias e as cinco
tolas (ver Mateus 25:1–13) é um lembrete de que uma pessoa talvez
espere tempo demais antes de começar a pôr sua casa espiritual e
material em ordem. E nós, estamos preparados? 8

2
Por meio de esforços enérgicos, altruístas e cheios
de propósito, supriremos nossas necessidades
vitais e cresceremos em atributos divinos.
Um dos primeiros princípios revelados ao patriarca Adão,
quando foi expulso do Jardim do Éden, foi este: “No suor do teu
rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra” (Gênesis 3:19).
Tudo o que obtemos na vida, que seja de natureza material, vem-­
nos como produto do trabalho e da providência divina. Somente o
trabalho supre as necessidades da vida.9

283
C ap í t u l o 2 1

O homem recebeu de Deus o mandamento de viver pelo suor


do próprio rosto, de ninguém mais.10
Este evangelho é um evangelho de trabalho — com propósito,
altruísta e oferecido no espírito do verdadeiro amor de Cristo. Só
assim poderemos crescer em atributos divinos. Só assim nos tor-
naremos instrumentos dignos nas mãos do Senhor para abençoar
outras pessoas por meio desse poder que pode nos levar a mudar
para melhor a vida de homens e mulheres.
Devemos ser humildemente gratos por essa mudança, por essa
herança, essa oportunidade de serviço e sua rica recompensa. Ben-
ditos são os que seguirem o plano do Senhor e desenvolverem esse
poder e o usarem para abençoar outros. Isso foi o que o Cristo fez.
Isso é o que temos o privilégio de fazer.11
Os beneficiários do plano de bem-­estar devem trabalhar o
máximo que puderem para merecer os bens ou a ajuda da oferta
de jejum. Se não se oferecessem trabalhos dignificantes, se as pes-
soas não fossem incentivadas a trabalhar, isso se transformaria em
uma doação degradante, e o propósito para o qual o programa de
bem-­estar foi criado logo se perderia. Essa é uma lei celeste, uma
lei que nós ainda não aprendemos completamente aqui na Terra,
de que não se pode ajudar as pessoas permanentemente, fazendo
por elas o que elas podem e devem fazer por si mesmas.12
Devemos pedir as bênçãos do Senhor em tudo o que fizermos
e nunca devemos fazer algo para o qual não podemos pedir Suas
bênçãos. Não devemos esperar que o Senhor faça por nós o que
podemos fazer sozinhos. Acredito na fé com obras e que o Senhor
abençoará mais plenamente quem trabalha para receber aquilo pelo
que ora do que abençoaria quem só ora.13
O trabalho árduo e com propósito leva a uma saúde vigorosa, a
realizações louváveis, a uma consciência limpa e a um sono tran-
quilo. O trabalho sempre foi benéfico para o homem. Que sempre
tenhamos respeito salutar pelo trabalho, seja ele feito pela mente,
pelo coração ou pelas mãos. Que sempre desfrutemos da satis-
fação de um trabalho honesto. (…) Não se chega ao céu apenas
desejando ou sonhando. É preciso pagar o preço sob a forma de
cansaço, de sacrifício e de um viver justo.14

284
C ap í t u l o 2 1

Todos os membros da família podem participar


da produção caseira de alimentos.

3
Quando produzimos e armazenamos
alimentos, colhemos benefícios imediatos e nos
preparamos para necessidades futuras.
Já pensaram no que aconteceria à sua comunidade ou à nação
se os transportes fossem interrompidos ou se houvesse uma guerra
ou uma depressão? Como vocês e seus vizinhos obteriam alimentos?
Por quanto tempo o armazém da esquina — ou o supermercado —
supriria as necessidades da comunidade?
Pouco depois da Segunda Grande Guerra, fui chamado pela Pri-
meira Presidência para ir à Europa e restabelecer nossas missões e
conduzir um programa de distribuição de alimentos e roupas aos
santos. Trago viva na lembrança a imagem de pessoas que pegavam
o trem cada manhã, com todo tipo de quinquilharia nos braços, e
iam para a área rural a fim de trocar seus pertences por alimento.
À noitinha, a estação de trem se enchia de pessoas com os braços
repletos de vegetais e frutas, além de uma grande variedade de
galinhas e porcos barulhentos. Nunca tinha visto tamanha comoção.

285
C ap í t u l o 2 1

Tais pessoas estavam, é claro, dispostas a trocar praticamente qual-


quer coisa por esse bem que sustém a vida: o alimento.
Uma forma quase totalmente esquecida de autossuficiência eco-
nômica é a produção caseira de alimentos. Estamos demasiada-
mente acostumados a ir ao mercado e comprar o que é preciso. Ao
produzirmos parte de nosso alimento, reduzimos em grande parte o
impacto da inflação sobre o dinheiro. Mais importante, aprendemos
a produzir nossa própria comida e todos os membros da família se
envolvem em um excelente projeto. (…)
Gostaria de sugerir que façam o que outros já fizeram. Juntem-­se
a outros e obtenham autorização para usar um terreno vazio para
fazer uma horta ou aluguem um pedaço de terra para cultivo.
Alguns quóruns de élderes já fizeram isso como quórum, e todos
os que participaram colheram o benefício da safra de vegetais e
frutas, além das bênçãos da cooperação e do envolvimento familiar.
Muitas famílias já substituíram o gramado por uma horta.
Nós os incentivamos a ser mais autossuficientes para que, como
o Senhor declarou, “não obstante as tribulações que sobre vós cai-
rão, a igreja permaneça independente, acima de todas as outras
criaturas abaixo do mundo celestial” (D&C 78:14). O Senhor quer
que sejamos independentes e autossuficientes porque esses serão
dias de tribulação. Ele nos advertiu e nos preveniu quanto a essa
possibilidade. (…)
A produção de alimentos é só uma parte da ênfase redobrada
para que armazenemos uma quantidade de alimento (…) onde
quer que isso seja legalmente permitido. A Igreja não nos disse
quais alimentos devemos armazenar. Essa decisão fica por conta
de cada membro. (…)
A revelação para produzir e armazenar alimentos pode ser tão
essencial para o nosso bem-­estar material quanto o foi a instrução
de entrar na arca para o povo nos dias de Noé. (…)
Planejem montar seu suprimento de alimentos da mesma forma
que lidariam com uma conta de poupança. No dia do pagamento,
reservem um pouco para o armazenamento. Enlatem ou engarra-
fem as frutas e os vegetais de sua horta e de seu pomar. Apren-
dam a preservar os alimentos usando técnicas de desidratação e de

286
C ap í t u l o 2 1

possível congelamento. Façam do armazenamento uma parte do


seu orçamento. Armazenem sementes e tenham ferramentas sufi-
cientes à mão para a tarefa. Se estiverem fazendo poupança para a
compra de um segundo carro ou uma televisão nova ou qualquer
coisa que só lhes traga conforto ou prazer, talvez tenham de mudar
suas prioridades. Nós os exortamos a fazer isso em espírito de ora-
ção, mas façam-­no já. (…)
Com demasiada frequência nos recolhemos a nossa confortável
complacência e racionalizamos que as devastações da guerra, os
desastres econômicos, a fome e os terremotos são improváveis aqui.
Os que acreditam nisso não conhecem as revelações do Senhor ou
não acreditam nelas. Os que presunçosamente acham que essas
calamidades não acontecerão e que, de algum modo, serão pou-
pados devido à retidão dos santos, enganam-­se e lamentarão o dia
em que pensaram assim.
O Senhor nos advertiu e preveniu a respeito de um dia de grande
tribulação e nos aconselhou, por meio de Seus servos, quanto à
maneira de nos prepararmos para esses tempos trabalhosos. E nós,
atendemos a Seu conselho? (…)
Sejam fiéis, meus irmãos e minhas irmãs, a esse conselho e serão
abençoados — sim, os mais abençoados de toda a Terra. Vocês são
pessoas boas. Sei disso. Mas todos nós precisamos ser melhores
do que somos. Que tenhamos condição não só de alimentar a nós
mesmos por meio da produção e do armazenamento caseiros, mas
a outros também.
Que Deus nos abençoe para estarmos preparados para as difi-
culdades do porvir, que podem ser ainda maiores. 15

4
Paz e contentamento inundam nosso coração
quando economizamos parte de nossos rendimentos
e evitamos dívidas desnecessárias.
Gostaria de respeitosamente exortá-­los a viver segundo os prin-
cípios básicos do trabalho, da frugalidade e da autossuficiência, e
de ensiná-­los a seus filhos pelo exemplo. (…) Vivam dentro de seu
orçamento. Acostumem-­se a pôr na poupança regularmente uma
parte dos seus rendimentos. Evitem dívidas desnecessárias. Sejam

287
C ap í t u l o 2 1

Viver além do orçamento pode criar “uma enorme tristeza”.

sábios não tentando prosperar muito rapidamente. Aprendam a


administrar bem o que têm antes de pensar em aumentar suas
posses.16
Infelizmente, tem crescido na mente de alguns a expectativa
de que, quando passamos por dificuldades, quando somos tolos
e extravagantes com nossos recursos e vivemos além dos nossos
meios, devemos procurar a Igreja ou o governo para pedir socorro.
Alguns de nossos membros se esqueceram de um princípio funda-
mental do plano de bem-­estar da Igreja de que “nenhum verdadeiro
santo dos últimos dias vai, enquanto for fisicamente capaz, transferir
para outro a responsabilidade pelo próprio sustento”. (…)
Hoje, mais do que nunca, precisamos aprender e aplicar os prin-
cípios da autossuficiência econômica. Não sabemos quando uma
crise envolvendo doença ou desemprego poderá afetar nossa vida.
O que sabemos é que o Senhor decretou calamidades globais para
o futuro e nos advertiu e preveniu para que nos preparássemos.
Por essa razão, as Autoridades Gerais têm repetidamente enfati-
zado um programa de “volta ao básico” para o bem-­estar material
e espiritual.17

288
C ap í t u l o 2 1

O Senhor deseja que Seus santos sejam livres e independentes


nos dias críticos que nos esperam. Mas nenhum homem é verda-
deiramente livre se estiver em escravidão financeira.18
Lemos, no livro de Reis, a respeito de uma mulher que, em pran-
tos, procurou Eliseu, o profeta. O marido morrera, e havia uma
dívida que ela não podia pagar. O credor procurou-­a para levar-­lhe
os filhos e vendê-­los como escravos.
Por milagre, Eliseu fez com que ela conseguisse um bom estoque
de azeite. E disse à mulher: “Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida;
e tu e teus filhos vivei do resto” (ver II Reis 4:1–7).
“Paga tua dívida, e vive.” Como essas palavras foram produtivas!
Que conselho sábio para nós hoje em dia! (…)
Muitas pessoas não acreditam que haverá novamente uma grave
crise da economia. Por se sentirem seguras em sua expectativa de
continuarem empregadas e terem um fluxo constante de renda e
salário, comprometem seu rendimento futuro sem pensar no que
fariam se perdessem o emprego ou se não recebessem salário por
alguma outra razão. Mas as maiores autoridades têm repetidamente
afirmado que ainda não somos suficientemente inteligentes para
controlar nossa economia sem ajustes drásticos. Mais cedo ou mais
tarde, esses ajustes virão.
Outra razão para o aumento do volume de dívidas é ainda mais
grave e mais preocupante. Trata-­se da ascensão do materialismo,
que contrasta com o comprometimento a valores espirituais. Muitas
famílias, a fim de “manter as aparências”, vão se comprometer a ter
uma casa maior e mais cara que o necessário, em um bairro ele-
gante. (…) Com o crescente padrão de vida, essa tentação aumenta
toda vez que aparece algo novo no mercado. As técnicas sutis e
cuidadosamente planejadas da propaganda moderna têm por alvo o
ponto mais fraco da resistência do consumidor. Infelizmente, como
resultado, existe um sentimento crescente de urgência na aquisição
de coisas materiais, sem planos, sem poupança, sem sacrifício.
Muito pior é que uma grande proporção de famílias com dívidas
pessoais não tem quaisquer ativos líquidos [poupança] para saldá-­
las. Quantos problemas enfrentarão se seus rendimentos forem
subitamente interrompidos ou drasticamente reduzidos! Todos nós

289
C ap í t u l o 2 1

conhecemos famílias que se endividaram mais do que poderiam


pagar. Existe uma enorme tristeza por trás de casos como esses! 19
Não quero com isso dizer que todo tipo de dívida seja ruim. É
claro que não. A dívida em prol de um negócio seguro faz parte do
crescimento. Um bom crédito imobiliário é uma ajuda efetiva para a
família que precisa de um empréstimo para ter uma casa própria.20
De modo geral, é mais fácil viver dentro do orçamento e resistir à
tentação de usar as reservas futuras, exceto no caso de uma neces-
sidade — nunca, porém, para satisfazer um capricho. Não é justo
para nós mesmos ou para nossa comunidade sermos tão impru-
dentes em nossos gastos que, no dia em que nosso rendimento
cessar, precisemos recorrer a entidades filantrópicas ou à Igreja para
receber ajuda financeira.
Não façam isso, exorto-­os solenemente; não se acorrentem ao
pagamento de encargos e juros que sempre são exorbitantes. Eco-
nomizem agora e comprem depois, e vocês chegarão muito mais
longe. Não terão de pagar altíssimos juros e outros encargos, e o
dinheiro economizado possibilitará que façam a compra mais tarde
a um preço à vista com desconto.
(…) Resistam à tentação de fazer uma dívida para comprar uma
propriedade muito mais pretensiosa ou espaçosa do que vocês
realmente precisam.
Vocês se sairão muito melhor, especialmente famílias jovens que
estão começando, se primeiro comprarem uma casa pequena que
saibam que poderão quitar em um prazo relativamente curto. (…)
Não deixe que sua família ou você mesmo fique desprotegido
nas tempestades financeiras. Fuja do luxo, ao menos temporaria-
mente, para compor uma poupança. É sábio poupar para a futura
educação de seus filhos e para sua velhice. (…)
Irmãos e irmãs, paz e contentamento inundam nosso coração
quando vivemos dentro do orçamento. Que Deus nos conceda
sabedoria e fé para atentarmos ao conselho inspirado do sacerdó-
cio, de evitar a dívida, viver dentro do orçamento e pagar o que
devemos — em resumo, “paga tua dívida, e vive”.21

290
C ap í t u l o 2 1

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Na seção 1, o Presidente Benson descreveu os princípios bási-
cos do programa de bem-­estar da Igreja. De que maneira esses
princípios contribuem para nosso bem-­estar material? De que
maneira eles contribuem para nosso bem-­estar espiritual?
• Cite alguns benefícios do “trabalho árduo e com propósito”. (Para
exemplos, ver a seção 2.) Quais são algumas coisas de que você
gosta a respeito do trabalho? O que podemos fazer para ajudar
as crianças e os jovens a aprenderem a gostar do trabalho?
• Quais são algumas bênçãos que recebemos ao seguir o conse-
lho do Presidente Benson na seção 3? Pense nas coisas que fará,
considerando sua circunstância atual, para seguir esse conselho.
• Por que você acha que o uso sábio do dinheiro leva-­nos a ter
“paz e contentamento”? Por outro lado, o que poderemos passar
se não “[vivermos] dentro do orçamento”? (Ver seção 4.)
Escrituras Relacionadas
Jacó 2:17–19; Alma 34:19–29; D&C 19:35; 42:42; 75:28–29; 104:78;
Moisés 5:1
Auxílio Didático
“A fim de ajudar seus alunos a prepararem-­se para responder a
perguntas, informe-­lhes, antes de iniciarem a leitura ou a apresen-
tação de algo, que vai pedir a participação deles ao final (…). Você
pode dizer, por exemplo: ‘Enquanto leio esta passagem, ouçam com
atenção para poderem relatar o que mais lhes chamar a atenção’”
(Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, p. 69).
Notas
1. Heber J. Grant, Conference Report, 4. “Atender às Necessidades Através do
outubro de 1936, p. 3. Sistema de Armazéns do Senhor”, A
2. “Church Welfare—Economically Liahona, outubro de 1977, p. 82.
Socially Spiritually Sound” [O Bem-­ 5. Conference Report, outubro de 1945,
Estar da Igreja: Sólido Econômica, pp. 160, 163, 164.
Social e Espiritualmente], Welfare Agri- 6. “Atender às Necessidades Através do
cultural Meeting, 7 de outubro de 1972, Sistema de Armazéns do Senhor”, p. 82;
p. 5. citação de Heber J. Grant, Conference
3. Sheri Dew, Ezra Taft Benson: A Bio- Report, outubro de 1936, p. 3.
graphy, 1987, p. 119. 7. “Prepare Ye” [Preparai-­vos], Ensign,
janeiro de 1974, p. 81.

291
C ap í t u l o 2 1

8. Conference Report, abril de 1967, p. 61. 16. “The Ten Commandments: America at
9. “Preparai-­vos para os Dias de Tribula- the Crossroads” [Os Dez Mandamentos:
ção”, A Liahona, março de 1981, p. 44. A América na Encruzilhada], New Era,
julho de 1978, p. 39.
10. The Teachings of Ezra Taft Benson,
1988, p. 481. 17. “Preparai-­vos para os Dias de Tribu-
lação”, p. 44; citação do Welfare Plan
11. The Teachings of Ezra Taft Benson, Handbook [Manual do Plano de Bem-­
p. 484. Estar], 1952, p. 2, como citado por
12. “Atender às Necessidades Através do Marion G. Romney, em “Church Wel-
Sistema de Armazéns do Senhor”, p. 82. fare—Some Fundamentals” [O Bem-­
13. The Teachings of Ezra Taft Benson, Estar na Igreja: Alguns Fundamentos],
p. 485. Ensign, janeiro de 1974, p. 91.
14. The Teachings of Ezra Taft Benson, 18. “Prepare Ye” [Preparai-­vos], p. 69.
p. 481. 19. “Paga Tua Dívida e Vive”, A Liahona,
15. “Preparai-­vos para os Dias de Tribula- outubro de 1987, p. 2.
ção”, p. 44. 20. Conference Report, abril de 1957, p. 54.
21. “Paga Tua Dívida e Vive”, p. 2.

292
C A P Í T U L O 2 2

Proclamar o Evangelho
ao Mundo

“Estamos felizes por engajar-­nos nesta parceria


com nosso Pai Celestial, no grande trabalho
de salvação e exaltação de Seus filhos.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

P ara o Presidente Ezra Taft Benson, o trabalho missionário era


uma tradição familiar. “A família de meu pai era composta por 11
filhos”, explicou. “Todos nós servimos missão. Minha mulher tam-
bém serviu missão e, durante os últimos seis meses, teve o prazer
de ter por companheira sua mãe viúva. Quando meu pai saiu em
missão, eu me lembro, como filho mais velho, das cartas que ele
escreveu enquanto servia no Centro-­Oeste norte-­americano. Des-
frutávamos em nosso lar de um espírito do trabalho missionário que
nunca o abandonou, pelo que sou humildemente grato.” 1
O Presidente Benson foi missionário de tempo integral na Mis-
são Britânica de 1921 a 1923, e o “espírito do trabalho missioná-
rio” continuou com ele por muito tempo depois desses dois anos
e meio. Por exemplo, enquanto foi Secretário da Agricultura dos
Estados Unidos, de 1953 a 1961, ele interagiu com muitas pessoas
de outras denominações religiosas. Na conferência geral de abril de
1961, ele disse aos santos: “Tenho comigo o nome de aproximada-
mente 9.000 homens, com quem travei conhecimento como líder do
governo. Espero encaminhar esses cartões de referências. Gostaria
que cada um deles ouvisse a respeito do evangelho. Desejo que
todos os filhos de nosso Pai desfrutem das bênçãos que virão por
aceitarem e viverem o evangelho de Jesus Cristo”. 2
O entusiasmo do Presidente Benson pelo trabalho missionário
continuou até os últimos anos; ele desejava ardentemente que todos

293
C ap í t u l o 2 2

“Doamos de boa vontade nosso tempo e os recursos com os quais Ele nos
venha a abençoar para o estabelecimento de Seu reino sobre a Terra.”

294
C ap í t u l o 2 2

os membros da Igreja tivessem o mesmo entusiasmo. Ele falou


diretamente aos rapazes a respeito de se prepararem para o ser-
viço missionário de tempo integral. “Preparem-­se agora”, disse ele.
“Preparem-­se física, mental, social e espiritualmente.” 3 Ele exortou
os pais a guiarem os filhos [rapazes] nessa preparação. Ele também
aconselhou as moças e os membros idosos da Igreja a considerarem
com seriedade o serviço missionário de tempo integral. E exortou
todos os membros da Igreja a falarem sobre o evangelho às pessoas
a seu redor.
O Presidente Thomas S. Monson lembrou uma ocasião quando o
amor do Presidente Benson pelo trabalho missionário inspirou um
futuro missionário: “Certa sexta-­feira, enquanto ele e a irmã Benson
cumpriam sua prática usual de participar de uma sessão no Templo
de Jordan River, um rapaz aproximou-­se do Presidente Benson e
cumprimentou-­o com grande alegria, anunciando que tinha sido
chamado para servir missão de tempo integral. O Presidente B ­ enson
tomou o recém-­chamado missionário pela mão e, com um sorriso,
disse: ‘Leve-­me com você! Leve-­me com você!’ Esse missionário
prestou testemunho de que, de certa forma, ele levou o Presidente
Benson consigo na missão, pois o que ele lhe dissera demonstrava
seu amor sincero e sua devoção ao trabalho missionário, além do
desejo de estar constantemente a serviço do Senhor”. 4
O amor por todos os filhos do Pai Celestial era o que movia a
dedicação do Presidente Benson em compartilhar o evangelho: “Os
filhos de nosso Pai precisam do evangelho. (…) Sei que o Senhor
os ama e, como Seu humilde servo, amo sinceramente os milhões
que vivem no mundo”.5 Ao refletir sobre o poder do amor do Salva-
dor, testificou: “Nossas bênçãos se multiplicam ao compartilharmos
Seu amor com nosso próximo”.6
Com base em uma vida inteira de participação no trabalho
missionário e de incentivo aos santos a seu redor para fazerem o
mesmo, o Presidente Benson podia afirmar: “Experimentei a alegria
do trabalho missionário. Não existe no mundo inteiro um trabalho
que traga às pessoas maior alegria e felicidade”.7

295
C ap í t u l o 2 2

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O mundo tem fome de religião verdadeira, e nós a temos.
Depois do glorioso aparecimento de Deus, o Pai, e Seu Filho,
Jesus Cristo, a Joseph Smith, parece que a primeira grande respon-
sabilidade atribuída à Igreja restaurada foi pregar o evangelho ao
mundo — a todos os filhos de nosso Pai.
De fato, foi uma longa sequência de eventos dramáticos e de
grande importância — uma sequência de sacrifícios, alegrias, duras
penas, coragem e, acima de tudo, de amor à humanidade. Ninguém
sobre a face da Terra encontrará uma sequência de eventos que se
compare a essa. Sim, foi preciso derramar sangue, suor e lágrimas
para que essa obra de amor prosseguisse. E por que a realizamos?
Porque o Deus dos céus nos deu isso por mandamento; porque
Ele ama Seus filhos, e é Sua vontade que os muitos milhões sobre
a Terra tenham a oportunidade de ouvir e, de sua livre e espontâ-
nea vontade, aceitem e vivam os gloriosos princípios de salvação e
exaltação contidos no evangelho de Jesus Cristo.8
Tenho plena convicção de que o mundo necessita, mais do que
qualquer outra coisa, do evangelho de Jesus Cristo; e as pessoas
do mundo anseiam pelo que o evangelho lhes pode dar, mas não
sabem disso. Elas anseiam pela âncora que o evangelho oferece, e
ele lhes dá respostas aos problemas que enfrentam e traz sentimen-
tos de segurança e de paz interior. O evangelho é a única resposta
para os problemas do mundo, irmãos e irmãs.9
Somente o evangelho salvará o mundo da calamidade da própria
autodestruição. Somente o evangelho unirá em paz os homens de
todas as raças e nacionalidades. Somente o evangelho trará alegria,
felicidade e salvação para a família humana.10
O mundo tem fome da religião verdadeira, e nós a temos.11
Esta é a gloriosa mensagem que desejamos levar ao mundo: que
o reino de Deus foi restaurado por meio de Deus, o Pai, e de Seu
Filho, Jesus Cristo. Essa é a mais grandiosa de todas as mensagens,
desde a Ressurreição de Jesus Cristo.12

296
C ap í t u l o 2 2

Aceitamos com humildade e gratidão essa grande responsabili-


dade atribuída à Igreja. Estamos felizes por engajar-­nos nesta par-
ceria com nosso Pai Celestial, no grande trabalho de salvação e
exaltação de Seus filhos. Doamos de boa vontade nosso tempo e os
recursos com os quais Ele nos venha a abençoar para o estabeleci-
mento de Seu reino sobre a Terra. Sabemos que esse é nosso dever
prioritário e nossa grande oportunidade. Essa atitude é característica
do trabalho missionário da Igreja de Jesus Cristo de todas as épocas.
E tem sido um aspecto notável do amanhecer da dispensação da
plenitude dos tempos — nosso tempo. Onde quer que se encontre
um fiel santo dos últimos dias sobre a Terra, haverá essa atitude de
sacrifício altruísta pela causa maior. 13
Temos uma grande missão. Devemos nos preparar, tanto jovens
como idosos. Devemos ser como o fermento entre as nações, fiéis
aos princípios da retidão.14

2
Todos nós podemos ser missionários, seja qual
for nossa circunstância ou etapa da vida.
Como membros da Igreja do Senhor, devemos levar a sério o
trabalho missionário. Se vocês forem diligentes como devem ser
e se amam esse trabalho, ajudarão a salvar a alma dos filhos dos
homens. 15
A pregação do evangelho não deve ser considerada um dever
exclusivo do sacerdócio, mas todos nós devemos desejar com ale-
gria e grande ansiedade ter essa experiência. O verdadeiro propó-
sito de pregar o evangelho é levar almas a Cristo, ensinar e batizar
os filhos de nosso Pai Celestial, para que nos alegremos com eles
(ver D&C 18:15) no reino de nosso Pai.16
Essa responsabilidade é de todos nós. Não podemos fugir dela.
Que nenhum homem ou nenhuma mulher pense que, devido ao
lugar onde moramos, à nossa posição na sociedade, à nossa pro-
fissão ou ao nosso status, estamos isentos dessa responsabilidade.17
Rapazes e moças
Esperamos que todo rapaz tenha planejado ser um representante
do Senhor.18

297
C ap í t u l o 2 2

Como desenvolver nos meninos um grande desejo de servir?


Vocês não devem esperar (…) para ajudá-­los a tomar a decisão de
servir missão. Ajude-­os a decidir isso quando tiverem 9, 10 ou 11
anos! O lar é o local de semeadura para a preparação dos rapazes.
E todos os rapazes devem ser preparados em casa para servir.
Começar cedo a preparação consiste em ensinar o menino a orar,
ler para ele histórias do Livro de Mórmon e de outras escrituras,
fazer a noite familiar e atribuir-­lhe uma parte da lição [para ensinar],
ensinar-­lhe princípios de pureza moral, iniciar uma poupança para
sua futura missão, ensiná-­lo a trabalhar e dar-­lhe oportunidades de
servir aos outros. 19
Queremos rapazes que cheguem ao campo missionário motiva-
dos e ansiosos para trabalhar e que sua fé tenha brotado da retidão
pessoal e do viver puro, para que possam realizar uma missão
produtiva e memorável.20
O Senhor quer que todos os rapazes sirvam missão de tempo
integral. (…) Não há nada mais importante para um rapaz fazer. A
faculdade pode esperar. Bolsas de estudo podem ser adiadas. Metas
profissionais podem ser postergadas. Sim, mesmo o casamento no
templo deve esperar até que o rapaz tenha servido honrosamente
uma missão de tempo integral para o Senhor.
(…) As moças (…) podem também ter a oportunidade de servir
uma missão de tempo integral. Sou grato por minha companheira
eterna ter servido missão no Havaí antes de nos casarmos no Tem-
plo de Salt Lake e alegro-­me por três netas terem servido missão
de tempo integral. Alguns dos melhores no nosso grupo de missio-
nários são moças.21
Missionários Seniores
Precisamos de um número cada vez maior de casais na obra
missionária.22
Muitos casais idosos poderiam servir missão. Ao fazerem isso,
verão que a missão abençoa seus filhos, netos e bisnetos de uma
forma tal que não poderia acontecer de outra maneira. Isso será um
ótimo exemplo para sua posteridade.23

298
C ap í t u l o 2 2

“O Senhor espera que sejamos missionários.”

Muitos casais podem afirmar que o período de seu serviço mis-


sionário foi um dos mais felizes que passaram juntos, pois se dedi-
cavam inteiramente a um único propósito: o trabalho missionário.24
Membros Missionários
Devemos enfatizar a necessidade de os membros se envolverem
mais com o trabalho missionário. A experiência tem provado que
esse é o trabalho missionário mais frutífero. O trabalho missionário
feito pelo membro é uma das grandes chaves para o crescimento
individual dos membros. Estou convicto de que esse trabalho
aumentará a espiritualidade em qualquer ala onde for aplicado.25
Quanto tempo faz desde a última vez que você convidou um
vizinho para a reunião sacramental ou para uma conferência de
estaca, ou para participar de uma noite familiar em sua casa?

299
C ap í t u l o 2 2

Quanto tempo faz desde a última vez que teve uma boa conversa
sobre o evangelho? Essas experiências são excelentes.26
O Senhor sustentará os membros em sua responsabilidade mis-
sionária, bastando para isso que tenham fé para tentar.27
Está na hora de expandir o nosso olhar e ter uma visão da mag-
nitude desse grande trabalho. O Senhor espera isso de nós. Não é
suficiente que sejamos membros da Igreja que somente participam
da reunião sacramental, pagam o dízimo e apoiam o programa de
bem-­estar. Tudo isso é muito bom, mas não é suficiente. O Senhor
espera que sejamos missionários, que vivamos o evangelho — sim,
na totalidade — e que ajudemos a edificar Seu reino.28

3
O Livro de Mórmon é a grande referência
que devemos usar na obra missionária.
O Livro de Mórmon é tanto para o membro quanto para o não
membro. Em associação com o Espírito do Senhor, o Livro de Mór-
mon é a maior ferramenta que Deus nos deu para converter o
mundo. Se formos participar da colheita de almas, precisamos usar
o instrumento que Deus estabeleceu para isso: o Livro de Mórmon.
E a leitura do Livro de Mórmon é um dos maiores incentivadores
para nos levar à missão. Precisamos de mais missionários. Mas tam-
bém precisamos que os missionários saiam mais bem preparados
das alas, dos ramos e dos lares e que conheçam e amem o Livro de
Mórmon. Precisamos de missionários que tenham um ardente teste-
munho da sua divindade e que, pelo Espírito, consigam convencer
os pesquisadores a ler suas páginas e ponderar sobre elas, tendo
certeza absoluta de que o Senhor lhes manifestará a veracidade
desse livro pelo poder do Espírito Santo. Precisamos de missioná-
rios condizentes com nossa mensagem. 29
O Livro de Mórmon é a grande referência que devemos usar na
obra missionária. Ele mostra que Joseph Smith foi um profeta. Ele
contém as palavras do Salvador, e sua grande missão é conduzir os
homens a Cristo. Todas as outras coisas são secundárias. A pergunta
mais importante quando lemos o Livro de Mórmon é: “Você quer
saber mais a respeito de Cristo?” O Livro de Mórmon é o mais eficaz
instrumento para encontrar as pessoas preparadas para aceitar o

300
C ap í t u l o 2 2

evangelho. Ele não contém coisas que “agradam ao mundo” e, por


isso, o mundo não se interessa por ele. É uma peneira excelente
(ver 1 Néfi 6:5).
Há uma grande diferença entre o converso edificado na rocha de
Cristo por meio do Livro de Mórmon e que se agarra a essa barra
de ferro e o que não o faz.30
Que jamais nos esqueçamos de que o próprio Senhor instituiu
o Livro de Mórmon como Sua testemunha principal. O Livro de
Mórmon ainda é o nosso instrumento missionário mais poderoso.
Vamos usá-­lo.31

4
Para ter sucesso no trabalho missionário,
devemos ter o Espírito, desenvolver humildade,
amar as pessoas e trabalhar diligentemente.
Os missionários às vezes perguntam: “O que devo fazer para ter
sucesso? Como posso tornar-­me eficaz na obra missionária?” Aqui
estão quatro chaves comprovadas para um trabalho missionário
bem-­sucedido tanto para os missionários como para os membros.
Primeiro, esforcem-­se para ter o Espírito.
Para ter sucesso, devemos ter o Espírito do Senhor. Foi-­nos ensi-
nado que o Espírito não habitará em templos impuros. Por isso,
uma de nossas prioridades máximas é certificar-­nos de que nossa
vida pessoal esteja em ordem. O Senhor disse: “Sede limpos, vós
que portais os vasos do Senhor” (Doutrina e Convênios 38:42).
O Salvador nos deu Sua lei a respeito de ensinar o Seu evange-
lho: “E o Espírito ser-­vos-­á dado pela oração da fé; e se não rece-
berdes o Espírito, não ensinareis” (Doutrina e Convênios 42:14).32
Se há uma mensagem que tenho repetido aos meus irmãos do
Quórum dos Doze, é que o Espírito é o que mais importa. O Espí-
rito é o que conta. Não sei com que frequência já disse isso, mas
nunca me canso de dizer: o Espírito é o que mais importa. 33
Segundo, desenvolvam humildade.
O Senhor disse que ninguém pode se oferecer para ajudar nesta
obra a menos que seja humilde e cheio de amor (ver Doutrina
e Convênios 12:8). A humildade, contudo, não é fraqueza. Não

301
C ap í t u l o 2 2

é timidez; não é medo. [Nós] podemos ser humildes e também


destemidos. [Nós] podemos ser humildes e também corajosos. A
humildade é o reconhecimento de nossa dependência de um poder
maior, uma necessidade constante do apoio do Senhor em Sua
obra.34
Não podemos fazer esta obra sozinhos. Esta é Sua obra. Este é
Seu evangelho. Precisamos de Sua ajuda. Roguem ao Senhor para
recebê-­la, vivam de modo a recebê-­la, elevem a alma ao Senhor
para recebê-­la.35
Terceiro, amem as pessoas.
Precisamos desenvolver amor pelas pessoas. Devemos sentir
compaixão por elas no puro amor do evangelho, no desejo de
elevá-­las, de edificá-­las, de direcioná-­las para um patamar mais
elevado, uma vida melhor e, por fim, para a exaltação no reino
celestial de Deus. Nós ressaltamos as ótimas qualidades das pessoas
com quem nos relacionamos e nós as amamos como filhos e filhas
de Deus, amados pelo Senhor. (…)
Não teremos sucesso se não aprendermos a ter empatia por
todos os filhos de nosso Pai — se não aprendermos a amá-­los. As
pessoas sentem o amor que lhes é oferecido. Muitas anseiam por
ele. Quando temos empatia por seus sentimentos, elas, por sua vez,
retribuem com boa vontade. Teremos feito um amigo.36
Temos (…) a grande obrigação de amar nosso próximo. É o
segundo dos dois grandes mandamentos. Muitos dos nossos vizi-
nhos ainda não são membros da Igreja. Precisamos ser bons vizi-
nhos. Devemos amar todos os filhos de nosso Pai e conversar com
eles.
Tenho orado muito para que sejamos cheios do amor de Deus
por nossos semelhantes! 37
Quarto, trabalhem diligentemente.
Se quisermos manter conosco o Espírito, precisamos trabalhar.
Não há maior alegria ou satisfação do que saber, depois de um dia
de trabalho árduo, que fizemos o máximo possível.
Um dos maiores segredos do trabalho missionário é o trabalho.
Se o missionário trabalhar, ele terá o Espírito; se tiver o Espírito,

302
C ap í t u l o 2 2

ensinará pelo Espírito; e se ensinar pelo Espírito, tocará o cora-


ção das pessoas e será feliz. (…) Trabalho, trabalho, trabalho. Não
há substituto satisfatório para o trabalho, especialmente na obra
missionária.38
Sei que Deus vive. Esta é Sua obra. Dos céus Ele falou nova-
mente [ao homem] com uma mensagem para o mundo inteiro: não
só para um punhado de santos, mas também para todos os irmãos
e as irmãs de dentro e de fora da Igreja. Que Deus nos dê forças
para levar essa mensagem ao mundo, para viver o evangelho, para
manter os padrões da Igreja a fim de que sejamos merecedores das
bênçãos prometidas.39

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Por que o mundo precisa do evangelho “mais do que qualquer
outra coisa”? (Para exemplos, ver a seção 1.) Cite algumas verda-
des restauradas das quais você acha que “o mundo tem fome”.
• Ao reler a seção 2, identifique o conselho que mais se aplica a
você e sua família. De que maneira cada um de nós, seja qual for
a nossa circunstância, pode pregar o evangelho? O que podemos
fazer para nos preparar para o serviço missionário de tempo inte-
gral? O que podemos fazer para ajudar outros a se prepararem
para o serviço missionário de tempo integral?
• O Presidente Benson disse que o Livro de Mórmon é “a maior
ferramenta que Deus nos deu para converter o mundo” (seção 3).
Em que situação você viu as pessoas se converterem pelo estudo
do Livro de Mórmon? De que maneira poderíamos incrementar
nosso esforço de falar sobre o Livro de Mórmon?
• O Presidente Benson nos deu “quatro chaves comprovadas
para um trabalho missionário bem-­sucedido” (seção 4). Por que
você acha que essas chaves tornam o trabalho missionário bem-­
sucedido? Cite alguns exemplos que você tenha visto de pessoas
que seguiram esses princípios.
Escrituras Relacionadas
Marcos 16:15; I Timóteo 4:12; Alma 17:2–3; 26:1–16; D&C 4; 12:7–
9; 15:4–6; 88:81; 123:12–17

303
C ap í t u l o 2 2

Auxílio de Estudo
“Repasse para as pessoas o que aprender. Ao fazer isso, você
organizará melhor seus pensamentos e seu poder de memorização
e retenção aumentará” (Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009,
p. 17).
Notas
1. “Nossa Responsabilidade de Comparti- 20. “Aos ‘Jovens de Nobre Estirpe’”, A Lia-
lhar o Evangelho”, A Liahona, julho de hona, julho de 1986, p. 43.
1985, p. 6. 21. “Às Moças da Igreja”, A Liahona,
2. Conference Report, abril de 1961, pp. janeiro de 1987, p. 82.
112–113. 22. “Aos Idosos da Igreja”, A Liahona,
3. “Preparação para o Serviço Missioná- janeiro de 1990, p. 3.
rio”, A Liahona, julho de 1985, p. 41. 23. “Uma Sagrada Responsabilidade”, A
4. Thomas S. Monson, “Deus Vos Guarde Liahona, julho de 1986, p. 79.
com o Seu Poder”, A Liahona, janeiro 24. “Nossa Responsabilidade de Comparti-
de 1991, p. 97. lhar o Evangelho”, p. 6.
5. Conference Report, abril de 1970, p. 25. The Teachings of Ezra Taft Benson, pp.
129. 208–209.
6. “A Vida É Eterna”, A Liahona, abril de 26. The Teachings of Ezra Taft Benson, p.
1972, p. 12. 210.
7. The Teachings of Ezra Taft Benson, 27. “A Coisa de Maior Valor”, p. 2.
1988, p. 213.
28. The Teachings of Ezra Taft Benson, p.
8. Conference Report, abril de 1970, p. 211.
128.
29. “A Coisa de Maior Valor”, p. 2.
9. Conference Report, abril de 1961, p.
113. 30. The Teachings of Ezra Taft Benson, pp.
203–204.
10. The Teachings of Ezra Taft Benson, p.
188. 31. The Teachings of Ezra Taft Benson, p.
204.
11. Conference Report, abril de 1955, p. 49.
32. Come unto Christ [Vinde a Cristo],
12. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. 1983, pp. 91–92.
110.
33. Seminar for New Mission Presidents
13. God, Family, Country: Our Three Great [Seminário para Novos Presidentes de
Loyalties [Deus, Família, País: Nossas Missão], 3 de abril de 1985.
Três Grandes Lealdades], 1974, pp.
49–50. 34. Come unto Christ, p. 94.
14. Conference Report, outubro de 1950, p. 35. “Principles for Performing Miracles in
147. Missionary Work” [Princípios para a
Realização de Milagres no Trabalho
15. “A Coisa de Maior Valor”, A Liahona, Missionário], Seminário para Novos
fevereiro de 1990, p. 2. Presidentes de Missão, 21 de junho de
16. “A Coisa de Maior Valor”, p. 2. 1988.
17. “Nossa Responsabilidade de Comparti- 36. Come unto Christ, p. 96.
lhar o Evangelho”, p. 6. 37. “Nossa Responsabilidade de Comparti-
18. The Teachings of Ezra Taft Benson, p. lhar o Evangelho”, p. 6.
189. 38. Come unto Christ, pp. 96, 97.
19. “Nossa Responsabilidade de Comparti- 39. Conference Report, outubro de 1943,
lhar o Evangelho”, p. 6. p. 21.

304
C A P Í T U L O 2 3

“Fortalece Tuas Estacas”

“As estacas e os distritos de Sião representam


os lugares santos mencionados pelo Senhor,
onde Seus santos devem reunir-­se nos últimos
dias como refúgio contra a tempestade.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

E m 13 de janeiro de 1935, os membros da Estaca Boise Idaho


apoiaram Ezra Taft Benson, então com 35 anos de idade, como
primeiro conselheiro na presidência de sua estaca. Sob a direção do
Presidente Scott S. Brown, o Presidente Benson teve muitas oportu-
nidades para servir, liderar e ensinar. Por exemplo, sua participação
foi essencial para que um portador do Sacerdócio de Melquisede-
que voltasse à atividade na Igreja 1 e ajudou a conduzir os esforços
da estaca na implementação do programa de bem-­estar da Igreja. 2
Em 1938, o número de membros da estaca havia aumentado
para mais de 8.000 e, assim, a Primeira Presidência resolveu que
ela devia ser dividida em três novas estacas. O Presidente Benson
disse que foi “pego de surpresa” quando, em 27 de novembro de
1938, foi chamado para presidir uma delas. Sua mulher, Flora, disse
aos filhos que esse chamado seria uma bênção para o pai deles.3
O serviço do Presidente Benson como presidente da estaca foi
uma bênção para a estaca inteira. Ele continuou a ensinar os prin-
cípios de bem-­estar, dando especial atenção aos jovens. Antes de
uma sessão da conferência de estaca, ele percebeu um grupo de
rapazes tentando sair da capela sem ser vistos. “Eles estavam saindo
lentamente pelo corredor, em direção à porta dos fundos, os olhos
sempre no saguão de entrada para garantir que a fuga não estava
sendo percebida. Nesse momento, [ele] saiu de sua sala, analisou
a situação e abriu os braços no corredor de modo que os rapazes

305
C ap í t u l o 2 3

Um dos propósitos da estaca é “unificar e aperfeiçoar os


membros (…) levando-lhes programas, ordenanças e instruções
sobre o evangelho que são previstos pela Igreja”.

306
C ap í t u l o 2 3

viessem diretamente em sua direção. ‘É tão bom ver vocês, rapa-


zes’, disse. ‘Venham, vamos juntos para a conferência.’ Ele os con-
duziu até o banco da frente e, depois, chamou-­os para prestarem
testemunho.” 4
Menos de dois meses depois de o Presidente Benson iniciar seu
serviço como presidente de estaca, teve outra surpresa. Foi-­lhe
oferecido o cargo de secretário executivo no Conselho Nacional
das Cooperativas de Produtores Rurais, o que exigiria que ele tra-
balhasse em Washington, D.C. A princípio, ele recusou a oferta,
mas, depois de consultar Flora e a Primeira Presidência, decidiu
aceitá-­la.5 Quando foi desobrigado como presidente de estaca, em
26 de março de 1939, ele escreveu que esse foi: “O dia mais difícil
que eu já tivera em minha vida. (…) Em meu discurso [aos mem-
bros da estaca], fui extremamente abençoado pelo Senhor, mas tive
grande dificuldade para controlar meus sentimentos. Não existem
pessoas melhores no mundo inteiro, [e] eu amo cada uma delas”.6
A família Benson mudou-­se para Bethesda, Maryland, perto de
Washington, D.C. Pouco depois de um ano, o Presidente Rudger
Clawson, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, e o Élder
Albert E. Bowen, também do Quórum dos Doze, visitaram a área
para organizar uma nova estaca. O Presidente Clawson conheceu
Ezra Taft Benson e disse: “Irmão Benson, o Senhor quer que você
presida esta estaca. O que tem a dizer quanto a isso?” Novamente
o Presidente Benson ficou surpreso. Comentou: “Eu não conheço
essas pessoas. Faz pouco mais de um ano que mudamos para cá”.7
Mas ele aceitou humildemente o chamado e presidiu aproximada-
mente 2.000 membros da estaca, uma extensa área geográfica. Flora
disse quanto ao serviço dele como presidente de estaca: “Ele adora.
Não é o título que conta para ele, mas, sim, a alegria de poder
ajudar o maior número possível de pessoas a verem a verdade do
evangelho”.8
Tempos depois, já como apóstolo, o Presidente Benson visitou
estacas no mundo todo. Ele comentou: “Eu disse algumas vezes a
minha mulher, quando chegava da visita a alguma estaca, que não
sabia exatamente como o céu devia ser, mas não esperaria encon-
trar lá nada melhor do que o prazer e a alegria de conviver com o
tipo de homens e mulheres que conheci na liderança das estacas

307
C ap í t u l o 2 3

e alas de Sião e das missões na Terra. De fato, somos ricamente


abençoados”.9

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
Como membros da Igreja, reunimo-­nos nas estacas de Sião.
Os que não são membros poderiam perguntar: “O que é uma
estaca?” Os próprios membros também perguntariam: “Qual é o sig-
nificado de uma estaca? O que elas significam para nós, membros?”
Para os não membros, uma estaca é semelhante a uma diocese,
para outras igrejas. A estaca é uma área geográfica que compreende
certo número de alas (congregações locais) e é presidida por uma
presidência.
Para os membros, o termo estaca é uma expressão simbólica.
Visualizem mentalmente uma grande tenda sustentada por diversas
cordas, presas a muitas estacas firmemente enterradas no chão. Os
profetas comparam a Sião dos últimos dias a uma grande tenda
estendida sobre toda a Terra (ver Isaías 54:2; 3 Néfi 22:2). Essa tenda
era firmada por cordas presas a estacas. Essas estacas, evidente-
mente, são várias organizações geográficas espalhadas por toda a
Terra. Atualmente, Israel está-­se reunindo em várias estacas de Sião.10
Uma estaca tem, no mínimo, quatro propósitos:
1. Cada estaca, presidida por 3 sumos sacerdotes e apoiada por
12 homens que formam o sumo conselho, torna-­se uma igreja em
miniatura para os santos de uma área geográfica específica. O pro-
pósito é unificar e aperfeiçoar os membros que moram dentro des-
ses limites, levando-­lhes programas, ordenanças e instruções sobre
o evangelho que são previstos pela Igreja.
2. Os membros das estacas devem servir de modelo ou padrão
de retidão.
3. As estacas devem ser uma defesa. Isso acontece à medida
que os membros se unem sob os líderes locais do sacerdócio e
se consagram para cumprir suas responsabilidades e guardar seus
convênios. Tais convênios, se mantidos, tornam-­se uma proteção
contra o erro, contra o mal ou contra as calamidades.

308
C ap í t u l o 2 3

Construímos templos somente onde há estacas. As bênçãos e


ordenanças do templo preparam-­nos para a exaltação. É claro, não
é possível que cada estaca tenha um templo, mas temos testemu-
nhado atualmente alguns desenvolvimentos notáveis, até milagro-
sos, com a construção de templos em diferentes partes do mundo.
Tal programa permite que os membros da Igreja recebam a pleni-
tude das bênçãos do Senhor.
4. As estacas são um refúgio contra a tempestade que se derra-
mará sobre a Terra.11

2
As estacas são organizadas para ajudar os
pais a ensinarem o evangelho aos filhos e a
conduzirem-­nos para as ordenanças de salvação.
Em Doutrina e Convênios, lemos:
“E também, se em Sião ou em qualquer de suas estacas organiza-
das houver pais que, tendo filhos, não os ensinarem a compreender
a doutrina do arrependimento, da fé em Cristo, o Filho do Deus
vivo, e do batismo e do dom do Espírito Santo pela imposição das
mãos, quando tiverem oito anos, sobre a cabeça dos pais seja o
pecado. Pois isto será uma lei para os habitantes de Sião ou em
qualquer de suas estacas que estejam organizadas ” (68:25–26; grifo
do autor).
Podemos ver aqui um dos mais importantes propósitos das esta-
cas. Elas são organizadas para ajudar os pais “que têm filhos em
Sião” a ensinarem a eles o evangelho de Jesus Cristo e conduzi-­los
para as ordenanças de salvação. As estacas são formadas para aper-
feiçoar os santos, e esse desenvolvimento começa em casa, com
constante instrução sobre o evangelho.12

3
Quando os membros da estaca refletem o padrão de
santidade previsto pelo Senhor, a estaca se torna um
lindo emblema a ser visto pelo mundo inteiro.
O Senhor afirma: “Pois Sião deve crescer em beleza e em santi-
dade; suas fronteiras devem ser expandidas; suas estacas devem ser

309
C ap í t u l o 2 3

fortalecidas; sim, em verdade vos digo: Sião deve erguer-­se e vestir


suas formosas vestes” (Doutrina e Convênios 82:14).
Com isso o Senhor declara outro grande propósito da estaca: ser
um lindo emblema a ser visto pelo mundo inteiro. A frase “vestir
suas formosas vestes” refere-­se, é claro, à santidade interior que
deve ser atingida por todos os membros que se autodenominam
santos. Sião é “o puro de coração” (Doutrina e Convênios 97:21).
As estacas de Sião são fortalecidas e suas fronteiras, expandidas
quando os membros refletem o padrão de santidade que o Senhor
espera de Seu povo escolhido.13

4
A estaca serve como defesa e refúgio
contra inimigos visíveis e invisíveis.
E há, ainda, outra revelação do Senhor que nos dá a seguinte
explicação do propósito das estacas: “Em verdade eu digo a vós
todos: Erguei-­vos e brilhai, para que vossa luz seja um estandarte
para as nações; e para que a reunião na terra de Sião e em suas
estacas seja uma defesa e um refúgio contra a tempestade e con-
tra a ira, quando for derramada, sem mistura, sobre toda a Terra”
(Doutrina e Convênios 115:5–6).
Nessa revelação há um mandamento de deixar nossa luz brilhar
para que seja um padrão para as nações. Um padrão é uma régua
de medição pela qual se determina a exatidão ou perfeição de
algo. Os santos devem ser um padrão de santidade a ser visto pelo
mundo inteiro. Essa é a beleza de Sião.
O Senhor nos revela que as estacas de Sião devem ser “uma
defesa e um refúgio contra a tempestade e contra a ira, quando for
derramada, sem mistura, sobre toda a Terra”. As estacas são para os
santos uma defesa contra inimigos visíveis e invisíveis. A defesa é a
orientação, dada por meio dos canais do sacerdócio, que fortalece o
testemunho e promove a solidariedade familiar e a retidão pessoal.
No prefácio de Suas revelações contidas em Doutrina e Con-
vênios, o Senhor adverte: “O dia rapidamente se aproxima; ainda
não é chegada a hora, mas está perto, em que a paz será tirada da

310
C ap í t u l o 2 3

Ao nos reunirmos com os demais santos, vemos que uma estaca pode
“ser uma defesa e um refúgio contra a tempestade” (D&C 115:6).

Terra e o diabo terá poder sobre seu próprio domínio” (Doutrina


e Convênios 1:35).
Hoje (…) vemos o cumprimento dessa profecia, em que Satanás,
em fúria desenfreada, está exibindo o poder que tem sobre “seu
próprio domínio” — a Terra. Jamais sua influência foi tão grande, e
somente os que receberam o Espírito Santo como guia — e seguem
o conselho dos líderes do sacerdócio — serão poupados da des-
truição causada por sua influência maligna.
O Senhor também declara, nessa revelação preambular, que Ele
terá poder sobre seus santos “e reinará em seu meio” (Doutrina e
Convênios 1:36). Ele fará isso ao agir por intermédio de Seus servos
e líderes escolhidos nas estacas e alas. 14
Conforme a Igreja cresce, é muito importante que nos edifique-
mos de maneira sólida e firme, que nossas estacas em perspectiva
tenham os requisitos básicos necessários para o sucesso e também
que as estacas já existentes se esforcem incansavelmente para atin-
gir a plena funcionalidade no sentido de realização espiritual. Essas
estacas devem ser os pontos de reunião para a Sião atual e precisam

311
C ap í t u l o 2 3

ser santuários espirituais e autossuficientes de tantas maneiras quan-


tas lhes for possível.15
As estacas e os distritos de Sião representam os lugares santos
mencionados pelo Senhor, onde Seus santos devem reunir-­se nos
últimos dias como refúgio contra a tempestade. Vocês e seus filhos
se reunirão ali para adorar, para realizar as ordenanças sagradas,
integrar-­se socialmente, aprender, fazer apresentações de música,
dança, teatro, atletismo e, de modo geral, para aperfeiçoar a si
mesmos e uns aos outros. Por isso, é significativo que nossas cape-
las apresentem em sua estrutura um pináculo, com torres voltadas
para o céu, simbolizando a maneira como devemos viver: sempre
movendo-­nos para cima, rumo a Deus. 16
O Profeta Néfi, do Livro de Mórmon, previu o dia em que os
santos se dispersariam em estacas sobre toda a face da Terra. Ele
viu a época em que o Senhor estenderia sobre eles a Sua proteção,
quando estivessem sob a ameaça das tempestades de destruição
que ameaçariam sua existência. Néfi profetizou: “E aconteceu que
eu, Néfi, vi o poder do Cordeiro de Deus que descia sobre os santos
da igreja do Cordeiro e sobre o povo do convênio do Senhor, que
estava disperso sobre toda a face da Terra; e estavam armados com
retidão e com o poder de Deus, em grande glória” (1 Néfi 14:14).
Por meio de revelações, sabemos que enfrentaremos perigos,
calamidades e perseguição nos últimos dias, mas os santos poderão
ser poupados mediante sua retidão. O Senhor cumprirá a promessa
contida no Livro de Mórmon: “Ele preservará os justos pelo seu
poder” (1 Néfi 22:17).17

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• Depois de ler a seção 1, como você responderia se alguém per-
guntasse por que os membros da Igreja são organizados em
estacas?
• O Presidente Benson nos lembrou de que as estacas ajudam
os pais a ensinar o evangelho aos filhos e a conduzi-­los para
as ordenanças de salvação (ver seção 2). De que maneira a sua
estaca ajudou a fortalecer seus esforços no lar?

312
C ap í t u l o 2 3

• Em que situação você já viu os membros de uma estaca reu-


nidos para dar um exemplo “a ser visto pelo mundo inteiro”?
(Ver seção 3.) De que maneira você se beneficiou com essas
atividades?
• De que maneira uma estaca oferece proteção “contra inimigos
visíveis e invisíveis”? (Ver seção 4.) Que oportunidades temos
de participar em nossa estaca? Quais são algumas bênçãos que
podemos receber ao fazermos isso?
Escrituras Relacionadas
Isaías 25:3–5; Mateus 5:14–16; Morôni 10:31–33; D&C 101:17–21;
133:7–9
Auxílio Didático
“O bom professor não pensa: ‘O que farei na aula hoje?’, mas,
sim: ‘O que meus alunos farão na aula hoje?’ Não pergunta: ‘O
que vou ensinar hoje?’, mas, sim: ‘Como vou ajudar meus alunos
a descobrirem o que precisam saber?’” (Virginia H. Pearce, “A Sala
de Aula — Um Lugar Propício ao Desenvolvimento Contínuo”,
A Liahona, janeiro de 1997, p. 11; citação de Teaching the Gospel:
A Handbook for CES Teachers and Leaders, 1994, p. 13).
Notas
1. Ver o capítulo 20 deste livro. 8. Flora Amussen Benson, citação, Ezra
2. Ver o capítulo 21 deste livro. Taft Benson: A Biography, p. 159.
3. Ver Sheri L. Dew, Ezra Taft Benson: 9. Conference Report, outubro de 1948,
A Biography, 1987, p. 122; Francis M. p. 98.
Gibbons, Ezra Taft Benson: Statesman, 10. Come unto Christ, 1983, p. 101.
Patriot, Prophet of God [Estadista, 11. Come unto Christ, pp. 104–105.
Patriota, Profeta de Deus], 1996, p. 104.
12. Come unto Christ, pp. 101–102.
4. Sheri L. Dew, com base no relato de
Don Schlurf, Ezra Taft Benson: A Bio- 13. Come unto Christ, p. 102.
graphy, p. 122. 14. Come unto Christ, pp. 103–104.
5. Ver o capítulo 1 deste livro. 15. The Teachings of Ezra Taft Benson,
6. Ezra Taft Benson: A Biography, p. 144. 1988, p. 151.
7. Ezra Taft Benson: A Biography, pp. 16. The Teachings of Ezra Taft Benson,
156–157. pp. 151–152.
17. Come unto Christ, p. 104.

313
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim” ( João 14:6).

314
C A P Í T U L O 2 4

Uma Vida Centralizada


em Cristo

“A melhor medida da verdadeira grandeza


é o quanto nos assemelhamos a Cristo.”

Da Vida de Ezra Taft Benson

O Presidente Ezra Taft Benson sempre citava o conselho do


Salvador aos 12 discípulos nefitas: “Que tipo de homens devereis
ser? Em verdade vos digo que devereis ser como eu sou” (3 Néfi
27:27).1 Esse princípio — a necessidade de sermos mais semelhan-
tes a Cristo — era um tema constante no ministério do Presidente
­Benson, principalmente no período em que foi Presidente do
­Quórum dos Doze Apóstolos e Presidente da Igreja.
Por ter dedicado a vida servindo ao Senhor, o Presidente B
­ enson
falou com vigor e convicção ao dizer as seguintes palavras de
testemunho:
“Testifico-­lhes que não há desafio mais grandioso, mais emocio-
nante e mais enobrecedor do que aprender de Cristo e trilhar Seus
passos. Nosso modelo, Jesus Cristo, andou nesta Terra como ‘o
Exemplo’. Ele é nosso Advogado junto ao Pai. Ele realizou o grande
Sacrifício Expiatório para que pudéssemos receber a plenitude da
felicidade e ser exaltados de acordo com Sua graça, nosso arrepen-
dimento e nossa retidão. Ele fez todas as coisas com perfeição e
nos dá o mandamento de que sejamos perfeitos, sim, como Ele e
Seu Pai são perfeitos (ver 3 Néfi 12:48).
‘O que Jesus faria?’ ou ‘O que Ele quer que eu faça?’ são as per-
guntas pessoais mais importantes desta vida. Trilhar Seu caminho é
a melhor realização da vida. O homem ou a mulher mais verdadei-
ramente bem-­sucedidos são aqueles cujo viver se assemelha mais
à vida do Mestre”. 2

315
C ap í t u l o 2 4

Ao exortar os santos a seguirem o exemplo perfeito do Salvador,


o Presidente Benson lembrou-­os de que só poderiam fazer isso com
a ajuda do Salvador. Ele declarou:
“Sei que o Senhor vive. Sei que Ele nos ama. Sei que, longe Dele,
ninguém poderá alcançar o sucesso; mas, a Seu lado, ninguém
poderá fracassar.
Sei que Deus pode fazer muito mais por nossa vida do que faría-
mos sozinhos.
Que tenhamos sempre coragem moral, a partir deste momento,
para lutar mais intensamente todos os dias para pensar em Cristo,
aprender Dele, seguir Seus passos e fazer o que Ele quer que
façamos”.3

Ensinamentos de Ezra Taft Benson


1
O exemplo e os ensinamentos de Jesus Cristo fornecem
o melhor padrão para toda a humanidade.
Há [mais de] 2 mil anos, um homem perfeito caminhou sobre a
Terra: Jesus, o Cristo. Ele era filho de um pai celestial e uma mãe
terrena. Ele é o Deus deste mundo, abaixo do Pai. Ele ensinou a
verdade aos homens para que fossem livres. Seu exemplo e Seus
preceitos fornecem o melhor padrão, o caminho mais seguro para
toda a humanidade. 4
Nenhuma outra influência teve tanta repercussão nesta Terra
quanto a vida de Jesus, o Cristo. Não há como imaginar nossa
vida sem Seus ensinamentos. Sem Ele, estaríamos perdidos em uma
miríade de crenças e religiões falsas originadas pelo medo e pelas
trevas, dominadas pelas coisas sensuais e materialistas. Estamos
muito aquém da meta que Ele traçou para nós, mas não devemos
jamais perdê-­la de vista; tampouco devemos esquecer de que nosso
grande salto para a luz e para a perfeição não teria sido possível
sem que houvesse Seus ensinamentos, Sua vida, Sua morte e Sua
Ressurreição.
Precisamos aprender e reaprender que só conseguiremos romper
as cadeias da ignorância e da dúvida que nos restringem quando
aceitarmos e vivermos o evangelho de amor como foi ensinado

316
C ap í t u l o 2 4

pelo Mestre e fizermos a Sua vontade. Precisamos aprender essa


verdade simples e gloriosa para que experimentemos a doce alegria
do Espírito agora e eternamente. Precisamos perder-­nos, fazendo
a Sua vontade. Precisamos colocá-­Lo em primeiro lugar em nossa
vida.5
No 14º capítulo do livro de João, Jesus Se despede ternamente
dos discípulos depois da última ceia. Ele lhes diz que vai preparar
um lugar para eles na casa de Seu Pai, para que, onde Ele estiver,
eles também possam estar. E Tomé Lhe diz:
“Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos
saber o caminho?
Disse-­lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai, senão por mim” ( João 14:5–6). O caminho está aberto
diante de nós. Está claramente sinalizado.6

2
Achegamo-­nos a Cristo ao buscá-­Lo em cada
pensamento e ao imitar Seus atributos.
Na linguagem do Livro de Mórmon, precisamos “acreditar em
Cristo e não o negar” (2 Néfi 25:28). Devemos confiar em Cristo
e não no braço de carne (ver 2 Néfi 4:34). Precisamos convidar
todos a vir a Cristo e ser aperfeiçoados Nele (ver Morôni 10:32).
Precisamos vir a Cristo “com um coração quebrantado e um espírito
contrito” (3 Néfi 12:19), tendo fome e sede de retidão (ver 3 Néfi
12:6). Precisamos fazê-­lo “banqueteando-­[nos] com a palavra de
Cristo” (2 Néfi 31:20), que recebemos por Suas escrituras, por Seu
ungido e por Seu Santo Espírito.
Em suma, precisamos seguir “o exemplo do Filho do Deus
vivente” (2 Néfi 31:16).7
O Senhor disse: “Buscai-­me em cada pensamento” (D&C 6:36).
Buscar o Senhor em cada pensamento é a única maneira possível
de sermos o tipo de homens e mulheres que devemos ser.
O Senhor fez esta pergunta a Seus discípulos: “Que tipo de
homens devereis ser?” Ele então responde à própria pergunta,
dizendo: “Como eu sou” (3 Néfi 27:27). Para sermos como Ele é,
devemos tê-­Lo em nossa lembrança — constantemente pensar Nele.

317
C ap í t u l o 2 4

Quando participamos do sacramento, prometemos “sempre nos


lembrar Dele” (ver Morôni 4:3; 5:2; D&C 20:77, 79).
Se nos tornamos aquilo em que pensamos e se devemos ser
como Cristo, então devemos ter pensamentos cristãos. Vou repetir:
Se nos tornamos aquilo em que pensamos e se devemos ser como
Cristo, então devemos ter pensamentos cristãos.
(…) Nossos pensamentos devem estar no Senhor. Devemos pen-
sar em Cristo.8
Que nossa vida pessoal, nosso lar e o desempenho no nosso
trabalho reflitam nosso caráter cristão. Vivam de modo a que os
outros digam a seu respeito: “Este é um verdadeiro cristão!”
Sim, acreditamos em Jesus Cristo, e mais: nós buscamos a Cristo,
confiamos em Cristo e nos esforçamos para imitar Seus atributos.9
Cristo é o nosso ideal. Ele é o nosso exemplo. (…) A melhor
medida da verdadeira grandeza é o quanto nos assemelhamos a
Cristo.10
Ser como o Salvador — um desafio para qualquer um! Ele é
um dos membros da Trindade. Ele é o Salvador e o Redentor. Foi
perfeito em todos os aspectos de Sua vida. Não havia Nele falta ou
engano. Será que podemos (…) ser como Ele é? A resposta é: Sim!
Não só podemos como também é nosso dever, nossa responsabili-
dade. Ele não nos daria isso por mandamento se não devêssemos
fazê-­lo (ver Mateus 5:48; 3 Néfi 12:48).
O Apóstolo Pedro mencionou o processo pelo qual a pessoa
pode tornar-­se participante “da natureza divina” (II Pedro 1:4). Isso
é importante; pois, se realmente nos tornarmos participantes da
natureza divina, por certo nos tornaremos como Ele é. Vamos olhar
mais de perto o que Pedro nos ensina sobre esse processo. Isto foi
o que ele nos disse:
“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai
à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciên-
cia a piedade,
E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade”
(II Pedro 1:5–7).

318
C ap í t u l o 2 4

O Apóstolo Pedro, representado aqui com Jesus Cristo


ressuscitado, ensinou-­nos a imitar o caráter do Salvador.

As virtudes descritas por Pedro fazem parte da natureza divina ou


do caráter do Salvador. Essas são as virtudes que devemos imitar se
quisermos ser mais semelhantes a Ele. Vamos conversar um pouco
mais sobre essas características tão importantes.
A primeira delas, à qual todas as demais são acrescentadas, é fé.
Fé é o alicerce sobre o qual se edifica um caráter cristão. (…)
Pedro continua dizendo que devemos acrescentar à nossa fé
virtude. (…) O comportamento virtuoso implica que [a pessoa]
tenha ações e pensamentos puros. Essa pessoa não terá luxúria no
coração, pois isso significaria “negar a fé” e não mais ter o Espírito
(ver D&C 42:23) — e nada é mais importante nesta obra do que o
Espírito. (…)
A virtude é como a santidade, um atributo divino. Devemos bus-
car diligentemente tudo o que seja virtuoso e amável, e não o que
seja degradante ou sórdido. A virtude [adornará nossos] pensamen-
tos incessantemente (ver D&C 121:45). Como poderá um homem
entregar-­se aos males da pornografia, da profanidade ou da vulga-
ridade e considerar-­se totalmente virtuoso? (…)

319
C ap í t u l o 2 4

O passo seguinte que Pedro descreve no processo de cresci-


mento é acrescentar conhecimento à nossa fé e virtude. O Senhor
nos disse que: “É impossível ao homem ser salvo em ignorância”
(D&C 131:6). Em outra escritura, o Senhor ordenou: “Nos melhores
livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim,
pelo estudo e também pela fé” (D&C 88:118). (…) Embora todo
estudo da verdade seja valioso, as verdades da salvação são as mais
importantes que podemos aprender. Podemos aplicar a pergunta do
Senhor “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se
perder a sua alma?” (Mateus 16:26) tanto ao nosso aprimoramento
educacional como à obtenção das coisas do mundo. Em outras
palavras, o Senhor teria perguntado: “Pois que aproveita ao homem
obter tudo o que há no mundo se não souber como salvar-­se?” (…)
Juntar nossa educação espiritual ao aprendizado secular resul-
tará em mantermos o foco nas coisas que mais importam nesta
vida. (…)
Outro atributo descrito por Pedro como parte da natureza divina
é a temperança. [Quem tem temperança] consegue refrear as pró-
prias emoções e expressões verbais. Faz as coisas com moderação
e não é dado a excessos. Em resumo, possui autocontrole. É ele
quem domina as emoções, e não o contrário. (…)
À nossa temperança, devemos acrescentar a paciência. (…)
Paciência é outra forma de autocontrole. É a capacidade de adiar
uma gratificação e de refrear as próprias paixões. No relaciona-
mento com seus entes queridos, o homem paciente nunca adota um
comportamento impetuoso, do qual se arrependerá mais tarde. Ter
paciência é manter a compostura mesmo sob pressão. O homem
paciente é compreensivo quanto às falhas dos outros.
O homem paciente também espera no Senhor. Às vezes lemos
ou ouvimos falar de pessoas que buscam uma bênção do Senhor,
mas tornam-­se impacientes porque a resposta não lhes vem pron-
tamente. Parte da natureza divina é confiar no Senhor o suficiente
para “aquietar-­se e saber que Ele é Deus” (ver D&C 101:16).
Aquele que é paciente será tolerante com os erros e as falhas de
seus entes queridos. Por amá-­los, não achará neles falta, nem os
criticará, nem os culpará.

320
C ap í t u l o 2 4

Outro atributo mencionado por Pedro é a piedade. (…) Aquele


que é piedoso tem empatia e é gentil com os outros. Tem conside-
ração pelos sentimentos alheios e é cortês em seus relacionamen-
tos. Gosta de ajudar por natureza. O piedoso perdoa as fraquezas
e falhas das pessoas. A piedade se estende a todos — aos idosos
e aos jovens, aos animais, aos que estão em má situação e aos que
não estão.
Essas são as verdadeiras características da natureza divina. Con-
seguem ver como podemos tornar-­nos mais semelhantes a Cristo
se formos mais virtuosos, piedosos, pacientes e se controlarmos
nossas emoções?
O Apóstolo Paulo usou expressões muito vivas para ilustrar que
os membros da Igreja devem ser diferentes das pessoas do mundo.
Ele nos ordenou que nos “[revestíssemos] de Cristo” (Gálatas 3:27),
que nos “[despojássemos] do velho homem” (…) e nos “[revestísse-
mos] do novo homem” (Efésios 4:22, 24).
A virtude final e maior de todas é a característica divina da cari-
dade ou o puro amor de Cristo (ver Morôni 7:47). Se quisermos
verdadeiramente tornar-­nos mais semelhantes ao nosso Mestre e Sal-
vador, nossa maior meta deverá ser aprender a amar como Ele ama.
Mórmon disse que a caridade é “de todas, a maior” (Morôni 7:46).
O mundo atual fala muito a respeito do amor, e muitos o pro-
curam. Mas o puro amor de Cristo é bem diferente do conceito que
o mundo tem do amor. A caridade nunca busca seus interesses.
O puro amor de Cristo busca somente a felicidade e o crescimento
eternos das pessoas. (…)
O Salvador declarou que a vida eterna é conhecer ao único Deus
verdadeiro e a Seu Filho Jesus Cristo (ver João 17:3). Se isso é
verdade, e eu lhes presto meu solene testemunho de que é ver-
dade, então devemos perguntar como vamos conhecer a Deus.
O processo de acrescentar um atributo divino a outro, como Pedro
descreveu, torna-­se a chave para receber esse conhecimento que
conduz à vida eterna. Observem a promessa de Pedro imediata-
mente depois do processo descrito:

321
C ap í t u l o 2 4

“Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos


deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo” (II Pedro 1:8; grifo do autor).
(…) Oro para que essas qualidades e atributos do Salvador pos-
sam abundar em nós, para que, quando o julgamento nos vier e Ele
perguntar a cada um “Que tipo de homem és tu?”, possamos erguer
a cabeça com gratidão e alegria, e responder: “Sou como Tu és”.11

3
O Salvador nos consolará e edificará
mediante nossos esforços para permanecer
no caminho que Ele traçou para nós.
A proporção de nosso desvio do caminho que o Homem da
Galileia traçou para nós é medida pelas batalhas que deliberada-
mente deixamos de vencer. (…) Mas Ele não nos nega Sua ajuda.
Repetidamente Ele disse aos discípulos e a todos nós: “Não se turbe
o vosso coração. (…)
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Não vos deixarei órfãos. (…)
Deixo-­vos a paz, a minha paz vos dou (…)” ( João 14:1, 14, 18,
27).12
Que retornemos ao Livro de Mórmon (…) para aprender alguns
princípios sobre como voltar-­nos a Cristo, comprometer-­nos com
Ele, centralizar nossa vida Nele e ser consumidos Nele. Vamos men-
cionar algumas dentre as inúmeras passagens sobre esse assunto.
Primeiro, precisamos saber que Cristo nos convida a vir a Ele.
“Eis que ele envia um convite a todos os homens, pois os braços de
misericórdia lhes estão estendidos (…) Sim, diz ele, vinde a mim e
participareis do fruto da árvore da vida; sim, comereis e bebereis
livremente do pão e da água da vida” (Alma 5:33–34).
Venham, pois ele permanece “de braços abertos para [recebê-­
los]” (Mórmon 6:17).
Venham, pois “ele consolar-­vos-­á nas aflições e defenderá vossa
causa” ( Jacó 3:1).

322
C ap í t u l o 2 4

“Sim, vinde a ele e ofertai-­lhe toda a vossa alma, como dádiva”


(Ômni 1:26).
Ao encerrar o registro da civilização jaredita, Morôni escreveu: “E
agora vos exorto a que busqueis esse Jesus sobre quem os profetas
e apóstolos escreveram” (Éter 12:41).
Nas palavras finais de Morôni, ao relatar o fim da civilização
nefita, ele disse: “Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele (…)
e se vos negardes a toda iniquidade e amardes a Deus com todo
o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente”
(Morôni 10:32).
Aqueles que se comprometem com Cristo servem “de testemu-
nhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em
todos os lugares (…) mesmo até a morte” (Mosias 18:9). São os que
“conservam o nome” de Cristo “sempre escrito em seu coração” (ver
Mosias 5:12). Eles tomam sobre si “o nome de Cristo, com a firme
resolução de servi-­lo até o fim” (Morôni 6:3).
Quando vivemos uma vida centralizada em Cristo, “falamos de
Cristo, regozijamo-­nos em Cristo, pregamos a Cristo” (2 Néfi 25:26).
“Recebemos a agradável palavra de Deus e banqueteamo-­nos com
seu amor” (ver Jacó 3:2). Mesmo quando a alma de Néfi se angus-
tiou por causa de suas iniquidades, ele disse: “Sei em quem confiei.
Meu Deus tem sido meu apoio” (2 Néfi 4:19–20).
Que nos lembremos do conselho de Alma: “Que todos os teus
feitos sejam para o Senhor e, aonde quer que fores, que seja no
Senhor; sim, que todos os teus pensamentos sejam dirigidos ao
Senhor, sim, que o afeto do teu coração seja posto no Senhor para
sempre. Aconselha-­te com o Senhor em tudo que fizeres” (Alma
37:36–37).
“Lembrai-­vos, lembrai-­vos”, disse Helamã, “de que é sobre a
rocha de nosso Redentor, que é Cristo, (…) que deveis construir os
vossos alicerces; para que, quando o diabo lançar a fúria de seus
ventos, (…) isso não tenha poder para vos arrastar ao abismo da
miséria” (Helamã 5:12).
Néfi disse: o Senhor “encheu-­me com seu amor até consumir-­me
a carne” (2 Néfi 4:21). Aqueles que são consumidos em Cristo “[são]
vivificados em Cristo” (2 Néfi 25:25). Eles “não padecem qualquer

323
C ap í t u l o 2 4

espécie de aflição que não possa ser sobrepujada pela alegria em


Cristo” (ver Alma 31:38). Eles são “[envolvidos] pelos braços de
Jesus” (Mórmon 5:11). Néfi disse: “Glorio-­me em meu Jesus, pois
redimiu minha alma do inferno” (2 Néfi 33:6). Leí disse: “[Estou]
eternamente envolvido pelos braços de seu amor” (2 Néfi 1:15). (…)
(…) Mórmon, essa grande alma, [escreveu uma] carta a seu filho
amado, Morôni, com as seguintes palavras:
“Sê fiel em Cristo, meu filho; e oxalá não te aflijam as coisas que
te escrevi, a ponto de causar-­te a morte, mas possa Cristo animar-­te;
e os seus sofrimentos e a sua morte e a manifestação do seu corpo
a nossos pais e sua misericórdia e longanimidade e a esperança de
sua glória e da vida eterna permaneçam em tua mente para sempre.
E que a graça de Deus, o Pai, cujo trono se acha nas alturas dos
céus, e de nosso Senhor Jesus Cristo, que se assenta à mão direita
de seu poder até que todas as coisas se sujeitem a ele, te acompa-
nhe e permaneça contigo para sempre” (Morôni 9:25–26).
Minha oração por todos e cada um de vocês é que nós também
sigamos este conselho inspirado: “Sejam fiéis em Cristo”. E Ele nos
animará, e Sua graça nos acompanhará e permanecerá conosco
para sempre.13

Sugestões para Estudo e Ensino


Perguntas
• O Presidente Benson declarou: “Nenhuma outra influência teve
tanta repercussão nesta Terra quanto a vida de Jesus, o Cristo”
(seção 1). De que maneira a vida do Salvador influenciou a Terra?
De que maneira Sua vida influenciou você?
• Como nossa vida muda quando “pensamos em Cristo”? De que
forma nossos pensamentos estão ligados a nossos atributos? Ao
estudar a seção 2, pondere sobre o que você pode fazer para
desenvolver mais plenamente os atributos cristãos mencionados.
• Como os ensinamentos contidos na seção 3 podem nos dar espe-
rança enquanto nos esforçamos para nos assemelhar mais ao
Salvador? De que maneira o Salvador já ajudou você em seus
esforços de segui-­Lo?

324
C ap í t u l o 2 4

Escrituras Relacionadas
Marcos 8:34; Filipenses 4:13; I João 3:23–24; 2 Néfi 25:23, 26;
Mosias 3:19; Alma 7:11–13; Morôni 7:48
Auxílio de Estudo
“Planeje atividades de estudo que edifiquem sua fé no Salvador”
(Pregar Meu Evangelho, 2004, p. 22). Por exemplo, ao estudar você
pode fazer perguntas a si mesmo, como: “De que maneira esses
ensinamentos me ajudariam a aumentar meu entendimento sobre
a Expiação de Jesus Cristo? Como esses ensinamentos podem me
ajudar a tornar-­me mais semelhante ao Salvador?”
Notas
1. Ver, por exemplo, “Fortalece Tuas Esta- 7. “Alegria em Cristo”, A Liahona, outubro
cas”, A Liahona, agosto de 1991, p. 2; de 1986, p. 2.
“Pensar em Cristo”, A Liahona, junho 8. “Pensar em Cristo”, A Liahona, junho
de 1989, p. 2; “Em Seus Passos”, A Lia- de 1989, p. 2.
hona, fevereiro de 1989, p. 2.
9. The Teachings of Ezra Taft Benson,
2. “Pensar em Cristo”, A Liahona, junho 1988, p. 328.
de 1989, p. 2.
10. “Uma Sagrada Responsabilidade”, A
3. “Pensar em Cristo”, A Liahona, junho Liahona, julho de 1986, p. 79.
de 1989, p. 2.
11. Conference Report, outubro de 1986,
4. Conference Report, abril de 1967, p. 58. pp. 59, 60–62, 63; ou A Liahona,
5. “A Vida É Eterna”, A Liahona, abril de janeiro de 1987, p. 45.
1972, p. 12. 12. “A Vida É Eterna”, p. 12.
6. Conference Report, abril de 1966, p. 13. “Vinde a Cristo”, A Liahona, janeiro de
128. 1988, p. 82.

325
Lista de Auxílios Visuais

Capa: Efeito de fundo © Artbeats Página 134: Irmão Joseph, de David


Capa: Fotografia de Ezra Taft Benson Lindsley.
© Busath.com Página 139: A Bíblia e o Livro de
Página 40: Detalhe de Cristo e o Jovem Mórmon Testificam de Cristo, de
Rico, de Heinrich Hofmann. Cortesia Greg K. Olsen.
de C. Harrison Conroy Co., Inc. Página 146: Morôni Entrega as Placas
Página 44: Exemplos Antigos/Promes- de Ouro a Joseph no Monte Cumora,
sas Modernas, de Jeff Ward. de Lewis A. Ramsey.
Página 64: O Cristo Pré-­Mortal, de Página 244: Detalhe de Imagem
Robert T. Barrett. de Cristo, de Heinrich Hofmann.
Página 88: Alma Busca o Arrependi- Cortesia de C. Harrison Conroy
mento, de Robert T. Barrett. Co., Inc.

Página 92: Detalhe de Ele Ressuscitou, Página 249: Abinádi Diante do Rei
de Del Parson. Noé, de Arnold Friberg.

Página 98: Detalhe de Cristo e Maria Página 264: Jesus Enviou Estes Doze,
no Sepulcro, de Joseph Brickey. de Walter Rane.

Página 101: “Deixo-­vos a Paz” (João Página 270: De Perdida a Encontrada,


14:27), de Walter Rane. de Greg K. Olsen.

Página 106: Cristo Chama Pedro e Página 314: Gentil ao Curar, de


André, de Harry Anderson. Greg K. Olsen.

Página 112: A Primeira Visão de Página 319: Apascenta Minhas


Joseph Smith, de Greg K. Olsen. ­Ovelhas, de Kamille Corry.

Página 116: Joseph Smith Recebe as


Placas, de Kenneth Riley.

327
Índice

A influência do, na Europa após


Amor a Segunda Guerra Mundial,
a Deus, 41–48 19–23, 59–60, 281
na liderança, 262–263 oferece oportunidades de
na obra missionária, 295, 302 trabalho, 284
no lar, 191–193 principal propósito do, 283
pela “ovelha perdida”, 269–278 Benson, Ezra Taft
Arbítrio amor a Deus, o Pai, 42
princípio eterno, 65–66 amor a Jesus Cristo, 99
seu uso gera consequências aprende a respeito da oração
no presente e por toda a com o pai, 51
eternidade, 66–71 aprende a respeito do templo
com a mãe, 179
Armazenamento familiar, 285–287
carreira profissional de, 14–15,
Arrependimento 41, 257, 307
e esperança, 93–95 casamento com Flora Smith
e uma mudança de coração, Amussen, 13, 191–192, 203, 217
83–85, 87–90 chamado a pregar o
mais do que uma mudança arrependimento, 83
de comportamento, 86–87 chamado para o Quórum dos
pelo pecado sexual, 239–240 Doze Apóstolos, 16–19
tristeza segundo Deus conduz chamado para ser o Presidente
ao, 89–90 do Quórum dos Doze
vem depois da fé em Cristo, Apóstolos, 31–32
86–87 declínio das condições
Autossuficiência, 279–290 de saúde, 36
Avós dedica seu tempo à família
Ezra e Flora Benson como, apesar dos deveres na Igreja
217–219 e no trabalho, 205
relacionamento com os, 223–227 exemplo de, para os colegas
Ver também Família no governo, 41, 51–52
fala aos membros da Igreja de
B todas as idades, 35
Bem-­estar, princípios de, material e falecimento de, 1, 36
espiritual, 279–290 família de, 15–16, 191, 193–194,
Bem-­Estar, Programa de, na Igreja 203, 205
Ezra Taft Benson implementa o,
em sua estaca, 279–282

329
Í n d ice

faz um chamado de liderança testifica de Joseph Smith,


para homem menos ativo, 111–113
269–271 testifica do chamado profético
formação ou estudos de, 13–15 de Spencer W. Kimball, 158
fortalece os rapazes quanto à ati- testifica do Livro de Mórmon,
vidade na Igreja, 6–8, 305–307 33–34, 135–138, 145–149
humildade de, 245, 246 torna-­se Presidente da Igreja,
implementa o programa de 33–34, 158, 259
bem-­estar da Igreja em sua tradição do trabalho missionário
estaca, 279–282 na família de, 293
incentiva um rapaz a preparar-­se viaja a negócios e leva consigo
para a missão, 295 membros da família,
inclui a oração nas reuniões 192–193, 205
governamentais, 51–52 visita uma Igreja Batista em
infância de, 2–4, 63 Moscou, Rússia, 28–31
missão de tempo integral Benson, Flora Smith Amussen
de, 9–11, 111–113, 293 (esposa)
namoro com Flora Amussen, casamento com Ezra Taft Benson,
8–9, 11–12 13, 191–192, 203, 217
nascimento de, 2 falecimento de, 36
o estilo de liderança de, 31–32, missão de tempo integral, 11–12
123, 245, 257, 260, 269–272 período de namoro com Ezra Taft
orações de, descritas por Gordon Benson, 8–9, 11–14
B. Hinckley, 52
Benson, George Taft Jr. (pai)
pais de, 4–6, 43, 63, 97
ensina o filho Ezra a orar, 51
patriotismo de, 23–28
fé exercida por, 97
recebe ajuda do governo oficial
leva a família a seguir
em resposta a uma oração,
o profeta, 157
59–60
missão de tempo integral
recebe inspiração para chamar
de, 4–5, 43, 293
um novo presidente de
estaca, 167 Benson, Sarah Dunkley (mãe)
serviço de, como Secretário demonstra fé quando o marido
de Agricultura no governo é chamado a servir missão, 4–6
dos Estados Unidos, 24–27, ensina o filho Ezra a respeito
51–52, 257 do templo, 179
serviço de, na Europa após a fé exercida por, 97
Segunda Guerra Mundial, C
19–23, 59–60, 75–76, 281–282,
Caridade, 42–44
285–286
serviço de, na Igreja local, Casamento
6–8, 14–15, 257, 269–272, convênio, 194–197
279–282, 305, 307 de Ezra com Flora Benson,
testifica de Jesus Cristo, 28–31, 191–192, 217
34, 97, 315–316
330
Í n d ice

felicidade no, 194–197 obter o, pela oração e pelo


nutrir o, 191–192 jejum, 171–172
Ver também Família; Lar; obter o, pelo estudo das
Pai e mãe escrituras, 172–174
Castidade serviço missionário e o, 301
ensinar aos filhos a respeito Estacas de Sião
da, 240–241 liderança de Ezra Taft Benson
lei da, 231–242 nas, 15, 257, 269–272, 279–282,
nunca sai de moda, 231 305, 307–308
o padrão da, é um mandamento propósitos das, 308–312
de Deus, 233 Estudo das escrituras
resistir à tentação de quebrar bênçãos do, 125–132
a lei da, 235–239 convida o Espírito, 172–174
traz alegria, 241–242 melhora a atividade na Igreja,
Convênios, 182–183 127–130
Conversão. Ver Mudança de o valor do, 132
coração Ver também Livro de Mórmon, O;
Palavra de Deus, A
Cristo. Ver Jesus Cristo
Europa, missão de Ezra Taft
D Benson na, 19–23, 59–60, 75–77,
Decisões 281–282, 285–286
determinam nosso destino Exemplo, liderança por meio do,
eterno, 69 260
requerem esforço em espírito
de oração, 69–70 F
Delegação, 263–265 Família
a importância da, nesta vida e na
Deus, o Pai. Ver Pai Celestial
eternidade, 193–194
Dívidas, 287–290 ensinar o evangelho na, 198–199
Doutrina e Convênios, 142–143 eterna, 184, 191, 200
fortalecimento da, 194–197, 203,
E
205
Esperança, 93–95 oração em, 55–56
Espírito. Ver Espírito Santo relacionamento com os idosos
Espírito Santo na, 223–227
companhia do, 168–170 Ver também Avós; Casamento;
comunica-­Se conosco por meio Lar; Mães; Pai e mãe; Pais
dos sentimentos, 170–171 Fé
direção do, é essencial na obra demonstrada pelos agricultores
do Senhor, 167–168 em Idaho, 76
habita em nós se obedecermos às demonstrada pelos santos na
leis de Deus, 174–175 Europa após a Segunda Guerra
Mundial, 75–76

331
Í n d ice

inclui seguir Jesus Cristo, J


105–107 Jesus Cristo
leva ao otimismo e à paz, 77–80 a Expiação de, 99–102
vem antes do arrependimento, amor de Ezra Taft Benson por, 99
86–87 apareceu a Joseph Smith,
Felicidade 111–114
apesar das provações, 75–77 atributos de, 318–322
a vida cristã leva à, 107–109 como Salvador, 97–99, 316–317
Pai Celestial, O, quer que consola-­nos e edifica-­nos,
tenhamos, 80–81 322–324
plano de, é o plano do Crucificação de, 101–102
evangelho, 85–86 está ansioso por ajudar-­nos a
requer esforço, 78–80 melhorar nossa vida, 91–92
resultado da fé em Deus, 78–79 fé em, 86–87, 105–107
Filhos Igreja de, 94–95
ensinar aos, a respeito da lembrar de, em cada
castidade, 239–241 pensamento, 317–318
ensinar aos, a respeito dos missão de, 99–102
templos, 185–187 muda a pessoa para que esta
mude o mundo, 83–85
Finanças, 287–289
no Livro de Mórmon, 138–140
Fraqueza, vencer a, 91–92 o amor de, por nós, 42–44, 100
Futuro, viver para o, 94 Ressurreição de, 102–103
seguir o exemplo de, 105–109,
G
260, 263–265, 273–275,
Grande Depressão, A, 279–282 315–324
Guerra nos céus, 65–66 tentar ser como, 93–95, 107–109
valentes no testemunho de,
H
104–105
História da família, 184–185
Joseph Smith. Ver Smith, Joseph
Humildade
exemplo de, de Ezra Taft Benson, L
245–246 Lar
na liderança, 260 as mais doces experiências da
na obra missionária, 301–302 vida ocorrem no, 192–193
orgulho versus, 245–246, 253–255 santuário contra o mundo, 192
Ver também Orgulho Ver também Casamento; Família;
Pai e mãe
I
Liderança
Iniquidade
a importância do exemplo na,
do mundo, 125–127
260
nunca foi felicidade, 68, 86, 235
delegação na, 263–265
Integração na Igreja, 28, 269–277

332
Í n d ice

e edificação do próximo, Ver também Pai e mãe; Pais


266 Membros da Igreja, o que significa
exemplo de, de Ezra Taft ser, 85–86, 94–95
Benson, 31–32, 123, 245, 257,
Membros da Igreja menos ativos,
259, 269–272
estender a mão aos, 269–277
qualidades da, eficaz, 260–263
seguir o exemplo do Salvador na, Ministrar aos membros da Igreja
260, 263–265 menos ativos, 269–277
Livro de Mórmon, O Mudança de coração
adverte quanto à negligência, acontece gradualmente, 93–95
135–137 e arrependimento, 83–85, 87–89
ajuda a nos aproximar mais mudança de dentro para
de Deus, 139–140 fora, 83–85
as bênçãos da leitura do, em N
família, 139–140
Noite familiar, 157–158, 199
deve ser o centro do nosso
estudo e do nosso ensino, 136 O
e Doutrina e Convênios, 142–143 Obediência
ensina a doutrina verdadeira, bênçãos por meio da, 47–48,
140–141 85–86, 174–175
escrito para os últimos como a grande prova desta
dias, 149–150 vida, 42, 48
estudo diário do, 150–151
Obra Missionária
inundar nossa vida com, 151–154
alegria por fazer a, 295
Joseph Smith e, 116–117
amor na, 295, 302
ler, junto com os filhos
em todas as etapas
pequenos, 145–147
da vida, 297–300
pedra angular da religião
entusiasmo de Ezra Taft Benson
dos santos dos últimos
pela, 293, 295
dias, 135–143
humildade e a, 301–302
poder do, 33–34, 150–151
idosos e a, 219–222, 298–299
testifica de Jesus Cristo, 138–140
influência do Espírito Santo
uso na obra missionária,
na, 301
136–137, 145–149, 151–154,
moças e a, 297–298
300–301
no mundo todo, 296–297
Ver também Estudo das
o trabalho na, 302–303
escrituras; Palavra de Deus
preparar os jovens
M para a, 297–298
Mães rapazes e a, 297–298
conselho às, ao passarem mais sucesso na, 301–303
tempo com os filhos, 209–213 tradição da, na família de
papel das, ordenado por Ezra Taft Benson, 293
Deus, 209

333
Í n d ice

usar o Livro de Mórmon bênçãos por voltar nossa vida


na, 136–137, 145–149, 151–154, para, 47–48
300–301 crer no, 107
Oração está ansioso por ajudar-­nos a
apesar de sentir-­nos indignos, 93 melhorar nossa vida, 91–92
constante, 53–55, 77 fazer a vontade do, 80–81
da família Benson por mandamentos do, 42–48, 85–86
Ezra Taft Benson, 52–53 melhorar nossa comunicação
melhorar nosso empenho com, 56–58
na, 56–58 nunca nos força a viver o
na família, 55–56 evangelho, 66
padrão de, ensinado quer que sejamos felizes, 80–81
por Jesus, 53–54 responde às orações, 58–60
para receber o Espírito Santo, sempre está perto, 51
171–172 Pai e Mãe
para resistir à tentação, 237 devem ensinar os filhos a
resposta à, 58–61 respeito da castidade, 240–241
Oração familiar, 55–56 devem ensinar os filhos a
respeito do templo, 185–187
Orgulho, O
honrar, 224–225
consequências do, 249–253
papéis de, 206–213
inimizade para com Deus e
união entre, 213
o próximo, 247–248
Ver também Casamento;
limita o progresso, 252–253
Família; Lar; Mães; Pais
manifestações do, 250–252
o antídoto para, é a Pais
humildade, 253–255 chamado eterno dos, 206
o Senhor nos adverte conselhos aos, para prover
contra, 246–247 liderança espiritual, 206–209
temer mais o julgamento Ver também Mães; Pai e mãe
dos homens do que o de Palavra de Deus
Deus, 249–250 bênçãos por estudar a, 130–132
versus a humildade, fortalece-­nos contra os
245–247, 253–255 problemas rotineiros, 125–127
Ver também Humildade inclui as escrituras, a palavra dos
Otimismo, 77–78 profetas vivos e a revelação
pessoal, 127
P não deve ser tratada
Pai Celestial, O levianamente, 132
amor do, por nós, 47 o estudo diligente da, leva à
amor pelo, 41–48 fidelidade, 127–130
apareceu a Joseph Smith, Ver também Estudo das
113–114 escrituras; Livro de Mórmon, O

334
Í n d ice

Passado, não viver no, 94 R


Patriotismo, 23–28 Recato, 238
Pensamentos, purificar os, 235–237 Restauração, 117–118
Perdão Revelação
pelas transgressões sexuais, por meio da frequência ao
239–240 templo, 187–188
promessa de, 94–95 por meio do Espírito Santo,
Pessoas idosas 170–171
buscam realização, 219–222, por meio do profeta
228–229 vivo, 158–159
cuidar das, 224–228 S
força das, 218–219
Sacerdócio
inclusão de, nas atividades
plenitude do, existe somente
familiares, 225–226
no templo, 181–182
o amor do Senhor pelas, 218–219
poder do, sela as famílias
permanecem firmes nos
por meio das ordenanças
momentos de doença, 223–224
do templo, 184
relacionamento com, 228–229
responsabilidades das, 218–219 Satanás
reunir-­se em conselho com a mente para nós, 85–86, 91–92
liderança da Igreja quanto o ódio de, por nós, 43
às, 227–228 Serviço
Plano de felicidade, o aos idosos, 227–228
entendimento do, leva ao na Igreja, 266
arrependimento, 85–86 no casamento, 193–197
Pornografia, 235–237 Smith, Joseph
como o cabeça da última
Presidente da Igreja, O
dispensação, 119–121
bênçãos por seguirmos,
e o Livro de Mórmon, 116–117
157–158, 163–164
fidelidade de, 118–119
diz-­nos o que precisamos ouvir,
martírio de, 118–119
161–162
oração de, influenciou
é o profeta mais importante
milhões, 69–70
para nós, 159–161
o reino de Deus na Terra foi
nunca desencaminhará a
restabelecido por meio
Igreja, 163
de, 117–118
recebe revelações para a Igreja
preordenação de, 119–121
como um todo, 158–161
Primeira Visão de, 113–114
Primeira Visão, 113–114 revelações a, 114–115
Profeta. Ver Presidente da Igreja visitas angelicais a, 114–115
Provações, 75–78, 78–80, 125–127

335
Í n d ice

T Trabalho
Templo leva ao sucesso, 63
como símbolo, 180–181 nas iniciativas missionárias,
convênios feitos no, 181–182 302–303
ensinar aos filhos a respeito valor do, 283–284
do, 185–187 Transgressão sexual
Ezra Taft Benson aprende a perdão pela, 239–240
respeito do, com sua mãe, 179 perigos da, 234–235
plenitude do sacerdócio existe resistir à tentação da, 235–239
apenas no, 181–182 Tristeza, segundo Deus, conduz
proteção e orientação ao arrependimento, 89–90
no, 182–183
receber as ordenanças U
do, 181–182 União
receber revelação no, 187–188 é preciso humildade para
servir aos antepassados ter, 252–253
no, 184–185 líderes eficazes demonstram, 262
Tentação na criação dos filhos, 213
evitar a, 237–238 na família, 55–56, 197–198
resistir à, 235–239 no casamento, 194–197

336

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